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VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
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Revistas online, redes sociais e leitura
Graciela Natansohn 1
Cíntia Guedes 2
Samuel Barros3
Resumo: O artigo visa refletir sobre os desafios de definir revista em tempos de web 2.0, e co-
mo estas publicações se inserem nas redes sociais. Analisar as transformações da leitura de re-
vistas na web, de como o consumo e a recepção de mídias precisam se prover de novos concei-
tos para compreender as formas contemporâneas de ser e participar da cultura da convergência,
(Jenkins, 2008), e as formas específicas que as revistas adquirem para se adequar estas novas
configurações.
Palavras-chave: jornalismo de revista; leitura online; comunidades online.
1. Introdução
Desde que O Cruzeiro apareceu, em 1928, as revistas não param de surpreender.
Considerada a primeira grande revista brasileira, fez da imagem (ilustrações, fotos, la-
yout) o objeto de desejo quase que voyeurístico para todas as gerações de leitores. Feita
para ser olhada e apreciada, mais do que lida, desde aquela época as revistas vêm acom-
panhando rapidamente as mudanças culturais, sociais e tecnológicas. No final do século
XX, quando o jornalismo chegou nas redes digitais, elas também se trasladaram ao cibe-
1
Jornalista, mestre e doutora em Comunicação, docente do Programa de Pós-graduação em Co-
municação e Cultura Contemporâneas daFacom/UFBA. E-mail: graciela71@gmail.com
2
Aluna do curso de Produção Cultural e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: cintiague-
des7@gmail.com
3
Aluno do curso de Jornalismo e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: samu-
el.barros77@gmail.com
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respaço, se recriaram e transformaram a tal ponto que a pergunta sobre o que é, hoje,
uma revista no ambiente web, não é nada fácil de responder.
Conhecidas, no mundo anglo-saxão, como e-zines, webzines, cyberzines, hyperzi-
nes, ou magazines online, no Brasil, como não há uma terminologia específica, elas
continuam a ser chamadas de revistas online ou webrevistas. Sejam projetos empresari-
ais, alternativos ou de auto-publicação, o que estas publicações trazem são formas muito
mais sofisticada em termos estéticos e de linguagem, ao incorporar praticamente todas
as ferramentas disponíveis no mundo digital. Assim como os jornais, as revistas passa-
ram por etapas diferentes até identificar e aproveitar as potencialidades e peculiaridades
do ciberespaço e hoje praticamente todas as revistas que circulam em papel têm seus
correlatos na web, com diferentes formatos e propostas, com versões mais ou menos
similares às impressas. Entretanto, a publicação digital está alcançando autonomia e
muitas tem existência apenas no ciberespaço. Daí, decorrem algumas das dificuldades
de definir claramente uma revista, diferenciando-a de um site de reportagens, por exem-
plo.
Território da criatividade por excelência, softwares para produção, edição, distri-
buição e leitura online aparecem sem parar. Os modelos de negócio das revistas comer-
ciais também está, aos poucos, mudando, passando-se a usar a web como plataforma
gratuita de distribuição, tal como tem feito no ultimo ano a revista Veja, que disponibi-
lizou todo seu acervo digitalizado ( http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx).
Do ponto de vista dos formatos, diversas tecnologias são utilizadas para a coloca-
ção online de revistas. Além de sites em html, formatos tais como PDF e softwares co-
mo o Flash estão em permanente renovação para permitir a disponibilização de revistas
mais interativas.
No Brasil, podem acessar-se dessa forma revistas especializadas em design, foto-
grafia, HQ, cinema e arte, tal como a Woof!4
, Kino5
, Ilustre!6
, Cadernos de Tipografia7
e Soma8
. No país algumas poucas revistas se distribuem em versão impressa e online
4
www.woofmagazine.net
5
www.revistakino.com/portugues/outras_edicoes.html
6
www.fav.ufg.br/ilustre
7
http://tipografos.net/cadernos/
8
www.maissoma.com
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(idênticas). Do Vale do Paraíba, a 180MAG9
é uma revista de consumo com 20.000 e-
xemplares impressos e distribuição também gratuita em PDF.
Tecnologia como a do flip page foi criada para simular o folheio de revistas. É
um avanço que, associada ao formato PDF, permite que a experiência de leitura no
computador de réplicas de revistas impressas se aproxime da experiência “real”. Esse
recurso é possível por meio do uso da tecnologia Flash. Alguns dos compartilhadores de
revistas online (por exemplo, ver www.issuu.com) utiliza um tipo de tecnologia que
converte automaticamente o arquivo PDF enviado pelo usuário, para um arquivo em
Flash. O carregamento da revista se dá em “fluxo contínuo”, isto é, o conteúdo vai
sendo carregado na medida em que o usuário lê e folheia.
Nos últimos anos, o uso do Flash para publicação de revistas online tem superado
o simples folheio. O Flash é uma tecnologia criada para desenvolvimento de animações
e algumas dessas revistas tem utilizado a tecnologia Flash para criar revistas interativas
e multimidiáticas. No Brasil, existem pelo menos duas empresas oferecendo serviços de
publicação de revistas digitais em Flash e com flip page. A ContentStuff10
oferece o si-
tema CViewer. A FutureWay, com seu DigitalPages11
, atende à editora Abril, por e-
xemplo. A Meio Digital12
foi a primeira revista brasileira gratuita a usar flash com ani-
mações.
Estas revistas, citadas acima apenas como exemplos de como cada vez mais as re-
vistas incorporam a multimedialidade, a hipertextualidade, a memória. Todas elas con-
servam o formato de revista impressa trasladada, via imagem metafórica, à web. Mas
também existe a possibilidade de incorporar o conhecimento coletivo e a colaboração de
fãs e leitores, em diferentes graus e temas, como veremos.
Neste sentido, é válida distinção realizada por Machado (2008) entre sistemas de
circulação ou de distribuição de notícias que, se bem refere-se aos jornais, é válida tam-
bém para o jornalismo praticado em revistas. Os primeiros são centralizados e limitam-
se à entrega de informações ao consumidor final, como é o caso das revistas distribuídas
em PDF. Os segundos não tem hierarquias rígidas e são descentralizados e participati-
9
http://www.180mag.com.br/
10
www.contentstuff.com/
11
www.digitalpages.com.br/
12
www.meioemensagem.com.br/revista_meio_digital/
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vos, com sistemas ancorados em tecnologias dinâmicas e descentralizadas, típicas do
hiperespaço e tiram proveito dos recursos da web 2.0, que descreveremos. O que adver-
te Machado é que a escolha de um ou outro sistema não depende apenas da tecnologia,
mas do tipo de gestão e de relação que se pretende entre produtores e leitores.
2. Revistas na Web 2.0 e na cultura da convergência
A circulação de conteúdos jornalísticos através de diferentes sistemas midiáticos,
diferentes dispositivos, a participação ativa do público e o comportamento não previsí-
vel dos leitores são os fenômenos com os quais o jornalismo atual tem que lidar. Estes
novos processos envolvem tecnologias e questões culturais e comportamentais dos pú-
blicos, hoje tidos como ativos participantes na criação, difusão, e consumo de produtos
culturais.
Nos apropriamos da noção de “convergência cultural” de Jenkins (2008), no senti-
do de que, mais do que a concentração de conteúdos num aparelho técnico, convergên-
cia significa fluxo, circulação, movimento de dados, informações e pessoas, em busca
de experiências de entretenimento e informação, possibilitado pelos processos de digita-
lização, em múltiplos suportes.
