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CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA UMA
         EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR METALÚRGICO



                         Daniel Carajiliascov Filho
                           Sônia Cristina Katko




PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO
DOS    PROGRAMAS    DE     PÓS-GRADUAÇÃO              DE    ENGENHARIA         DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA
EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL



Aprovado por:

                             __________________________________________
                                                      Raquel Borba Balceiro, M. Sc.


                             __________________________________________
                                      Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc.


                             __________________________________________
                                            Elisabeth Braz Pereira Gomes, M. Sc.




                   RIBEIRÃO PRETO, SP – BRASIL

                            AGOSTO DE 2003
CARAJILIASCOV             FILHO,     DANIEL;
KATKO, SÔNIA CRISTINA

    Criação de um Sistema de Inteligência
Competitiva para uma Empresa de Pequeno
Porte do Setor Metalúrgico.

[São Paulo] 2003

viii,   40p.      29,7    cm    (COPPE/UFRJ,
Especialização,    Engenharia   de   Produção,
2003)

Projeto Final - Universidade Federal do Rio
de Janeiro, COPPE

1. Inteligência Competitiva 2. Gestão do
Conhecimento

I. COPPE/UFRJ II. Título ( série )




                     ii
Agradecemos à alta direção da ABC pela oportunidade em realizar este projeto, que
entendemos ser de grande importância à estratégia de negócios da empresa e ao nosso
desenvolvimento profissional.



Agradecemos à nossa orientadora profa. Raquel Balceiro e ao corpo docente da
COPPE/UFRJ por terem compartilhado conosco seu conhecimento, levando-nos a
importantes reflexões.



Agradecemos aos nossos familiares pela compreensão, apoio e incentivo constantes
durante todo o curso, e em especial aos nossos pais, que nos proporcionaram a
educação e o gosto pelo saber, e a quem dedicamos este trabalho.




                                                           Daniel Carajiliascov Filho
                                                                   Sônia Cristina Katko




                                         iii
“ Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de
cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha
sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo,
perderá todas as batalhas...”



                                                                          SUN TZU




                                         iv
Resumo do Projeto Final apresentado à          COPPE/UFRJ como parte integrante dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Gestão do
Conhecimento e Inteligência Empresarial.




 CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA UMA

         EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR METALÚRGICO




                             Daniel Carajiliascov Filho

                                  Sônia Cristina Katko




                                     Agosto/2003




Orientador: Raquel Borba Balceiro, M.Sc.

Programa: Engenharia de Produção



Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um projeto de Gestão do Conhecimento
para uma empresa de pequeno porte do setor metalúrgico, com ênfase na criação de um
Sistema de Inteligência Competitiva para a empresa em questão. Nele encontram-se
descritos a motivação para o projeto, seu objetivo, a metodologia adotada para sua
realização e o plano de ação para a implementação do mesmo. Para a realização deste
projeto foram utilizadas algumas ferramentas e conceitos de Planejamento Estratégico,
tais como Análise SWOT e Análise do Ambiente Competitivo utilizando o Modelo das
Cinco Forças de Michael Porter.


                                           v
Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Specialist in Knowledge Management and Enterprise
Intelligence.




        CREATION OF A COMPETITIVE INTELLIGENCE SYSTEM FOR A

                    METALLURGIC FIELD SMALL COMPANY




                               Daniel Carajiliascov Filho

                                  Sônia Cristina Katko




                                      August/2003




Adviser: Raquel Borba Balceiro, M.Sc.

Program: Industrial Engineering



This work presents the development of a Knowledge Management project for a
metallurgic field small company, with emphasis on creation of a Competitive
Intelligence System for such company. Motivation for the project, its target, theoretical
methodology adopted and the action plan for implementing it, can be found in this
work. In order to develop this project some concepts and tools of Strategic Planning
have been used, such as SWOT Analysis and Competitive Environment Analysis by
using Michael Porter´s Five Forces Model.



                                            vi
SUMÁRIO




I. Introdução ......................................................................................................................1

           I.1. Objetivo do projeto..........................................................................................2

           I.2. Metodologia utilizada......................................................................................2

           I.3. Benefícios esperados .......................................................................................2

II. Diagnóstico Estratégico ................................................................................................3

           II.1. Perfil da Empresa ...........................................................................................3

               II.1.1. Histórico.................................................................................................3

               II.1.2. Definição do Negócio ............................................................................3

           II.2. Análise Estratégica da Empresa .....................................................................5

               II.2.1. Visão de Mundo.....................................................................................5

               II.2.2. Visão de Negócio...................................................................................5

               II.2.3. Visão da Empresa ..................................................................................5

               II.2.4. Missão da Empresa ................................................................................5

               II.2.5. Valores ...................................................................................................6

               II.2.6. Vantagem Competitiva ..........................................................................6

               II.2.7. Análise SWOT.......................................................................................6

               II.2.8. Análise do Ambiente Competitivo – Modelo das 5 Forças ...................8

               II.2.9. Análise dos Fatores Críticos de Sucesso do Negócio da Empresa ......11

           II.3. Objetivos Estratégicos..................................................................................13

III. O Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC ..................................................14

           III.1. Alinhamento do projeto à estratégia da empresa: identificação do tipo mais
           adequado e justificativa .......................................................................................14



                                                                vii
III.2. O Sistema de Inteligência Competitiva (SIC) ............................................15

               III.2.1. Objetivos do sistema...........................................................................15

               III.2.2. Metodologia utilizada .........................................................................15

               III.2.3. Preparação para a implementação do SIC ..........................................16

                    III.2.3.1. Estrutura do SIC.........................................................................16

                    III.2.3.2. Auditoria Informacional ............................................................17

                    III.2.3.3. Programa de Incentivos .............................................................18

                    III.2.3.4. Endomarketing/Palestras de Sensibilização...............................18

               III.2.4. Fatores críticos de sucesso de um SIC ...............................................18

               III.2.5. Construção do SIC..............................................................................19

                    III.2.5.1. Identificação das necessidades de informação...........................19

                    III.2.5.2. Identificação e classificação das fontes de informação, coleta e
                    tratamento das informações ......................................................................24

                    III.2.5.3. Análise das Informações ............................................................28

                    III.2.5.4. Geração/Disseminação das Informações Analisadas.................28

                    III.2.5.5. Avaliação do Sistema.................................................................29

IV. Plano de Ação relativo ao Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC............30

V. Avaliação do Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC ................................33

VI. Conclusões e Recomendações Finais ........................................................................34

VII. Bibliografia ..............................................................................................................36

VIII. Anexos ....................................................................................................................37




                                                               viii
I. Introdução

Vivemos na Sociedade do Conhecimento, um momento em que os fatores de produção que
mais agregam valor às empresas não são mais o capital, a terra e o trabalho, mas sim o
conhecimento e em que os bens e serviços intangíveis, de alto valor agregado, valem mais que
os tangíveis.

Neste contexto, predominarão os negócios baseados em produtos e serviços intensivos em
conhecimento e triunfarão as empresas com características inovadoras e empreendedoras, pois
isso permitirá que conquistem uma vantagem competitiva sustentável, num ambiente de
negócios atualmente globalizado e de disputas extremamente acirradas.

A partir deste ambiente de mudanças, muitas empresas brasileiras têm buscado formas de
implantar projetos de Gestão do Conhecimento. Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro
de Referência em Inteligência Empresarial – CRIE, da COPPE/UFRJ em 2001, mais de 75 %
das empresas no Brasil já se interessam pelo assunto e os investimentos em projetos de
Gestão do Conhecimento deverão continuar crescendo (segundo estimativas, o mercado de
Gestão do Conhecimento chegava a algo em torno de 12 bilhões de reais na época da
pesquisa).

A ABC, empresa de pequeno porte fabricante de artefatos metálicos para autopeças e linha
branca principalmente e objeto de nosso estudo, passa, atualmente, por uma fase de
dificuldades financeiras. O fluxo de caixa se apresenta constantemente negativo,
comprometendo a sobrevivência da empresa. Além disso, encontra-se inserida em um setor de
concorrência intensa e bastante fragmentada, caracterizado pela alta sazonalidade, baixa
rentabilidade e forte pressão por preços, e ainda é fortemente dependente de clientes e
fornecedores.

Dessa forma, espera-se que um projeto de Gestão do Conhecimento provenha metodologia
para que a empresa conheça melhor o ambiente competitivo, a concorrência e a si mesma e,
com base nisso, possa definir uma nova forma de gestão e o caminho a ser seguido para
alavancar sua posição no mercado.

A ABC ainda não tem nenhuma iniciativa em andamento no que se refere à Gestão do
Conhecimento. Entretanto, possui características essenciais em seu ambiente para que uma
iniciativa nesse sentido seja bem-sucedida, o que nos motivou a realizar o projeto em questão
e a acreditar que ele será um sucesso, alcançando os objetivos a que se propõe. Estas
características são: (a) cultura orientada para o conhecimento e com pouca resistência a
mudanças, (b) alguma orientação para processos, (c) algum nível de estrutura do
conhecimento e (d) alta direção da empresa bastante envolvida, entusiasmada e com forte
disposição para patrocinar o projeto.




                                             1
I.1. Objetivo do projeto

O objetivo deste projeto é, portanto, criar e implementar um Sistema de Inteligência
Competitiva (SIC) em uma empresa de pequeno porte do setor metalúrgico.



I.2. Metodologia utilizada

Visando identificar que projeto de Gestão do Conhecimento estaria mais alinhado com os
objetivos estratégicos da ABC, e portanto seria mais adequado às suas necessidades no
momento, procedemos primeiramente à realização de um diagnóstico estratégico da empresa.

Para tanto fizemos entrevistas com a alta direção da ABC onde levantamos informações sobre
a empresa e o ambiente competitivo em que está inserida (mercado e atores).

De posse de tais informações, e utilizando ferramentas e conceitos de Planejamento
Estratégico (mais especificamente Análise SWOT, Análise do Ambiente Competitivo
utilizando o Modelo das 5 Forças de Porter e Análise dos Fatores Críticos de Sucesso do
Negócio da Empresa), fizemos um mapeamento interno e externo (setor de atuação, mercado,
clientes, fornecedores, concorrentes, etc.) da ABC.

Como a ABC ainda não possuía um Planejamento Estratégico, o próximo passo foi ajudar a
empresa a definir um com base nesse cenário obtido.

Definidos então os objetivos estratégicos, identificamos dois projetos de Gestão do
Conhecimento que caberiam aqui, e por razões explicadas mais adiante optamos por fazer um
projeto de Inteligência Competitiva para a ABC, cuja metodologia utilizada para a criação do
SIC, assim como o plano de ação para sua implementação e avaliação, encontram-se
detalhados nos itens III.2.2 e IV respectivamente do trabalho em questão.



I.3.Benefícios esperados

Espera-se, com este projeto, obter uma vantagem competitiva sustentável, que coloque a
empresa em um nível superior a de seus concorrentes, através do monitoramento contínuo do
ambiente e da concorrência.

Além disso, será possível, a partir dele, desenvolver um banco de conhecimento de forma que
o conhecimento interno relativo às pessoas e à empresa, assim como o conhecimento externo
adquirido pela mesma, possam ser facilmente acessados e utilizados, não apenas por seus
colaboradores, mas também por seus parceiros (clientes, fornecedores, etc.) quando
necessário.

E ainda, melhorar a troca e o compartilhamento de informações na empresa e melhorar a
cultura e o ambiente do conhecimento na mesma.



                                             2
II. Diagnóstico Estratégico

O diagnóstico estratégico é a primeira etapa da realização de um projeto de Gestão do
Conhecimento. Ao optar por implementar uma iniciativa de Gestão do Conhecimento, a
empresa deve verificar se ela se encontra alinhada com os objetivos estratégicos
estabelecidos.



II.1. Perfil da Empresa



II.1.1. Histórico

A ABC foi fundada em maio de 1992, em São Bernardo do Campo/SP, tendo como principal
atividade a prestação de serviços: usinagem de peças e construção de dispositivos e
equipamentos mecânicos diversos.

Em 1994, diante das necessidades de seus clientes, novas áreas foram implementadas:
confecção de moldes e matrizes para estamparia, e visando atender este nicho de mercado,
execução da estampagem propriamente dita.

Em 1997, diante do fato de que o local de instalação da empresa tornou-se pequeno perante
sua capacidade de máquinas instaladas, a ABC mudou-se para um local maior, em
Diadema/SP, seu atual endereço.

Em fevereiro de 1999, entendendo que desenvolvimento constante e competitividade aliados à
qualidade são exigências básicas do mercado, obteve a Certificação ISO 9002.



II.1.2. Definição do Negócio

A principal atividade (atividade chave) da ABC é a fabricação de artefatos metálicos:
autopeças (principalmente) e dispositivos para linha branca, e o setor na qual está inserida é o
metalúrgico.

As atividades que complementam a atuação da ABC são:

   1. Ferramentaria

       Corte, Dobra, Repuxo e Moldes

       Protótipos em metal

   2. Usinagem

   3. Prestação de serviços: pequeno porte, não seriado


                                               3
4. Estamparia

   5. Solda

Com relação à composição acionária, a ABC é dividida da seguinte maneira:

       Sócio-Fundador .................. Gerente Comercial/Industrial .....................     50 %

       Sócio-Fundador .................. Gerente RH/Financeiro ..............................   50 %

Para ilustrar melhor a ABC, apresentamos no anexo 1, o organograma da empresa. A empresa
é de pequeno porte, possui em torno de 45 funcionários e o faturamento bruto no último ano
foi de R$ 3.260 k. Apresentamos outros indicadores econômicos no anexo 2.

Os fatores que determinam a qualidade dos produtos, podem ser definidos como:

   1. Bom processo de fabricação

   2. Ferramental, máquinas e matérias-primas adequados

   3. Operadores qualificados




                                                      4
II.2. Análise Estratégica da Empresa

Foram utilizadas ferramentas e conceitos de Planejamento Estratégico para mapear interna e
externamente a empresa estudada. Estes conceitos e o resultado desta análise são apresentados
a seguir.



II.2.1.Visão de Mundo

O governo, as indústrias e a sociedade de um modo geral terão que se preocupar cada vez
mais com o meio ambiente. Ainda olhando para o futuro, o poder aquisitivo do consumidor
deverá aumentar em função do objetivo do governo de melhoria na distribuição de renda.
Paralelo a isso, os mercados automobilístico e de linha branca têm se mostrado crescentes.

Neste contexto, o negócio da ABC está totalmente alinhado com tais tendências e
necessidades. Trabalhando com uma matéria-prima reciclável (aço) e utilizando-se de
processos totalmente mecânicos, que não geram resíduos nem efluentes e que, portanto, não
poluem, a ABC está em sintonia com a política global de não agressão ao meio ambiente e
com a forte tendência de se trabalhar cada vez mais com materiais ecologicamente corretos na
indústria automobilística.



II.2.2.Visão de Negócio

No Brasil, o mercado automobilístico tende a aumentar. A frota é antiga, o parque industrial
está defasado e a América Latina é um mercado emergente. Além disso, existe uma demanda
reprimida no mercado interno devido à recessão, crise econômica, concentração de renda, etc.,
ou seja, existe um potencial latente no mercado de autos, eletrodomésticos e outros segmentos
(energia, construção, etc.) que deverá ser explorado pela ABC.



II.2.3.Visão da Empresa

A ABC quer ser reconhecida pelo mercado como referencial de competência, agilidade e
qualidade no desenvolvimento e entrega de soluções no setor em que atua.



II.2.4. Missão da Empresa

A missão da ABC é:
       Produzir e comercializar artefatos metálicos e serviços relacionados:
       Visando atender as necessidades e expectativas dos clientes;
       Buscando a melhoria contínua da qualidade dos produtos, processos e serviços;


                                                 5
Promovendo o crescimento profissional dos colaboradores;
       Proporcionando rentabilidade consoante às expectativas dos sócios.



II.2.5. Valores

Os principais valores da ABC são descritos a seguir:

       Respeito ao ser humano

       Incentivo à criatividade e às habilidades individuais de seus colaboradores

       Honestidade, conduta ética e integridade

       Responsabilidade e seriedade



II.2.6. Vantagem Competitiva

Acreditamos que a principal fonte de vantagem competitiva da ABC é a competência no
desenvolvimento e entrega de soluções com rapidez, qualidade e preços competitivos,
prezando sempre pelo bom relacionamento e flexibilidade de negociação junto aos seus
clientes.



II.2.7. Análise SWOT

A Metodologia SWOT é utilizada para identificar o que é viável de ser explorado, enquanto
oportunidades nas áreas onde a organização é mais forte, e traçar defesas para onde ela é mais
fraca e é mais ameaçada. Este trabalho é realizado através de uma análise dos ambientes
internos (onde são identificados os pontos fortes e fracos) e externos (onde são levantadas as
oportunidades e ameaças) de uma organização. O próximo passo é uma análise combinada
entre pontos fortes e oportunidades; pontos fortes e ameaças; pontos fracos e oportunidades;
pontos fracos e ameaças.

