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Levantamentos epidemiológicos
em saúde bucal
Saúde Coletiva III
Profª. Roseane Cordeiro
O que são levantamentos
epidemiológicos?
• São instrumentos com metodologia específica que
têm como objetivo coletar informações referentes
a um determinado problema em uma população.
• Podem abordar aspectos referentes a fatores de
risco, uso de serviços, consumo de
medicamentos, conhecimentos , atitudes e
práticas relacionadas à saúde, além de dados
demográficos e de outra natureza.
Objetivos de um
levantamento epidemiológico
• Estudar a distribuição dos problemas;
• Diagnosticar e medir as necessidades;
• Determinar prioridades;
• Avaliar as atividades do serviço em odontologia.
• A partir dos dados coletados podem-se
planejar, executar e avaliar ações de saúde, inferir
sobre a eficácia geral dos serviços, além de
permitir comparações de prevalências em
diferentes períodos de tempo e áreas geográfica
• Eles produzem dados básicos confiáveis para o
desenvolvimento de programas nacionais ou
regionais de saúde bucal e para o planejamento
do número e do tipo apropriado de pessoal.
Classificação dos
levantamentos
• Forma de obtenção das informações: POR ENTREVISTA
ou POR EXAME;
• Extensão territorial:
- Nacional: inclui todas as localidades que cubram os
subgrupos importantes e pelo menos 3 idades índices, ou
grupos etários possíveis de serem examinados.
- Local ou Estudo Piloto: Amostra dos subgrupos mais
importantes da população, fornecem quantidade mínima
para um planejamento.
• Tipos de Morbidade:
- Gerais: todos os tipos de agravos à saúde.
- Específicos: agravos específicos.
• Tipo de Bases de Dados: POPULACIONAIS ou
INSTITUCIONAIS.
Planejamento do
levantamento
Grupos populacionais de interesse
• Faixas etárias índices:
De 18 a 36 meses: Problemas orais em bebês;
5 anos: Dentição decídua;
12 anos: Dentição mista;
15 anos: Dados de incidência de cárie e índices
periodontais em adolescentes;
35-44 anos: Saúde bucal em adultos;
65-74 anos: Verificação da necessidade de
tratamento e controle dos efeitos gerais dos cuidados
odontológicos prestados a esta população.
• Os levantamentos epidemiológicos podem
abranger a população em sua totalidade
(UNIVERSO) ou uma parte dela que represente
características semelhantes, que através de
tratamento estatísticos pode-se extrapolar dados
dela para a população total (AMOSTRA).
• Tipos de Amostra: Depende do objetivo do
estudo.
• Podem ser de CONVENIÊNCIA (ou não-aleatória)
e ALEATÓRIA.
Amostra de conveniência
• Facilidade de acesso;
• Não há metodologia estatística na escolha dos
participantes
• Não reproduzem a real prevalência do aspecto da
população
Amostra aleatória
• São chamadas de casuais, probabilísticas, estatísticas ou
ao acaso;
• Buscam indivíduos que tenham características da
população geral;
• Podem ser:
• Amostra aleatória simples: Consiste em numerar cada
elemento de uma população e realizar um sorteio simples.
• Amostra sistemática: Cria-se um critério para a
escolha dos participantes da pesquisa.
Ex: Somente número pares, somente número
ímpares, somente números que terminem em 4
(4,14,24...)
• Amostra estratificada: Divide-se a população em
sub-populações que tenham o maior grau de
homogeneidade possível.
Ex: Divisão por gênero, por faixa etária.
• Amostra por conglomerado: Sorteia-se regiões da
população e as sorteadas terão todos os
elementos fazendo parte da amostra.
Ex: Divisão de uma cidade em microrregegiões e
escolher algumas delas ao acaso para realizar o
levantamento.
• Amostra em estágios: Combinação das amostras
(conglomerado + simples)
Ex: Escolha do bairro (conglomerado) a seguir sorteio
simples para escolha da escola do bairro
• Amostra Multifásica: Subconjuntos das amostra
total são escolhidos para prover informações sobre
um determinado problema.
