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Apontamentos teóricos de

Materiais de
construção I
1

10cm

2

3

m
m2
2
1

m1

θ
t

Elaborado por:
Ana Sofia Cruz, nº 13156
Docentes:
Teórica - Fernando Henriques
Prática - Fernando Pinho

2002/2003
Pilar – Elemento vertical, esbelto e resistente.
Viga – Elemento horizontal, esbelto que apoia em cima dos pilares.
Laje – Elemento horizontal de grande dimensão e fina espessura.
Sapata – Alargamento da base do pilar, trata-se de um elemento de
fundação que serve para distribuir as cargas da base do pilar
horizontalmente.
Estacas – Usam-se quando o terreno tem má qualidade, tratando-se
de um elemento que serve para distribuir as cargas verticalmente.
Ensoleiramento geral – Usa-se quando
também quando o terreno não é de boa
qualidade, servindo
para
distribuir
as
cargas sobre toda a base do edifício.

susceptibilidade às
acções climáticas

Betão – Ligante constituído por cimento e vários inertes (areia –
inerte fino -, brita – inerte grosso). Há vários tipos de betão:
simples – não tem armadura
- armado – com armaduras de aço
↓ pré-esforçado – também com armaduras de aço, as quais
+ estão constantemente a exercer esforço sobre a peça.
Normalmente usa-se betão armado, mas grosso modo, quando o
vão é maior do que 10m usa-se betão pré-esforçado.

→
viga

← pré-esforço que aumenta a resistência da

Vão – Distância entre apoios.
1
Cofragem – Molde para fazer vigas (muito caras)
Fase dos toscos – Trata-se da fase em que se faz a estrutura e se
abrem os rossos para as canalizações. É nesta fase que se vê a
construção crescer (normalmente 1 piso por cada semana ou 15 dias),
consumindo-se 10 a 15% do custo da obra.
Fase dos limpos – É nesta fase que se fazem os acabamentos, sendo
pois mais extensa e mais cara do que a fase dos toscos.
Inertes – Elementos que não reagem (agregados), servem para fazer
betão e argamassas.
Argamassa – Serve para fazer rebocos, sendo constituídas por 2ou
mais ligantes (cimento e cais) e inerte fino.
Alvenaria – Trata-se da parede, pode ser constituída por tijolos ou
painéis pré-fabricados.

Num corpo existem e tipos de volume:
volume de matéria, v1
volume de vazios entre partículas, v2
volume de vazios interiores, v3
Assim, volume exterior, V, será v1+v3 e volume de vazios, v, refere-se
apenas a v3.
Baridade

–

Massa

m
Baridade =
V + v2

por

unidade

de

volume

total

ocupado

Massa volúmica (aparente) – Massa por unidade de volume exterior
Massa volumica =

m
.
V

2
Ensaio para determinação da massa volúmica
específica (método da pesagem hidrostática):
massa volúmica =

e

de

massa

m
m sat − m im

massa saturada
msat = m + V água que penetrou nos poros
= m + m vazios

massa em imersão
m im = m - I
I = V – v (impulsão)

Massa especifica (ou massa volúmica real) – massa por unidade de
volume real . Massa específica =

m
V-v

→ dadas as definições tem-se a relação:
baridade < massa volúmica < massa específica
Porosidade, P – Relação entre volume de vazios de um corpo e o seu
volume total. p =

v
V

→ quando maior é o volume de vazios de um corpo maior é a sua
porosidade
→ ↑ porosidade ⇒ ↑sensibilidade à degradação, pois o material
absorve + água, absorvendo também tudo aquilo que nela sem
encontra dissolvido
Densidade absoluta, D – Relação entre massa de um corpo e a massa
de um volume de água a 4ºC, igual ao volume do corpo sem vazios.
D=

m
V-v

Densidade aparente, d – relação entre a massa de um corpo e a
massa de igual volume de água a 4ºC. d =

m
V

Compacidade, C – Relação entre densidade aparente e densidade
absoluta. C =

v
V−v
= 1− = 1− P
V
V

3
→ quanto menor é o volume de vazios de um corpo maior é a sua
compacidade
→ a densidade aparente é proporcional à compacidade ⇒ a
resistência mecânica é função crescente da densidade aparente
→ compacidade e porosidade têm valores complementares
→ um exemplo de um material de porosidade fechada
Ar
é o poloestireno expandido, cujo nome comercial é
esferovite.
N. B.:
→ Quando mais poroso um material é menor a sua resistência
mecânica e vice-versa.
→ Quanto maior a compacidade maior a resistência mecânica e
vice-versa.
→ O betão é um pécimo isolante térmico pois tem muita água.
→ O esferovite é um óptimo isolante térmico, pois tem muitos
poros.
Capilaridade – ascensão de água contrariando a acção da gravidade
(ver propriedade físicas das pedras).
→ quanto mais finos são os poros maior é a capilaridade.
Porometria – dimensão dos poros.
N. B.:
→ O ligante das juntas tem que ter uma grande porometria, de
modo a absorver o mínimo de água possível.
→ As paredes têm que ser permeáveis ao vapor de água, pois só
assim conseguem secar após uma chuvada.
Anisotropia – é a propriedade contrária à isotropia, significa pois que
o material tem propriedades diferentes consoante a direcção que
estamos a analisar.
Calor específico – quantidade de calor que é necessário fornecer a um
corpo para elevar 1ºC a temperatura de uma sua unidade de massa.

4
Condutibilidade térmica – característica específica dos materiais
homogéneos. Traduz a capacidade do material se deixar atravessar
por calor.

N. B.:
→ O betão aguenta muita compressão e pouco tracção, pelo que se
colocam varões de aço na zona que o betão está à tracção, de
modo a complementar a acção do betão.
Deformação – è uma transformação que sem traduz numa variação da
distância entre pontos. Quando ocorre na fase plástica corresponde a
um pequeno acréscimo da força que se traduz numa grande
deformação remanescente.
Material frágil – tem uma fase plástica muito reduzida, quebrando
sem pré aviso (ex: aço de alta resistência, vidro). Tem a vantagem de
aguentar mais carga do que um material dúctil.
Material dúctil – tem uma fase plástica muito extensa, ou seja,
deforma muito e só depois é que quebra.
N. B.:
→ quando estamos em regime elástico há proporcionalidade entre
tensões e deformações, ou seja, verifica-se a Lei de Hooke:
σ = E × ε , E- módulo de elasticidade dinâmica do material, é
característico de cada material. Corresponde à tensão capaz de
provocar uma deformação unitária
→ o aço corrente rompe após uma longa fase plástica, ou seja, o
material deforma-se muito antes de romper
→ em termos de segurança seria preferível usar apenas materiais
dúcteis, pois eles avisam-nos antes de romper, em contra
partida, ao usá-los perdemos capacidade de resistência a
cargas elevadas.

5
→ a compressão actua no sentido da tracção atómica, daí que não
se rompa o material por compressão, pois se assim
acontecesse era necessário quebrar as ligações
atómicas. A compressão provoca uma diminuição de
volume numa determinada direcção e aumento nas
outras, este aumento de volume induz esforços de
tracção nas faces correspondentes, acabando o material por
romper por tracção induzida e não por compressão pura ⇒
Efeito de Poisson .
→ se o corpo tiver dimensões tais que o plano de corte possa
acontecer a 45º, ele vai romper preferencialmente por esse
plano, pois é ao longo dele que o esforço traccional é maior
→ quando 1 viga está simplesmente apoiada, não estando ligada à
laje nem aos pilares, ala está apenas sujeita a tracção e
compressão. No entanto, se a viga estiver bem agarrada à laje,
se esta descer de um dos lados a viga roda com a laja, mas se
esta também estiver ligada aos pilares a viga irá torcer
→ quando estamos a pregar 1prego a força transmite-se por
tensão e se esta ultrapassar a capacidade resistente do
material o prego penetre no material.
Abrasão – desgaste verificado nos materiais por acção do atrito
existente entre os materiais (ex.: sapatos vs pavimento)
Fadiga – diminuição da resistência de um corpo por acção de uma
solicitação periódica (ex.: após vincar um arame, se o dobrarmos
alternada e repetidamente ele acaba por partir)
P=cte
Fluência – acréscimo da deformação sob tensão
constante
t=0
→ é a fluência que faz com que as pontes
t=t1
não
sejam
planas,
têm
sempre
1contraflexa. Há outra razão para que isto aconteça, é que se a
ponte for plana, visualmente ala parece-nos estar em forma de
U.
→ a fluência pode ocorrer pontualmente ou ao longo de toda a peça

6
Relaxação – diminuição, no tempo, da tensão sob
deformação constante
Estabilidade mecânica – (deformações) quando
estamos a trabalhar com 2 ou + materiais
diferentes, eles têm que ter fluências semelhantes, pois se isto não
acontecer a peça entra em rotura
Variações térmicas – dilatam com o calor e contraem com o frio) há
que ter este efeito em conta aquando da construção de estruturas
metálicas – juntas de dilatação. Este efeito é também importante uma
vez que há uma constante necessidade de usar materiais diferentes
em conjunto, os quais não podem perder a aderência, assim terão que
ter coeficientes de dilatação térmica semelhantes.
→ é possível determinar o coeficiente de dilatação térmica de um
provete medindo o seu comprimento a 0ºC e depois a 40ºC. O
coeficiente será dado pelo quociente entre a diferença de
comprimentos e o comprimento inicial.
Retracção – diminuição do volume – quando fazemos betão (inertes +
cimento + água), ao secar aparecem poros vazios onde a água estava e
posteriormente evaporou. Verifica-se assim uma diminuição de volume.
Ao mesmo tempo ocorre também fissuração, pois, por exemplo, as
lajes não diminuem o seu volume livremente uma vez que estão ligadas
às vigas.
→ ↑ água, ↑ velocidade de evaporação ⇒ ↑ retracção ( assim há
que colocar tão pouca água quanto possível e que criar
condições para que o betão seque lentamente.
Elasticidade – propriedade que se traduz pela recuperação da forma
inicial após cessar-se uma determinada solicitação. se a recuperação
da forma primitiva não ocorre imediatamente após se cessar a
solicitação diz-se que o corpo possui elasticidade retardada. Se a
elasticidade sem verifica segundo o eixo da peça, diz-se longitudinal,
diz-se transversal quando se verifica segundo o plano de uma secção
transversal.

7
Plasticidade – propriedade de não recuperar a forma quando de deixa
de efectuar uma solicitação.
Viscosidade – propriedade de um corpo sofrer deformações
permanentes sob a acção de uma solicitação sendo as tensões funções
lineares das velocidades de deformação.
Resistência à compressão – característica relevante nas pedras e
betões. É a resistência que o material oferece à tensão normal
dirigida para o interior do corpo. Determina-se através de um ensaio
numa prensa que comprime um provete de material (cubo, prisma ou
cilindro de dimensão normalizadas) até à rotura. A tensão de
compressão exprime-se em kgf/cm2.
Resistência à tracção – característica relevante nos aços e outros
metais. É a resistência que o material oferece à tensão normal
dirigida para o exterior do corpo. Determina-se em ensaios sobre
provetes de forma determinada ou fios e mede-se em kgf/cm2 ou
kgf/m2, principalmente no caso de fios ou de aço de alta resistência.
Resistência à flexão – depende do material e da geometria da secção
de material a analisar. Aparece, na maior parte das vezes, ligada à
resistência à tracção, dependendo por vezes da resistência à
compressão.
Resistência ao punçoamento – caracteriza-se pala resistência do
material a compressões pontuais. Traduz a dureza do material. A
dureza é função da relação resistência à tracção/ resistência à
compressão. Quanto mais baixa é esta relação mais elevada é relação
resistência ao punçoamento/ resistência à compressão. A graduação
da dureza é feita pela escala de Mohs (- talco, salgema, calcite,
flourite, apatite, feldspato, quartzo, topázio, corindo, diamante +).
Resistência à abrasão – caracteriza-se pelo desgaste do material sob
acção do escorregamento duma superfície de rugosidade conhecida e
sob pressão constante.

8
Resistência à fadiga – a tensão de rotura diminui quando o material é
sujeito a esforços repetidos e alternados ( relevante para os aços)

Solubilidade (água e outros solventes) – é uma causa frequente de
casos de patologia da construção. Assim os materiais de construção
não devem ser solúveis a solventes com os quais entram em contacto
no dia a dia, por ex.:
→ o gesso só é utilizado em construções interiores
→ o pavimento de uma gasolineira tem que ser resistente à
gasolina, gasóleo,...
→ o esferovite é solúvel em determinados tipos de cola
Afinidade química – é muitas vezes causa de acidentes nas
construções. Exemplos de misturas que reagem mal:
- zinco + cobre
- zinco + ferro
- cobre + ferro ou alumínio
- chumbo + cal
- cimento + alguns tipos de madeiras
→ se for necessário misturar algum destes conjuntos de materiais
na mesmo construção, há que isolá-los, por ex, uma parede com
reboco de cal que tenha canalizações de chumbo → revestir as
canalizações com cimento.

9
As pedras têm grande resistência à compressão e baixa
resistência à tracção (e também à flexão). O betão tem exactamente
as mesmo características, pelo que também é considerado uma pedra,
mas pedra artificial.
Neste capitulo vamos falar de pedras naturais e do seu uso
ornamental, não nos debruçaremos sobre as suas resistências
mecânicas.
Uma vez que Portugal é um grande exportadores de pedras, as
que têm valor superior no estrangeiro dificilmente são vendidas cá.

Pedras de origem ígnea ou eruptiva – (vulcânicas) são compactas,
duras, podendo considerar-se, dentro de certa escala, homogéneas e
isótropas. Ex.: granitos, sienitos, pórfitos, basaltos (gabros), etc.
Pedras de origem sedimentar – resultam, de uma forma geral, da
precipitação do material em água. Apresentam-se estratificadas, isto
é, dispostas em camadas mais ou menos regulares segundo os bancos
da pedreira. Têm por isso direcções privilegiadas, sendo anisótropas.
Ex.: sílex, grês, gesso, argila, marga, calcário, etc.
Pedras de origem metamorfica – são originadas por transformações
operadas nos 2tipos anteriores sob acção de elevadas temperaturas
(atingido o ponto de fusão), grandes pressões, circulações
hidrotermais e pelo contacto com o magma. A composição química é
geralmente mantida, mas as composições mineralógica e estrutural são
profundamente modificadas. Ex.: xistos, ardóseas, gneisses,
mármores e quartzitos.
→ Bastantes destes tipos de pedras são transformadas em inertes
através de britadoras. No sul geralmente usam-se os calcários,
enquanto no norte se usam granitos.

10
→ No palácio de Sintra, em vez de se pintar as paredes (sofre
desgaste muito facilmente) aplicou-se 1 argamassa de cal e pó
de mármore que tem uma tonalidade branca. Esta argamassa é
aplicada em grossas camadas, as quais se desgastam +
lentamente que as de tinta.

Textura – diz respeito às dimensões, forma e arranjo dos materiais
constituintes e à existência ou não de matéria vítrea (textura
halocristalina ou vítrea).
→ Os materiais que apresentem textura vítrea não podem ser
usados como inertes
Estrutura – refere-se ao sistema mais ou menos organizado formado
pelas diacláses e juntas do maciço rochoso. É dada pela forma como o
material surge na natureza. Tipos de estrutura : laminar, em bancos,
colunar, estratificada, etc.
→ a estrutura e a textura são propriedades muito interessantes,
pois permitem uma avaliação preliminar das restantes
características.
Fractura – refere-se ao aspecto que apresentam as superfícies de
rotura (normalmente obtidas por percussão). O exame destas
superfícies permite reconhecer os constituintes da pedra e a sua
forma de agregação, bem como a dificuldade da sua lavra.
Homogeneidade – as pedras devem ser homogéneas, não tendo:
- veios (fissuras delgadas preenchidas por matéria mole)
- nodos brandos (zonas de matéria branda a nível pontual)
- crostas (matéria branda que separa normalmente os leitos
de pedreiras)
- geodes (cavidades preenchidas com matéria cristalizada)
→ Um teste muito simples para avaliar a homogeneidade é bater
com um martelo no material. O som indica se estamos perante
um material homogéneo ou não.
11
Dureza – mede a resistência do material a compressões pontuais. Tem
a vantagem de permitir seleccionar o modo mais económico de cortar
a pedra, assim, quanto à dureza, as pedras classificam-se em:

classificação

processo de corte na pedreira

brandas
medianamente duras

lâmina de aço
lâmina de aço actuando com jacto de areia a
água actuando na zona de contacto entre o
material e a pedra*1
lâmina de aço actuando com jacto de areia a
água e esmeril
carborundum*2 ou serras diamantadas

duras
duríssimas

*1 a rocha não vai ser cortada pelo aço, mas sim pelo atrito que é
criado pela areia
*2 diamante industrial
Aderência aos ligantes – não é uma característica intrínseca do
material, pois depende também das características do ligante. A
rugosidade da superfície é um dado importante, mas não é o único
condicionante, pois surgem situações em que a aderência de uma pedra
é bastante diferente consoante se trata de ligantes hidrófilos ou
hidrófobos. esta propriedade apresenta especial interesse na
utilização das pedras em fragmentos ou para a formação de materiais
compósitos.
Porosidade – como anteriormente referido é a relação enter volume
de vazios e volume total, no entanto não é esta a relação que importa
para o estudo das pedras, mas sim a relação entre o volume máximo
possível de água absorvida e volume total. Note-se que a 1ª definição
é o limite para o qual tende este valor, assim a 1ª definição refere-se
à porosidade absoluta (pa) e a 2ª à porosidade relativa ou aparente
(pr). pa =

v
V

pr =

kv
kv- volume de vazios acessível à água (0<K<1)
V

Para a determinação da porosidade de um corpo há que
determinar a sua massa saturada, a sua massa em hidrostática e a sua
massa seca (ver ensaio de determinação da massa específica).
12
Há 5 métodos para a determinar a massa saturada de um
material, o que faz com que existam 5 métodos de determinação da
porosidade ou da massa específica.
- imersão progressiva
- imersão instantânea
- imersão em ebulição (em água a ferver o corpo dilata, pelo
que os seus poros ficarão maiores facilitando-se assim a
saída do ar de dentro deles)
- imersão com depressão de ar (usa-se um escicador, o qual
vai causar uma depressão no seu interior obrigando o ar a
sair dos poros, o que faz com que quando se coloca o corpo
em imersão a água penetre nos poros muito + facilmente
⇒ método + eficaz)
- imersão em água sobre pressão (aumenta-se a pressão de
forma a obrigar a água a entrar nos poros)
Permeabilidade – propriedade que os materiais têm de sem deixar
atravessar pela água ou outros fluidos segundo certas condições.
Depende fundamentalmente da porosidade, da comunicação entre os
poros e do diâmetro destes.
Higroscopicidade – faculdade que os materiais têm de absorver a
reter água por sucção capilar. É a manifestação para a água de um
fenómeno geral para os líquidos – capilaridade.
→ Há 2 processos para medir a capilaridade:
- variações de massa
- medir quanto tempo a água leva a chegar ao cimo do corpo
(depende das dimensões do provete)
→ Condicionalismos do ensaio:
1. altura de água
2. quantidade de água evaporada nas superfícies laterais
→ Dado 2. há várias maneiras de fazer o ensaio:
- envolver as pares do provete em algo impermeável
- colocar o provete imerso numa dada altura de água dentro
de uma caixa hermeticamente fechada com ambiente
saturado (a criação deste ambiente é simples, basta,

