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RODRIGO BOTELHO DOS SANTOS




TWITTER E JORNALISMO IMPRESSO
      DO PAPEL AO PIXEL




 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
         SÃO PAULO
            2011
RODRIGO BOTELHO DOS SANTOS




TWITTER E JORNALISMO IMPRESSO
      DO PAPEL AO PIXEL




           Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao
           curso de Comunicação Social com habilitação em
           Jornalismo, Turma 8A, Período da Manhã, Campus
           Memorial,     da   Universidade   Nove       de   Julho
           (UNINOVE)
           Orientador:        Profª Alexandre Barbosa




 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO
         SÃO PAULO
            2011
iii




DEDICATÓRIA

À minha noiva Cristiane, pela pessoa especial que
representa em minha vida, e por estar sempre ao
meu lado nos momentos mais importantes.
iv



                                AGRADECIMENTOS


       A Deus, pelo dom da vida e pela força que se faz guia nos momentos mais necessários.

       À minha família e amigos, sempre importantes na minha caminhada, entendendo
minha ausência durante estes anos de estudo.

       À minha noiva, que sempre me deu todo o apoio e encorajamento necessário a seguir a
graduação, e aceitou se privar de minha companhia pelos estudos.

       A todos os que contribuíram direta ou indiretamente para o resultado final deste
trabalho: os professores e colegas de classe que deram valorosas dicas de leitura; os
colaboradores que responderam à pesquisa de campo.

       Aos professores que, ao longo destes anos, cumpriram o papel de verdadeiros mestres.
Mais do que transmitir conhecimento, contribuíram para o enriquecimento pessoal e
profissional.
v




     Imprensa é um exército de 26 soldados de chumbo com o qual se pode
conquistar o mundo.
                                                   Johannes Gutenberg
vi



                                        RESUMO


       Este trabalho tem por objetivo apresentar o microblog e rede social Twitter como
ferramenta de trabalho para o jornalismo, e seu papel no cenário da comunicação atual,
identificando o grau de importância no acompanhamento de informação. São apresentadas
suas características em relação ao tradicional jornalismo impresso, e seus efeitos comparados
na transmissão, recepção e percepção de notícias. É fundamental conhecer a ferramenta, como
ela surgiu e suas formas de utilização na mídia para entender sua importância para o
jornalismo digital. Enquanto alguns consideram o Twitter apenas um diário virtual ou
passatempo, muitos leitores e empresas do setor de comunicação descobriram o potencial do
site como meio de comunicação ágil, dinâmico, simples e participativo. Em meio aos novos
desafios do jornalismo no século 21, os meio digitais, incluindo a ferramenta Twitter,
ascendem como novos transmissores de conteúdo.



PALAVRAS-CHAVE: twitter; microblog; webjornalismo; convergência digital.
7



                                       LISTA DE FIGURAS


FIGURA 1. RASCUNHO DO TWITTER ............................................................................... 15
FIGURA 2. PÁGINA PRINCIPAL DO TWITTER ................................................................ 17
FIGURA 3. TWEETS SOBRE O TERREMOTO NO JAPÃO ............................................... 21
FIGURA 4. TWEETS DOS PERFIS DOS JORNAIS ESTADÃO E FOLHA ....................... 22
FIGURA 5. COBERTURA DE EVENTO NO TWITTER ..................................................... 23
8



                                                           SUMÁRIO


INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9

CAPÍTULO 1.               WEBJORNALISMO E TWITTER ............................................................. 12

1.1.     Webjornalismo .............................................................................................................. 13

1.2.     Origem do Twitter ......................................................................................................... 14

1.3.     Definição do Twitter ...................................................................................................... 16

1.4.     Twitter como meio de comunicação jornalística ........................................................... 19

CAPÍTULO 2.               TWITTER FRENTE AO JORNALISMO IMPRESSO.............................. 24

2.1.     Vantagens do meio ........................................................................................................ 25

2.1.1.       Instantaneidade .......................................................................................................... 26

2.1.2.       Acesso à informação .................................................................................................. 26

2.1.3.       Interatividade ............................................................................................................. 27

2.2.     Desvantagens do meio ................................................................................................... 27

2.2.1.       Automatização da notícia ........................................................................................... 27

2.2.2.       Excesso de informação .............................................................................................. 28

2.3.     Convergência: do papel ao digital ................................................................................. 28

CAPÍTULO 3.               PESQUISA DE CAMPO ............................................................................ 30

3.1.     Leitores de jornal impresso ........................................................................................... 30

3.2.     Leitores de Twitter......................................................................................................... 33

3.3.     Análise dos dados .......................................................................................................... 36

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 41

ANEXO A - QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 43
9



INTRODUÇÃO


       A convergência digital nunca foi tão bem observada quanto nestes últimos anos.
Novas formas de se fazer jornalismo surgem na mesma velocidade que se criam novas
ferramentas para comunicação através da web. A internet, inclusive, é o celeiro destas
transformações.

       De início, apenas embarcando uma simples reprodução do conteúdo impresso padrão.
Mais tarde, devido às características do meio digital, a linearidade imposta pelo jornal
impresso se rompe na web através do hipertexto, dando à notícia um caráter mais seletivo e
instantâneo. Seletivo pela capacidade formidável de permitir ao receptor da mensagem
expandir seu potencial de escolha, tornando-o um ser mais ativo, capaz de decidir quais
notícias prefere ler, se aprofundar em determinada matéria. Instantâneo pela capacidade de
dar a notícia, em alguns casos, minutos depois do acontecido, e fazer com que o jornal
impresso dê a mesma notícia 24 horas depois. Apesar de tudo, o meio digital não é perfeito, e
existem suas deficiências, como a automatização da notícia e a ainda desconfiança sobre a
credibilidade, em relação aos tradicionais meios de comunicação.

       Em meio a este conturbado e recente cenário, o presente trabalho tem por objetivo
apresentar o Twitter como ferramenta de conteúdo jornalístico, devido às suas apropriações, e
ensaiar uma pequena comparação em relação ao jornal impresso. Não se trata de uma
comparação de valores, afinal um meio não exclui o outro, mas sim complementa. O Twitter é
um serviço de microblog e rede social, criado em 2006, que permite enviar e receber
atualizações de pessoas e empresas, em até 140 caracteres – o chamado tweet. Hoje o Twitter
se torna importante por permitir que empresas de comunicação portais de notícias cheguem ao
público-alvo de forma ágil, e monitore e acompanhe resultados e impactos de campanhas e
notícias, além de ser um notório meio de comunicação digital.

       Ao passo que a internet tende a tomar rumos cada vez mais sociais e colaborativos, os
internautas buscam serviços e sites onde façam parte do conteúdo, aproximando-os e
tornando-os mais pessoais. Por ser uma rede social mais colaborativa e dinâmica, muitas
empresas jornalísticas e midiáticas abrem contas no Twitter para estar mais próximas do
público-alvo. O Twitter permite acompanhar tendências e feedback de notícias isoladamente,
e cada vez mais o conteúdo jornalístico se torna presente dentro da rede social. O Twitter é
um tema atual, que merece ser estudado, pois combina elementos como a queda da mídia
10



impressa e jornalismo social e colaborativo, onde o receptor sai de seu papel de leitor linear e
receptor passivo, para não linear e ativamente ligado ao conteúdo. Este trabalho se justifica
pelas contribuições que pode trazer ao tema.

       Como metodologia, para formas de relacionar e caracterizar a mídia impressa
tradicional e o Twitter, foi feita uma pesquisa quantitativa de campo, com base em duas
amostras de pessoas, com 15 indivíduos cada. A primeira amostra, aqui denominada grupo A,
é composta por pessoas que têm o hábito principal de ler notícias a partir do Twitter,
acompanhando perfis de empresas jornalísticas, como Folha, Estado e Veja, entre outros.
Permite-se acompanhar notícias em outras mídias, seja online ou impressa, mas de forma
secundária ao Twitter. A segunda amostra, aqui denominada grupo B, é composta por pessoas
que têm o hábito principal de ler notícias a partir de mídia impressa caracterizada jornal.
Permite-se acompanhar notícias em outras mídias, seja online ou impressa, mas de forma
secundária ao jornal impresso.

