O documento discute o setor extrativo em Portugal, destacando o regresso às minas para explorar recursos como cobre, ouro e outros minerais. Isso visa reindustrializar o país e criar empregos, entre outros benefícios. Explorações mineiras ocorrem principalmente no interior do país e duram mais de 20 anos.
3. O panorama atual do setor extrativo em Portugal:
O REGRESSO ÀS MINAS
Desde a década de 60 que o setor mineiro não conhecia tanta agitação
como agora…
Minas de cobre em Neves Corvo, no Alentejo (capitais canadianos) –
investimento de130 milhões de euros
Mina de ouro perto de Montemor, a céu aberto, onde foram recolhidas
amostras de ouro a 10 metros de profundidade (capitais canadianos) –
investimento de 50 milhões de euros
“1 000 maiores”, Edição 2012, Expresso,
(adaptado)
4. Porquê o regresso às minas? Para …
Reindustrializar o país.
Contribuir para o aumento das exportações.
Criar postos de trabalho.
Aumentar as receitas fiscais.
Ajudar a atenuar algumas assimetrias entre o Interior e o Litoral
As explorações mineiras surgem, regra geral, em áreas do Interior do País
São projetos com duração superior a 20 anos.
Constituem um setor dinâmico a curto, a médio e longo prazo.
5. Exportações de minérios metálicos aumentam 17% em 2011
(face a 2010)
2011- aumento de 17,82% nas exportações de minérios metálicos não
ferrosos, por exemplo, perto de 74% nos minérios de tungsténio
(volfrâmio)
Nos minérios metálicos (…)
Estanho … 48,23%, cobre … 26%, Zinco …14,28%, valores que
revelam o potencial geológico de Portugal no contexto mundial (…)
destacando-se na produção de cobre na mina de Neves Corvo
(Alentejo), uma das mais ricas da Europa, e na produção de volfrâmio
na mina da Panasqueira (Beira Alta), onde ocupa a posição de líder
como produtor europeu.
Principais países de destino destes minérios: Suécia, Alemanha,
Finlândia, Espanha e Brasil.
6. Recursos Minerais
Substâncias naturais formadas por processos
geológicos que, ocorrendo na crusta terrestre
com uma concentração superior à média,
podem ser economicamente exploráveis.
Energéticos
Recursos minerais utilizados para
a produção de energia elétrica,
calorífica
Ex: petróleo, carvão, gás, urânio
Não Metálicos
Também designados por minerais
e rochas industriais, constituem
um grupo muito diversificado,
usados na construção civil e em
processos industriais.
Rochas ornamentais
Ex: calcário, mármore, granito, …
Rochas e Minerais Industriais
Ex: areia, argila, quartzo, …
Metálicos
Recursos minerais explorados
para a obtenção de um
determinado elemento metálico
que faz parte da sua
constituição.
Ex: ouro, prata, cobre, alumínio,
ferro, …
7. Depósitos Minerais , o que são?
Ocorrências minerais existentes em território nacional e nos fundos
marinhos da ZEE que, pela sua raridade, alto valor específico ou
importância na aplicação em processos industriais das substâncias
nelas contidas, se apresentam com especial interesse para a economia
nacional.
Ex: substâncias radioativas, grafites, pirites, fosfatos, amiantos, talco, caulino, quartzo,
feldspato, pedras preciosas e semipreciosas.
Portugal é o 5º produtor mundial de lítio, uma matéria-prima cuja
procura vai quadruplicar nos próximos 10 anos devido ao incremento do
fabrico de carros elétricos, cujas baterias são de lítio.
“O Mundo está cada vez mais dependente das minas”
Caderno do Expresso “1 000 maiores”, Edição 2012
8. Âmbar: resina petrificada de
coníferas mesozóicas e cenozóicas Calcite: componente do calcário
Caulinite: mineral não metálico) Cobre: mineral metálicoPirite: mineral metálico
Quartzo (sílica) Volframite
Ouro
Substâncias no estado sólido, geralmente inorgânicas, de origem natural, com fórmulas químicas
definidas e cujos átomos formam uma estrutura cristalina.
M
I
N
E
R
A
I
S
9. Massas Minerais (Pedreiras)
Recursos geológicos do domínio privado cujo
aproveitamento legal passa obrigatoriamente pela
obtenção prévia duma licença de exploração.
Ex: todos os tipos de rochas ornamentais, as rochas
industriais destinadas às indústrias da construção civil e obras
públicas, tais como calcários, granitos e rochas similares, areias
e seixos, e ainda outros recursos destinados à indústria
transformadora, tais como as argilas vermelhas e as especiais,
(exceto caulino), o calcário para cal e cimento, o gesso, etc.