Para tal, apresentamos a tabela 1 a seguir, com a análise das Forças, Fraquezas,
Oportunidades e Ameaças para a ABC.




                                                6
Forças                                                              Fraquezas
Agilidade no desenvolvimento e entrega de soluções e na              Sub-aproveitamento da utilização dos procedimentos da
solução de problemas                                                 qualidade criados em função da certificação
Alta competência administrativa                                      Turnover alto na área de qualidade e muitas não conformidades
Alta competência técnica apesar de não ser de domínio do             Compra de matéria-prima na fonte reduzida por falta de volume
staff/cúpula da empresa                                              Alta cúpula da empresa não detém a competência técnica para o
Certificação ISO 9002                                                negócio.
Informatização                                                       Custo real em função dos parâmetros de produção parcialmente
Porte pequeno favorecendo flexibilidade em preços, condições         desconhecido.
de pagamento, volumes e a facilidade de se adaptar a novas           Falta de domínio do lob do negócio.
situações                                                            Qualidade da mão-de-obra insatisfatória
Preços competitivos                                                  Problemas de diálogo/comunicação na empresa em geral
Imagem/reputação fortes                                              Colaboradores desmotivados
Qualidade dos produtos e serviços boa e reconhecida                  Instalações obsoletas: lay-out, capacidade elétrica e parque de
Bom relacionamento junto a bancos, o que facilita a concessão        máquinas inadequados
de crédito
                                                                     Sub-aproveitamento do sistema/software de gerenciamento
Bom relacionamento junto aos clientes
Lado humano junto aos colaboradores bastante acentuado               Falta procedimentar APQP na sua totalidade
Base de clientes sólida                                              Falta de marketing/publicidade
                                                                     Baixa produtividade
Localização próxima à base de clientes
                                                                     Ausência da prática de busca de novos segmentos para venda
                                                                     de produtos e serviços
                                                                     Gerenciamento inadequado: gerentes possuem autonomia mas
                                                                     não tomam decisões
                                                                     Falta de previsibilidade de médio prazo
                                                                     Limitações financeiras
                                                                     Forte dependência bancária
                                                                     Linha estreita de produtos/serviços
                                                                     Tecnologias de informação e comunicação ainda pouco
                                                                     utilizadas na empresa


                  Oportunidades                                                             Ameaças
Otimizar instalações                                                 Aumento da pressão por preços baixos
Modernizar/automatizar processos e equipamentos                      Sazonalidade do setor
Explorar melhor tecnologias de informação e comunicação              Perda de mercado para substitutos
Implementar APQP e controle/acompanhamento da produção               Queda de crescimento do mercado
Implementar procedimentos da qualidade na sua totalidade             Crescimento do poder dos clientes e/ou dos fornecedores
Utilizar sistema/software de gerenciamento na sua totalidade e       Integração retroativa dos clientes
de forma padronizada                                                 Regulação/política governamental que aumente os custos e/ou
Investir em marketing/publicidade                                    diminua a demanda pelos produtos/serviços oferecidos
Criar web site                                                       Crescimento da demanda por produtos mais sofisticados, de
Melhorar comunicação na empresa                                      maior valor agregado dentro da cadeia produtiva do setor em
Desenvolver e implementar programa motivacional                      questão
Investir em cursos, treinamentos, etc.                               Grande facilidade de se reproduzir o negócio
Incorporar colaborador que detém competência técnica para o
negócio à cúpula da empresa
Desenvolver competências, habilidades, relacionamentos, etc.
necessários à melhor penetração no lob do negócio
Desenvolver e implementar sistema/programa de avaliação de
fornecedores
Avaliar integração vertical
Avaliar alianças ou parcerias
Reavaliar parceria com a Ferramentaria
Explorar novas tecnologias
Antecipar-se às necessidades dos clientes
Aumentar vendas nos clientes atuais
Buscar novos clientes
Buscar clientes no mercado externo (exportação)
Buscar novos mercados/segmentos de atuação
Explorar mais a venda de serviços/soluções
Diversificar o negócio
Expandir linha de produtos/serviços
Agregar maior valor aos produtos/serviços oferecidos
                    Tabela 1 – Matriz de SWOT para a ABC. Fonte: elaboração própria, 2003.



                                                                 7
II.2.8. Análise do Ambiente Competitivo - Modelo das 5 Forças (Porter)

O Modelo das Cinco Forças Competitivas, desenvolvido e apresentado por Michael Porter em
1983, mostra as forças do ambiente externo que mais afetam uma organização. Através dele
são analisados os concorrentes presentes em dado setor da indústria, o poder de negociação
dos clientes e dos fornecedores, a possibilidade de surgirem novos entrantes e produtos
substitutos e as barreiras de entrada e saída criadas neste mercado. O Modelo das 5 Forças de
Porter é apresentado na figura 1 a seguir.


                                              NOVOS ENTRANTES
                                                                              Barreiras de entrada
                                                                              Diferenciação do Produto
                                                                              Custos de Mudança



         FORNECEDORES                           CONCORRENTES
                                                                                         CLIENTES




                                                 SUBSTITUTOS


        Política Governamental
        Regulamentos e Leis

                      Figura 1: O Modelo das Cinco Forças Competitivas de Michael Porter.
                   Fonte: Michael PORTER, Estratégia Competitiva, Rio de Janeiro: Campus, 1983.



a. Poder de Negociação dos Clientes

   A ABC atua apenas no mercado interno (Brasil) e deve continuar assim. Não possui
   exclusividade junto a nenhum cliente. Também não possui clientes governamentais em sua
   carteira. Atua principalmente nos segmentos automotivo (autopeças) e linha branca, e seus
   clientes são intermediários no primeiro caso (a venda é feita para empresas “satélites de
   montadoras” (sistemistas) e não diretamente para as montadoras) e clientes finais no
   segundo.



  Principais clientes:
  Aços Villares S/A                                         Multibrás S/A Eletrodomésticos
  Copam Componentes de Plásticos e Metais                   Pematec Triangel do Brasil Ltda.
  Ltda.                                                     Rieter Ello Artefatos de Fibras Têxteis Ltda.
  Gestamp
                                                            Simoldes Plásticos Indústria Ltda.
  Inilbra Tapetes e Veludos S/A
                                                            Toro Indústria e Comércio Ltda.
  Lear do Brasil




                                                    8
Clientes preferenciais:

   O volume de faturamento proporcionado pela soma das compras dos clientes Lear (bancos
   de automóveis), Gestamp (autopeças) e Multibrás (linha branca) corresponde a 80 % do
   faturamento bruto da ABC, sendo que a Lear é a empresa que mais compra. Em seguida
   aparecem Inilbra (revestimentos internos para linha automotiva) e Toro (revestimentos
   termo-acústicos). Interessante notar que a Gestamp é também concorrente da ABC,
   fazendo grandes peças e terceirizando a execução das menores.

   Uma vez que o lucro do setor é reduzido e que os clientes concentram a compra de
   grandes volumes, seu poder de negociação é alto, o que deixa a ABC fortemente
   dependente de seus clientes preferenciais.


   Clientes potenciais:

   Indústrias de modo geral que utilizam componentes/artefatos metálicos seriados:
         Linha Branca                                       Energia (Distribuição)
         Linha Marrom                                       Siderúrgica
         Automobilística                                    Vestuário
         Reposição (Automobilística)                        Moveleira
         Alimentícia                                        Instalações/Acessórios Comerciais
         Embalagens/Artefatos para
         Supermercados



b. Poder de Negociação dos Fornecedores

   O poder de negociação dos fornecedores é alto, gerando forte dependência da empresa no
   que se refere aos seus principais fornecedores. O produto fornecido é genérico/básico, mas
   os fornecedores são em geral de maior porte que a ABC, dificultando seu poder de
   negociação junto aos mesmos. A demanda tem sido atendida, mas o custo das matérias-
   primas/insumos é elevado. Além disso, devido ao pequeno volume de compra, a ABC não
   consegue negociar as matérias-primas diretamente na fonte (usinas como por exemplo
   Usiminas e CSN), tendo que recorrer a revendedores, o que encarece ainda mais seu
   preço. Outro gargalo de fornecimento é o capital, pois não há fonte viável de
   financiamento para pequenas empresas.



   Principais fornecedores:
   Perfilam Aços Especiais S/A Industrial              Mikra - Calibração e Manutenção em
   Muriaço Ferro e Aço Ltda.                           Instrumentos de Medição
                                                       Gerdau
   Metalúrgica Danisa Indústria e Comércio Ltda.
   Aços Vic S/A


                                                   9
A Gerdau é o maior fornecedor em termos de empresa. A Danisa é o maior fornecedor em
   termos de volume de compra (em volume e em dinheiro), de quem a ABC compra tubos,
   um dos produtos mais consumidos por ela e que por já agregar maior valor é também mais
   caro.



   Fornecedores potenciais:

   Grandes siderúrgicas ou usinas, porém sem viabilidade de acesso por enquanto.



c. Rivalidade entre os Concorrentes do Setor

   O setor no qual a ABC se encontra é de maturidade estável caracterizado pela baixa
   rentabilidade, grande sazonalidade (gerada pela sazonalidade dos principais segmentos em
   que atua (linha branca e automotiva)) e pela forte pressão por preços. Preços baixos em
   detrimento da qualidade é o que muitas vezes determina o ganho da concorrência, ou em
   outras palavras, a certificação ISO, que demanda custos para ser obtida e mantida, acaba
   não sendo tão importante nem adequadamente valorizada neste setor.

   O setor é de intensa concorrência, pois é fácil montar este tipo de negócio. O mercado é
   bastante fragmentado, contendo muitos concorrentes de pequeno e médio porte e a oferta é
   maior que a procura.

   Neste setor praticamente não há novos entrantes, portanto os concorrentes são quase
   sempre os mesmos. Na verdade muitos estão até saindo do ramo ou procurando
   alternativas de diversificação dos produtos/serviços oferecidos.



   Principais concorrentes:

   Empresas de mesmo porte e características, e que são em grande número.



d. Ameaça de Novos Entrantes

   Praticamente não há novos entrantes neste setor. Seriam pequenos negócios formais ou
   informais criados a partir de pequenos investimentos em equipamentos similares aos da
   ABC (demissionários de grandes empresas por exemplo).

   É importante que a empresa monitore continuamente o ambiente de forma a poder
   identificá-los facilmente.




                                            10
e. Ameaça de Produtos Substitutos

   Identificamos como produtos substitutos óbvios os produtos derivados de compostos
   plásticos. A vantagem em relação aos produtos regulares do setor em questão é que têm
   menor peso, maior resistência a intempéries e seus processos de fabricação são mais
   rápidos.

   Tais substitutos não chegam a ameaçar a existência do negócio, mas podem interferir de
   forma significativa na performance do mesmo, na medida em que proporcionam vantagens
   de desempenho evidentes (houve um aumento da utilização de materiais plásticos na
   indústria automobilística de 50 kg para 250 kg/automóvel nos últimos 15 anos).

    A ABC não imagina quais poderiam ser os produtos substitutos inusitados.



f. Política Governamental

   O Governo pode influenciar o mercado principalmente ao promulgar normas e/ou leis que
   causem aumento ou diminuição na demanda pelo tipo de produto que a ABC fabrica.



g. Barreiras à entrada de Novos Concorrentes

   As barreiras de entrada são fracas. O negócio é facilmente reprodutível e não requer
   grandes investimentos. A pressão por preços é muito grande e, muitas vezes, é o que
   determina o ganho da concorrência em detrimento da qualidade.

   Assim, economia de escala, diferenciação dos produtos, necessidades de capital e poder
   de retaliação dos concorrentes atuais por exemplo, são barreiras cujos efeitos são
   baixíssimos neste negócio.

   Entretanto, poderíamos citar custos de mudança (relativos ao relacionamento
   desenvolvido e à confiança estabelecida, à existência de uma estrutura (sistema da
   qualidade, estrutura comercial, informatização), etc.), alto poder de negociação dos
   clientes e fornecedores e dificuldade de acesso às matérias-primas a preços competitivos
   (em função do volume de compra), como possíveis barreiras de entrada, não muito fortes,
   aplicáveis a este mercado.



II.2.9. Análise dos Fatores Críticos de Sucesso do Negócio da Empresa

Identificamos como fatores críticos de sucesso para a ABC os listados abaixo:

         Rapidez de resposta nas solicitações dos clientes

         Bom relacionamento com os clientes


                                             11
Competência técnica que gera diferencial

Bom atendimento no pós-venda (assistência técnica rápida e precisa)

Imagem de responsabilidade, seriedade e credibilidade junto aos clientes

Cumprimento dos preceitos básicos (qualidade, pontualidade e preço) na íntegra

Flexibilidade comercial (atendimento a mudanças de programação de produção
repentinas, adequação de prazos de pagamento, etc.)

Flexibilidade para fazer uma certa variedade de produtos




                                    12
II.3. Objetivos Estratégicos

Em busca de um resultado superavitário que proporcionaria o saneamento da empresa, e a
partir das entrevistas, das informações levantadas e das análises estratégicas efetuadas, a ABC
definiu os seguintes objetivos estratégicos:

a. Aumentar vendas:

         Nos segmentos em que atua

         Em novos segmentos

         Através de novos clientes

         Atender 100 % dos pedidos

b. Aumentar valor agregado dos produtos:

         Desenvolver novos produtos

         Desenvolver produtos próprios (preferencialmente com sazonalidades diferentes)

         Evoluir da fabricação de componentes para a fabricação/montagem de pequenos
        sub-conjuntos e/ou sub-sistemas

c. Aumentar serviços oferecidos:

         Co-design

         Assistência ao desenvolvimento

         Protótipos

         Ferramentas

         Pintura

         Vender excedente de pinturas e tubos

d. Diminuir custos fixos:

         Rever e reorganizar estrutura organizacional

         Criar estrutura flexível para suportar a sazonalidade

e. Diminuir custos variáveis:

         Aumentar produtividade

         Internalizar operações (pintura e confecção de tubos por exemplo)

        Otimizar     compras     de     matérias-primas/insumos     e    aproveitamento    das
        matérias-primas


                                              13
III. O Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC



III.1. Alinhamento do projeto à estratégia da empresa: identificação do tipo mais
adequado e justificativa

A partir do diagnóstico estratégico realizado na fase anterior e dos objetivos estratégicos
definidos para a ABC, percebemos que dois tipos de projetos de Gestão do Conhecimento
caberiam aqui: Páginas Amarelas e Inteligência Competitiva.

O primeiro permite mapear as competências e habilidades que a empresa necessita e quais as
que seus colaboradores possuem e, a partir dos gaps existentes, propor cursos e/ou
treinamentos; remanejamentos de pessoas, dispensas e/ou contratações; reestruturação de
áreas e processos, e em última instância até mesmo a reestruturação da organização como um
todo.

O segundo permite conhecer e monitorar o ambiente de negócios em que a empresa está
inserida e os seus concorrentes e a partir daí tomar decisões que gerem uma vantagem
competitiva sustentável para a mesma.

Optou-se por Inteligência Competitiva porque antes de proceder a qualquer tipo de
reestruturação interna, a ABC precisa entender melhor e avaliar o seu negócio, bem como a
sua posição competitiva e a de seus concorrentes no mercado, até mesmo para avaliar o grau
de atratividade do setor e verificar se seu negócio atual ainda é interessante. Entretanto, ela
não pode fazer isso a contento atualmente, visto que muitas das informações necessárias ao
diagnóstico estratégico não são do conhecimento da alta direção da empresa e outras tantas
ainda precisam ser validadas.

A empresa ainda não possui um SIC, nem qualquer iniciativa neste sentido e as informações,
além de não serem suficientes, estão espalhadas pela empresa, dificultando sua localização e
recuperação em tempo hábil. Outra questão a se considerar é que o ritmo dos negócios e a
competição global estão aumentando rapidamente, as mudanças políticas e tecnológicas são
cada vez mais rápidas e inevitáveis e a sobrecarga de informações é enorme e neste contexto a
criação de um SIC para a ABC torna-se uma questão de sobrevivência, pois trata-se de uma
empresa pequena, de capital nacional, inserida em um setor marcado pela baixa rentabilidade
e sob forte pressão de fornecedores, clientes e concorrentes, que terá que inovar para
sobreviver e alcançar o sucesso sustentável.

Assim, a criação e implementação de um SIC permitirá que a ABC:

   Identifique novas oportunidades de negócios e/ou ameaças;

   Antecipe ações dos concorrentes atuais e mudanças no mercado e identifique concorrentes
   novos ou potenciais;




                                              14
Elabore estratégias para neutralizar o poder dos fornecedores, clientes, concorrentes,
   novos entrantes e produtos substitutos;

   Identifique novas tecnologias, equipamentos, produtos e processos do setor;

   Antecipe mudanças políticas, legislativas e regulatórias que possam afetar o setor;

   Reavalie seu negócio e seus objetivos estratégicos;

   Faça previsões e planejamentos a médio e longo prazo.