       Para compreender e caracterizar o meio digital, buscou-se o apoio teórico de autores
como Wolton (2003), Zago (2008), Palacios (1999) e O‟Reilly (2005). Já nas características
do webjornalismo e mídia social, foram consultados Mielniczuk (2003), Boyd & Ellison
(2007) e Lima Jr. (2009). Sobre as especificidades do Twitter, Sagolla (2009), Orrico (2011),
Consoni e Oikawa (2009), Recuero e Zago (2010). Na prática jornalística do meio digital,
buscou-se as teorias de Ferrari (2010) e pesquisas de Zago (2009). A parte das características
de convergência digital foi baseada em José Afonso Furtado (2006).

       Neste trabalho, o conceito de microblog usado deriva-se da definição de
micropostagens de Consoni e Oikawa (2009), que caracteriza a transmissão de mensagens no
meio digital num formato próximo a um blog. O termo hipertexto é o método de transmissão
de informações baseada em computadores, de acordo com a definição de Ferrari (2010). O
conceito de webjornalismo usado vem de Mielniczuk (2003), que caracteriza-o como
publicações veiculadas na World Wide Web.

       Este trabalho se divide em três capítulos. De início, são introduzidas definições do
webjornalismo e características do meio, para apresentar o Twitter e seu histórico, definições,
características e usos jornalísticos como apropriação do meio.

       No segundo capítulo, serão discutidas as relações, diferenças e especificidades entre o
jornalismo impresso tradicional e o jornalismo no Twitter. São apresentadas algumas das
11



principais vantagens e desvantagens do meio digital, mais especificamente do Twitter, em
relação ao impresso.

       No terceiro capítulo, de forma a analisar o impacto e a absorção de notícias entre os
dois meios comparados, são apresentados os resultados de uma pesquisa de campo. Um
questionário de múltipla escolha, contendo seis perguntas sobre o noticiário recente, foi
apresentado a dois grupos: um grupo que acompanha notícias primariamente em jornal
impresso, e outro que acompanha através do Twitter.

       Ao fim, insinua-se uma possível semelhança na absorção de notícias através do
Twitter como meio primário, em leitores que não acompanham jornal impresso, sem
desvantagem em relação a leitores do tradicional meio.
12



CAPÍTULO 1.           WEBJORNALISMO E TWITTER


       O jornalismo possui novas formas de chegar até seu público. A internet permite um
universo de possibilidades para a comunicação, assim como o rádio e a televisão
revolucionaram a forma de nos relacionarmos com as informações. Por ser um meio em
crescente transformação, onde a todo tempo surgem novas ferramentas, a prática do
webjornalismo necessita se adaptar às mudanças.

       A forma tradicional de comunicação, onde o sentido da mensagem é linear entre o
emissor e o receptor, se perde na internet, onde as possibilidades de diálogo entre estes
indivíduos tornam-se mais complexa, com múltiplas ligações e fluxos.

       Neste estudo, abordaremos a ferramenta Twitter como um pioneiro do formato
microblogging. Este formato foi criado em 2006, com o surgimento deste e de outros sites,
mas começou a ganhar popularidade em 2007. O jornalismo, assim como outras áreas, logo
percebeu o potencial da ferramenta Twitter como um novo meio de comunicação. As
características deste novo meio fizeram com que ele se destacasse. Segundo Wolton (2003, p.
85) autonomia, domínio e velocidade são características das novas tecnologias de
comunicação, e na Internet, “cada um pode agir, sem intermediário, quando bem quiser, sem
filtro nem hierarquia e, ainda mais, em tempo real”.

       Na década de 1990, os sites eram construídos como páginas estáticas, com pouca
renovação de conteúdo, e editados por uma ou poucas pessoas. A partir do ano 2000 os sites
começam a ser dinâmicos e constantemente atualizados. As páginas da web passaram a se
tornar plataformas de interação, onde qualquer um pode consumir e produzir conteúdo
(ZAGO, 2008). São tantas as modificações ocorridas, que foi criado o termo Web 2.0
(O‟REILLY, 2005) descrevendo a mudança da internet como uma plataforma, e o
desenvolvimento de aplicativos que aproveitam esta mudança.

       Portanto, a Web 2.0 seria uma arquitetura de construção de sites que privilegia a
participação do usuário (ZAGO, 2008). Sites criados do ano 2000 em diante eram muito
diferentes dos anteriores. A transformação dos sites pessoais – mais estáticos e atualizados
por uma pessoa – para os blogs – mais dinâmicos e participativos através de comentários –
além do uso de outros elementos classificativos como tags são exemplos das transformações
provocadas pela Web 2.0 (O‟REILLY, 2005).
13



       Os microblogs entram nesse contexto, por ser um estilo de publicação semelhante ao
blog, porém caracterizado por funcionalidades reduzidas, em especial o tamanho do texto das
atualizações.

       As primeiras ferramentas de microblogging surgiram no início de 2006, como o Jaiku,
em fevereiro, e o Twitter, em março.

       Neste trabalho, como forma de conhecer e usufruir da ferramenta Twitter, estudaremos
sua origem, suas características e sua função no jornalismo informativo atual.



   1.1. Webjornalismo


       Para compreendermos melhor a abordagem do Twitter e das novas ferramentas atuais,
é necessário definir o que é webjornalismo e apresentar outras terminologias que transitam na
prática de jornalismo relacionado à web.

       Mielniczuk (2003) em seu estudo conclui que jornalismo digital é um termo muito
amplo, caracterizado como o jornalismo que emprega qualquer tecnologia de dados em forma
de bits, ou seja, digital. Já o webjornalismo é usado para designar publicações veiculadas na
World Wide Web.



                       “Na rotina de um jornalista contemporâneo estão presentes atividades que se
                       enquadram em todas as nomenclaturas definidas. Vejamos pois, ao
                       consultar o arquivo da empresa na qual trabalha, o profissional poderá
                       assistir a uma reportagem gravada em fita VHS (jornalismo eletrônico); usar
                       o recurso do e-mail para comunicar-se com uma fonte ou mesmo com seu
                       editor (jornalismo online); consultar a edição anual condensada – editada em
                       CD-ROM – de um jornal (jornalismo digital); verificar dados armazenados
                       no seu computador pessoal (ciberjornalismo); ler em sites noticiosos
                       disponibilizados na web material que outros veículos já produziram sobre o
                       assunto (webjornalismo).” (MIELNICZUK, 2003)



       Ou seja, a prática jornalística adotada por editores de mídia social é chamada de
webjornalismo. Esta rotina envolve, basicamente, tarefas como buscar na home page
conteúdo noticioso relevante, condensá-lo em 140 caracteres e publicá-lo no Twitter com link
para a matéria, ou mesmo automatizar este trabalho com ferramentas próprias. Segundo Lima
Jr. (2009), mídia social é o formato que permite, entre outras coisas, criar, compartilhar e
14



disseminar conteúdos digitais relevantes. O profissional de edição de mídia social cumpre este
papel de intermediar quais conteúdos devem ser publicados no Twitter, por exemplo.

        Outro termo a ser definido é o conceito de rede social, um dos usos do Twitter através
de apropriação de seus usuários. Conforme Boyd & Ellison (2007)



                          “Nós definimos redes sociais (social network sites) como serviços baseados
                          na Web que permitem aos indivíduos (1) construírem um perfil público ou
                          semipúblico dentro de um sistema interligado, (2) articular uma lista de
                          outros usuários com quem eles compartilham uma conexão e (3) ver e cruzar
                          a sua lista de conexões e aquelas feitas por outros dentro do sistema. A
                          natureza e nomenclatura dessas conexões podem variar de site para site.”
                          (Boyd & Ellison, 2007:on-line).



        Assim sendo, adotaremos o conceito de webjornalismo para a prática jornalística do
uso do Twitter como mídia social de disseminação de conteúdo noticioso.



