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                                                                 CASE N.º 008




 Case-Study           A transformação da Petrobras na 1ª
                           grande multinacional brasileira

Este case enfoca as mudanças em curso na Petrobras e historia a gestão do
    Sr. Henri Philippe Reichstul na presidência da empresa, descrevendo as
suas ações para tornar a Petrobras mais ágil, competitiva e lucrativa. O case
      reconhece no entanto as dificuldades do novo presidente da empresa,
                    devido às limitações legais que pesam sobre as estatais.



Nota Importante         ESTE CASO SE DESTINA EXCLUSIVAMENTE AO ESTUDO E
                        DISCUSSÃO EM CLASSE, SENDO PROIBIDA A SUA UTILIZAÇÃO
                        OU REPRODUÇÃO EM QUALQUER OUTRA FORMA. DIREITOS
                        RESERVADOS ESPM/EXAME.




                  Este case foi preparado sob a supervisão dos professores
                                                         Alexandre Mathias
                                                     Eduardo Rienzo Najjar
                                                        Francisco Gracioso
                                                  1ª edição: Setembro/2000


                                        PARA OBTER CÓPIAS DESTE E DE OUTROS
                                 CASOS DA COLEÇÃO ESPM/EXAME, DIRIJA-SE À
                                            Central de Cases ESPM/EXAME
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A transformação da Petrobras
                      na 1º grande multinacional brasileira 1

1. Breve histórico

A Petrobras, que deteve o monopólio do setor de petróleo durante 45 anos no Brasil, é
atualmente a maior empresa brasileira do setor no país e a 14º em todo o mundo.

A empresa foi criada em 1953 para executar as atividades do setor petrolífero no Brasil. Ao
longo de quatro décadas, tornou-se líder em distribuição de derivados no país, colocando-se
entre as vinte maiores empresas petrolíferas na avaliação internacional. Detentora da
tecnologia mais avançada do mundo para a produção de petróleo em águas profundas, a
companhia foi premiada, em 1992, pela Offshore Technology Conference (OTC).

Em 1988, a União monopolizou a pesquisa e a lavra de jazidas de hidrocarbonetos fluidos,
o refino de petróleo nacional ou estrangeiro, a importação e exportação de petróleo e seus
derivados básicos, assim como o transporte marítimo e por dutos de petróleo e seus
derivados. A Petrobras tornou-se responsável pela execução deste monopólio.

Em 1997, o governo regulamentou a nova Lei do Petróleo, que abriu as atividades da
indústria petrolífera à iniciativa privada. Com a lei, foi criada a Agência Nacional do
Petróleo (ANP) encarregada de regular, contratar e fiscalizar as atividades do setor; e o
Conselho Nacional de Política Energética – órgão formulador da política pública de
energia.

Neste ano, também foi iniciada a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil, que além de
alavancar a demanda de gás natural no País, abriu a perspectiva de novos projetos que
possibilitam a integração energética e o desenvolvimento econômico do Mercosul.


2. Mudanças
O novo presidente

Em 29 de março de 1999, o banqueiro Henri Philippe Reichstul chegou a Petrobras sem
entender nada de petróleo. Encontrou uma empresa paternalista, com forte visão social e
tratamento igualitário, onde tanto a hierarquia como a simbologia de poder eram valores
muito arraigados na cultura da companhia. Seu desafio era criar uma cultura empresarial
que tivesse como valores a eficiência, a produtividade e a lucratividade. E, para isso, não
seguiu os modismos de administração, e sim seus dois princípios básicos: bom senso e
entusiasmo.

1
  As informações deste case se baseiam em diversas referências publicadas pela Revista Exame, entrevista do
Sr. Henri Philippe Reichstul ao Jornal O Estado de S. Paulo, outras informações publicadas na imprensa e
informações prestadas diretamente pela diretoria da empresa.
Assim, foram contratadas quatro consultorias internacionais (ver anexo I) para conhecer o
que acontecia no mundo com a indústria de petróleo, qual o futuro de gás, óleo, preço,
produção, em nível internacional, como as grandes empresas estavam organizadas, sua
estratégia empresarial. E, simultaneamente, verificava-se a situação da Petrobras no cenário
mundial e como melhor adequá-la.

Uma das primeiras providências na reestruturação foi reformular a composição do conselho
da empresa (ver anexo II), com o objetivo de criar uma nova visão empresarial e acabar
com o forte corporativismo, além de se adaptar ao modelo americano e lançar papéis na
Bolsa de Nova York. Inicialmente, foram criadas 2 novas diretorias. A corporativa assumiu
a responsabilidade pela política de recursos humanos, meio ambiente e organização interna.
A outra passou a cuidar dos investimentos da empresa fora dos setores de gás e petróleo -
como: petroquímica, termoelétricas e venda de ativos. As diretorias de transportes, refino e
comercialização foram agrupadas numa única linha de negócios, a exemplo do que fazem
as grandes corporações americanas.

Além dessas mudanças, Reichstul está empenhado em tornar o ambiente mais informal e
desfazer o culto à personalidade, reservado a seus presidentes, aproximando-se mais dos
diretores e funcionários. Para isso, substituiu portas fechadas por divisórias vazadas, iguais
às de qualquer empresa moderna. E através do canal de TV interno da companhia motiva e
explica aos funcionários as mudanças que pretende introduzir na companhia. Também
visita as refinarias, terminais e plataformas marítimas em todo o país.