Do ponto de vista cultural, a convergência estimula também o fluxo informal e
não autorizado de informação, a cooperação entre múltiplos atores sociais e a emergên-
cia de uma cultura participativa, onde o alternativo e o comercial se misturam. Também
expressa-se na distribuição de conteúdos através de diversos suportes, no uso cotidiano
de tecnologias digitais de distribuição (CD´s, arquivos MP3, podcast, celular, computa-
dor, palm, TV, internet), na maior familiaridade com novos tipos de interação social que
essas tecnologias permitem, e no domínio mais pleno das habilidades conceituais que os
consumidores desenvolveram (JENKINS, 2008; RECUERO, 2006).
A interação social propiciada pelas revistas impressas, quando transladadas ao ci-
berespaço, potencializa-se, gerando processos comunicacionais peculiares, que vão a-
lém da leitura, avançando para a autonomia do campo da recepção, até a colaboração e a
interação horizontal entre produtores e leitores. O fenômeno da convergência tecnológi-
ca e cultural além de permitir a produção e distribuição de material jornalístico em vá-
rias plataformas e suportes multimediáticos (vídeos, textos, áudio, etc.) propicia várias
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formas (simultâneas) de consumo e de agregação social, gerando novos protocolos de
participação e práticas culturais. Comunidades digitais tais como Orkut, Twitter, Face-
book, HI5, Myspace, Flickr e aplicativos como fotologs e blogs são o cenário propicio
para estudar as interações entre revistas e redes sociais e são pontos de partida (e de
chegada) de grupos que se agregam em torno de marcas de revistas, criticando, propon-
do pautas, contestando conteúdos, discutindo desenho e softwares. Funcionam como
“comunidades de marcas” ou como “comunidades de conhecimento” (JENKINS, 2008).
É no ambiente de convergência cultural que se produzem modos de consumo co-
munitário, que se manifestam na criação de comunidades digitais específicas. Em al-
guns casos, esses espaços são parte das estratégias corporativas para assegurar o envol-
vimento dos leitores com os produtos. Contudo, os públicos podem construir suas pró-
prias ferramentas interativas ou usar as oferecidas para objetivos desviados dos interes-
ses dos produtores. Justamente, como o desenho da interface de uma revista pode mode-
lar a interação, impor restrições ou ampliar horizontes de intervenção do usuário no
produto, as comunidades de leitores vem compensar expectativas de diálogo não satis-
feitas pelos produtos.
Podemos afirmar que as revistas estão começando a se apropriar das potencialida-
des da web 2.0 no que se refere a alguns dos princípios definidos por Cobo Romani e
Pardo Kuklinski (2007): a) na criação de redes sociais ao redor dos produtos; b) na ge-
ração de conteúdos por parte dos usuários, c) na classificação e organização da informa-
ção, indexando e sindicando conteúdos, d) usando várias aplicações e serviços (ma-
shups) e e) no uso da web como plataforma.
O termo web 2.0 foi popularizado por O’Reilly (2005) quem descreve suas princi-
pais traços: o uso da World Wide Web como plataforma de trabalho, o fortalecimento
da inteligência coletiva; a gestão das bases de dados, os modelos de programação mais
leves e simples, os softwares multi-dispositivos e a experiência do usuário como ali-
mentação enriquecedora.
Obviamente, nem todas as revistas contemporâneas apresentam estas característi-
cas. O que observamos é uma tendência para o enriquecimento das experiências dos lei-
tores/usuários/produtores, verdadeiros “prosumers”. O que parece estar em curso é a
transformação dos atuais modelos de negócios (de distribuição fechada, paga) , para um
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modelo que integre a tecnologia, o princípio de comunidade e o negócio (O´REILLY,
2005).
3. Revistas e redes sociais
A idéia de rede social nas relações mediadas por computador entra em evidência
com o surgimento e a explosão dos chamados social network sites (SNSs) (BOYD e
ELLISON, 2008, p. 210). A emergência desta nova dinâmica de organização online é
apontada como o grande diferencial da web 2.0. Boyd e Ellison (2008) descrevem os
social network sites como:
(…) web-based services that allow individuals to (1) construct a public or
semi-public profile within a bounded system, (2) articulate a list of other us-
ers with whom they share a connection, and (3) view and traverse their list
of connections and those made by others within the system. The nature and
nomenclature of these connections may vary from site to site (BOYD E EL-
LISON, 2008, p. 211)
A análise das redes sociais na internet vale “não somente como expressões de re-
des sociais offline mas como complexificações destas mesmas.” (RECUERO, 2009,
p.16). Vale lembrar que o conceito de redes sociais é bastante discutido. Boyd e Ellison
(2008) diferenciam dois tipos de redes. A primeira caracteriza-se pela ênfase na relação
entre pessoas, sendo a disponibilização de conteúdo apenas uma conseqüência destas
relações. Estes são os sites mais próximos à idéia de “site de relacionamentos”, como
por exemplo Orkut e Facebook. A segunda categoria de sites são os que possuem como
característica principal a possibilidade de disponibilizar conteúdo, como o Youtube e o
Flickr. Boyd e Ellison diferenciam estas categorias denominando-as como Social Net-
working e Social Network respectivamente (ibid, p.211).
Ao realizar uma preliminar observação das redes sociais ligadas à revistas na in-
ternet, encontramos algumas características que desde já nos parece importante ressal-
tar. No Orkut encontramos dois tipos de comunidades, a primeira tem por objetivo ini-
cial reunir leitores para debater os temas abordados na revista, a qualidade das matérias
e o que gostariam de ver e ler nas próximas edições. Essa é a dinâmica observada, por
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exemplo, nas comunidades dedicadas as revistas Boa Forma, TPM, Capricho, Bravo e
Atrevida, todas elas criadas por cidadãos que possuem unicamente o vínculo de leitor
com a revista. A segunda maneira de fomentar discussões acerca de publicações no Or-
kut é através de comunidades “moderadas” por atores institucionais, ou seja, comunida-
des onde o conteúdo postado pelo participante é previamente avaliado por um ou mais
membros ligados à revista, é o caso da revistas Época, Caras, Capricho, e Veja, por e-
xemplo.
Identificamos que as redes sociais do primeiro grupo, que podem ser moderadas
ou não, se diferenciam por serem iniciativas espontâneas, de cidadãos comuns, sem in-
teresses comerciais ou de divulgação do produto, no caso, da revista. Ao contrário, estas
redes servem muitas vezes como espaço de críticas severas às revistas. Já o segundo
grupo descrito é caracterizado por redes criadas por atores institucionais, ligados de al-
guma forma à revista e que, portanto, objetivam a divulgação da marca. Ressaltamos
que algumas marcas possuem mais de uma comunidade, obviamente quando criadas
pela instituição existe apenas uma “oficial”. É o caso da revista Veja, por exemplo, que
possuí uma comunidade oficial13
, moderada por um ator institucional, e várias outras14
,
criadas por pessoas e, a maioria, com o objetivo de criticar os conteúdos da publicação.
No Twitter e no Facebook, as páginas de revistas são quase que exclusivamente
dedicadas à divulgação da marca. Temos como exemplos no Twitter as revistas Boa
Forma, Bravo, Capricho, Atrevida, Caras, Criativa Online, Trip, TPM, VIP, Cult, Monet
e Galileu, para citar as mais conhecidas, e no Facebook destacamos as redes criadas pe-
las revistas Capricho, Tu, e Atrevida. As redes do Twitter e do Facebook são utilizadas
para divulgação da marca e do conteúdo e a dinâmica encontrada pelos atores sociais
institucionais para promover a interatividade com os leitores consiste em publicar cha-
madas para as matérias e chamar atenção para os temas, quase sempre disponibilizando
o link direto para página da revista online.