Ex:18 escolas escolhidas , em todas seriam avaliado
cárie , mas somente em 6 seria observada a doença
periodontal e em 3 aplicação de questionários sobre
hábitos de higiene.
Para a realização do levantamento
também é necessário:
• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por parte
do sujeito da pesquisa;
• Contato com as autoridades: Diretores de
escola, autoridades de saúde.
• Programação: Apresentar a equipe no local do
exame, escolha do local, fornecer um roteiro ao
representante do
local, equipamentos, horários, calendário.
• Orçamento: Deve incluir todos os recursos necessários
• Encaminhamento: deve-se preparar uma lista com
nome e endereços de serviços para um caso que exija
atenção imediata.
• Relatório de agradecimento: Após o levantamento
deve-se ter o cuidado de encaminhar um relatório com
a principais informações encontradas no local ao
responsável, com agradecimentos.
Calibração dos
examinadores
• Os examinadores devem estar bem familiarizados
com os critérios de diagnóstico utilizados, além de
devidamente calibrados e treinados.
• A calibração tem por objetivo minimizar os erros e
diferenças porventura existentes quanto à
habilidade na obtenção dos dados e julgamento
dos mesmos, reduzindo as variações intra e inter-
examinadores
Objetivos da Calibração
• Em linhas gerais, pode-se dizer que os principais
objetivos da calibração de examinadores em
levantamentos epidemiológicos são (WHO, 1993):
• Assegurar uma interpretação, entendimento e
aplicação uniformes dos critérios para as doenças
e condições a serem observadas e registradas.
• Assegurar que cada examinador possa examinar
dentro de um padrão consistente.
• Minimizar variações entre os diferentes
examinadores
• Concordância Interexaminador: A equipe deve
examinar um mesmo grupo de indivíduos e os
resultados devem ser comparados entre si.
• Concordância Intra-examinador: A verificação da
concordância intra-examinador busca aferir o
quanto o examinador concorda com ele mesmo
em diferentes momentos.
Índice kappa
Valores de Kappa Concordância
<0,00 Ruim
0,00 – 0,20 Fraca
0,21-0,40 Sofrível
0,41-0,60 Regular
0,61-0,80 Boa
0,81-0,99 Ótima
1,00 Perfeita
Metodologia da calibração
• Abranger 24 horas:
• 3 horas – preparo do processo
• 8 horas – Discussão teórica
• 8 horas – Discussão prática
• 4 horas – Calibração propriamente dita
• 1 hora – Discussão final
Preparo do processo
• Comunicação com as autoridades;
• Verificação da metodologia;
• Materiais a serem utilizados;
• Local do exame;
• Horário do exame.
Discussão teórica
• Nesta fase deve ser feita exposição teórica e
discussão junto à equipe de examinadores, por
parte da equipe de instrutores, sobre todos os
índices, códigos e critérios a serem utilizados.
• O importante é que, neste momento, seja
esclarecido o maior número possível de dúvidas
relativas aos critérios e que sejam exercitadas
situações em que uma regra de decisão seja
exigida
Discussão prática
Levantamentos epidemiológicos em odontologia
Calibração propriamente
dita
• A calibração deverá ser feita da mesma maneira
que o exercício anterior, exceto pelo número de
pessoas examinadas, que deve ser maior (em torno
de 20 a 25 de cada grupo etário)
Discussão Final da
Calibração
• A última parte do exercício de calibração deve ser
usada para se certificar de que a equipe de
examinadores está completamente familiarizada
com todos os procedimentos de exame e de
registro, critérios de diagnóstico, formulários de
registro e o manejo de instrumentos e materiais.
• Também são discutidos os resultados dos cálculos
de concordância.
Técnica de exame
Exame em adultos, adolescentes e
crianças
Cadeiras, macas.
Exame em bebês.
Posição joelho a joelho
Análise dos dados
• Ao final da coleta deve-se tabular e analisar os
dados obtidos.