O fim do monopólio

  "Sem o monopólio e sem ser privada, o grande risco que corríamos era ver a empresa
      afundar majestosamente", confessa Reichstul, 15 meses depois de sua posse.

Em agosto de 1998, a ANP leiloou o primeiro lote de áreas para exploração e produção de
petróleo no país, iniciando o processo de quebra do monopólio do petróleo no Brasil,
exercido durante 45 anos.

Com o fim deste monopólio, Reichstul enfrentou um difícil dilema, que era abrir mão do
domínio do mercado para facilitar a concorrência e não permitir o enfraquecimento da
empresa. Assim, foram mudados parâmetros, paradigmas, medição de resultados, e, na fase
de reorganização, operou-se como uma empresa privada. É preciso satisfazer o cliente,
saber competir.

Toda essa reestruturação parece ser o caminho para a privatização, mas essa é uma idéia
equivocada, pois, segundo Reichstul, “a Petrobras constitui um símbolo de brasilidade
muito forte. A companhia pertence a todos os brasileiros, e a sua venda traria uma imensa
sensação de perda”. Além disso, apesar de ser uma estatal, ela tem condições de
transformar-se numa concorrente importante da nova indústria de petróleo, que está
mesclando cada vez mais o negócio de óleo com o de gás e o de energia. Empresas estatais
podem ser competitivas na nova economia, desde que reconheçam a disciplina do mercado
e do mundo financeiro, e tenham a ajuda do governo para fazer essa transição.

Porém, muitos acreditam que essa visão é um tanto utópica neste final de milênio, pois a
tendência do mercado em todo o mundo é privatizar e flexibilizar as empresas. Se a
Petrobras fosse uma empresa privada, ela realmente teria melhores condições de enfrentar
as empresas internacionais, porque teria maior autonomia nas decisões.

Reichstul, a pedido do governo, deve mostrar que a estatal pode ser eficiente se tiver uma
boa gestão. Tarefa nada fácil, já que a Petrobras continua submetida à lei de licitações que
rege as compras e os contratos celebrados pela administração direta e indireta - a
companhia é forçada à subsidiar preços, manter empregados desnecessários e comprar
produtos nacionais que não são competitivos no mercado. Assim, para poder enfrentar a
concorrência de igual para igual, a Petrobras prepara-se para se livrar das amarras impostas
pela União.

A Lei do Petróleo, se por um lado pôs fim a situação confortável de ser uma empresa
monopolista, de outro deu-lhe maior liberdade de ação. Como exemplo, a Petrobras
adquiriu autonomia para guiar sua própria política salarial, mas, nos últimos 5 anos, não
pôde reajustar sua folha de pagamento e isso prejudicou a companhia, que corre o risco de
ficar desfalcada de funcionários qualificados.

De fato, empresas de petróleo que chegam ao país estão roubando os funcionários
graduados da Petrobras, atraindo-os com salários de mercado e planos de remuneração por
resultados. Reichstul está completando uma pesquisa salarial e pretende ter uma política
ligada ao retorno, com metas de distribuição de bônus e opções de ações.

Além disso, a empresa está envelhecida. O último concurso público para contratação de
pessoal foi há 9 anos. É preciso repor geólogos, geofísicos, e engenheiros de produção, mas
sobretudo contratar administradores, MBAs, especialistas em marketing e atendimento ao
cliente, direcionando a empresa para a área de negócios.

Com as mudanças no mercado e na companhia, a Petrobras teve um megalucro de R$ 10
bilhões em 1999. Reichstul atribui parte desse resultado ao elevado preço externo do
petróleo neste ano e a outra parte à redução de custos, aumento da produtividade, expansão
da produção de óleo e gás, resultados da nova visão empresarial.

A EXPERIÊNCIA DA MARCA PETROBRAX

Mais recentemente, Reichstul teve uma amostra das dificuldades que deverá encontrar, para
adaptar a Petrobras às condições do mercado do petróleo. Ele sugeriu a adoção da marca
PetroBrax, ao invés de Petrobras, para evitar as conotações negativas que o nome Petrobras
tem no estrangeiro. A idéia foi recebida com críticas das correntes nacionalistas no
Congresso e acabou sendo vetada pelo presidente Fernando Henrique. Como alternativa,
Reichstul sugeriu que a marca PetroBrax fosse usada apenas no exterior, mas isso também
foi recusado, para “não desfigurar um patrimônio do povo brasileiro”.
3. A 1ª Grande Multinacional Brasileira

"A estratégia da Petrobras, na primeira década do século XXI é ampliar sua presença
internacional e consolidar a liderança na América Latina e no mercado brasileiro de
energia. Os negócios da companhia estarão fortemente focados em serviços e ela atuará,
cada vez mais, com a liberdade de uma corporação internacional." P. Reichstul

Esta estratégia é um compromisso com os acionistas e, a longo prazo, é uma questão de
sobrevivência. Diante das modificações do cenário do setor petrolífero, a Petrobras
estabeleceu diretrizes que lhe garantissem crescimento seguro e rentável num ambiente
competitivo, definidas no novo Plano Estratégico da Companhia.

O Plano conduz a três caminhos: expandir as atividades tradicionais - exploração e
produção de óleo e gás, refino e distribuição de derivados - no Brasil; ampliar os
investimentos na geração de energia a partir do gás; aumentar a presença no mercado
internacional.