13
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85454789
14
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=786181
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=12156304
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=30548270
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=34512837
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Por fim, observamos também a rede de disponibilização de vídeos Youtube. O
Youtube possibilita aos usuários a criação de canais onde se pode publicar uma série
de vídeos de uma mesma temática ou mesmo uma série de programas, desta maneira, a
rede é utilizada por atores institucionais ligados às revistas para disponibilizar conteú-
dos em vídeo complementares às matérias publicadas nas revistas impressas e online. A
busca no site nos indicou o canal da revista Capricho como uns dos mais visitados pelos
usuários do Youtube. A revista Boa Forma também possui um canal.
Em relação a dinâmica de utilização das redes sociais online, acreditamos que as
estratégias utilizadas pela revista Boa Forma são interessantes para descrever as poten-
cialidades do processo. Cabe destacar que a revista Boa Forma, em sua versão impressa,
tem periodicidade mensal e seu conteúdo trata de assuntos relativos à saúde e a estética
corporal, com um tom fortemente didático, repleto de dicas para a conquista do “corpo
ideal”: programas de malhação, dietas, receitas de mulheres famosas, dicas de compor-
tamento saudável, etc. A versão on-line da Boa Forma tem a mesma proposta editorial
da versão impressa, porém com a preocupação de explorar as potencialidades oferecidas
pela internet.
Boa Forma explora sistematicamente a interação dos leitores com a interface,
mediante enquête, testes e ferramentas de interação pré-definidas (respostas fechadas),
tais como o cálculo do índice de massa corpórea, a partir de dados providos pelo leitor
ou o cálculo de calorias de menus e alimentos. Se utiliza da distribuição multiplatafor-
ma, mediante o envio de newsletters aos leitores cadastrados, e elabora conteúdo para
ser acessado via celular; envia SMS com dicas de dietas. Agrega fóruns de discussão de
pessoas que estão tentando perder peso, onde os leitores falam de suas dificuldades em
alcançar ou manter peso. Alguns canais linkam para o site da UOL, onde se apresentam
programas de TV, vídeos ou bate-papos desse portal.
A Boa Forma tem ainda quatro blogs anunciados na página principal – Blog da
Redação, Blog da Corredora, Malhadora de Carteirinha, O Gostoso da Dieta – e uma
seção que funciona com estrutura de blog – Grávida em Boa Forma. Nos comentários,
as leitoras interpelam diretamente as autoras, pedem e oferecem conselhos, trocam ex-
periências, revelam dificuldades, entre outras práticas que nos fazem crer se tratar de
uma conversa entre amigas confidentes, como exemplificam os comentários no Blog da
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Corredora: “Bruna querida! Vc está com um corpaço! Não de atenção para o que os
outros falam, confie em vc!” postado em 03 de agosto de 2009, ou “Também estou su-
per nervosa, tem uma prova aqui em Piracicaba dia 26/07 e é de 8,6km,será que vou
conseguir??? O bom é que temos umas as outras,né?”, postado em 13 de julho de
2007.
A revista disponibiliza na sua home page os links para os perfis no Orkut, Twit-
ter e Youtube. A comunidade do Orkut linkada na home page é a maior em número de
membros, mas foi criada por uma leitora e não há moderação, nem por isso a revista
deixa de acompanhar as discussões e as críticas. O fato de que a revista está permanen-
temente observando as redes sociais, mesmo as que surgiram espontaneamente, é cons-
tatado quando encontramos intervenções diretas de atores institucionais, que utilizam a
rede social para realizar pesquisas e para produzir conteúdo, como aconteceu em 04 de
agosto de 2009, quando o perfil do orkut de Sandra Ribeiro criou um fórum na comuni-
dade da revista15
, solicitando ajuda das leitoras para responder uma pesquisa sobre “es-
cova progressiva” para matéria que sairia na próxima edição da revista, Sandra assina
como “atendimento ao leitor”.
O conteúdo que ganha destaque nas redes sociais é aproveitado pela revista tanto
no site como também na versão impressa; essa também ganhou uma seção chamada In-
teratividade, que traz o conteúdo do site para revista impressa, e dentro desta seção um
quadro fixo atualiza os leitores da versão impressa sobre os temas mais discutidos pelas
leitoras no Orkut, e muitas vezes atende as sugestões das leitoras que fazem parte da
rede com reportagens, entrevistas e capas nas versões impressa e online. A capa que
trouxe Ivete Sangalo, em abril de 2008 , foi festejada pelas leitoras participantes da co-
munidade do Orkut , pois teria sido um pedido atendido.
No Twitter o perfil foi criado por atores institucionais e a linguagem adotada
personifica a revista. O perfil trata os demais membros da rede como “amigas” ou “me-
ninas” e sugere dicas de emagrecimento, dieta, beleza etc, sempre disponibilizando o
link que leva à matéria da revista online, e também sempre usando a primeira pessoa do
singular como por exemplo: Meninas, não esqueçam que amanhã tem bate-papo, às
15
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=368424&tid=5366103591036539108
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15h, com o Marco Antonio de Biaggi! Ele vai tirar todas as dúvidas!! , postado em 21
de julho.
O canal da Boa Forma no Youtube16
disponibiliza entrevistas, reportagens rela-
cionadas às matérias, making of das matérias e um programa semanal.
Destas redes sociais ligadas à revista Boa Forma surgiu ainda uma série de blogs
de leitoras da revista que postam sobre seu processo individual de emagrecimento. Estes
blogs são “favoritos” uns dos outros, criando assim uma rede que, ainda que indireta-
mente, está ligada à revista. Algumas leitoras-blogueiras deixam explicito o objetivo de
serem vistas pela revista e anseiam estar nas páginas das edições, servindo como exem-
plos para as demais leitoras17
.
A ligação entre revista e redes sociais é, portanto, um processo dinâmico que
notadamente reconfigura os processos de interação entre revista e leitor, entre jornalista
e leitor e ainda entre leitores e outros leitores. Percebemos também a mudança no pro-
cesso de produção de conteúdo das revistas, que precisam não somente dar conta de
preencher de forma interessante as páginas das suas edições online e impressa, mas
também produzir conteúdos que circulem nas redes sociais da internet que obedecem à
dinâmicas distintas (como escrever com o limite de 140 caracteres, o exemplo do Twit-
ter), e ainda estabelecer uma dinâmica de apropriação dos conteúdos em destaque nas
redes sociais, que neste caso funcionam como medidores de audiência.
Embora a versão online da revista Boa Forma trate dos mesmos temas e que al-
gumas matérias da revista Boa Forma impressa possam ser acessadas na íntegra na ver-
são online, não podemos afirmar que o conteúdo das duas seja idêntico. Ao que parece,
a revista atentou para as possibilidades de utilização das potencialidades da internet para
disponibilizar conteúdo multimídia na versão online e aumentar a interação entre o lei-
tor e a interface.
16
http://www.youtube.com/boaforma
17
Exemplos:
http://www.leticialight.blogger.com.br/
http://magranovamente.zip.net/
http://janaembuscadopesoideal.blogspot.com/
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4. Concluindo: ler em rede, uma leitura social
Diz Scalzo que “as revistas cobrem funções culturais mais complexas que a sim-
ples transmissão de notícias. Entretêm, trazem análise, reflexão, concentração e experi-
ência de leitura” (SCALZO, 2004, p. 13). Estas experiências tem mudado com a dispo-
nibilização online.