Caracterização
socioeconômica
• Número de pessoas que residem na casa
• Escolaridade do participante
• Número de estudante
• Tipo de escola
• Moradia
• Número de cômodos da casa
• Renda familiar
• Renda pessoal
• Posse de automóvel
Levantamentos de saúde
bucal no brasil
• Em 1986, o Ministério da Saúde realizou o 1º
Levantamento Epidemiológico de âmbito nacional
na área de Saúde Bucal. Na oportunidade, foram
levantados dados referentes a cárie
dental, doença periodontal e necessidades de
prótese.
• Utilização de parte da metodologia recomendada
pela OMS, porém tal metodologia não seguiu
normatização básica e oficial.
• 1996 - Decorridos 10 anos da pesquisa, o Ministério
da Saúde, através da Área Técnica de Saúde
Bucal e em parceria com a Associação Brasileira
de Odontologia - Nacional,Conselho Federal de
Odontologia (CFO) e as Secretarias Estaduais de
Saúde, realizou o 2º Levantamento, buscando
verificar as alterações ocorridas no perfil da
população brasileira
SB Brasil
• SB BRASIL 2003
• SB BRASIL 2010
ÍNDICES UTILIZADOS
NO SB BRASIL 2010
• Condição de Oclusão Dentária
• Traumatismo Dentário
• Edentulismo
• Fluorose Dentária
• Cárie Dentária e Necessidade de Tratamento
• Condição Periodontal
Levantamentos epidemiológicos em odontologia
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Levantamentos epidemiológicos em odontologia
Levantamentos epidemiológicos em odontologia
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Considerações finais
• Os levantamentos epidemiológicos em saúde
bucal são realizados com o intuito de:
• Estimar o status de saúde bucal e a necessidade
de tratamento em comunidades, produzindo
dados básicos confiáveis para o desenvolvimento
de programas de saúde bucal de âmbito
nacional, estadual ou municipal, respaldando a
alocação racional de recursos humanos, materiais
e financeiros, servindo em momento futuro como
parâmetro para avaliação da eficácia e eficiência
desses programas de saúde bucal.
• Monitoramento dos níveis e padrões de patologias
bucais nas comunidades no decorrer do tempo.
• O sucesso para o planejamento de um serviço
odontológico público ou coletivo é a informação
sobre a epidemiologia de uma determinada
patologia e de seus fatores de risco modificáveis
sobre o quais pode-se atuar visando a prevenção

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Levantamentos epidemiológicos em odontologia

  • 1. Levantamentos epidemiológicos em saúde bucal Saúde Coletiva III Profª. Roseane Cordeiro
  • 2. O que são levantamentos epidemiológicos? • São instrumentos com metodologia específica que têm como objetivo coletar informações referentes a um determinado problema em uma população. • Podem abordar aspectos referentes a fatores de risco, uso de serviços, consumo de medicamentos, conhecimentos , atitudes e práticas relacionadas à saúde, além de dados demográficos e de outra natureza.
  • 3. Objetivos de um levantamento epidemiológico • Estudar a distribuição dos problemas; • Diagnosticar e medir as necessidades; • Determinar prioridades; • Avaliar as atividades do serviço em odontologia.
  • 4. • A partir dos dados coletados podem-se planejar, executar e avaliar ações de saúde, inferir sobre a eficácia geral dos serviços, além de permitir comparações de prevalências em diferentes períodos de tempo e áreas geográfica • Eles produzem dados básicos confiáveis para o desenvolvimento de programas nacionais ou regionais de saúde bucal e para o planejamento do número e do tipo apropriado de pessoal.
  • 5. Classificação dos levantamentos • Forma de obtenção das informações: POR ENTREVISTA ou POR EXAME; • Extensão territorial: - Nacional: inclui todas as localidades que cubram os subgrupos importantes e pelo menos 3 idades índices, ou grupos etários possíveis de serem examinados. - Local ou Estudo Piloto: Amostra dos subgrupos mais importantes da população, fornecem quantidade mínima para um planejamento. • Tipos de Morbidade: - Gerais: todos os tipos de agravos à saúde. - Específicos: agravos específicos. • Tipo de Bases de Dados: POPULACIONAIS ou INSTITUCIONAIS.