III.2. O Sistema de Inteligência Competitiva (SIC)



III.2.1. Objetivos do sistema

Os objetivos do Sistema de Inteligência Competitiva são:

a. Conhecer melhor o ambiente competitivo em que a empresa está inserida, assim como
   seus concorrentes e outros atores do setor e, em função disso, reavaliar o seu negócio,
   rever seu Planejamento Estratégico e propor ações táticas e estratégicas que proporcionem
   uma vantagem competitiva sustentável para a ABC a médio prazo.

b. Monitorar constantemente o ambiente e a concorrência visando identificar novas
   oportunidades de negócios, antecipar ações dos concorrentes, antecipar mudanças
   (políticas, regulatórias, etc.) e ameaças que afetem o setor em questão, e rever seu
   posicionamento estratégico quando necessário.

c. Disponibilizar informações “com valor agregado”, que apóiem as decisões dos níveis
   táticos e estratégicos da empresa.



III.2.2. Metodologia utilizada

O projeto de Inteligência Competitiva é um projeto de Gestão do Conhecimento em que de
forma contínua, as necessidades informacionais são levantadas, as informações coletadas,
tratadas e analisadas, e os produtos finais deste processo disponibilizados aos interessados, de
forma a gerar ações e/ou decisões a partir dos mesmos.

Assim, são cinco as etapas que compõem a metodologia utilizada na criação de um SIC para a
ABC:

a. Identificação das necessidades de informação;

b. Identificação e classificação das fontes de informação, coleta e tratamento das
   informações;


                                              15
c. Análise das informações;

d. Geração/disseminação das informações analisadas;

e. Avaliação do Sistema.



III.2.3. Preparação para a implementação do SIC



III.2.3.1.Estrutura do SIC


a. Recursos Humanos

   Recomenda-se a contratação de um responsável pela implementação do SIC na empresa
   (gerente ou analista de informações).



   Características/perfil desejados:

      Facilidade de relacionamento interpessoal

      Comportamento ético

      Criatividade e determinação

      Habilidades para entrevistar

      Habilidades para redigir

      Habilidades analíticas

      Conhecimento geral amplo

      Bom trânsito entre os principais executivos

      Experiência nos métodos e sistemas de busca/pesquisa de informações



   Atribuições:

      Identificar as necessidades de informação dos usuários

      Coletar/pesquisar e analisar as informações

      Criar e distribuir os produtos de IC

      Proteger os produtos de IC de apropriação indébita

      Manter a qualidade das informações geradas pelo sistema


                                             16
Entender continuamente as necessidades dos usuários do sistema em relação à IC

      Sensibilizar continuamente a organização sobre a importância do SIC

      Construir rede interna e externa de contatos através de seu relacionamento interpessoal

      Interagir com os principais executivos da empresa alimentando-os de informações
      úteis para a tomada de decisão



   Observações:

      O responsável pelo SIC, assim como a empresa, devem ter em mente que algumas
      tarefas do sistema podem ser terceirizadas (pesquisas de mercado por exemplo podem
      ser encomendadas a firmas especializadas).

      Tal profissional também não é especialista em tudo, portanto principalmente na etapa
      de análise das informações obtidas, ele deve trabalhar em conjunto com especialistas
      no assunto em questão, que podem ser identificados no inventário resultante da
      auditoria informacional.

      Independentemente da função que será exercida pelo responsável pelo SIC, ele deve
      conhecer o negócio da empresa para facilitar o entendimento das questões levantadas,
      a análise das informações obtidas e a preparação dos produtos finais. Assim
      recomenda-se que durante um mês após sua contratação, o responsável pelo SIC seja
      submetido a um treinamento, programa ou imersão para tal.

      Posteriormente, conforme a volatilidade do setor, o orçamento disponível, a demanda
      por informações e o próprio sucesso do sistema, o SIC poderá crescer e contar com
      mais profissionais (equipe ideal: pesquisadores, analistas e gerente).



b. Localização do SIC

   Recomenda-se que o SIC seja alocado o mais próximo possível dos tomadores de decisão,
   pois é fundamental para o sucesso do trabalho que esse relacionamento seja o mais estreito
   possível e que não haja burocracias que o prejudiquem. Além disso, ele deve ser bem
   visível dentro da empresa para que não haja dúvidas quanto à ética e legalidade de suas
   atividades e deve ter fortes ligações com outros departamentos, para viabilizar o acesso às
   informações internas sem problemas.



III.2.3.2.Auditoria Informacional

   Antes da implementação do SIC recomenda-se fortemente a realização de uma auditoria
   informacional, ou seja, o mapeamento e identificação das fontes de informação espalhadas


                                             17
pela empresa (arquivos, manuais, bases de dados, especialistas de cada área, etc.), gerando
   um inventário de informações e conhecimentos internos relativos às pessoas e à empresa.
   Isso porque um SIC precisa tanto de informações externas quanto internas, e essas últimas
   são muitas vezes negligenciadas pela própria empresa.



III.2.3.3.Programa de Incentivos

   Um dos fatores críticos para o sucesso de um SIC é que todos os colaboradores da
   empresa estejam envolvidos de modo a compartilhar suas informações e alimentar o
   sistema. Assim, recomenda-se que a curto/médio prazo a empresa estude, crie e
   implemente um programa de incentivos para tal, que poderia ser na forma de bonificações
   em dinheiro, cursos, livros, reconhecimento, etc..



III.2.3.4.Endomarketing/Palestras de Sensibilização

   Para que o SIC tenha sucesso também é necessário conscientizar a empresa, seus
   principais executivos e demais colaboradores da importância da informação competitiva
   nos dias atuais e da criação de um SIC, e de que tipo de informações o sistema necessitará,
   conquistando assim seu comprometimento e participação.



III.2.4.Fatores críticos de sucesso de um SIC


   Constância no monitoramento

   O acompanhamento do ambiente e a divulgação das análises têm que ser constantes e não
   limitados a ocasiões especiais.

   Longevidade

   Ter em mente que o retorno de um SIC só aparece em termos de valor para a empresa a
   longo prazo.

   Envolvimento de toda empresa

   Os melhores programas estão nas empresas que incentivaram todos os seus funcionários a
   contribuírem regularmente com informações, assim as palestras de sensibilização e a
   implementação de um programa de incentivo ao compartilhamento de informações são
   iniciativas importantes para o sucesso do sistema.




                                             18
Entendimento claro e correto das informações que o SIC pretende buscar, necessárias à
   tomada de decisão

   Se isto não acontecer, dificilmente os produtos gerados pelo SIC contribuirão efetivamente
   para a solução dos problemas da empresa, invalidando os resultados do mesmo e
   condenando-o ao fracasso.

   Alinhamento correto com a estratégia da empresa pois deve gerar resultados

   Apoio da alta gerência (convencimento, participação e comprometimento)

   Equipe adequada, tecnologia e todos os recursos necessários e adequados à execução de
   suas atividades

   A empresa deve ser capaz de oferecer todo investimento necessário para tal e além disso
   ter em mente que dentro de um SIC, as tecnologias de informação são um meio e não um
   fim.

   Definição dos prazos para receber os produtos do SIC

   De nada adiantarão os esforços envolvidos na elaboração dos produtos se os mesmos
   alcançarem os usuários depois do prazo estabelecido. Isso porque todas as decisões devem
   ser tomadas em um determinado intervalo de tempo e além disso todas as informações têm
   um tempo de vida útil.



III.2.5.Construção do SIC



III.2.5.1.Identificação das necessidades de informação

   A primeira parte do SIC é baseada no Modelo das Cinco Forças de Porter adaptado, no
   qual são definidos os setores e os atores do ambiente externo que mais afetam o negócio
   de uma organização.

   A partir das entrevistas realizadas com a alta direção da empresa e das análises
   estratégicas efetuadas, incluindo a análise do ambiente competitivo utilizando-se o
   Modelo de Porter, foram identificadas as necessidades de informação dos usuários e
   definidas as questões relevantes sobre o ambiente competitivo que deverão ser
   respondidas pelo SIC, visando apoiar a tomada de decisões, assim como os setores
   (vigilâncias) que deverão ser monitorados para o negócio da ABC.

   Apresentamos as tabelas 2, 3 e 4 a seguir, com as questões relevantes definidas para a
   ABC associadas a cada uma das vigilâncias. Com relação à Vigilância Social, é irrelevante
   para a empresa neste momento.



                                            19
Vigilância Política:

       É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre leis, decretos, etc., que
       podem afetar o negócio do ponto de vista das ações do governo.

       Vigilância Tecnológica:

       É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre pesquisa básica e
       aplicada, desenvolvimento de novos produtos, serviços e/ou processos, etc., ou seja,
       informações que podem afetar o negócio do ponto de vista tecnológico.

       Vigilância Econômica:

       É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre linhas de
       financiamento, impostos, incentivos fiscais, etc., ou seja, informações que podem
       afetar o negócio do ponto de vista da economia.

       Vigilância Social:

       É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre infra-estrutura social,
       segurança da região, mão-de-obra, etc., ou seja, informações que podem afetar o
       negócio do ponto de vista da sociedade.




Códigos       Questões
Q611A         Quais as leis, regulamentações e normas que regulam e/ou afetam o setor?
Q411          Existe algum tipo de protecionismo, restrição ou impedimento à exploração
              do negócio?
Q611B         Existe alguma regulamentação quanto às relações concorrenciais, às
              condições de acesso à distribuição e/ou quanto aos preços de venda dos
              produtos?
Q611C         Quais os projetos/políticas governamentais em trânsito que afetam o setor?
Q612          Qual a tendência de novas/outras medidas governamentais que afetem o
              mercado?
Q613          Quanto à política internacional do governo, que acordos internacionais em
              trânsito poderiam influenciar o desenvolvimento do mercado interno, a
              obtenção de matérias-primas e de outros bens ou serviços, etc.?
Q222          Qual a influência dos sindicatos/associações de classe neste setor e o que há
              em trânsito no que se refere a estes órgãos que possa afetar o mesmo?
Q223          Quais são as leis trabalhistas do setor e como o afetam?
Tabela 2 – Tabela de Questões Relevantes para a ABC – Vigilância Política. Fonte: elaboração própria, 2003.




                                                   20
Códigos        Questões
 Q511A          Existem novas/outras tecnologias, equipamentos e/ou processos para o
                negócio em questão?
 Q511B          Que tecnologias emergentes podem afetar o setor?
 Q323           Existem outras alternativas/alternativas mais avançadas no que se refere aos
                padrões de segurança?
 Q313A          Existem outras alternativas/alternativas mais avançadas no que se refere à
                manutenção dos equipamentos?
 Q313B          Existem novas técnicas/técnicas mais avançadas de gestão da produção?
 Q512A          Que produtos/serviços substitutos podem ameaçar o negócio em questão?
 Q512B          Como e quanto os produtos/serviços substitutos ameaçam a existência do
                negócio?
 Q512C          Que vantagens/mudanças os produtos/serviços substitutos exploram?
 Q223           Existem outras alternativas/novas matérias-primas ou materiais neste negócio?
 Q111           Que produtos, processos e serviços novos posso desenvolver e lançar/oferecer
                aos clientes?
 Q112           Como posso melhorar a qualidade dos produtos/serviços atuais?
Tabela 3 – Tabela de Questões Relevantes para a ABC – Vigilância Tecnológica. Fonte: elaboração própria, 2003.




 Códigos        Questões
 Q111A          Quais são os clientes atuais?
 Q111B          Quais são os clientes potenciais?
 Q111C          Quais são as necessidades/preferências dos clientes habituais e potenciais?
 Q221A          Como estão os fornecedores atuais?
 Q221B          Quem são os fornecedores potenciais?
 Q311A          Quem são os concorrentes atuais?
 Q411A          Quem são os novos entrantes?
 Q411B          Quais são as barreiras à entrada de novos concorrentes neste setor?
 Q311B          Quem são os concorrentes potenciais?
 Q311C          Como está a performance dos concorrentes atuais?
 Q311D          Análise da concorrência: preços praticados; produtos e serviços oferecidos e
                qualidade dos mesmos; tecnologias, equipamentos e processos utilizados;
                posição no mercado; situação financeira; imagem.
 Q312A          Quais são as estratégias, objetivos e próximas ações da concorrência?
 Q312B          Quais são os pontos fracos e fortes da concorrência?
 Q312C          Quais as oportunidades e ameaças encontradas pela concorrência?
 Q221C          Existem alternativas para parcerias/alianças estratégicas com fornecedores?


                                                     21
Q111D          Existem alternativas para parcerias/alianças estratégicas com clientes?
Q313           Existem alternativas/possibilidades de fusões/aquisições?
Q312D          É possível driblar a sazonalidade do setor e ter mais regularidade no negócio?
Q222A          Existem linhas de financiamento disponíveis para o setor?
Q222B          Existem fontes de financiamento públicas ou privadas interessadas em investir
               no setor (fundos de investimento, fundos setoriais, etc.)?
Q222C          Existem incentivos fiscais para o setor?
Tabela 4 – Tabela de Questões Relevantes para a ABC – Vigilância Econômica. Fonte: elaboração própria, 2003.



Como nosso método começa com a análise do setor no qual a empresa está inserida
utilizando o Modelo das Cinco Forças de Porter adaptado, criamos as Matrizes de
Identificação das Necessidades de Informação, onde relacionamos cada questão relevante
identificada a uma área interna da empresa, a um ator externo do cenário estabelecido
(cliente, fornecedor, etc.) e a uma vigilância selecionada, e estabelecemos uma prioridade
para que ela seja respondida, visando auxiliar a revisão da estratégia da empresa, assim
como ajudar o analista de informações a priorizar seu trabalho de busca e análise de
informações.

Apresentamos as tabelas 5, 6 e 7 a seguir, referentes às Matrizes de Identificação das
Necessidades de Informação da ABC relacionadas respectivamente às tabelas 2, 3 e 4
apresentadas anteriormente.




Área interna            CL              FN                CC            NE               PS           Outros
da empresa                                                                                            atores
                                                                                                     externos
Gerência                                                           Q411                             Q611A
comercial e                                                                                         Q611B
industrial                                                                                          Q611C
                                                                                                    Q612
                                                                                                    Q613
Gerência RH                        Q222
e financeira                       Q223
            Tabela 5 – Matriz de Identificação das Necessidades de Informação da ABC – Vigilância Política.
Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como
                  transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001.




                                                     22
Área interna            CL              FN                CC            NE               PS           Outros
da empresa                                                                                            atores
                                                                                                     externos
Gerência           Q111                            Q313A                           Q511A
comercial e        Q112                            Q313B                           Q511B
industrial                                                                         Q512A
                                                                                   Q512B
                                                                                   Q512C
Gerência RH                        Q223            Q323
e financeira
          Tabela 6 – Matriz de Identificação das Necessidades de Informação da ABC – Vigilância Tecnológica.
Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como
                  transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001.




Área interna            CL              FN                CC            NE               PS           Outros
da empresa                                                                                            atores
                                                                                                     externos
Gerência           Q111A                           Q312A           Q411A
comercial e        Q111B                           Q312B           Q411B
industrial         Q111C                           Q312C
                   Q111D                           Q312D
                                                   Q313
                                                   Q311A
                                                   Q311B
                                                   Q311C
                                                   Q311D
Gerência RH                        Q222A
e financeira                       Q222B
                                   Q222C
                                   Q221A
                                   Q221B
                                   Q221C
          Tabela 7 – Matriz de Identificação das Necessidades de Informação da ABC – Vigilância Econômica.
Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como
                  transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001.




                                                     23
Legenda:

   CL - Clientes
   FN - Fornecedores
   CC - Concorrentes
   NE - Novos Entrantes
   PS - Produtos Substitutos
   Q XYZW - Questão relevante XYZW
   X - Nº da coluna do ator externo a que a questão está associada
   Y - Nº da linha da área interna da empresa a que a questão está associada
   Z - Nº que indica a prioridade com que a questão deve ser respondida, a saber: 1 - Alta, 2 - Média, 3 - Baixa
   W - Letra acrescentada para diferenciar questões relevantes associadas ao mesmo ator externo, à mesma área
        interna da empresa, com a mesma prioridade de resposta, dentro da mesma vigilância.



III.2.5.2.Identificação e classificação das fontes de informação, coleta e tratamento das
informações

   Definidas as questões relevantes, foram então levantadas as fontes de informação a serem
   utilizadas na coleta de informações, relacionadas a seguir.

   Fontes de informação potenciais:

       Jornais

       Revistas/publicações especializadas

       Conferências, seminários e palestras

       Cursos e treinamentos

       Congressos e feiras

       Clippings

       Relatórios setoriais

       Relatórios de bancos de investimento/analistas

       Balanços e relatórios anuais

       Relatórios de empresas

       Bancos/bases de dados online

       Internet

       Pesquisas contratadas


                                                      24
Materiais dos concorrentes

   Entrevistas com fornecedores

   Entrevistas com clientes

   Entrevistas com consultores/especialistas do setor

   Networking

   Entrevistas com especialistas internos

   Sistemas/bancos internos de informações

   Sindicatos

   Associações de classe

   Etc.



