SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Ida ao show da Ivete
De Karl Valentin tradução e adaptação de Silvio Selva
Personagens
As irmãs
ATO ÚNICO
Uma, na mesa arrumando coisas da casa, chega a outra.
1- Adivinha só, quando eu tava chegando, eis que a nossa vizinha deu de cara
comigo e me ofereceu uma coisa que ganhou no sorteio da rádio. Adivinha o
que ela me ofereceu?
2- Deixe de ser criança. Diz logo.
1- Toma, olha. Dois ingressos da Expo pra ver a Ivete. O que você me diz?
2- Muito obrigado, mas por que não vai ela mesma, essa velha rabugenta?
1- Ah, sem dúvida ela não tem tempo.
2- Ah, é? Ela não tem tempo e nós temos de ter tempo?
1 Não seja mal agradecida.
2 Você sabe muito bem que essa mulher tem uma bronca com a gente, senão,
não teria oferecido os ingressos justamente pra nós.
1 Mas ela só queria nos fazer uma gentileza.
2 Ela? Para nós? E por acaso nós já lhe fizemos alguma gentileza? Nunca.
1 Então, você vai comigo? Sim ou não?
2 E quando é que isso começa?
1 Eu não sei. Vou descer e perguntar pra ela.
2 Tá bom, começa às dez horas.
1 Já são quinze pras nove. As dez horas a gente nunca vai estar pronta, mas,
geralmente, os shows da Expo só começam mais tarde, às onze horas.
2 Começam entre nove e dez horas..
1 Antes das dez horas, não. Começam sempre mais tarde.
2 Bom, então, o que a gente faz?
1 Não tem o que ficar pensando, vamos.
2 Mas nós ainda não jantamos.
1 A janta está pronta.
2 Eu me apronto rápido. É só o tempo de me pentear.
1 Você pode fazer isso depois, primeiro vamos comer. (Ela sai, a outra pega
um espelho e o põe à mesa: o espelho cai sempre. A outra chega com
pratos e talheres). Bom, agora não vamos mais perder tempo. (Vê o espelho
caindo.) Ah, mais essa! Põe ele direito! (Ela consegue fazer o espelho ficar
em pé, mas ao contrário.)
2 Mas eu não posso olhar nele assim.
1 Pois bem, vire ele. (ela vira o espelho, mas ele continua caindo. A outra
conserta, ela se penteia). Eu gostaria de saber o que você tem pra pentear?
Você não consegue nem repartir esse cabelinho que você tem.
2 É um hábito que eu tenho e mantenho.
1 Como você pode ser tão vaidosa? Pra quem que você quer ficar bonita?
Você não precisa agradar ninguém.
2 Pode ser que na Expo, um moço bonito fica do meu lado.
1 E você acha que ele vai te olhar? É pra Ivete que ela vai olhar que ele vai
olhar.
2 Eu quis dizer antes de começar, ué.
(Ela sai e volta com um jantar: um prato de linguiça frita, arroz, farofa).
2 Prato feito novamente.
1 Mas aqui nunca teve outra coisa.
Tem uma linguiça para cada uma. Ele pega as duas, mede, escolhe e dá a
outra pra irmã. Depois os dois enfiam os garfos e ficam brigando com as
linguiça, tentando cortar com garfo. Durante esse vai e vem, uma olha o
relógio na parede.
1 Pronto, agora entorto tudo. Olha a hora. Vamos comer depressa, vai.
2 Comer com pressa faz mal a saúde.
1 (Ela se levanta e tenta por um resto de comida no prato da outra.) Toma,
come este restinho.
2: (Furiosa tenta impedir que ela coloque.) Eu posso muito bem me servir!
Ela se serve e depois se olha no espelho.
1 Chega de ficar fazendo caretas, não precisa ficar se olhando no espelho
enquanto come, dá congestão.
2 Me olho porque assim eu como duas vezes..
Elas comem. Uma se lembra da afilhada
2 E a menina? O que a gente faz com o menino quando ela voltar da escola?
1 Já pensei nisso. A gente já deixa o jantar quente e antes de sair escrevemos
um bilhete. Você continua só a comer; eu vou escrever (Pega papel e lápis).
Bem, vou escrever que nós não estamos em casa.
2 Não precisa escrever isso; ela vai ver. Tem que escrever que nós saímos.
1 Mas é isso que eu queria dizer. Eu vou escrever que nós não estamos aqui,
porque saímos.
2 Escreva: “Bauru 24 de julho...”
1 Não, eu vou escrever: “Querida...”
Os dois – Mas como é que ela se chama mesmo?
1 Você, devia saber como é que se chama a menina, você que é madrinha
dela.
2 Você é a minha irmã e é mais esperta e também é madrinha. Você é que
deveria saber.
1 É que a gente sempre chama ela de “minina”, minha filha. Mas, como é que
ela se chama?
2 Espera, eu vou perguntar à vizinha.
1 Não. Nós vamos conseguir lembrar (faz uma pequena oração); Jesus...
Maria...José...Ah. é lembrei, é Maria José de Jesus. Bom... (Volta escrever)