    1.2. Origem do Twitter


        O Twitter foi idealizado no início de 2006 como um serviço de comunicação interno
da empresa Odeo Podcast, em San Francisco (SAGOLLA, 2009). Pensavam em criar um
serviço que permitisse a continuação das discussões acerca dos trabalhos na empresa, usando
o celular. Segundo Sagolla (2009):



                          “@Jack descreveu uma idéia que ele tinha desde 2001, chamado "Stat.us"
                          (ver www.flickr.com/photos/jackdorsey/182613360). Seu conceito foi
                          baseado na experiência inicial com recurso de status do LiveJournal durante
                          o tempo em que ele estava escrevendo um software para envio de
                          mensagens. "Eu quero ter um serviço de envio que nos conecte em nossos
                          telefones usando o texto", disse ele1.” (SAGOLLA, 2009, p. 18)




1
    Tradução para: “@Jack described an idea he‟d had since 2001 called “Stat.us” (see
www.flickr.com/photos/jackdorsey/182613360). His concept was based on early experience with LiveJournal‟s
status feature during a time when he was writing software for dispatch couriers. “I want to have a dispatch
service that connects us on our phones using text,” he said.
15



        A intenção inicial seria usar o formato de áudio, mas Jack Dorsey foi o primeiro a
pensar em criar um serviço que usasse SMS para informar a pequenos grupos o que você está
fazendo. Dom Sagolla e Jack Dorsey foram dois dos cofundadores do Twitter.


                              FIGURA 1. RASCUNHO DO TWITTER




                Fonte: www.flickr.com/photos/jackdorsey/182613360 (2 de abril de 2011)



        Jack Dorsey postou a primeira mensagem no Twitter no dia 21 de março de 2006. Nos
primeiros anos, o serviço ainda era obscuro e pouco usado. A ascensão ocorreu em 2007,
graças ao festival South by Southwest (SXSW), um evento que reúne startups2. Após o


2
  Startups são novas empresas, negócios ou projetos relacionados à inovação em tecnologia da informação. Uma
startup possui características que as diferem das tradicionais pequenas e micro empresas, num contexto bastante
dinâmico e sensível.
16



evento, o número de mensagens publicadas no site saltou de 20 mil para 60 mil por dia
(ORRICO, 2011).

           No início ninguém sabia ao certo para que servia uma ferramenta onde você poderia
dizer o que quisesse em 140 caracteres. O Twitter era visto como um fórum sem sentido, com
frases como “estou tomando café da manhã” ou “assistindo tal programa na tevê”. Aos poucos
descobriram outras formas de uso do serviço – muito mais úteis. Após suspeita de fraudes na
vitória de Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais do Irã em julho de 2009,
manifestantes saíram às ruas, e o governo proibiu a presença de jornalistas estrangeiros. O
Twitter desempenhou um papel de extrema importância para a divulgação de notícias do
local, chegando a sair do ar devido ao alto tráfego de usuários. Este fato acabou afirmando o
papel da rede como um meio informativo (e também noticioso), e trouxe à ferramenta
visibilidade internacional, inclusive ganhando atenção no Brasil (ORRICO, 2011). De acordo
com a ComScore, o tráfego do Twitter disparou nos 12 meses após os distúrbios iranianos e o
número de usuários cresceu 109%. Atualmente, o serviço ganha importância também para a
cobertura das manifestações do Oriente Médio, em países como a Líbia e Egito. Em lugares
onde o jornalismo tradicional não consegue acesso, o Twitter é a ferramenta capaz de divulgar
ao mundo estes eventos.

           Conforme Orrico (2011) hoje o Twitter vale cerca de R$ 12,6 bilhões, segundo a
Sharepost, bolsa de valores para negociação de ações de companhias privadas. São mais de
140 milhões de mensagens por dia e cerca de 200 milhões de usuários cadastrados. Dados da
eMarketer apontam que o Twitter arrecadou US$ 45 milhões em publicidade em 2010, com
previsão de US$ 150 milhões em 2011 e US$ 250 milhões em 2012. São mais de 200 milhões
de usuários. No Brasil, o segundo maior usuário de Twitter, um em cada cinco internautas
estão lá.



       1.3. Definição do Twitter


           O Twitter se define como uma rede de informações em tempo real, com base nos
assuntos que o usuário considera interessante3. Mas outras definições mais específicas são
atribuídas a ele. Consoni e Oikawa (2009) caracterizam o Twitter como um serviço de
micropostagens. Segundo os autores, um serviço mensageiro, como Gtalk e MSN, prevê a

3
    Disponível em: http://twitter.com/about
17



transmissão de informação entre um emissor e um receptor, enquanto o Twitter permite a
realização de trocas assíncronas, e também funciona como um repositório de informações
para o próprio usuário, emissor e receptor da mensagem. Outra corrente de pensamento sobre
a definição do que é o Twitter vem de Recuero e Zago (2010), denominando-o como um
micromensageiro, por intermédio das apropriações conferidas pelos usuários à ferramenta.
Também são atribuídas características de rede social ao serviço, por permitir interações
sociais entre seus participantes.

       Será usada aqui a definição de micropostagens (CONSONI E OIKAWA, 2009), pois
se enquadra mais à perspectiva deste trabalho. O intuito é entender o Twitter como ferramenta
de comunicação relacionada à informação, no caso jornalística. A variação microblog também
será utilizada.


                     FIGURA 2. PÁGINA PRINCIPAL DO TWITTER




                              Fonte: http://twitter.com (2 de abril de 2011)
18



       No serviço, não é necessária a criação de uma conta para acompanhar um perfil ou
uma conversação acerca de um assunto qualquer, mas para que se possa interagir e postar
conteúdo, é necessário o cadastro. Cada usuário/perfil é caracterizado por um sinal de arroba
(@) que precede sua identificação na rede. Por exemplo, a conta do Twitter do presidente
norte americano, @barackobama.

       Cada atualização no serviço recebe o nome de tweet, onde são permitidos até 140
caracteres. As atualizações podem ser enviadas através de short message service (SMS), pela
web, por internet móvel (mobile web) ou por inúmeros aplicativos construídos a partir da API
do sistema. Permite-se o uso de links para conteúdos como sites, imagens, vídeos dentro do
limite de 140 caracteres, amplificando assim o potencial de comunicação de cada tweet.

       Os usuários são convidados a responder à pergunta “What‟s happening?” (O que está
acontecendo?) ao atualizar seu Twitter. Porém a pergunta original era “What are you doing?”
(O que você está fazendo?). Isto sugere a mutação sofrida ao longo destes cinco anos, através
da apropriação de seus usuários em utilizar o serviço não apenas para dizer se estava tomando
café ou assistindo tevê, mas principalmente transmitir conhecimento acerca dos fatos que
estão ocorrendo ao seu redor, inclusive o compartilhamento de notícias.

       O termo “seguir” no Twitter, refere-se a acompanhar as atualizações (tweets) de
determinado usuário, aparecendo assim em sua timeline – linha do tempo, reunião de todos os
tweets de quem você segue, inclusive os seus.

       Usa-se o termo retweet para designar tweets que contêm citação de outro usuário. Para
identificar que aquela frase é um retweet, por convenção usa-se a abreviação RT antes do
texto parafraseado. Por exemplo: “RT @jack just setting up my twitter”. É comum também
incluir comentário do próprio “retuitador” antes do RT.

       Pode-se enviar uma mensagem direta privada a outro usuário, em forma de tweet.
Desta forma, apenas o destinatário da mensagem lê e pode responder através do mesmo meio.
Esta prática é chamada de Direct Message, ou sua sigla DM.

       O uso de hashtags permite o etiquetamento do tweet. Hashtags são palavras precedidas
do símbolo “#”. Primo (2008b) afirma que “o hashtag, como foi batizado, é um fenômeno
emergente, um „protocolo social‟ compartilhado pelas pessoas que conhecem o processo.” O
uso deste recurso foi criado pelos usuários, e tomou conhecimento mundial após as
manifestações do Irã. Twitteiros e jornalistas passavam a etiquetar e categorizar seus tweets
relacionados ao evento, identificando-os com o hashtag #IranElection.
19



        Várias funções foram implementadas ao longo do tempo. Os Trending Topics são os
assuntos mais comentados na rede, que podem ser filtrados por país ou cidade. Na nova
versão do Twitter, o nome deste recurso passou a se chamar Trends. O Who to Follow,
sugestões automáticas de perfis para serem seguidos, de acordo com quem você segue.
Recentemente o Twitter foi reformulado visualmente, e ganhou alguns recursos automáticos
de retweets e DMs, uma barra lateral com funções integradas de vídeo e foto, além de outras
implementações.