Há rupturas e continuidades entre a leitura solitária da revista, na solidão do quarto
ou no silêncio do consultório e a leitura em redes digitais. Primeiro, no que se refere ao
texto, e sua estrutura em folhas e páginas de papel, para a experiência á frente do com-
putador. Não só pela postura corporal, e a relação com o espaço (uma mini-notebook ou
um Iphone podem serem lidas na cama, como um caderno ou revista, ou até numa ba-
nheira, se se corre o risco de mergulhar e acabar com eles; mesmo assim, são experiên-
cias diferentes). Clicar sobre um arquivo que simula o designer de uma página (tal co-
mo faz o flip) não é o mesmo que virar uma página de papel, onde os elementos senso-
riais em jogo são outros: o tipo de papel, a gramatura, o brilho, o tipo de encadernação,
o tamanho, o peso... Todavia, há questões de legibilidade. Nem todas as revistas dispo-
nibilizadas na web são de fácil leitura. Muitas parecem destinadas a serem vistas, mas
do que lidas, pois a resolução nem sempre é adequada.
Observa-se, especialmente nas novas gerações, que a leitura não é mais o ato soli-
tário descrito por Chartier (1998) senão o ato por meio do qual incorpora-se na cultura
contemporânea, socializam-se conhecimentos e, mais do que nada, se geram processos
de identificação e identidade, onde o que importa não é o que se lê senão quem e como
se lê, e que relações sociais geram-se a partir dessa leitura (HIDALGO, 2009). As revis-
tas operam com a segmentação, com informações de nível mais pessoal, e oferecem as-
suntos que se tornam presentes na vida dos leitores e que são compartilhados ou reco-
nhecidos, isto é, temas que participam da composição dos processos identitários, de ex-
pectativas e anseios que são parte da vida deste público (TAVARES, 2007).
Tentamos compreender o lugar das revistas web à luz do papel que as mídias digi-
tais jogam na vida das novas gerações, onde ler é estar conectados com os outros e com
uma série complexa de dispositivos; onde só se lê o que é gostoso de ler, considerado
importante e interessante. Ainda, se mediante a incorporação nem é necessário ir para o
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próprio site da publicação (como no caso do Issuu) já que o produto pode ser incluído
em qualquer blog, website ou página de internet, como entender os processos de leitura,
como compreender os processos cognitivos, interpretativos e de sentido deflagrados nos
usuários quando os contextos de leitura são tão diferentes? Sabemos que não é o mesmo
ler um texto em uma revista semanal que ler o mesmo texto em um blog. O sentido
construído depende de fatores que não estão apenas no leitor e no texto, mas no contex-
to de produção desse material, no projeto editorial e intelectual dos autores, da trajetória
do meio.
Enfim, como descreve Hidalgo, referindo-se à relação com as mídias digitais,
La Alejandría digital estará en la palma de la mano. Junto a nuestro perfil y
nuestro patrón de navegación-lectura estarán nuestros contactos, nuestras re-
comendaciones, emociones y todo lo que deriva de la lectura. La diferencia
del papel revolución a la pantalla digital, es que ahora todos sabrán qué es lo
que nos hace llorar. El habla como experiencia instantánea y satisfacción
inmediata es el corazón de la socialización web. Leer, en esa modalidad, se-
rá la modalidad digital de las charlas de café (HIDALGO, 2009ª).
A cultura contemporânea da convergência, onde Jenkins localiza a circulação de
conteúdos e a busca de conexões entre em meio a conteúdos mediáticos dispersos como
sua marca fundamental, nos faz pensar nas reflexões de Chartier (1998, p.73) sobre as
relações entre fluxo e estoque. Na cultura digital é o fluxo, são as modalidades diferen-
tes de difusão que modificam o estoque. Quiçá os autores da era multimídia sejam go-
vernados, não mais pela tirania das formas das revistas tradicionais mas, no próprio pro-
cesso da criação, pela pluralidade das formas de apresentação do conteúdo permitida
pelo suporte eletrônico. É a própria noção de texto que é transformada e que carrega,
desde o momento do processo de criação, os rastros dos usos e interpetações permitidos
pelas suas diferentes formas.
A geração multimídia, como a chama Morduchowicz (2008) e multitarefas não
trocou a TV nem o rádio pelo computador; ao contrário, usam todos os meios disponí-
veis em forma simultânea. Os mídias online geram novas formas de sociabilidade juve-
nil e não anulam sua vida social. Não há relação direta entre acesso e uso dos meios:
livros disponíveis em casa não são lidos e computadores com internet ausentes em mui-
tos lares não impedem o uso contínuo em locais fora de casa, como lan houses ou esco-
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las. O consumo juvenil serve para pensar, como diz Canclini (1999) para se integrar,
para ser e estar no mundo. Isto significa consumir os mesmos produtos, as mesmas mú-
sicas, os mesmos filmes, os mesmos seriados, as mesmas HQ’s, as mesmas revistas. Os
mesmos sites nos mesmos e em diferentes dispositivos, plataformas, aparelhos. E não só
ler, como publicar, criticar, propor, se organizar, serem ouvidos, e as revistas sabem
que não ficam fora desta lógica.
Referências
BOYD, D. M.; ELLISON, N. B. Social Network Sites: Definition, History and Scholarship.
Journal of Computer-Mediated Communication, ed.13, 2007.p. 210-230. Disponível em
http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/117979376/PDFSTART Acessado
em 27.7.2009.
CANCLINI, Nestor García. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globaliza-
ção. RJ: Editora UFRJ, 1999.
CHARTIER, R. A aventura do livro, do leitor ao navegador. Conversações com Jean Lebrun.
S.Paulo: Unesp, 1999 [1997], p.75-155.
COBO ROMANI, C., y H. PARDO KUKLINSKI (2007): Planeta Web 2.0. Inteligencia colec-
tiva o medios fast food. Barcelona, México D. F.: Grup de Recerca d’Interaccions Digitals, U-
niversitat de Vic, FLAC SO México. Disponível em www.planetaweb2.net [acessado em
29.9.2007].
HIDALGO TOLEDO, Jorge Alberto. Preguntas de código abierto en espera de respuestas
sociales. Disponível em:
http://www.facebook.com/note.php?created&&suggest&note_id=129603300139 Aces-
sado em 29/7/2009.
HIDALGO TOLEDO, Jorge Alberto. El dilema de la dimensión antropológica de la Indus-
tria del Entretenimiento. Disponível em
http://www.facebook.com/note.php?note_id=127507550139&ref=mf Acessado em
29/07/2009a.
JENKINS, H. Cultura da convergência. Editora Aleph, 2008.
MACHADO, Elias. Sistemas de Circulação no Ciberjornalismo. ECO-PÓS- v.11, n.2, agosto-
dezembro 2008, pp.21-37. Disponível em www. http://www.pos.eco.ufrj.br/ojs-
2.2.2/index.php/revista/article/view/122/124 Acessado em 29/07/2009.
MORDUCHOWICZ, Roxana. La Generación Multimedia: significados, consumos y
prácticas culturales de los jóvenes. Buenos Aires, Argentina: Paidós, 2008.
O’REILLY, Tim. (2005). What Is Web 2.0. Design Patterns and Business Models for the Next
Generationof Software. Disponível em http://oreilly.com/web2/archive/what-is-web-
20.html Acessado em 07/07/2009.
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo
VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009
::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. (Coleção Ciber-
cultura) 191p. Disponível em http://www.redessociais.net/ Acessado em 26.7.2009.
SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2004.