Tais fontes potenciais serão posteriormente analisadas e selecionadas, e as fontes definidas
como necessárias para responder as questões relevantes, que podem ser de origem interna
ou externa à empresa, serão classificadas segundo sua estrutura, conteúdo, confiabilidade e
tipo de vigilância requerido, conforme exemplos na tabela 8 a seguir.


Título                   Estrutura               Conteúdo             Confiabilidade
Revista AUTODATA         1                       2                    3
Panorama Setorial da     1                       2                    3
Gazeta Mercantil
(Autopeças)
LAFIS (Estudo            1                       2                    3
Setorial Autopeças)
www.lafis.com.br
AE Setorial              1                       2                    3
Automotivo
www.aesetorial.com.br
SERASA (Balanços de      1                       2                    3
Empresas)
www.serasa.com.br
ANFAVEA                  1/2                     2                    2/3
(Associação Nacional
dos Fabricantes de
Veículos
Automotores)
www.anfavea.com.br
ELETROS                  1/2                     2                    2/3
(Associação Nacional
de Fabricantes de


                                            25
Produtos
Eletroeletrônicos)
www.eletros.org.br
ABINEE                         1/2                         2                          2/3
(Associação Brasileira
da Indústria Elétrica e
Eletrônica)
www.abinee.org.br
SINDIPEÇAS                     1/2                         2                          2/3
(Sindicato Nacional da
Indústria de
Componentes para
Veículos
Automotores)
www.sindipecas.org.br
Jornal Gazeta                  1                           2                          2/3
Mercantil
Jornal Valor                   1                           2                          2/3
Econômico
         Tabela 8 – Matriz de Classificação das Fontes de Informação da ABC – Vigilância Econômica.
Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como
                  transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001.


Legenda:
Estrutura:                                Conteúdo:                           Confiabilidade:
1 – Formal                                1 – Primária                        1 - Alto risco
2 – Informal                              2 – Secundária                      2 - Confiança subjetiva
                                                                              3 - Altamente confiável

Coletadas as informações, as mesmas deverão ser organizadas, classificadas, indexadas e
resumidas conforme exemplos na tabela 9 a seguir, visando facilitar sua recuperação
quando necessário.


Título                     Informação         Relevância        Confiabilidade      Resumo             Descritores
LAFIS                      Estudo    Setorial 1                 3                   Relatório setorial Panorama do
www.lafis.com.br           Autopeças                                                contendo ranking setor
                           (18.12.2002)                                             e desempenho
                                                                                    das principais
                                                                                    empresas,
                                                                                    faturamento do
                                                                                    setor,
                                                                                    segmentação da
                                                                                    demanda e da
                                                                                    oferta, dados de
                                                                                    importação e
                                                                                    exportação,
                                                                                    fornecedores de
                                                                                    insumos,
                                                                                    investimentos,
                                                                                    perspectivas para
                                                                                    o setor, etc.



                                                      26
SERASA                     Balanço                3             3                    Balanço            Balanços
www.serasa.com.br          Financeiro da                                             Financeiro da      financeiros
                           DANISA                                                    DANISA             de empresas
                           (2002)
SINDIPEÇAS                 Informativo            1             3                    Informativo     Panorama do
www.sindipecas.org.br      Sindipeças                                                mensal contendo setor
                           (julho 2003)                                              informações
                                                                                     sobre
                                                                                     desempenho do
                                                                                     setor, mercado
                                                                                     de reposição,
                                                                                     negociações
                                                                                     internacionais
  Tabela 9 – Matriz de Tratamento e Avaliação das Fontes de Informação da ABC – Vigilância Econômica.
Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como
                  transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001.




Legenda:

Relevância:                                Confiabilidade:           Descritores:

1 - Essencial                              1 - Alto risco            Palavras-chaves que

2 - Muito relevante                        2 - Confiança subjetiva   descrevem o

3 - Relativa relevância                    3 - Altamente confiável   conteúdo do item

4 – Irrelevante                                                      de informação



Observações:

     O analista de informação (AI) deverá proceder à coleta de dados/informações nas
     fontes definidas periodicamente e também em casos de necessidade de informações
     pontuais, e inseri-las no sistema criado.

     A Matriz de Tratamento e Avaliação das Informações pode adicionalmente ser
     inserida no sistema de informações internas da empresa de modo que não só o AI, mas
     também os demais colaboradores da empresa, possam submeter informações que
     julgarem pertinentes, bem como consultá-las. Entretanto, antes de serem
     disponibilizadas para a empresa, tais informações devem ser sempre checadas e
     validadas/corrigidas pelo AI, visando evitar que informações incorretas ou
     desnecessárias sejam colocadas no sistema prejudicando sua credibilidade. Da mesma
     forma, os usuários do sistema também podem sugerir novas fontes de informação ao
     SIC.




                                                      27
III.2.5.3.Análise das informações

   Nesta etapa o AI deve, com base em seu conhecimento e experiência pessoais e também
   em seu conhecimento sobre o negócio, proceder à análise das informações obtidas e
   tratadas na fase anterior de modo a gerar os produtos “analisados”, com valor agregado,
   que apoiarão a tomada de decisões estratégicas, ou em outras palavras, os produtos
   propriamente ditos do SIC.

   Observações:

      Conforme dito anteriormente, o AI não é especialista em tudo e se for necessário pode
      e deve contar nesta etapa com os especialistas no assunto em questão, identificados
      quando da realização da auditoria informacional.

      Diversas metodologias podem ser utilizadas para auxiliar as análises conforme as
      questões a serem respondidas. No caso da ABC, levando-se em conta o diagnóstico
      estratégico realizado e as questões relevantes levantadas, recomenda-se a utilização do
      Modelo das 5 Forças (Porter), da Análise SWOT e do Benchmarking Competitivo num
      primeiro momento, e a Construção de Cenários num estágio mais avançado. Porter e
      Cenários são interessantes para a análise do ambiente competitivo, enquanto que
      SWOT e Benchmarking Competitivo são ferramentas utilizadas para análise da
      concorrência.



III.2.5.4.Geração/Disseminação das informações analisadas

   O SIC da ABC deverá entregar dois tipos de produtos:

   1. Boletins ou Relatórios Pontuais:

      Preparados para atender solicitações específicas de usuários específicos quando da sua
      solicitação, e enviados para os mesmos via correio eletrônico quando da sua
      solicitação.

   2. Boletins Mensais:

      Preparados mensalmente e enviados via correio eletrônico para as Gerências Industrial/
      Comercial e/ou RH/Financeira conforme o assunto em questão. O conteúdo de tais
      boletins fornecerá subsídios para que as questões relevantes identificadas na etapa 1 da
      construção do SIC possam ser respondidas.

   Observações:

      Recomenda-se que tais produtos sejam inseridos no sistema de informações internas
      da empresa para que fiquem à disposição de todos os seus colaboradores e para que
      possam ser facilmente recuperados quando necessário.



                                             28
III.2.5.5.Avaliação do Sistema

   Uma vez implementado e funcionando, é importante que o SIC criado seja constantemente
   avaliado, visando estar sempre alinhado à estratégia da empresa, sob 3 aspectos:



   1. Quanto ao desempenho de cada uma das etapas que compõem o sistema:

          As fontes selecionadas são adequadas?

          O formato dos produtos gerados é adequado?

          O método de análise utilizado é o melhor?



   2. Quanto aos resultados práticos obtidos com o uso dos produtos gerados pelo sistema
      pelos seus usuários



   3. Quanto à adequação dos produtos disseminados com as necessidades reais de
      informação da empresa



   Assim, recomenda-se que as avaliações do SIC da ABC sejam feitas constantemente:



   1. Através de pesquisas sobre a satisfação dos usuários com os produtos recebidos

      Para tanto deve-se enviar o Formulário de Avaliação dos Produtos do SIC (anexo 3)
      junto com os Boletins/Relatórios Pontuais ou Mensais gerados para o(s) usuário(s) em
      questão.



   2. Através de avaliações econômicas (indicadores) dos resultados obtidos com decisões
      tomadas com base na inteligência adquirida. Exemplos de indicadores poderiam ser:
      produtividade, redução de custos, investimentos em qualidade, pessoal, etc.



   3. Através de discussões entre o AI e os usuários do sistema visando analisar e otimizar
      cada etapa do SIC




                                            29
IV. Plano de Ação relativo ao Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC




Objetivo: Criação e implementação de um SIC                                                                                        1/3
Empresa: ABC
Início: setembro/2003
                  Atividades                        Responsáveis             Prazos                    Cronograma (mês)
                                                                             (meses)
                                                                                       1   2   3   4    5   6   7   8     9   10 11 12
Contratação do responsável pelo SIC              Ger. RH/Financeiro            1
Treinamento/imersão do responsável pelo SIC      Ger. RH/Financeiro            1
Auditoria Informacional                          Analista Informações          1
Análise, seleção e classificação das fontes de   Analista Informações          2
informação a serem utilizadas pelo SIC
Definição dos formatos dos produtos do SIC       Analista Informações          2
(boletins pontuais e mensais)
Avaliação e aquisição das TICs que poderiam      Analista Informações          2
apoiar cada etapa do SIC                           Responsável TI
Palestra de sensibilização/workshop inicial      Analista Informações          1
(apresentação do SIC à empresa)




                                                                        30
Objetivo: Criação e implementação de um SIC                                                                                          2/3
Empresa: ABC
Início: setembro/2003
                  Atividades                          Responsáveis             Prazos                    Cronograma (mês)
                                                                               (meses)
                                                                                         1   2   3   4    5   6   7   8     9   10 11 12
Definição e divulgação dos indicadores,            Analista Informações          2
método de coleta e análise, que serão utilizados   Ger. RH/Financeiro
na avaliação do SIC                                  Ger. Com./Ind.
Definição e divulgação dos indicadores de          Analista Informações          2
sucesso de projetos de GC, método de coleta e      Ger. RH/Financeiro
análise, que serão utilizados na avaliação do        Ger. Com./Ind.
projeto
Definição e divulgação dos indicadores             Analista Informações          2
estratégicos do BSC, método de coleta e            Ger. RH/Financeiro
análise, que serão utilizados na avaliação do        Ger. Com./Ind.
projeto
1ª Palestra de sensibilização periódica            Analista Informações          1
(apresentação do status do sistema, primeiros
resultados e benefícios alcançados)




                                                                          31
Objetivo: Criação e implementação de um SIC                                                                                                       3/3
Empresa: ABC
Início: setembro/2003
                 Atividades                            Responsáveis              Prazos                             Cronograma (mês)
                                                                                 (meses)
                                                                                                 1    2    3    4    5       6   7   8   9   10 11 12
Análise, criação e implementação de um             Analista Informações              1
programa de incentivos ao compartilhamento         Ger. RH/Financeiro
de informações                                       Ger. Com./Ind.
1ª Análise de desempenho e otimização das          Analista Informações              2
diversas etapas que compõem o SIC
1ª Avaliação do alinhamento do SIC à               Analista Informações              2
estratégia da empresa e correções                  Ger. RH/Financeiro
                                                     Ger. Com./Ind.
1ª Avaliação do tamanho da equipe do SIC           Analista Informações              1
                                                   Ger. RH/Financeiro
                                                     Ger. Com./Ind.
                                       Figura 2: Plano de Ação relativo ao Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC.
                                                                 Fonte: elaboração própria, 2003.




                                                                           32
V. Avaliação do Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC


Um projeto de Gestão do Conhecimento deve ser periodicamente avaliado, acompanhando-se
o impacto do mesmo na empresa e verificando-se o preenchimento dos gaps identificados e o
cumprimento dos objetivos estratégicos.

Para tanto, uma vez que é difícil quantificar os retornos provenientes do conhecimento, é
preciso basear-se em indicadores mais gerais de sucesso.

Recomenda-se então que no caso da ABC o projeto seja periodicamente avaliado após sua
implementação, pelo AI em conjunto com os usuários do sistema, de duas maneiras:



1.   Através de indicadores de sucesso propriamente ditos de projetos de GC tais como:

     Crescimento dos recursos vinculados ao projeto, incluindo pessoal e orçamentos;

     Crescimento do volume de conteúdo e de uso do conhecimento;

     Probabilidade de que o projeto se sustente na ausência de um ou dois indivíduos
     específicos;

     Familiaridade com os conceitos de conhecimento e Gestão do Conhecimento em toda a
     empresa;

     Alguma evidência de retorno financeiro, seja com relação à atividade de Gestão do
     Conhecimento em si ou à empresa como um todo.



2.   Através de indicadores de desempenho, tais como os descritos a seguir, utilizando-se para
     tanto a ferramenta Balanced Scorecard (BSC):

     Perspectiva financeira: faturamento, percentual de custos, percentual de lucros, etc.;

     Perspectiva cliente: índice de satisfação do cliente, market share, etc.;

     Perspectiva processo: produtividade, percentual de serviços criados, percentual de
     informatização, etc.;

     Perspectiva renovação e desenvolvimento: horas de treinamento, percentual de soluções
     implementadas vindas de funcionários, percentual de rotatividade, etc..




                                                 33
VI. Conclusões e Recomendações Finais



   O efetivo sucesso de um SIC depende em parte dos fatores identificados no item Fatores
   críticos de sucesso de um SIC e portanto recomenda-se que sejam monitorados,
   respeitados e seguidos.

   Recomenda-se a realização de uma palestra de sensibilização/workshop inicial visando
   apresentar o projeto e os benefícios esperados com o mesmo à empresa, e palestras de
   sensibilização periódicas visando apresentar o status do sistema e os resultados e
   benefícios alcançados (feedback). Com isso é possível manter a alta direção da empresa e
   demais colaboradores constantemente informados, envolvidos, comprometidos e
   motivados no que se refere ao SIC.

   É preciso não esquecer que as tecnologias de informação e comunicação são um meio e
   não um fim dentro de um projeto de Gestão do Conhecimento e que, portanto, não se deve
   começar a montar um SIC a partir de uma ferramenta tecnológica. Assim, recomenda-se
   que num primeiro momento sejam verificadas que TICs (que a empresa já possui ou que
   podem ser facilmente adquiridas) poderiam apoiar as diversas fases do SIC de uma forma
   mais genérica e não muito profunda. Um projeto mais ambicioso neste sentido só poderá
   efetivamente ser realizado quando a empresa estiver mais preparada para receber uma
   ferramenta automatizada e quando o SIC estiver funcionando eficazmente por cerca de
   dois anos. Isso evitará que a instalação prematura de um pacote de tecnologia ou a seleção
   errada de um software afetem seriamente o sistema.

   Periodicamente deve-se avaliar se o SIC implementado continua adequado às
   necessidades de informação dos usuários e constantemente alinhado à estratégia da
   empresa, se os resultados esperados estão sendo alcançados na prática e se as diversas
   fases que compõem o sistema poderiam ser otimizadas, e com base nisso propor/efetuar
   correções/melhorias.

   Uma vez implementado o SIC e verificado se o negócio da ABC continua interessante, a
   questão pode ser então desenvolver as competências internas da empresa, remanejar os
   colaboradores de forma a colocar as pessoas certas nos lugares certos e reestruturar as
   áreas e/ou processos da empresa de forma a se adaptar às novas oportunidades de
   negócios, novas tecnologias, ações dos concorrentes, etc. identificadas graças à criação e
   implementação do SIC. Isso poderia ser conseguido com um projeto de Páginas Amarelas
   que recomendamos fortemente que seja feito na seqüência.

   Um outro projeto de Gestão do Conhecimento, que acreditamos caberia bem na ABC num
   futuro próximo, é a criação de um Portal do Conhecimento a partir das informações que a
   empresa já possui e das que passará a possuir uma vez que o SIC esteja efetivamente
   funcionando. Ele possibilitará que o conhecimento interno relativo às pessoas e à empresa


                                            34
seja estruturado de forma objetiva e organizada, permitindo seu acesso fácil e rápida
localização, e em última instância também possibilitará que parceiros externos da ABC
(clientes, fornecedores, etc.) tenham acesso às suas informações se e quando necessário.




                                         35
VII. Bibliografia


   CAVALCANTI, Marcos e GOMES, Elisabeth. “Quanto vale o mercado de Gestão do
   Conhecimento no Brasil?” Revista Inteligência Empresarial, n.9. Rio de Janeiro: E-
   Papers, outubro de 2001.

   CAVALCANTI, Marcos, GOMES, Elisabeth e PEREIRA, André. Gestão de Empresas
   na Sociedade do Conhecimento: um roteiro prático para a ação. Rio de Janeiro: Campus,
   2001.

   GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane. Inteligência Competitiva: como transformar
   informação em um negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Campus, 2001.

   PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias e da
   Concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986.

   SERRA, Fernando A. Ribeiro, TORRES, Maria Cândida S. e TORRES, Alexandre Pavan.
   Administração Estratégica: Conceitos, Roteiro Prático e Casos. Rio de Janeiro:
   Reichmann & Affonso Editores, 2003.