    1.4. Twitter como meio de comunicação jornalística


        O intuito deste estudo é entender o Twitter como ferramenta de comunicação
relacionada à informação, aqui no caso jornalística. São significantes as formas como grupos
de usuários interagem e se apropriam do Twitter, transferindo valores de informação para ele,
complementando ou mesmo substituindo o acompanhamento de meios tradicionais (como
jornais e revistas).

        Conforme conclui Consoni e Oikawa (2009) em seus estudos sobre as apropriações
dadas ao twitter como meio de comunicação, e baseando-se nos estudos de Recuero e Zago
(2009) a maioria dos internautas não utiliza a ferramenta para responder à pergunta O que
você está fazendo, mas sim para acesso a informação e conversação. O Twitter mudou sua
pergunta para O que está acontecendo, devido a apropriação da ferramenta pelos usuários
para divulgar e acompanhar informação. Este é um claro exemplo da transformação do
Twitter num novo meio de comunicação.

        O Twitter é um exemplo claro dos conceitos de lide e pacote de notícias, praticados no
webjornalismo moderno. Ferrari (2010) salienta a importância do lide no webjornalismo, para
não só resumir a notícia, mas também dar razões para que o internauta continue lendo. Um
tweet de um perfil jornalístico nada mais é do que um pequeno lide da notícia acompanhado –
em geral – de um link para ela. Cada link de tweet encaminha o internauta a um determinado
pacote da mesma notícia.

        A apropriação do Twitter como meio de comunicação jornalística ocorreu
naturalmente, e foi impulsionada por fatos como as eleições presidenciais do Irã. Após
suspeita de fraudes na vitória de Mahmoud Ahmadinejad em julho de 2009, o Twitter foi um
dos únicos meios onde os jornalistas encontravam espaço para divulgação de notícias locais,
20



já que a internet estava sendo censurada pelo governo iraniano. As últimas eleições
presidenciais norte-americanas, em especial a campanha de Barack Obama, também foram
decisivas para impulsionar o uso jornalístico do Twitter. No Brasil, casos como as fortes
chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro foram amplamente discutidos dentro
do Twitter por seus usuários, chegando a permanecer vários dias nos trendings topics
brasileiros, inclusive mundiais. As notícias eram transmitidas, muitas vezes, antes de outros
meios de comunicação. No Oriente Médio, devido às ondas de manifestações, o Twitter
reafirma seu papel de difusor de conteúdo jornalístico.

       Gabriela Zago (2009) ressalta que o conteúdo jornalístico no Twitter não é oferecido
apenas pelas organizações, ao abordar a utilização da ferramenta para finalidades voltadas ao
jornalismo.



                       “Essas utilizações costumam ser feitas não só pelas organizações
                       jornalísticas presentes na ferramenta, como também por usuários que
                       utilizam da ferramenta para reportar acontecimentos, em uma prática de
                       jornalismo colaborativo. Os usuários podem tanto usar a ferramenta para
                       reportar acontecimentos que estejam presenciando, como para repassar ou
                       comentar informações recebidas de outras fontes. Ao repassar informações
                       recebidas de outras fontes, eles estariam atuando como filtro de
                       informações.” (ZAGO, 2009, p. 9)



       Os usuários recebem a notícia e a repassam entre seus seguidores. Em muitos casos a
notícia é lida dentro do Twitter, em um perfil como o do jornal O Estado de S. Paulo, e
retransmitida para seus amigos através do retweet (RT), filtrando a informação e selecionando
a que considera mais relevante. Na figura abaixo, podemos perceber essa interação.

       O serviço de encurtamento de links Migre.me publicou uma reunião de links
encurtados e utilizados no Twitter sobre o terremoto seguido de tsunami no Japão, ocorrido
em 11 de março de 2011. Na Figura 3, podemos observar que as notícias veiculadas em perfis
jornalísticos são retweetadas, ou mesmo “linkadas” para a rede de contatos dos internautas.
Muitas vezes são adicionados comentários sobre aquela notícia.
21



              FIGURA 3. TWEETS SOBRE O TERREMOTO NO JAPÃO




                    Fonte: http://migre.me/terremoto-japao (2 de abril de 2011)



       Gabriela Zago (2008), a partir de um estudo do Twitter, apresenta várias formas de uso
jornalístico da ferramenta. O formato predominante de tweets de contas jornalísticas é o
chamado feed, o qual será objeto deste nosso estudo. Sobre o formato feed, segundo a autora



                       “...essa classificação foi usada para contas predominantemente usadas como
                       um “feed” de notícias – ou porque o conteúdo é proveniente de um RSS de
                       outro site, ou porque adotam um estilo parecido com o de um feed – de se
                       apresentar as notícias em ordem cronológica inversa, com manchete e link.”
                       (ZAGO, 2008, p. 83)



       Feeds são arquivos que “alimentam” leitores de RSS. Por sua vez, RSS é um sistema
de agrupamento de conteúdo de um site, de acordo com Gabriela Zago (2008). Analisando as
contas de Twitter dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, podemos perceber
este formato principal de comunicação jornalística empregado atualmente na ferramenta.
22



          FIGURA 4. TWEETS DOS PERFIS DOS JORNAIS ESTADÃO E FOLHA




             Fonte: http://twitter.com/estadao e http://twitter.com/folha_com (2 de abril de 2011)



           O Twitter do jornal Estado de S. Paulo (http://twitter.com/estadao) possui 104.545
seguidores, enquanto o perfil do jornal Folha de S. Paulo tem atualmente 84.328 seguidores
(http://twitter.com/folha_com)4. Percebe-se o uso de feed nestas contas, pois seu formato é
praticamente igual ao de um RSS, com a inclusão de um link para a matéria relacionada, no
fim do tweet. O link pode encaminhar o internauta ao site da própria instituição que tuitou, ou
para conteúdos multimídias como vídeos, imagens e sons. Por ser uma forma automática de
transmissão de conteúdo jornalístico, este formato não possui interação com seus seguidores,
um ponto negativo. Porém, seguir contas de perfis jornalísticos é uma das principais formas
que o usuário encontra para se manter informado, e repassar conteúdo para sua rede, como
visto anteriormente.

           Outra forma de divulgação de conteúdo jornalístico é através de perfis de profissionais
do ramo. No exemplo abaixo, observa-se uma cobertura do I Encontro Regional de
Jornalismo Digital, comentado ao vivo pela jornalista e pesquisadora de cibercultura Gabriela
Zago. O encontro aconteceu no dia 02 de abril de 2011, pela Unisinos, em Porto Alegre (RS).




4
    Dados obtidos no dia 02 de abril de 2011.
23



                FIGURA 5. COBERTURA DE EVENTO NO TWITTER




                        Fonte: http://twitter.com/gabizago (2 de abril de 2011)



       Este formato é utilizado quando transmite-se via Twitter a cobertura regular de fatos,
ou acompanhamento de eventos ou acontecimentos (ZAGO, 2008, p. 84). O ponto forte deste
tipo de tweet jornalístico reside no fato de o profissional poder interagir com o internauta que
acompanha suas postagens. Outra característica interessante é o caráter instantâneo da
informação através da cobertura.
24



CAPÍTULO 2.            TWITTER FRENTE AO JORNALISMO IMPRESSO


       Após a popularização da internet, o jornalismo tem sofrido diversas mudanças que
levam à convergência digital. O webjornalista atual deve lidar com as mídias sociais e
interagir com o receptor da mensagem. Como afirmam Salaverría, García Avilés e Massip
(2008) o profissional desejado pelo mercado é o multimídia, capaz de trabalhar com as várias
ferramentas digitais e novas plataformas de produção e publicação, além de interagir com o
público. Este profissional deve ser capaz de produzir conteúdo para várias mídias, adaptando às
linguagens próprias de cada. É o caso do editor de mídias sociais, profissional responsável pelo
gerenciamento de comunidades do veículo na web e mediador do público, entre outras funções.

       O profissional atual também deve ser capaz de lidar com o hipertexto, linguagem
utilizada na era da internet. Lembrando que a definição de hipertexto, por Ferrari (2010) é o
método de transmissão de informações baseada em computadores, Palácios (2003) discute a
ideia de não-linearidade discursiva do hipertexto.