“Minha cara Maria...”
2 Você não pode escrever isso porque ela é minha também.
1 Nesse caso eu vou escrever: “Nossa querida Maria José...” para que você
nos deixe em paz...
2 “Muito honrada senhora nossa querida Maria José”
1 “Sua janta está no forno. Aqueça novamente porque pode esfriar.”
2 Pode esfriar porque já estamos no inverno.
1 Mas eu estou falando do jantar, que pode esfriar e que nós temos de ir na
Ivete.
2 Mas se não temos vontade não temos de ir.
1 Então eu vou escrever: que nós podemos... Temos a oportunidade...
Queremos... Devemos...
2 Escreve; nós vamos.
1 Mas quando ela ler esse bilhete nós já teremos saído.
2 Então escreve: “nós fomos...”
1 “No caso da expo não abrir ou estar fechada, nós voltaremos, pra casa.
Receba as saudações...”
2 “As mais respeitosas...”
1 “... das suas madrinha que saíram, assim como as minha”
2 Você já está incluída nas madrinha.
1 E agora bota um ponto final, senão aquela tonta vai continuar lendo.
2 Eu vou escrever: “ No caso de você preferir sua janta fria, você não precisa
esquentar”
1 “Porque senão ficará muito quente.” Agora vamos deixar o bilhete na mesa...
Mas, pode ser que na mesa ela não veja, normalmente, ela entra pela porta...
Bem, vamos deixar o bilhete no chão... Mas se ela estiver com os sapatos
sujos ele não vai poder mais ler. (Ela põe o bilhete na mesa e coloca o vaso
por cima). Ai, não pode. Com o jarro de flores ele vai pensar que é o
aniversário dela.
2 Mas não é o aniversário dela.
1 Mas isso vai confundir ela. Ela é lesadinha
(põe a carta no espelho).
2 É sensacional, olha: ela entra, vai até ali, se olha no espelho pra se pentear
e diz: o que será esse bilhete? E então o vê.
1 Nós, é claro, vemos porque nós sabemos que ali tem um bilhete, mas ela não
tem a menor ideia. E se ela não olhar no espelho?
2 Mas é necessário que ela olhe.
1 Mas se ela não olhar, você terá posto o bilhete à toa.
2 Bem, espera... Eu continuo... Agora você escreve outro bilhete: “Quando
você chegar olha logo no espelho”
1 Eu vou escrever: “Quando você chegar, olhe logo no espelho que você vai
ver uma coisa.” Bem, agora que nós perdemos tanto tempo com esses
bilhetes, já vão dar quase nove e meia . Felizmente o a Ivete só começa às
onze horas.
2 Começa às dez.
1 Eu acho que vou lavar a louça só amanhã de manhã, senão vai ficar muito
tarde. (Tira a mesa. A outra procura por todos os lugares, abre as gavetas,
procura por todos os lugares.) Pronto vai começar a caçada na presilha de
cabelo, eu já dei mil presilha procê.
2 É muito mil presilha. Eu só preciso de duas.
Acha uma presilha e mostra feliz para outra
1 Bem, então eu vou me preparar. Ah, eu preciso ir de novo à cozinha. (Ela
sai.)
2 (Gritando para fora.) Onde você colocou a outra presilha?
1 (Off.) No mesmo lugar que você deixou ontem.
tenta desesperadamente colocar a presilha, mas não se acerta
2 (Para fora.) Irmã, me ajuda a por minhas presilha, pelo amor de Deus, antes
que eu fique louca.
A outra volta.
1 (Apertando as presilhas) Eu vou me vestir. Assim pelo menos uma vai ficar
pronto na hora. Ponho meu vestido preto?
2 Pode ser.
1 Ou será que eu boto o marrom?
2 Pode ser.
1 Eu não posso botar os dois ao mesmo tempo. É perda de tempo lhe
perguntar alguma coisa. Bem eu vou botar o marrom mesmo. Numa outra
oportunidade eu uso o preto. (Ela sai. E volta com o vestido marrom). Será
que dava pra você fechar meu vestido que eu não posso fazer isso sozinha.
2 Ah, meu Deus, de novo os quinhentos botão. Quando a gente consegue
botar um maldito botão, o outro solta.
1 Para de resmungar e acaba logo com isso.
2 Isso não é roupa que se faça.
(com dois chapéus de caubói na mão, experimenta um).
1 Acho que esse chapéu não combina com meu vestido marrom.
2 Anda logo, agora vai se fantasiar de vaqueira?
1 (Faz que vai, mas não vai) Ai, antes de sair ainda tenho que dar um jeito na
casa.
2 No seu lugar eu ainda levaria a escada e limparia o chão da cozinha para
bancar a empregadinha caprichosa!
1 Não seja mal agradecida. Na próxima vez, que essa vizinha vá ela mesma na
Ivete e não venha encher o saco dos outros. É assim... Toda vez que aparece
alguma coisa que pode me dar um pouco de distração, é assim. Eu só sirvo
para trabalhar o ano inteiro.
2 E eu para trabalhar pra fora.