10. XISTO – ARDÓSIA QUARTZITO GRANITO
CALCÁRIO
MÁRMORE Pedreira de mármore em Estremoz
Rochas polidas depois de extraídas das pedreiras para ornamentação
11. Entrada para as minas de ferro de Torre de
Moncorvo
MTI investe 3,6 milhões nas Minas de Moncorvo
A MTI – Ferro de Moncorvo, SA, reuniu com a
Câmara de Torre de Moncorvo para apresentar
os projetos da empresa para os próximos quatro
anos no que respeita à exploração mineira
naquele concelho transmontano
O trabalho de exploração e extração
mineira é uma atividade duríssima e que,
frequentemente, tem consequências
negativas na saúde dos mineiros. Daí,
poderem usufruir de reforma mais
precoce.
12. Minas da Panasqueira: a maior mina de volfrâmio fora da
China; uma localização no Interior; uma oportunidade para
o desenvolvimento regional
A exploração
mineira provoca
fortes alterações
na paisagem
envolvente e
evidentes riscos
ambientais.
Uma vez
encerradas, o
espaço outrora
ocupado pode
ser objeto de
requalificação
ambiental.
13. Escassez verificada nos stocks de sal no
Norte do país não está ligada à mina
louletana.
O frio vivido a Norte tem reflexos positivos
a Sul. «Este ano, devemos superar os
nossos objetivos em larga medida, no
target do sal para degelo, na ordem dos
30 por cento. Também temos boas
previsões para 2011», revelou o diretor
das minas de sal-gema de Loulé.
Sal-gema algarvio é uma das armas
utilizadas para combater os efeitos
do tempo frio em Portugal e noutros
países europeus.
fotografia de Mário Martins
Mina de sal-gema de Campina de Cima - Loulé, Algarve
18. Os recursos do
subsolo - (rochas e
minerais) - estão
relacionados com a
composição
geológica do território
19. Compreender a formação dos recursos do subsolo:
O Sistema Solar terá tido início numa enorme explosão há milhares de
milhões de anos – o Big-Bang.
Desde então, o Sol continua a “queimar” o seu combustível – hidrogénio
e hélio – tal como um verdadeiro reator de fissão nuclear.
Pela força de atração solar mantiveram-se em órbita os Planetas.
Alguns destes, pelo seu volume:
Impediram a saída de gases para o espaço levando à formação de
uma camada gasosa à sua volta - Atmosfera
Atraíram planetas secundários – luas, caso da Terra com a sua Lua.
20. Após o Big-Bang, a TERRA, iniciou um processo de arrefecimento
à superfície que originou:
As primeiras rochas – rochas MAGMÁTICAS
Uma ATMOSFERA (consequência de uma contínua atividade
vulcânica, libertação de gases e permanência destes junto à
superfície)
Chuvas abundantes e persistentes
As primeiras rochas SEDIMENTARES
O grande oceano que banhava um único Continente – PANGEA
Os primeiros enrugamentos de estratos sedimentares – primeiras
cadeias montanhosas
Constantes movimentos telúricos, muitíssimos lentos, fruto da
deslocação das PLACAS TECTÓNICAS.
22. A formação geológica da Terra é um trabalho incessante
das forças …
EROSIVAS que desgastam, transportam e acumulam sedimentos
TELÚRICAS que atuam de modo extremamente lento no interior da
CRUSTA terrestre dando origem a
ENRUGAMENTOS quando os materiais são ainda suficientemente
PLÁSTICOS
FRACTURAS e FALHAS quando os materiais são duros e resistem
à atuação das forças laterais
SISMOS OU VULCÕES de atuação rápida
Todos estes movimentos naturais estão na origem dos diferentes tipos
de rochas
http://youtu.be/pOeKyY81uuU
23. ESTRUTURA E RELEVO DA PENÍNSULA IBÉRICA
Era Primária: surgiram terras emersas que sofreram enrugamentos
de orientação NW-SE – enrugamento Hercínico – que estiveram na
origem do Maciço Antigo, a parte central do território peninsular, um
escudo duro e resistente constituído principalmente por rochas
cristalinas – granitos – e rochas metamórficas, tais como xistos.
Era Secundária: registou-se uma prolongada acalmia orogénica que
possibilitou a atuação dos agentes erosivos, o desgaste do Maciço
Antigo e a formação de um extenso relevo aplanado - Meseta Ibérica.