                         “Nossa experiência de leitura dos Hipertextos deixa claro que é
                         perfeitamente válido afirmar-se que cada leitor, ao estabelecer sua leitura,
                         estabelece também uma determinada "linearidade" específica, provisória,
                         provavelmente única. Uma segunda ou terceira leituras do mesmo texto
                         podem levar a "linearidades" totalmente diversas, a depender dos links que
                         sejam seguidos e das opções de leitura que sejam escolhidas, em momentos
                         em que a história se bifurca ou oferece múltiplas possibilidades de
                         continuidade.” (PALACIOS, 1999, p.4)



       Tais ideias sugerem a multilinearidade do hipertexto, em contraposição à
unilinearidade do texto tradicional (PALACIOS, 1999, p.7). A multiplicidade de construção
de leituras no texto da internet, em específico no Twitter, permite que o usuário escolha os
assuntos de sua preferência, suas editorias favoritas, crie listas com perfis sobre determinado
assunto. Enfim, mesmo o mito de que a informação na internet, e no Twitter, é muito rasa e
não reflexiva, cai por terra se o internauta decidir pesquisar mais sobre o assunto. Partindo de
um tweet até uma explanação mais profunda da informação dentro de um portal especializado,
a ideia do pacote de notícias permite levar o assunto a níveis mais profundos, de acordo com
os interesses do tuiteiro.
25



       Apesar de oferecer algumas vantagens, em relação ao tradicional jornalismo impresso,
atualmente o Twitter tem sido pouco explorado de forma criativa pelas empresas midiáticas.
O webjornalismo no Twitter se apresenta, em sua maioria, apenas como uma mera
transposição do formato feed dos portais jornalísticos para o microblog. Como abordado
anteriormente, conforme Gabriela Zago (2008), feed é o formato de conteúdo jornalístico no
microblog proveniente de um RSS de outro site, ou um estilo parecido.

       Desta forma, o usuário que segue um perfil como o do jornal O Estado de S. Paulo
(@estadao) acompanha as últimas notícias do portal, o http://www.estadao.com.br/,
transportadas para o Twitter em formato feed. Do Twitter, lê-se a notícia, e caso ela seja de
interesse do usuário, este clica no link que a acompanha, e lê a notícia completa no portal.

       Conforme conclui Zago (2008), esta forma de utilização não explora plenamente as
potencialidades do Twitter, como mobilidade e atualizações rápidas. Não há uma produção
específica para a ferramenta, mas sim a reprodução do conteúdo de feeds RSS dos portais
jornalísticos. Em comparação com outras formas de produção, o Twitter se torna apenas uma
reprodução do conteúdo encontrado em outros locais. Mesmo que, dentro da ferramenta, o
formato feed contribua para uma atualização dos fatos noticiosos, este tipo de utilização ainda
é limitado frente às vastas apropriações de uso do microblog.



                        “RSS vem de Really Simple Syndication, que quer dizer: realmente simples.
                        Ele te permite fazer uma assinatura para ter acesso a um feed de informação
                        que é transmitido diretamente a seu leitor RSS ou navegador Web. Assim, ao
                        invés de visitar diferentes páginas Web ou executar os mesmos mecanismos
                        de busca várias vezes, você pode acessar um leitor de RSS que fará toda a
                        coleta dos feeds para você, automaticamente.” (BRIGGS, 2007, p.20)



       Atualmente, e na maior parte, o Twitter funciona como uma espécie de leitor RSS de
conteúdo jornalístico, onde o usuário acompanha vários veículos de comunicação em um só
lugar, de forma automática e quase instantânea.



   2.1. Vantagens do meio


       A seguir citaremos algumas das vantagens do Twitter como meio comunicacional, em
relação ao jornal impresso.
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        2.1.1. Instantaneidade


        Em comparação ao tradicional jornalismo impresso, em específico ao jornal diário, a
vantagem principal do Twitter é a instantaneidade. Briggs (2007) ressalta que, na
reestruturação do jornal estadunidense Los Angeles Times, foi enfatizada primeiramente a
publicação da versão digitalizada e secundariamente a versão impressa do jornal, em 2007. A
filosofia da versão online do jornal era “descubra na Web e veja os detalhes na versão
impressa”.

        Não há como negar a velocidade da informação na internet, em especial no Twitter,
onde em muitos casos em que a reportagem não foi ainda concluída, é antecipada no
microblog. Enquanto a notícia chega um dia depois através do jornal impresso, na internet ela
chega quase que instantaneamente. Ao longo do dia, a notícia vai recebendo um tratamento de
acordo com sua importância, recebendo mais conteúdo, infográficos, matérias especiais,
ilustrações, fotos, etc.

        Outros exemplos de instantaneidade são coberturas ao vivo de eventos, entrevistas e
acontecimentos. Em geral, o Twitter tem cumprido muitas vezes o papel de meio para
transmissão de coberturas ao vivo.


        2.1.2. Acesso à informação


        O Twitter se beneficia das vantagens de seu meio. A internet revolucionou a forma
como nos comunicamos e o acesso à informação (FERRARI, 2010, pg. 79). Através dos
conceitos da leitura multilinear, abordados anteriormente segundo Palácios (2003), o
internauta pode escolher se quer ou não se aprofundar em determinada informação, partindo
de um link obtido em um tweet, até chegar a uma matéria mais completa e reflexiva num
portal de notícias.

        Enquanto no jornal impresso a informação vem pré-estabelecida, podendo estar
presente ou não na edição atual, na internet o leitor procura a informação específica, e se
aprofunda nela. O internauta escolhe a notícia de acordo com seu interesse, e cria uma edição
própria, filtrando as informações, e definindo o grau de aprofundamento de cada notícia. O
acesso à informação se torna menos restrito do que no jornal impresso, pré-editado, pré-
estabelecido.
27



       2.1.3. Interatividade


       Outra característica positiva do Twitter, em relação ao jornal diário impresso, é a
participação ativa do receptor da mensagem. Segundo Pierre Lévy (1999), o termo
"interatividade" em geral ressalta a participação ativa do beneficiário de uma transação de
informação. Conforme o autor, o grau de interatividade de uma mídia pode ser medido com
base em algumas características como as possibilidades de apropriação e de personalização da
mensagem. Uma outra característica é a reciprocidade da comunicação – um dispositivo
comunicacional “um-um” ou “todos-todos”. Em comparação ao jornal impresso, estas
características acima se tornam mais latentes no Twitter.

       A interatividade é observada também com comentários sobre cada notícia. Além do
Twitter, em portais de notícia, o internauta tem um espaço para publicar comentários a
respeito da matéria. Em alguns sites, ele pode dar nota e enviar a notícia para um amigo – no
Twitter pode-se retuitar a notícia.


   2.2. Desvantagens do meio


       Abordaremos a seguir algumas das principais desvantagens do Twitter, em relação ao
jornalismo impresso.


       2.2.1. Automatização da notícia


       Devido às características do meio digital, a produção de notícias no Twitter,
acompanhando o webjornalismo como um todo, se torna cada vez mais automatizado. Novas
tecnologias da informação e suas subdivisões com softwares cada vez mais modernos estão
transformando o “fazer jornalístico” num processo automatizado e muito particular
(FERRARI, 2010, pg. 78). A notícia se torna apenas um produto, e as empresas cuidam de
entregar as informações 24 horas por dia. Não se preocupa em saber se o leitor/internauta está
sendo informado, mas apenas em repassar a informação.
28



       2.2.2. Excesso de informação


       As informações transmitidas nem sempre são recebidas pelos internautas, pela enorme
quantidade de dados transmitidos. Com tanta carga de notícias, o internauta tende a absorver
menos conteúdo se não focar em determinadas informações. O Twitter é a extensão de sites
jornalísticos, e guarda muitas das características destes.



                        “Os sites de conteúdo jornalístico e de entretenimento produzem, trafegam e
                        armazenam informação. O internauta é bombardeado 24 horas por dia e sete
                        dias por semana com informação e dados, que podem ser arquivos de texto,
                        áudio, vídeo ou imagens.” (FERRARI, 2010, pg. 79)



       No caso do Twitter, um usuário que segue vários perfis jornalísticos, como os dos
jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e da revista Veja, na maioria das vezes não
consegue acompanhar todo o noticiário, apenas fragmentos dele. Além de receber uma grande
quantia de informações destes e de outros veículos, acompanha invariavelmente outros perfis,
informativos ou não, de amigos, parentes, celebridades e empresas terceiras, por exemplo.