1 Pronto! Vai começar tudo de novo... Já conheço essa história... Você não vai
mais parar por nada... Vamos discutir até a Ivete... Na Ivete vamos continuar
discutindo... Até o fim da noite não vamos fazer outra coisas a não ser discutir.
Quer saber de uma coisa, eu fico em casa e você vai sozinha na Ivete.
senta e chora.
2 Como é que vou sozinha com dois ingressos?
1 Que culpa eu tenho, meu Deus, se me deram dois ingressos?
2 Eu já esperava por essa. Vamos!
1 Eu estou irritada... Não suporto essas discussões. Eu não quero mais sair...
Não posso mais sair. Você pode ir na Ivete com quem você quiser. Agora eu
vou tirar minha roupa e vou para a cama. Ai, que enxaqueca infernal.
2 (Dando um remédio para ela) Ora, toma esse comprimido pra dor de
cabeça.
1 Para isso não preciso de você. (Pega o comprimido.) Vai embora, já que
você quer ir.
Ela toma o comprimido e sai. A irmã vê que comprimido deu.
2 Você já tomou o comprimido? Cospe ele de volta!
1 Já tomei. Você não me deu comprimido certo?
2 Você engole qualquer coisa que a gente dá para você.
1 Pelo amor de Deus, o que você me deu?
2 Remédio de prisão de ventre, mas essas homeopatias tem tudo vidrinho igual
1 Você me deu purgante? Deixa eu ver essa porcaria. Está escrito: efeito
imediato. Ação em uma hora. Agora são nove e meia e às dez e meia a gente
vai estar exatamente na Ivete. Aí, então vai começar dor de barriga.
2 Não começa às dez e meia. Vamos logo.
1 Mas ainda você está vestida dessa maneira. Quando é que você vai perder
essa mania de andar toda desarrumada. Que roupa é essa?
2 É roupa de trabalhar.
1 Você não vai na Ivete com essa roupa de jeito nenhum. É a mais velha que
você tem. Tem mais de quinze dias que você não tira.
2 Mas isso ninguém vai notar.
1 Mas eu não saio com você com essa roupa de forma alguma. O que as
pessoas vão pensar de nós... Que somos pobres?.
2 Ah, não tem importância. Nóis é pobre mesmo
1 Não senhora, você vai tirar essa roupa já e botar outra. Eu vou lá pegar (Sai).
2 Eu nunca vou esquecer essa noite... Nunca mais, nunca mais vou na Expo.
Ela volta com um vestido
2 (Pega. Ao pegar vê que é tamanho pequeno) – Aí, meu Deus... Aí, meu
Deus...
1 Mas é um vestido da menina. É a única que havia dentro do guarda-roupa.
Você é engraçada, deixa suas roupas sujas e não bota pra lavar. Faz o
seguinte: um casaco por cima, tá frio mesmo. Olhe, aqui tem um limpo.
2 Mas esse é muito grande.
1 Bem, então faz uma barra (começa dobrar a barra)
2 Anda logo senão vamos perder a hora. (A irmã continua dobrando).
1 Desse jeito a gente vai chegar atrasado. Vamos ter de pegar dois mototaxi se
quisermos pegar o começo da Ivete.. Ih, a gente ia esquecer os binóculos que
eu comprei no bazar da igreja.
(Ela pára de ajudá-la e vai pegar o binóculo. Bota na mão da irmã e volta a
ajudar. O binóculo cai).
2 Quebrou...
1 Pra mim é o chega. (Abre a caixa, está vazia). Ainda bem que eles não
estão aqui, senão estariam em pedaços. Vamos assim mesmo. Você pegou as
chaves da casa? Ah, não se esqueça de fechar as janelas, nunca se sabe
quando vai cair um temporal.
2 Anda, anda.
1 Apague as luzes.
2(No escuro) - Os ingressos estão com você?
1 Não, estão com você.
2 Comigo? Deixa eu acender as luzes. (Começa a procurar).
1 Eu dei pra você logo que eu vim da rua.
2 Vai ver que caíram no chão.
1 Eu vou dizer uma coisa: na próxima vez que alguém me convidar para ir na
Ivete, vou ter um chilique. Se ao menos a gente achasse os ingressos... Como
vamos entrar sem eles?
2 Estão aqui.
1 Até que enfim. Vou botá-los na minha bolsa senão é capaz de você perde-los
de novo. Eu só queria saber se as outras pessoas, quando saem, é
exatamente como nós.
2 Exatamente igual.
1 Eu não acredito que possa ser assim em nenhum lugar do mundo.
2 É que ninguém diz, só isso.
1 Deixa eu conferir a hora que começa. Está aqui: começa as onze. Quem
tinha razão, mas uma vez? Eu sempre tenho razão. Está escrito aqui no
ingresso: o espetáculo tem início as onze em ponto.
2 (Conferindo.) É, você tem razão. Início às onze em ponto, sexta-feira, 25 de
julho.
1 Como? Sexta-feira? Mas hoje é quinta!!!
(Os duas se entreolham petrificadas, começa tocar “A festa” de Ivete
Sangalo).
Ida ao show da Ivete: as irmãs discutem sobre se irão ou não ao evento