                                          36
VIII. Anexos




    37
Anexo 1:

     Organograma da ABC




              Gerência                              Gerência Comercial e
            Administrativa                               Industrial
             Financeira                                    GCI
               GAF                                                                           Gerência da Garantia
                                                                                                da Qualidade
                                                                                                 ICQ / RAA
                   Enc. Recursos Humanos
                           FRH
                                                                Enc. Logística

                                                                    ILG                             Coord. Sistema da
                   Segurança do trabalho                                                               Qualidade
                         Terceiro
                                                                                                          ICQ

                   Medicina do trabalho                                          Motorista
                        Terceiro                                                   ILG                Administr. da
                                                                                                       Qualidade

                                                                                                          IAQ

    Auxiliar                                Líder Manut. e          Líder de            Líder de         Líder de
  Administrativo          Compras           Ferramentaria           Produção           Expedição      Recebimento/
                            FCP                                                                       Inspeção Final
       FFI                                      IFM                   IPR                IEP              I R E




Contabilidade        Administração         Ferramenteiro          Prensistas e                         Serv. ensaios
  Terceiro              Pessoal             e Fresador            Soldadores                           e calibração
   FCO              Terceiro F A P             IFM                   IPR                               Terceiro I M T




                                                      Fonte: ABC, 2003.




                                                           38
Anexo 2:

Indicadores Econômicos de Desempenho da ABC




  500

  400

  300

  200                                                                                 faturam.
                                                                                      dividas
  100                                                                                 fluxo caixa

    0
         Fev




         Fev




         Fev




         Fev
         Nov




         Nov




         Nov




         Nov
         Mai




         Mai




         Mai




         Mai
         Mar




         Mar




         Mar




         Mar
         Ago


         Dez




         Ago


         Dez




         Ago


         Dez




         Ago


         Dez
         Set




         Set




         Set




         Set
         Jan




         Jan




         Jan




         Jan
         Abr




         Abr




         Abr




         Abr
          Jul

         Out




          Jul

         Out




          Jul

         Out




          Jul

         Out
         Jun




         Jun




         Jun




         Jun
  -100
              2000               2001                2002              2003
  -200


Gráfico 1 – Evolução dos Indicadores Econômicos de Desempenho da ABC nos últimos três anos (valores
                                  em R$ x 1000). Fonte: ABC, 2003.




                                                39
Anexo 3:

Formulário de Avaliação dos Produtos do SIC da ABC



                           Formulário de Avaliação dos Produtos do SIC


Favor preencher o questionário abaixo e enviar ao SIC assim que possível. Sua avaliação,
comentários e sugestões são importantes para que possamos reavaliar e aperfeiçoar
continuamente o SIC, de modo a oferecer sempre produtos de alta qualidade que efetivamente
satisfaçam suas necessidades.

Nome:
Área:
Telefone:
E-mail:
Data:

1. Você está satisfeito com o formato e a forma de entrega dos produtos?
              Sim
              Não. Por quê?
              Em parte. Por quê?

2. Você está satisfeito com a periodicidade dos produtos?
              Sim
              Não. Por quê?
              Em parte. Por quê?

3. O conteúdo dos produtos atendeu as suas necessidades de informação?
            Sim
            Não. Por quê?
            Em parte. Por quê?

4. Do ponto de vista dos resultados práticos obtidos, de que forma o conteúdo dos
   produtos contribuiu para melhorar o seu trabalho?

5. Que outras necessidades de informação você possui/gostaria de ver atendidas?

6. Comentários e sugestões:
        __________________________________________________________________
        __________________________________________________________________
        __________________________________________________________________


  Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como
                    transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001.




                                                       40

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Projeto de Inteligência Competitiva