   2.3. Convergência: do papel ao digital


       Como afirma José Afonso Furtado (2006), a internet permite o surgimento de novas
formas de escrita, edição, distribuição e leitura. É bem verdade que a internet transformou o
modo com que acompanhamos o noticiário e consumimos informação. O autor também
afirma que a passagem da cultura do papel para o digital não significa a morte de uma para o
surgimento de outra, mas sim uma transição. Uma nova tecnologia não acaba com a outra. Ou
seja, a tendência é que o jornal impresso não deixe de existir, mas sua existência mude. A
notícia no papel será consumida de outra forma, com matérias mais frias e analíticas,
enquanto a notícia online tende a assumir um papel de informar de forma mais imediata e
instantânea.

       O jornalismo impresso vem sofrendo mudanças com o passar dos anos. Atualmente,
alguns jornais mudaram sua postura para incluir matérias mais pós-noticiosas, e alteraram o
formato do impresso para tablóide, seguindo as transformações dos jornais europeus. O jornal
29



Diário de S. Paulo é um exemplo. Recentemente, em uma ousada mudança gráfica e editorial,
transformou seu formato standard para tablóide, e adotou uma postura editorial com matérias
mais pós-noticiosas, com características de revista.

       De fato, o jornal impresso vem sofrendo alterações, muitas relacionadas ás novas
mídias. Enquanto a internet assume um caráter mais imediato de informação, com notícias
quentes e atualizações constantes, o jornal impresso tende a ser uma mídia de consulta
posterior, mais centrada em explicar os fatos que já ocorreram, de forma mais analítica.

       José Afonso Furtado (2006) também afirma que as novas mídias trabalham em
conjunto com as mídias tradicionais. Como dito, enquanto a notícia online cumpre a função
de informar de forma instantânea e imediata, o jornal impresso tende a ser uma consulta
posterior mais reflexiva.

       Outras influencias marcantes que impulsionam o uso do jornalismo digital e o
webjornalismo são fatores como o custo da impressão e distribuição em papel e a
sustentabilidade.
30



CAPÍTULO 3.           PESQUISA DE CAMPO


       Para compreender as diferenças de absorção de conteúdo jornalístico entre os meios
impresso e digital (Twitter), optou-se por trabalhar com uma abordagem quantitativa. Assim,
pode-se estudar melhor a percepção do noticiário recente entre os leitores de jornal impresso,
e internautas que acompanham notícias através do Twitter.

       Para isto, foi elaborado um questionário como técnica de pesquisa para coleta de
dados. Este questionário contém seis perguntas de múltipla escolha, cada questão contendo
quatro opções, sendo apenas uma correta.

       O questionário contém perguntas relativas a notícias dos meses de fevereiro e março
de 2011. Foi aplicado no mês de abril de 2011, de duas formas: uma versão impressa para
leitores de jornal, e uma versão online para leitores do Twitter acessada através do endereço
http://bit.ly/questionariotcc. Ambas as pesquisas estão anexadas a este trabalho.

       A pesquisa foi realizada com 15 pessoas que acompanham notícias em jornal
impresso, e 15 pessoas que acompanham notícias através do Twitter. Pessoas que
acompanham notícias em jornal impresso podem acompanhar também em outros meios,
menos Twitter. Assim como as que acompanham notícias pelo Twitter podem acompanhar
outros meios, excluindo jornal impresso.

       Esta pesquisa não é conclusiva, pois não são analisadas as formas de acompanhamento
de cada meio, mas sim é analisado o conhecimento do noticiário recente. Por exemplo, há
usuários diferentes em cada meio. Enquanto um leitor de notícias no Twitter pode seguir
apenas perfis jornalísticos, outro segue apenas um perfil. Além disso, um assinante de jornal
impresso pode ler o jornal todo, enquanto outro assinante lê apenas seus cadernos preferidos.
Os resultados são válidos apenas para entender de forma geral como se dá a compreensão e
fixação das notícias recentes, de modo geral, comparadas lado a lado.


   3.1. Leitores de jornal impresso
       A seguir serão analisadas as respostas do questionário aplicado às pessoas que
acompanham o noticiário pelo jornal impresso.
31



       Questão 1

       Assinale quais cidades o presidente norte-americano Barack Obama visitou, em
recente viagem ao Brasil:

       a. Brasília e São Paulo

       b. São Paulo e Salvador

       c. Brasília e Rio de Janeiro

       d. Rio de Janeiro e São Paulo

       A resposta correta é a alternativa C, Brasília e Rio de Janeiro.

       Foi identificado que 14 pessoas, representando 93,33% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto apenas 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela
alternativa A.



       Questão 2

       Qual o local mais atingido pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido dia 11 de
março no Japão?

       a. Miyagi

       b. Iwate

       c. Tokyo

       d. Pequim

       A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Miyagi”.

       Foi identificado que 11 pessoas, representando 73,33% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 3 pessoas, representando 20%, optou pela alternativa B e 1
pessoa optou pela alternativa C, representando 6,77%.



       Questão 3

       O Banco PanAmericano foi protagonista do mais recente escândalo financeiro do país.
Como o BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram a venda do banco?
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       a. Deixando todas as ações na Bolsa, com acionistas minoritários, e recebendo R$ 650
milhões como empréstimo do FMI.

       b. Recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI e vendendo 36,56% do
capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF.

       c. O Banco PanAmericano foi vendido por R$ 450 bilhões para o Banco Itaú.

       d. Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF,
deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de
Créditos.

       A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “Vendendo 36,56% do capital
total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e
recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos.”

       Foi identificado que 8 pessoas, representando 53,33% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 5 pessoas, representando 33,33%, optou pela alternativa B e
2 pessoas optaram pela alternativa C, representando 13,33%.



       Questão 4

       “Menos de 20 horas após ir à TV dizer que ficaria no poder e não aceitaria pressão
externa, renunciou ao posto que ocupava desde 1981. O vice Omar Suleiman anunciou que
um conselho das Forças Armadas governará o país.” De quem a notícia fala, e de qual país?

       a. Hosni Mubarak, Egito

       b. Hugo Chavez, Venezuela

       c. Mahmoud Ahmadinejah, Irã

       d. Fidel Castro, Cuba

       A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Hosni Mubarak, Egito”.

       Foi identificado que 11 pessoas, representando 73,33% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optou pela alternativa D e
1 pessoa optou pela alternativa B, representando 6,67%. Por fim, 1 pessoa, representando
6,67% optou pela alternativa C.
33



       Questão 5

       Qual o valor do salário mínimo para 2011, aprovado na Câmara?

       a. R$ 560

       b. R$ 545

       c. R$ 600

       d. R$ 610

       A resposta correta para esta questão é a alternativa B, “R$ 545”.

       Foi identificado que 12 pessoas, representando 80% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optou pela alternativa A e
1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,67%.



       Questão 6

       “O ex-senador de Minas Gerais morreu nesta terça aos 79 anos, depois de lutar por
mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal.” A quem se refere esta notícia,
veiculada logo após o fato, em 29/03/11?

       a. Jader Barbalho, senador.

       b. José Alencar, vice-presidente.

       c. José Sarney, presidente do senado.

       d. José Alencar, ex vice-presidente.

       A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “José Alencar, ex vice-
presidente”.

       Foi identificado que 13 pessoas, representando 86,67% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa A e 1
pessoa optou pela alternativa B, representando 6,67%.


   3.2. Leitores de Twitter


       A seguir serão analisadas as respostas do questionário aplicado às pessoas que
acompanham o noticiário pelo Twitter.
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       Questão 1

       Assinale quais cidades o presidente norte-americano Barack Obama visitou, em
recente viagem ao Brasil:

       a. Brasília e São Paulo

       b. São Paulo e Salvador

       c. Brasília e Rio de Janeiro

       d. Rio de Janeiro e São Paulo

       A resposta correta é a alternativa C, Brasília e Rio de Janeiro.

       Foi identificado que 11 pessoas, representando 73,33% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optaram pela alternativa
A e 2 pessoas, representando 13,33% optaram pela alternativa D.