A Petrobras tornou-se uma corporação transnacional de energia e com atuação em nível
regional. Na América do Sul - Bolívia, Argentina, a empresa atua como empresa integrada
(exploração, produção, refino, transporte e distribuição). E, em águas profundas e na bacia
do Atlântico - Venezuela, África Ocidental, Golfo do México e Caribe, atua como empresa
de exploração e produção. Além disso, estabeleceu uma aliança estratégica com a
Repsol/YPF argentina para lançar novos empreendimentos na produção e distribuição de
petróleo e derivados.

4. Nova Estrutura Organizacional: Unidades de Negócio (Anexo III)

A organização com base nas unidades de negócio já é adotada pelas principais companhias
de petróleo do mundo. Através deste instrumento de gestão, é possível separar e analisar
cada atividade da companhia e ter uma visão clara de seu desempenho. O modelo anterior
adotado pela Petrobras só permitia uma visão geral do negócio, com resultados médios
apurados pela soma de bons e maus desempenhos. Não era possível identificar o valor
agregado por cada parte no resultado final.

A partir de agora, cada unidade da companhia terá mais autonomia para conduzir seus
negócios e prestará contas dos resultados obtidos. O objetivo é: maior transparência em
cada atividade e no negócio como um todo, o que abre caminho para uma gestão mais
eficiente e voltada para resultados.

Premissas do Modelo

Valorização do Empregado – O novo modelo de organização da Petrobras permitirá a
utilização de diversos mecanismos de incentivo ao desempenho dos empregados. A busca
por resultados será estimulada para que se concretizem as metas planejadas. Um dos pontos
fundamentais para sustentação do modelo é um mecanismo de avaliação de desempenho
associado aos resultados individuais das áreas de negócio/apoio e da companhia.

Redução dos Níveis Hierárquicos – Com a simplificação da estrutura, o topo da
companhia se aproxima da base. A comunicação fica mais ágil e, consequentemente, há
mais eficiência. Houve redução de pelo menos um nível hierárquico em todas as estruturas,
limitando-se as da sede a três níveis.

Mudança de Cultura – A mudança da estrutura por si só não garante a obtenção dos
objetivos estratégicos da companhia. Ela é um dos instrumentos. O que ela traz de mais
importante é uma mudança para a visão de negócio mais voltada para resultados. Até por
força do sucesso obtido na área de tecnologia, a Petrobras sempre teve um comportamento
mais funcional. O que se busca agora é uma nova postura, com foco na rentabilidade.

Prestação de Serviços – A excelência na prestação de serviços dos órgãos encarregados de
fazê-lo será garantida, na medida em que as áreas de negócio terão a opção de buscar
alternativas no mercado fornecedor externo, que será o principal balizador de custos,
qualidade e eficiência. Os fornecedores internos de serviço terão como desafio representar a
melhor opção no atendimento das necessidades das áreas de negócio.

5. Desafio

Passados 4 anos desde o início do processo de desregulamentação do setor de petróleo e gás
no país, a Petrobras enfrenta uma situação inteiramente nova. Os concorrentes estão
chegando e o ambiente seguro propiciado pelo monopólio deixou de existir. Reichstul
conseguirá conduzir as mudanças?

Você concorda com as decisões tomadas por Reischtul? Que outras mudanças você
implantaria?

Em uma outra ordem de idéias, dirija a sua atenção para dois aspectos específicos
levantados pelo case:

              1. Privatização – Você acha que a Petrobras deve ser privatizada? Justifique
                 a sua opinião.

              2. Ação fora de nossas fronteiras – Você acha que a Petrobras deve
                 aumentar a sua ação no exterior (tanto produção quanto vendas),
                 transformando-se em uma autêntica multinacional? Por que?

Antes de expor suas idéias, leia o anexo IV - Mudanças.
ANEXO I

            Os planos de Reichstul para transformar a Petrobras
                      numa empresa de classe mundial
Foram contratadas quatro consultorias - a Ernst Young, a Arthur D. Little e duas outras
especializadas em petróleo - para analisar a Petrobras e buscar saídas face à nova paisagem.
As metas fixadas no planejamento estratégico da empresa até o ano 2010 foram baseadas
nos resultados obtidos nestas análises. Uma das metas estabelecidas no estudo intitulado O
novo desafio já começou - Petrobras 2005-2010, revela que a empresa deve proteger e
assegurar rentabilidade para os ativos do acionista. Pela primeira vez os interesses dos
acionistas são mencionados nos planos estratégicos da companhia.

Além dessa meta, a empresa pretende:

1) converter-se até 2010 na maior companhia petrolífera da América Latina e numa das
   principais empresas regionais do mundo. O objetivo é conquistar espaço entre a
   empresas que estão um pouco atrás das gigantes como a Exxon e a Shell. Com o fim do
   monopólio, a Petrobras está deixando de ser uma empresa doméstica para se tornar uma
   companhia internacional, com potencial para se transformar na maior multinacional
   brasileira.

2) em 2005, o país deve passar de importador para exportador de petróleo. A estratégia é
   priorizar as atividades relacionadas à exploração, produção e comercialização de
   petróleo e gás, concentrando-se na produção de petróleo em águas profundas,
   especialidade da Petrobras. Em 6 anos, a Petrobras deverá atingir 35 bilhões de dólares
   em receitas brutas, dos quais 4,4 bilhões virão do exterior. Para atingir estas metas, o
   crescimento médio anual das vendas deverá ser de 4,9%.

3) investir no negócio de gás natural. Seguindo a nova postura do mercado mundial, as
   empresas petrolíferas estão se transformando em empresas de energia, direcionando
   seus investimentos para outras fontes, como o gás natural e as usinas termelétricas. Em
   todo o mundo, o consumo de gás natural tem crescido 2 vezes mais do que o de
   petróleo. A idéia é induzir o consumo do gás no país mediante parcerias minoritárias
   com produtores de energia independentes.