  • 1. CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR METALÚRGICO Daniel Carajiliascov Filho Sônia Cristina Katko PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM GESTÃO DO CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL Aprovado por: __________________________________________ Raquel Borba Balceiro, M. Sc. __________________________________________ Marcos do Couto Bezerra Cavalcanti, D.Sc. __________________________________________ Elisabeth Braz Pereira Gomes, M. Sc. RIBEIRÃO PRETO, SP – BRASIL AGOSTO DE 2003
  • 2. CARAJILIASCOV FILHO, DANIEL; KATKO, SÔNIA CRISTINA Criação de um Sistema de Inteligência Competitiva para uma Empresa de Pequeno Porte do Setor Metalúrgico. [São Paulo] 2003 viii, 40p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ, Especialização, Engenharia de Produção, 2003) Projeto Final - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE 1. Inteligência Competitiva 2. Gestão do Conhecimento I. COPPE/UFRJ II. Título ( série ) ii
  • 3. Agradecemos à alta direção da ABC pela oportunidade em realizar este projeto, que entendemos ser de grande importância à estratégia de negócios da empresa e ao nosso desenvolvimento profissional. Agradecemos à nossa orientadora profa. Raquel Balceiro e ao corpo docente da COPPE/UFRJ por terem compartilhado conosco seu conhecimento, levando-nos a importantes reflexões. Agradecemos aos nossos familiares pela compreensão, apoio e incentivo constantes durante todo o curso, e em especial aos nossos pais, que nos proporcionaram a educação e o gosto pelo saber, e a quem dedicamos este trabalho. Daniel Carajiliascov Filho Sônia Cristina Katko iii
  • 4. “ Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas...” SUN TZU iv
  • 5. Resumo do Projeto Final apresentado à COPPE/UFRJ como parte integrante dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Gestão do Conhecimento e Inteligência Empresarial. CRIAÇÃO DE UM SISTEMA DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA PARA UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DO SETOR METALÚRGICO Daniel Carajiliascov Filho Sônia Cristina Katko Agosto/2003 Orientador: Raquel Borba Balceiro, M.Sc. Programa: Engenharia de Produção Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um projeto de Gestão do Conhecimento para uma empresa de pequeno porte do setor metalúrgico, com ênfase na criação de um Sistema de Inteligência Competitiva para a empresa em questão. Nele encontram-se descritos a motivação para o projeto, seu objetivo, a metodologia adotada para sua realização e o plano de ação para a implementação do mesmo. Para a realização deste projeto foram utilizadas algumas ferramentas e conceitos de Planejamento Estratégico, tais como Análise SWOT e Análise do Ambiente Competitivo utilizando o Modelo das Cinco Forças de Michael Porter. v
  • 6. Abstract of Final Project presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Specialist in Knowledge Management and Enterprise Intelligence. CREATION OF A COMPETITIVE INTELLIGENCE SYSTEM FOR A METALLURGIC FIELD SMALL COMPANY Daniel Carajiliascov Filho Sônia Cristina Katko August/2003 Adviser: Raquel Borba Balceiro, M.Sc. Program: Industrial Engineering This work presents the development of a Knowledge Management project for a metallurgic field small company, with emphasis on creation of a Competitive Intelligence System for such company. Motivation for the project, its target, theoretical methodology adopted and the action plan for implementing it, can be found in this work. In order to develop this project some concepts and tools of Strategic Planning have been used, such as SWOT Analysis and Competitive Environment Analysis by using Michael Porter´s Five Forces Model. vi
  • 7. SUMÁRIO I. Introdução ......................................................................................................................1 I.1. Objetivo do projeto..........................................................................................2 I.2. Metodologia utilizada......................................................................................2 I.3. Benefícios esperados .......................................................................................2 II. Diagnóstico Estratégico ................................................................................................3 II.1. Perfil da Empresa ...........................................................................................3 II.1.1. Histórico.................................................................................................3 II.1.2. Definição do Negócio ............................................................................3 II.2. Análise Estratégica da Empresa .....................................................................5 II.2.1. Visão de Mundo.....................................................................................5 II.2.2. Visão de Negócio...................................................................................5 II.2.3. Visão da Empresa ..................................................................................5 II.2.4. Missão da Empresa ................................................................................5 II.2.5. Valores ...................................................................................................6 II.2.6. Vantagem Competitiva ..........................................................................6 II.2.7. Análise SWOT.......................................................................................6 II.2.8. Análise do Ambiente Competitivo – Modelo das 5 Forças ...................8 II.2.9. Análise dos Fatores Críticos de Sucesso do Negócio da Empresa ......11 II.3. Objetivos Estratégicos..................................................................................13 III. O Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC ..................................................14 III.1. Alinhamento do projeto à estratégia da empresa: identificação do tipo mais adequado e justificativa .......................................................................................14 vii
  • 8. III.2. O Sistema de Inteligência Competitiva (SIC) ............................................15 III.2.1. Objetivos do sistema...........................................................................15 III.2.2. Metodologia utilizada .........................................................................15 III.2.3. Preparação para a implementação do SIC ..........................................16 III.2.3.1. Estrutura do SIC.........................................................................16 III.2.3.2. Auditoria Informacional ............................................................17 III.2.3.3. Programa de Incentivos .............................................................18 III.2.3.4. Endomarketing/Palestras de Sensibilização...............................18 III.2.4. Fatores críticos de sucesso de um SIC ...............................................18 III.2.5. Construção do SIC..............................................................................19 III.2.5.1. Identificação das necessidades de informação...........................19 III.2.5.2. Identificação e classificação das fontes de informação, coleta e tratamento das informações ......................................................................24 III.2.5.3. Análise das Informações ............................................................28 III.2.5.4. Geração/Disseminação das Informações Analisadas.................28 III.2.5.5. Avaliação do Sistema.................................................................29 IV. Plano de Ação relativo ao Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC............30 V. Avaliação do Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC ................................33 VI. Conclusões e Recomendações Finais ........................................................................34 VII. Bibliografia ..............................................................................................................36 VIII. Anexos ....................................................................................................................37 viii
  • 9. I. Introdução Vivemos na Sociedade do Conhecimento, um momento em que os fatores de produção que mais agregam valor às empresas não são mais o capital, a terra e o trabalho, mas sim o conhecimento e em que os bens e serviços intangíveis, de alto valor agregado, valem mais que os tangíveis. Neste contexto, predominarão os negócios baseados em produtos e serviços intensivos em conhecimento e triunfarão as empresas com características inovadoras e empreendedoras, pois isso permitirá que conquistem uma vantagem competitiva sustentável, num ambiente de negócios atualmente globalizado e de disputas extremamente acirradas. A partir deste ambiente de mudanças, muitas empresas brasileiras têm buscado formas de implantar projetos de Gestão do Conhecimento. Segundo uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência em Inteligência Empresarial – CRIE, da COPPE/UFRJ em 2001, mais de 75 % das empresas no Brasil já se interessam pelo assunto e os investimentos em projetos de Gestão do Conhecimento deverão continuar crescendo (segundo estimativas, o mercado de Gestão do Conhecimento chegava a algo em torno de 12 bilhões de reais na época da pesquisa). A ABC, empresa de pequeno porte fabricante de artefatos metálicos para autopeças e linha branca principalmente e objeto de nosso estudo, passa, atualmente, por uma fase de dificuldades financeiras. O fluxo de caixa se apresenta constantemente negativo, comprometendo a sobrevivência da empresa. Além disso, encontra-se inserida em um setor de concorrência intensa e bastante fragmentada, caracterizado pela alta sazonalidade, baixa rentabilidade e forte pressão por preços, e ainda é fortemente dependente de clientes e fornecedores. Dessa forma, espera-se que um projeto de Gestão do Conhecimento provenha metodologia para que a empresa conheça melhor o ambiente competitivo, a concorrência e a si mesma e, com base nisso, possa definir uma nova forma de gestão e o caminho a ser seguido para alavancar sua posição no mercado. A ABC ainda não tem nenhuma iniciativa em andamento no que se refere à Gestão do Conhecimento. Entretanto, possui características essenciais em seu ambiente para que uma iniciativa nesse sentido seja bem-sucedida, o que nos motivou a realizar o projeto em questão e a acreditar que ele será um sucesso, alcançando os objetivos a que se propõe. Estas características são: (a) cultura orientada para o conhecimento e com pouca resistência a mudanças, (b) alguma orientação para processos, (c) algum nível de estrutura do conhecimento e (d) alta direção da empresa bastante envolvida, entusiasmada e com forte disposição para patrocinar o projeto. 1
  • 10. I.1. Objetivo do projeto O objetivo deste projeto é, portanto, criar e implementar um Sistema de Inteligência Competitiva (SIC) em uma empresa de pequeno porte do setor metalúrgico. I.2. Metodologia utilizada Visando identificar que projeto de Gestão do Conhecimento estaria mais alinhado com os objetivos estratégicos da ABC, e portanto seria mais adequado às suas necessidades no momento, procedemos primeiramente à realização de um diagnóstico estratégico da empresa. Para tanto fizemos entrevistas com a alta direção da ABC onde levantamos informações sobre a empresa e o ambiente competitivo em que está inserida (mercado e atores). De posse de tais informações, e utilizando ferramentas e conceitos de Planejamento Estratégico (mais especificamente Análise SWOT, Análise do Ambiente Competitivo utilizando o Modelo das 5 Forças de Porter e Análise dos Fatores Críticos de Sucesso do Negócio da Empresa), fizemos um mapeamento interno e externo (setor de atuação, mercado, clientes, fornecedores, concorrentes, etc.) da ABC. Como a ABC ainda não possuía um Planejamento Estratégico, o próximo passo foi ajudar a empresa a definir um com base nesse cenário obtido. Definidos então os objetivos estratégicos, identificamos dois projetos de Gestão do Conhecimento que caberiam aqui, e por razões explicadas mais adiante optamos por fazer um projeto de Inteligência Competitiva para a ABC, cuja metodologia utilizada para a criação do SIC, assim como o plano de ação para sua implementação e avaliação, encontram-se detalhados nos itens III.2.2 e IV respectivamente do trabalho em questão. I.3.Benefícios esperados Espera-se, com este projeto, obter uma vantagem competitiva sustentável, que coloque a empresa em um nível superior a de seus concorrentes, através do monitoramento contínuo do ambiente e da concorrência. Além disso, será possível, a partir dele, desenvolver um banco de conhecimento de forma que o conhecimento interno relativo às pessoas e à empresa, assim como o conhecimento externo adquirido pela mesma, possam ser facilmente acessados e utilizados, não apenas por seus colaboradores, mas também por seus parceiros (clientes, fornecedores, etc.) quando necessário. E ainda, melhorar a troca e o compartilhamento de informações na empresa e melhorar a cultura e o ambiente do conhecimento na mesma. 2
  • 11. II. Diagnóstico Estratégico O diagnóstico estratégico é a primeira etapa da realização de um projeto de Gestão do Conhecimento. Ao optar por implementar uma iniciativa de Gestão do Conhecimento, a empresa deve verificar se ela se encontra alinhada com os objetivos estratégicos estabelecidos. II.1. Perfil da Empresa II.1.1. Histórico A ABC foi fundada em maio de 1992, em São Bernardo do Campo/SP, tendo como principal atividade a prestação de serviços: usinagem de peças e construção de dispositivos e equipamentos mecânicos diversos. Em 1994, diante das necessidades de seus clientes, novas áreas foram implementadas: confecção de moldes e matrizes para estamparia, e visando atender este nicho de mercado, execução da estampagem propriamente dita. Em 1997, diante do fato de que o local de instalação da empresa tornou-se pequeno perante sua capacidade de máquinas instaladas, a ABC mudou-se para um local maior, em Diadema/SP, seu atual endereço. Em fevereiro de 1999, entendendo que desenvolvimento constante e competitividade aliados à qualidade são exigências básicas do mercado, obteve a Certificação ISO 9002. II.1.2. Definição do Negócio A principal atividade (atividade chave) da ABC é a fabricação de artefatos metálicos: autopeças (principalmente) e dispositivos para linha branca, e o setor na qual está inserida é o metalúrgico. As atividades que complementam a atuação da ABC são: 1. Ferramentaria Corte, Dobra, Repuxo e Moldes Protótipos em metal 2. Usinagem 3. Prestação de serviços: pequeno porte, não seriado 3
  • 12. 4. Estamparia 5. Solda Com relação à composição acionária, a ABC é dividida da seguinte maneira: Sócio-Fundador .................. Gerente Comercial/Industrial ..................... 50 % Sócio-Fundador .................. Gerente RH/Financeiro .............................. 50 % Para ilustrar melhor a ABC, apresentamos no anexo 1, o organograma da empresa. A empresa é de pequeno porte, possui em torno de 45 funcionários e o faturamento bruto no último ano foi de R$ 3.260 k. Apresentamos outros indicadores econômicos no anexo 2. Os fatores que determinam a qualidade dos produtos, podem ser definidos como: 1. Bom processo de fabricação 2. Ferramental, máquinas e matérias-primas adequados 3. Operadores qualificados 4
  • 13. II.2. Análise Estratégica da Empresa Foram utilizadas ferramentas e conceitos de Planejamento Estratégico para mapear interna e externamente a empresa estudada. Estes conceitos e o resultado desta análise são apresentados a seguir. II.2.1.Visão de Mundo O governo, as indústrias e a sociedade de um modo geral terão que se preocupar cada vez mais com o meio ambiente. Ainda olhando para o futuro, o poder aquisitivo do consumidor deverá aumentar em função do objetivo do governo de melhoria na distribuição de renda. Paralelo a isso, os mercados automobilístico e de linha branca têm se mostrado crescentes. Neste contexto, o negócio da ABC está totalmente alinhado com tais tendências e necessidades. Trabalhando com uma matéria-prima reciclável (aço) e utilizando-se de processos totalmente mecânicos, que não geram resíduos nem efluentes e que, portanto, não poluem, a ABC está em sintonia com a política global de não agressão ao meio ambiente e com a forte tendência de se trabalhar cada vez mais com materiais ecologicamente corretos na indústria automobilística. II.2.2.Visão de Negócio No Brasil, o mercado automobilístico tende a aumentar. A frota é antiga, o parque industrial está defasado e a América Latina é um mercado emergente. Além disso, existe uma demanda reprimida no mercado interno devido à recessão, crise econômica, concentração de renda, etc., ou seja, existe um potencial latente no mercado de autos, eletrodomésticos e outros segmentos (energia, construção, etc.) que deverá ser explorado pela ABC. II.2.3.Visão da Empresa A ABC quer ser reconhecida pelo mercado como referencial de competência, agilidade e qualidade no desenvolvimento e entrega de soluções no setor em que atua. II.2.4. Missão da Empresa A missão da ABC é: Produzir e comercializar artefatos metálicos e serviços relacionados: Visando atender as necessidades e expectativas dos clientes; Buscando a melhoria contínua da qualidade dos produtos, processos e serviços; 5
  • 14. Promovendo o crescimento profissional dos colaboradores; Proporcionando rentabilidade consoante às expectativas dos sócios. II.2.5. Valores Os principais valores da ABC são descritos a seguir: Respeito ao ser humano Incentivo à criatividade e às habilidades individuais de seus colaboradores Honestidade, conduta ética e integridade Responsabilidade e seriedade II.2.6. Vantagem Competitiva Acreditamos que a principal fonte de vantagem competitiva da ABC é a competência no desenvolvimento e entrega de soluções com rapidez, qualidade e preços competitivos, prezando sempre pelo bom relacionamento e flexibilidade de negociação junto aos seus clientes. II.2.7. Análise SWOT A Metodologia SWOT é utilizada para identificar o que é viável de ser explorado, enquanto oportunidades nas áreas onde a organização é mais forte, e traçar defesas para onde ela é mais fraca e é mais ameaçada. Este trabalho é realizado através de uma análise dos ambientes internos (onde são identificados os pontos fortes e fracos) e externos (onde são levantadas as oportunidades e ameaças) de uma organização. O próximo passo é uma análise combinada entre pontos fortes e oportunidades; pontos fortes e ameaças; pontos fracos e oportunidades; pontos fracos e ameaças. Para tal, apresentamos a tabela 1 a seguir, com a análise das Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças para a ABC. 6
  • 15. Forças Fraquezas Agilidade no desenvolvimento e entrega de soluções e na Sub-aproveitamento da utilização dos procedimentos da solução de problemas qualidade criados em função da certificação Alta competência administrativa Turnover alto na área de qualidade e muitas não conformidades Alta competência técnica apesar de não ser de domínio do Compra de matéria-prima na fonte reduzida por falta de volume staff/cúpula da empresa Alta cúpula da empresa não detém a competência técnica para o Certificação ISO 9002 negócio. Informatização Custo real em função dos parâmetros de produção parcialmente Porte pequeno favorecendo flexibilidade em preços, condições desconhecido. de pagamento, volumes e a facilidade de se adaptar a novas Falta de domínio do lob do negócio. situações Qualidade da mão-de-obra insatisfatória Preços competitivos Problemas de diálogo/comunicação na empresa em geral Imagem/reputação fortes Colaboradores desmotivados Qualidade dos produtos e serviços boa e reconhecida Instalações obsoletas: lay-out, capacidade elétrica e parque de Bom relacionamento junto a bancos, o que facilita a concessão máquinas inadequados de crédito Sub-aproveitamento do sistema/software de gerenciamento Bom relacionamento junto aos clientes Lado humano junto aos colaboradores bastante acentuado Falta procedimentar APQP na sua totalidade Base de clientes sólida Falta de marketing/publicidade Baixa produtividade Localização próxima à base de clientes Ausência da prática de busca de novos segmentos para venda de produtos e serviços Gerenciamento inadequado: gerentes possuem autonomia mas não tomam decisões Falta de previsibilidade de médio prazo Limitações financeiras Forte dependência bancária Linha estreita de produtos/serviços Tecnologias de informação e comunicação ainda pouco utilizadas na empresa Oportunidades Ameaças Otimizar instalações Aumento da pressão por preços baixos Modernizar/automatizar processos e equipamentos Sazonalidade do setor Explorar melhor tecnologias de informação e comunicação Perda de mercado para substitutos Implementar APQP e controle/acompanhamento da produção Queda de crescimento do mercado Implementar procedimentos da qualidade na sua totalidade Crescimento do poder dos clientes e/ou dos fornecedores Utilizar sistema/software de gerenciamento na sua totalidade e Integração retroativa dos clientes de forma padronizada Regulação/política governamental que aumente os custos e/ou Investir em marketing/publicidade diminua a demanda pelos produtos/serviços oferecidos Criar web site Crescimento da demanda por produtos mais sofisticados, de Melhorar comunicação na empresa maior valor agregado dentro da cadeia produtiva do setor em Desenvolver e implementar programa motivacional questão Investir em cursos, treinamentos, etc. Grande facilidade de se reproduzir o negócio Incorporar colaborador que detém competência técnica para o negócio à cúpula da empresa Desenvolver competências, habilidades, relacionamentos, etc. necessários à melhor penetração no lob do negócio Desenvolver e implementar sistema/programa de avaliação de fornecedores Avaliar integração vertical Avaliar alianças ou parcerias Reavaliar parceria com a Ferramentaria Explorar novas tecnologias Antecipar-se às necessidades dos clientes Aumentar vendas nos clientes atuais Buscar novos clientes Buscar clientes no mercado externo (exportação) Buscar novos mercados/segmentos de atuação Explorar mais a venda de serviços/soluções Diversificar o negócio Expandir linha de produtos/serviços Agregar maior valor aos produtos/serviços oferecidos Tabela 1 – Matriz de SWOT para a ABC. Fonte: elaboração própria, 2003. 7