       Questão 2

       Qual o local mais atingido pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido dia 11 de
março no Japão?

       a. Miyagi

       b. Iwate

       c. Tokyo

       d. Pequim

       A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Miyagi”.

       Foi identificado que todas as 15 pessoas, representando 100% do total dos
entrevistados, acertaram esta questão.



       Questão 3

       O Banco PanAmericano foi protagonista do mais recente escândalo financeiro do país.
Como o BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram a venda do banco?
35



       a. Deixando todas as ações na Bolsa, com acionistas minoritários, e recebendo R$ 650
milhões como empréstimo do FMI.

       b. Recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI e vendendo 36,56% do
capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF.

       c. O Banco PanAmericano foi vendido por R$ 450 bilhões para o Banco Itaú.

       d. Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF,
deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de
Créditos.

       A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “Vendendo 36,56% do capital
total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e
recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos.”

       Foi identificado que 10 pessoas, representando 66,67% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 4 pessoas, representando 26,67%, optou pela alternativa B e
1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,67%.



       Questão 4

       “Menos de 20 horas após ir à TV dizer que ficaria no poder e não aceitaria pressão
externa, renunciou ao posto que ocupava desde 1981. O vice Omar Suleiman anunciou que
um conselho das Forças Armadas governará o país.” De quem a notícia fala, e de qual país?

       a. Hosni Mubarak, Egito

       b. Hugo Chavez, Venezuela

       c. Mahmoud Ahmadinejah, Irã

       d. Fidel Castro, Cuba

       A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Hosni Mubarak, Egito”.

       Foi identificado que 12 pessoas, representando 80% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optou pela alternativa B e
1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,67%.



       Questão 5
36



       Qual o valor do salário mínimo para 2011, aprovado na Câmara?

       a. R$ 560

       b. R$ 545

       c. R$ 600

       d. R$ 610

       A resposta correta para esta questão é a alternativa B, “R$ 545”.

       Foi identificado que 12 pessoas, representando 80% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa A, 1
pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa C e 1 pessoa, representando 6,67%, optou
pela alternativa D.



       Questão 6

       “O ex-senador de Minas Gerais morreu nesta terça aos 79 anos, depois de lutar por
mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal.” A quem se refere esta notícia,
veiculada logo após o fato, em 29/03/11?

       a. Jader Barbalho, senador.

       b. José Alencar, vice-presidente.

       c. José Sarney, presidente do senado.

       d. José Alencar, ex vice-presidente.

       A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “José Alencar, ex vice-
presidente”.

       Foi identificado que 13 pessoas, representando 86,67% do total dos entrevistados,
acertaram esta questão, enquanto 2 pessoa, representando 13,33%, optou pela alternativa B.


   3.3. Análise dos dados
       De acordo com a pesquisa realizada e os dados analisados, foram obtidos resultados
que permitem apresentar os seguintes entendimentos.
37



                         GRÁFICO 1. COMPARAÇÃO DE ACERTOS




       Ao comparar os resultados das pesquisas dos dois grupos, podemos perceber que, de
modo geral, em ambos os meios de comunicação, mais de 50% das pessoas responderam às
questões corretas. Não houve diferenças significativas.

       Em relação a questão 1, 93,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal
impresso obtiveram acerto, enquanto que, do número de pessoas que acompanham notícias
através do Twitter, 73,33% acertaram a mesma questão.

       Referente a questão 2, 73,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal
impresso obtiveram acerto, frente a 100% de pessoas que acompanham notícias através do
Twitter que acertaram a mesma questão.

       Na questão 3, 53,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso
obtiveram acerto, enquanto que, do número de pessoas que acompanham notícias através do
Twitter, 66,67% acertaram a mesma questão.

       Em relação a questão 4, 73,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal
impresso obtiveram acerto, frente a 80% de pessoas que acompanham notícias através do
Twitter que acertaram a mesma questão.
38



       Referente a questão 5, 80% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso
obtiveram acerto, enquanto que, do número de pessoas que acompanham notícias através do
Twitter, 80% acertaram a mesma questão.

       Por fim, em relação a questão 6, 86,67% das pessoas que acompanham notícias em
jornal impresso obtiveram acerto, frente a 86,67% de pessoas que acompanham notícias
através do Twitter que acertaram a mesma questão.

       Verifica-se, portanto que utilizando o Twitter como meio de comunicação, obtém-se
resultados semelhantes em comparação aos leitores de jornal impresso. Gabriela Zago (2009)
explica as utilizações do Twitter como ferramenta de conteúdo jornalístico.



                       “Essas utilizações costumam ser feitas não só pelas organizações
                       jornalísticas presentes na ferramenta, como também por usuários que
                       utilizam da ferramenta para reportar acontecimentos, em uma prática de
                       jornalismo colaborativo. Os usuários podem tanto usar a ferramenta para
                       reportar acontecimentos que estejam presenciando, como para repassar ou
                       comentar informações recebidas de outras fontes. Ao repassar informações
                       recebidas de outras fontes, eles estariam atuando como filtro de
                       informações.” (ZAGO, 2009, p. 9)



       O que os resultados da pesquisa de campo acenam, em conjunto à pesquisa
bibliográfica, é que, em alguns níveis de aprofundamento, a absorção de notícias no Twitter,
em relação ao jornal impresso, não sofre grande ou nenhuma desvantagem.
39



        CONSIDERAÇÕES FINAIS


        Em meio à revolução que a tecnologia proporciona na produção jornalística, em uma
fase de transição do impresso ao digital, o jornalismo acentua seu caráter de transformação.
Somado a isto e a mudanças também da web, cada vez mais social, diversas ferramentas
surgem como novos meios à transmissão de notícias. O Twitter é uma delas, pelo uso e
apropriação de suas funções. O jornalismo necessita da adaptação e adoção destas mudanças.

        Este trabalho procurou fornecer uma visão mais próxima do leitor em relação ao
acompanhamento de notícias em dois distintos meios de comunicação: o jornal impresso e o
Twitter, produto da web. Por ser característica da pesquisa qualitativa, não é possível
mensurar com extrema exatidão os graus de informação e obtenção de notícias, pois vários
fatores influem neste produto. Por exemplo, o significado e apropriação individual que cada
internauta dá ao Twitter, assim como um leitor de jornal impresso não lê da mesma forma que
outro. Ainda assim, o trabalho é um estudo inicial de uma ferramenta recente, pelo fato de ir
além do senso comum ao comparar o impresso ao digital, e possibilitar novas respostas
através de um acompanhamento mais incisivo da recepção da informação.

        Procurou-se comparar a recepção de notícias entre indivíduos que se mantém
informados usando o Twitter como principal meio, e outros que utilizam jornal impresso. O
que os resultados do trabalho insinuam é que não há grande ou nenhuma desvantagem na
absorção de notícias no Twitter, em relação ao jornal impresso.

        Normalmente, quem usa apenas o Twitter como meio de recepção de notícias absorve
mais informações, porém de forma mais superficial, se comparado a um leitor assíduo de
jornal impresso. Um leitor de mídia impressa tende a analisar melhor as principais notícias,
mas da forma tradicional – linear e pouco colaborativa.

        O “tuiteiro” tem ferramentas para obter informações complementares e adicionais,
multimídia e multimeios, muitas vezes mais próximas da visão da realidade única, veiculada
na grande mídia e nos meios de comunicação de massa. Pode aprofundar seu conhecimento
em notícias de seu interesse, a partir de tweets de perfis jornalísticos, clicando em links que
levam a portais com variados níveis da notícia. Tem acesso ao jornalismo alternativo e
versões diferentes da mesma matéria, onde pode, inclusive, ser ouvido e criar sua própria
leitura de notícias.
40



           Pontos positivos como instantaneidade e jornalismo colaborativo contam nestes
resultados. A maioria dos internautas do Twitter que segue perfis de conteúdo noticioso tende
a se manter informada em tempo quase real. Lendo os tweets destes perfis e, principalmente,
acompanhando e/ou participando de discussões acerca dessas notícias, além de repassar as
informações, o internauta absorve conteúdo e o mantém circulando.

