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AGROPECUÁRIA CIENTÍFICA NO SEMI-ÁRIDOISSN 1808-6845
Revisão de Literatura

O USO DE AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA E SUAS CONSEQUÊNCIAS
TOXICOLÓGICAS E AMBIENTAIS
Leonardo Barreto Tavella
Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA,
Mossoró, RN. E-mail: leo_tavella@hotmail.com*Autor para correspondência
Ítalo Nunes Silva
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Mossoró, RN. E-mail: italonunessilva@gmail.com
Larissa de Oliveira Fontes
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Mossoró, RN. E-mail: larissafontesjp@hotmail.com
Jairo Rafael Machado Dias
Professor de Fitotecnia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR/ Doutorando em Agronomia Tropical pela
Universidade Federal do Amazonas – UFAM, Rolim de Moura, RO. E-mail: jairorafaelmdias@hotmail.com
Maria Isabel de Lima Silva
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA,
Mossoró, RN. E-mail: mariaisabel_bio@hotmail.com

RESUMO - O Brasil é um dos poucos, entre os grandes produtores agrícolas que reúnem
competitividade para prover a demanda mundial por alimentos, fibras e energia renovável. Não se pode
negar que esta demanda, em termos de produtividade, é proporcionada pelo uso de agrotóxicos no campo.
Portanto, o uso de agrotóxico pode ser considerado uma ferramenta fundamental para assegurar a
proteção, contra baixas produtividades ou a destruição da cultura, porém deve ser usado de forma correta,
para se evitar problemas toxicológicos para o homem e para o meio ambiente. Com isso o objetivo desta
revisão é relatar, o uso de agrotóxicos na agricultura e suas consequências toxicológicas e ambientais no
Brasil.
Palavras-chave: Agroquímicos, riscos toxicológicos, contaminação ambiental.

THE USE OF PESTICIDES IN AGRICULTURE AND TOXICOLOGICAL AND
ENVIRONMENTAL CONSEQUENCES
ABSTRACT - Brazil is one of the few among the large farmers who provide competitiveness to meet the
global demand for food, fiber and renewable energy. One cannot deny that this demand, in terms of
productivity, is afforded by the use of pesticides in the field. Therefore, the use of pesticides may be
considered a fundamental tool to ensure protection against low yields or the destruction of culture, but
must be used correctly to avoid toxicological problems to humans and the environment. Thus the aim of
this review is the use of pesticides in agriculture and its environmental and toxicological consequences in
Brazil.
Keywords: Agrochemicals, toxicological risks, environmental contamination.

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INTRODUÇÃO
O uso de produtos fitossanitários na
agricultura ocorre há séculos. Registros
mencionam a utilização ,de sulfurados no século
XI e, aplicação de arsênio já em 1700. Entretanto,
somente a partir do século XX, com a introdução
da molécula sintética do herbicida DDT
(diclorodifeniltricloroetano) por Muller em 1931,
ocorre o reconhecimento da eficiência do controle
químico, sendo o marco inicial da era “química”
na produção vegetal (NUNES; RIBEIRO, 1999).
Em, 1950, período pós-guerra, com advento
da “Revolução Verde”, observa-se mudanças no
processo do manejo tradicional da agricultura bem
como nos impactos causados ao ambiente e a
saúde humana (MOREIRA et al., 2002). Segundo
Konradsenet al. (2003) a introdução de
agroquímicos na agricultura brasileira, por volta da
década de 60, está vinculado aos Programas de
Saúde Pública, que por si tinham como objetivo o
combate de vetores e de parasitas,..Neste contexto,
a exposição humana a estes produtos se constitui
em grave problema de saúde pública em todo o
mundo,
principalmente
nos
países
em
desenvolvimento.
No Brasil, partir de 1970, criou-se a
necessidade de regulamentação dos agrotóxicos,
tendo em vista o aumento do uso no País. A
legislação foi sendo atualizada, através de
inúmeras portarias e, posteriormente, pela Lei dos
Agrotóxicos (Lei 7.802, de 11 de julho de 1987) e
sua regulamentação (Decreto nº 98.816, 11 de
janeiro de 1990) e atualizada conforme a
necessidade até os últimos anos (Decreto: Lei
4.074, 04 de janeiro de 2002).
Apesar da grande importância das
atividades agrícolas, há pouco interesse no estudo
de aspectos da saúde e segurança na agricultura.
Existe grande interesse em desenvolver novas
tecnologias para aumento da produção na
agropecuária, sem levar em consideração os
impactos à saúde e à segurança do trabalhador
(FRANK et al., 2004).
Sendo assim, o objetivo desta revisão é
relatar sobre a utilização de agrotóxicos na
agricultura e suas consequências toxicológicas e
ambientais no Brasil.

