O documento discute como o jogo e o esporte podem ser experiências importantes que nos ajudam a compreender e viver a vida de forma cooperativa e ética. Ele argumenta que atividades baseadas na cooperação ao invés da competição podem promover valores como participação, compartilhamento e convivência. Além disso, o documento defende que o verdadeiro valor do jogo e do esporte está na oportunidade de jogar juntos e transcender divisões.
1. A coragem de brincar
Segundo o “autor Luiz Alberto Lorenzetto,” jogar apresenta-se como um sistema aberto de
energia, de motivação e de comunicação. “Jogar é um meio de valorização da vida”.
Consideramos que o Jogo e o Esporte são experiências importantes e que podem nos
auxiliar em aperfeiçoar nosso jeito de compreender e viver a vida. Aperfeiçoando nosso
estilo de jogo podemos ultrapassar a lógica da separação e exclusão e passamos a
praticar a vida como um exercício de convivência e cooperação. Quando incluímos a
ética do Jogo Cooperativo, em nossas experiências cotidianas, recuperamos o gosto pela
aventura e ousadia; o senso de participação com liberdade e responsabilidade; tomamos
consciência de ser parte-e-todo; desfrutamos da beleza da recreação; colaboramos para a
transformação de barreiras em pontes e de adversários em solidários; e compartilhamos
o profundo e sincero desejo de continuar jogando... E Convivendo.
Portanto, desenvolve a consciência corporal, distingue o corpo fisiológico do corpo
cultural e estimula o movimento criativo através de práticas de jogos educativos,
relacionados ao corpo e ao movimento.
Para ele, “O professor de educação física e todos os educadores que utilizam o lazer, a
arte, os trabalhos manuais, podem operar atividades baseadas nas atividades
cooperativas do que nas atividades competitivas. Ao lado do jogo, do lúdico, da arte,
coloco a cooperação e o compartilhamento como valores fundamentais de educação e às
vezes, em contraposição absoluta com a competição”.
Entendo que aprender é sempre uma aprendizagem compartilhada, que ocorre numa situação
dinâmica de co-educação e cooperação, onde todos são simultanemante, professores-e-
alunos. Nessa educação o foco da aprendizagem, não está somente sobre o objeto a ser
conhecido, nem sobre o resultado a ser alcançado, mas está projetado sobre a qualidade das
interações cooperativas presentes no processo de descoberta e transformação da realidade.
O Jogo e o Esporte na perspectiva dos Jogos Cooperativos são contextos da convivência social.
Quando jogamos cooperativamente podemos nos expressar autêntica e espontaneamente,
como alguém que é importante e tem valor, ricos para o desenvolvimento pessoal e
principalmente, por ser quem é, e não pelos pontos que marca ou resultados que alcança.
Dessa forma, podemos aprender que o verdadeiro valor do Jogo e do Esporte, não está em
somente vencer ou perder, nem em ocupar os primeiros lugares no pódium, mas está,
também e fundamentalmente, na oportunidade de jogar juntos para transcender a ilusão de
sermos separados uns dos outros, e para aperfeiçoar nossa vida em comum unidade.
“Através da coragem de brincar, as pessoas partilham suas experiências, que, tornadas
comunitárias, transformam-se em cultura. Huizinga também assim se manifestou
estabelecendo uma importante relação entre as formas de lazer e as interações sociais:
“encontramos o jogo na cultura, como um elemento dado antes da própria cultura”. Pimenta
relata que as” pessoas dominadoras são pessoas carrancudas, usam óculos escuros e nunca
riem”. E continua: “ o ato de brincar por si só é terapêutico, e é necessário que se tenha uma
atitude social positiva com relação à brincadeira.”
2. Por isso, o Jogo é tão importante para o desenvolvimento humano em todas as idades. Ao
jogar não apenas representamos simbolicamente a vida, vamos além. Quando jogamos
estamos praticando, direta e profundamente, um Exercício de Co-existência com a essência da
vida, como um campo de exercício das potencialidades humanas, pessoais e coletivas, na
perspectiva de solucionar problemas, harmonizar conflitos, superar crises e alcançar objetivos
comuns.