4) Para realizar as mudanças, pretende investir 32,9 bilhões de dólares até 2005. A
   Petrobras está reforçando a área de engenharia financeira para contornar as restrições do
   governo. O objetivo é captar boa parte dos recursos necessários através de parcerias e
   project finance – uma modalidade de financiamento em que as receitas futuras pagam o
   projeto.
ANEXO II

ORGANOGRAMA
ANEXO III
AS UNIDADES DE N EGÓCIOS E SEUS OBJETIVOS

            1.   Área Corporativa
            2.   Financeira
            3.   Gás e Energia
            4.   E&P (UPSTREAM)
            5.   Abastecimento (DOWNSTREAM)
            6.   Internacional
            7.   Serviços
1. ÁREA CORPORATIVA
2. FINANCEIRA
3. GÁS E ENERGIA
4. E&P (UPSTREAM)
5. ABASTECIMENTO (DOWNSTREAM)
6. INTERNACIONAL
7. SERVIÇOS
ANEXO IV

                                      Mudanças

Mudanças criam possibilidades, melhor desempenho. As organizações de sucesso mudam
rapidamente - redimensionando seus limites, fazendo a reengenharia de seus processos,
terceirizando atividades não estratégicas, fazendo parceria com os clientes e fornecedores
como nunca fizeram antes. Os cenários previsíveis e estáveis são algo do passado.

Fala-se muito em mudança para tornar a empresa competitiva, mas é interessante ressaltar
também que as alterações não devem ser desenfreadas, descontroladas, pois, assim, elas
gerariam turbulência ao invés de melhores resultados. Deve-se encontrar o equilíbrio entre
o paradoxo mudança/estabilidade.

                  Mudanças positivas exigem boa dose de estabilidade.

Os administradores precisam de alicerces firmes para nortear a mudança, precisam ter
visão, cultura, ou propósito de vencer a turbulência encontrada na busca de mudanças
duradouras. Para tanto, identificou-se seis fontes potenciais de estabilidade, que permitem
que programas de mudança tenham bons resultados. As fontes são: cultura, uma estratégia
clara e presente, pessoas, competências básicas, relacionamentos e comunidade. Mas, é
improvável que os seis elementos da organização possam servir de base para a mudança.
Na verdade, alguns talvez precisem ser substancialmente mudados, por isso ele devem ser
cuidadosamente avaliados, de modo que se destaquem quais os elementos (base estável
como fonte de confiança) que não deveriam ser mudados durante a transformação da
empresa.

Entretanto, grande parte da mudança implementada pelas empresas é, freqüentemente,
comprometida pelas práticas administrativas ultrapassadas, fronteiras organizacionais,
obstáculos culturais, legado de tecnologia de sistemas arcaicos, etc.

Para que se realizem mudanças positivas nas empresas, muitos raciocínios sobre a arte de
mudar têm sido elaborados.

Os 15 princípios básicos, a seguir, formam um conjunto limitado de princípios que
transmitem confiança e desejo de agir:

1. Enfrente a realidade. Tudo está em constante mudança, por isso deve-se enfrentar a
   realidade para que a empresa se mantenha competitiva.
2. Concentre-se em contextos estratégicos. O capital e os esforços devem ser direcionados
   para que o retorno seja maior. É importante saber onde investir.
3. Aja com autoridade. A mudança deve ser sustentada por uma gestão forte para que não
   se corra o risco de não alcançar os resultados.
4. Defina o escopo com inteligência. Estabelecer um alvo para o esforço de mudança é
   importante para alcançar o sucesso.
5. Prepare o terreno para a mudança. É importante que haja consenso. Deve-se
    convencer a cúpula administrativa e toda a organização de que a mudança é necessária.
6. Deixe o cliente conduzir a mudança. Já que os clientes são a razão de ser da empresa,
    suas necessidades, examinadas cuidadosamente, devem ditar a mudança.
7. Conheça seus stakeholders. Deve-se segmentar, compreender e priorizar as
    necessidades e os motivos das pessoas e grupos interessados na organização (clientes,
    empregados, acionistas...).
8. Comunique-se sempre. À medida que as mudanças são concebidas e realizadas, os
    interessados devem ser informados, convencendo-os a agir de maneira inovadora.
9. Redefina o sistema de indicadores. Visualize a mudança e depois projete indicadores de
    desempenho novos consistentes com suas estratégias e metas.
10. Utilize todas as alavancas da mudança. Alavancas da mudança são pontos-chave de
    aplicação na empresa - estrutura da companhia; sistemas de recursos humanos;
    processos de negócios - que compensarão esforços. Quando todas essas alavancas
    forem ativadas por um esforço coordenado, a mudança em ampla escala poderá ser
    conquistada.
11. "Pense grande". O "pensar grande" não limita o pensamento das pessoas e permite que
    se desenvolvam inovações positivas em todos os elementos da organização.
12. Alavanque a diversidade. A diversidade de mentes e perspectivas ajudam a arejar os
    velhos paradigmas e a mostrar onde é necessário substituí-los.
13. Desenvolva habilidades. Invista no capital humano, na habilidade das pessoas de todos
    os níveis.
14. Planeje. Para conduzir a mudança é necessário desenvolver um plano de ação
    documentado e detalhado.
15. Integre as iniciativas. As diversas iniciativas devem ser integradas.




