Os Estados Nacionais Modernos e o Absolutismo Monárquico
1. Os Estados Nacionais
Modernos e o Absolutismo
MONÁRQUICO
“Quando Nosso Senhor Deus fez as criaturas, não quis que todas fossem iguais, mas
estabeleceu e ordenou a cada um a sua virtude. Quanto aos reis, estes foram postos na terra
para reger e governar o povo, de acordo com o exemplo de Deus, dando e distribuindo não a
todos indiscriminadamente, mas a cada um separadamente, segundo o grau e o estado a
que pertencerem ”.
“O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o
domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos
viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita.
Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a consequência
necessária (conforme se mostrou) das paixões naturais dos homens, quando não há um poder
visível capaz de os manter em respeito, forçando-os por medo do castigo, ao cumprimento de
seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza (...)”
2. 1-- Contexto histórico da formação
A crise do século XIV
•Crise demográfica–Peste negra e as guerras feudais.
•Crise econômica–Redução da produtividade servil, aumento dos impostos e dos
preços dos alimentos e superexploração camponesa.
•Crise social–Superexploração camponesa gera revoltas sociais.
•RESULTADO: •As revoltas camponesas nos feudos da Europa Ocidental
ameaçam a hegemonia da nobreza e da Igreja e levam a contestação dos
privilégios de nascimento gerados pela divisão estamental.
3. 1.2 --As reconfigurações sociais
•A ascensão da burguesia –o crescimento do comércio no final da Baixa Idade Média
a partir das Cruzadas, fortaleceu a burguesia. Sua demanda histórica nessa transição
para Idade Moderna estava associada a unificação monetária, fiscal, territorial e
administrativa.
• A ascensão dos reis –figuras banalizadas na estrutura descentralizada do feudalismo,
passaram nesse período de transição a projetarem possibilidades de centralização do
poder para suprir as carências das aristocracias senhoriais dos feudos.
• A Crise da Igreja e as revoltas populares –o discurso teocêntrico perdia força no
imaginário coletivo do 3º estado. Condutas imorais e abusos de poder do Clero
contrastavam com a grave crise social.
Era preciso reprimir os levantes e rearranjar o discurso ideológico da autoridade em
diversos territórios
4. 2 -- NOVA ESTRUTURA SOCIAL COM
ABSOLUTISMO E CONCEITO
Nobres (Sr. Feudais) cedem ao REI = Poder
REI cede aos nobres = Proteção + Privilégios
Burguesia cede ao REI = Empréstimos + Impostos
REI cede à Burguesia = Unificações + Mercantilismo
DEFINIÇÃO: Forma de governo baseado na centralização política
monárquica e na unificação territorial, na qual a “vontade
pessoal” do soberano é determinante para a organização da
sociedade
5. 3 -- CARACTERÍSTICAS GERAIS
FORMAÇÃO DA BUROCRACIA ESTATAL
•Centralização política
•Hereditariedade do poder.
•Unidade monetária.
•Unidade fiscal.
•Unidade jurídica.
•Unidade territorial.
6. CARÁTER FEUDAL Do ABSOLUTISMO
•Manutenção dos privilégios de nascimento.
•Manutenção da sociedade estamental.
•Formação das cortes.
•Exércitos nacionais permanentes.
•Economia mercantilista
FORTES IDEOLOGIAS
MAQUIAVEL, “O Príncipe”
HOBBES, “Leviatã”
BODIN-BOUSSEAUT, “Direito divino dos reis”
7. 4 -- Economia mercantilista
Conceito e noções gerais:
Conjunto de medidas econômicas que garantiram a regulação dos
Estados Nacionais absolutistas, principalmente sob as atividades
praticadas pela burguesia, durante a Idade Moderna (XV-XVIII).
•Através do mercantilismo, os Estados nacionais garantiam os
recursos para sustentarem as cortes, os exércitos e os privilégios
recursos para sustentarem as cortes, os exércitos e os privilégios de
nascimento.
•Apesar do mercantilismo voltar-se para toda atividade econômica
dos Estados Nacionais absolutistas, sua maior incidência esteve nas
atividades provenientes das colônias.
8. Princípios ou regras do mercantilismo
Metalismo
Colonialismo
Comercialismo
Comercialismo
Intervencionismo (protecionismo alfandegário)
Monopólio ou pacto colonial
Teoria da balança comercial favorável.
9. OBSERVAÇÕES
Atrelada ao metalismo, outras práticas comercialistas como a venda de
especiarias e o tráfico intercontinental de escravos faziam parte das
metas europeias por uma balança comercial favorável. Um dos maiores
expoentes do comercialismo foi a Holanda, que, desprovida de muitas
colônias, buscou intermediar o máximo possível de relações comerciais
para buscar benefícios econômicos naquele contexto histórico.
•Por volta do século XVII o industrialismo passou a vigorar, com ênfase
maior na França (Colbertismo)e Inglaterra.As monarquias passaram a
priorizar a demanda interna, evitando as importações.Daí proveio o
incentivo a produção de manufaturas, que na Inglaterra foi acentuado
com a ascensão política da burguesia, culminando na primeira
revolução industrial do planeta.
10. 5 -- CASOS ESPECÍFICOS
5.1 –INGLATERRA
•“A sociedade feudal era uma estrutura hierárquica: alguns eram senhores, outros, seus
servidores. Numa peça teatral da época, um personagem indagava:
‘-De quem és homem? ‘
-Sou um servidor, porém não tenho senhor ou cavaleiro.
-Como pode ser isto?’ Retrucava o personagem.”
No século XVI, a sociedade rural inglesa, até então relativamente estática, estava se
desagregando.
—A importância do Anglicanismo e da ascensão política da burguesia.
11. 6.2 –FRANÇA
“Existem dúvidas em torno da caracterização do Estado Absoluto em França, na
época de Luis XIV. O empenho do rei em associar a França aos Tempos Modernos,
promovendo o progresso e transformando o país em modelo de civilização,
embaralha a definição do seu reinado e dificulta sua inclusão na ideia de Antigo
Regime.”
Palácio de Versalhes, símbolo do luxo da corte francesa.
12. Porém, veja a tradição da autoridade absolutista:
No século XVIII, 97% da população francesa era do 3º Estado
A Bastilha, símbolo da força da monarquia e da desigualdade
estamental da França absolutista.
13. 6.3 –PORTUGAL E ESPANHA
“A expansão marítima dos Estados Ibéricos, no fim do século XV, é o
grande evento associado aos Tempos Modernos. Entretanto, para esses
Estados, os resultados econômicos e políticos nem sempre representaram
sua entrada nesse Novo Tempo. Essa afirmação indica que por mais ricos
que Portugal e Espanha fossem, sua história não pertenceria à história da
Europa Moderna.“
Além de muitas colônias, essas monarquias absolutistas eram marcadas
pela forte influência da Igreja Católica, tanto na Europa, quanto em seus
impérios coloniais.
14. 6 – Treinando...
UFF UFF ––2008 2º FASE
Nos últimos anos, historiadores latino-americanos têm procurado discutir um dos mais
arraigados mitos sobre alguns países do continente: a pouca importância da etnia
negra na formação da sociedade e da cultura destes países. Para deslegitimar tal
mito, os pesquisadores têm ressaltado a importância da escravidão nos quadros da
formação da sociedade latino-americana.
Com base nesta afirmativa:
A) indique a política econômica desenvolvida pelos países ibéricos no contexto da
expansão europeia do século XVI;
B) analise a presença de comerciantes portugueses nos territórios coloniais espanhóis
em relação à mão de obra nos séculos XVI e XVII.