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O ASSASSINO X
O ASSASSINO XO ASSASSINO X
O ASSASSINO Xrosana28
 
A minha história de vida abreviada
A minha história de vida abreviadaA minha história de vida abreviada
A minha história de vida abreviadaPatricia de Portugal
 
CAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUS
CAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUSCAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUS
CAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUSJean Souza
 
Capitulo 3 - Sons da Paixão...
Capitulo 3 - Sons da Paixão...Capitulo 3 - Sons da Paixão...
Capitulo 3 - Sons da Paixão...playmobil4
 
Por detrás das paredes...
Por detrás das paredes...Por detrás das paredes...
Por detrás das paredes...joaoalmeiida
 
As preces sao_imutavis_tuna_kiremitci
As preces sao_imutavis_tuna_kiremitciAs preces sao_imutavis_tuna_kiremitci
As preces sao_imutavis_tuna_kiremitciSá Editora
 
animesyukinotenshi angel beats! track zero- cap.3
animesyukinotenshi angel beats!  track zero- cap.3animesyukinotenshi angel beats!  track zero- cap.3
animesyukinotenshi angel beats! track zero- cap.3Vinicius Yukinotenshi
 
lembranças de quando eramos da agua
lembranças de quando eramos da agualembranças de quando eramos da agua
lembranças de quando eramos da aguabruno nobru
 
Capitulo 7 - Golpes da Vida...
Capitulo 7 - Golpes da Vida...Capitulo 7 - Golpes da Vida...
Capitulo 7 - Golpes da Vida...playmobil4
 
"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!
"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!
"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!lucas_vinicius2012
 
Fic fe - o rompimento
Fic  fe - o rompimentoFic  fe - o rompimento
Fic fe - o rompimentoEmilyFE2011
 
A deusa da morte livro
A deusa da morte   livro A deusa da morte   livro
A deusa da morte livro Kamila Joyce
 

Mais procurados (20)

A tal noite
A tal noiteA tal noite
A tal noite
 
O ASSASSINO X
O ASSASSINO XO ASSASSINO X
O ASSASSINO X
 
A minha história de vida abreviada
A minha história de vida abreviadaA minha história de vida abreviada
A minha história de vida abreviada
 
CAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUS
CAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUSCAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUS
CAPÍTULO DOIS - FLOR DE LÓTUS
 
Oitava
OitavaOitava
Oitava
 
Depressão 1º cap
Depressão   1º capDepressão   1º cap
Depressão 1º cap
 
Capitulo 3 - Sons da Paixão...
Capitulo 3 - Sons da Paixão...Capitulo 3 - Sons da Paixão...
Capitulo 3 - Sons da Paixão...
 
Dempeo
Dempeo Dempeo
Dempeo
 
Por detrás das paredes...
Por detrás das paredes...Por detrás das paredes...
Por detrás das paredes...
 
As preces sao_imutavis_tuna_kiremitci
As preces sao_imutavis_tuna_kiremitciAs preces sao_imutavis_tuna_kiremitci
As preces sao_imutavis_tuna_kiremitci
 
animesyukinotenshi angel beats! track zero- cap.3
animesyukinotenshi angel beats!  track zero- cap.3animesyukinotenshi angel beats!  track zero- cap.3
animesyukinotenshi angel beats! track zero- cap.3
 
lembranças de quando eramos da agua
lembranças de quando eramos da agualembranças de quando eramos da agua
lembranças de quando eramos da agua
 
Capitulo 7 - Golpes da Vida...
Capitulo 7 - Golpes da Vida...Capitulo 7 - Golpes da Vida...
Capitulo 7 - Golpes da Vida...
 
Ultima gota pdf 99
Ultima gota pdf 99Ultima gota pdf 99
Ultima gota pdf 99
 
CLARICE
CLARICECLARICE
CLARICE
 
"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!
"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!
"Perfeição" - Cap. 18 - Ester recebe telefonema misterioso!
 
45
4545
45
 
Fic fe - o rompimento
Fic  fe - o rompimentoFic  fe - o rompimento
Fic fe - o rompimento
 
Lp 8ano
Lp 8anoLp 8ano
Lp 8ano
 
A deusa da morte livro
A deusa da morte   livro A deusa da morte   livro
A deusa da morte livro
 

Destaque

Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...
Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...
Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...eSAT Publishing House
 
Ciclo de los meses de torre aquila
Ciclo de los meses de torre aquilaCiclo de los meses de torre aquila
Ciclo de los meses de torre aquilaLorian
 
Canastas Navideñas 2014
Canastas Navideñas 2014Canastas Navideñas 2014
Canastas Navideñas 2014Olivier Liem
 
How to be happy7
How to be happy7How to be happy7
How to be happy7rania777
 
Miltä Suomi näyttää 2020?
Miltä Suomi näyttää 2020?Miltä Suomi näyttää 2020?
Miltä Suomi näyttää 2020?anita rubin
 
1. what went wrong and why
1.  what went wrong and why1.  what went wrong and why
1. what went wrong and whyG Wheeler,Jr.
 