13
antes do ensaio começar, colocar lá água quente durante
algum tempo)
→ normalmente usa-se um pouco de papel absorvente entre o
provete e o fundo do tabuleiro, para que ele absorva
preferencialmente pela base.
→ após o ensaio faz-se um gráfico
m
m2
2
1

m1

θ
t

m - massa de água absorvida
tg θ - coeficiente de absorção – dá-nos a
quantidade de água que o provete absorve por
unidade de tempo
m1 e m2 – valores assimptoticos de absorção –
valor máximo de água que o material absorve

→ a escolhas do material é função da aplicação pretendida. 1
absorve mais inicialmente, mas o seu valor assimptótico é menor
do que o de 2.
Gelividade – é a propriedade de uma pedra segundo a qual ela se
fragmenta após, um abaixamento da temperatura, a água contida nos
seus poros ter solidificado, aumentando de volume. Conclui-se assim
que a pedra nestas condições será porosa, higroscópica e de fraca
resistência, pois absorve água e n resiste ao acréscimo de volume
devido à congelação.
Em Itália o ensaio de resistência é feito submetendo os
provetes a 20 ciclos de 3horas de gelo degelo (imerso em água
destilada a 35ºC seguida de refrigeração a – 15ºC).
Interessa então definir coeficiente de embebição, E, o qual nos
dá ideia da resistência da pedra ao gelo. Assim após medição da massa
seca, ms, o provete é emergido progressivamente em água e em
seguida mede-se a sua massa húmida, mh, calcula-se então o
coeficiente de embebição pela expressão: E =

mh − ms
ms

E > 0.8 ⇒ pedra geladiça (pouco resistente ao gelo)
E < 0.75 ⇒ pedra não geladiça
0.75 < E < 0.8 ⇒ pedra duvidosa
(E = 0.8 ⇒ pedra absorve 80% do seu peso em água)

14
Também são características físicas de uma pedra a massa volúmica, a
massa específica, a densidade e a compacidade, que não tendo sido
referidas neste capítulo já o foram no anterior

Resistência à compressão – já referida anteriormente (ver cap. 1).
→ nos ensaios usam-se cubos cujas dimensões obedecem à regra
dos cubos, ou seja, cada cubo terá uma área de secção de 25
cm2 ( 5 cm de lado) ou um seu múltiplo.
Resistência à flexão – esta é uma característica bastante diminuta
nas pedras, daí que apenas muito raramente elas sejam usadas em
elementos trabalhando exclusivamente em esforços axiais de tracção.
→ quando se ensaia esta característica usam-se prismas de secção
quadrada em que o comprimento deve ser 4.5 vezes superior à
aresta da secção quadrada.
→ os provetes são apoiados em 2 rolos distanciados entre si, pelo
menos, 3 vezes a altura do provete e carregados por um 3º
paralelo e equidistante àqueles
→ o ensaio é sempre feito em 3 prismas ao mesmo tempo, pois sem
apenas ensaiássemos 1 esse poderia ser a excepção
→ o resultado do ensaio deve ser apresentado com o seu desvio
padrão
Resistência ao desgaste – tem especial importância para as pedras
aplicadas em locais de circulação intensa, como por exemplo os
pavimentos. Há vários tipos de ensaios, refira-se, por exemplo, o
ensaio de Amsler (usa a máquina de Amsler):
- usa provetes com 7.1 x 7.1 x 2.5 cm (2.5 – espessura)
- são ensaiados 2 provetes de cada vez
- por cima dos provetes é colocado um peso de 15 kg
- os provetes são fixos e por baixo deles roda um disco de
metal duro a uma velocidade de 30 voltas por minuto e a
uma pressão de 0.3 kgf/cm2, em cima do qual é depositada
areia calibrada (com uma determinada dimensão)

15
-

depois do disco ter percorrido 1000m mede-se a
espessura final com um comparador ou um defletómetro.

→ o defletómetro só mede variações pontuais de
espessura, pelo que se repete o processo para
vários pontos, calculando-se depois a média e o
desvio padrão
Resistência ao choque – usa-se em pedras ornamentais que são usadas
no pavimento. Existem vários ensaios possíveis, refira-se um a título
ilustrativo:
1 – esfera de aço de 1kg
1
3 – leito de areia com 10 cm de espessura
2 – provete que vai ser comprimido para haver
10cm
um bom ajustamento entre ele e a areia
2

Inicialmente a esfera é deixada cair de uma
altura de 10cm, depois aumenta-se essa altura de
1 em 1cm até o provete partir.
→ usualmente contabiliza-se o número de pancadas necessárias
para que o provete parta, assim sem o provete partiu quando a
esfera caiu dos 15cm contaram-se 6 pancadas.
→ a areia faz com que o tardoz (base) do provete esteja
completamente apoiado, o que não aconteceria se o provete
estivesse sobre uma base metálica (só assentava pontualmente,
pois não é perfeitamente lisa)
3

As pedras são constantemente sujeitas a processo químicos de
destruição, os quais assumem particular importância nas pedras
calcárias, devido à sua susceptibilidade aos ácidos, e nas pedras com
feldspatos, pelas suas possibilidades de caulinização.
Alteração das pedras calcárias

16
Por agentes químicos da atmosfera
→ CO2
água evapora ⇒ o

Rocha absorve água ⇒

bicarbonato depositase novamente sob a
forma de carbonato,
formando manchas à

dissolve o carbonato de cálcio
dos calcários formando-se
bicarbonato de sódio (instável)

rocha fica +
porosa ⇒
perde
compacidade

Chove
Ao fim de alguns ciclos forma-se uma camada superficial de
pedra constituía por uma crosta exterior endurecida sob a qual sem
encontra uma camada de material
→ SO2 – combina-se com a água das chuvas originando ácido
sulfuroso. Quando chove o ácido sulfuroso combina-se com o
carbonato de cálcio dos calcários formando sulfito de cálcio, o
qual, por oxigenação, origina sulfato de cálcio que ao ser
hidratado constitui o gesso, este cristaliza com acentuado
aumento de volume, formando crostas escuras (absorção de
poluição). Quando chove novamente dá-se a desintegração
mecânica desta crosta.

Por agentes químicos dos materiais ou do solo
Outras origens de agentes químicos capazes de deteriorar as
pedras estão na sua própria composição (sulfatos), no solo (nitratos –
seres vivos)em casos particulares de exposição em atmosfera salina
(cloretos – perto do mar), ou na composição dos produtos usados na
limpeza ou conservação. São normalmente sais solúveis e
higroscópicos, ou seja, em ambientes húmidos absorvem muita água e
em ambientes secos
libertam muita água. Quando estes sais
cristalizam aumentam de volume. Ao serem arrastados pela água
17
cristalizam quando ela se evapora constituindo eflorescências, se a
evaporação é lenta, ocorrendo na superfície exterior, ou
criptoflorescências, se a evaporação é rápida, ocorrendo no interior
da pedra.
A eflorescência não tem problema,
pois limpa-se facilmente. No entanto a
criptoflorescência empurra a superfície
para
fora
formando
barrigas
ou
destacamento do revestimento.
A água só dissolve os sais, os quais não
pertencem directamente à pedra, pelo que •eflorescência
com criptoflorescência e eflorescência a •criptoflorescência
pedra não perde compacidade.

Por agentes químico-biológocos
São caso das acções do próprio homem e de animais traduzidos
essencialmente pela corrosão química provocada pela deposição de
dejectos – a acção de microorganismos tais como “bactérias
nitrifinantes e sulfurosas” e “vegetações parasitárias” que sem
desenvolvem na superfície das pedras ou sob elas nutrindo-se por
vezes dos sais e matéria orgânica que retiram do material a que se
faixam.
Alteração dos feldspatos
ataque da chuva aos feldspatos

Granito ⎯⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ → caulinite(dará origem a argilas)
⎯

→ os factores mais usados na selecção dos materiais a utilizar em
obra são:
- gelividade
- resistência ao choque
- resistência ao desgaste
- possibilidade de acabamento
- resistência aos agentes destruidores
18
contudo não existem valores mínimos de utilização
→ A capacidade de polimento (desgastar a pedra até ela ter o
aspecto desejado) é directamente proporcional à resistência
mecânica e à dureza

nível de polimento

método usado

grunido (aspecto tosco)
amaciado
polido

lixa grossa
lixa + fina
lixa finíssima (fazem riscos muito finos
que reflectem a luz

→ no desmonte de pedras, nas pedreiras são várias as técnicas
usadas, uma delas é a serra de fio elecoidal ou fio elecoidal. O
fio está sempre a passar em torno do bloco e está a ser puxado
contra ele, funciona como um garrote em movimento.
Normalmente o fio percorre sempre grandes distâncias para
arrefecer antes de voltar a entrar em contacto com os blocos.

19
→ também denominados de agregados
→ usados para fazer betões e argamassas, dado serem + baratos
do que as cimentos, diminuindo o custo da obra
→ diminuem as retracções, dado que os inertes não diminuem de
volume

Quanto à origem petrográfica:
- Calcaria
- Granítica
→ não sem usam basaltos, pois têm textura vítrea o que provoca
problemas na aderência
Quanto à dimensão (granulometria):
- fino (areias britadas)

-

grossos

finos
↑
↓
grossos

4.76 mm (peneiro nº 4 ASTM)

Quanto à massa volúmica

classificação mv
(tn/m3 )

exemplos

uso

leves

<2

estruturas com baixo
peso próprio ou bom
isolamento térmico

normais
pesadas

2a3
>3

leca (argila
expandida), cortiça,
poliestireno
expandido
areias, britas
barita, desperdícios
metálicos

betão
isolam radiações (é
das poucas formas
eficientes para ),
muros de suporte
20
Quanto ao modo de obtenção
- naturais (areias) – são usados tal como ocorrem na
natureza
- britados
→ os inertes surgem na natureza em grandes blocos, as
britadeiras diminuem as suas dimensões, surgindo desperdícios
que podem ser usados como areias (areias britadas)
→ inerte grosso britado = brita
→ seixo rolado = godo (natural – pedras dos rios)

Resistência mecânica à compressão
→ só pode fazer quando se conhece a rocha mãe e se tem acesso a
ela. Usam-se cubos de 5 cm de aresta ⇒ o valor mínimo é de 50
MPa
→ quando não é possível estudar a rocha mãe recorre-se a ensaios
sobre amostras do inerte. Usa-se, por exemplo, o ensaio de
esmagamento:
- realiza-se sobre as partículas que passam através do
peneiro de malha 12.7 mm
e ficam retidas no de 9.52
mm
- coloca-se a amostra num
molde cilíndrico, onde é
compactada com um varão.
Tapa-se o molde com um
êmbolo
de
dimensões
complementares
- coloca-se o conjunto numa prensa, a qual vai exercer uma
força progressivamente crescente (650 N/s) até aos 400
K
- mede-se a massa do material que agora passa através do
peneiro de malha 2.38 mm
-

Resistência ao esmagamento (%) =

mpassa 2.38
minicial

× 100

21
⇒ o inerte é aceitável se a sua resistência ao esmagamento
for ≤ 45 %
→ também se usa o ensaio de desgaste, o qual usa a máquina de Los
Angeles.
- o inerte com uma dimensão específica é colocado num
tambor cilíndrico juntamente com uma carga de esferas
normalizadas
- o tambor gira 500 (inerte fino) ou 1000 (inerte grosso)
vezes, durante o que as esferas desgastam o inerte
- mede-se a quantidade de material que passa ao peneiro de
malha 1.68mm
-

Resistência ao desgaste (%) =

mpassa 1.68
minicial

× 100

⇒ o inerte é aceitável se a sua resistência ao desgaste for ≤
50 %
→ quando não é possível realizar qualquer um dos ensaios
anteriores, uma maneira objectiva e segura de avaliar a
qualidade de um inerte consiste em determinar a tensão de
rotura de um betão com ele fabricado e a tensão de rotura de
um betão padrão amassado nas mesmas condições, constituído
por um bom inerte de propriedades bem conhecidas. Trata-se
do ensaio comparativo de 2 betões. ⇒ o inerte é aceitável se a
resistência à tensão do betão por ele constituído for ≥ 90 % da
resistência do betão conhecido
Módulo de elasticidade – também só pode ser determinado se se
conhece a rocha mãe. O ensaio é feito da forma usual
→ quanto + esférica for a partícula melhor ela se auto-arruma ⇒ ↑
compacidade e ↑ resistência mecânica
Trabalhabilidade – facilidade com que o material é trabalhado
→ quanto + esféricas são as partículas melhor a trabalhabilidade
→ ↑ da quantidade de água ⇒ ↑ trabalhabilidade e ↓ resistência
mecânica

22
Análise granulométrica – consiste em avaliar as dimensões das
partículas.
→ o resultado deste ensaio depende da forma dos inerte (esferas
passam + facilmente)
Coeficiente volumétrico – serve para avaliar a forma do inerte
cv =

Vparticula de inete

Vmenor esfera que envolve complatamente a particula

, 0 < cv < 1.

→ cv = 1 ⇒ partícula esférica
→ ↑ cv ⇒ melhor a forma
→ como não se pode calcular o cv de uma pilha de inerte usa-se a
técnica da amostragem
Amostragem – usam-se separadores ou o método do esquartelamento
- esquartelamento – retira-se uma quantidade significativa
de material, depois espalha-se sobre uma superfície lisa.
Divide-se em 4 partes +/- iguais e retiram-se 2 das partes
opostas. Mistura-se o material restante e repete-se o
processo até obter uma quantidade
representativa da amostra e susceptível de
avaliar.
- separadores – caixa contendo um número
par de baias separadoras, as quais estão
ligadas ao exterior, indo metade do
separador visto
material para cada lado
de cima

Ligação inerte – ligante
→ uma má ligação inerte-cimento diminui a resistência mecânica do
betão
→ ↓ irregularidade das partículas ⇒ ↓ aderência inerte-ligante,
pois ↓ atrito entre eles ⇒ o inerte britado tem melhor
aderência do que o inerte rolado
→ características que influenciam a ligação inerte-ligante:
- irregularidade
- porosidade ( ↑ porosidade ⇒ ↑ a tendência para puxar a
água para o seu interior e com ela vem também o cimento

23
⇒ quando a pasta seca, dentro do inerte também há
cimento)
Tipos de ligações inerte-ligante:
- ligação epitáxica: os cristais dos componentes do cimento
hidratado prolonga os do inerte, os quais têm em comum
as suas redes cristalinas. O ligante como que imita a
textura do inerte, trazendo-a para a superfície, o que
melhora a ligação
- ligações químicas: os inertes não são completamente
inertes quimicamente, gerando-se ligações químicas entre
o ligante e o inerte
- ligação mecânica: deve-se à rugosidade do inerte
Resistência ao congelamento – é determinada
determinação do coeficiente de embebição

através

da

Resistência aos sulfatos – avalia-se a perda de massa sofrida após 5
ciclos, nos quais o inerte é colocado numa solução de sulfatos e em
seguida numa estufa, sofrendo evaporação.
Coeficiente de dilatação térmica – só sem faz sem tivermos acesso à
rocha mãe
→ para o calculo da composição do betão há que conhecer
determinadas propriedades do inerte:
- massa volúmica
- absorção
- húmidade
- granulometria
Impurezas dos inertes – podem interferir química ou fisicamente com
o ligante. As que interferem quimicamente são:
- partículas que dão origem a reacções expansivas com o
cimento
- impurezas de origem orgânica
- impurezas de origem mineral (saia)

24
As que interferem fisicamente são:
- partículas de dimensões iguais ou inferiores à das
partículas de cimento que interferem na estrutura do
mineral hidratado, enfraquecendo-a
- partículas com resistência baixa
- partículas com contracções e expansões excessivas
devidas às alternativas de embebição e secagem
→ se houver pó de brita ou pó de argila a cobrir o inerte a sua
ligação ao cimento vai ser pior
→ se o inerte estiver coberto por matéria orgânica pior será a
compacidade do futuro betão, pois essas impurezas
desaparecem
→ quanto + matéria orgânica houver + tempo o betão demora a
secar
→ as impurezas provenientes de partículas finas diminuem a
resistência mecânica e aumentam a quantidade de água
necessária para fabricar o betão, pois essas partículas
requerem muita água para serem hidratadas. Este aumento da
quantidade de água usada, por si só, diminui a resistência
mecânica e aumenta a retracção do betão
→ na tecnologia do betão, partículas finas são todas aquelas que
passam no peneiro de 75 µm de abertura
A avaliação da quantidade de partículas finas existente no
inerte é feito através de um ensaio muito simples:
- determina-se a massa da amostra
- seca-se o inerte
- lava-se o inerte
- decanta-se a mistura obtida e peneira-se o resíduo
através do peneiro de abertura de 75 µm
- seca-se novamente
- determina-se a massa final
−m
m
final
× 100
- % de partículas finas = inicial
m
inicial

25
A avaliação da quantidade de matéria orgânica é feita através
do ensaio colorimétrico:
- mistura-se o inerte com uma solução de NaOH a 3%
(emulsionaste que neutraliza total ou parcialmente o ácido
orgânico)
- espeta-se 24h
- avalia-se o teor de matéria orgânica pela cor da solução
(quanto + intensa é a cor maior é a quantidade de matéria
orgânica)
Quando não há hipótese de realizar um dos ensaios anteriores
faz-se um muito simples:
- mistura-se uma amostra de inerte, dentro de um frasco,
com uma solução de NaCl a 1% e agita-se
- a camada de pó que envolvia o inerte deposita-se por cima
dele
Análise granulométrica – processo através do qual se distribui as
percentagens das partículas de determinadas dimensões que
constituem o inerte
Série principal - pertencem os peneiros numero: 100, 50, 30, 16, 8, 4,
3/8’’, 3/4", 1’’1/2. Esta série é caracterizada pela dimensão da malha,
para as britas, ou pelo número de aberturas por polegada linear, para
as areias
Série secundária – tem por objectivo completar a curva
granulométrica com a adição de mais pontos. Usa-se 1 peneiro desta
série entre 2 da principal.
Técnica
- secar a amostra
- selecção de uma quantidade menor (esquartelamento ou
separadores)
- registro da massa inicial e ca que ficou retida em cada peneiro
Critério ASTM – a designação do inerte tem 2 valores, sendo o 1º
correspondente à máxima dimensão do inerte (menor peneiro em que
passa pelo menos 90% do material) e o 2º correspondente à mínima
dimensão (maior peneiro em que passa no máximo 5% do material)

26
→ pode acontecer que 2 inertes tenham a mesmo designação sem
que tenham curvas coincidentes. Isto acontece porque estamos
apenas a retirar informação dos extremos das curvas. Para
caracterizar o que acontece no meio existe o módulo de finura
Módulo de finura – número que indica a dimensão média do inerte. Uma
boa estimativa consiste em alinhar os vários montes de inerte retido
em cada peneiro da série principal, depois excluem-se da contagem os
montes referentes à porção de finos (material que passou o peneiro nº
200 - refugo) e o material que ficou retido no peneiro nº 200. Agora
contamos os montes a partir do material mais pequeno até
encontramos o maior monte a contar do monte referente ao peneiro
nº 200. O valor exacto é dado pala soma das percentagens retidas em
cada 1 dor peneiros da série principal, com excepção do número 200 a
dividir por 100.
→ o módulo de finura é proporcional à área do gráfico definida
pela curva, pelo eixo das dimensões e pela linha dos 100%
→ ↓ área ⇒ ↓ módulo
→ quanto + para a esquerda está deslocada a curva + fino é o
inerte
→ se a curva tem 1 declive bastante acentuado o material é
poligranular (muitas partículas grossas e muitas finas)
→ se a curva é praticamente vertical o material é monogranular
(muitas partículas da mesmo dimensão)