REVISÃO DE LITERATURA
O Brasil é um dos poucos, entre os grandes
produtores agrícolas mundiais, que reúne
características como competitividade e área

disponível para prover a demanda de alimentos,
fibras e energia renovável no mundo (ANDEF,
2009). Entretanto, neste cenário não se pode negar
que em qualquer atividade agrícola, especialmente
na produção de cereais, a atividade somente será
competitiva quando atingir elevado nível de
tecnologia em toda cadeia produtiva com a
finalidade de baixar o custo final de produção, no
entanto, lamentavelmente inserido neste “pacote
tecnológico”, a utilização de produtos agrotóxicos
tem sido crescente (PERES et al., 2005).
No atual sistema de produção agrícola
torna-se comum a desestruturação ecológica do
meio ambiente, que se agrava pela remoção de
plantas competitivas, linhagens por seleção,
monocultivo, adubação química, irrigação, podas e
controle de pragas e doenças. Consequentemente,
como medida corretiva para esse desequilíbrio
ambiental, o controle químico passa ser um
mecanismo fundamental para assegurar a proteção
contra baixas produtividades ou até a destruição da
espécie cultivada (JEPPSON et al., 1975). No
entanto, o impacto social e ambiental causado pelo
uso desordenado destes produtos agrotóxicos tem
causado constante preocupação por parte da
sociedade (IBAMA, 2009).
1.1 Uso de agrotóxicos no Brasil
O mercado de agrotóxicos no Brasil é
caracterizado pela grande oferta de produtos, além
de
ser
oligopolista
(Tabela
1),
onde
apresenta,crescimento significativo, expandindose, em média, 10% ao ano, de forma que mantevese entre 1970 e 2007 entre os seis maiores
consumidores do mundo (TERRA, 2008).
Em 2008, o Brasil assumiu a colocação de
maior consumidor de agrotóxicos do mundo.
Segundo levantamento realizado pelo Sindicato
Nacional da Indústria de Produtos para Defesa
Agrícola (SINDAG), as vendas de agrotóxicos
somaram US$ 7,1 bilhões diante de US$ 6,6
bilhões do segundo colocado, os norte americanos
(ANDEF, 2009).
Os agrotóxicos utilizados no Brasil são
classificados de acordo com sua finalidade, sendo
definidos pelo seu mecanismo de ação no alvo
biológico, sendo os mais comuns, plantas
daninhas, doenças e pragas de espécies agrícolas
cultivadas. Neste mercado, os herbicidas (48%),
inseticidas (25%) e fungicidas (22%) movimentam
95% do consumo mundial de agrotóxicos
(AGROW, 2007)

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Tabela 1 - Número e quantidade de ingredientes ativos registrados para as culturas comercias: cana-deaçúcar, soja, milho, mandioca, laranja e arroz no Brasil em 2009.
Culturas comerciais
Ingrediente ativo (IA)
Cana-de-açúcar Soja Milho Mandioca Laranja (citros) Arroz
Total de IAs registrados
63
131
106
8
110
89
1 Glifosato e seus sais
S
S
S
N
S
S
2 Cipermetrina
N
S
S
N
N
S
3 Óleo mineral
N
N
N
N
S
N
4 Óleo vegetal
N
N
N
N
S
N
5 Enxofre
N
S
S
N
N
N
6 2,4-D
S
S
S
N
N
S
7 Atrazina
S
N
S
N
N
N
8 Metamidofós
N
S
N
N
N
N
9 Acefato
N
S
N
N
S
N
10 Carbendanzim
N
S
N
N
S
N
S - sim; N - não.
Fonte: MAPA (2010)

De acordo com a Figura 1 os herbicidas são
os mais utilizados dentre os agrotóxicos. Pois, o
manejo de plantas daninhas é uma prática de
grande importância para a diminuir as perdas por
competição, perdas na colheita, obtendo altos
rendimentos, em qualquer exploração agrícola.
Sendo estas importâncias tão antigas quanto à

própria agricultura (EMBRAPA, 2003). Segundo o
mesmo autor o aumento crescente no consumo
elevado dos herbicidas, se dá principalmente em
razão da expansão da fronteira agrícola e do
aumento de terras onde é praticado o plantio
direto.

Figura 1 - Dados de comercialização dos agrotóxicos distribuídos por classe de uso principal, no Brasil
em 2009.
O destaque é a participação do ingrediente
ativo glifosato no mercado brasileiro, que
representa 76% do total de herbicidas
comercializado (IBAMA, 2009).
Os inseticidas ocupa a segunda posição o
mercado de comercialização dos agrotóxicos com

25%. É representado por três grupos:
rganoclorados,
inibidores da
colinesterase
(fosforados orgânicos e carbamatos) e piretróides
naturais e sintéticos. Os fosforados orgânicos e os
carbamatos, também conhecidos como inibidores
da acetilcolinesterase são os inseticidas mais

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utilizados. Sendo o principio ativo cipermetrina
responsável por mais de 55% da comercialização
IBAMA (2009).
Muitos
tipos
de
fungicidas
são
comercializados sob grande quantidade de
estruturas químicas, ocupando terceira colocação,
com 22% da comercialização de agrotóxicos no
Brasil. A maioria tem relativamente baixa
toxicidade a mamíferos. E seu maior impacto
ambiental é a toxicidade para os microrganismos
do solo (EDWARDS, 1998). Sendo os princípios
ativos do enxofre e carbendazim responsável pela
grande comercialização dos produtos com ação
fungicida (IBAMA, 2009).
Segundo o mesmo autor a distribuição dos
ingredientes ativos mais utilizados em cada estado
é semelhante à distribuição no Brasil. Ingredientes
ativos como o glifosato, 2,4-D e os óleos mineral e
vegetal destacam-se por estar entre os cinco
ingredientes ativos mais comercializados em quase
todos os estados. Assim, conforme o tipo da
cultura e as necessidades de cada região haverá
algumas alterações na configuração. Em relação a
utilização de agrotóxicos pelos estados brasileiros,
segue em ordem decrescente: Mato Grosso, São
Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas
Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina
e Maranhão.
1.2 Consequências e perigos toxicológicos e
ambientais
No Brasil existem poucos estudos sobre a
saúde do trabalhador rural, embora profissionais de