TAVARES, Frederico de Mello Brandão. Percursos entre o Jornalismo e o Jornalismo Especia-
lizado. VIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Sul – Passo Fun-
do – RS, 2005. Disponível em
http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2007/resumos/R0648-1.pdf Acessado em
29/7/2009.

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Revistas online, redes sociais e leitura

  • 1. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Revistas online, redes sociais e leitura Graciela Natansohn 1 Cíntia Guedes 2 Samuel Barros3 Resumo: O artigo visa refletir sobre os desafios de definir revista em tempos de web 2.0, e co- mo estas publicações se inserem nas redes sociais. Analisar as transformações da leitura de re- vistas na web, de como o consumo e a recepção de mídias precisam se prover de novos concei- tos para compreender as formas contemporâneas de ser e participar da cultura da convergência, (Jenkins, 2008), e as formas específicas que as revistas adquirem para se adequar estas novas configurações. Palavras-chave: jornalismo de revista; leitura online; comunidades online. 1. Introdução Desde que O Cruzeiro apareceu, em 1928, as revistas não param de surpreender. Considerada a primeira grande revista brasileira, fez da imagem (ilustrações, fotos, la- yout) o objeto de desejo quase que voyeurístico para todas as gerações de leitores. Feita para ser olhada e apreciada, mais do que lida, desde aquela época as revistas vêm acom- panhando rapidamente as mudanças culturais, sociais e tecnológicas. No final do século XX, quando o jornalismo chegou nas redes digitais, elas também se trasladaram ao cibe- 1 Jornalista, mestre e doutora em Comunicação, docente do Programa de Pós-graduação em Co- municação e Cultura Contemporâneas daFacom/UFBA. E-mail: graciela71@gmail.com 2 Aluna do curso de Produção Cultural e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: cintiague- des7@gmail.com 3 Aluno do curso de Jornalismo e bolsista Pibic Facom/UFBA. E-mail: samu- el.barros77@gmail.com
  • 2. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: respaço, se recriaram e transformaram a tal ponto que a pergunta sobre o que é, hoje, uma revista no ambiente web, não é nada fácil de responder. Conhecidas, no mundo anglo-saxão, como e-zines, webzines, cyberzines, hyperzi- nes, ou magazines online, no Brasil, como não há uma terminologia específica, elas continuam a ser chamadas de revistas online ou webrevistas. Sejam projetos empresari- ais, alternativos ou de auto-publicação, o que estas publicações trazem são formas muito mais sofisticada em termos estéticos e de linguagem, ao incorporar praticamente todas as ferramentas disponíveis no mundo digital. Assim como os jornais, as revistas passa- ram por etapas diferentes até identificar e aproveitar as potencialidades e peculiaridades do ciberespaço e hoje praticamente todas as revistas que circulam em papel têm seus correlatos na web, com diferentes formatos e propostas, com versões mais ou menos similares às impressas. Entretanto, a publicação digital está alcançando autonomia e muitas tem existência apenas no ciberespaço. Daí, decorrem algumas das dificuldades de definir claramente uma revista, diferenciando-a de um site de reportagens, por exem- plo. Território da criatividade por excelência, softwares para produção, edição, distri- buição e leitura online aparecem sem parar. Os modelos de negócio das revistas comer- ciais também está, aos poucos, mudando, passando-se a usar a web como plataforma gratuita de distribuição, tal como tem feito no ultimo ano a revista Veja, que disponibi- lizou todo seu acervo digitalizado ( http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx). Do ponto de vista dos formatos, diversas tecnologias são utilizadas para a coloca- ção online de revistas. Além de sites em html, formatos tais como PDF e softwares co- mo o Flash estão em permanente renovação para permitir a disponibilização de revistas mais interativas. No Brasil, podem acessar-se dessa forma revistas especializadas em design, foto- grafia, HQ, cinema e arte, tal como a Woof!4 , Kino5 , Ilustre!6 , Cadernos de Tipografia7 e Soma8 . No país algumas poucas revistas se distribuem em versão impressa e online 4 www.woofmagazine.net 5 www.revistakino.com/portugues/outras_edicoes.html 6 www.fav.ufg.br/ilustre 7 http://tipografos.net/cadernos/ 8 www.maissoma.com
  • 3. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: (idênticas). Do Vale do Paraíba, a 180MAG9 é uma revista de consumo com 20.000 e- xemplares impressos e distribuição também gratuita em PDF. Tecnologia como a do flip page foi criada para simular o folheio de revistas. É um avanço que, associada ao formato PDF, permite que a experiência de leitura no computador de réplicas de revistas impressas se aproxime da experiência “real”. Esse recurso é possível por meio do uso da tecnologia Flash. Alguns dos compartilhadores de revistas online (por exemplo, ver www.issuu.com) utiliza um tipo de tecnologia que converte automaticamente o arquivo PDF enviado pelo usuário, para um arquivo em Flash. O carregamento da revista se dá em “fluxo contínuo”, isto é, o conteúdo vai sendo carregado na medida em que o usuário lê e folheia. Nos últimos anos, o uso do Flash para publicação de revistas online tem superado o simples folheio. O Flash é uma tecnologia criada para desenvolvimento de animações e algumas dessas revistas tem utilizado a tecnologia Flash para criar revistas interativas e multimidiáticas. No Brasil, existem pelo menos duas empresas oferecendo serviços de publicação de revistas digitais em Flash e com flip page. A ContentStuff10 oferece o si- tema CViewer. A FutureWay, com seu DigitalPages11 , atende à editora Abril, por e- xemplo. A Meio Digital12 foi a primeira revista brasileira gratuita a usar flash com ani- mações. Estas revistas, citadas acima apenas como exemplos de como cada vez mais as re- vistas incorporam a multimedialidade, a hipertextualidade, a memória. Todas elas con- servam o formato de revista impressa trasladada, via imagem metafórica, à web. Mas também existe a possibilidade de incorporar o conhecimento coletivo e a colaboração de fãs e leitores, em diferentes graus e temas, como veremos. Neste sentido, é válida distinção realizada por Machado (2008) entre sistemas de circulação ou de distribuição de notícias que, se bem refere-se aos jornais, é válida tam- bém para o jornalismo praticado em revistas. Os primeiros são centralizados e limitam- se à entrega de informações ao consumidor final, como é o caso das revistas distribuídas em PDF. Os segundos não tem hierarquias rígidas e são descentralizados e participati- 9 http://www.180mag.com.br/ 10 www.contentstuff.com/ 11 www.digitalpages.com.br/ 12 www.meioemensagem.com.br/revista_meio_digital/