Bibliografia

Equipe de Change Integration da Price Waterhouse. Mudando para melhor: As melhores práticas
   para transformar sua empresa. São Paulo, Atlas, 1997.

Equipe de Change Integration da Price Waterhouse. Princípios de Paradoxos: como empresas de
   alto desempenho administram o caos, a complexidade e a contradição para atingir resultados
   superiores. São Paulo, Atlas, 1999.

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Casepetrobras

  • 1. Central de Cases ESPM/EXAME CASE N.º 008 Case-Study A transformação da Petrobras na 1ª grande multinacional brasileira Este case enfoca as mudanças em curso na Petrobras e historia a gestão do Sr. Henri Philippe Reichstul na presidência da empresa, descrevendo as suas ações para tornar a Petrobras mais ágil, competitiva e lucrativa. O case reconhece no entanto as dificuldades do novo presidente da empresa, devido às limitações legais que pesam sobre as estatais. Nota Importante ESTE CASO SE DESTINA EXCLUSIVAMENTE AO ESTUDO E DISCUSSÃO EM CLASSE, SENDO PROIBIDA A SUA UTILIZAÇÃO OU REPRODUÇÃO EM QUALQUER OUTRA FORMA. DIREITOS RESERVADOS ESPM/EXAME. Este case foi preparado sob a supervisão dos professores Alexandre Mathias Eduardo Rienzo Najjar Francisco Gracioso 1ª edição: Setembro/2000 PARA OBTER CÓPIAS DESTE E DE OUTROS CASOS DA COLEÇÃO ESPM/EXAME, DIRIJA-SE À Central de Cases ESPM/EXAME Fone (11)5085-4647 / Fax (11)5085-4646
  • 2. A transformação da Petrobras na 1º grande multinacional brasileira 1 1. Breve histórico A Petrobras, que deteve o monopólio do setor de petróleo durante 45 anos no Brasil, é atualmente a maior empresa brasileira do setor no país e a 14º em todo o mundo. A empresa foi criada em 1953 para executar as atividades do setor petrolífero no Brasil. Ao longo de quatro décadas, tornou-se líder em distribuição de derivados no país, colocando-se entre as vinte maiores empresas petrolíferas na avaliação internacional. Detentora da tecnologia mais avançada do mundo para a produção de petróleo em águas profundas, a companhia foi premiada, em 1992, pela Offshore Technology Conference (OTC). Em 1988, a União monopolizou a pesquisa e a lavra de jazidas de hidrocarbonetos fluidos, o refino de petróleo nacional ou estrangeiro, a importação e exportação de petróleo e seus derivados básicos, assim como o transporte marítimo e por dutos de petróleo e seus derivados. A Petrobras tornou-se responsável pela execução deste monopólio. Em 1997, o governo regulamentou a nova Lei do Petróleo, que abriu as atividades da indústria petrolífera à iniciativa privada. Com a lei, foi criada a Agência Nacional do Petróleo (ANP) encarregada de regular, contratar e fiscalizar as atividades do setor; e o Conselho Nacional de Política Energética – órgão formulador da política pública de energia. Neste ano, também foi iniciada a construção do Gasoduto Bolívia-Brasil, que além de alavancar a demanda de gás natural no País, abriu a perspectiva de novos projetos que possibilitam a integração energética e o desenvolvimento econômico do Mercosul. 2. Mudanças O novo presidente Em 29 de março de 1999, o banqueiro Henri Philippe Reichstul chegou a Petrobras sem entender nada de petróleo. Encontrou uma empresa paternalista, com forte visão social e tratamento igualitário, onde tanto a hierarquia como a simbologia de poder eram valores muito arraigados na cultura da companhia. Seu desafio era criar uma cultura empresarial que tivesse como valores a eficiência, a produtividade e a lucratividade. E, para isso, não seguiu os modismos de administração, e sim seus dois princípios básicos: bom senso e entusiasmo. 1 As informações deste case se baseiam em diversas referências publicadas pela Revista Exame, entrevista do Sr. Henri Philippe Reichstul ao Jornal O Estado de S. Paulo, outras informações publicadas na imprensa e informações prestadas diretamente pela diretoria da empresa.
  • 3. Assim, foram contratadas quatro consultorias internacionais (ver anexo I) para conhecer o que acontecia no mundo com a indústria de petróleo, qual o futuro de gás, óleo, preço, produção, em nível internacional, como as grandes empresas estavam organizadas, sua estratégia empresarial. E, simultaneamente, verificava-se a situação da Petrobras no cenário mundial e como melhor adequá-la. Uma das primeiras providências na reestruturação foi reformular a composição do conselho da empresa (ver anexo II), com o objetivo de criar uma nova visão empresarial e acabar com o forte corporativismo, além de se adaptar ao modelo americano e lançar papéis na Bolsa de Nova York. Inicialmente, foram criadas 2 novas diretorias. A corporativa assumiu a responsabilidade pela política de recursos humanos, meio ambiente e organização interna. A outra passou a cuidar dos investimentos da empresa fora dos setores de gás e petróleo - como: petroquímica, termoelétricas e venda de ativos. As diretorias de transportes, refino e comercialização foram agrupadas numa única linha de negócios, a exemplo do que fazem as grandes corporações americanas. Além dessas mudanças, Reichstul está empenhado em tornar o ambiente mais informal e desfazer o culto à personalidade, reservado a seus presidentes, aproximando-se mais dos diretores e funcionários. Para isso, substituiu portas fechadas por divisórias vazadas, iguais às de qualquer empresa moderna. E através do canal de TV interno da companhia motiva e explica aos funcionários as mudanças que pretende introduzir na companhia. Também visita as refinarias, terminais