Ingiltere
IngiltereIngiltere
Ingilterefulya1
 
Syl
SylSyl
SylSYL
 
Detailed description
Detailed descriptionDetailed description
Detailed descriptioniSoty
 
CrossRef Technical Working Group
CrossRef Technical Working GroupCrossRef Technical Working Group
CrossRef Technical Working GroupCrossref
 
General Transcription Services
General Transcription ServicesGeneral Transcription Services
General Transcription ServicesContent Pioneers
 

Destaque (20)

Question 3
Question 3Question 3
Question 3
 
Liberation, History I
Liberation,  History  ILiberation,  History  I
Liberation, History I
 
Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...
Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...
Analytical study on effects of water quality parameters using remote sensing ...
 
Ciclo de los meses de torre aquila
Ciclo de los meses de torre aquilaCiclo de los meses de torre aquila
Ciclo de los meses de torre aquila
 
Neida molina
Neida molinaNeida molina
Neida molina
 
Canastas Navideñas 2014
Canastas Navideñas 2014Canastas Navideñas 2014
Canastas Navideñas 2014
 
Trap
TrapTrap
Trap
 
How to be happy7
How to be happy7How to be happy7
How to be happy7
 
Miltä Suomi näyttää 2020?
Miltä Suomi näyttää 2020?Miltä Suomi näyttää 2020?
Miltä Suomi näyttää 2020?
 
モノポリーカタン
モノポリーカタンモノポリーカタン
モノポリーカタン
 
1. what went wrong and why
1.  what went wrong and why1.  what went wrong and why
1. what went wrong and why
 
Ingiltere
IngiltereIngiltere
Ingiltere
 
Syl
SylSyl
Syl
 
Detailed description
Detailed descriptionDetailed description
Detailed description
 
CrossRef Technical Working Group
CrossRef Technical Working GroupCrossRef Technical Working Group
CrossRef Technical Working Group
 
Stores tamil
Stores tamilStores tamil
Stores tamil
 
210class12
210class12210class12
210class12
 
SC Bar Foundation Grantees for FY 2014
SC Bar Foundation Grantees for FY 2014SC Bar Foundation Grantees for FY 2014
SC Bar Foundation Grantees for FY 2014
 
Kawelo Ch 3
Kawelo Ch 3Kawelo Ch 3
Kawelo Ch 3
 
General Transcription Services
General Transcription ServicesGeneral Transcription Services
General Transcription Services
 

Mais de studio silvio selva

Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de BauruLei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Baurustudio silvio selva
 
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto studio silvio selva
 
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronelGabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronelstudio silvio selva
 
As alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. ShakespeareAs alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. Shakespearestudio silvio selva
 
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare, "Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare, studio silvio selva
 
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brechtstudio silvio selva
 
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo SacaldassyFulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassystudio silvio selva
 
máscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látexmáscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látexstudio silvio selva
 
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís BonaparteO 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís Bonapartestudio silvio selva
 
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"studio silvio selva
 
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"studio silvio selva
 
Gonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonçaGonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonçastudio silvio selva
 
Anton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabacoAnton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabacostudio silvio selva
 

Mais de studio silvio selva (20)

Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de BauruLei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
Lei 1574 71- Estatuto dos Servidores Municipais de Bauru
 
Cenotécnicos do Brasil
Cenotécnicos do BrasilCenotécnicos do Brasil
Cenotécnicos do Brasil
 
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto Vamos sair da chuva quando a bomba cair  mario bortolotto
Vamos sair da chuva quando a bomba cair mario bortolotto
 
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronelGabriel garcia marques   ninguém escreve ao coronel
Gabriel garcia marques ninguém escreve ao coronel
 
As alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. ShakespeareAs alegres matronas de windsor W. Shakespeare
As alegres matronas de windsor W. Shakespeare
 
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare, "Alegres senhoras de Windsor"  William Shakespeare,
"Alegres senhoras de Windsor" William Shakespeare,
 
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht'O casamento do pequeno burgues'   bertolt brecht
'O casamento do pequeno burgues' bertolt brecht
 
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo SacaldassyFulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
Fulana, Sicrana e Beltrana- Paulo Sacaldassy
 
Pastelão 1
Pastelão 1Pastelão 1
Pastelão 1
 
O pastel e a torta
O pastel e a tortaO pastel e a torta
O pastel e a torta
 
O pastelao e a torta
O pastelao e a tortaO pastelao e a torta
O pastelao e a torta
 
máscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látexmáscara cinematográfica de látex
máscara cinematográfica de látex
 
"Esperando godot" de Beckett
"Esperando godot" de Beckett"Esperando godot" de Beckett
"Esperando godot" de Beckett
 
Molière o tartufo
Molière o tartufoMolière o tartufo
Molière o tartufo
 
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís BonaparteO 18 de Brumário de Luís Bonaparte
O 18 de Brumário de Luís Bonaparte
 
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
Mário Bortolotto "HOMENS, SANTOS E DESERTORES"
 
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
Luigi pirandello "O Homem da Flor na Boca"
 
Luigi pirandello
Luigi pirandello Luigi pirandello
Luigi pirandello
 
Gonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonçaGonçalves dias leonor de mendonça
Gonçalves dias leonor de mendonça
 