27
Extracção do ferro no alto forno – o ferro é extraído dos seus
minérios por meio de reacções de redução, obtidas através da acção
do carbono, sob a forma de carvão. No alto-forno o minério é reduzido
a ferro metálico, a ganga (impurezas em relação ao minério) e as
cinzas são transformadas em escória e além disso o ferro absorve
metais, metalóides e não-metais que alteram as suas propriedades. O
ferro que sai do alto forno chama-se gusa e é ainda inaplicável como
material de construção. A partir da gusa de alto-forno, obtém-se 3
tipos de materiais, na percentagem de carbono que contém:

tipo de gusa

% de Carbono

ferro macio
aço
ferro fundido

< 0.025
0.1 < % C < 1.7
1.7 < % C < 5

Purificação da gusa – consiste no aproveitamento da fácil oxidação
dos elementos que a gusa contém. No convertidor, a gusa em fusão é
atravessada por uma corrente de oxigénio e os elementos oxidados
escapam-se para a atmosfera em óxidos no estados gasoso ou
permanecem no banho sob a forma de escórias separando-se do aço
por diferença de densidade. Dos convertidores, o aço em fusão é
moldado em bilites (barra com alguns metros de comprimento e
pequena secção) ou lingotes.
Moldagem
- extrusão – o lingote é refundido e obrigado a passar, sob
pressão, por orifícios com a forma desejada, e esfriado
- laminagem – o material é levado ao rubro e obrigado a
passar entre cilindros com espaçamentos e diâmetros
cada vez menores (fieira).
- trefilamento ou estiramento – o metal é ligeiramente
aquecido e forçado a passar por orifícios de moldagem
28
Tratamentos mecânicos – também chamados de “tratamento a frio”,
são processos que alteram as características mecânicas do aço,
nomeadamente a tenção limite de cedência e a extensão de rotura.

tratamento

esforços
impostos

laminagem a
frio
estiragem
(de estrias)

compressão
deformação longitudinal permanente por
transversal
compressão transversal
torção
e aplicação de tracção às barras ou fios
(obtenção de peças heterogéneas nas
tracção
dimensões e diâmetros)
simples
tracção
e estiragem através de fieiras
compressão
torção
tem as vantagens da estiragem, mas só
melhora a aderência quando a base é
nervurada ou não é de secção circular

trefilagem
torção

descrição

Aptidão para a dobragem – uma vez que o aço endurecido a frio é
frágil, tem tendência a fendilhar quando dobrado
Ensaio de dobragem - a REBAP exige este ensaio para varões de
qualquer diâmetro de superfície lisa e para varões de diâmetro
inferior a 12mm de superfície nervurada
­ o espaçamento entre os apoios deve ser de 2 x diâmetro
do mandaril + 3 x diâmetro do varão
­ o mandaril é colocado sobre o varão a
meio vão
­ exerce-se força até se verificar um
ângulo de dobragem de 180º
⇒ o aço é aceitável sem não fendilhar na zona de dobragem
Ensaio de dobragem – desdobragem – a REBAP exigem este
ensaio para varões nervurados de diâmetro superfície a 12mm
- o varão é dobrado a 90º segundo a técnica do ensaio
anterior
29
envelhecimento artificial (30 min a
100ºC
e
arrefecimento
à
temperatura ambiente)
- desdobragem de 20º
⇒ o aço é aceitável sem não fendilhar
na zona de dobragem
-

90º
20º

Configuração superficial
- lisos (sem rugosidades ou saliências)
- nervurados (com saliências) – existem nervuras
(inicialmente paralelas ao eixo do varão, mas sem ele for
endurecido a frio por torção formam um certo ângulo com
o eixo) contínuas e descontínuas
- indentados (têm uma série de cavidades tipo pneu)
→ o aço nervurado é o que tem melhor aderência ao betão

Alta aderência – os varões que não fendilham, mesmo quando sujeitos
a tensões elevadas – varões rugosos
Aderência normal – os que não contém o requisito anterior – varões
lisos e rugosos
→ a avaliação é feita com base nas dimensões e configurações das
nervuras ou nos ensaios de viga e arrancamento
Ensaio de viga – é o ensaio + preferível, pois usa condições + reais

φ
10 φ

10 φ

30
-

-

o varão só está aderente ao betão no comprimento dos
10φ, o resto do varão encontra-se numa bainha, onde não
há contacto com o betão, dentro da qual pode deslizar
livremente
o objectivo é medir (nas extremidades) a força a partir
da qual à deslizamento do varão

Ensaio de arrancamento (pull–out–test) – consiste em submeter o
varão a uma força de tracção aplicada numa das extremidades,
ficando a outra livre. A relação entre a força aplicada e o
deslocamento medido na extremidade oposta à solicitação, constitui o
resultado do ensaio.

Segundo a REBAB as designações inseridas na caracterização de
um aço são:
- L – liso
- R – rugoso
- N – laminado a quente
- E – endurecido a frio
Assim um tipo de aço pode ser: A235NR, o qual é um aço (A), de
tensão de cedência de 235 MPa, laminado a quente (N), de superfície
rugosa (R).

31
→ A designação de ligante advém da propriedade que têm de poder
aglomerar uma porção elevada de inertes conferindo-lhe coesão
e resistência.
Hidrófobos – não precisão de água para formar presa (de origem
natural)
- Hidrocarbonetos – exemplo: alcatrão - por acréscimo de
temperatura ficam pastosos, ao arrefecer endurecem
- Resinas sintéticas – muito recentes, actualmente
empregam-se também em mistura com o cimento e
impregnados no betão ( acrílicas, silicone, colas de
sianoacrilato – super cola 3)
Hidrófilos – precisão de água para formar presa
- Aéreos – só fazem presa ao ar
- cais aéreas gordas
- cais aéreas magras
- Hidráulicos – fazem presa em qualquer circunstância, até
mesmo debaixo de água
- cais hidráulicas
- cimentos
- cimentos naturais
- cimentos artificiais
- cimento Porland
- cimento Portland com aditivos
-

→ CaCO3 ≡ carbonato de cálcio (calcário)

32
→ as várias famílias distinguem-se pela quantidade de impurezas
(argila) associada ao CaCO3
→ todos os ligantes das famílias anteriores são formados por
CaCO3 + argila
Cais aéreas - CaCO3 ≥ 95 %
-

cal aérea gorda : CaCO3 ≥ 99 %

-

cal aérea magra : 95 % ≤ CaCO3 ≤ 99 % (está menos
dependente do contacto com o CO2 que a cal gorda)
teor de magnésio (MgO) – subdivide as cais aéreas gordas
e magras em:

-

-

cais normais: MgO ≤ 20%

-

cais magnesianas: MgO > 20%

→ o magnésio serve essencialmente para tornar a cal + amarela, a
qual não pode ser usada para caiar
Ciclo da cal aérea – processo que serve para podermos aplicar a cal
com a forma desejada

cozedura a 900ºC – cal viva*1
(CaO)
CaCO3 ⎯alta⎯ ⎯ ⎯ ⎯ → CaO + CO2
⎯ temperatura
⎯

extinção da cal viva (reacção
exotérmica) - cal apagada*2
CaCO3 + H2O ⎯ Ca(OH)2
⎯→

carbonatação – endurecimento
Ca(OH)2 + CO2 ⎯ CaCO3 + H2O
⎯→
*1 – as pedras são cozidas em fornos a lenha, obtendo-se
aparentemente as mesmo pedras. Esta cal só serve para os cemitérios,
não sem utiliza em construção porque é muito instável dando origem a
reacções fortemente exotérmicas quando em contacto com a água,
ocorrendo ocasionalmente explosões.
→ se misturarmos a cal viva com areia e água para constituir
ligante e o aplicamos na parede, ao dar-se a reacções de
extinção da cal o reboco cai.

33
*2 – coloca-se a cal dentro de água, coso contrário dá-se
imediatamente uma grande explosão

Cais hidráulicas
- CaCO3: 80 a 95%
- argila: 5 a 20%
→ o aumento do teor de argila torna o ligante menos dependente
do contacto com o CO2
Cimentos naturais
- CaCO3: 60 a 80%
- argila: 20 a 40%
­ presa lenta ou normal - argila < 27%
­ presa rápida – argila: 27 a 40%
Cimentos artificiais
→ não necessitam de CO2 para solidificar, pois dão-se outra
reacções

→ o que distingue o cimento Portland dos outros ligantes
hidráulicos é a presença do silicato tricálcico, obtido por
cozedura a temperaturas superiores a 1300ºC.

calcinação – em fornos verticais a 1200 1500ºC; combinação da
sílica e alumina com a cal, formando silicatos a aluminatos
extinção – destinada a eliminar a cal viva e a pulverizar a cal
(usa-se apenas a quantidade de água exactamente necessária)
peneiração - para separar os grãos maiores não cozidos ou mal
cozidos
aplicação – alvenarias correntes, betão em massa sujeito a
tensões moderadas, rebocos(tecto)

34
Matéria prima – mistura devidamente proporcional de calcário, argila
e substâncias ricas em sílica, alumina ou ferro.

Basicamente, o cimento é produzido a partir de uma mistura de
calcário com marga ou argila, reduzida a pó muito fino. Após este
processo a matéria prima é levada a silos ou tanques de
homogeneização.
A homogeneização pode acontecer por:
- via húmida – mistura-se com água e agita-se (depois à que
levar ao forno para retirar a água, o que se torna
dispendioso)
- - via seca – criam-se correntes de ar que originam nuvens
de pó, as quais são extraídas para a fase seguinte.

A mistura das matérias primas é feita de modo a que depois de
perder a água e o CO2, devido à elevada temperatura atingida no
forno, tenha uma composição química dentro de certos limites:
- CaO: 60 a 68%
- SiO2: 17 a 25%
- Al2O3: 3 a 8%
- Fe2O3: 0.5 a 6%
se após a cozedura se obteve esta composição, diz-se que se obteve
clínquer
A avaliação destas quantidades é feita através de:
CaO
- Módulo hidráulico:
de 1.7 a 2.3
-

SiO2 + AlO3 + FeO3
SiO2
Módulo silícioso :
de 2 a 3
AlO3 + FeO3

-

Módulo aluminio-férrico ou de fundentes:

-

Grau de saturação do cálcio:

AlO3
de 1.5 a 2.5
FeO3

CaO

2.8SiO2 + 1.18AlO3 + 0.65FeO3

35
* - relaciona a percentagem CaO com as dos outros óxidos. Chama-se
hidráulico porque é a relação entre um componente que dá origem a
material hidrofóbico a componentes que dão origem a material
hidráulico.
→ se o módulo alumino-férrico for inferior a 0.64% obtém-se um
cimento com resistência química melhorada e baixo calor de
hidratação
Nos silos é feita uma análise química, de modo a saber se a mistura
está nas proporções correctas. Caso isto não se verifique são feitas
correcções à mistura. Após este processo o cru é transferido para os
silos alimentadores do forno.
O cru é então cozido (temperatura superior a 1450ºC), em grandes
fornos rotativos, de modo a obter-se nódulos de clínquer. Àquela
temperatura as matérias primas reagem entre si dando origem a novos
compostos – cliquerização.
A fim de promover uma economia de combustível, o carvão seco e
reduzido a pó é injectado na parte inferior do forno juntamente com
uma parte de ar (ar primário); o restante ar comburente (ar
secundário) é introduzido no forno depois de ter sido aquecido no
arrefecedor do clínquer.
À saída do forno o clínquer deve ser arrefecido rapidamente, pois:
- o silicato tricálcico é instável a temperaturas inferiores a
1250ºC, há portanto que conservar a sua estrutura
- evita-se que o silicato bicálcico adquira outra forma na
qual é praticamente inerte
- evita-se que a fase líquida do clínquer cristalize,
diminuindo a reactividade do aluminato de cálcio e não
permitindo que se formem grandes cristais de óxido de
magnésio, o que provocaria instabilidade e expansibilidade
do volume da pasta de cimento endurecida
→ quando o arrefecimento é rápido o óxido de magnésio (magnésia)
cristaliza em grandes cristais – periclase. Se o arrefecimento
for lento, a magnésia fica dissolvida na fase vítrea ou cristaliza
em cristais de dimensões muito reduzidas, que são facilmente
hidratados aquando da amassadura.
Para o arrefecimento usa-se o planetário.
36
Após a saída do arrefecedor, a cerca de 125-180ºC o clínquer é
armazenado, terminando o seu arrefecimento e entrando depois nos
moinhos de bolas, onde é moído, juntamente com aditivos – gesso –
para lhe regular a presa, e outros – pozolanas, escória de alto-forno,
etc – para lhe modificar as propriedades.
Componentes principais
silicato tricálcico
3CaO.SiO2
(20 a 65%)
silicato bicálcico
2CaO.SiO2
(10 a 55%)
aluminato tricálcico
2CaO.Al2O3
(0 a 15%)
aluminoferrato tetracálcico 4CaO.Al2O3.Fe2O3
(5 a 15%)
→ estas reacções vão acontecendo à medida que a temperatura vai
aumentando
→ o silicato tricálcico é constituído a partir da reacção silicato
bicálcico com o óxido de cálcio livre. No entanto, parte do
silicato bicálcico subsiste, pois o óxido de cálcio livre não é
suficiente.
→ o óxido de cálcio pode ser nocivo, pois a sua hidratação ocorre
com expansão

2(3CaO.SiO2) + 6H2O = 3CaO.2SiO2.3H2O + 3Ca(OH)2
2(2CaO.SiO2) + 4H2O = 3.3CaO.2SiO2.3.3H2O + 0.7Ca(OH)2
3CaO.Al2O3 + Ca(OH)2 + 12H2O = 4CaO.Al2O3.13H2O
4CaO.Al2O3.Fe2O3 + 7H2O = 3CaO.Al2O3.6H2O + CaO.Fe2O3.H2O
CaO.Fe2O3.H2O + 2Ca(OH)2 + nH2O = 3CaO.Fe2O3.mH2O (forma
soluções sólidas, isto é, presa rápida, com 3CaO.Al2O3.6H2O )
3CaO.Al2O3+3(CaSO4.2H2O)+26H2O=3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O
CaSO4.2H2O ≡ gesso

3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O ≡ sulfoaluminato tricálcico

37
componente

calor de Tensão de rotura (MPa)
hidratação 7 dias 28 dias 1 ano
(cal/g)

silicato
tricálcico

120

42.5

50.0

72.5

silicato
bicálcico

62

2.0

6.7

70.0

aluminato
tricálcico

207*

2.0

3.4

6.7

aluminoferrato
tetracálcico

100

2.0

3.6

3.8

Resistência
química
baixa,
necessita de
contacto com
Ca(OH)2
média,
necessita pH <
12
fraca, origina
sulfoaluminato
tricálcico
boa

Analisando o quadro verifica-se que o componente que +
contribui para a tensão de rotura é o silicato tricálcico, é também ele
que mais concorre para o calor de hidratação (se atendermos a que a
sua proporção é sempre superior 2, 3 ou 4 vezes a do aluminato
tricálcico) e possui menor resistência química, pois necessita estar em
contacto com soluções saturadas de hidróxido de cálcio, criando assim
condições propicias à formação do sulfoaluminato tricálcico expansivo.
O silicato bicálcico confere também alguma resistência
mecânica ao cimento, conferindo-lhe também durabilidade.
Verifica-se também que a presença do aluminato tricálcico é
indesejável no cimento, pois:
- contribui pouco ou nada para a tensão de rotura
- tem um desenvolvimento grande de calor ao reagir com a
água
- quando o cimento é atacado pelo ião sulfato, a expansão
devida à formação de sulfoaluminato de cálcio a partir do
aluminato pode levar à desintegração completa do betão

38
Mas a sua presença é necessária para se obter uma fase líquida
durante a cozedura de clínquer, o que permite a combinação de cal
com a sílica. Se não sem formasse esta fase líquida no forno a reacção
levaria muito mais tempo, e provavelmente nunca seria completa.
→ a tensão de rotura à compressão é diminuída pela perda ao
rubro, óxido de potássio, aluminoferrato tetracálcico e
aluminato tricálcico e aumenta com a percentagem de alite,
trióxido de enxofre e finura
→ calor de hidratação – quantidade de calor libertada durante a
hidratação completa dos componentes do cimento
→ a disparidade deste valor relativamente aos outros calores de
hidratação deve-se à complexidade das reacções de hidratação
dos outros componentes

Resíduo insolúvel – parte do cimento que não é solúvel, a quente, e em
determinadas condições no ácido clorídrico.
Este ensaio permite determinar o grau de combinação entre as
diferentes matérias primas. Dos componentes do cimento apenas o
calcário é dissolvido pelo ácido clorídrico, no entanto, depois da
obtenção do cimento, a sílica, a alumina e óxido de ferro combinados
entre si e com o óxido de cálcio produzem compostos que são solúveis
no ácido clorídrico. Se a combinação fosse prefeita todo o cimento
seria solúvel e o resultado seria 0 (zero).
⇒ o cimento é aceitável se o resíduo insolúvel for < 5%
Perda ao rubro – trata-se da perda de massa a 1000ºC.
Se o cimento ainda tiver água (a água também pode provir da
húmidade do ar) vai perder massa, mas a perda de massa pode também
ocorrer devida à transformação do calcário em cal viva + CO2, o qual
se liberta para a atmosfera. Se no ensaio anterior se verificar que já
não existe calcário, a perda de massa deve-se apenas à água.
⇒ o cimento é aceitável se a perda ao rubro for < 5%
Óxido de magnésio – se o óxido de magnésio estiver sob a sua forma
cristalina (periclase), a sua hidratação não é imediata, podendo
39
demorar semanas, meses ou mesmo anos e como o óxido está no
estado sólido dá-se a passagem a hidróxido sem dissolução prévia, o
que torna a reacção expansiva. A expansão provoca a diminuição ou
desaparecimento da coesão.
A expansibilidade devida à hidratação da magnésia é função:
i) dimensão dos cristais e sue distribuição
ii) não presença de pozolanas, que bloqueiam a hidratação da
periclase devido à formação de tobermorites (contém no seu
interior os cristais de periclase, inibindo-a de reagir com a
água)
iii) insuficiente rapidez de arrefecimento do clínquer
A primeira causa pode resolver-se.
- aumentando o grau de finura do cru
- diminuindo o módulo de fundentes e então a periclase
dissolve-se no aluminoferrato tetracálcico e na fase
vítrea
- empregando no cru adjuvantes com base no flúor
→ a presença da periclase e de óxido de cálcio livre pode ser
detectada pelo ensaio de expansibilidade
Expansibilidade – para a formação do silicato tricálcico é necessária a
presença de óxido de cal livre (“cal livre”), estará em excesso se:
- a dosagem do cru for mal calculada
- a finura ou a mistura das matérias primas foi insuficiente
- a cozedura foi mal conduzida
Descrição do ensaio:
coloca-se a pasta de cimento de consistência normal
dentro de cilindros (molde de Le Chantlier)de 3cm de
altura por 3 de diâmetro, feitos de chapa de latão de
espessura de 0.5mm. O cilindro é fendilhado de alto a
baixo ao longo de uma geratriz,
estando-lhe soldadas duas aste de
15cm, uma de cada lado da fenda.
o molde é coberto com 2 placas de
vidro (uma em cima e outra em baixo)
e comprimido com 1 pequena peso de 150g (para que a
expansão só sem dê para os lados)