  • 16. II.2.8. Análise do Ambiente Competitivo - Modelo das 5 Forças (Porter) O Modelo das Cinco Forças Competitivas, desenvolvido e apresentado por Michael Porter em 1983, mostra as forças do ambiente externo que mais afetam uma organização. Através dele são analisados os concorrentes presentes em dado setor da indústria, o poder de negociação dos clientes e dos fornecedores, a possibilidade de surgirem novos entrantes e produtos substitutos e as barreiras de entrada e saída criadas neste mercado. O Modelo das 5 Forças de Porter é apresentado na figura 1 a seguir. NOVOS ENTRANTES Barreiras de entrada Diferenciação do Produto Custos de Mudança FORNECEDORES CONCORRENTES CLIENTES SUBSTITUTOS Política Governamental Regulamentos e Leis Figura 1: O Modelo das Cinco Forças Competitivas de Michael Porter. Fonte: Michael PORTER, Estratégia Competitiva, Rio de Janeiro: Campus, 1983. a. Poder de Negociação dos Clientes A ABC atua apenas no mercado interno (Brasil) e deve continuar assim. Não possui exclusividade junto a nenhum cliente. Também não possui clientes governamentais em sua carteira. Atua principalmente nos segmentos automotivo (autopeças) e linha branca, e seus clientes são intermediários no primeiro caso (a venda é feita para empresas “satélites de montadoras” (sistemistas) e não diretamente para as montadoras) e clientes finais no segundo. Principais clientes: Aços Villares S/A Multibrás S/A Eletrodomésticos Copam Componentes de Plásticos e Metais Pematec Triangel do Brasil Ltda. Ltda. Rieter Ello Artefatos de Fibras Têxteis Ltda. Gestamp Simoldes Plásticos Indústria Ltda. Inilbra Tapetes e Veludos S/A Toro Indústria e Comércio Ltda. Lear do Brasil 8
  • 17. Clientes preferenciais: O volume de faturamento proporcionado pela soma das compras dos clientes Lear (bancos de automóveis), Gestamp (autopeças) e Multibrás (linha branca) corresponde a 80 % do faturamento bruto da ABC, sendo que a Lear é a empresa que mais compra. Em seguida aparecem Inilbra (revestimentos internos para linha automotiva) e Toro (revestimentos termo-acústicos). Interessante notar que a Gestamp é também concorrente da ABC, fazendo grandes peças e terceirizando a execução das menores. Uma vez que o lucro do setor é reduzido e que os clientes concentram a compra de grandes volumes, seu poder de negociação é alto, o que deixa a ABC fortemente dependente de seus clientes preferenciais. Clientes potenciais: Indústrias de modo geral que utilizam componentes/artefatos metálicos seriados: Linha Branca Energia (Distribuição) Linha Marrom Siderúrgica Automobilística Vestuário Reposição (Automobilística) Moveleira Alimentícia Instalações/Acessórios Comerciais Embalagens/Artefatos para Supermercados b. Poder de Negociação dos Fornecedores O poder de negociação dos fornecedores é alto, gerando forte dependência da empresa no que se refere aos seus principais fornecedores. O produto fornecido é genérico/básico, mas os fornecedores são em geral de maior porte que a ABC, dificultando seu poder de negociação junto aos mesmos. A demanda tem sido atendida, mas o custo das matérias- primas/insumos é elevado. Além disso, devido ao pequeno volume de compra, a ABC não consegue negociar as matérias-primas diretamente na fonte (usinas como por exemplo Usiminas e CSN), tendo que recorrer a revendedores, o que encarece ainda mais seu preço. Outro gargalo de fornecimento é o capital, pois não há fonte viável de financiamento para pequenas empresas. Principais fornecedores: Perfilam Aços Especiais S/A Industrial Mikra - Calibração e Manutenção em Muriaço Ferro e Aço Ltda. Instrumentos de Medição Gerdau Metalúrgica Danisa Indústria e Comércio Ltda. Aços Vic S/A 9
  • 18. A Gerdau é o maior fornecedor em termos de empresa. A Danisa é o maior fornecedor em termos de volume de compra (em volume e em dinheiro), de quem a ABC compra tubos, um dos produtos mais consumidos por ela e que por já agregar maior valor é também mais caro. Fornecedores potenciais: Grandes siderúrgicas ou usinas, porém sem viabilidade de acesso por enquanto. c. Rivalidade entre os Concorrentes do Setor O setor no qual a ABC se encontra é de maturidade estável caracterizado pela baixa rentabilidade, grande sazonalidade (gerada pela sazonalidade dos principais segmentos em que atua (linha branca e automotiva)) e pela forte pressão por preços. Preços baixos em detrimento da qualidade é o que muitas vezes determina o ganho da concorrência, ou em outras palavras, a certificação ISO, que demanda custos para ser obtida e mantida, acaba não sendo tão importante nem adequadamente valorizada neste setor. O setor é de intensa concorrência, pois é fácil montar este tipo de negócio. O mercado é bastante fragmentado, contendo muitos concorrentes de pequeno e médio porte e a oferta é maior que a procura. Neste setor praticamente não há novos entrantes, portanto os concorrentes são quase sempre os mesmos. Na verdade muitos estão até saindo do ramo ou procurando alternativas de diversificação dos produtos/serviços oferecidos. Principais concorrentes: Empresas de mesmo porte e características, e que são em grande número. d. Ameaça de Novos Entrantes Praticamente não há novos entrantes neste setor. Seriam pequenos negócios formais ou informais criados a partir de pequenos investimentos em equipamentos similares aos da ABC (demissionários de grandes empresas por exemplo). É importante que a empresa monitore continuamente o ambiente de forma a poder identificá-los facilmente. 10
  • 19. e. Ameaça de Produtos Substitutos Identificamos como produtos substitutos óbvios os produtos derivados de compostos plásticos. A vantagem em relação aos produtos regulares do setor em questão é que têm menor peso, maior resistência a intempéries e seus processos de fabricação são mais rápidos. Tais substitutos não chegam a ameaçar a existência do negócio, mas podem interferir de forma significativa na performance do mesmo, na medida em que proporcionam vantagens de desempenho evidentes (houve um aumento da utilização de materiais plásticos na indústria automobilística de 50 kg para 250 kg/automóvel nos últimos 15 anos). A ABC não imagina quais poderiam ser os produtos substitutos inusitados. f. Política Governamental O Governo pode influenciar o mercado principalmente ao promulgar normas e/ou leis que causem aumento ou diminuição na demanda pelo tipo de produto que a ABC fabrica. g. Barreiras à entrada de Novos Concorrentes As barreiras de entrada são fracas. O negócio é facilmente reprodutível e não requer grandes investimentos. A pressão por preços é muito grande e, muitas vezes, é o que determina o ganho da concorrência em detrimento da qualidade. Assim, economia de escala, diferenciação dos produtos, necessidades de capital e poder de retaliação dos concorrentes atuais por exemplo, são barreiras cujos efeitos são baixíssimos neste negócio. Entretanto, poderíamos citar custos de mudança (relativos ao relacionamento desenvolvido e à confiança estabelecida, à existência de uma estrutura (sistema da qualidade, estrutura comercial, informatização), etc.), alto poder de negociação dos clientes e fornecedores e dificuldade de acesso às matérias-primas a preços competitivos (em função do volume de compra), como possíveis barreiras de entrada, não muito fortes, aplicáveis a este mercado. II.2.9. Análise dos Fatores Críticos de Sucesso do Negócio da Empresa Identificamos como fatores críticos de sucesso para a ABC os listados abaixo: Rapidez de resposta nas solicitações dos clientes Bom relacionamento com os clientes 11
  • 20. Competência técnica que gera diferencial Bom atendimento no pós-venda (assistência técnica rápida e precisa) Imagem de responsabilidade, seriedade e credibilidade junto aos clientes Cumprimento dos preceitos básicos (qualidade, pontualidade e preço) na íntegra Flexibilidade comercial (atendimento a mudanças de programação de produção repentinas, adequação de prazos de pagamento, etc.) Flexibilidade para fazer uma certa variedade de produtos 12
  • 21. II.3. Objetivos Estratégicos Em busca de um resultado superavitário que proporcionaria o saneamento da empresa, e a partir das entrevistas, das informações levantadas e das análises estratégicas efetuadas, a ABC definiu os seguintes objetivos estratégicos: a. Aumentar vendas: Nos segmentos em que atua Em novos segmentos Através de novos clientes Atender 100 % dos pedidos b. Aumentar valor agregado dos produtos: Desenvolver novos produtos Desenvolver produtos próprios (preferencialmente com sazonalidades diferentes) Evoluir da fabricação de componentes para a fabricação/montagem de pequenos sub-conjuntos e/ou sub-sistemas c. Aumentar serviços oferecidos: Co-design Assistência ao desenvolvimento Protótipos Ferramentas Pintura Vender excedente de pinturas e tubos d. Diminuir custos fixos: Rever e reorganizar estrutura organizacional Criar estrutura flexível para suportar a sazonalidade e. Diminuir custos variáveis: Aumentar produtividade Internalizar operações (pintura e confecção de tubos por exemplo) Otimizar compras de matérias-primas/insumos e aproveitamento das matérias-primas 13
  • 22. III. O Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC III.1. Alinhamento do projeto à estratégia da empresa: identificação do tipo mais adequado e justificativa A partir do diagnóstico estratégico realizado na fase anterior e dos objetivos estratégicos definidos para a ABC, percebemos que dois tipos de projetos de Gestão do Conhecimento caberiam aqui: Páginas Amarelas e Inteligência Competitiva. O primeiro permite mapear as competências e habilidades que a empresa necessita e quais as que seus colaboradores possuem e, a partir dos gaps existentes, propor cursos e/ou treinamentos; remanejamentos de pessoas, dispensas e/ou contratações; reestruturação de áreas e processos, e em última instância até mesmo a reestruturação da organização como um todo. O segundo permite conhecer e monitorar o ambiente de negócios em que a empresa está inserida e os seus concorrentes e a partir daí tomar decisões que gerem uma vantagem competitiva sustentável para a mesma. Optou-se por Inteligência Competitiva porque antes de proceder a qualquer tipo de reestruturação interna, a ABC precisa entender melhor e avaliar o seu negócio, bem como a sua posição competitiva e a de seus concorrentes no mercado, até mesmo para avaliar o grau de atratividade do setor e verificar se seu negócio atual ainda é interessante. Entretanto, ela não pode fazer isso a contento atualmente, visto que muitas das informações necessárias ao diagnóstico estratégico não são do conhecimento da alta direção da empresa e outras tantas ainda precisam ser validadas. A empresa ainda não possui um SIC, nem qualquer iniciativa neste sentido e as informações, além de não serem suficientes, estão espalhadas pela empresa, dificultando sua localização e recuperação em tempo hábil. Outra questão a se considerar é que o ritmo dos negócios e a competição global estão aumentando rapidamente, as mudanças políticas e tecnológicas são cada vez mais rápidas e inevitáveis e a sobrecarga de informações é enorme e neste contexto a criação de um SIC para a ABC torna-se uma questão de sobrevivência, pois trata-se de uma empresa pequena, de capital nacional, inserida em um setor marcado pela baixa rentabilidade e sob forte pressão de fornecedores, clientes e concorrentes, que terá que inovar para sobreviver e alcançar o sucesso sustentável. Assim, a criação e implementação de um SIC permitirá que a ABC: Identifique novas oportunidades de negócios e/ou ameaças; Antecipe ações dos concorrentes atuais e mudanças no mercado e identifique concorrentes novos ou potenciais; 14
  • 23. Elabore estratégias para neutralizar o poder dos fornecedores, clientes, concorrentes, novos entrantes e produtos substitutos; Identifique novas tecnologias, equipamentos, produtos e processos do setor; Antecipe mudanças políticas, legislativas e regulatórias que possam afetar o setor; Reavalie seu negócio e seus objetivos estratégicos; Faça previsões e planejamentos a médio e longo prazo. III.2. O Sistema de Inteligência Competitiva (SIC) III.2.1. Objetivos do sistema Os objetivos do Sistema de Inteligência Competitiva são: a. Conhecer melhor o ambiente competitivo em que a empresa está inserida, assim como seus concorrentes e outros atores do setor e, em função disso, reavaliar o seu negócio, rever seu Planejamento Estratégico e propor ações táticas e estratégicas que proporcionem uma vantagem competitiva sustentável para a ABC a médio prazo. b. Monitorar constantemente o ambiente e a concorrência visando identificar novas oportunidades de negócios, antecipar ações dos concorrentes, antecipar mudanças (políticas, regulatórias, etc.) e ameaças que afetem o setor em questão, e rever seu posicionamento estratégico quando necessário. c. Disponibilizar informações “com valor agregado”, que apóiem as decisões dos níveis táticos e estratégicos da empresa. III.2.2. Metodologia utilizada O projeto de Inteligência Competitiva é um projeto de Gestão do Conhecimento em que de forma contínua, as necessidades informacionais são levantadas, as informações coletadas, tratadas e analisadas, e os produtos finais deste processo disponibilizados aos interessados, de forma a gerar ações e/ou decisões a partir dos mesmos. Assim, são cinco as etapas que compõem a metodologia utilizada na criação de um SIC para a ABC: a. Identificação das necessidades de informação; b. Identificação e classificação das fontes de informação, coleta e tratamento das informações; 15
  • 24. c. Análise das informações; d. Geração/disseminação das informações analisadas; e. Avaliação do Sistema. III.2.3. Preparação para a implementação do SIC III.2.3.1.Estrutura do SIC a. Recursos Humanos Recomenda-se a contratação de um responsável pela implementação do SIC na empresa (gerente ou analista de informações). Características/perfil desejados: Facilidade de relacionamento interpessoal Comportamento ético Criatividade e determinação Habilidades para entrevistar Habilidades para redigir Habilidades analíticas Conhecimento geral amplo Bom trânsito entre os principais executivos Experiência nos métodos e sistemas de busca/pesquisa de informações Atribuições: Identificar as necessidades de informação dos usuários Coletar/pesquisar e analisar as informações Criar e distribuir os produtos de IC Proteger os produtos de IC de apropriação indébita Manter a qualidade das informações geradas pelo sistema 16
  • 25. Entender continuamente as necessidades dos usuários do sistema em relação à IC Sensibilizar continuamente a organização sobre a importância do SIC Construir rede interna e externa de contatos através de seu relacionamento interpessoal Interagir com os principais executivos da empresa alimentando-os de informações úteis para a tomada de decisão Observações: O responsável pelo SIC, assim como a empresa, devem ter em mente que algumas tarefas do sistema podem ser terceirizadas (pesquisas de mercado por exemplo podem ser encomendadas a firmas especializadas). Tal profissional também não é especialista em tudo, portanto principalmente na etapa de análise das informações obtidas, ele deve trabalhar em conjunto com especialistas no assunto em questão, que podem ser identificados no inventário resultante da auditoria informacional. Independentemente da função que será exercida pelo responsável pelo SIC, ele deve conhecer o negócio da empresa para facilitar o entendimento das questões levantadas, a análise das informações obtidas e a preparação dos produtos finais. Assim recomenda-se que durante um mês após sua contratação, o responsável pelo SIC seja submetido a um treinamento, programa ou imersão para tal. Posteriormente, conforme a volatilidade do setor, o orçamento disponível, a demanda por informações e o próprio sucesso do sistema, o SIC poderá crescer e contar com mais profissionais (equipe ideal: pesquisadores, analistas e gerente). b. Localização do SIC Recomenda-se que o SIC seja alocado o mais próximo possível dos tomadores de decisão, pois é fundamental para o sucesso do trabalho que esse relacionamento seja o mais estreito possível e que não haja burocracias que o prejudiquem. Além disso, ele deve ser bem visível dentro da empresa para que não haja dúvidas quanto à ética e legalidade de suas atividades e deve ter fortes ligações com outros departamentos, para viabilizar o acesso às informações internas sem problemas. III.2.3.2.Auditoria Informacional Antes da implementação do SIC recomenda-se fortemente a realização de uma auditoria informacional, ou seja, o mapeamento e identificação das fontes de informação espalhadas 17
  • 26. pela empresa (arquivos, manuais, bases de dados, especialistas de cada área, etc.), gerando um inventário de informações e conhecimentos internos relativos às pessoas e à empresa. Isso porque um SIC precisa tanto de informações externas quanto internas, e essas últimas são muitas vezes negligenciadas pela própria empresa. III.2.3.3.Programa de Incentivos Um dos fatores críticos para o sucesso de um SIC é que todos os colaboradores da empresa estejam envolvidos de modo a compartilhar suas informações e alimentar o sistema. Assim, recomenda-se que a curto/médio prazo a empresa estude, crie e implemente um programa de incentivos para tal, que poderia ser na forma de bonificações em dinheiro, cursos, livros, reconhecimento, etc.. III.2.3.4.Endomarketing/Palestras de Sensibilização Para que o SIC tenha sucesso também é necessário conscientizar a empresa, seus principais executivos e demais colaboradores da importância da informação competitiva nos dias atuais e da criação de um SIC, e de que tipo de informações o sistema necessitará, conquistando assim seu comprometimento e participação. III.2.4.Fatores críticos de sucesso de um SIC Constância no monitoramento O acompanhamento do ambiente e a divulgação das análises têm que ser constantes e não limitados a ocasiões especiais. Longevidade Ter em mente que o retorno de um SIC só aparece em termos de valor para a empresa a longo prazo. Envolvimento de toda empresa Os melhores programas estão nas empresas que incentivaram todos os seus funcionários a contribuírem regularmente com informações, assim as palestras de sensibilização e a implementação de um programa de incentivo ao compartilhamento de informações são iniciativas importantes para o sucesso do sistema. 18
  • 27. Entendimento claro e correto das informações que o SIC pretende buscar, necessárias à tomada de decisão Se isto não acontecer, dificilmente os produtos gerados pelo SIC contribuirão efetivamente para a solução dos problemas da empresa, invalidando os resultados do mesmo e condenando-o ao fracasso. Alinhamento correto com a estratégia da empresa pois deve gerar resultados Apoio da alta gerência (convencimento, participação e comprometimento) Equipe adequada, tecnologia e todos os recursos necessários e adequados à execução de suas atividades A empresa deve ser capaz de oferecer todo investimento necessário para tal e além disso ter em mente que dentro de um SIC, as tecnologias de informação são um meio e não um fim. Definição dos prazos para receber os produtos do SIC De nada adiantarão os esforços envolvidos na elaboração dos produtos se os mesmos alcançarem os usuários depois do prazo estabelecido. Isso porque todas as decisões devem ser tomadas em um determinado intervalo de tempo e além disso todas as informações têm um tempo de vida útil. III.2.5.Construção do SIC III.2.5.1.Identificação das necessidades de informação A primeira parte do SIC é baseada no Modelo das Cinco Forças de Porter adaptado, no qual são definidos os setores e os atores do ambiente externo que mais afetam o negócio de uma organização. A partir das entrevistas realizadas com a alta direção da empresa e das análises estratégicas efetuadas, incluindo a análise do ambiente competitivo utilizando-se o Modelo de Porter, foram identificadas as necessidades de informação dos usuários e definidas as questões relevantes sobre o ambiente competitivo que deverão ser respondidas pelo SIC, visando apoiar a tomada de decisões, assim como os setores (vigilâncias) que deverão ser monitorados para o negócio da ABC. Apresentamos as tabelas 2, 3 e 4 a seguir, com as questões relevantes definidas para a ABC associadas a cada uma das vigilâncias. Com relação à Vigilância Social, é irrelevante para a empresa neste momento. 19
  • 28. Vigilância Política: É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre leis, decretos, etc., que podem afetar o negócio do ponto de vista das ações do governo. Vigilância Tecnológica: É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre pesquisa básica e aplicada, desenvolvimento de novos produtos, serviços e/ou processos, etc., ou seja, informações que podem afetar o negócio do ponto de vista tecnológico. Vigilância Econômica: É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre linhas de financiamento, impostos, incentivos fiscais, etc., ou seja, informações que podem afetar o negócio do ponto de vista da economia. Vigilância Social: É o setor no qual serão coletados dados e informações sobre infra-estrutura social, segurança da região, mão-de-obra, etc., ou seja, informações que podem afetar o negócio do ponto de vista da sociedade. Códigos Questões Q611A Quais as leis, regulamentações e normas que regulam e/ou afetam o setor? Q411 Existe algum tipo de protecionismo, restrição ou impedimento à exploração do negócio? Q611B Existe alguma regulamentação quanto às relações concorrenciais, às condições de acesso à distribuição e/ou quanto aos preços de venda dos produtos? Q611C Quais os projetos/políticas governamentais em trânsito que afetam o setor? Q612 Qual a tendência de novas/outras medidas governamentais que afetem o mercado? Q613 Quanto à política internacional do governo, que acordos internacionais em trânsito poderiam influenciar o desenvolvimento do mercado interno, a obtenção de matérias-primas e de outros bens ou serviços, etc.? Q222 Qual a influência dos sindicatos/associações de classe neste setor e o que há em trânsito no que se refere a estes órgãos que possa afetar o mesmo? Q223 Quais são as leis trabalhistas do setor e como o afetam? Tabela 2 – Tabela de Questões Relevantes para a ABC – Vigilância Política. Fonte: elaboração própria, 2003. 20