Anton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabacoAnton tchekov os maleficios do tabaco
Anton tchekov os maleficios do tabaco
 

Último

637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 

Último (20)

637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 

Ida ao show da Ivete: as irmãs discutem sobre se irão ou não ao evento

  • 1. Ida ao show da Ivete De Karl Valentin tradução e adaptação de Silvio Selva Personagens As irmãs ATO ÚNICO Uma, na mesa arrumando coisas da casa, chega a outra. 1- Adivinha só, quando eu tava chegando, eis que a nossa vizinha deu de cara comigo e me ofereceu uma coisa que ganhou no sorteio da rádio. Adivinha o que ela me ofereceu? 2- Deixe de ser criança. Diz logo. 1- Toma, olha. Dois ingressos da Expo pra ver a Ivete. O que você me diz? 2- Muito obrigado, mas por que não vai ela mesma, essa velha rabugenta? 1- Ah, sem dúvida ela não tem tempo. 2- Ah, é? Ela não tem tempo e nós temos de ter tempo? 1 Não seja mal agradecida. 2 Você sabe muito bem que essa mulher tem uma bronca com a gente, senão, não teria oferecido os ingressos justamente pra nós. 1 Mas ela só queria nos fazer uma gentileza. 2 Ela? Para nós? E por acaso nós já lhe fizemos alguma gentileza? Nunca. 1 Então, você vai comigo? Sim ou não? 2 E quando é que isso começa? 1 Eu não sei. Vou descer e perguntar pra ela. 2 Tá bom, começa às dez horas. 1 Já são quinze pras nove. As dez horas a gente nunca vai estar pronta, mas, geralmente, os shows da Expo só começam mais tarde, às onze horas. 2 Começam entre nove e dez horas.. 1 Antes das dez horas, não. Começam sempre mais tarde. 2 Bom, então, o que a gente faz? 1 Não tem o que ficar pensando, vamos. 2 Mas nós ainda não jantamos. 1 A janta está pronta. 2 Eu me apronto rápido. É só o tempo de me pentear. 1 Você pode fazer isso depois, primeiro vamos comer. (Ela sai, a outra pega um espelho e o põe à mesa: o espelho cai sempre. A outra chega com pratos e talheres). Bom, agora não vamos mais perder tempo. (Vê o espelho caindo.) Ah, mais essa! Põe ele direito! (Ela consegue fazer o espelho ficar em pé, mas ao contrário.) 2 Mas eu não posso olhar nele assim. 1 Pois bem, vire ele. (ela vira o espelho, mas ele continua caindo. A outra conserta, ela se penteia). Eu gostaria de saber o que você tem pra pentear? Você não consegue nem repartir esse cabelinho que você tem. 2 É um hábito que eu tenho e mantenho. 1 Como você pode ser tão vaidosa? Pra quem que você quer ficar bonita? Você não precisa agradar ninguém. 2 Pode ser que na Expo, um moço bonito fica do meu lado. 1 E você acha que ele vai te olhar? É pra Ivete que ela vai olhar que ele vai olhar. 2 Eu quis dizer antes de começar, ué. (Ela sai e volta com um jantar: um prato de linguiça frita, arroz, farofa).
  • 2. 2 Prato feito novamente. 1 Mas aqui nunca teve outra coisa. Tem uma linguiça para cada uma. Ele pega as duas, mede, escolhe e dá a outra pra irmã. Depois os dois enfiam os garfos e ficam brigando com as linguiça, tentando cortar com garfo. Durante esse vai e vem, uma olha o relógio na parede. 1 Pronto, agora entorto tudo. Olha a hora. Vamos comer depressa, vai. 2 Comer com pressa faz mal a saúde. 1 (Ela se levanta e tenta por um resto de comida no prato da outra.) Toma, come este restinho. 2: (Furiosa tenta impedir que ela coloque.) Eu posso muito bem me servir! Ela se serve e depois se olha no espelho. 1 Chega de ficar fazendo caretas, não precisa ficar se olhando no espelho enquanto come, dá congestão. 2 Me olho porque assim eu como duas vezes.. Elas comem. Uma se lembra da afilhada 2 E a menina? O que a gente faz com o menino quando ela voltar da escola? 1 Já pensei nisso. A gente já deixa o jantar quente e antes de sair escrevemos um bilhete. Você continua só a comer; eu vou escrever (Pega papel e lápis). Bem, vou escrever que nós não estamos em casa. 2 Não precisa escrever isso; ela vai ver. Tem que escrever que nós saímos. 1 Mas é isso que eu queria dizer. Eu vou escrever que nós não estamos aqui, porque saímos. 2 Escreva: “Bauru 24 de julho...” 1 Não, eu vou escrever: “Querida...” Os dois – Mas como é que ela se chama mesmo? 1 Você, devia saber como é que se chama a menina, você que é madrinha dela. 2 Você é a minha irmã e é mais esperta e também é madrinha. Você é que deveria saber. 