40
o conjunto é colocado dentro de água durante 24h a 20 +
1ºC (para acelerar a presa)
mede-se o afastamento inicial das astes
eleva-se a temperatura até 100ºC durante uma hora
(1.25ºC por minuto), mantendo-se esta temperatura
durante 3h
deixa-se arrefecer e mede-se o afastamento final das
astes
a diferença entre as duas medições representa a
expansão do cimento
⇒ o cimento é aceitável sem a expansibilidade < 1cm
Trióxido de enxofre – a reacção do aluminato tricálcico com a água é
instantânea e violenta, provocando uma presa rápida de baixa
resistência. Para anular tal efeito adiciona-se ao clínquer gesso. As
razões para juntar este sal são 2:
- o aumento da sua quantidade para lá de certos limites não
põe em perigo a tempo de presa (mas quando se aumenta
a sua quantidade para lá de certos limites aumenta a
solubilidade da alumina, acelerando a presa
- baixo custo
Destes ensaios concluiu-se que a quantidade de trióxido de enxofre
(componente em que é expresso o gesso) que conduzia ao máximo de
resistência a 24h era também a que, geralmente, os mínimos de
expansão na água e de contracção no ar.
⇒ o cimento é aceitável se tiver um teor de gesso expresso
em trióxido de enxofre < 3%
Pasta de cimento de consistência normal – é a que tendo sido
amassada em determinadas condições contém uma quantidade de água
tal que a sonda de consistência do aparelho de Vicat, quando deixa de
se afundar sob acção do peso próprio, após ter sido largada da
superfície da pasta, fica a 6 + 0.5 mm do fundo da taça que contém a
pasta.
→ um resultado negativo para uma dada quantidade de água implica
iniciar o ensaio sem aproveitamento da pasta obtida

41
Presa – passagem do estado líquido ao estado sólido, ou melhor,
rigidificação da pasta de cimento
Início de presa – é o tempo decorrido entre a amassadura e a perda
parcial de plasticidade. É atingido quando a agulha de Vicat de início
de presa (1mm2 de secção) já não atravessa a pasta ficando a 5mm do
fundo.
Fim de presa – é o tempo necessário para que a pasta adquira firmeza
suficiente para resistir a uma determinada pressão. É determinado
com a agulha de fim de presa, a qual é provida de um anel com 5mm de
diâmetro modo a que a extremidade da agulha se projecta 0.5mm além
da aresta deste acessório ( a agulha tem secção quadrada de 1mm2 de
área). Atinge-se o fim de presa quando a agulha, poisada na superfície
da pasta, deixa a sua marca, sem que o acessório circular imprima
qualquer marca.
Ensaio de início e fim de presa – mede-se a resistência de uma pasta
de cimento à penetração de uma agulha com 1mm2 de secção, sob a
acção de um peso de 300g.
enche-se o recipiente do aparelho de Vicat com uma pasta
normal de cimento
dependendo do ensaio usa-se a agulha apropriada
a agulha é largada da superfície da pasta e de locais diferentes,
até sem obter o resultado pretendido
regista-se o tempo decorrido desde a amassadura até então
Superfície específica – área total das partículas por unidade de
massa do cimento.
Para uma partícula ser hidratada todas as suas “faces” têm que
estar imersas em água.
Imagine-se um cubo com 10u de aresta, a sua área total será
2
600u . Imagine-se agora um cubo com 1u de aresta, a sua área total
será 6 u2. Um cubo de 10u de atesta é equivalente a 1000 cubos dos
de 1u de aresta, conjunto que tem uma superfície especifica de 6000
u2.
→ quanto menor é a partícula mais água é necessária para a
hidratar
42
Há vários métodos para determinar a dimensão média das
partículas, vamos usar um (método de Blaine) que se baseia na
permeabilidade de uma camada de partículas. Este método baseia-se
no facto de a existência ao escoamento de um gás através de uma
camada de pó compactado até um certo volume, com porosidade
conhecida, depender da superfície específica das partículas a o
compõe o pó. A granulometria do cimento é então calculada
indirectamente. A superfície específica dá-nos uma ideia da dimensão
média das partículas
→ ↓ dimensão ⇒ ↑ superfície dos grãos ⇒ ↑ atrito ⇒ ↑
dificuldade de passagem
Ensaio de Blaine – obriga-se um volume de ar a atravessar uma dada
camada de pó, sob uma pressão variável, cuja variação é constante
para todos os cimentos em estudo. Determina-se o tempo que tal
volume de ar demora a percorrer a camada, o que permite o
conhecimento do coeficiente de permeabilidade.
Este ensaio dá-nos valores relativos, ou seja, dá-nos valores de,
por exemplo, 2cimentos, bastando-nos então tirar conclusões.
Tensão de rotura – o valor de um cimento é medido pelas suas
tensões de rotura: esta é a característica mais importante que um
cimento deve possuir.
Ensaio:
com uma areia calibrada fabrica-se uma argamassa de cimento
com traço ponderal 1 : 3 e A/C=0.5
a argamassa é assada num misturador mecânico
é colocada em moldes de 3 prismas com 4x4x16 cm onde é
compactada um aparelho
nas primeiras 24h os provestes são conservados nos moldes em
ambiente saturado a 20 + 1ºC. Depois da desmoldagem são
colocados dentro de água à mesmo temperatura até à data do
ensaio
é realizado um ensaio de flexão ( ensaio em 3 pontos com vão de
10cm) nos provetes
após a rotura por flexão, cada uma das metades dos provetes
são ensaiadas à compressão

43
o ensaio de elasticidade é efectuado antes ou em simultâneo
com o ensaio de compressão

Cimentos

Percentagem em massa
constituintes principais

designação tipo

clínquer
portland K

escória
alto-forno
S.

pozolana
natural Z

cinzas
volantes C.

filer F

cimento
portland
cimento
portland
composto
cimento
portland
de escória
cimento
portland
de
pozolana
cimento
portland
de cinzas
volantes
cimento
portland
de filer
cimento
de altoforno
cimento
pozolânico

I

95 a 100

-

-

-

-

II

65 a 94

0 a 27

0 a 23

0 a 23

0 a 16

II-S.

65 a 94

6 a 35

-

-

-

II-Z

72 a 94

-

6 a 28

-

-

II-C.

72 a 94

-

-

6 a 28

-

II-F

80 a 94

-

-

-

6 a 20

III

20 a 64

36 a 80

-

-

-

IV

> 60

-

<40

-

Escória de alto forno – subproduto do aço que misturado com outros
constituintes do cimento, sendo tratado com ele tem propriedades
ligantes
44
Pozolanas – produtos naturais que ocorrem nas erupções vulcânicas,
muito leves (tipo pedra polmes moída), era, na antiguidade, o único
composto que permitia fazer compostos hidráulicos
Cinzas-volantes – subproduto da combustão de combustíveis fósseis.
Partículas muito pequena que “voam” facilmente. Se não forem
retiradas das chaminés poluem muito a atmosfera. Têm
características muito semelhantes às pozolanas
Filer – material calcário muito fino. è o material de pior qualidade que
se adiciona ao cimento, pois é o que requer maior quantidade de
clínquer.
Cimento Portland composto – clínquer + o que seja mais barato na
altura (lixo de outras industrias)

tipo de cimento

características

I

pouca resistência aos agentes químicos
alto calor de hidratação
pouca resistência aos agentes químicos
demora + tempo a formar presa
endurecimento inicial muito lento
não deve ser usado em betonagens com tempo
frio – demora + tempo ainda a criar presa
protege menos a corrosão do aço

II
IV

As pozolanas são constituídas essencialmente por sílica e
alumina, contém constituintes que às temperaturas ordinárias se
combinam com os componentes do cimento, originando compostos de
grande estabilidade na água e com propriedades aglomerantes. São
substâncias dotadas de grande reactividade para o hidróxido de cálcio
mas insolúveis e inertes na água.
Pozolanas naturais – rochas lávicas alteradas por meteorização
45
Pozolanas artificiais – argilas de qualquer tipo depois de sujeitas a
temperaturas suficientes para a desidratação, mas inferiores ao início
da fusão (500 a 600ºC). Outra pozolanas artificiais são os
subprodutos de industrias, como as cinzas volantes

→ a pozolana é tanto melhor quanto mais reactiva (grande
capacidade de reagir com o CaOH
→ a estrutura amorfa confere reactividade à pozolana

Matéria prima – pedra de gesso ou gesso bruto, a qual é uma rocha
branda
Fabrico – para o fabrico do gesso são apenas usadas as rochas mais
puras. As rochas são trituradas e colocadas no forno, geralmente
rotativo onde são submetidas a uma elevação da tem que provoca a
desidratação parcial do gesso, dando origem ao sulfato de cálcio hemihidratado (semi hidratado ⇒ meia molécula de água), o qual é instável

CaSO4.2H2O = Ca SO4.1/2 H2O + 3/2 H2O
Quando em presença de água o gesso (sulfato de cálcio hemihidratado) regenera a sua forma inicial
Ca SO4. 1/2H2O + 3/2H2O = CaSO4.2H2O
→ Porque razão instabilizamos o gesso (tal como a cal) e depois o
hidratamos e não o usamos na sua forma natural? porque na sua
forma natural, o gesso não é moldável.
Tipos de gesso
→ gesso para estuque – gesso branco resultante do
tratamento térmico do gesso bruto branco ou amarelo
utilizando utilizado em mistura com cal ou outro
retardador
46
→ gesso para esboço – gesso escuro ou pardo resultante de
tratamento térmico normal proveniente do gesso bruto
escuro, com granulometria mais elevada do que o gesso de
estuque, para ser utilizado sobre esboço de paredes
executado com argamassa de cal e areia
→ antigamente usava-se o gesso como ligante para quase tudo,
actualmente usa-se o gesso apenas para acabamentos de
paredes e tectos
→ antigamente faziam-se sancas (juntas de paredes e tecto) de
gesso, actualmente usa-se o poloestireno expandido para fazer
estes moldes
→ para fazer estuques adiciona-se ao gesso areia de estucador, a
qual é muito fina e branca
→ trabalha-se o estuque em duas camadas
­ interior – gesso mais escuro (pode levar algum inerte para
ficar mais barata e diminuir a retracção) – esboço
­ superficial – feita com gesso de estuque – estuque,
propriamente dito
Presa do gesso – ocorre em 3 etapas sucessivas:
→ fenómeno químico de hidratação

Ca SO4. 1/2H2O + 3/2H2O = CaSO4.2H2O
→ fenómeno físico de cristalização – explica-se considerando
que o gesso é menos solúvel que o hemi-hidratado, assim
sendo, o gesso precipita o que permite à solução dissolver
nova quantidade de hemi-hidratado
→ fenómeno mecânico de endurecimento –formam-se cristais
que sem vão interligar. O atrito que sem desenvolve entre
estes cristais é que lhe dá a resistência mecânica (ao
adicionar água ao gesso ela vai penetrar entre estes
cristais, eliminando o atrito e consequentemente
dissolvendo o gesso)
→ se adicionarmos um acelerador de presa ao gesso, os cristais
desenvolvem-se mais rapidamente
→ a adição de um retardador de presa conduz à formação de
complexos que protegem os cristais e impedem o seu
crescimento, diminuindo a resistência mecânica
47
→ a adição de água diminui a resistência mecânica.
Propriedades do gesso
→ tem considerável resistência mecânica
→ a sua característica mais importante é a protecção contra
incêndio

Protecção contra incêndio
­ o gesso é incombustível
­ o gesso é mau condutor de calor
­ quando aplicado contém cerca de 20% de água de
cristalização
­ caso a temperatura aumente drasticamente
CaSO4.2H2O = Ca SO4.1/2 H2O + 3/2 H2O
­ se a temperatura precistir
Ca SO4. 1/2H2O = CaSO4 + 1/2 H2O
­ assim o gesso não arde, além do que liberta moléculas de
água que vão consumir energia, roubando energia
calorífica ao incêndio
→ normalmente um incêndio propaga-se por deficiente isolamento
térmico, ou seja, sem houver um incêndio numa divisão e se as
paredes estiverem mal isoladas termicamente, o outro lado da
parede também aumenta muito de temperatura, bastando haver
um material combustível em contacto com ela para se gerar um
outro incêndio.
→ o gesso conduz melhor o calor quando está na forma
bihidratada, à medida que vai perdendo água conduz pior o calor
­ não liberta gases tóxicos
Isolamento térmico
→ o isolamento térmico é tanto maior quanto mor a condutibilidade
térmica do material
- o gesso é mau condutor de calor
→ o isolamento térmico não é só função do material, também
depende das espessura: ↑ espessura ⇒ ↑ isolamento, como
usamos apenas uma fina camada de gesso, a sua contribuição é
modesta

48
Isolamento acústico
- contribuição baixa devido ao seu baixo peso
Aderência
- é em geral boa, mas diminui com o tempo
- a sua aderência ao ferro é muito boa, mas quando sem dá
início a esta ligação ocorre de imediato a corrosão do
ferro, pelo que nestas circunstâncias se deve aplicar um
tratamento protector ao ferro
- a aderência à madeira é má

Resistência à húmidade
- é má, provocando ocasionalmente queda do estuque
→ se devidamente tratado, o gesso pode ser utilizado no exterior,
aplica-se-lhe uma camada que dificulte a chegada da água ao
gesso, por exemplo tinta (tinta de óleo, de preferência)
Aplicações do gesso
- estuques
- placas para tecto falsos – estafe (placas armadas com
fibras de cizal (planta))
- o estafe está a ser substituído por gesso cartonado (em
placas com 1 a 1.25cm de espessura)
→ as fibras de cizal no estuque aumentam a sua resistência à
flexão
→ o facto de o gesso ter má resistência à tracção faz com que se
prefira o gesso cartonado, pois o cartão tem uma elevadíssima
resistência à tracção
→ pladur – marca de gesso cartonado, frequentemente associada
ao produto (tal como a marca esferovite para o poliestireno
expandido)
→ o cartão do pladur não propaga incêndio, pois está colada à outra
superfície, funciona como alcatifa esticada

49
-

-

a matéria prima base de todos os produtos cerâmicos é a
argila (silicato de alumínio hidratado – SiO2.Al2O.2H2O),
que é usada, preferencialmente, na sua forma mais pura
existem argilas gordas (ricas em alumina) e magras (ricas
em sílica)
quanto ao teor de impurezas, as argilas dividem-se em:
­ puras: caulinite, caulino >80%
­ impuras

fluidez e plasticidade: absorvem cerca de 50 a 70% do
seu peso em água, tornando-se plásticas. Podemos então
der-lhes as formas desejados sem que ocorra fissuração
- contracção: retracção de 5 a 20% do seu volume durante
a secagem
→ quanto à plasticidade dividem-se em:
­ muito plásticas (adiciona-se quartzo ou material
cerâmico em pó (sílica))
­ pouco plásticas (adiciona-se caulino)
­ normais
-

→ dividem-se em:
- vitrificáveis (maior teor de sílica): formam uma
camada vítrea quando aquecidos
- fusíveis (com óxido de ferro e sílica): adquirem uma
cor alaranjada devido ao óxido de ferro

50
-

-

-

-

-

calcários (1 a 5%): funcionam como fundentes e
solidificantes
óxido de ferro: a água dissolve-os e transporta-os para
onde possa evaporar, provocando eflorescência e
criptoflorescência
matéria orgânica: a qual se degrada provocando a perda de
compacidade
pedras grossas: a ida ao forno provoca dilatações na
matéria cerâmica, a qual é menor nas pedras, ficando
estas soltas lá dentro

extracção a céu aberto
apodrecimento, a fim de sem retirar a matéria orgânica,
pode ser:
­ natural: espalha-se as pastas e depois molha-mo-las
(aceleramos assim o apodrecimento saindo a matéria
orgânica livremente)
­ artificial: junta-se aditivos que aceleram a
degradação da matéria orgânica
mistura e homogeneização: adiciona-se água + correctivos
(fundentes, por exemplo)
moldagem: nas prensas e fieiras, mesmo que a
homogeneização tenha sido por via húmida há que juntar
água
secagem: a perda de água deve ser lenta, para que não
aconteça uma retracção brusca e consequente fissuração
cozedura: para aumentar a resistência
arrefecimento: lento para não estalar o material

51
Fases da cozedura
- 100 a 120ºC: evaporação da água e aparecimento de
porosidade
- 250º a 600ºC: dissociação das moléculas de SiO2 e Al2O3
- 600 a 1200ºC: combinação da SiO2 e da Al2O3 com o CaO,
ocorrendo grande retracção (são as reacções mais
importantes, pois conferem resistência mecânica ao
composto)
- 1200 a 166ºC: fusão das argilas calcárias

fornos tradicionais: a lenha, temperatura não muito alta
fornos tipo Hoffman: 12 a 14 dias de cozedura. Estes fornos
são umas casas ovais ou elípticas, com tantos compartimentos
quantos dias de cozedura. Cada compartimento tem uma porta
para o exterior e poderá ter comunicação com os
compartimentos do lado. Num dia qualquer (n) há apenas 2
portas abertas: uma em que há entrada de material (n-1) e outra
em que há saída (n). Dá-se entrada de ar do compartimento de
descarga para o de carga através de um sistema de abertura de
portas (abertura em cima ou em baixo). Os queimadores cozem
circular ao longo da sala, sendo colocados na sala n + d/2 (d = nº
de dias do ciclo). O ar que entra circula livremente por todos os
outros compartimentos.
fornos contínuos: 80 a 100m de comprimento. A zona de maior
calor é a zona central. Nestes fornos ocorre:
- fase de secagem: ocorre na parte inicial, zona ainda não
muito quente em que a temperatura aumenta
- fase de cozedura: é a cozedura propriamente dita,
ocorrendo na zona central, a qual é a mais quente
- fase de arrefecimento: ocorre na zona final, a qual já não
está tão quente, estando a temperatura a diminuir
52
entrada de ar ↗
frio (oxigénio)

↗ saída de ar
quente (gases)

Produtos porosos: tijolos, telhas, refractários e azulejos
Produtos não porosos: tubos de grês cerâmico, ladrilhos de grês
cerâmico

→ o grês absorve menos água que o tijolo, usa-se para fazer
canalizações (levam a argila vitrificada, pelo que depois de
cozido tem aspecto vítreo)