e plataformas marítimas em todo o país. O fim do monopólio "Sem o monopólio e sem ser privada, o grande risco que corríamos era ver a empresa afundar majestosamente", confessa Reichstul, 15 meses depois de sua posse. Em agosto de 1998, a ANP leiloou o primeiro lote de áreas para exploração e produção de petróleo no país, iniciando o processo de quebra do monopólio do petróleo no Brasil, exercido durante 45 anos. Com o fim deste monopólio, Reichstul enfrentou um difícil dilema, que era abrir mão do domínio do mercado para facilitar a concorrência e não permitir o enfraquecimento da empresa. Assim, foram mudados parâmetros, paradigmas, medição de resultados, e, na fase de reorganização, operou-se como uma empresa privada. É preciso satisfazer o cliente, saber competir. Toda essa reestruturação parece ser o caminho para a privatização, mas essa é uma idéia equivocada, pois, segundo Reichstul, “a Petrobras constitui um símbolo de brasilidade muito forte. A companhia pertence a todos os brasileiros, e a sua venda traria uma imensa sensação de perda”. Além disso, apesar de ser uma estatal, ela tem condições de transformar-se numa concorrente importante da nova indústria de petróleo, que está mesclando cada vez mais o negócio de óleo com o de gás e o de energia. Empresas estatais
  • 4. podem ser competitivas na nova economia, desde que reconheçam a disciplina do mercado e do mundo financeiro, e tenham a ajuda do governo para fazer essa transição. Porém, muitos acreditam que essa visão é um tanto utópica neste final de milênio, pois a tendência do mercado em todo o mundo é privatizar e flexibilizar as empresas. Se a Petrobras fosse uma empresa privada, ela realmente teria melhores condições de enfrentar as empresas internacionais, porque teria maior autonomia nas decisões. Reichstul, a pedido do governo, deve mostrar que a estatal pode ser eficiente se tiver uma boa gestão. Tarefa nada fácil, já que a Petrobras continua submetida à lei de licitações que rege as compras e os contratos celebrados pela administração direta e indireta - a companhia é forçada à subsidiar preços, manter empregados desnecessários e comprar produtos nacionais que não são competitivos no mercado. Assim, para poder enfrentar a concorrência de igual para igual, a Petrobras prepara-se para se livrar das amarras impostas pela União. A Lei do Petróleo, se por um lado pôs fim a situação confortável de ser uma empresa monopolista, de outro deu-lhe maior liberdade de ação. Como exemplo, a Petrobras adquiriu autonomia para guiar sua própria política salarial, mas, nos últimos 5 anos, não pôde reajustar sua folha de pagamento e isso prejudicou a companhia, que corre o risco de ficar desfalcada de funcionários qualificados. De fato, empresas de petróleo que chegam ao país estão roubando os funcionários graduados da Petrobras, atraindo-os com salários de mercado e planos de remuneração por resultados. Reichstul está completando uma pesquisa salarial e pretende ter uma política ligada ao retorno, com metas de distribuição de bônus e opções de ações. Além disso, a empresa está envelhecida. O último concurso público para contratação de pessoal foi há 9 anos. É preciso repor geólogos, geofísicos, e engenheiros de produção, mas sobretudo contratar administradores, MBAs, especialistas em marketing e atendimento ao cliente, direcionando a empresa para a área de negócios. Com as mudanças no mercado e na companhia, a Petrobras teve um megalucro de R$ 10 bilhões em 1999. Reichstul atribui parte desse resultado ao elevado preço externo do petróleo neste ano e a outra parte à redução de custos, aumento da produtividade, expansão da produção de óleo e gás, resultados da nova visão empresarial. A EXPERIÊNCIA DA MARCA PETROBRAX Mais recentemente, Reichstul teve uma amostra das dificuldades que deverá encontrar, para adaptar a Petrobras às condições do mercado do petróleo. Ele sugeriu a adoção da marca PetroBrax, ao invés de Petrobras, para evitar as conotações negativas que o nome Petrobras tem no estrangeiro. A idéia foi recebida com críticas das correntes nacionalistas no Congresso e acabou sendo vetada pelo presidente Fernando Henrique. Como alternativa, Reichstul sugeriu que a marca PetroBrax fosse usada apenas no exterior, mas isso também foi recusado, para “não desfigurar um patrimônio do povo brasileiro”.
  • 5. 3. A 1ª Grande Multinacional Brasileira "A estratégia da Petrobras, na primeira década do século XXI é ampliar sua presença internacional e consolidar a liderança na América Latina e no mercado brasileiro de energia. Os negócios da companhia estarão fortemente focados em serviços e ela atuará, cada vez mais, com a liberdade de uma corporação internacional." P. Reichstul Esta estratégia é um compromisso com os acionistas e, a longo prazo, é uma questão de sobrevivência. Diante das modificações do cenário do setor petrolífero, a Petrobras estabeleceu diretrizes que lhe garantissem crescimento seguro e rentável num ambiente competitivo, definidas no novo Plano Estratégico da Companhia. O Plano conduz a três caminhos: expandir as atividades tradicionais - exploração e produção de óleo e gás, refino e distribuição de derivados - no Brasil; ampliar os investimentos na geração de energia a partir do gás; aumentar a presença no mercado internacional. A Petrobras tornou-se uma corporação transnacional de energia e com atuação em nível regional. Na América do Sul - Bolívia, Argentina, a empresa atua como empresa integrada (exploração, produção, refino, transporte e distribuição). E, em águas profundas e na bacia do Atlântico - Venezuela, África Ocidental, Golfo do México e Caribe, atua como empresa de exploração e produção. Além disso, estabeleceu uma aliança estratégica com a Repsol/YPF argentina para lançar novos empreendimentos na produção e distribuição de petróleo e derivados. 