saúde e de extensão rural, considerem frequente
esta morbidade entre os agricultores. Machado e
Gomes (1994) remetendo-se sob a negligência das
ocorrências dos acidentes de trabalho no meio
rural inclusive no caso das intoxicações por
agrotóxicos e suas conseqüências, considera que
seja pertinente a suposição da existência de
epidemias
submersas
na
incompetência
institucional.
No preparo de calda de agrotóxicos, o
trabalhador manipula a embalagem, rompe o lacre,
retira a tampa e o lacre do bocal da embalagem,
dosa a formulação e recoloca a tampa (TÁCIO et
al., 2010). Neste sentido, o risco de intoxicação do
trabalhador consequentemente é maior nas
atividades de preparo de formulações de
agrotóxicos, do que na própria aplicação em
campo, devido à diluição das formulações em água
(VAN HEMMEN, 1992; OLIVEIRA, 2000).
Sendo inevitável o contado com o princípio ativo
sob alta concentração, consequentemente maior
exposição de risco à saúde humana.
As condições de trabalho no meio rural é
composta pelo meio ambiente onde o trabalhador
se encontra e pelos componentes materiais
utilizados para realizar a sua atividade laboral. As
medidas de segurança podem ser agrupadas em
preventivas e de proteção, que, podem ser
agrupadas em individuais e coletivas. As medidas
de segurança coletiva são aquelas relacionadas ao
meio e aos ambientes de trabalho para controlar a
exposição dos trabalhadores (MACHADO NETO
et al., 2007). (Figura 2).

Fonte: Moreira et al., 2002.

Figura 2 - Representação esquemática das principais vias responsáveis pelo impacto da contaminação
humana por agrotóxicos.
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A pesar de a legislação brasileira ser
bastante moderna e abrangente, os casos de
intoxicação em trabalhadores rurais são frequentes
no País. Os dados do Sistema Nacional de
Toxicologia (SINITOX, 2009) revelam que,
ocorreram 3.813 casos registrados de intoxicação

por agrotóxicos agropecuários, sendo que se
consideramos os demais a gente causais de
intoxicação, soma 77.458 casos em humanos em
todo o Brasil. Logo os agrotóxicos de uso agrícola
representam em aproximadamente 5% (Tabela 2).

Tabela 2 - Casos Registrados de Intoxicação Humana, de Intoxicação Animal e de Solicitação de
Informação por Agente Tóxico. Brasil, 2009.
Humana
Animal
Infiltração
Total
Vítima
Agente
nº
nº
nº
nº
%
Medicamentos
21582
160
838
22580
27,35
Agrotóxicos/Uso Agrícola
3813
72
171
4056
4,91
Agrotóxicos/Uso Doméstico
2448
249
139
2836
3,43
Produtos Veterinários
748
147
29
924
1,12
Raticidas
2182
206
77
2465
2,99
Domissanitários
9588
253
185
10026
12,14
Cosméticos
909
9
50
968
1,17
Produtos Químicos Industriais
4284
89
173
4546
5,51
Metais
276
4
31
311
0,38
Drogas de Abuso
4074
7
445
4526
5,48
Plantas
932
94
65
1091
1,32
Alimentos
692
4
22
718
0,87
Animais Peç./Serpentes
2807
28
109
2944
3,57
Animais Peç./Aranhas
3028
10
311
3349
1,06
Animais Peç./Escorpiões
8306
4
218
8528
10,33
Outros Animais Peç./Venenosos
4337
29
265
4631
5,61
Animais não Peçonhentos
3147
14
190
3351
4,06
Desconhecido
1735
77
59
1871
2,27
Outro
2570
41
234
2845
3,45
Total
77458
1497
3611
82566
100
Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX
Além da seriedade com que vários casos
de contaminação humana e ambiental têm sido
identificados no meio rural. No que tange ao
impacto sobre saúde humana causado por
agrotóxicos, diversos fatores podem contribuir. A
Figura 3 sintetiza alguns dos principais fatores
através dos quais a causa da contaminação por
agrotóxicos é estabelecida, assim como identifica

3%

1%

alguns dos determinantes que podem vir a
minimizar ou amplificar este impacto (SINITOX,
2009). Isso confirma que o uso inadequado do
produto, atrelado a causas não agrícolas (suicídio)
são responsáveis por mais de 50% das intoxicações
em humanos no Brasil.