1 É que a gente sempre chama ela de “minina”, minha filha. Mas, como é que ela se chama? 2 Espera, eu vou perguntar à vizinha. 1 Não. Nós vamos conseguir lembrar (faz uma pequena oração); Jesus... Maria...José...Ah. é lembrei, é Maria José de Jesus. Bom... (Volta escrever) “Minha cara Maria...” 2 Você não pode escrever isso porque ela é minha também. 1 Nesse caso eu vou escrever: “Nossa querida Maria José...” para que você nos deixe em paz... 2 “Muito honrada senhora nossa querida Maria José” 1 “Sua janta está no forno. Aqueça novamente porque pode esfriar.” 2 Pode esfriar porque já estamos no inverno. 1 Mas eu estou falando do jantar, que pode esfriar e que nós temos de ir na Ivete. 2 Mas se não temos vontade não temos de ir. 1 Então eu vou escrever: que nós podemos... Temos a oportunidade... Queremos... Devemos... 2 Escreve; nós vamos. 1 Mas quando ela ler esse bilhete nós já teremos saído. 2 Então escreve: “nós fomos...”
  • 3. 1 “No caso da expo não abrir ou estar fechada, nós voltaremos, pra casa. Receba as saudações...” 2 “As mais respeitosas...” 1 “... das suas madrinha que saíram, assim como as minha” 2 Você já está incluída nas madrinha. 1 E agora bota um ponto final, senão aquela tonta vai continuar lendo. 2 Eu vou escrever: “ No caso de você preferir sua janta fria, você não precisa esquentar” 1 “Porque senão ficará muito quente.” Agora vamos deixar o bilhete na mesa... Mas, pode ser que na mesa ela não veja, normalmente, ela entra pela porta... Bem, vamos deixar o bilhete no chão... Mas se ela estiver com os sapatos sujos ele não vai poder mais ler. (Ela põe o bilhete na mesa e coloca o vaso por cima). Ai, não pode. Com o jarro de flores ele vai pensar que é o aniversário dela. 2 Mas não é o aniversário dela. 1 Mas isso vai confundir ela. Ela é lesadinha (põe a carta no espelho). 2 É sensacional, olha: ela entra, vai até ali, se olha no espelho pra se pentear e diz: o que será esse bilhete? E então o vê. 1 Nós, é claro, vemos porque nós sabemos que ali tem um bilhete, mas ela não tem a menor ideia. E se ela não olhar no espelho? 2 Mas é necessário que ela olhe. 1 Mas se ela não olhar, você terá posto o bilhete à toa. 2 Bem, espera... Eu continuo... Agora você escreve outro bilhete: “Quando você chegar olha logo no espelho” 1 Eu vou escrever: “Quando você chegar, olhe logo no espelho que você vai ver uma coisa.” Bem, agora que nós perdemos tanto tempo com esses bilhetes, já vão dar quase nove e meia . Felizmente o a Ivete só começa às onze horas. 2 Começa às dez. 1 Eu acho que vou lavar a louça só amanhã de manhã, senão vai ficar muito tarde. (Tira a mesa. A outra procura por todos os lugares, abre as gavetas, procura por todos os lugares.) Pronto vai começar a caçada na presilha de cabelo, eu já dei mil presilha procê. 2 É muito mil presilha. Eu só preciso de duas. Acha uma presilha e mostra feliz para outra 1 Bem, então eu vou me preparar. Ah, eu preciso ir de novo à cozinha. (Ela sai.) 2 (Gritando para fora.) Onde você colocou a outra presilha? 1 (Off.) No mesmo lugar que você deixou ontem. tenta desesperadamente colocar a presilha, mas não se acerta 2 (Para fora.) Irmã, me ajuda a por minhas presilha, pelo amor de Deus, antes que eu fique louca. A outra volta. 1 (Apertando as presilhas) Eu vou me vestir. Assim pelo menos uma vai ficar pronto na hora. Ponho meu vestido preto? 2 Pode ser. 1 Ou será que eu boto o marrom? 2 Pode ser.
  • 4. 1 Eu não posso botar os dois ao mesmo tempo. É perda de tempo lhe perguntar alguma coisa. Bem eu vou botar o marrom mesmo. Numa outra oportunidade eu uso o preto. (Ela sai. E volta com o vestido marrom). Será que dava pra você fechar meu vestido que eu não posso fazer isso sozinha. 2 Ah, meu Deus, de novo os quinhentos botão. Quando a gente consegue botar um maldito botão, o outro solta. 1 Para de resmungar e acaba logo com isso. 2 Isso não é roupa que se faça. (com dois chapéus de caubói na mão, experimenta um). 1 Acho que esse chapéu não combina com meu vestido marrom. 2 Anda logo, agora vai se fantasiar de vaqueira? 1 (Faz que vai, mas não vai) Ai, antes de sair ainda tenho que dar um jeito na casa. 2 No seu lugar eu ainda levaria a escada e limparia o chão da cozinha para bancar a empregadinha caprichosa! 1 Não seja mal agradecida. Na próxima vez, que essa vizinha vá ela mesma na Ivete e não venha encher o saco dos outros. É assim... Toda vez que aparece alguma coisa que pode me dar um pouco de distração, é assim. Eu só sirvo para trabalhar o ano inteiro. 