4. Nova Estrutura Organizacional: Unidades de Negócio (Anexo III) A organização com base nas unidades de negócio já é adotada pelas principais companhias de petróleo do mundo. Através deste instrumento de gestão, é possível separar e analisar cada atividade da companhia e ter uma visão clara de seu desempenho. O modelo anterior adotado pela Petrobras só permitia uma visão geral do negócio, com resultados médios apurados pela soma de bons e maus desempenhos. Não era possível identificar o valor agregado por cada parte no resultado final. A partir de agora, cada unidade da companhia terá mais autonomia para conduzir seus negócios e prestará contas dos resultados obtidos. O objetivo é: maior transparência em cada atividade e no negócio como um todo, o que abre caminho para uma gestão mais eficiente e voltada para resultados. Premissas do Modelo Valorização do Empregado – O novo modelo de organização da Petrobras permitirá a utilização de diversos mecanismos de incentivo ao desempenho dos empregados. A busca por resultados será estimulada para que se concretizem as metas planejadas. Um dos pontos
  • 6. fundamentais para sustentação do modelo é um mecanismo de avaliação de desempenho associado aos resultados individuais das áreas de negócio/apoio e da companhia. Redução dos Níveis Hierárquicos – Com a simplificação da estrutura, o topo da companhia se aproxima da base. A comunicação fica mais ágil e, consequentemente, há mais eficiência. Houve redução de pelo menos um nível hierárquico em todas as estruturas, limitando-se as da sede a três níveis. Mudança de Cultura – A mudança da estrutura por si só não garante a obtenção dos objetivos estratégicos da companhia. Ela é um dos instrumentos. O que ela traz de mais importante é uma mudança para a visão de negócio mais voltada para resultados. Até por força do sucesso obtido na área de tecnologia, a Petrobras sempre teve um comportamento mais funcional. O que se busca agora é uma nova postura, com foco na rentabilidade. Prestação de Serviços – A excelência na prestação de serviços dos órgãos encarregados de fazê-lo será garantida, na medida em que as áreas de negócio terão a opção de buscar alternativas no mercado fornecedor externo, que será o principal balizador de custos, qualidade e eficiência. Os fornecedores internos de serviço terão como desafio representar a melhor opção no atendimento das necessidades das áreas de negócio. 5. Desafio Passados 4 anos desde o início do processo de desregulamentação do setor de petróleo e gás no país, a Petrobras enfrenta uma situação inteiramente nova. Os concorrentes estão chegando e o ambiente seguro propiciado pelo monopólio deixou de existir. Reichstul conseguirá conduzir as mudanças? Você concorda com as decisões tomadas por Reischtul? Que outras mudanças você implantaria? Em uma outra ordem de idéias, dirija a sua atenção para dois aspectos específicos levantados pelo case: 1. Privatização – Você acha que a Petrobras deve ser privatizada? Justifique a sua opinião. 2. Ação fora de nossas fronteiras – Você acha que a Petrobras deve aumentar a sua ação no exterior (tanto produção quanto vendas), transformando-se em uma autêntica multinacional? Por que? Antes de expor suas idéias, leia o anexo IV - Mudanças.
  • 7. ANEXO I Os planos de Reichstul para transformar a Petrobras numa empresa de classe mundial Foram contratadas quatro consultorias - a Ernst Young, a Arthur D. Little e duas outras especializadas em petróleo - para analisar a Petrobras e buscar saídas face à nova paisagem. As metas fixadas no planejamento estratégico da empresa até o ano 2010 foram baseadas nos resultados obtidos nestas análises. Uma das metas estabelecidas no estudo intitulado O novo desafio já começou - Petrobras 2005-2010, revela que a empresa deve proteger e assegurar rentabilidade para os ativos do acionista. Pela primeira vez os interesses dos acionistas são mencionados nos planos estratégicos da companhia. Além dessa meta, a empresa pretende: 1) converter-se até 2010 na maior companhia petrolífera da América Latina e numa das principais empresas regionais do mundo. O objetivo é conquistar espaço entre a empresas que estão um pouco atrás das gigantes como a Exxon e a Shell. Com o fim do monopólio, a Petrobras está deixando de ser uma empresa doméstica para se tornar uma companhia internacional, com potencial para se transformar na maior multinacional brasileira. 2) em 2005, o país deve passar de importador para exportador de petróleo. A estratégia é priorizar as atividades relacionadas à exploração, produção e comercialização de petróleo e gás, concentrando-se na produção de petróleo em águas profundas, especialidade da Petrobras. Em 6 anos, a Petrobras deverá atingir 35 bilhões de dólares em receitas brutas, dos quais 4,4 bilhões virão do exterior. Para atingir estas metas, o crescimento médio anual das vendas deverá ser de 4,9%. 3) investir no negócio de gás natural. Seguindo a nova postura do mercado mundial, as empresas petrolíferas estão se transformando em empresas de energia, direcionando seus investimentos para outras fontes, como o gás natural e as usinas termelétricas. Em todo o mundo, o consumo de gás natural tem crescido 2 vezes mais do que o de petróleo. A idéia é induzir o consumo do gás no país mediante parcerias minoritárias com produtores de energia independentes. 4) Para realizar as mudanças, pretende investir 32,9 bilhões de dólares até 2005. A Petrobras está reforçando a área de engenharia financeira para contornar as restrições do governo. O objetivo é captar boa parte dos recursos necessários através de parcerias e project finance – uma modalidade de financiamento em que as receitas futuras pagam o projeto.