24%
Acidente Individual

1% Acidente coletivo
1%
46%

Acidente Ambiental
Operacional

24%
Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX

Figura 3 - Casos de intoxicação humana por agrotóxicos de uso agrícola, Brasil, 2009.
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Com os dados apresentados na (Figura 2 e
3) fica difícil alegar que os problemas provocados
pelos agrotóxicos sejam decorrentes a utilização
dos mesmos, e sim pelo inadequado uso desses
produtos, pois a rigidez e evolução da legislação e
do sistema de registro garantem que os produtos
colocados à disposição do usuário são seguros,
quando bem utilizados.
A contaminação por agrotóxicos é um tema
que vem despertando atenção crescente, tendo em
vista suas conseqüências para a saúde humana e o
risco de degradação do meio ambiente, causados
por seu uso crescente e às vezes inadequado
(SOARES et al. 2005).
Devido a esse uso crescente e a grande
concorrência no mercado de agrotóxicos.O registro
dos produtos já era praticado antes, mas a Lei dos
Agrotóxicos foi considerada um avanço do ponto
de vista da preservação da saúde pública e do
ambiente. Um dos pontos importantes da Lei é que
só permite o registro de novo produto se for
comprovadamente igual ou de menor toxicidade
aos já registrados para o mesmo fim (GARCIA et
al. 2005)
Para ser usado na agricultura e diminuir os
danos ao ambiente algumas observações são
recomendadas segundo Embrapa (2003) o mesmo
deve ser registrado para a cultura e para a praga

alvo, levar em consideração o nível de infestação e
local de aplicação; usar na dose recomendada pelo
fabricante; observar as restrições de uso e da área;
fazer aplicação somente quando as condições de
tempo forem favoráveis, respeitar o período de
carência e sempre consultar a bula do fabricante,
além do receituário agronômico.
A toxicidade dos agrotóxicos é variável e
depende das propriedades dos ingredientes ativos e
inertes do produto. Os efeitos dos agrotóxicos
podem ser agudo, subcrônicos e crônicos. Esses
efeitos podem interferir na fisiologia, no
comportamento, na reprodução dos organismos
(IBAMA, 2009). Segundo o mesmo autor a
toxicidade esta em função do tempo de
persistência disponível no meio ambiente, os
agrotóxicos podem interferir em processos básicos
do ecossistema, como a respiração do solo,
ciclagem de nutrientes, mortandade de peixes ou
aves, bem como a redução de suas populações,
entre outros efeitos.
A Figura 4 mostra a distribuição de
comercialização de agrotóxicos no Brasil, com
predominância de marcas comerciais classificadas
nas classes ambientais II (produtos muito
perigosos ao meio ambiente) e III (produtos
perigosos ao meio ambiente).

Fonte: Sistema de Agrotóxicos – Relatórios Semestrais - Ibama - 2009.

Figura 4 - Comercialização de produtos agrotóxicos em função das suas classes ambientais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

É fato que para se produzir alimentos em
larga escala, é indispensável o uso consciente dos
agrotóxicos como uma ferramenta a mais para
assegurar a proteção, contra baixas produtividades,
ou perdas de culturas. Porém o controle químico só
deve ser empregado após aplicação de todos os
métodos de controles disponíveis, para se evitar
problemas toxicológicos tanto para o homem
quanto para o meio ambiente.

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VEGETAL (ANDEF) Tecnologia em primeiro
lugar: o Brasil a caminho de se tornar o maior

ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12
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Brasil. 156f. Dissertação de Mestrado. Programa
de
Pós-Graduação
em
Desenvolvimento
Econômico da Universidade Federal doParaná.
Curitiba, 2008.
VAN HEMMEN, J. J. Agricultural pesticide
exposure data bases for risk assessment. Reviews
of Environmental Reviews Contamination and
Toxicology, New York, v.126, p.85, 1992.

ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12
www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index

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Agrotóxicos na agricultura e consequências toxicológicas e ambientais