Matéria prima: argilas fusíveis com óxido de ferro
Moldagem por fieira ou prensagem:
- fieira: molde, no qual se obriga o material a passar, saindo
depois com a configuração desejada (usada para fazer
tijolos)
- prensagem: consiste num sistema de molde e contra molde
que vai à prensa. Este sistema é usado preferencialmente
para as telhas.
Tipos de tijolos
- tijolos maciços: furação < 15% - usam-se essencialmente
com funções resistentes
-

tijolos perfurados: furação de 14 a 50% (furos
perpendiculares ao leito) – a sua função é ainda
53
resistente, já que embora os vazios
diminuam a sua área resistente,
facilitam a cozedura e portanto a
resistência unitária

tijolos furados: furação de 30 a 75%
(furos paralelos ao leito) – as suas
funções
são
essencialmente
de
preenchimento
→ a diferença principal entre os tijolos perfurados e os furados é
a direcção da furação
-

Formatos base – independentemente de serem maciços, furados ou
perfurados, os tipos base são (as características de forma - tipo de
furação, perfuração, existência de saliências ou rebaixos para
facilitar a utilização – variam com o fabricante):
- 22 x 11 x 7 ⇒ tijolos maciços e perfurados (o leito pode
ser qualquer uma das faces – ver paredes simples)
- 30 x 20 x 7
- 30 x 20 x 11
tipo 30 x 20 x X
- 30 x 20 x 15
- 30 x 22 x20

→ 30 ≡ comprimento, 20 ≡ altura, X ≡ espessura
Aplicações
- Paredes simples – ¼ vez, ½ vez, 1vez – designações que
indicam a espessura da parede. Se usarmos tijolos furados
estas designações não estão relacionadas com a posição,
mas sim com a dimensão.
vista em planta (exemplo para tijolos 22 x 11 x 7):
- ¼ de vez (tijolos são colocados ao alto ou ao
cutelo)
7
-

½ vez

11

-

1 vez

22

54
-

paredes duplas: são formadas por dois panos de alvenaria
sem contacto físico. Na base têm uma caldeira que drena
a água para o exterior e permite a entrada de ar

55

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MatConI - Apontamentos de Materiais de Construção I