Nos mares à volta do maciço antigo, a deposição dos sedimentos em extensas
bacias sedimentares permitiu a constituição de estratos que, na era geológica
seguinte, vão ser emersas para darem origem ao relevo montanhoso mais jovem
da Europa e da Ásia.
24. Era Terciária: intensos movimentos orogénicos originaram o
enrugamento alpino, de orientação E-W, NE-SW, ENE-SSW,
responsável pelos Pirinéus, Montanhas Bascas, Cordilheiras Catalã,
Ibérica e Bética, em território espanhol, e, em Portugal, pelas Orlas
Meso-Cenozóicas, Ocidental e Meridional, com predomínio de rochas
sedimentares. Por resistência aos movimentos alpinos, deram-se
fraturas e falhas dentro da Meseta Ibérica que originaram montanhas de
fratura e falha, tais como, Cordilheira Cantábrica, Cordilheira Central (a
que pertence a Sª da Estrêla), Montes de Toledo e Sª Morena.
Era Quaternária: os agentes erosivos têm estado a esculpir o relevo e a
dar a atual morfologia peninsular. Os aluviões depositados nas
depressões litorais transportados pelos rios e pelo mar originaram, em
Portugal, as Bacias Sedimentares do Tejo e do Sado constituídas
essencialmente por areias.
A rede hidrográfica é jovem (o movimento de báscula para Oeste
sofrido pela Meseta, aquando do enrugamento alpino, obrigaram os rios
a escavar novos leitos para desaguarem no seu novo nível de base, o
Oc. Atlântico).
25. Cerca de 7/10 do
território português
pertencem ao Maciço
Antigo que forma o
núcleo da arquitetura da
Península.
À sua volta localizam-se
as Orlas de rochas
mais recentes,
levantadas pelo
enrugamento alpino e
as Bacias sedimentares,
deprimidas.
Unidades Geológicas da
Península Ibérica
Figura extraída de GEOGRAFIA, A Terra dos Homens, de Maria da Luz Leitão
26. Hoje
O território peninsular é marcado por:
Relevo acidentado - altitude média de 600 metros
Raras altas montanhas – nenhum dos cumes ultrapassa os 3 500
metros
Poucas planícies - localizadas perifericamente e de pequena extensão
Relevo que, em Portugal, diminui de altitude e desce em degraus
sucessivos para o mar, acompanhando os vales dos rios que desaguam
no Atlântico.
Pela sua antiguidade de formação, pela sua constituição geológica e
riqueza mineralógica, o Maciço Antigo é a parte do território nacional
mais rica e diversificada em termos minerais e rochosos.
27. Bacias sedimentares
Orlas meso cenozóicas
Enrugamentos alpinos
Meseta Ibérica
Morfologia Peninsular
Geologicamente
a Península
Ibérica constitui um
“todo”.
Morfológicamente,
distinguem-se
formas de relevo
montanhosas,
planaltos e planícies,
fruto dos
movimentos telúricos
e da ação erosiva.
Geografia Física de Portugal –
Daveau, O. Ribeiro e Lautensach
Bacia
do
Douro
Bacia
Do
Tejo
5 - Bacia do Tejo e do Sado
5
6
7
Cadeia Cantábrica
8 – Cadeia Catalã
7 – Orla meridional
6 – Orla ocidental
8
Cordilheira
28. Relevo
de
Portugal
A grande maioria das Serras do Centro
e Norte do País são relevos jovens
(montanhas de fratura e falha) apesar
de, geologicamente, fazerem parte do
Maciço Antigo.
A Cordilheira Central, cuja parte mais
ocidental é a Sª da Estrela, separa a
Meseta setentrional - de montanhas e
planaltos elevados - da Meseta
meridional, de relevo aplanado –
PENEPLANÍCIE – como é o caso do
Alentejo.
As verdadeiras planícies, de
sedimentação, localizam-se
perifericamente, ao longo da costa,
particularmente, nas Bacias
sedimentares do Tejo e do Sado.
30. “Indústria extrativa” – Expresso Economia,
29 outubro 2011
“A indústria extrativa é na sua
origem uma fonte de criação de
nova riqueza, que é extraída da
natureza e acrescentada ao
património coletivo.
Por outro lado há outros setores
associados que se têm vindo a
desenvolver em torno das minas
como o turismo, o património
cultural ou a investigação e
desenvolvimento.
Por último contribui para a
qualificação das pessoas
aumentando o índice nacional de
competências especializadas”.