  • 1. AGROPECUÁRIA CIENTÍFICA NO SEMI-ÁRIDOISSN 1808-6845 Revisão de Literatura O USO DE AGROTÓXICOS NA AGRICULTURA E SUAS CONSEQUÊNCIAS TOXICOLÓGICAS E AMBIENTAIS Leonardo Barreto Tavella Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA, Mossoró, RN. E-mail: leo_tavella@hotmail.com*Autor para correspondência Ítalo Nunes Silva Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Mossoró, RN. E-mail: italonunessilva@gmail.com Larissa de Oliveira Fontes Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, Mossoró, RN. E-mail: larissafontesjp@hotmail.com Jairo Rafael Machado Dias Professor de Fitotecnia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR/ Doutorando em Agronomia Tropical pela Universidade Federal do Amazonas – UFAM, Rolim de Moura, RO. E-mail: jairorafaelmdias@hotmail.com Maria Isabel de Lima Silva Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA, Mossoró, RN. E-mail: mariaisabel_bio@hotmail.com RESUMO - O Brasil é um dos poucos, entre os grandes produtores agrícolas que reúnem competitividade para prover a demanda mundial por alimentos, fibras e energia renovável. Não se pode negar que esta demanda, em termos de produtividade, é proporcionada pelo uso de agrotóxicos no campo. Portanto, o uso de agrotóxico pode ser considerado uma ferramenta fundamental para assegurar a proteção, contra baixas produtividades ou a destruição da cultura, porém deve ser usado de forma correta, para se evitar problemas toxicológicos para o homem e para o meio ambiente. Com isso o objetivo desta revisão é relatar, o uso de agrotóxicos na agricultura e suas consequências toxicológicas e ambientais no Brasil. Palavras-chave: Agroquímicos, riscos toxicológicos, contaminação ambiental. THE USE OF PESTICIDES IN AGRICULTURE AND TOXICOLOGICAL AND ENVIRONMENTAL CONSEQUENCES ABSTRACT - Brazil is one of the few among the large farmers who provide competitiveness to meet the global demand for food, fiber and renewable energy. One cannot deny that this demand, in terms of productivity, is afforded by the use of pesticides in the field. Therefore, the use of pesticides may be considered a fundamental tool to ensure protection against low yields or the destruction of culture, but must be used correctly to avoid toxicological problems to humans and the environment. Thus the aim of this review is the use of pesticides in agriculture and its environmental and toxicological consequences in Brazil. Keywords: Agrochemicals, toxicological risks, environmental contamination. ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index
  • 2. Leonardo Barreto Tavella /Agropecuária Científica no Semi-Árido, UFCG - Patos - PB. ISSN 1808-6845 INTRODUÇÃO O uso de produtos fitossanitários na agricultura ocorre há séculos. Registros mencionam a utilização ,de sulfurados no século XI e, aplicação de arsênio já em 1700. Entretanto, somente a partir do século XX, com a introdução da molécula sintética do herbicida DDT (diclorodifeniltricloroetano) por Muller em 1931, ocorre o reconhecimento da eficiência do controle químico, sendo o marco inicial da era “química” na produção vegetal (NUNES; RIBEIRO, 1999). Em, 1950, período pós-guerra, com advento da “Revolução Verde”, observa-se mudanças no processo do manejo tradicional da agricultura bem como nos impactos causados ao ambiente e a saúde humana (MOREIRA et al., 2002). Segundo Konradsenet al. (2003) a introdução de agroquímicos na agricultura brasileira, por volta da década de 60, está vinculado aos Programas de Saúde Pública, que por si tinham como objetivo o combate de vetores e de parasitas,..Neste contexto, a exposição humana a estes produtos se constitui em grave problema de saúde pública em todo o mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil, partir de 1970, criou-se a necessidade de regulamentação dos agrotóxicos, tendo em vista o aumento do uso no País. A legislação foi sendo atualizada, através de inúmeras portarias e, posteriormente, pela Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802, de 11 de julho de 1987) e sua regulamentação (Decreto nº 98.816, 11 de janeiro de 1990) e atualizada conforme a necessidade até os últimos anos (Decreto: Lei 4.074, 04 de janeiro de 2002). Apesar da grande importância das atividades agrícolas, há pouco interesse no estudo de aspectos da saúde e segurança na agricultura. Existe grande interesse em desenvolver novas tecnologias para aumento da produção na agropecuária, sem levar em consideração os impactos à saúde e à segurança do trabalhador (FRANK et al., 2004). Sendo assim, o objetivo desta revisão é relatar sobre a utilização de agrotóxicos na agricultura e suas consequências toxicológicas e ambientais no Brasil. REVISÃO DE LITERATURA O Brasil é um dos poucos, entre os grandes produtores agrícolas mundiais, que reúne características como competitividade e área disponível para prover a demanda de alimentos, fibras e energia renovável no mundo (ANDEF, 2009). Entretanto, neste cenário não se pode negar que em qualquer atividade agrícola, especialmente na produção de cereais, a atividade somente será competitiva quando atingir elevado nível de tecnologia em toda cadeia produtiva com a finalidade de baixar o custo final de produção, no entanto, lamentavelmente inserido neste “pacote tecnológico”, a utilização de produtos agrotóxicos tem sido crescente (PERES et al., 2005). No atual sistema de produção agrícola torna-se comum a desestruturação ecológica do meio ambiente, que se agrava pela remoção de plantas competitivas, linhagens por seleção, monocultivo, adubação química, irrigação, podas e controle de pragas e doenças. Consequentemente, como medida corretiva para esse desequilíbrio ambiental, o controle químico passa ser um mecanismo fundamental para assegurar a proteção contra baixas produtividades ou até a destruição da espécie cultivada (JEPPSON et al., 1975). No entanto, o impacto social e ambiental causado pelo uso desordenado destes produtos agrotóxicos tem causado constante preocupação por parte da sociedade (IBAMA, 2009). 