  • 1. Apontamentos teóricos de Materiais de construção I 1 10cm 2 3 m m2 2 1 m1 θ t Elaborado por: Ana Sofia Cruz, nº 13156 Docentes: Teórica - Fernando Henriques Prática - Fernando Pinho 2002/2003
  • 2. Pilar – Elemento vertical, esbelto e resistente. Viga – Elemento horizontal, esbelto que apoia em cima dos pilares. Laje – Elemento horizontal de grande dimensão e fina espessura. Sapata – Alargamento da base do pilar, trata-se de um elemento de fundação que serve para distribuir as cargas da base do pilar horizontalmente. Estacas – Usam-se quando o terreno tem má qualidade, tratando-se de um elemento que serve para distribuir as cargas verticalmente. Ensoleiramento geral – Usa-se quando também quando o terreno não é de boa qualidade, servindo para distribuir as cargas sobre toda a base do edifício. susceptibilidade às acções climáticas Betão – Ligante constituído por cimento e vários inertes (areia – inerte fino -, brita – inerte grosso). Há vários tipos de betão: simples – não tem armadura - armado – com armaduras de aço ↓ pré-esforçado – também com armaduras de aço, as quais + estão constantemente a exercer esforço sobre a peça. Normalmente usa-se betão armado, mas grosso modo, quando o vão é maior do que 10m usa-se betão pré-esforçado. → viga ← pré-esforço que aumenta a resistência da Vão – Distância entre apoios. 1
  • 3. Cofragem – Molde para fazer vigas (muito caras) Fase dos toscos – Trata-se da fase em que se faz a estrutura e se abrem os rossos para as canalizações. É nesta fase que se vê a construção crescer (normalmente 1 piso por cada semana ou 15 dias), consumindo-se 10 a 15% do custo da obra. Fase dos limpos – É nesta fase que se fazem os acabamentos, sendo pois mais extensa e mais cara do que a fase dos toscos. Inertes – Elementos que não reagem (agregados), servem para fazer betão e argamassas. Argamassa – Serve para fazer rebocos, sendo constituídas por 2ou mais ligantes (cimento e cais) e inerte fino. Alvenaria – Trata-se da parede, pode ser constituída por tijolos ou painéis pré-fabricados. Num corpo existem e tipos de volume: volume de matéria, v1 volume de vazios entre partículas, v2 volume de vazios interiores, v3 Assim, volume exterior, V, será v1+v3 e volume de vazios, v, refere-se apenas a v3. Baridade – Massa m Baridade = V + v2 por unidade de volume total ocupado Massa volúmica (aparente) – Massa por unidade de volume exterior Massa volumica = m . V 2
  • 4. Ensaio para determinação da massa volúmica específica (método da pesagem hidrostática): massa volúmica = e de massa m m sat − m im massa saturada msat = m + V água que penetrou nos poros = m + m vazios massa em imersão m im = m - I I = V – v (impulsão) Massa especifica (ou massa volúmica real) – massa por unidade de volume real . Massa específica = m V-v → dadas as definições tem-se a relação: baridade < massa volúmica < massa específica Porosidade, P – Relação entre volume de vazios de um corpo e o seu volume total. p = v V → quando maior é o volume de vazios de um corpo maior é a sua porosidade → ↑ porosidade ⇒ ↑sensibilidade à degradação, pois o material absorve + água, absorvendo também tudo aquilo que nela sem encontra dissolvido Densidade absoluta, D – Relação entre massa de um corpo e a massa de um volume de água a 4ºC, igual ao volume do corpo sem vazios. D= m V-v Densidade aparente, d – relação entre a massa de um corpo e a massa de igual volume de água a 4ºC. d = m V Compacidade, C – Relação entre densidade aparente e densidade absoluta. C = v V−v = 1− = 1− P V V 3
  • 5. → quanto menor é o volume de vazios de um corpo maior é a sua compacidade → a densidade aparente é proporcional à compacidade ⇒ a resistência mecânica é função crescente da densidade aparente → compacidade e porosidade têm valores complementares → um exemplo de um material de porosidade fechada Ar é o poloestireno expandido, cujo nome comercial é esferovite. N. B.: → Quando mais poroso um material é menor a sua resistência mecânica e vice-versa. → Quanto maior a compacidade maior a resistência mecânica e vice-versa. → O betão é um pécimo isolante térmico pois tem muita água. → O esferovite é um óptimo isolante térmico, pois tem muitos poros. Capilaridade – ascensão de água contrariando a acção da gravidade (ver propriedade físicas das pedras). → quanto mais finos são os poros maior é a capilaridade. Porometria – dimensão dos poros. N. B.: → O ligante das juntas tem que ter uma grande porometria, de modo a absorver o mínimo de água possível. → As paredes têm que ser permeáveis ao vapor de água, pois só assim conseguem secar após uma chuvada. Anisotropia – é a propriedade contrária à isotropia, significa pois que o material tem propriedades diferentes consoante a direcção que estamos a analisar. Calor específico – quantidade de calor que é necessário fornecer a um corpo para elevar 1ºC a temperatura de uma sua unidade de massa. 4
  • 6. Condutibilidade térmica – característica específica dos materiais homogéneos. Traduz a capacidade do material se deixar atravessar por calor. N. B.: → O betão aguenta muita compressão e pouco tracção, pelo que se colocam varões de aço na zona que o betão está à tracção, de modo a complementar a acção do betão. Deformação – è uma transformação que sem traduz numa variação da distância entre pontos. Quando ocorre na fase plástica corresponde a um pequeno acréscimo da força que se traduz numa grande deformação remanescente. Material frágil – tem uma fase plástica muito reduzida, quebrando sem pré aviso (ex: aço de alta resistência, vidro). Tem a vantagem de aguentar mais carga do que um material dúctil. Material dúctil – tem uma fase plástica muito extensa, ou seja, deforma muito e só depois é que quebra. N. B.: → quando estamos em regime elástico há proporcionalidade entre tensões e deformações, ou seja, verifica-se a Lei de Hooke: σ = E × ε , E- módulo de elasticidade dinâmica do material, é característico de cada material. Corresponde à tensão capaz de provocar uma deformação unitária → o aço corrente rompe após uma longa fase plástica, ou seja, o material deforma-se muito antes de romper → em termos de segurança seria preferível usar apenas materiais dúcteis, pois eles avisam-nos antes de romper, em contra partida, ao usá-los perdemos capacidade de resistência a cargas elevadas. 5
  • 7. → a compressão actua no sentido da tracção atómica, daí que não se rompa o material por compressão, pois se assim acontecesse era necessário quebrar as ligações atómicas. A compressão provoca uma diminuição de volume numa determinada direcção e aumento nas outras, este aumento de volume induz esforços de tracção nas faces correspondentes, acabando o material por romper por tracção induzida e não por compressão pura ⇒ Efeito de Poisson . → se o corpo tiver dimensões tais que o plano de corte possa acontecer a 45º, ele vai romper preferencialmente por esse plano, pois é ao longo dele que o esforço traccional é maior → quando 1 viga está simplesmente apoiada, não estando ligada à laje nem aos pilares, ala está apenas sujeita a tracção e compressão. No entanto, se a viga estiver bem agarrada à laje, se esta descer de um dos lados a viga roda com a laja, mas se esta também estiver ligada aos pilares a viga irá torcer → quando estamos a pregar 1prego a força transmite-se por tensão e se esta ultrapassar a capacidade resistente do material o prego penetre no material. Abrasão – desgaste verificado nos materiais por acção do atrito existente entre os materiais (ex.: sapatos vs pavimento) Fadiga – diminuição da resistência de um corpo por acção de uma solicitação periódica (ex.: após vincar um arame, se o dobrarmos alternada e repetidamente ele acaba por partir) P=cte Fluência – acréscimo da deformação sob tensão constante t=0 → é a fluência que faz com que as pontes t=t1 não sejam planas, têm sempre 1contraflexa. Há outra razão para que isto aconteça, é que se a ponte for plana, visualmente ala parece-nos estar em forma de U. → a fluência pode ocorrer pontualmente ou ao longo de toda a peça 6
  • 8. Relaxação – diminuição, no tempo, da tensão sob deformação constante Estabilidade mecânica – (deformações) quando estamos a trabalhar com 2 ou + materiais diferentes, eles têm que ter fluências semelhantes, pois se isto não acontecer a peça entra em rotura Variações térmicas – dilatam com o calor e contraem com o frio) há que ter este efeito em conta aquando da construção de estruturas metálicas – juntas de dilatação. Este efeito é também importante uma vez que há uma constante necessidade de usar materiais diferentes em conjunto, os quais não podem perder a aderência, assim terão que ter coeficientes de dilatação térmica semelhantes. → é possível determinar o coeficiente de dilatação térmica de um provete medindo o seu comprimento a 0ºC e depois a 40ºC. O coeficiente será dado pelo quociente entre a diferença de comprimentos e o comprimento inicial. Retracção – diminuição do volume – quando fazemos betão (inertes + cimento + água), ao secar aparecem poros vazios onde a água estava e posteriormente evaporou. Verifica-se assim uma diminuição de volume. Ao mesmo tempo ocorre também fissuração, pois, por exemplo, as lajes não diminuem o seu volume livremente uma vez que estão ligadas às vigas. → ↑ água, ↑ velocidade de evaporação ⇒ ↑ retracção ( assim há que colocar tão pouca água quanto possível e que criar condições para que o betão seque lentamente. Elasticidade – propriedade que se traduz pela recuperação da forma inicial após cessar-se uma determinada solicitação. se a recuperação da forma primitiva não ocorre imediatamente após se cessar a solicitação diz-se que o corpo possui elasticidade retardada. Se a elasticidade sem verifica segundo o eixo da peça, diz-se longitudinal, diz-se transversal quando se verifica segundo o plano de uma secção transversal. 7
  • 9. Plasticidade – propriedade de não recuperar a forma quando de deixa de efectuar uma solicitação. Viscosidade – propriedade de um corpo sofrer deformações permanentes sob a acção de uma solicitação sendo as tensões funções lineares das velocidades de deformação. Resistência à compressão – característica relevante nas pedras e betões. É a resistência que o material oferece à tensão normal dirigida para o interior do corpo. Determina-se através de um ensaio numa prensa que comprime um provete de material (cubo, prisma ou cilindro de dimensão normalizadas) até à rotura. A tensão de compressão exprime-se em kgf/cm2. Resistência à tracção – característica relevante nos aços e outros metais. É a resistência que o material oferece à tensão normal dirigida para o exterior do corpo. Determina-se em ensaios sobre provetes de forma determinada ou fios e mede-se em kgf/cm2 ou kgf/m2, principalmente no caso de fios ou de aço de alta resistência. Resistência à flexão – depende do material e da geometria da secção de material a analisar. Aparece, na maior parte das vezes, ligada à resistência à tracção, dependendo por vezes da resistência à compressão. Resistência ao punçoamento – caracteriza-se pala resistência do material a compressões pontuais. Traduz a dureza do material. A dureza é função da relação resistência à tracção/ resistência à compressão. Quanto mais baixa é esta relação mais elevada é relação resistência ao punçoamento/ resistência à compressão. A graduação da dureza é feita pela escala de Mohs (- talco, salgema, calcite, flourite, apatite, feldspato, quartzo, topázio, corindo, diamante +). Resistência à abrasão – caracteriza-se pelo desgaste do material sob acção do escorregamento duma superfície de rugosidade conhecida e sob pressão constante. 8
  • 10. Resistência à fadiga – a tensão de rotura diminui quando o material é sujeito a esforços repetidos e alternados ( relevante para os aços) Solubilidade (água e outros solventes) – é uma causa frequente de casos de patologia da construção. Assim os materiais de construção não devem ser solúveis a solventes com os quais entram em contacto no dia a dia, por ex.: → o gesso só é utilizado em construções interiores → o pavimento de uma gasolineira tem que ser resistente à gasolina, gasóleo,... → o esferovite é solúvel em determinados tipos de cola Afinidade química – é muitas vezes causa de acidentes nas construções. Exemplos de misturas que reagem mal: - zinco + cobre - zinco + ferro - cobre + ferro ou alumínio - chumbo + cal - cimento + alguns tipos de madeiras → se for necessário misturar algum destes conjuntos de materiais na mesmo construção, há que isolá-los, por ex, uma parede com reboco de cal que tenha canalizações de chumbo → revestir as canalizações com cimento. 9
  • 11. As pedras têm grande resistência à compressão e baixa resistência à tracção (e também à flexão). O betão tem exactamente as mesmo características, pelo que também é considerado uma pedra, mas pedra artificial. Neste capitulo vamos falar de pedras naturais e do seu uso ornamental, não nos debruçaremos sobre as suas resistências mecânicas. Uma vez que Portugal é um grande exportadores de pedras, as que têm valor superior no estrangeiro dificilmente são vendidas cá. Pedras de origem ígnea ou eruptiva – (vulcânicas) são compactas, duras, podendo considerar-se, dentro de certa escala, homogéneas e isótropas. Ex.: granitos, sienitos, pórfitos, basaltos (gabros), etc. Pedras de origem sedimentar – resultam, de uma forma geral, da precipitação do material em água. Apresentam-se estratificadas, isto é, dispostas em camadas mais ou menos regulares segundo os bancos da pedreira. Têm por isso direcções privilegiadas, sendo anisótropas. Ex.: sílex, grês, gesso, argila, marga, calcário, etc. Pedras de origem metamorfica – são originadas por transformações operadas nos 2tipos anteriores sob acção de elevadas temperaturas (atingido o ponto de fusão), grandes pressões, circulações hidrotermais e pelo contacto com o magma. A composição química é geralmente mantida, mas as composições mineralógica e estrutural são profundamente modificadas. Ex.: xistos, ardóseas, gneisses, mármores e quartzitos. → Bastantes destes tipos de pedras são transformadas em inertes através de britadoras. No sul geralmente usam-se os calcários, enquanto no norte se usam granitos. 10
  • 12. → No palácio de Sintra, em vez de se pintar as paredes (sofre desgaste muito facilmente) aplicou-se 1 argamassa de cal e pó de mármore que tem uma tonalidade branca. Esta argamassa é aplicada em grossas camadas, as quais se desgastam + lentamente que as de tinta. Textura – diz respeito às dimensões, forma e arranjo dos materiais constituintes e à existência ou não de matéria vítrea (textura halocristalina ou vítrea). → Os materiais que apresentem textura vítrea não podem ser usados como inertes Estrutura – refere-se ao sistema mais ou menos organizado formado pelas diacláses e juntas do maciço rochoso. É dada pela forma como o material surge na natureza. Tipos de estrutura : laminar, em bancos, colunar, estratificada, etc. → a estrutura e a textura são propriedades muito interessantes, pois permitem uma avaliação preliminar das restantes características. Fractura – refere-se ao aspecto que apresentam as superfícies de rotura (normalmente obtidas por percussão). O exame destas superfícies permite reconhecer os constituintes da pedra e a sua forma de agregação, bem como a dificuldade da sua lavra. Homogeneidade – as pedras devem ser homogéneas, não tendo: - veios (fissuras delgadas preenchidas por matéria mole) - nodos brandos (zonas de matéria branda a nível pontual) - crostas (matéria branda que separa normalmente os leitos de pedreiras) - geodes (cavidades preenchidas com matéria cristalizada) → Um teste muito simples para avaliar a homogeneidade é bater com um martelo no material. O som indica se estamos perante um material homogéneo ou não. 11
  • 13. Dureza – mede a resistência do material a compressões pontuais. Tem a vantagem de permitir seleccionar o modo mais económico de cortar a pedra, assim, quanto à dureza, as pedras classificam-se em: classificação processo de corte na pedreira brandas medianamente duras lâmina de aço lâmina de aço actuando com jacto de areia a água actuando na zona de contacto entre o material e a pedra*1 lâmina de aço actuando com jacto de areia a água e esmeril carborundum*2 ou serras diamantadas duras duríssimas *1 a rocha não vai ser cortada pelo aço, mas sim pelo atrito que é criado pela areia *2 diamante industrial Aderência aos ligantes – não é uma característica intrínseca do material, pois depende também das características do ligante. A rugosidade da superfície é um dado importante, mas não é o único condicionante, pois surgem situações em que a aderência de uma pedra é bastante diferente consoante se trata de ligantes hidrófilos ou hidrófobos. esta propriedade apresenta especial interesse na utilização das pedras em fragmentos ou para a formação de materiais compósitos. Porosidade – como anteriormente referido é a relação enter volume de vazios e volume total, no entanto não é esta a relação que importa para o estudo das pedras, mas sim a relação entre o volume máximo possível de água absorvida e volume total. Note-se que a 1ª definição é o limite para o qual tende este valor, assim a 1ª definição refere-se à porosidade absoluta (pa) e a 2ª à porosidade relativa ou aparente (pr). pa = v V pr = kv kv- volume de vazios acessível à água (0<K<1) V Para a determinação da porosidade de um corpo há que determinar a sua massa saturada, a sua massa em hidrostática e a sua massa seca (ver ensaio de determinação da massa específica). 12
  • 14. Há 5 métodos para a determinar a massa saturada de um material, o que faz com que existam 5 métodos de determinação da porosidade ou da massa específica. - imersão progressiva - imersão instantânea - imersão em ebulição (em água a ferver o corpo dilata, pelo que os seus poros ficarão maiores facilitando-se assim a saída do ar de dentro deles) - imersão com depressão de ar (usa-se um escicador, o qual vai causar uma depressão no seu interior obrigando o ar a sair dos poros, o que faz com que quando se coloca o corpo em imersão a água penetre nos poros muito + facilmente ⇒ método + eficaz) - imersão em água sobre pressão (aumenta-se a pressão de forma a obrigar a água a entrar nos poros) Permeabilidade – propriedade que os materiais têm de sem deixar atravessar pela água ou outros fluidos segundo certas condições. Depende fundamentalmente da porosidade, da comunicação entre os poros e do diâmetro destes. Higroscopicidade – faculdade que os materiais têm de absorver a reter água por sucção capilar. É a manifestação para a água de um fenómeno geral para os líquidos – capilaridade. → Há 2 processos para medir a capilaridade: - variações de massa - medir quanto tempo a água leva a chegar ao cimo do corpo (depende das dimensões do provete) → Condicionalismos do ensaio: 1. altura de água 2. quantidade de água evaporada nas superfícies laterais → Dado 2. há várias maneiras de fazer o ensaio: - envolver as pares do provete em algo impermeável - colocar o provete imerso numa dada altura de água dentro de uma caixa hermeticamente fechada com ambiente saturado (a criação deste ambiente é simples, basta, 13
  • 15. antes do ensaio começar, colocar lá água quente durante algum tempo) → normalmente usa-se um pouco de papel absorvente entre o provete e o fundo do tabuleiro, para que ele absorva preferencialmente pela base. → após o ensaio faz-se um gráfico m m2 2 1 m1 θ t m - massa de água absorvida tg θ - coeficiente de absorção – dá-nos a quantidade de água que o provete absorve por unidade de tempo m1 e m2 – valores assimptoticos de absorção – valor máximo de água que o material absorve → a escolhas do material é função da aplicação pretendida. 1 absorve mais inicialmente, mas o seu valor assimptótico é menor do que o de 2. Gelividade – é a propriedade de uma pedra segundo a qual ela se fragmenta após, um abaixamento da temperatura, a água contida nos seus poros ter solidificado, aumentando de volume. Conclui-se assim que a pedra nestas condições será porosa, higroscópica e de fraca resistência, pois absorve água e n resiste ao acréscimo de volume devido à congelação. Em Itália o ensaio de resistência é feito submetendo os provetes a 20 ciclos de 3horas de gelo degelo (imerso em água destilada a 35ºC seguida de refrigeração a – 15ºC). Interessa então definir coeficiente de embebição, E, o qual nos dá ideia da resistência da pedra ao gelo. Assim após medição da massa seca, ms, o provete é emergido progressivamente em água e em seguida mede-se a sua massa húmida, mh, calcula-se então o coeficiente de embebição pela expressão: E = mh − ms ms E > 0.8 ⇒ pedra geladiça (pouco resistente ao gelo) E < 0.75 ⇒ pedra não geladiça 0.75 < E < 0.8 ⇒ pedra duvidosa (E = 0.8 ⇒ pedra absorve 80% do seu peso em água) 14
  • 16. Também são características físicas de uma pedra a massa volúmica, a massa específica, a densidade e a compacidade, que não tendo sido referidas neste capítulo já o foram no anterior Resistência à compressão – já referida anteriormente (ver cap. 1). → nos ensaios usam-se cubos cujas dimensões obedecem à regra dos cubos, ou seja, cada cubo terá uma área de secção de 25 cm2 ( 5 cm de lado) ou um seu múltiplo. Resistência à flexão – esta é uma característica bastante diminuta nas pedras, daí que apenas muito raramente elas sejam usadas em elementos trabalhando exclusivamente em esforços axiais de tracção. → quando se ensaia esta característica usam-se prismas de secção quadrada em que o comprimento deve ser 4.5 vezes superior à aresta da secção quadrada. → os provetes são apoiados em 2 rolos distanciados entre si, pelo menos, 3 vezes a altura do provete e carregados por um 3º paralelo e equidistante àqueles → o ensaio é sempre feito em 3 prismas ao mesmo tempo, pois sem apenas ensaiássemos 1 esse poderia ser a excepção → o resultado do ensaio deve ser apresentado com o seu desvio padrão Resistência ao desgaste – tem especial importância para as pedras aplicadas em locais de circulação intensa, como por exemplo os pavimentos. Há vários tipos de ensaios, refira-se, por exemplo, o ensaio de Amsler (usa a máquina de Amsler): - usa provetes com 7.1 x 7.1 x 2.5 cm (2.5 – espessura) - são ensaiados 2 provetes de cada vez - por cima dos provetes é colocado um peso de 15 kg - os provetes são fixos e por baixo deles roda um disco de metal duro a uma velocidade de 30 voltas por minuto e a uma pressão de 0.3 kgf/cm2, em cima do qual é depositada areia calibrada (com uma determinada dimensão) 15
  • 17. - depois do disco ter percorrido 1000m mede-se a espessura final com um comparador ou um defletómetro. → o defletómetro só mede variações pontuais de espessura, pelo que se repete o processo para vários pontos, calculando-se depois a média e o desvio padrão Resistência ao choque – usa-se em pedras ornamentais que são usadas no pavimento. Existem vários ensaios possíveis, refira-se um a título ilustrativo: 1 – esfera de aço de 1kg 1 3 – leito de areia com 10 cm de espessura 2 – provete que vai ser comprimido para haver 10cm um bom ajustamento entre ele e a areia 2 Inicialmente a esfera é deixada cair de uma altura de 10cm, depois aumenta-se essa altura de 1 em 1cm até o provete partir. → usualmente contabiliza-se o número de pancadas necessárias para que o provete parta, assim sem o provete partiu quando a esfera caiu dos 15cm contaram-se 6 pancadas. → a areia faz com que o tardoz (base) do provete esteja completamente apoiado, o que não aconteceria se o provete estivesse sobre uma base metálica (só assentava pontualmente, pois não é perfeitamente lisa) 3 As pedras são constantemente sujeitas a processo químicos de destruição, os quais assumem particular importância nas pedras calcárias, devido à sua susceptibilidade aos ácidos, e nas pedras com feldspatos, pelas suas possibilidades de caulinização. Alteração das pedras calcárias 16
  • 18. Por agentes químicos da atmosfera → CO2 água evapora ⇒ o Rocha absorve água ⇒ bicarbonato depositase novamente sob a forma de carbonato, formando manchas à dissolve o carbonato de cálcio dos calcários formando-se bicarbonato de sódio (instável) rocha fica + porosa ⇒ perde compacidade Chove Ao fim de alguns ciclos forma-se uma camada superficial de pedra constituía por uma crosta exterior endurecida sob a qual sem encontra uma camada de material → SO2 – combina-se com a água das chuvas originando ácido sulfuroso. Quando chove o ácido sulfuroso combina-se com o carbonato de cálcio dos calcários formando sulfito de cálcio, o qual, por oxigenação, origina sulfato de cálcio que ao ser hidratado constitui o gesso, este cristaliza com acentuado aumento de volume, formando crostas escuras (absorção de poluição). Quando chove novamente dá-se a desintegração mecânica desta crosta. Por agentes químicos dos materiais ou do solo Outras origens de agentes químicos capazes de deteriorar as pedras estão na sua própria composição (sulfatos), no solo (nitratos – seres vivos)em casos particulares de exposição em atmosfera salina (cloretos – perto do mar), ou na composição dos produtos usados na limpeza ou conservação. São normalmente sais solúveis e higroscópicos, ou seja, em ambientes húmidos absorvem muita água e em ambientes secos libertam muita água. Quando estes sais cristalizam aumentam de volume. Ao serem arrastados pela água 17