  • 4. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: vos, com sistemas ancorados em tecnologias dinâmicas e descentralizadas, típicas do hiperespaço e tiram proveito dos recursos da web 2.0, que descreveremos. O que adver- te Machado é que a escolha de um ou outro sistema não depende apenas da tecnologia, mas do tipo de gestão e de relação que se pretende entre produtores e leitores. 2. Revistas na Web 2.0 e na cultura da convergência A circulação de conteúdos jornalísticos através de diferentes sistemas midiáticos, diferentes dispositivos, a participação ativa do público e o comportamento não previsí- vel dos leitores são os fenômenos com os quais o jornalismo atual tem que lidar. Estes novos processos envolvem tecnologias e questões culturais e comportamentais dos pú- blicos, hoje tidos como ativos participantes na criação, difusão, e consumo de produtos culturais. Nos apropriamos da noção de “convergência cultural” de Jenkins (2008), no senti- do de que, mais do que a concentração de conteúdos num aparelho técnico, convergên- cia significa fluxo, circulação, movimento de dados, informações e pessoas, em busca de experiências de entretenimento e informação, possibilitado pelos processos de digita- lização, em múltiplos suportes. Do ponto de vista cultural, a convergência estimula também o fluxo informal e não autorizado de informação, a cooperação entre múltiplos atores sociais e a emergên- cia de uma cultura participativa, onde o alternativo e o comercial se misturam. Também expressa-se na distribuição de conteúdos através de diversos suportes, no uso cotidiano de tecnologias digitais de distribuição (CD´s, arquivos MP3, podcast, celular, computa- dor, palm, TV, internet), na maior familiaridade com novos tipos de interação social que essas tecnologias permitem, e no domínio mais pleno das habilidades conceituais que os consumidores desenvolveram (JENKINS, 2008; RECUERO, 2006). A interação social propiciada pelas revistas impressas, quando transladadas ao ci- berespaço, potencializa-se, gerando processos comunicacionais peculiares, que vão a- lém da leitura, avançando para a autonomia do campo da recepção, até a colaboração e a interação horizontal entre produtores e leitores. O fenômeno da convergência tecnológi- ca e cultural além de permitir a produção e distribuição de material jornalístico em vá- rias plataformas e suportes multimediáticos (vídeos, textos, áudio, etc.) propicia várias
  • 5. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: formas (simultâneas) de consumo e de agregação social, gerando novos protocolos de participação e práticas culturais. Comunidades digitais tais como Orkut, Twitter, Face- book, HI5, Myspace, Flickr e aplicativos como fotologs e blogs são o cenário propicio para estudar as interações entre revistas e redes sociais e são pontos de partida (e de chegada) de grupos que se agregam em torno de marcas de revistas, criticando, propon- do pautas, contestando conteúdos, discutindo desenho e softwares. Funcionam como “comunidades de marcas” ou como “comunidades de conhecimento” (JENKINS, 2008). É no ambiente de convergência cultural que se produzem modos de consumo co- munitário, que se manifestam na criação de comunidades digitais específicas. Em al- guns casos, esses espaços são parte das estratégias corporativas para assegurar o envol- vimento dos leitores com os produtos. Contudo, os públicos podem construir suas pró- prias ferramentas interativas ou usar as oferecidas para objetivos desviados dos interes- ses dos produtores. Justamente, como o desenho da interface de uma revista pode mode- lar a interação, impor restrições ou ampliar horizontes de intervenção do usuário no produto, as comunidades de leitores vem compensar expectativas de diálogo não satis- feitas pelos produtos. Podemos afirmar que as revistas estão começando a se apropriar das potencialida- des da web 2.0 no que se refere a alguns dos princípios definidos por Cobo Romani e Pardo Kuklinski (2007): a) na criação de redes sociais ao redor dos produtos; b) na ge- ração de conteúdos por parte dos usuários, c) na classificação e organização da informa- ção, indexando e sindicando conteúdos, d) usando várias aplicações e serviços (ma- shups) e e) no uso da web como plataforma. O termo web 2.0 foi popularizado por O’Reilly (2005) quem descreve suas princi- pais traços: o uso da World Wide Web como plataforma de trabalho, o fortalecimento da inteligência coletiva; a gestão das bases de dados, os modelos de programação mais leves e simples, os softwares multi-dispositivos e a experiência do usuário como ali- mentação enriquecedora. Obviamente, nem todas as revistas contemporâneas apresentam estas característi- cas. O que observamos é uma tendência para o enriquecimento das experiências dos lei- tores/usuários/produtores, verdadeiros “prosumers”. O que parece estar em curso é a transformação dos atuais modelos de negócios (de distribuição fechada, paga) , para um
  • 6. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: modelo que integre a tecnologia, o princípio de comunidade e o negócio (O´REILLY, 2005). 3. Revistas e redes sociais A idéia de rede social nas relações mediadas por computador entra em evidência com o surgimento e a explosão dos chamados social network sites (SNSs) (BOYD e ELLISON, 2008, p. 210). A emergência desta nova dinâmica de organização online é apontada como o grande diferencial da web 2.0. Boyd e Ellison (2008) descrevem os social network sites como: (…) web-based services that allow individuals to (1) construct a public or semi-public profile within a bounded system, (2) articulate a list of other us- ers with whom they share a connection, and (3) view and traverse their list of connections and those made by others within the system. The nature and nomenclature of these connections may vary from site to site (BOYD E EL- LISON, 2008, p. 211) A análise das redes sociais na internet vale “não somente como expressões de re- des sociais offline mas como complexificações destas mesmas.” (RECUERO, 2009, p.16). Vale lembrar que o conceito de redes sociais é bastante discutido. Boyd e Ellison (2008) diferenciam dois tipos de redes. A primeira caracteriza-se pela ênfase na relação entre pessoas, sendo a disponibilização de conteúdo apenas uma conseqüência destas relações. Estes são os sites mais próximos à idéia de “site de relacionamentos”, como por exemplo Orkut e Facebook. A segunda categoria de sites são os que possuem como característica principal a possibilidade de disponibilizar conteúdo, como o Youtube e o Flickr. Boyd e Ellison diferenciam estas categorias denominando-as como Social Net- working e Social Network respectivamente (ibid, p.211). Ao realizar uma preliminar observação das redes sociais ligadas à revistas na in- ternet, encontramos algumas características que desde já nos parece importante ressal- tar. No Orkut encontramos dois tipos de comunidades, a primeira tem por objetivo ini- cial reunir leitores para debater os temas abordados na revista, a qualidade das matérias e o que gostariam de ver e ler nas próximas edições. Essa é a dinâmica observada, por
  • 7. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: exemplo, nas comunidades dedicadas as revistas Boa Forma, TPM, Capricho, Bravo e Atrevida, todas elas criadas por cidadãos que possuem unicamente o vínculo de leitor com a revista. A segunda maneira de fomentar discussões acerca de publicações no Or- kut é através de comunidades “moderadas” por atores institucionais, ou seja, comunida- des onde o conteúdo postado pelo participante é previamente avaliado por um ou mais membros ligados à revista, é o caso da revistas Época, Caras, Capricho, e Veja, por e- xemplo. Identificamos que as redes sociais do primeiro grupo, que podem ser moderadas ou não, se diferenciam por serem iniciativas espontâneas, de cidadãos comuns, sem in- teresses comerciais ou de divulgação do produto, no caso, da revista. Ao contrário, estas redes servem muitas vezes como espaço de críticas severas às revistas. Já o segundo grupo descrito é caracterizado por redes criadas por atores institucionais, ligados de al- guma forma à revista e que, portanto, objetivam a divulgação da marca. Ressaltamos que algumas marcas possuem mais de uma comunidade, obviamente quando criadas pela instituição existe apenas uma “oficial”. É o caso da revista Veja, por exemplo, que possuí uma comunidade oficial13 , moderada por um ator institucional, e várias outras14 , criadas por pessoas e, a maioria, com o objetivo de criticar os conteúdos da publicação. No Twitter e no Facebook, as páginas de revistas são quase que exclusivamente dedicadas à divulgação da marca. Temos como exemplos no Twitter as revistas Boa Forma, Bravo, Capricho, Atrevida, Caras, Criativa Online, Trip, TPM, VIP, Cult, Monet e Galileu, para citar as mais conhecidas, e no Facebook destacamos as redes criadas pe- las revistas Capricho, Tu, e Atrevida. As redes do Twitter e do Facebook são utilizadas para divulgação da marca e do conteúdo e a dinâmica encontrada pelos atores sociais institucionais para promover a interatividade com os leitores consiste em publicar cha- madas para as matérias e chamar atenção para os temas, quase sempre disponibilizando o link direto para página da revista online. 13 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85454789 14 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=786181 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=12156304 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=30548270 http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=34512837