1.1 Uso de agrotóxicos no Brasil O mercado de agrotóxicos no Brasil é caracterizado pela grande oferta de produtos, além de ser oligopolista (Tabela 1), onde apresenta,crescimento significativo, expandindose, em média, 10% ao ano, de forma que mantevese entre 1970 e 2007 entre os seis maiores consumidores do mundo (TERRA, 2008). Em 2008, o Brasil assumiu a colocação de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Segundo levantamento realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (SINDAG), as vendas de agrotóxicos somaram US$ 7,1 bilhões diante de US$ 6,6 bilhões do segundo colocado, os norte americanos (ANDEF, 2009). Os agrotóxicos utilizados no Brasil são classificados de acordo com sua finalidade, sendo definidos pelo seu mecanismo de ação no alvo biológico, sendo os mais comuns, plantas daninhas, doenças e pragas de espécies agrícolas cultivadas. Neste mercado, os herbicidas (48%), inseticidas (25%) e fungicidas (22%) movimentam 95% do consumo mundial de agrotóxicos (AGROW, 2007) ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index
  • 3. Leonardo Barreto Tavella /Agropecuária Científica no Semi-Árido, UFCG - Patos - PB. ISSN 1808-6845 Tabela 1 - Número e quantidade de ingredientes ativos registrados para as culturas comercias: cana-deaçúcar, soja, milho, mandioca, laranja e arroz no Brasil em 2009. Culturas comerciais Ingrediente ativo (IA) Cana-de-açúcar Soja Milho Mandioca Laranja (citros) Arroz Total de IAs registrados 63 131 106 8 110 89 1 Glifosato e seus sais S S S N S S 2 Cipermetrina N S S N N S 3 Óleo mineral N N N N S N 4 Óleo vegetal N N N N S N 5 Enxofre N S S N N N 6 2,4-D S S S N N S 7 Atrazina S N S N N N 8 Metamidofós N S N N N N 9 Acefato N S N N S N 10 Carbendanzim N S N N S N S - sim; N - não. Fonte: MAPA (2010) De acordo com a Figura 1 os herbicidas são os mais utilizados dentre os agrotóxicos. Pois, o manejo de plantas daninhas é uma prática de grande importância para a diminuir as perdas por competição, perdas na colheita, obtendo altos rendimentos, em qualquer exploração agrícola. Sendo estas importâncias tão antigas quanto à própria agricultura (EMBRAPA, 2003). Segundo o mesmo autor o aumento crescente no consumo elevado dos herbicidas, se dá principalmente em razão da expansão da fronteira agrícola e do aumento de terras onde é praticado o plantio direto. Figura 1 - Dados de comercialização dos agrotóxicos distribuídos por classe de uso principal, no Brasil em 2009. O destaque é a participação do ingrediente ativo glifosato no mercado brasileiro, que representa 76% do total de herbicidas comercializado (IBAMA, 2009). Os inseticidas ocupa a segunda posição o mercado de comercialização dos agrotóxicos com 25%. É representado por três grupos: rganoclorados, inibidores da colinesterase (fosforados orgânicos e carbamatos) e piretróides naturais e sintéticos. Os fosforados orgânicos e os carbamatos, também conhecidos como inibidores da acetilcolinesterase são os inseticidas mais ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index
  • 4. Leonardo Barreto Tavella /Agropecuária Científica no Semi-Árido, UFCG - Patos - PB. ISSN 1808-6845 utilizados. Sendo o principio ativo cipermetrina responsável por mais de 55% da comercialização IBAMA (2009). Muitos tipos de fungicidas são comercializados sob grande quantidade de estruturas químicas, ocupando terceira colocação, com 22% da comercialização de agrotóxicos no Brasil. A maioria tem relativamente baixa toxicidade a mamíferos. E seu maior impacto ambiental é a toxicidade para os microrganismos do solo (EDWARDS, 1998). Sendo os princípios ativos do enxofre e carbendazim responsável pela grande comercialização dos produtos com ação fungicida (IBAMA, 2009). Segundo o mesmo autor a distribuição dos ingredientes ativos mais utilizados em cada estado é semelhante à distribuição no Brasil. Ingredientes ativos como o glifosato, 2,4-D e os óleos mineral e vegetal destacam-se por estar entre os cinco ingredientes ativos mais comercializados em quase todos os estados. Assim, conforme o tipo da cultura e as necessidades de cada região haverá algumas alterações na configuração. Em relação a utilização de agrotóxicos pelos estados brasileiros, segue em ordem decrescente: Mato Grosso, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Maranhão. 