  • 19. cristalizam quando ela se evapora constituindo eflorescências, se a evaporação é lenta, ocorrendo na superfície exterior, ou criptoflorescências, se a evaporação é rápida, ocorrendo no interior da pedra. A eflorescência não tem problema, pois limpa-se facilmente. No entanto a criptoflorescência empurra a superfície para fora formando barrigas ou destacamento do revestimento. A água só dissolve os sais, os quais não pertencem directamente à pedra, pelo que •eflorescência com criptoflorescência e eflorescência a •criptoflorescência pedra não perde compacidade. Por agentes químico-biológocos São caso das acções do próprio homem e de animais traduzidos essencialmente pela corrosão química provocada pela deposição de dejectos – a acção de microorganismos tais como “bactérias nitrifinantes e sulfurosas” e “vegetações parasitárias” que sem desenvolvem na superfície das pedras ou sob elas nutrindo-se por vezes dos sais e matéria orgânica que retiram do material a que se faixam. Alteração dos feldspatos ataque da chuva aos feldspatos Granito ⎯⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ ⎯ → caulinite(dará origem a argilas) ⎯ → os factores mais usados na selecção dos materiais a utilizar em obra são: - gelividade - resistência ao choque - resistência ao desgaste - possibilidade de acabamento - resistência aos agentes destruidores 18
  • 20. contudo não existem valores mínimos de utilização → A capacidade de polimento (desgastar a pedra até ela ter o aspecto desejado) é directamente proporcional à resistência mecânica e à dureza nível de polimento método usado grunido (aspecto tosco) amaciado polido lixa grossa lixa + fina lixa finíssima (fazem riscos muito finos que reflectem a luz → no desmonte de pedras, nas pedreiras são várias as técnicas usadas, uma delas é a serra de fio elecoidal ou fio elecoidal. O fio está sempre a passar em torno do bloco e está a ser puxado contra ele, funciona como um garrote em movimento. Normalmente o fio percorre sempre grandes distâncias para arrefecer antes de voltar a entrar em contacto com os blocos. 19
  • 21. → também denominados de agregados → usados para fazer betões e argamassas, dado serem + baratos do que as cimentos, diminuindo o custo da obra → diminuem as retracções, dado que os inertes não diminuem de volume Quanto à origem petrográfica: - Calcaria - Granítica → não sem usam basaltos, pois têm textura vítrea o que provoca problemas na aderência Quanto à dimensão (granulometria): - fino (areias britadas) - grossos finos ↑ ↓ grossos 4.76 mm (peneiro nº 4 ASTM) Quanto à massa volúmica classificação mv (tn/m3 ) exemplos uso leves <2 estruturas com baixo peso próprio ou bom isolamento térmico normais pesadas 2a3 >3 leca (argila expandida), cortiça, poliestireno expandido areias, britas barita, desperdícios metálicos betão isolam radiações (é das poucas formas eficientes para ), muros de suporte 20
  • 22. Quanto ao modo de obtenção - naturais (areias) – são usados tal como ocorrem na natureza - britados → os inertes surgem na natureza em grandes blocos, as britadeiras diminuem as suas dimensões, surgindo desperdícios que podem ser usados como areias (areias britadas) → inerte grosso britado = brita → seixo rolado = godo (natural – pedras dos rios) Resistência mecânica à compressão → só pode fazer quando se conhece a rocha mãe e se tem acesso a ela. Usam-se cubos de 5 cm de aresta ⇒ o valor mínimo é de 50 MPa → quando não é possível estudar a rocha mãe recorre-se a ensaios sobre amostras do inerte. Usa-se, por exemplo, o ensaio de esmagamento: - realiza-se sobre as partículas que passam através do peneiro de malha 12.7 mm e ficam retidas no de 9.52 mm - coloca-se a amostra num molde cilíndrico, onde é compactada com um varão. Tapa-se o molde com um êmbolo de dimensões complementares - coloca-se o conjunto numa prensa, a qual vai exercer uma força progressivamente crescente (650 N/s) até aos 400 K - mede-se a massa do material que agora passa através do peneiro de malha 2.38 mm - Resistência ao esmagamento (%) = mpassa 2.38 minicial × 100 21
  • 23. ⇒ o inerte é aceitável se a sua resistência ao esmagamento for ≤ 45 % → também se usa o ensaio de desgaste, o qual usa a máquina de Los Angeles. - o inerte com uma dimensão específica é colocado num tambor cilíndrico juntamente com uma carga de esferas normalizadas - o tambor gira 500 (inerte fino) ou 1000 (inerte grosso) vezes, durante o que as esferas desgastam o inerte - mede-se a quantidade de material que passa ao peneiro de malha 1.68mm - Resistência ao desgaste (%) = mpassa 1.68 minicial × 100 ⇒ o inerte é aceitável se a sua resistência ao desgaste for ≤ 50 % → quando não é possível realizar qualquer um dos ensaios anteriores, uma maneira objectiva e segura de avaliar a qualidade de um inerte consiste em determinar a tensão de rotura de um betão com ele fabricado e a tensão de rotura de um betão padrão amassado nas mesmas condições, constituído por um bom inerte de propriedades bem conhecidas. Trata-se do ensaio comparativo de 2 betões. ⇒ o inerte é aceitável se a resistência à tensão do betão por ele constituído for ≥ 90 % da resistência do betão conhecido Módulo de elasticidade – também só pode ser determinado se se conhece a rocha mãe. O ensaio é feito da forma usual → quanto + esférica for a partícula melhor ela se auto-arruma ⇒ ↑ compacidade e ↑ resistência mecânica Trabalhabilidade – facilidade com que o material é trabalhado → quanto + esféricas são as partículas melhor a trabalhabilidade → ↑ da quantidade de água ⇒ ↑ trabalhabilidade e ↓ resistência mecânica 22
  • 24. Análise granulométrica – consiste em avaliar as dimensões das partículas. → o resultado deste ensaio depende da forma dos inerte (esferas passam + facilmente) Coeficiente volumétrico – serve para avaliar a forma do inerte cv = Vparticula de inete Vmenor esfera que envolve complatamente a particula , 0 < cv < 1. → cv = 1 ⇒ partícula esférica → ↑ cv ⇒ melhor a forma → como não se pode calcular o cv de uma pilha de inerte usa-se a técnica da amostragem Amostragem – usam-se separadores ou o método do esquartelamento - esquartelamento – retira-se uma quantidade significativa de material, depois espalha-se sobre uma superfície lisa. Divide-se em 4 partes +/- iguais e retiram-se 2 das partes opostas. Mistura-se o material restante e repete-se o processo até obter uma quantidade representativa da amostra e susceptível de avaliar. - separadores – caixa contendo um número par de baias separadoras, as quais estão ligadas ao exterior, indo metade do separador visto material para cada lado de cima Ligação inerte – ligante → uma má ligação inerte-cimento diminui a resistência mecânica do betão → ↓ irregularidade das partículas ⇒ ↓ aderência inerte-ligante, pois ↓ atrito entre eles ⇒ o inerte britado tem melhor aderência do que o inerte rolado → características que influenciam a ligação inerte-ligante: - irregularidade - porosidade ( ↑ porosidade ⇒ ↑ a tendência para puxar a água para o seu interior e com ela vem também o cimento 23
  • 25. ⇒ quando a pasta seca, dentro do inerte também há cimento) Tipos de ligações inerte-ligante: - ligação epitáxica: os cristais dos componentes do cimento hidratado prolonga os do inerte, os quais têm em comum as suas redes cristalinas. O ligante como que imita a textura do inerte, trazendo-a para a superfície, o que melhora a ligação - ligações químicas: os inertes não são completamente inertes quimicamente, gerando-se ligações químicas entre o ligante e o inerte - ligação mecânica: deve-se à rugosidade do inerte Resistência ao congelamento – é determinada determinação do coeficiente de embebição através da Resistência aos sulfatos – avalia-se a perda de massa sofrida após 5 ciclos, nos quais o inerte é colocado numa solução de sulfatos e em seguida numa estufa, sofrendo evaporação. Coeficiente de dilatação térmica – só sem faz sem tivermos acesso à rocha mãe → para o calculo da composição do betão há que conhecer determinadas propriedades do inerte: - massa volúmica - absorção - húmidade - granulometria Impurezas dos inertes – podem interferir química ou fisicamente com o ligante. As que interferem quimicamente são: - partículas que dão origem a reacções expansivas com o cimento - impurezas de origem orgânica - impurezas de origem mineral (saia) 24
  • 26. As que interferem fisicamente são: - partículas de dimensões iguais ou inferiores à das partículas de cimento que interferem na estrutura do mineral hidratado, enfraquecendo-a - partículas com resistência baixa - partículas com contracções e expansões excessivas devidas às alternativas de embebição e secagem → se houver pó de brita ou pó de argila a cobrir o inerte a sua ligação ao cimento vai ser pior → se o inerte estiver coberto por matéria orgânica pior será a compacidade do futuro betão, pois essas impurezas desaparecem → quanto + matéria orgânica houver + tempo o betão demora a secar → as impurezas provenientes de partículas finas diminuem a resistência mecânica e aumentam a quantidade de água necessária para fabricar o betão, pois essas partículas requerem muita água para serem hidratadas. Este aumento da quantidade de água usada, por si só, diminui a resistência mecânica e aumenta a retracção do betão → na tecnologia do betão, partículas finas são todas aquelas que passam no peneiro de 75 µm de abertura A avaliação da quantidade de partículas finas existente no inerte é feito através de um ensaio muito simples: - determina-se a massa da amostra - seca-se o inerte - lava-se o inerte - decanta-se a mistura obtida e peneira-se o resíduo através do peneiro de abertura de 75 µm - seca-se novamente - determina-se a massa final −m m final × 100 - % de partículas finas = inicial m inicial 25
  • 27. A avaliação da quantidade de matéria orgânica é feita através do ensaio colorimétrico: - mistura-se o inerte com uma solução de NaOH a 3% (emulsionaste que neutraliza total ou parcialmente o ácido orgânico) - espeta-se 24h - avalia-se o teor de matéria orgânica pela cor da solução (quanto + intensa é a cor maior é a quantidade de matéria orgânica) Quando não há hipótese de realizar um dos ensaios anteriores faz-se um muito simples: - mistura-se uma amostra de inerte, dentro de um frasco, com uma solução de NaCl a 1% e agita-se - a camada de pó que envolvia o inerte deposita-se por cima dele Análise granulométrica – processo através do qual se distribui as percentagens das partículas de determinadas dimensões que constituem o inerte Série principal - pertencem os peneiros numero: 100, 50, 30, 16, 8, 4, 3/8’’, 3/4", 1’’1/2. Esta série é caracterizada pela dimensão da malha, para as britas, ou pelo número de aberturas por polegada linear, para as areias Série secundária – tem por objectivo completar a curva granulométrica com a adição de mais pontos. Usa-se 1 peneiro desta série entre 2 da principal. Técnica - secar a amostra - selecção de uma quantidade menor (esquartelamento ou separadores) - registro da massa inicial e ca que ficou retida em cada peneiro Critério ASTM – a designação do inerte tem 2 valores, sendo o 1º correspondente à máxima dimensão do inerte (menor peneiro em que passa pelo menos 90% do material) e o 2º correspondente à mínima dimensão (maior peneiro em que passa no máximo 5% do material) 26
  • 28. → pode acontecer que 2 inertes tenham a mesmo designação sem que tenham curvas coincidentes. Isto acontece porque estamos apenas a retirar informação dos extremos das curvas. Para caracterizar o que acontece no meio existe o módulo de finura Módulo de finura – número que indica a dimensão média do inerte. Uma boa estimativa consiste em alinhar os vários montes de inerte retido em cada peneiro da série principal, depois excluem-se da contagem os montes referentes à porção de finos (material que passou o peneiro nº 200 - refugo) e o material que ficou retido no peneiro nº 200. Agora contamos os montes a partir do material mais pequeno até encontramos o maior monte a contar do monte referente ao peneiro nº 200. O valor exacto é dado pala soma das percentagens retidas em cada 1 dor peneiros da série principal, com excepção do número 200 a dividir por 100. → o módulo de finura é proporcional à área do gráfico definida pela curva, pelo eixo das dimensões e pela linha dos 100% → ↓ área ⇒ ↓ módulo → quanto + para a esquerda está deslocada a curva + fino é o inerte → se a curva tem 1 declive bastante acentuado o material é poligranular (muitas partículas grossas e muitas finas) → se a curva é praticamente vertical o material é monogranular (muitas partículas da mesmo dimensão) 27
  • 29. Extracção do ferro no alto forno – o ferro é extraído dos seus minérios por meio de reacções de redução, obtidas através da acção do carbono, sob a forma de carvão. No alto-forno o minério é reduzido a ferro metálico, a ganga (impurezas em relação ao minério) e as cinzas são transformadas em escória e além disso o ferro absorve metais, metalóides e não-metais que alteram as suas propriedades. O ferro que sai do alto forno chama-se gusa e é ainda inaplicável como material de construção. A partir da gusa de alto-forno, obtém-se 3 tipos de materiais, na percentagem de carbono que contém: tipo de gusa % de Carbono ferro macio aço ferro fundido < 0.025 0.1 < % C < 1.7 1.7 < % C < 5 Purificação da gusa – consiste no aproveitamento da fácil oxidação dos elementos que a gusa contém. No convertidor, a gusa em fusão é atravessada por uma corrente de oxigénio e os elementos oxidados escapam-se para a atmosfera em óxidos no estados gasoso ou permanecem no banho sob a forma de escórias separando-se do aço por diferença de densidade. Dos convertidores, o aço em fusão é moldado em bilites (barra com alguns metros de comprimento e pequena secção) ou lingotes. Moldagem - extrusão – o lingote é refundido e obrigado a passar, sob pressão, por orifícios com a forma desejada, e esfriado - laminagem – o material é levado ao rubro e obrigado a passar entre cilindros com espaçamentos e diâmetros cada vez menores (fieira). - trefilamento ou estiramento – o metal é ligeiramente aquecido e forçado a passar por orifícios de moldagem 28
  • 30. Tratamentos mecânicos – também chamados de “tratamento a frio”, são processos que alteram as características mecânicas do aço, nomeadamente a tenção limite de cedência e a extensão de rotura. tratamento esforços impostos laminagem a frio estiragem (de estrias) compressão deformação longitudinal permanente por transversal compressão transversal torção e aplicação de tracção às barras ou fios (obtenção de peças heterogéneas nas tracção dimensões e diâmetros) simples tracção e estiragem através de fieiras compressão torção tem as vantagens da estiragem, mas só melhora a aderência quando a base é nervurada ou não é de secção circular trefilagem torção descrição Aptidão para a dobragem – uma vez que o aço endurecido a frio é frágil, tem tendência a fendilhar quando dobrado Ensaio de dobragem - a REBAP exige este ensaio para varões de qualquer diâmetro de superfície lisa e para varões de diâmetro inferior a 12mm de superfície nervurada ­ o espaçamento entre os apoios deve ser de 2 x diâmetro do mandaril + 3 x diâmetro do varão ­ o mandaril é colocado sobre o varão a meio vão ­ exerce-se força até se verificar um ângulo de dobragem de 180º ⇒ o aço é aceitável sem não fendilhar na zona de dobragem Ensaio de dobragem – desdobragem – a REBAP exigem este ensaio para varões nervurados de diâmetro superfície a 12mm - o varão é dobrado a 90º segundo a técnica do ensaio anterior 29
  • 31. envelhecimento artificial (30 min a 100ºC e arrefecimento à temperatura ambiente) - desdobragem de 20º ⇒ o aço é aceitável sem não fendilhar na zona de dobragem - 90º 20º Configuração superficial - lisos (sem rugosidades ou saliências) - nervurados (com saliências) – existem nervuras (inicialmente paralelas ao eixo do varão, mas sem ele for endurecido a frio por torção formam um certo ângulo com o eixo) contínuas e descontínuas - indentados (têm uma série de cavidades tipo pneu) → o aço nervurado é o que tem melhor aderência ao betão Alta aderência – os varões que não fendilham, mesmo quando sujeitos a tensões elevadas – varões rugosos Aderência normal – os que não contém o requisito anterior – varões lisos e rugosos → a avaliação é feita com base nas dimensões e configurações das nervuras ou nos ensaios de viga e arrancamento Ensaio de viga – é o ensaio + preferível, pois usa condições + reais φ 10 φ 10 φ 30
  • 32. - - o varão só está aderente ao betão no comprimento dos 10φ, o resto do varão encontra-se numa bainha, onde não há contacto com o betão, dentro da qual pode deslizar livremente o objectivo é medir (nas extremidades) a força a partir da qual à deslizamento do varão Ensaio de arrancamento (pull–out–test) – consiste em submeter o varão a uma força de tracção aplicada numa das extremidades, ficando a outra livre. A relação entre a força aplicada e o deslocamento medido na extremidade oposta à solicitação, constitui o resultado do ensaio. Segundo a REBAB as designações inseridas na caracterização de um aço são: - L – liso - R – rugoso - N – laminado a quente - E – endurecido a frio Assim um tipo de aço pode ser: A235NR, o qual é um aço (A), de tensão de cedência de 235 MPa, laminado a quente (N), de superfície rugosa (R). 31
  • 33. → A designação de ligante advém da propriedade que têm de poder aglomerar uma porção elevada de inertes conferindo-lhe coesão e resistência. Hidrófobos – não precisão de água para formar presa (de origem natural) - Hidrocarbonetos – exemplo: alcatrão - por acréscimo de temperatura ficam pastosos, ao arrefecer endurecem - Resinas sintéticas – muito recentes, actualmente empregam-se também em mistura com o cimento e impregnados no betão ( acrílicas, silicone, colas de sianoacrilato – super cola 3) Hidrófilos – precisão de água para formar presa - Aéreos – só fazem presa ao ar - cais aéreas gordas - cais aéreas magras - Hidráulicos – fazem presa em qualquer circunstância, até mesmo debaixo de água - cais hidráulicas - cimentos - cimentos naturais - cimentos artificiais - cimento Porland - cimento Portland com aditivos - → CaCO3 ≡ carbonato de cálcio (calcário) 32
  • 34. → as várias famílias distinguem-se pela quantidade de impurezas (argila) associada ao CaCO3 → todos os ligantes das famílias anteriores são formados por CaCO3 + argila Cais aéreas - CaCO3 ≥ 95 % - cal aérea gorda : CaCO3 ≥ 99 % - cal aérea magra : 95 % ≤ CaCO3 ≤ 99 % (está menos dependente do contacto com o CO2 que a cal gorda) teor de magnésio (MgO) – subdivide as cais aéreas gordas e magras em: - - cais normais: MgO ≤ 20% - cais magnesianas: MgO > 20% → o magnésio serve essencialmente para tornar a cal + amarela, a qual não pode ser usada para caiar Ciclo da cal aérea – processo que serve para podermos aplicar a cal com a forma desejada cozedura a 900ºC – cal viva*1 (CaO) CaCO3 ⎯alta⎯ ⎯ ⎯ ⎯ → CaO + CO2 ⎯ temperatura ⎯ extinção da cal viva (reacção exotérmica) - cal apagada*2 CaCO3 + H2O ⎯ Ca(OH)2 ⎯→ carbonatação – endurecimento Ca(OH)2 + CO2 ⎯ CaCO3 + H2O ⎯→ *1 – as pedras são cozidas em fornos a lenha, obtendo-se aparentemente as mesmo pedras. Esta cal só serve para os cemitérios, não sem utiliza em construção porque é muito instável dando origem a reacções fortemente exotérmicas quando em contacto com a água, ocorrendo ocasionalmente explosões. → se misturarmos a cal viva com areia e água para constituir ligante e o aplicamos na parede, ao dar-se a reacções de extinção da cal o reboco cai. 33
  • 35. *2 – coloca-se a cal dentro de água, coso contrário dá-se imediatamente uma grande explosão Cais hidráulicas - CaCO3: 80 a 95% - argila: 5 a 20% → o aumento do teor de argila torna o ligante menos dependente do contacto com o CO2 Cimentos naturais - CaCO3: 60 a 80% - argila: 20 a 40% ­ presa lenta ou normal - argila < 27% ­ presa rápida – argila: 27 a 40% Cimentos artificiais → não necessitam de CO2 para solidificar, pois dão-se outra reacções → o que distingue o cimento Portland dos outros ligantes hidráulicos é a presença do silicato tricálcico, obtido por cozedura a temperaturas superiores a 1300ºC. calcinação – em fornos verticais a 1200 1500ºC; combinação da sílica e alumina com a cal, formando silicatos a aluminatos extinção – destinada a eliminar a cal viva e a pulverizar a cal (usa-se apenas a quantidade de água exactamente necessária) peneiração - para separar os grãos maiores não cozidos ou mal cozidos aplicação – alvenarias correntes, betão em massa sujeito a tensões moderadas, rebocos(tecto) 34
  • 36. Matéria prima – mistura devidamente proporcional de calcário, argila e substâncias ricas em sílica, alumina ou ferro. Basicamente, o cimento é produzido a partir de uma mistura de calcário com marga ou argila, reduzida a pó muito fino. Após este processo a matéria prima é levada a silos ou tanques de homogeneização. A homogeneização pode acontecer por: - via húmida – mistura-se com água e agita-se (depois à que levar ao forno para retirar a água, o que se torna dispendioso) - - via seca – criam-se correntes de ar que originam nuvens de pó, as quais são extraídas para a fase seguinte. A mistura das matérias primas é feita de modo a que depois de perder a água e o CO2, devido à elevada temperatura atingida no forno, tenha uma composição química dentro de certos limites: - CaO: 60 a 68% - SiO2: 17 a 25% - Al2O3: 3 a 8% - Fe2O3: 0.5 a 6% se após a cozedura se obteve esta composição, diz-se que se obteve clínquer A avaliação destas quantidades é feita através de: CaO - Módulo hidráulico: de 1.7 a 2.3 - SiO2 + AlO3 + FeO3 SiO2 Módulo silícioso : de 2 a 3 AlO3 + FeO3 - Módulo aluminio-férrico ou de fundentes: - Grau de saturação do cálcio: AlO3 de 1.5 a 2.5 FeO3 CaO 2.8SiO2 + 1.18AlO3 + 0.65FeO3 35
  • 37. * - relaciona a percentagem CaO com as dos outros óxidos. Chama-se hidráulico porque é a relação entre um componente que dá origem a material hidrofóbico a componentes que dão origem a material hidráulico. → se o módulo alumino-férrico for inferior a 0.64% obtém-se um cimento com resistência química melhorada e baixo calor de hidratação Nos silos é feita uma análise química, de modo a saber se a mistura está nas proporções correctas. Caso isto não se verifique são feitas correcções à mistura. Após este processo o cru é transferido para os silos alimentadores do forno. O cru é então cozido (temperatura superior a 1450ºC), em grandes fornos rotativos, de modo a obter-se nódulos de clínquer. Àquela temperatura as matérias primas reagem entre si dando origem a novos compostos – cliquerização. A fim de promover uma economia de combustível, o carvão seco e reduzido a pó é injectado na parte inferior do forno juntamente com uma parte de ar (ar primário); o restante ar comburente (ar secundário) é introduzido no forno depois de ter sido aquecido no arrefecedor do clínquer. À saída do forno o clínquer deve ser arrefecido rapidamente, pois: - o silicato tricálcico é instável a temperaturas inferiores a 1250ºC, há portanto que conservar a sua estrutura - evita-se que o silicato bicálcico adquira outra forma na qual é praticamente inerte - evita-se que a fase líquida do clínquer cristalize, diminuindo a reactividade do aluminato de cálcio e não permitindo que se formem grandes cristais de óxido de magnésio, o que provocaria instabilidade e expansibilidade do volume da pasta de cimento endurecida → quando o arrefecimento é rápido o óxido de magnésio (magnésia) cristaliza em grandes cristais – periclase. Se o arrefecimento for lento, a magnésia fica dissolvida na fase vítrea ou cristaliza em cristais de dimensões muito reduzidas, que são facilmente hidratados aquando da amassadura. Para o arrefecimento usa-se o planetário. 36
