O documento discute a Quarta Revolução Industrial e seu impacto na sociedade e no ser humano. Em três frases, o documento aborda: 1) A Quarta Revolução Industrial trará transformações rápidas e profundas na maneira como vivemos e nos relacionamos impulsionadas por novas tecnologias; 2) Essas mudanças irão desafiar noções sobre o que significa ser humano à medida que a inteligência artificial supere a inteligência humana; 3) Há um debate sobre como regular a inovação tecnológica de forma a
2. Paraninfo
(cf. Houaiss)
• paraninfo. s.m. (1624-1649)
1. entre os gregos antigos, amigo do noivo que ia com
este buscar a noiva
2. obsl. padrinho de um batismo, de um casamento, de um
duelo etc.
3. aquele que acompanhava o doutorando a receber o
capelo; padrinho (...)
• ETIM gr. paránumphos, ou, s.f. e s.m. “dama de honra ou
pajem da noiva”.
3. A 4a. Revolução Industrial?
(Klaus Schwab, WEF 2016)
• “Estamos à beira de uma revolução tecnológica que
irá alterar fundamentalmente a maneira como vivemos,
trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala,
escopo e complexidade, a transformação será
diferente de tudo que a humanidade já experimentou
antes. Ainda não sabemos exatamente como isso vai
se desenrolar, mas uma coisa é certa: a resposta a ela
deve ser integrada e abrangente, envolvendo todas as
partes interessadas da política mundial, dos setores
público e privado passando pela academia e pela
sociedade civil.”
4. As Quatro Revoluções
(Klaus Schwab)
• 1784: máquinas a vapor, hidráulicas, e equipamentos
de produção mecânica
• 1870: divisão do trabalho, eletricidade, produção em
massa
• 1969: eletrônica, tecnologia da informação, produção
automatizada
• ?: sistemas ciber-físicos
5. A 4a. Revolução Industrial
• “Há três razões pelas quais transformações de hoje não
representam apenas um prolongamento da Terceira
Revolução Industrial, mas sim a chegada de uma
quarta e bem distinta: a velocidade, o alcance e o
impacto dos sistemas. A velocidade dos avanços atuais
não tem precedente histórico. Quando comparada com
as revoluções industriais anteriores, a Quarta está
evoluindo a um ritmo exponencial em vez de um ritmo
linear. Além disso, está “disrompendo” quase todos os
setores em cada país. E a amplitude e a profundidade
dessas mudanças anunciam a transformação de
sistemas inteiros de produção, gestão e governança.”
6. Tecnologia e o Ser Humano
(Angela Hobbs, WEF 2016)
• “As novas tecnologias vão mudar a nossa percepção
de quando a vida humana começa e termina. É parte
da condição humana de estender os limites do que é
ser humano.”
• “Desejamos preservar os valores humanos? Porque
nós não estamos fazendo isso, no momento.
Precisamos pensar sobre o que significa viver uma
vida próspera - como seres sencientes, não
necessariamente da mesma maneira que os seres
humanos. A tecnologia pode nos ajudar a alcançar
isso.”
7. Tecnologia, Inovação,
Regulação
• “Hoje temos o poder de mudar a vida, alterar o código
genético de todos os seres vivos no planeta. Mas para
os seres não-humanos, a regulação é muito pobre, e
precisa se avançar para acompanhar o que temos para
humanos.
• Precisamos de normas legais e reguladoras que
ajudarão a guiar a inovação na direção certa, mas se
andarmos muito rapidamente, estamos correndo o risco
de sufocar a inovação. No entanto, se esperarmos
demais, corremos o risco de permitir que danos venham
a ser feitos.” (Hank Greely, World Economic Forum 2016)
8. Tecnologia
e o Ser Humano
• A Lei dos Retornos Acelerantes (Ray Kurzweil, 2001):
• “Uma análise da história da tecnologia mostra que a mudança
tecnológica é exponencial, diferentemente da visão “intuitiva-linear”
do senso-comum. Não vivenciaremos 100 anos de progresso no séc.
XXI — será mais como 20.000 anos de progresso (à taxa de hoje). Os
“retornos,” tais como velocidade e eficiência dos chips, também
crescem exponencialmente. (…) Em algumas poucas décadas, a
inteligência da máquina suplantará a inteligência humana, levando à
Singularidade — mudança tecnológica tão rápida e profunda, ela
representa uma ruptura no próprio tecido da história humana. As
implicações incluem a fusão de inteligências biológica e não-
biológica, humanos imortais baseados-em-software, e níveis ultra-
avançados de inteligência que se expandem para fora do universo na
velocidade da luz.”