1.2 Consequências e perigos toxicológicos e ambientais No Brasil existem poucos estudos sobre a saúde do trabalhador rural, embora profissionais de saúde e de extensão rural, considerem frequente esta morbidade entre os agricultores. Machado e Gomes (1994) remetendo-se sob a negligência das ocorrências dos acidentes de trabalho no meio rural inclusive no caso das intoxicações por agrotóxicos e suas conseqüências, considera que seja pertinente a suposição da existência de epidemias submersas na incompetência institucional. No preparo de calda de agrotóxicos, o trabalhador manipula a embalagem, rompe o lacre, retira a tampa e o lacre do bocal da embalagem, dosa a formulação e recoloca a tampa (TÁCIO et al., 2010). Neste sentido, o risco de intoxicação do trabalhador consequentemente é maior nas atividades de preparo de formulações de agrotóxicos, do que na própria aplicação em campo, devido à diluição das formulações em água (VAN HEMMEN, 1992; OLIVEIRA, 2000). Sendo inevitável o contado com o princípio ativo sob alta concentração, consequentemente maior exposição de risco à saúde humana. As condições de trabalho no meio rural é composta pelo meio ambiente onde o trabalhador se encontra e pelos componentes materiais utilizados para realizar a sua atividade laboral. As medidas de segurança podem ser agrupadas em preventivas e de proteção, que, podem ser agrupadas em individuais e coletivas. As medidas de segurança coletiva são aquelas relacionadas ao meio e aos ambientes de trabalho para controlar a exposição dos trabalhadores (MACHADO NETO et al., 2007). (Figura 2). Fonte: Moreira et al., 2002. Figura 2 - Representação esquemática das principais vias responsáveis pelo impacto da contaminação humana por agrotóxicos. ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index
  • 5. Leonardo Barreto Tavella /Agropecuária Científica no Semi-Árido, UFCG - Patos - PB. ISSN 1808-6845 A pesar de a legislação brasileira ser bastante moderna e abrangente, os casos de intoxicação em trabalhadores rurais são frequentes no País. Os dados do Sistema Nacional de Toxicologia (SINITOX, 2009) revelam que, ocorreram 3.813 casos registrados de intoxicação por agrotóxicos agropecuários, sendo que se consideramos os demais a gente causais de intoxicação, soma 77.458 casos em humanos em todo o Brasil. Logo os agrotóxicos de uso agrícola representam em aproximadamente 5% (Tabela 2). Tabela 2 - Casos Registrados de Intoxicação Humana, de Intoxicação Animal e de Solicitação de Informação por Agente Tóxico. Brasil, 2009. Humana Animal Infiltração Total Vítima Agente nº nº nº nº % Medicamentos 21582 160 838 22580 27,35 Agrotóxicos/Uso Agrícola 3813 72 171 4056 4,91 Agrotóxicos/Uso Doméstico 2448 249 139 2836 3,43 Produtos Veterinários 748 147 29 924 1,12 Raticidas 2182 206 77 2465 2,99 Domissanitários 9588 253 185 10026 12,14 Cosméticos 909 9 50 968 1,17 Produtos Químicos Industriais 4284 89 173 4546 5,51 Metais 276 4 31 311 0,38 Drogas de Abuso 4074 7 445 4526 5,48 Plantas 932 94 65 1091 1,32 Alimentos 692 4 22 718 0,87 Animais Peç./Serpentes 2807 28 109 2944 3,57 Animais Peç./Aranhas 3028 10 311 3349 1,06 Animais Peç./Escorpiões 8306 4 218 8528 10,33 Outros Animais Peç./Venenosos 4337 29 265 4631 5,61 Animais não Peçonhentos 3147 14 190 3351 4,06 Desconhecido 1735 77 59 1871 2,27 Outro 2570 41 234 2845 3,45 Total 77458 1497 3611 82566 100 Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX Além da seriedade com que vários casos de contaminação humana e ambiental têm sido identificados no meio rural. No que tange ao impacto sobre saúde humana causado por agrotóxicos, diversos fatores podem contribuir. A Figura 3 sintetiza alguns dos principais fatores através dos quais a causa da contaminação por agrotóxicos é estabelecida, assim como identifica 3% 1% alguns dos determinantes que podem vir a minimizar ou amplificar este impacto (SINITOX, 2009). Isso confirma que o uso inadequado do produto, atrelado a causas não agrícolas (suicídio) são responsáveis por mais de 50% das intoxicações em humanos no Brasil. 24% Acidente Individual 1% Acidente coletivo 1% 46% Acidente Ambiental Operacional 24% Fonte: MS/FIOCRUZ/SINITOX Figura 3 - Casos de intoxicação humana por agrotóxicos de uso agrícola, Brasil, 2009. ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index
  • 6. Leonardo Barreto Tavella /Agropecuária Científica no Semi-Árido, UFCG - Patos - PB. ISSN 1808-6845 Com os dados apresentados na (Figura 2 e 3) fica difícil alegar que os problemas provocados pelos agrotóxicos sejam decorrentes a utilização dos mesmos, e sim pelo inadequado uso desses produtos, pois a rigidez e evolução da legislação e do sistema de registro garantem que os produtos colocados à disposição do usuário são seguros, quando bem utilizados. A contaminação por agrotóxicos é um tema que vem despertando atenção crescente, tendo em vista suas conseqüências para a saúde humana e o risco de degradação do meio ambiente, causados por seu uso crescente e às vezes inadequado (SOARES et al. 2005). Devido a esse uso crescente e a grande concorrência no mercado de agrotóxicos.O registro dos produtos já era praticado antes, mas a Lei dos Agrotóxicos foi considerada um avanço do ponto de vista da preservação da saúde pública e do ambiente. Um dos pontos importantes da Lei é que só permite o registro de novo produto se for comprovadamente igual ou de menor toxicidade aos já registrados para o mesmo fim (GARCIA et al. 2005) Para ser usado na agricultura e diminuir os danos ao ambiente algumas observações são recomendadas segundo Embrapa (2003) o mesmo deve ser registrado para a cultura e para a praga alvo, levar em consideração o nível de infestação e local de aplicação; usar na dose recomendada pelo fabricante; observar as restrições de uso e da área; fazer aplicação somente quando as condições de tempo forem favoráveis, respeitar o período de carência e sempre consultar a bula do fabricante, além do receituário agronômico. A toxicidade dos agrotóxicos é variável e depende das propriedades dos ingredientes ativos e inertes do produto. Os efeitos dos agrotóxicos podem ser agudo, subcrônicos e crônicos. Esses efeitos podem interferir na fisiologia, no comportamento, na reprodução dos organismos (IBAMA, 2009). Segundo o mesmo autor a toxicidade esta em função do tempo de persistência disponível no meio ambiente, os agrotóxicos podem interferir em