  • 9. ANEXO III AS UNIDADES DE N EGÓCIOS E SEUS OBJETIVOS 1. Área Corporativa 2. Financeira 3. Gás e Energia 4. E&P (UPSTREAM) 5. Abastecimento (DOWNSTREAM) 6. Internacional 7. Serviços
  • 11.
  • 13. 3. GÁS E ENERGIA
  • 18. ANEXO IV Mudanças Mudanças criam possibilidades, melhor desempenho. As organizações de sucesso mudam rapidamente - redimensionando seus limites, fazendo a reengenharia de seus processos, terceirizando atividades não estratégicas, fazendo parceria com os clientes e fornecedores como nunca fizeram antes. Os cenários previsíveis e estáveis são algo do passado. Fala-se muito em mudança para tornar a empresa competitiva, mas é interessante ressaltar também que as alterações não devem ser desenfreadas, descontroladas, pois, assim, elas gerariam turbulência ao invés de melhores resultados. Deve-se encontrar o equilíbrio entre o paradoxo mudança/estabilidade. Mudanças positivas exigem boa dose de estabilidade. Os administradores precisam de alicerces firmes para nortear a mudança, precisam ter visão, cultura, ou propósito de vencer a turbulência encontrada na busca de mudanças duradouras. Para tanto, identificou-se seis fontes potenciais de estabilidade, que permitem que programas de mudança tenham bons resultados. As fontes são: cultura, uma estratégia clara e presente, pessoas, competências básicas, relacionamentos e comunidade. Mas, é improvável que os seis elementos da organização possam servir de base para a mudança. Na verdade, alguns talvez precisem ser substancialmente mudados, por isso ele devem ser cuidadosamente avaliados, de modo que se destaquem quais os elementos (base estável como fonte de confiança) que não deveriam ser mudados durante a transformação da empresa. Entretanto, grande parte da mudança implementada pelas empresas é, freqüentemente, comprometida pelas práticas administrativas ultrapassadas, fronteiras organizacionais, obstáculos culturais, legado de tecnologia de sistemas arcaicos, etc. Para que se realizem mudanças positivas nas empresas, muitos raciocínios sobre a arte de mudar têm sido elaborados. Os 15 princípios básicos, a seguir, formam um conjunto limitado de princípios que transmitem confiança e desejo de agir: 1. Enfrente a realidade. Tudo está em constante mudança, por isso deve-se enfrentar a realidade para que a empresa se mantenha competitiva. 2. Concentre-se em contextos estratégicos. O capital e os esforços devem ser direcionados para que o retorno seja maior. É importante saber onde investir. 3. Aja com autoridade. A mudança deve ser sustentada por uma gestão forte para que não se corra o risco de não alcançar os resultados. 4. Defina o escopo com inteligência. Estabelecer um alvo para o esforço de mudança é importante para alcançar o sucesso.
  • 19. 5. Prepare o terreno para a mudança. É importante que haja consenso. Deve-se convencer a cúpula administrativa e toda a organização de que a mudança é necessária. 6. Deixe o cliente conduzir a mudança. Já que os clientes são a razão de ser da empresa, suas necessidades, examinadas cuidadosamente, devem ditar a mudança. 7. Conheça seus stakeholders. Deve-se segmentar, compreender e priorizar as necessidades e os motivos das pessoas e grupos interessados na organização (clientes, empregados, acionistas...). 8. Comunique-se sempre. À medida que as mudanças são concebidas e realizadas, os interessados devem ser informados, convencendo-os a agir de maneira inovadora. 9. Redefina o sistema de indicadores. Visualize a mudança e depois projete indicadores de desempenho novos consistentes com suas estratégias e metas. 10. Utilize todas as alavancas da mudança. Alavancas da mudança são pontos-chave de aplicação na empresa - estrutura da companhia; sistemas de recursos humanos; processos de negócios - que compensarão esforços. Quando todas essas alavancas forem ativadas por um esforço coordenado, a mudança em ampla escala poderá ser conquistada. 11. "Pense grande". O "pensar grande" não limita o pensamento das pessoas e permite que se desenvolvam inovações positivas em todos os elementos da organização. 12. Alavanque a diversidade. A diversidade de mentes e perspectivas ajudam a arejar os velhos paradigmas e a mostrar onde é necessário substituí-los. 13. Desenvolva habilidades. Invista no capital humano, na habilidade das pessoas de todos os níveis. 14. Planeje. Para conduzir a mudança é necessário desenvolver um plano de ação documentado e detalhado. 15. Integre as iniciativas. As diversas iniciativas devem ser integradas. Bibliografia Equipe de Change Integration da Price Waterhouse. Mudando para melhor: As melhores práticas para transformar sua empresa. São Paulo, Atlas, 1997. Equipe de Change Integration da Price Waterhouse. Princípios de Paradoxos: como empresas de alto desempenho administram o caos, a complexidade e a contradição para atingir resultados superiores. São Paulo, Atlas, 1999.