  • 6. Planejamento do levantamento Grupos populacionais de interesse • Faixas etárias índices: De 18 a 36 meses: Problemas orais em bebês; 5 anos: Dentição decídua; 12 anos: Dentição mista; 15 anos: Dados de incidência de cárie e índices periodontais em adolescentes; 35-44 anos: Saúde bucal em adultos; 65-74 anos: Verificação da necessidade de tratamento e controle dos efeitos gerais dos cuidados odontológicos prestados a esta população.
  • 7. • Os levantamentos epidemiológicos podem abranger a população em sua totalidade (UNIVERSO) ou uma parte dela que represente características semelhantes, que através de tratamento estatísticos pode-se extrapolar dados dela para a população total (AMOSTRA). • Tipos de Amostra: Depende do objetivo do estudo. • Podem ser de CONVENIÊNCIA (ou não-aleatória) e ALEATÓRIA.
  • 8. Amostra de conveniência • Facilidade de acesso; • Não há metodologia estatística na escolha dos participantes • Não reproduzem a real prevalência do aspecto da população
  • 9. Amostra aleatória • São chamadas de casuais, probabilísticas, estatísticas ou ao acaso; • Buscam indivíduos que tenham características da população geral; • Podem ser: • Amostra aleatória simples: Consiste em numerar cada elemento de uma população e realizar um sorteio simples.
  • 10. • Amostra sistemática: Cria-se um critério para a escolha dos participantes da pesquisa. Ex: Somente número pares, somente número ímpares, somente números que terminem em 4 (4,14,24...)
  • 11. • Amostra estratificada: Divide-se a população em sub-populações que tenham o maior grau de homogeneidade possível. Ex: Divisão por gênero, por faixa etária.
  • 12. • Amostra por conglomerado: Sorteia-se regiões da população e as sorteadas terão todos os elementos fazendo parte da amostra. Ex: Divisão de uma cidade em microrregegiões e escolher algumas delas ao acaso para realizar o levantamento.
  • 13. • Amostra em estágios: Combinação das amostras (conglomerado + simples) Ex: Escolha do bairro (conglomerado) a seguir sorteio simples para escolha da escola do bairro
  • 14. • Amostra Multifásica: Subconjuntos das amostra total são escolhidos para prover informações sobre um determinado problema. Ex:18 escolas escolhidas , em todas seriam avaliado cárie , mas somente em 6 seria observada a doença periodontal e em 3 aplicação de questionários sobre hábitos de higiene.
  • 15. Para a realização do levantamento também é necessário: • Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por parte do sujeito da pesquisa; • Contato com as autoridades: Diretores de escola, autoridades de saúde. • Programação: Apresentar a equipe no local do exame, escolha do local, fornecer um roteiro ao representante do local, equipamentos, horários, calendário. • Orçamento: Deve incluir todos os recursos necessários • Encaminhamento: deve-se preparar uma lista com nome e endereços de serviços para um caso que exija atenção imediata. • Relatório de agradecimento: Após o levantamento deve-se ter o cuidado de encaminhar um relatório com a principais informações encontradas no local ao responsável, com agradecimentos.
  • 16. Calibração dos examinadores • Os examinadores devem estar bem familiarizados com os critérios de diagnóstico utilizados, além de devidamente calibrados e treinados. • A calibração tem por objetivo minimizar os erros e diferenças porventura existentes quanto à habilidade na obtenção dos dados e julgamento dos mesmos, reduzindo as variações intra e inter- examinadores
  • 17. Objetivos da Calibração • Em linhas gerais, pode-se dizer que os principais objetivos da calibração de examinadores em levantamentos epidemiológicos são (WHO, 1993): • Assegurar uma interpretação, entendimento e aplicação uniformes dos critérios para as doenças e condições a serem observadas e registradas. • Assegurar que cada examinador possa examinar dentro de um padrão consistente. • Minimizar variações entre os diferentes examinadores
  • 18. • Concordância Interexaminador: A equipe deve examinar um mesmo grupo de indivíduos e os resultados devem ser comparados entre si. • Concordância Intra-examinador: A verificação da concordância intra-examinador busca aferir o quanto o examinador concorda com ele mesmo em diferentes momentos.