processos básicos do ecossistema, como a respiração do solo, ciclagem de nutrientes, mortandade de peixes ou aves, bem como a redução de suas populações, entre outros efeitos. A Figura 4 mostra a distribuição de comercialização de agrotóxicos no Brasil, com predominância de marcas comerciais classificadas nas classes ambientais II (produtos muito perigosos ao meio ambiente) e III (produtos perigosos ao meio ambiente). Fonte: Sistema de Agrotóxicos – Relatórios Semestrais - Ibama - 2009. Figura 4 - Comercialização de produtos agrotóxicos em função das suas classes ambientais. CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS É fato que para se produzir alimentos em larga escala, é indispensável o uso consciente dos agrotóxicos como uma ferramenta a mais para assegurar a proteção, contra baixas produtividades, ou perdas de culturas. Porém o controle químico só deve ser empregado após aplicação de todos os métodos de controles disponíveis, para se evitar problemas toxicológicos tanto para o homem quanto para o meio ambiente. AGRAW.Completeguidetogenericpesticides. 2007. Disponivel em:<http://www.agrow. com/multimedia/archive/00053/DS258_58994a_53 150a.pdf> Acesso em: 18 maio 2011. ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL (ANDEF) Tecnologia em primeiro lugar: o Brasil a caminho de se tornar o maior ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index
  • 7. Leonardo Barreto Tavella /Agropecuária Científica no Semi-Árido, UFCG - Patos - PB. ISSN 1808-6845 produtor mundial de grãos. Revista Defesa Vegetal. maio de 2009. <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/prin cipal_agrofit_cons>. Acesso em: 16 maio 2011. EDWARDS, C. A. PollutionIssues – Pesticides. 1998. Disponível em: <http://www.pollutionissues.com/NaPh/Pesticides.html>. Acesso em: 31 maio 2010. MOREIRA, J. C., JACOB, S. C., PERES, F. et al. Avaliação integrada do impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde humana em uma comunidade agrícola de Nova Frigurgo, RJ. Ciência e Saúde Coletiva, v. 7, n. 2, 2002. EMBRAPA. Tecnologias de Produção de Soja Região Central do Brasil 2003. 2003.Disponível em:<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/ FontesHTML/Soja/SojaCentralBrasil2003/controle .htm>. Acessoem: 16 maio 2011. FRANK, A. L.; MCKNIGHT, R.; KIRKHORN, S. R.; GUNDERSON, P. Issues of agricultural safety and health.AnnualReviewofPublic Health. Palo Alto, v. 25, p. 25-45, 2004. GARCIA, E. G.; BUSSACOS, M. A.; FISCHER, F. M.Impacto da legislação no registro de agrotóxicos de maior toxicidade no Brasil. Revista de saúde Publica.v. 39, n. 5, 2005. IBAMA. Produtos agrotóxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil. 2009. Disponívelem:<http://www.ibama.gov.br/qualidad e-ambiental/wp content/files/Produtos _Agrotoxicos_Comercializados_Brasil_2009.pdf>. Acesso em 17 de maio 2011. JEPPSON, L. R.; KEIFER, H. H.; BAKER, E. W. Mites injurious to economic plants. Berkeley: University of California Press, 1975. 614 p. KONRADSEN, F.; VAN DER HOEK, W.; COLE, D. C.; HUTCHINSON, G.; DAISLEY, H.; SINGH, S.; EDDLESTON, M. Reducing acute poisoning in developing countries – options forrestricting the availability of pesticides. Toxicology. 2003;192(2-3):249-61. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: concepções e dados. In:MEARNS, J.; DUNNZ, I.; LEES-HALEY, P. R. Psychological effects oforganophosphate pesticides: a review and call for research by Phychologists. JournalClinicPsychology, 1994. MACHADO NETO, J. G.; COSTA, G. M.; OLIVEIRA, M. L. Segurança do trabalhador em aplicações de herbicidas com pulverizadores de barra em cana-de-açúcar. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 25, n. 3, p. 639-648, 2007. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA. E ABASTECIMENTO (MAPA). Sistema de Agrotóxicos Fitossanitários (AGROFIT). 2010. Disponível em: NUNES, G. S.; RIBEIRO, M. L. Pesticidas: Uso, Legislaçãoe Controle. Pesticidas.Ecotoxicologia e MeioAmbiente, Curitiba, v.9, p.31-44, jan./dez. 1999. OLIVEIRA, M.L. Segurança no trabalho de aplicação de agrotóxicos com turboatomizador e pulverizador de pistolas em citros, na região de Jaboticabal-SP. 2000. 99 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal. PERES, F.; ROZEMBERG, B.; LUCCA, S. R. Percepção de riscos no trabalho rural em uma região agrícola do estado do Rio de Janeiro, Brasil: agrotóxicos, saúde e meio ambiente. Caderno de SaúdePública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 6, p. 18361844, nov./dez., 2005. Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas (SINITOX). 2009. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/star t.htm?sid=349>.Acesso em: 17 maio 2011. SOARES, W. L.; FREITAS, E. A. V. de; COUTINHO, J. A. G.Trabalho rural e saúde: intoxicações por agrotóxicos no município de Teresópolis – RJ.RER. Rio de Janeiro, v. 43, nº 04, p. 685-701, out./dez 2005. TÁCIO, M. B.; OLIVEIRA, M. L.; MACHADO NETO, J. G. Segurança no preparo de calda com formulações líquidas de agrotóxicos para cultura da goiaba. Revista Brasileira de Fruticultura. v. 32, p. 726-735, 2010. TERRA, F. H. B. A.Indústria de Agrotóxicos no Brasil. 156f. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal doParaná. Curitiba, 2008. VAN HEMMEN, J. J. Agricultural pesticide exposure data bases for risk assessment. Reviews of Environmental Reviews Contamination and Toxicology, New York, v.126, p.85, 1992. ACSA - Agropecuária Científica no Semi-Árido, v.07, n 02 abril/junho 2011 p. 06 - 12 www.cstr.ufcg.edu.br/acsa e http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/index