  • 8. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Por fim, observamos também a rede de disponibilização de vídeos Youtube. O Youtube possibilita aos usuários a criação de canais onde se pode publicar uma série de vídeos de uma mesma temática ou mesmo uma série de programas, desta maneira, a rede é utilizada por atores institucionais ligados às revistas para disponibilizar conteú- dos em vídeo complementares às matérias publicadas nas revistas impressas e online. A busca no site nos indicou o canal da revista Capricho como uns dos mais visitados pelos usuários do Youtube. A revista Boa Forma também possui um canal. Em relação a dinâmica de utilização das redes sociais online, acreditamos que as estratégias utilizadas pela revista Boa Forma são interessantes para descrever as poten- cialidades do processo. Cabe destacar que a revista Boa Forma, em sua versão impressa, tem periodicidade mensal e seu conteúdo trata de assuntos relativos à saúde e a estética corporal, com um tom fortemente didático, repleto de dicas para a conquista do “corpo ideal”: programas de malhação, dietas, receitas de mulheres famosas, dicas de compor- tamento saudável, etc. A versão on-line da Boa Forma tem a mesma proposta editorial da versão impressa, porém com a preocupação de explorar as potencialidades oferecidas pela internet. Boa Forma explora sistematicamente a interação dos leitores com a interface, mediante enquête, testes e ferramentas de interação pré-definidas (respostas fechadas), tais como o cálculo do índice de massa corpórea, a partir de dados providos pelo leitor ou o cálculo de calorias de menus e alimentos. Se utiliza da distribuição multiplatafor- ma, mediante o envio de newsletters aos leitores cadastrados, e elabora conteúdo para ser acessado via celular; envia SMS com dicas de dietas. Agrega fóruns de discussão de pessoas que estão tentando perder peso, onde os leitores falam de suas dificuldades em alcançar ou manter peso. Alguns canais linkam para o site da UOL, onde se apresentam programas de TV, vídeos ou bate-papos desse portal. A Boa Forma tem ainda quatro blogs anunciados na página principal – Blog da Redação, Blog da Corredora, Malhadora de Carteirinha, O Gostoso da Dieta – e uma seção que funciona com estrutura de blog – Grávida em Boa Forma. Nos comentários, as leitoras interpelam diretamente as autoras, pedem e oferecem conselhos, trocam ex- periências, revelam dificuldades, entre outras práticas que nos fazem crer se tratar de uma conversa entre amigas confidentes, como exemplificam os comentários no Blog da
  • 9. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: Corredora: “Bruna querida! Vc está com um corpaço! Não de atenção para o que os outros falam, confie em vc!” postado em 03 de agosto de 2009, ou “Também estou su- per nervosa, tem uma prova aqui em Piracicaba dia 26/07 e é de 8,6km,será que vou conseguir??? O bom é que temos umas as outras,né?”, postado em 13 de julho de 2007. A revista disponibiliza na sua home page os links para os perfis no Orkut, Twit- ter e Youtube. A comunidade do Orkut linkada na home page é a maior em número de membros, mas foi criada por uma leitora e não há moderação, nem por isso a revista deixa de acompanhar as discussões e as críticas. O fato de que a revista está permanen- temente observando as redes sociais, mesmo as que surgiram espontaneamente, é cons- tatado quando encontramos intervenções diretas de atores institucionais, que utilizam a rede social para realizar pesquisas e para produzir conteúdo, como aconteceu em 04 de agosto de 2009, quando o perfil do orkut de Sandra Ribeiro criou um fórum na comuni- dade da revista15 , solicitando ajuda das leitoras para responder uma pesquisa sobre “es- cova progressiva” para matéria que sairia na próxima edição da revista, Sandra assina como “atendimento ao leitor”. O conteúdo que ganha destaque nas redes sociais é aproveitado pela revista tanto no site como também na versão impressa; essa também ganhou uma seção chamada In- teratividade, que traz o conteúdo do site para revista impressa, e dentro desta seção um quadro fixo atualiza os leitores da versão impressa sobre os temas mais discutidos pelas leitoras no Orkut, e muitas vezes atende as sugestões das leitoras que fazem parte da rede com reportagens, entrevistas e capas nas versões impressa e online. A capa que trouxe Ivete Sangalo, em abril de 2008 , foi festejada pelas leitoras participantes da co- munidade do Orkut , pois teria sido um pedido atendido. No Twitter o perfil foi criado por atores institucionais e a linguagem adotada personifica a revista. O perfil trata os demais membros da rede como “amigas” ou “me- ninas” e sugere dicas de emagrecimento, dieta, beleza etc, sempre disponibilizando o link que leva à matéria da revista online, e também sempre usando a primeira pessoa do singular como por exemplo: Meninas, não esqueçam que amanhã tem bate-papo, às 15 http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=368424&tid=5366103591036539108
  • 10. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 15h, com o Marco Antonio de Biaggi! Ele vai tirar todas as dúvidas!! , postado em 21 de julho. O canal da Boa Forma no Youtube16 disponibiliza entrevistas, reportagens rela- cionadas às matérias, making of das matérias e um programa semanal. Destas redes sociais ligadas à revista Boa Forma surgiu ainda uma série de blogs de leitoras da revista que postam sobre seu processo individual de emagrecimento. Estes blogs são “favoritos” uns dos outros, criando assim uma rede que, ainda que indireta- mente, está ligada à revista. Algumas leitoras-blogueiras deixam explicito o objetivo de serem vistas pela revista e anseiam estar nas páginas das edições, servindo como exem- plos para as demais leitoras17 . A ligação entre revista e redes sociais é, portanto, um processo dinâmico que notadamente reconfigura os processos de interação entre revista e leitor, entre jornalista e leitor e ainda entre leitores e outros leitores. Percebemos também a mudança no pro- cesso de produção de conteúdo das revistas, que precisam não somente dar conta de preencher de forma interessante as páginas das suas edições online e impressa, mas também produzir conteúdos que circulem nas redes sociais da internet que obedecem à dinâmicas distintas (como escrever com o limite de 140 caracteres, o exemplo do Twit- ter), e ainda estabelecer uma dinâmica de apropriação dos conteúdos em destaque nas redes sociais, que neste caso funcionam como medidores de audiência. Embora a versão online da revista Boa Forma trate dos mesmos temas e que al- gumas matérias da revista Boa Forma impressa possam ser acessadas na íntegra na ver- são online, não podemos afirmar que o conteúdo das duas seja idêntico. Ao que parece, a revista atentou para as possibilidades de utilização das potencialidades da internet para disponibilizar conteúdo multimídia na versão online e aumentar a interação entre o lei- tor e a interface. 16 http://www.youtube.com/boaforma 17 Exemplos: http://www.leticialight.blogger.com.br/ http://magranovamente.zip.net/ http://janaembuscadopesoideal.blogspot.com/