2 E eu para trabalhar pra fora. 1 Pronto! Vai começar tudo de novo... Já conheço essa história... Você não vai mais parar por nada... Vamos discutir até a Ivete... Na Ivete vamos continuar discutindo... Até o fim da noite não vamos fazer outra coisas a não ser discutir. Quer saber de uma coisa, eu fico em casa e você vai sozinha na Ivete. senta e chora. 2 Como é que vou sozinha com dois ingressos? 1 Que culpa eu tenho, meu Deus, se me deram dois ingressos? 2 Eu já esperava por essa. Vamos! 1 Eu estou irritada... Não suporto essas discussões. Eu não quero mais sair... Não posso mais sair. Você pode ir na Ivete com quem você quiser. Agora eu vou tirar minha roupa e vou para a cama. Ai, que enxaqueca infernal. 2 (Dando um remédio para ela) Ora, toma esse comprimido pra dor de cabeça. 1 Para isso não preciso de você. (Pega o comprimido.) Vai embora, já que você quer ir. Ela toma o comprimido e sai. A irmã vê que comprimido deu. 2 Você já tomou o comprimido? Cospe ele de volta! 1 Já tomei. Você não me deu comprimido certo? 2 Você engole qualquer coisa que a gente dá para você. 1 Pelo amor de Deus, o que você me deu? 2 Remédio de prisão de ventre, mas essas homeopatias tem tudo vidrinho igual 1 Você me deu purgante? Deixa eu ver essa porcaria. Está escrito: efeito imediato. Ação em uma hora. Agora são nove e meia e às dez e meia a gente vai estar exatamente na Ivete. Aí, então vai começar dor de barriga. 2 Não começa às dez e meia. Vamos logo. 1 Mas ainda você está vestida dessa maneira. Quando é que você vai perder essa mania de andar toda desarrumada. Que roupa é essa? 2 É roupa de trabalhar. 1 Você não vai na Ivete com essa roupa de jeito nenhum. É a mais velha que você tem. Tem mais de quinze dias que você não tira.
  • 5. 2 Mas isso ninguém vai notar. 1 Mas eu não saio com você com essa roupa de forma alguma. O que as pessoas vão pensar de nós... Que somos pobres?. 2 Ah, não tem importância. Nóis é pobre mesmo 1 Não senhora, você vai tirar essa roupa já e botar outra. Eu vou lá pegar (Sai). 2 Eu nunca vou esquecer essa noite... Nunca mais, nunca mais vou na Expo. Ela volta com um vestido 2 (Pega. Ao pegar vê que é tamanho pequeno) – Aí, meu Deus... Aí, meu Deus... 1 Mas é um vestido da menina. É a única que havia dentro do guarda-roupa. Você é engraçada, deixa suas roupas sujas e não bota pra lavar. Faz o seguinte: um casaco por cima, tá frio mesmo. Olhe, aqui tem um limpo. 2 Mas esse é muito grande. 1 Bem, então faz uma barra (começa dobrar a barra) 2 Anda logo senão vamos perder a hora. (A irmã continua dobrando). 1 Desse jeito a gente vai chegar atrasado. Vamos ter de pegar dois mototaxi se quisermos pegar o começo da Ivete.. Ih, a gente ia esquecer os binóculos que eu comprei no bazar da igreja. (Ela pára de ajudá-la e vai pegar o binóculo. Bota na mão da irmã e volta a ajudar. O binóculo cai). 2 Quebrou... 1 Pra mim é o chega. (Abre a caixa, está vazia). Ainda bem que eles não estão aqui, senão estariam em pedaços. Vamos assim mesmo. Você pegou as chaves da casa? Ah, não se esqueça de fechar as janelas, nunca se sabe quando vai cair um temporal. 2 Anda, anda. 1 Apague as luzes. 2(No escuro) - Os ingressos estão com você? 1 Não, estão com você. 2 Comigo? Deixa eu acender as luzes. (Começa a procurar). 1 Eu dei pra você logo que eu vim da rua. 2 Vai ver que caíram no chão. 1 Eu vou dizer uma coisa: na próxima vez que alguém me convidar para ir na Ivete, vou ter um chilique. Se ao menos a gente achasse os ingressos... Como vamos entrar sem eles? 2 Estão aqui. 1 Até que enfim. Vou botá-los na minha bolsa senão é capaz de você perde-los de novo. Eu só queria saber se as outras pessoas, quando saem, é exatamente como nós. 2 Exatamente igual. 1 Eu não acredito que possa ser assim em nenhum lugar do mundo. 2 É que ninguém diz, só isso. 1 Deixa eu conferir a hora que começa. Está aqui: começa as onze. Quem tinha razão, mas uma vez? Eu sempre tenho razão. Está escrito aqui no ingresso: o espetáculo tem início as onze em ponto. 2 (Conferindo.) É, você tem razão. Início às onze em ponto, sexta-feira, 25 de julho. 1 Como? Sexta-feira? Mas hoje é quinta!!! (Os duas se entreolham petrificadas, começa tocar “A festa” de Ivete Sangalo).