9. A Natureza da Tecnologia
• “A tecnologia é força a mais poderosa no planeta”
• “A tecnologia é a extensão da vida evolucionária”
• “Entre outras coisas, a tecnologia quer incrementar a
diversidade, complexidade, beleza e eficiência” (Kevin
Kelly, What Technology Wants, 2010
10. A Lei da Disrupção
• Pouco mais de uma década após o estopim da
chamada revolução da internet, é patente a
incapacidade das regras que tiveram sua origem em
um mundo analógico de lidar com conflitos típicos da
era digital.
• À medida que a distância entre a inovação e a lei que
a regula tem aumentado, o resultado mais alarmante é
a velocidade com a qual as tensões entre os dois têm
subido.
11. Tecnologia e
Mudanças Sociais
• Conflitos no uso da informação:
• privacidade, anonimato, liberdades civis, controle da
rede, vigilantismo, crime da informação, propriedade
intelectual, transparência, comércio global,
disrupção de mercados, dinheiro peer-to-peer, a
economia do gratuito, ciberativismo, hacktivismo,
biblioteca universal, relacionamentos virtuais,
sequenciamento genético
• Napster, Uber, Airbnb, Wikileaks, Anonymous, Yik Yak
12. Tecnologia e Democracia
• A tecnologia tem transformado como participamos na
democracia como cidadãos, como eleitores, como
membros de uma sociedade interconectada.
• Transformações importantes na forma como votamos,
no modo como nossos votos são contados, na
maneira como protestamos, na forma como
demandamos transparência sobre a coisa pública, no
modo como nos reunimos para reivindicar uma causa
coletiva, na forma de coordenar uma ação coletiva,
etc.
13. Nova Realidade Cívica
• Grandes mudanças na cultura cívica e na mídia oferecem
novas oportunidades para ONGs e ativistas
• A influência está migrando de organizações para redes e
novos “especialistas”
• Todas as organizações estão sob mais escrutínio e a
transparência é um novo marcador de confiança
• surveillance, sousveillance, coveillance
• Novos meios para atores civis atingirem suas audiências e
mobilizarem outras
14. Ciberespaço como arena
para o engajamento cívico
• “O ciberespaço é, ao mesmo tempo, uma arena para engajamento
cívico e um objeto de disputa em si mesmo.
• Como uma arena para engajamento cívico, o ciberespaço é duas
coisas:
• primeiro, é uma “academia” para praticar participação política e
cidadania digital, onde visões alternativas e muitas vezes
contraditórias sobre a sociedade são articuladas e compartilhadas;
• em segundo lugar, é uma plataforma para ação coletiva, como uma
praça de uma cidade seria, por exemplo, onde articular, organizar,
e trazer à tona lutas sociais, e onde formas ciber-específicas de
ação coletiva podem ter lugar.” (Stefania Milan)
15. Anonimato na Internet
• Anonimato: manifestação, protesto ou passeata; votação livre;
denúncia anonima; discurso político; doação por caridade; etc.
• “Debates sobre trolls (gíria da Internet para “perturbadores”)
frequentemente confundem anonimato com incivilidade, mas
um olhar mais amplo sobre as atividades on-line revela o bem
público que pode advir quando os usuários têm a possibilidade
de esconder a sua identidade. Para o bem ou para o mal, o
anonimato põe o foco na mensagem ao invés de no
mensageiro. Portanto, o anonimato facilita o discurso honesto,
cria um contexto igualitário para a troca de ideias, e permite
que a criatividade aflore sem a interferência de qualquer
filtro.” (G.Coleman)
16. Civilidade
• E quando se fala de civilidade, nunca é demais
lembrar os 3 R’s do Dalai Lama:
• Respeito por si mesmo.
• Respeito pelos outros.
• Responsabilidade por suas próprias ações.
18. Geração de Riqueza
• Em um relatório de 2012, o Boston Consulting Group
constatou que a economia da Internet representou
4,1% (cerca de US$2,3 trilhões) do PIB nos países do
G-20 em 2010. Se a Internet fosse uma economia
nacional, o relatório observou, estaria entre as cinco
maiores do mundo, à frente da Alemanha.