  • 19. Índice kappa Valores de Kappa Concordância <0,00 Ruim 0,00 – 0,20 Fraca 0,21-0,40 Sofrível 0,41-0,60 Regular 0,61-0,80 Boa 0,81-0,99 Ótima 1,00 Perfeita
  • 20. Metodologia da calibração • Abranger 24 horas: • 3 horas – preparo do processo • 8 horas – Discussão teórica • 8 horas – Discussão prática • 4 horas – Calibração propriamente dita • 1 hora – Discussão final
  • 21. Preparo do processo • Comunicação com as autoridades; • Verificação da metodologia; • Materiais a serem utilizados; • Local do exame; • Horário do exame.
  • 22. Discussão teórica • Nesta fase deve ser feita exposição teórica e discussão junto à equipe de examinadores, por parte da equipe de instrutores, sobre todos os índices, códigos e critérios a serem utilizados. • O importante é que, neste momento, seja esclarecido o maior número possível de dúvidas relativas aos critérios e que sejam exercitadas situações em que uma regra de decisão seja exigida
  • 25. Calibração propriamente dita • A calibração deverá ser feita da mesma maneira que o exercício anterior, exceto pelo número de pessoas examinadas, que deve ser maior (em torno de 20 a 25 de cada grupo etário)
  • 26. Discussão Final da Calibração • A última parte do exercício de calibração deve ser usada para se certificar de que a equipe de examinadores está completamente familiarizada com todos os procedimentos de exame e de registro, critérios de diagnóstico, formulários de registro e o manejo de instrumentos e materiais. • Também são discutidos os resultados dos cálculos de concordância.
  • 28. Exame em adultos, adolescentes e crianças Cadeiras, macas. Exame em bebês. Posição joelho a joelho
  • 29. Análise dos dados • Ao final da coleta deve-se tabular e analisar os dados obtidos.
  • 30. Caracterização socioeconômica • Número de pessoas que residem na casa • Escolaridade do participante • Número de estudante • Tipo de escola • Moradia • Número de cômodos da casa • Renda familiar • Renda pessoal • Posse de automóvel
  • 31. Levantamentos de saúde bucal no brasil • Em 1986, o Ministério da Saúde realizou o 1º Levantamento Epidemiológico de âmbito nacional na área de Saúde Bucal. Na oportunidade, foram levantados dados referentes a cárie dental, doença periodontal e necessidades de prótese. • Utilização de parte da metodologia recomendada pela OMS, porém tal metodologia não seguiu normatização básica e oficial.
  • 32. • 1996 - Decorridos 10 anos da pesquisa, o Ministério da Saúde, através da Área Técnica de Saúde Bucal e em parceria com a Associação Brasileira de Odontologia - Nacional,Conselho Federal de Odontologia (CFO) e as Secretarias Estaduais de Saúde, realizou o 2º Levantamento, buscando verificar as alterações ocorridas no perfil da população brasileira
  • 33. SB Brasil • SB BRASIL 2003 • SB BRASIL 2010
  • 34. ÍNDICES UTILIZADOS NO SB BRASIL 2010 • Condição de Oclusão Dentária • Traumatismo Dentário • Edentulismo • Fluorose Dentária • Cárie Dentária e Necessidade de Tratamento • Condição Periodontal
  • 43. Considerações finais • Os levantamentos epidemiológicos em saúde bucal são realizados com o intuito de: • Estimar o status de saúde bucal e a necessidade de tratamento em comunidades, produzindo dados básicos confiáveis para o desenvolvimento de programas de saúde bucal de âmbito nacional, estadual ou municipal, respaldando a alocação racional de recursos humanos, materiais e financeiros, servindo em momento futuro como parâmetro para avaliação da eficácia e eficiência desses programas de saúde bucal.
  • 44. • Monitoramento dos níveis e padrões de patologias bucais nas comunidades no decorrer do tempo. • O sucesso para o planejamento de um serviço odontológico público ou coletivo é a informação sobre a epidemiologia de uma determinada patologia e de seus fatores de risco modificáveis sobre o quais pode-se atuar visando a prevenção