  • 38. Após a saída do arrefecedor, a cerca de 125-180ºC o clínquer é armazenado, terminando o seu arrefecimento e entrando depois nos moinhos de bolas, onde é moído, juntamente com aditivos – gesso – para lhe regular a presa, e outros – pozolanas, escória de alto-forno, etc – para lhe modificar as propriedades. Componentes principais silicato tricálcico 3CaO.SiO2 (20 a 65%) silicato bicálcico 2CaO.SiO2 (10 a 55%) aluminato tricálcico 2CaO.Al2O3 (0 a 15%) aluminoferrato tetracálcico 4CaO.Al2O3.Fe2O3 (5 a 15%) → estas reacções vão acontecendo à medida que a temperatura vai aumentando → o silicato tricálcico é constituído a partir da reacção silicato bicálcico com o óxido de cálcio livre. No entanto, parte do silicato bicálcico subsiste, pois o óxido de cálcio livre não é suficiente. → o óxido de cálcio pode ser nocivo, pois a sua hidratação ocorre com expansão 2(3CaO.SiO2) + 6H2O = 3CaO.2SiO2.3H2O + 3Ca(OH)2 2(2CaO.SiO2) + 4H2O = 3.3CaO.2SiO2.3.3H2O + 0.7Ca(OH)2 3CaO.Al2O3 + Ca(OH)2 + 12H2O = 4CaO.Al2O3.13H2O 4CaO.Al2O3.Fe2O3 + 7H2O = 3CaO.Al2O3.6H2O + CaO.Fe2O3.H2O CaO.Fe2O3.H2O + 2Ca(OH)2 + nH2O = 3CaO.Fe2O3.mH2O (forma soluções sólidas, isto é, presa rápida, com 3CaO.Al2O3.6H2O ) 3CaO.Al2O3+3(CaSO4.2H2O)+26H2O=3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O CaSO4.2H2O ≡ gesso 3CaO.Al2O3.3CaSO4.32H2O ≡ sulfoaluminato tricálcico 37
  • 39. componente calor de Tensão de rotura (MPa) hidratação 7 dias 28 dias 1 ano (cal/g) silicato tricálcico 120 42.5 50.0 72.5 silicato bicálcico 62 2.0 6.7 70.0 aluminato tricálcico 207* 2.0 3.4 6.7 aluminoferrato tetracálcico 100 2.0 3.6 3.8 Resistência química baixa, necessita de contacto com Ca(OH)2 média, necessita pH < 12 fraca, origina sulfoaluminato tricálcico boa Analisando o quadro verifica-se que o componente que + contribui para a tensão de rotura é o silicato tricálcico, é também ele que mais concorre para o calor de hidratação (se atendermos a que a sua proporção é sempre superior 2, 3 ou 4 vezes a do aluminato tricálcico) e possui menor resistência química, pois necessita estar em contacto com soluções saturadas de hidróxido de cálcio, criando assim condições propicias à formação do sulfoaluminato tricálcico expansivo. O silicato bicálcico confere também alguma resistência mecânica ao cimento, conferindo-lhe também durabilidade. Verifica-se também que a presença do aluminato tricálcico é indesejável no cimento, pois: - contribui pouco ou nada para a tensão de rotura - tem um desenvolvimento grande de calor ao reagir com a água - quando o cimento é atacado pelo ião sulfato, a expansão devida à formação de sulfoaluminato de cálcio a partir do aluminato pode levar à desintegração completa do betão 38
  • 40. Mas a sua presença é necessária para se obter uma fase líquida durante a cozedura de clínquer, o que permite a combinação de cal com a sílica. Se não sem formasse esta fase líquida no forno a reacção levaria muito mais tempo, e provavelmente nunca seria completa. → a tensão de rotura à compressão é diminuída pela perda ao rubro, óxido de potássio, aluminoferrato tetracálcico e aluminato tricálcico e aumenta com a percentagem de alite, trióxido de enxofre e finura → calor de hidratação – quantidade de calor libertada durante a hidratação completa dos componentes do cimento → a disparidade deste valor relativamente aos outros calores de hidratação deve-se à complexidade das reacções de hidratação dos outros componentes Resíduo insolúvel – parte do cimento que não é solúvel, a quente, e em determinadas condições no ácido clorídrico. Este ensaio permite determinar o grau de combinação entre as diferentes matérias primas. Dos componentes do cimento apenas o calcário é dissolvido pelo ácido clorídrico, no entanto, depois da obtenção do cimento, a sílica, a alumina e óxido de ferro combinados entre si e com o óxido de cálcio produzem compostos que são solúveis no ácido clorídrico. Se a combinação fosse prefeita todo o cimento seria solúvel e o resultado seria 0 (zero). ⇒ o cimento é aceitável se o resíduo insolúvel for < 5% Perda ao rubro – trata-se da perda de massa a 1000ºC. Se o cimento ainda tiver água (a água também pode provir da húmidade do ar) vai perder massa, mas a perda de massa pode também ocorrer devida à transformação do calcário em cal viva + CO2, o qual se liberta para a atmosfera. Se no ensaio anterior se verificar que já não existe calcário, a perda de massa deve-se apenas à água. ⇒ o cimento é aceitável se a perda ao rubro for < 5% Óxido de magnésio – se o óxido de magnésio estiver sob a sua forma cristalina (periclase), a sua hidratação não é imediata, podendo 39
  • 41. demorar semanas, meses ou mesmo anos e como o óxido está no estado sólido dá-se a passagem a hidróxido sem dissolução prévia, o que torna a reacção expansiva. A expansão provoca a diminuição ou desaparecimento da coesão. A expansibilidade devida à hidratação da magnésia é função: i) dimensão dos cristais e sue distribuição ii) não presença de pozolanas, que bloqueiam a hidratação da periclase devido à formação de tobermorites (contém no seu interior os cristais de periclase, inibindo-a de reagir com a água) iii) insuficiente rapidez de arrefecimento do clínquer A primeira causa pode resolver-se. - aumentando o grau de finura do cru - diminuindo o módulo de fundentes e então a periclase dissolve-se no aluminoferrato tetracálcico e na fase vítrea - empregando no cru adjuvantes com base no flúor → a presença da periclase e de óxido de cálcio livre pode ser detectada pelo ensaio de expansibilidade Expansibilidade – para a formação do silicato tricálcico é necessária a presença de óxido de cal livre (“cal livre”), estará em excesso se: - a dosagem do cru for mal calculada - a finura ou a mistura das matérias primas foi insuficiente - a cozedura foi mal conduzida Descrição do ensaio: coloca-se a pasta de cimento de consistência normal dentro de cilindros (molde de Le Chantlier)de 3cm de altura por 3 de diâmetro, feitos de chapa de latão de espessura de 0.5mm. O cilindro é fendilhado de alto a baixo ao longo de uma geratriz, estando-lhe soldadas duas aste de 15cm, uma de cada lado da fenda. o molde é coberto com 2 placas de vidro (uma em cima e outra em baixo) e comprimido com 1 pequena peso de 150g (para que a expansão só sem dê para os lados) 40
  • 42. o conjunto é colocado dentro de água durante 24h a 20 + 1ºC (para acelerar a presa) mede-se o afastamento inicial das astes eleva-se a temperatura até 100ºC durante uma hora (1.25ºC por minuto), mantendo-se esta temperatura durante 3h deixa-se arrefecer e mede-se o afastamento final das astes a diferença entre as duas medições representa a expansão do cimento ⇒ o cimento é aceitável sem a expansibilidade < 1cm Trióxido de enxofre – a reacção do aluminato tricálcico com a água é instantânea e violenta, provocando uma presa rápida de baixa resistência. Para anular tal efeito adiciona-se ao clínquer gesso. As razões para juntar este sal são 2: - o aumento da sua quantidade para lá de certos limites não põe em perigo a tempo de presa (mas quando se aumenta a sua quantidade para lá de certos limites aumenta a solubilidade da alumina, acelerando a presa - baixo custo Destes ensaios concluiu-se que a quantidade de trióxido de enxofre (componente em que é expresso o gesso) que conduzia ao máximo de resistência a 24h era também a que, geralmente, os mínimos de expansão na água e de contracção no ar. ⇒ o cimento é aceitável se tiver um teor de gesso expresso em trióxido de enxofre < 3% Pasta de cimento de consistência normal – é a que tendo sido amassada em determinadas condições contém uma quantidade de água tal que a sonda de consistência do aparelho de Vicat, quando deixa de se afundar sob acção do peso próprio, após ter sido largada da superfície da pasta, fica a 6 + 0.5 mm do fundo da taça que contém a pasta. → um resultado negativo para uma dada quantidade de água implica iniciar o ensaio sem aproveitamento da pasta obtida 41
  • 43. Presa – passagem do estado líquido ao estado sólido, ou melhor, rigidificação da pasta de cimento Início de presa – é o tempo decorrido entre a amassadura e a perda parcial de plasticidade. É atingido quando a agulha de Vicat de início de presa (1mm2 de secção) já não atravessa a pasta ficando a 5mm do fundo. Fim de presa – é o tempo necessário para que a pasta adquira firmeza suficiente para resistir a uma determinada pressão. É determinado com a agulha de fim de presa, a qual é provida de um anel com 5mm de diâmetro modo a que a extremidade da agulha se projecta 0.5mm além da aresta deste acessório ( a agulha tem secção quadrada de 1mm2 de área). Atinge-se o fim de presa quando a agulha, poisada na superfície da pasta, deixa a sua marca, sem que o acessório circular imprima qualquer marca. Ensaio de início e fim de presa – mede-se a resistência de uma pasta de cimento à penetração de uma agulha com 1mm2 de secção, sob a acção de um peso de 300g. enche-se o recipiente do aparelho de Vicat com uma pasta normal de cimento dependendo do ensaio usa-se a agulha apropriada a agulha é largada da superfície da pasta e de locais diferentes, até sem obter o resultado pretendido regista-se o tempo decorrido desde a amassadura até então Superfície específica – área total das partículas por unidade de massa do cimento. Para uma partícula ser hidratada todas as suas “faces” têm que estar imersas em água. Imagine-se um cubo com 10u de aresta, a sua área total será 2 600u . Imagine-se agora um cubo com 1u de aresta, a sua área total será 6 u2. Um cubo de 10u de atesta é equivalente a 1000 cubos dos de 1u de aresta, conjunto que tem uma superfície especifica de 6000 u2. → quanto menor é a partícula mais água é necessária para a hidratar 42
  • 44. Há vários métodos para determinar a dimensão média das partículas, vamos usar um (método de Blaine) que se baseia na permeabilidade de uma camada de partículas. Este método baseia-se no facto de a existência ao escoamento de um gás através de uma camada de pó compactado até um certo volume, com porosidade conhecida, depender da superfície específica das partículas a o compõe o pó. A granulometria do cimento é então calculada indirectamente. A superfície específica dá-nos uma ideia da dimensão média das partículas → ↓ dimensão ⇒ ↑ superfície dos grãos ⇒ ↑ atrito ⇒ ↑ dificuldade de passagem Ensaio de Blaine – obriga-se um volume de ar a atravessar uma dada camada de pó, sob uma pressão variável, cuja variação é constante para todos os cimentos em estudo. Determina-se o tempo que tal volume de ar demora a percorrer a camada, o que permite o conhecimento do coeficiente de permeabilidade. Este ensaio dá-nos valores relativos, ou seja, dá-nos valores de, por exemplo, 2cimentos, bastando-nos então tirar conclusões. Tensão de rotura – o valor de um cimento é medido pelas suas tensões de rotura: esta é a característica mais importante que um cimento deve possuir. Ensaio: com uma areia calibrada fabrica-se uma argamassa de cimento com traço ponderal 1 : 3 e A/C=0.5 a argamassa é assada num misturador mecânico é colocada em moldes de 3 prismas com 4x4x16 cm onde é compactada um aparelho nas primeiras 24h os provestes são conservados nos moldes em ambiente saturado a 20 + 1ºC. Depois da desmoldagem são colocados dentro de água à mesmo temperatura até à data do ensaio é realizado um ensaio de flexão ( ensaio em 3 pontos com vão de 10cm) nos provetes após a rotura por flexão, cada uma das metades dos provetes são ensaiadas à compressão 43
  • 45. o ensaio de elasticidade é efectuado antes ou em simultâneo com o ensaio de compressão Cimentos Percentagem em massa constituintes principais designação tipo clínquer portland K escória alto-forno S. pozolana natural Z cinzas volantes C. filer F cimento portland cimento portland composto cimento portland de escória cimento portland de pozolana cimento portland de cinzas volantes cimento portland de filer cimento de altoforno cimento pozolânico I 95 a 100 - - - - II 65 a 94 0 a 27 0 a 23 0 a 23 0 a 16 II-S. 65 a 94 6 a 35 - - - II-Z 72 a 94 - 6 a 28 - - II-C. 72 a 94 - - 6 a 28 - II-F 80 a 94 - - - 6 a 20 III 20 a 64 36 a 80 - - - IV > 60 - <40 - Escória de alto forno – subproduto do aço que misturado com outros constituintes do cimento, sendo tratado com ele tem propriedades ligantes 44
  • 46. Pozolanas – produtos naturais que ocorrem nas erupções vulcânicas, muito leves (tipo pedra polmes moída), era, na antiguidade, o único composto que permitia fazer compostos hidráulicos Cinzas-volantes – subproduto da combustão de combustíveis fósseis. Partículas muito pequena que “voam” facilmente. Se não forem retiradas das chaminés poluem muito a atmosfera. Têm características muito semelhantes às pozolanas Filer – material calcário muito fino. è o material de pior qualidade que se adiciona ao cimento, pois é o que requer maior quantidade de clínquer. Cimento Portland composto – clínquer + o que seja mais barato na altura (lixo de outras industrias) tipo de cimento características I pouca resistência aos agentes químicos alto calor de hidratação pouca resistência aos agentes químicos demora + tempo a formar presa endurecimento inicial muito lento não deve ser usado em betonagens com tempo frio – demora + tempo ainda a criar presa protege menos a corrosão do aço II IV As pozolanas são constituídas essencialmente por sílica e alumina, contém constituintes que às temperaturas ordinárias se combinam com os componentes do cimento, originando compostos de grande estabilidade na água e com propriedades aglomerantes. São substâncias dotadas de grande reactividade para o hidróxido de cálcio mas insolúveis e inertes na água. Pozolanas naturais – rochas lávicas alteradas por meteorização 45
  • 47. Pozolanas artificiais – argilas de qualquer tipo depois de sujeitas a temperaturas suficientes para a desidratação, mas inferiores ao início da fusão (500 a 600ºC). Outra pozolanas artificiais são os subprodutos de industrias, como as cinzas volantes → a pozolana é tanto melhor quanto mais reactiva (grande capacidade de reagir com o CaOH → a estrutura amorfa confere reactividade à pozolana Matéria prima – pedra de gesso ou gesso bruto, a qual é uma rocha branda Fabrico – para o fabrico do gesso são apenas usadas as rochas mais puras. As rochas são trituradas e colocadas no forno, geralmente rotativo onde são submetidas a uma elevação da tem que provoca a desidratação parcial do gesso, dando origem ao sulfato de cálcio hemihidratado (semi hidratado ⇒ meia molécula de água), o qual é instável CaSO4.2H2O = Ca SO4.1/2 H2O + 3/2 H2O Quando em presença de água o gesso (sulfato de cálcio hemihidratado) regenera a sua forma inicial Ca SO4. 1/2H2O + 3/2H2O = CaSO4.2H2O → Porque razão instabilizamos o gesso (tal como a cal) e depois o hidratamos e não o usamos na sua forma natural? porque na sua forma natural, o gesso não é moldável. Tipos de gesso → gesso para estuque – gesso branco resultante do tratamento térmico do gesso bruto branco ou amarelo utilizando utilizado em mistura com cal ou outro retardador 46
  • 48. → gesso para esboço – gesso escuro ou pardo resultante de tratamento térmico normal proveniente do gesso bruto escuro, com granulometria mais elevada do que o gesso de estuque, para ser utilizado sobre esboço de paredes executado com argamassa de cal e areia → antigamente usava-se o gesso como ligante para quase tudo, actualmente usa-se o gesso apenas para acabamentos de paredes e tectos → antigamente faziam-se sancas (juntas de paredes e tecto) de gesso, actualmente usa-se o poloestireno expandido para fazer estes moldes → para fazer estuques adiciona-se ao gesso areia de estucador, a qual é muito fina e branca → trabalha-se o estuque em duas camadas ­ interior – gesso mais escuro (pode levar algum inerte para ficar mais barata e diminuir a retracção) – esboço ­ superficial – feita com gesso de estuque – estuque, propriamente dito Presa do gesso – ocorre em 3 etapas sucessivas: → fenómeno químico de hidratação Ca SO4. 1/2H2O + 3/2H2O = CaSO4.2H2O → fenómeno físico de cristalização – explica-se considerando que o gesso é menos solúvel que o hemi-hidratado, assim sendo, o gesso precipita o que permite à solução dissolver nova quantidade de hemi-hidratado → fenómeno mecânico de endurecimento –formam-se cristais que sem vão interligar. O atrito que sem desenvolve entre estes cristais é que lhe dá a resistência mecânica (ao adicionar água ao gesso ela vai penetrar entre estes cristais, eliminando o atrito e consequentemente dissolvendo o gesso) → se adicionarmos um acelerador de presa ao gesso, os cristais desenvolvem-se mais rapidamente → a adição de um retardador de presa conduz à formação de complexos que protegem os cristais e impedem o seu crescimento, diminuindo a resistência mecânica 47
  • 49. → a adição de água diminui a resistência mecânica. Propriedades do gesso → tem considerável resistência mecânica → a sua característica mais importante é a protecção contra incêndio Protecção contra incêndio ­ o gesso é incombustível ­ o gesso é mau condutor de calor ­ quando aplicado contém cerca de 20% de água de cristalização ­ caso a temperatura aumente drasticamente CaSO4.2H2O = Ca SO4.1/2 H2O + 3/2 H2O ­ se a temperatura precistir Ca SO4. 1/2H2O = CaSO4 + 1/2 H2O ­ assim o gesso não arde, além do que liberta moléculas de água que vão consumir energia, roubando energia calorífica ao incêndio → normalmente um incêndio propaga-se por deficiente isolamento térmico, ou seja, sem houver um incêndio numa divisão e se as paredes estiverem mal isoladas termicamente, o outro lado da parede também aumenta muito de temperatura, bastando haver um material combustível em contacto com ela para se gerar um outro incêndio. → o gesso conduz melhor o calor quando está na forma bihidratada, à medida que vai perdendo água conduz pior o calor ­ não liberta gases tóxicos Isolamento térmico → o isolamento térmico é tanto maior quanto mor a condutibilidade térmica do material - o gesso é mau condutor de calor → o isolamento térmico não é só função do material, também depende das espessura: ↑ espessura ⇒ ↑ isolamento, como usamos apenas uma fina camada de gesso, a sua contribuição é modesta 48
  • 50. Isolamento acústico - contribuição baixa devido ao seu baixo peso Aderência - é em geral boa, mas diminui com o tempo - a sua aderência ao ferro é muito boa, mas quando sem dá início a esta ligação ocorre de imediato a corrosão do ferro, pelo que nestas circunstâncias se deve aplicar um tratamento protector ao ferro - a aderência à madeira é má Resistência à húmidade - é má, provocando ocasionalmente queda do estuque → se devidamente tratado, o gesso pode ser utilizado no exterior, aplica-se-lhe uma camada que dificulte a chegada da água ao gesso, por exemplo tinta (tinta de óleo, de preferência) Aplicações do gesso - estuques - placas para tecto falsos – estafe (placas armadas com fibras de cizal (planta)) - o estafe está a ser substituído por gesso cartonado (em placas com 1 a 1.25cm de espessura) → as fibras de cizal no estuque aumentam a sua resistência à flexão → o facto de o gesso ter má resistência à tracção faz com que se prefira o gesso cartonado, pois o cartão tem uma elevadíssima resistência à tracção → pladur – marca de gesso cartonado, frequentemente associada ao produto (tal como a marca esferovite para o poliestireno expandido) → o cartão do pladur não propaga incêndio, pois está colada à outra superfície, funciona como alcatifa esticada 49
  • 51. - - a matéria prima base de todos os produtos cerâmicos é a argila (silicato de alumínio hidratado – SiO2.Al2O.2H2O), que é usada, preferencialmente, na sua forma mais pura existem argilas gordas (ricas em alumina) e magras (ricas em sílica) quanto ao teor de impurezas, as argilas dividem-se em: ­ puras: caulinite, caulino >80% ­ impuras fluidez e plasticidade: absorvem cerca de 50 a 70% do seu peso em água, tornando-se plásticas. Podemos então der-lhes as formas desejados sem que ocorra fissuração - contracção: retracção de 5 a 20% do seu volume durante a secagem → quanto à plasticidade dividem-se em: ­ muito plásticas (adiciona-se quartzo ou material cerâmico em pó (sílica)) ­ pouco plásticas (adiciona-se caulino) ­ normais - → dividem-se em: - vitrificáveis (maior teor de sílica): formam uma camada vítrea quando aquecidos - fusíveis (com óxido de ferro e sílica): adquirem uma cor alaranjada devido ao óxido de ferro 50
  • 52. - - - - - calcários (1 a 5%): funcionam como fundentes e solidificantes óxido de ferro: a água dissolve-os e transporta-os para onde possa evaporar, provocando eflorescência e criptoflorescência matéria orgânica: a qual se degrada provocando a perda de compacidade pedras grossas: a ida ao forno provoca dilatações na matéria cerâmica, a qual é menor nas pedras, ficando estas soltas lá dentro extracção a céu aberto apodrecimento, a fim de sem retirar a matéria orgânica, pode ser: ­ natural: espalha-se as pastas e depois molha-mo-las (aceleramos assim o apodrecimento saindo a matéria orgânica livremente) ­ artificial: junta-se aditivos que aceleram a degradação da matéria orgânica mistura e homogeneização: adiciona-se água + correctivos (fundentes, por exemplo) moldagem: nas prensas e fieiras, mesmo que a homogeneização tenha sido por via húmida há que juntar água secagem: a perda de água deve ser lenta, para que não aconteça uma retracção brusca e consequente fissuração cozedura: para aumentar a resistência arrefecimento: lento para não estalar o material 51
  • 53. Fases da cozedura - 100 a 120ºC: evaporação da água e aparecimento de porosidade - 250º a 600ºC: dissociação das moléculas de SiO2 e Al2O3 - 600 a 1200ºC: combinação da SiO2 e da Al2O3 com o CaO, ocorrendo grande retracção (são as reacções mais importantes, pois conferem resistência mecânica ao composto) - 1200 a 166ºC: fusão das argilas calcárias fornos tradicionais: a lenha, temperatura não muito alta fornos tipo Hoffman: 12 a 14 dias de cozedura. Estes fornos são umas casas ovais ou elípticas, com tantos compartimentos quantos dias de cozedura. Cada compartimento tem uma porta para o exterior e poderá ter comunicação com os compartimentos do lado. Num dia qualquer (n) há apenas 2 portas abertas: uma em que há entrada de material (n-1) e outra em que há saída (n). Dá-se entrada de ar do compartimento de descarga para o de carga através de um sistema de abertura de portas (abertura em cima ou em baixo). Os queimadores cozem circular ao longo da sala, sendo colocados na sala n + d/2 (d = nº de dias do ciclo). O ar que entra circula livremente por todos os outros compartimentos. fornos contínuos: 80 a 100m de comprimento. A zona de maior calor é a zona central. Nestes fornos ocorre: - fase de secagem: ocorre na parte inicial, zona ainda não muito quente em que a temperatura aumenta - fase de cozedura: é a cozedura propriamente dita, ocorrendo na zona central, a qual é a mais quente - fase de arrefecimento: ocorre na zona final, a qual já não está tão quente, estando a temperatura a diminuir 52
  • 54. entrada de ar ↗ frio (oxigénio) ↗ saída de ar quente (gases) Produtos porosos: tijolos, telhas, refractários e azulejos Produtos não porosos: tubos de grês cerâmico, ladrilhos de grês cerâmico → o grês absorve menos água que o tijolo, usa-se para fazer canalizações (levam a argila vitrificada, pelo que depois de cozido tem aspecto vítreo) Matéria prima: argilas fusíveis com óxido de ferro Moldagem por fieira ou prensagem: - fieira: molde, no qual se obriga o material a passar, saindo depois com a configuração desejada (usada para fazer tijolos) - prensagem: consiste num sistema de molde e contra molde que vai à prensa. Este sistema é usado preferencialmente para as telhas. Tipos de tijolos - tijolos maciços: furação < 15% - usam-se essencialmente com funções resistentes - tijolos perfurados: furação de 14 a 50% (furos perpendiculares ao leito) – a sua função é ainda 53
  • 55. resistente, já que embora os vazios diminuam a sua área resistente, facilitam a cozedura e portanto a resistência unitária tijolos furados: furação de 30 a 75% (furos paralelos ao leito) – as suas funções são essencialmente de preenchimento → a diferença principal entre os tijolos perfurados e os furados é a direcção da furação - Formatos base – independentemente de serem maciços, furados ou perfurados, os tipos base são (as características de forma - tipo de furação, perfuração, existência de saliências ou rebaixos para facilitar a utilização – variam com o fabricante): - 22 x 11 x 7 ⇒ tijolos maciços e perfurados (o leito pode ser qualquer uma das faces – ver paredes simples) - 30 x 20 x 7 - 30 x 20 x 11 tipo 30 x 20 x X - 30 x 20 x 15 - 30 x 22 x20 → 30 ≡ comprimento, 20 ≡ altura, X ≡ espessura Aplicações - Paredes simples – ¼ vez, ½ vez, 1vez – designações que indicam a espessura da parede. Se usarmos tijolos furados estas designações não estão relacionadas com a posição, mas sim com a dimensão. vista em planta (exemplo para tijolos 22 x 11 x 7): - ¼ de vez (tijolos são colocados ao alto ou ao cutelo) 7 - ½ vez 11 - 1 vez 22 54
  • 56. - paredes duplas: são formadas por dois panos de alvenaria sem contacto físico. Na base têm uma caldeira que drena a água para o exterior e permite a entrada de ar 55