  • 29. Códigos Questões Q511A Existem novas/outras tecnologias, equipamentos e/ou processos para o negócio em questão? Q511B Que tecnologias emergentes podem afetar o setor? Q323 Existem outras alternativas/alternativas mais avançadas no que se refere aos padrões de segurança? Q313A Existem outras alternativas/alternativas mais avançadas no que se refere à manutenção dos equipamentos? Q313B Existem novas técnicas/técnicas mais avançadas de gestão da produção? Q512A Que produtos/serviços substitutos podem ameaçar o negócio em questão? Q512B Como e quanto os produtos/serviços substitutos ameaçam a existência do negócio? Q512C Que vantagens/mudanças os produtos/serviços substitutos exploram? Q223 Existem outras alternativas/novas matérias-primas ou materiais neste negócio? Q111 Que produtos, processos e serviços novos posso desenvolver e lançar/oferecer aos clientes? Q112 Como posso melhorar a qualidade dos produtos/serviços atuais? Tabela 3 – Tabela de Questões Relevantes para a ABC – Vigilância Tecnológica. Fonte: elaboração própria, 2003. Códigos Questões Q111A Quais são os clientes atuais? Q111B Quais são os clientes potenciais? Q111C Quais são as necessidades/preferências dos clientes habituais e potenciais? Q221A Como estão os fornecedores atuais? Q221B Quem são os fornecedores potenciais? Q311A Quem são os concorrentes atuais? Q411A Quem são os novos entrantes? Q411B Quais são as barreiras à entrada de novos concorrentes neste setor? Q311B Quem são os concorrentes potenciais? Q311C Como está a performance dos concorrentes atuais? Q311D Análise da concorrência: preços praticados; produtos e serviços oferecidos e qualidade dos mesmos; tecnologias, equipamentos e processos utilizados; posição no mercado; situação financeira; imagem. Q312A Quais são as estratégias, objetivos e próximas ações da concorrência? Q312B Quais são os pontos fracos e fortes da concorrência? Q312C Quais as oportunidades e ameaças encontradas pela concorrência? Q221C Existem alternativas para parcerias/alianças estratégicas com fornecedores? 21
  • 30. Q111D Existem alternativas para parcerias/alianças estratégicas com clientes? Q313 Existem alternativas/possibilidades de fusões/aquisições? Q312D É possível driblar a sazonalidade do setor e ter mais regularidade no negócio? Q222A Existem linhas de financiamento disponíveis para o setor? Q222B Existem fontes de financiamento públicas ou privadas interessadas em investir no setor (fundos de investimento, fundos setoriais, etc.)? Q222C Existem incentivos fiscais para o setor? Tabela 4 – Tabela de Questões Relevantes para a ABC – Vigilância Econômica. Fonte: elaboração própria, 2003. Como nosso método começa com a análise do setor no qual a empresa está inserida utilizando o Modelo das Cinco Forças de Porter adaptado, criamos as Matrizes de Identificação das Necessidades de Informação, onde relacionamos cada questão relevante identificada a uma área interna da empresa, a um ator externo do cenário estabelecido (cliente, fornecedor, etc.) e a uma vigilância selecionada, e estabelecemos uma prioridade para que ela seja respondida, visando auxiliar a revisão da estratégia da empresa, assim como ajudar o analista de informações a priorizar seu trabalho de busca e análise de informações. Apresentamos as tabelas 5, 6 e 7 a seguir, referentes às Matrizes de Identificação das Necessidades de Informação da ABC relacionadas respectivamente às tabelas 2, 3 e 4 apresentadas anteriormente. Área interna CL FN CC NE PS Outros da empresa atores externos Gerência Q411 Q611A comercial e Q611B industrial Q611C Q612 Q613 Gerência RH Q222 e financeira Q223 Tabela 5 – Matriz de Identificação das Necessidades de Informação da ABC – Vigilância Política. Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001. 22
  • 31. Área interna CL FN CC NE PS Outros da empresa atores externos Gerência Q111 Q313A Q511A comercial e Q112 Q313B Q511B industrial Q512A Q512B Q512C Gerência RH Q223 Q323 e financeira Tabela 6 – Matriz de Identificação das Necessidades de Informação da ABC – Vigilância Tecnológica. Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001. Área interna CL FN CC NE PS Outros da empresa atores externos Gerência Q111A Q312A Q411A comercial e Q111B Q312B Q411B industrial Q111C Q312C Q111D Q312D Q313 Q311A Q311B Q311C Q311D Gerência RH Q222A e financeira Q222B Q222C Q221A Q221B Q221C Tabela 7 – Matriz de Identificação das Necessidades de Informação da ABC – Vigilância Econômica. Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001. 23
  • 32. Legenda: CL - Clientes FN - Fornecedores CC - Concorrentes NE - Novos Entrantes PS - Produtos Substitutos Q XYZW - Questão relevante XYZW X - Nº da coluna do ator externo a que a questão está associada Y - Nº da linha da área interna da empresa a que a questão está associada Z - Nº que indica a prioridade com que a questão deve ser respondida, a saber: 1 - Alta, 2 - Média, 3 - Baixa W - Letra acrescentada para diferenciar questões relevantes associadas ao mesmo ator externo, à mesma área interna da empresa, com a mesma prioridade de resposta, dentro da mesma vigilância. III.2.5.2.Identificação e classificação das fontes de informação, coleta e tratamento das informações Definidas as questões relevantes, foram então levantadas as fontes de informação a serem utilizadas na coleta de informações, relacionadas a seguir. Fontes de informação potenciais: Jornais Revistas/publicações especializadas Conferências, seminários e palestras Cursos e treinamentos Congressos e feiras Clippings Relatórios setoriais Relatórios de bancos de investimento/analistas Balanços e relatórios anuais Relatórios de empresas Bancos/bases de dados online Internet Pesquisas contratadas 24
  • 33. Materiais dos concorrentes Entrevistas com fornecedores Entrevistas com clientes Entrevistas com consultores/especialistas do setor Networking Entrevistas com especialistas internos Sistemas/bancos internos de informações Sindicatos Associações de classe Etc. Tais fontes potenciais serão posteriormente analisadas e selecionadas, e as fontes definidas como necessárias para responder as questões relevantes, que podem ser de origem interna ou externa à empresa, serão classificadas segundo sua estrutura, conteúdo, confiabilidade e tipo de vigilância requerido, conforme exemplos na tabela 8 a seguir. Título Estrutura Conteúdo Confiabilidade Revista AUTODATA 1 2 3 Panorama Setorial da 1 2 3 Gazeta Mercantil (Autopeças) LAFIS (Estudo 1 2 3 Setorial Autopeças) www.lafis.com.br AE Setorial 1 2 3 Automotivo www.aesetorial.com.br SERASA (Balanços de 1 2 3 Empresas) www.serasa.com.br ANFAVEA 1/2 2 2/3 (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) www.anfavea.com.br ELETROS 1/2 2 2/3 (Associação Nacional de Fabricantes de 25
  • 34. Produtos Eletroeletrônicos) www.eletros.org.br ABINEE 1/2 2 2/3 (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) www.abinee.org.br SINDIPEÇAS 1/2 2 2/3 (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) www.sindipecas.org.br Jornal Gazeta 1 2 2/3 Mercantil Jornal Valor 1 2 2/3 Econômico Tabela 8 – Matriz de Classificação das Fontes de Informação da ABC – Vigilância Econômica. Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001. Legenda: Estrutura: Conteúdo: Confiabilidade: 1 – Formal 1 – Primária 1 - Alto risco 2 – Informal 2 – Secundária 2 - Confiança subjetiva 3 - Altamente confiável Coletadas as informações, as mesmas deverão ser organizadas, classificadas, indexadas e resumidas conforme exemplos na tabela 9 a seguir, visando facilitar sua recuperação quando necessário. Título Informação Relevância Confiabilidade Resumo Descritores LAFIS Estudo Setorial 1 3 Relatório setorial Panorama do www.lafis.com.br Autopeças contendo ranking setor (18.12.2002) e desempenho das principais empresas, faturamento do setor, segmentação da demanda e da oferta, dados de importação e exportação, fornecedores de insumos, investimentos, perspectivas para o setor, etc. 26
  • 35. SERASA Balanço 3 3 Balanço Balanços www.serasa.com.br Financeiro da Financeiro da financeiros DANISA DANISA de empresas (2002) SINDIPEÇAS Informativo 1 3 Informativo Panorama do www.sindipecas.org.br Sindipeças mensal contendo setor (julho 2003) informações sobre desempenho do setor, mercado de reposição, negociações internacionais Tabela 9 – Matriz de Tratamento e Avaliação das Fontes de Informação da ABC – Vigilância Econômica. Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001. Legenda: Relevância: Confiabilidade: Descritores: 1 - Essencial 1 - Alto risco Palavras-chaves que 2 - Muito relevante 2 - Confiança subjetiva descrevem o 3 - Relativa relevância 3 - Altamente confiável conteúdo do item 4 – Irrelevante de informação Observações: O analista de informação (AI) deverá proceder à coleta de dados/informações nas fontes definidas periodicamente e também em casos de necessidade de informações pontuais, e inseri-las no sistema criado. A Matriz de Tratamento e Avaliação das Informações pode adicionalmente ser inserida no sistema de informações internas da empresa de modo que não só o AI, mas também os demais colaboradores da empresa, possam submeter informações que julgarem pertinentes, bem como consultá-las. Entretanto, antes de serem disponibilizadas para a empresa, tais informações devem ser sempre checadas e validadas/corrigidas pelo AI, visando evitar que informações incorretas ou desnecessárias sejam colocadas no sistema prejudicando sua credibilidade. Da mesma forma, os usuários do sistema também podem sugerir novas fontes de informação ao SIC. 27
  • 36. III.2.5.3.Análise das informações Nesta etapa o AI deve, com base em seu conhecimento e experiência pessoais e também em seu conhecimento sobre o negócio, proceder à análise das informações obtidas e tratadas na fase anterior de modo a gerar os produtos “analisados”, com valor agregado, que apoiarão a tomada de decisões estratégicas, ou em outras palavras, os produtos propriamente ditos do SIC. Observações: Conforme dito anteriormente, o AI não é especialista em tudo e se for necessário pode e deve contar nesta etapa com os especialistas no assunto em questão, identificados quando da realização da auditoria informacional. Diversas metodologias podem ser utilizadas para auxiliar as análises conforme as questões a serem respondidas. No caso da ABC, levando-se em conta o diagnóstico estratégico realizado e as questões relevantes levantadas, recomenda-se a utilização do Modelo das 5 Forças (Porter), da Análise SWOT e do Benchmarking Competitivo num primeiro momento, e a Construção de Cenários num estágio mais avançado. Porter e Cenários são interessantes para a análise do ambiente competitivo, enquanto que SWOT e Benchmarking Competitivo são ferramentas utilizadas para análise da concorrência. III.2.5.4.Geração/Disseminação das informações analisadas O SIC da ABC deverá entregar dois tipos de produtos: 1. Boletins ou Relatórios Pontuais: Preparados para atender solicitações específicas de usuários específicos quando da sua solicitação, e enviados para os mesmos via correio eletrônico quando da sua solicitação. 2. Boletins Mensais: Preparados mensalmente e enviados via correio eletrônico para as Gerências Industrial/ Comercial e/ou RH/Financeira conforme o assunto em questão. O conteúdo de tais boletins fornecerá subsídios para que as questões relevantes identificadas na etapa 1 da construção do SIC possam ser respondidas. Observações: Recomenda-se que tais produtos sejam inseridos no sistema de informações internas da empresa para que fiquem à disposição de todos os seus colaboradores e para que possam ser facilmente recuperados quando necessário. 28
  • 37. III.2.5.5.Avaliação do Sistema Uma vez implementado e funcionando, é importante que o SIC criado seja constantemente avaliado, visando estar sempre alinhado à estratégia da empresa, sob 3 aspectos: 1. Quanto ao desempenho de cada uma das etapas que compõem o sistema: As fontes selecionadas são adequadas? O formato dos produtos gerados é adequado? O método de análise utilizado é o melhor? 2. Quanto aos resultados práticos obtidos com o uso dos produtos gerados pelo sistema pelos seus usuários 3. Quanto à adequação dos produtos disseminados com as necessidades reais de informação da empresa Assim, recomenda-se que as avaliações do SIC da ABC sejam feitas constantemente: 1. Através de pesquisas sobre a satisfação dos usuários com os produtos recebidos Para tanto deve-se enviar o Formulário de Avaliação dos Produtos do SIC (anexo 3) junto com os Boletins/Relatórios Pontuais ou Mensais gerados para o(s) usuário(s) em questão. 2. Através de avaliações econômicas (indicadores) dos resultados obtidos com decisões tomadas com base na inteligência adquirida. Exemplos de indicadores poderiam ser: produtividade, redução de custos, investimentos em qualidade, pessoal, etc. 3. Através de discussões entre o AI e os usuários do sistema visando analisar e otimizar cada etapa do SIC 29
  • 38. IV. Plano de Ação relativo ao Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC Objetivo: Criação e implementação de um SIC 1/3 Empresa: ABC Início: setembro/2003 Atividades Responsáveis Prazos Cronograma (mês) (meses) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Contratação do responsável pelo SIC Ger. RH/Financeiro 1 Treinamento/imersão do responsável pelo SIC Ger. RH/Financeiro 1 Auditoria Informacional Analista Informações 1 Análise, seleção e classificação das fontes de Analista Informações 2 informação a serem utilizadas pelo SIC Definição dos formatos dos produtos do SIC Analista Informações 2 (boletins pontuais e mensais) Avaliação e aquisição das TICs que poderiam Analista Informações 2 apoiar cada etapa do SIC Responsável TI Palestra de sensibilização/workshop inicial Analista Informações 1 (apresentação do SIC à empresa) 30
  • 39. Objetivo: Criação e implementação de um SIC 2/3 Empresa: ABC Início: setembro/2003 Atividades Responsáveis Prazos Cronograma (mês) (meses) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Definição e divulgação dos indicadores, Analista Informações 2 método de coleta e análise, que serão utilizados Ger. RH/Financeiro na avaliação do SIC Ger. Com./Ind. Definição e divulgação dos indicadores de Analista Informações 2 sucesso de projetos de GC, método de coleta e Ger. RH/Financeiro análise, que serão utilizados na avaliação do Ger. Com./Ind. projeto Definição e divulgação dos indicadores Analista Informações 2 estratégicos do BSC, método de coleta e Ger. RH/Financeiro análise, que serão utilizados na avaliação do Ger. Com./Ind. projeto 1ª Palestra de sensibilização periódica Analista Informações 1 (apresentação do status do sistema, primeiros resultados e benefícios alcançados) 31
  • 40. Objetivo: Criação e implementação de um SIC 3/3 Empresa: ABC Início: setembro/2003 Atividades Responsáveis Prazos Cronograma (mês) (meses) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Análise, criação e implementação de um Analista Informações 1 programa de incentivos ao compartilhamento Ger. RH/Financeiro de informações Ger. Com./Ind. 1ª Análise de desempenho e otimização das Analista Informações 2 diversas etapas que compõem o SIC 1ª Avaliação do alinhamento do SIC à Analista Informações 2 estratégia da empresa e correções Ger. RH/Financeiro Ger. Com./Ind. 1ª Avaliação do tamanho da equipe do SIC Analista Informações 1 Ger. RH/Financeiro Ger. Com./Ind. Figura 2: Plano de Ação relativo ao Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC. Fonte: elaboração própria, 2003. 32
  • 41. V. Avaliação do Projeto de Inteligência Competitiva para a ABC Um projeto de Gestão do Conhecimento deve ser periodicamente avaliado, acompanhando-se o impacto do mesmo na empresa e verificando-se o preenchimento dos gaps identificados e o cumprimento dos objetivos estratégicos. Para tanto, uma vez que é difícil quantificar os retornos provenientes do conhecimento, é preciso basear-se em indicadores mais gerais de sucesso. Recomenda-se então que no caso da ABC o projeto seja periodicamente avaliado após sua implementação, pelo AI em conjunto com os usuários do sistema, de duas maneiras: 1. Através de indicadores de sucesso propriamente ditos de projetos de GC tais como: Crescimento dos recursos vinculados ao projeto, incluindo pessoal e orçamentos; Crescimento do volume de conteúdo e de uso do conhecimento; Probabilidade de que o projeto se sustente na ausência de um ou dois indivíduos específicos; Familiaridade com os conceitos de conhecimento e Gestão do Conhecimento em toda a empresa; Alguma evidência de retorno financeiro, seja com relação à atividade de Gestão do Conhecimento em si ou à empresa como um todo. 2. Através de indicadores de desempenho, tais como os descritos a seguir, utilizando-se para tanto a ferramenta Balanced Scorecard (BSC): Perspectiva financeira: faturamento, percentual de custos, percentual de lucros, etc.; Perspectiva cliente: índice de satisfação do cliente, market share, etc.; Perspectiva processo: produtividade, percentual de serviços criados, percentual de informatização, etc.; Perspectiva renovação e desenvolvimento: horas de treinamento, percentual de soluções implementadas vindas de funcionários, percentual de rotatividade, etc.. 33
  • 42. VI. Conclusões e Recomendações Finais O efetivo sucesso de um SIC depende em parte dos fatores identificados no item Fatores críticos de sucesso de um SIC e portanto recomenda-se que sejam monitorados, respeitados e seguidos. Recomenda-se a realização de uma palestra de sensibilização/workshop inicial visando apresentar o projeto e os benefícios esperados com o mesmo à empresa, e palestras de sensibilização periódicas visando apresentar o status do sistema e os resultados e benefícios alcançados (feedback). Com isso é possível manter a alta direção da empresa e demais colaboradores constantemente informados, envolvidos, comprometidos e motivados no que se refere ao SIC. É preciso não esquecer que as tecnologias de informação e comunicação são um meio e não um fim dentro de um projeto de Gestão do Conhecimento e que, portanto, não se deve começar a montar um SIC a partir de uma ferramenta tecnológica. Assim, recomenda-se que num primeiro momento sejam verificadas que TICs (que a empresa já possui ou que podem ser facilmente adquiridas) poderiam apoiar as diversas fases do SIC de uma forma mais genérica e não muito profunda. Um projeto mais ambicioso neste sentido só poderá efetivamente ser realizado quando a empresa estiver mais preparada para receber uma ferramenta automatizada e quando o SIC estiver funcionando eficazmente por cerca de dois anos. Isso evitará que a instalação prematura de um pacote de tecnologia ou a seleção errada de um software afetem seriamente o sistema. Periodicamente deve-se avaliar se o SIC implementado continua adequado às necessidades de informação dos usuários e constantemente alinhado à estratégia da empresa, se os resultados esperados estão sendo alcançados na prática e se as diversas fases que compõem o sistema poderiam ser otimizadas, e com base nisso propor/efetuar correções/melhorias. Uma vez implementado o SIC e verificado se o negócio da ABC continua interessante, a questão pode ser então desenvolver as competências internas da empresa, remanejar os colaboradores de forma a colocar as pessoas certas nos lugares certos e reestruturar as áreas e/ou processos da empresa de forma a se adaptar às novas oportunidades de negócios, novas tecnologias, ações dos concorrentes, etc. identificadas graças à criação e implementação do SIC. Isso poderia ser conseguido com um projeto de Páginas Amarelas que recomendamos fortemente que seja feito na seqüência. Um outro projeto de Gestão do Conhecimento, que acreditamos caberia bem na ABC num futuro próximo, é a criação de um Portal do Conhecimento a partir das informações que a empresa já possui e das que passará a possuir uma vez que o SIC esteja efetivamente funcionando. Ele possibilitará que o conhecimento interno relativo às pessoas e à empresa 34
  • 43. seja estruturado de forma objetiva e organizada, permitindo seu acesso fácil e rápida localização, e em última instância também possibilitará que parceiros externos da ABC (clientes, fornecedores, etc.) tenham acesso às suas informações se e quando necessário. 35
  • 44. VII. Bibliografia CAVALCANTI, Marcos e GOMES, Elisabeth. “Quanto vale o mercado de Gestão do Conhecimento no Brasil?” Revista Inteligência Empresarial, n.9. Rio de Janeiro: E- Papers, outubro de 2001. CAVALCANTI, Marcos, GOMES, Elisabeth e PEREIRA, André. Gestão de Empresas na Sociedade do Conhecimento: um roteiro prático para a ação. Rio de Janeiro: Campus, 2001. GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Campus, 2001. PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva: Técnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1986. SERRA, Fernando A. Ribeiro, TORRES, Maria Cândida S. e TORRES, Alexandre Pavan. Administração Estratégica: Conceitos, Roteiro Prático e Casos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2003. 36
  • 46. Anexo 1: Organograma da ABC Gerência Gerência Comercial e Administrativa Industrial Financeira GCI GAF Gerência da Garantia da Qualidade ICQ / RAA Enc. Recursos Humanos FRH Enc. Logística ILG Coord. Sistema da Segurança do trabalho Qualidade Terceiro ICQ Medicina do trabalho Motorista Terceiro ILG Administr. da Qualidade IAQ Auxiliar Líder Manut. e Líder de Líder de Líder de Administrativo Compras Ferramentaria Produção Expedição Recebimento/ FCP Inspeção Final FFI IFM IPR IEP I R E Contabilidade Administração Ferramenteiro Prensistas e Serv. ensaios Terceiro Pessoal e Fresador Soldadores e calibração FCO Terceiro F A P IFM IPR Terceiro I M T Fonte: ABC, 2003. 38
  • 47. Anexo 2: Indicadores Econômicos de Desempenho da ABC 500 400 300 200 faturam. dividas 100 fluxo caixa 0 Fev Fev Fev Fev Nov Nov Nov Nov Mai Mai Mai Mai Mar Mar Mar Mar Ago Dez Ago Dez Ago Dez Ago Dez Set Set Set Set Jan Jan Jan Jan Abr Abr Abr Abr Jul Out Jul Out Jul Out Jul Out Jun Jun Jun Jun -100 2000 2001 2002 2003 -200 Gráfico 1 – Evolução dos Indicadores Econômicos de Desempenho da ABC nos últimos três anos (valores em R$ x 1000). Fonte: ABC, 2003. 39
  • 48. Anexo 3: Formulário de Avaliação dos Produtos do SIC da ABC Formulário de Avaliação dos Produtos do SIC Favor preencher o questionário abaixo e enviar ao SIC assim que possível. Sua avaliação, comentários e sugestões são importantes para que possamos reavaliar e aperfeiçoar continuamente o SIC, de modo a oferecer sempre produtos de alta qualidade que efetivamente satisfaçam suas necessidades. Nome: Área: Telefone: E-mail: Data: 1. Você está satisfeito com o formato e a forma de entrega dos produtos? Sim Não. Por quê? Em parte. Por quê? 2. Você está satisfeito com a periodicidade dos produtos? Sim Não. Por quê? Em parte. Por quê? 3. O conteúdo dos produtos atendeu as suas necessidades de informação? Sim Não. Por quê? Em parte. Por quê? 4. Do ponto de vista dos resultados práticos obtidos, de que forma o conteúdo dos produtos contribuiu para melhorar o seu trabalho? 5. Que outras necessidades de informação você possui/gostaria de ver atendidas? 6. Comentários e sugestões: __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Fonte: elaboração própria, 2003, adaptado de GOMES, Elisabeth e BRAGA, Fabiane, Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo, Rio de Janeiro: Campus, 2001. 40