• E um relatório de 2013 da Fundação Kauffman
mostrou que nas três décadas anteriores, o setor de
alta tecnologia teve 23% mais chances, e do setor de
tecnologia da informação 48%, de dar origem a novas
empresas do que o setor privado em geral.
19. Ativos Digitais
• Em 2015, mais de US$10 Bilhões de valor econômico
existem no mundo virtual dos sistemas de games,
mais de US$48 Bilhões está travado em pontos de
prêmio corporativo e moedas de redenção, e pelo
menos US$7 Bilhões existem na forma de moedas
digitais como Bitcoin, Ripple, Ven e Ether (juntamente
com outras 4.000). Juntos, esses ativos digitais
representam liquidez no meio da tabela global de PIB
das nações ultrapassando países como Luxemburgo,
Costa Rica, Oman e Croácia ficando entre os primeiros
70. Ativos digitais hoje representam um mercado
maior que a maioria das nações do mundo.
20. Abundância é o Futuro
(Peter Diamandis, 2012)
• Tecnologias em computação, energia, medicina e muitas outras áreas
estão melhorando a uma taxa exponencial e em breve vão permitir
avanços que hoje parecem impossíveis.
• Essas tecnologias têm permitido que inovadores independentes
alcancem avanços impressionantes em muitas áreas com pouco
investimento financeiro e pouca força de trabalho.
• A área de Tecnologia tem criado uma verdadeira geração de "tecno-
filantropos" (tal como Bill Gates, Marc Andreessen) que estão usando
seus bilhões para tentar resolver problemas aparentemente insolúveis
como fome e doenças.
• A vida dos mais pobres está melhorando substancialmente devido à
tecnologia.
21. Tecno-Filantropos
• Tecno-filantropos estão trazendo a filantropia de volta aos seus princípios
básicos.
• Tecno-filantropos estão se distanciando do modo “broadcast” e se
aproximando do modo “sutil”.
• Tecnologia incentiva as pessoas a assumir a responsabilidade de causar
impacto
• Tecnologia demanda maior transparência e verificabilidade da filantropia,
mas também empurra para uma maior aceitação de um overhead maior.
• A Tecnologia criou algumas excelentes plataformas de distribuição… mas
o verdadeiro engajamento no mundo real ainda é o que mais importa.
22. O estigma do fracasso no
setor de filantropia
• E mais: Para onde a tecnologia pode levar a filantropia no futuro?
• No setor de tecnologia, tem havido uma tendência de
desestigmatizar o fracasso. Afinal de contas, aproximadamente 3
de 4 startups acabam fracassando. Mas no setor das empresas
sem fins lucrativos, fracasso é anátema. Caso essas empresas
não sejam identificadas como perdulárias, o setor como um todo
se revela como ineficiente, e tudo isso pela falta de
compartilhamento de dados e informações. E a tendência é que
elas insistam em programas com baixa taxa de retorno social até
mesmo pelo receio de tentar algo diferente. Matt Mullenweg da
WordPress sugeriu que se o fracasso desestigmatizado nesse
setor, poderia haver uma grande melhoria no impacto social.
23. Evolução da Tecnologia:
Reflexão sobre Nós Humanos
• Thomas Hobbes (1651) dizia que o ser humano era
“inerentemente egoísta”.
• Experimentos de grande porte como Wikipédia,
Software Livre, e Tecnologias Cívicas revelam o lado
colaborativo predominando. (Exemplo: “Welcome
Refugees”, Alemanha, Set/2015)
24. Limites das Máquinas
Limites da Mente Humana
• Alan Turing mostrou, em 1936, que há um limite
fundamental na capacidade de uma máquina de
resolver problemas da Matemática.
• Seríamos máquinas? Teríamos as mesmas limitações?
• Em 1950, Turing levanta a possibilidade de haver
máquinas “inteligentes”/“pensantes”.
25. A 4a. Revolução Tecnológica
(Luciano Floridi)
1. Nicolau Copérnico: não estamos no centro do
universo
2. Charles Darwin: não somos animais superiores e
totalmente desconectados dos outros animais
3. Sigmund Freud: não somos seres totalmente
racionais
4. Alan Turing: não somos os únicos agentes
pensantes/inteligentes.