  • 11. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: 4. Concluindo: ler em rede, uma leitura social Diz Scalzo que “as revistas cobrem funções culturais mais complexas que a sim- ples transmissão de notícias. Entretêm, trazem análise, reflexão, concentração e experi- ência de leitura” (SCALZO, 2004, p. 13). Estas experiências tem mudado com a dispo- nibilização online. Há rupturas e continuidades entre a leitura solitária da revista, na solidão do quarto ou no silêncio do consultório e a leitura em redes digitais. Primeiro, no que se refere ao texto, e sua estrutura em folhas e páginas de papel, para a experiência á frente do com- putador. Não só pela postura corporal, e a relação com o espaço (uma mini-notebook ou um Iphone podem serem lidas na cama, como um caderno ou revista, ou até numa ba- nheira, se se corre o risco de mergulhar e acabar com eles; mesmo assim, são experiên- cias diferentes). Clicar sobre um arquivo que simula o designer de uma página (tal co- mo faz o flip) não é o mesmo que virar uma página de papel, onde os elementos senso- riais em jogo são outros: o tipo de papel, a gramatura, o brilho, o tipo de encadernação, o tamanho, o peso... Todavia, há questões de legibilidade. Nem todas as revistas dispo- nibilizadas na web são de fácil leitura. Muitas parecem destinadas a serem vistas, mas do que lidas, pois a resolução nem sempre é adequada. Observa-se, especialmente nas novas gerações, que a leitura não é mais o ato soli- tário descrito por Chartier (1998) senão o ato por meio do qual incorpora-se na cultura contemporânea, socializam-se conhecimentos e, mais do que nada, se geram processos de identificação e identidade, onde o que importa não é o que se lê senão quem e como se lê, e que relações sociais geram-se a partir dessa leitura (HIDALGO, 2009). As revis- tas operam com a segmentação, com informações de nível mais pessoal, e oferecem as- suntos que se tornam presentes na vida dos leitores e que são compartilhados ou reco- nhecidos, isto é, temas que participam da composição dos processos identitários, de ex- pectativas e anseios que são parte da vida deste público (TAVARES, 2007). Tentamos compreender o lugar das revistas web à luz do papel que as mídias digi- tais jogam na vida das novas gerações, onde ler é estar conectados com os outros e com uma série complexa de dispositivos; onde só se lê o que é gostoso de ler, considerado importante e interessante. Ainda, se mediante a incorporação nem é necessário ir para o
  • 12. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: próprio site da publicação (como no caso do Issuu) já que o produto pode ser incluído em qualquer blog, website ou página de internet, como entender os processos de leitura, como compreender os processos cognitivos, interpretativos e de sentido deflagrados nos usuários quando os contextos de leitura são tão diferentes? Sabemos que não é o mesmo ler um texto em uma revista semanal que ler o mesmo texto em um blog. O sentido construído depende de fatores que não estão apenas no leitor e no texto, mas no contex- to de produção desse material, no projeto editorial e intelectual dos autores, da trajetória do meio. Enfim, como descreve Hidalgo, referindo-se à relação com as mídias digitais, La Alejandría digital estará en la palma de la mano. Junto a nuestro perfil y nuestro patrón de navegación-lectura estarán nuestros contactos, nuestras re- comendaciones, emociones y todo lo que deriva de la lectura. La diferencia del papel revolución a la pantalla digital, es que ahora todos sabrán qué es lo que nos hace llorar. El habla como experiencia instantánea y satisfacción inmediata es el corazón de la socialización web. Leer, en esa modalidad, se- rá la modalidad digital de las charlas de café (HIDALGO, 2009ª). A cultura contemporânea da convergência, onde Jenkins localiza a circulação de conteúdos e a busca de conexões entre em meio a conteúdos mediáticos dispersos como sua marca fundamental, nos faz pensar nas reflexões de Chartier (1998, p.73) sobre as relações entre fluxo e estoque. Na cultura digital é o fluxo, são as modalidades diferen- tes de difusão que modificam o estoque. Quiçá os autores da era multimídia sejam go- vernados, não mais pela tirania das formas das revistas tradicionais mas, no próprio pro- cesso da criação, pela pluralidade das formas de apresentação do conteúdo permitida pelo suporte eletrônico. É a própria noção de texto que é transformada e que carrega, desde o momento do processo de criação, os rastros dos usos e interpetações permitidos pelas suas diferentes formas. A geração multimídia, como a chama Morduchowicz (2008) e multitarefas não trocou a TV nem o rádio pelo computador; ao contrário, usam todos os meios disponí- veis em forma simultânea. Os mídias online geram novas formas de sociabilidade juve- nil e não anulam sua vida social. Não há relação direta entre acesso e uso dos meios: livros disponíveis em casa não são lidos e computadores com internet ausentes em mui- tos lares não impedem o uso contínuo em locais fora de casa, como lan houses ou esco-
  • 13. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: las. O consumo juvenil serve para pensar, como diz Canclini (1999) para se integrar, para ser e estar no mundo. Isto significa consumir os mesmos produtos, as mesmas mú- sicas, os mesmos filmes, os mesmos seriados, as mesmas HQ’s, as mesmas revistas. Os mesmos sites nos mesmos e em diferentes dispositivos, plataformas, aparelhos. E não só ler, como publicar, criticar, propor, se organizar, serem ouvidos, e as revistas sabem que não ficam fora desta lógica. Referências BOYD, D. M.; ELLISON, N. B. Social Network Sites: Definition, History and Scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, ed.13, 2007.p. 210-230. Disponível em http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/117979376/PDFSTART Acessado em 27.7.2009. CANCLINI, Nestor García. Consumidores e cidadãos. Conflitos multiculturais da globaliza- ção. RJ: Editora UFRJ, 1999. CHARTIER, R. A aventura do livro, do leitor ao navegador. Conversações com Jean Lebrun. S.Paulo: Unesp, 1999 [1997], p.75-155. COBO ROMANI, C., y H. PARDO KUKLINSKI (2007): Planeta Web 2.0. Inteligencia colec- tiva o medios fast food. Barcelona, México D. F.: Grup de Recerca d’Interaccions Digitals, U- niversitat de Vic, FLAC SO México. Disponível em www.planetaweb2.net [acessado em 29.9.2007]. HIDALGO TOLEDO, Jorge Alberto. Preguntas de código abierto en espera de respuestas sociales. Disponível em: http://www.facebook.com/note.php?created&&suggest&note_id=129603300139 Aces- sado em 29/7/2009. HIDALGO TOLEDO, Jorge Alberto. El dilema de la dimensión antropológica de la Indus- tria del Entretenimiento. Disponível em http://www.facebook.com/note.php?note_id=127507550139&ref=mf Acessado em 29/07/2009a. JENKINS, H. Cultura da convergência. Editora Aleph, 2008. MACHADO, Elias. Sistemas de Circulação no Ciberjornalismo. ECO-PÓS- v.11, n.2, agosto- dezembro 2008, pp.21-37. Disponível em www. http://www.pos.eco.ufrj.br/ojs- 2.2.2/index.php/revista/article/view/122/124 Acessado em 29/07/2009. MORDUCHOWICZ, Roxana. La Generación Multimedia: significados, consumos y prácticas culturales de los jóvenes. Buenos Aires, Argentina: Paidós, 2008. O’REILLY, Tim. (2005). What Is Web 2.0. Design Patterns and Business Models for the Next Generationof Software. Disponível em http://oreilly.com/web2/archive/what-is-web- 20.html Acessado em 07/07/2009.
  • 14. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo USP (Universidade de São Paulo), novembro de 2009 :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. (Coleção Ciber- cultura) 191p. Disponível em http://www.redessociais.net/ Acessado em 26.7.2009. SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2004. TAVARES, Frederico de Mello Brandão. Percursos entre o Jornalismo e o Jornalismo Especia- lizado. VIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Sul – Passo Fun- do – RS, 2005. Disponível em http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2007/resumos/R0648-1.pdf Acessado em 29/7/2009.