           Ainda assim, o Twitter tem muito a oferecer ainda, e pouco foi explorado. Como
observado, a principal forma de utilização jornalística dos meios de comunicação é a simples
reprodução do conteúdo de portais para a plataforma. Outras formas de apropriação poderão
ser melhor exploradas, em uma ferramenta de inúmeras aplicações.

           Freqüentes discussões acerca da queda do jornal impresso e novas tecnologias para o
jornalismo digital contribuem para dar maior importância a este tema. Estudos referentes ao
impresso definem que sua existência mudará ao longo dos anos, pela interferência do meio
digital.

           Vários fatores contribuíram para que o Twitter se tornasse um meio importante na
transmissão de conteúdo noticioso ao longo de seus curtos cinco anos de vida. Em uma era de
constante transição e mutação do fazer jornalístico, devido às contribuições da tecnologia, o
Twitter tem ganhado cada vez mais espaço como meio de comunicação de notícias. As
empresas de comunicação estão cada vez mais reconhecendo o potencial desta plataforma.
Conhecer e estudar suas características torna-se importante para o webjornalismo.
41



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOYD, D. M.; ELLISON, N. B. Social network sites: Definition, history, and scholarship.
Journal of Computer-Mediated Communication, v. 13 n.1, 2007. Disponível em
<http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html>. Acesso em 02 mar 2011.

BRIGGS, Mark. Jornalismo 2.0: Como sobreviver e prosperar. Knight Center for Journalism
in    the     Americas,     2007.     Tradução:    Carlos   Castilho.     Disponível em
<http://knightcenter.utexas.edu/Jornalismo_20.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2011.

CONSONI, Gilberto B. ; OIKAWA, Erika. A representação dos profissionais de comunicação
no Twitter: Análise dos perfis de Marcelo Tas e Edney Souza. In: XXXII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2009, Curitiba. Anais do XXXII Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo : Intercom - Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2009.

FERRARI, Pollyana. Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2010.

FURTADO, José Afonso. O Papel e o Pixel. Do impresso ao digital: continuidades e
transformações. Florianópolis: Escritório do Livro, 2006.

GARCÍA AVILÉS, José Alberto; SALAVERRÍA, Ramón; MASIP, Pere. Convergencia
periodística em los médios de comunicación. Propuesta de definición conceptual y operativa.
In: SÁBADA, Charo et al. Métodos de investigación sobre convergencia periodística. In:
NOCI, Javier Díaz; PALACIOS, Marcos (Org). Metodologia para o estudo dos cibermeios:
estado da arte & perspectivas. Salvador: EDUFBA, 2008.

LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 1999.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

L. JUNIOR, Walter T. Mídia social conectada: produção colaborativa de informação de
relevância social em ambiente tecnológico digital. Líbero, São Paulo, v. 12, n. 24, p. 95-106,
dez. de 2009. Disponível em < http://www.casperlibero.edu.br/rep_arquivos
/2010/03/16/1268761006.pdf>. Acesso em 02 abr 2011.

MIELNICZUK, Luciana. "Sistematizando alguns conhecimentos sobre jornalismo na Web".
In: MACHADO, Elias, PALACIOS, Marcos. Modelos de jornalismo digital. Salvador:
Calandra, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/gtjornalismocompos
/estudos2003.htm. Acesso em 02 abr 2011.

O‟REILLY, Tim. What is Web 2.0? O‟Reilly Media, 2005. Disponível                          em
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ORRICO, Alexandre. Festa Imodesta: Twitter completa cinco anos com quase 200 milhões de
usuários e valor de mercado estimado em mais de US$ 12 bi. Folha de S. Paulo, São Paulo,
p.F1, 23 mar 2011.
42



PALACIOS, Marcos Silva. Hipertexto, Fechamento e o uso do conceito de não-linearidade
discursiva. Lugar Comum, Rio de Janeiro, n. 08, p. 111-121, 1999.

PRIMO, Alex. A cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e Isabella:
encadeamento midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia, v. 16, 2008b. No prelo.

PRIMO, Alex ; TRÄSEL, Marcelo Ruschel. Webjornalismo participativo e a produção aberta
de notícias.Contracampo (UFF), v. 14, p. 37-56, 2006.

RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. Disponível em
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RECUERO, R.; ZAGO, G. “RT, por favor”: considerações sobre a difusão de informações no
Twitter." Revista Fronteiras, vol 12, n. 2, maio-agosto de 2010.

SAGOLLA, Dom. 140 characters: A style guide for the short form. San Fracisco: John Wiley
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WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Porto Alegre: Sulina, 2003.

ZAGO, G.S. Informações jornalísticas no Twitter: redes sociais e filtros de informações. In:
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ZAGO, G. S. Jornalismo em Microblogs: Um Estudo das Apropriações Jornalísticas do
Twitter. Monografia (Graduação em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo -
Universidade Católica de Pelotas), Pelotas, RS, julho de 2008.

ZAGO, Gabriela da Silva. O Twitter como Suporte para Produção e Difusão de Conteúdos
Jornalísticos. Pelotas, 2008. Disponível em: <www.scribd.com/doc/5887184/O-Twitter-
comosuporte-para-producao-e-difusao-de-conteudos-jornalisticos>. Acesso em: 23 abr 2011.
43



ANEXO A - QUESTIONÁRIO


       Este questionário tem por objetivo analisar a absorção de notícias do período entre os
meses de fevereiro e março, para fins acadêmicos. Não serão colhidos quaisquer dados
pessoais.



       Qual os meios de comunicação utilizados por você para acompanhar o noticiário?
Responda a uma ou várias opções:




                                 ras? _____________________________________________




       1. Assinale quais cidades o presidente norte-americano Barack Obama visitou, em
recente viagem ao Brasil:

       a. Brasília e São Paulo

       b. São Paulo e Salvador

       c. Brasília e Rio de Janeiro

       d. Rio de Janeiro e São Paulo



       2. Qual o local mais atingido pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido dia 11 de
março no Japão?

       a. Miyagi

       b. Iwate
44



       c. Tokyo

       d. Pequim



       3. O Banco PanAmericano foi protagonista do mais recente escândalo financeiro do
país. Como o BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram a venda do banco?

       a. Deixando todas as ações na Bolsa, com acionistas minoritários, e recebendo R$ 650
milhões como empréstimo do FMI.

       b. Recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI e vendendo 36,56% do
capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF.

       c. O Banco PanAmericano foi vendido por R$ 450 bilhões para o Banco Itaú.

       d. Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF,
deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de
Créditos.



       4. “Menos de 20 horas após ir à TV dizer que ficaria no poder e não aceitaria pressão
externa, renunciou ao posto que ocupava desde 1981. O vice Omar Suleiman anunciou que
um conselho das Forças Armadas governará o país.” De quem a notícia fala, e de qual país?

       a. Hosni Mubarak, Egito

       b. Hugo Chavez, Venezuela

       c. Mahmoud Ahmadinejah, Irã

       d. Fidel Castro, Cuba



       5. Qual o valor do salário mínimo para 2011, aprovado na Câmara?

       a. R$ 560

       b. R$ 545

       c. R$ 600

       d. R$ 610
45



       6. “O ex-senador de Minas Gerais morreu nesta terça aos 79 anos, depois de lutar por
mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal.” A quem se refere esta notícia,
veiculada logo após o fato, em 29/03/11?

       a. Jader Barbalho, senador.

       b. José Alencar, vice-presidente.

       c. José Sarney, presidente do senado.

       d. José Alencar, ex vice-presidente.

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Twitter e jornalismo: do papel ao pixel

  • 1. RODRIGO BOTELHO DOS SANTOS TWITTER E JORNALISMO IMPRESSO DO PAPEL AO PIXEL UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO SÃO PAULO 2011
  • 2. RODRIGO BOTELHO DOS SANTOS TWITTER E JORNALISMO IMPRESSO DO PAPEL AO PIXEL Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, Turma 8A, Período da Manhã, Campus Memorial, da Universidade Nove de Julho (UNINOVE) Orientador: Profª Alexandre Barbosa UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO SÃO PAULO 2011
  • 3. iii DEDICATÓRIA À minha noiva Cristiane, pela pessoa especial que representa em minha vida, e por estar sempre ao meu lado nos momentos mais importantes.
  • 4. iv AGRADECIMENTOS A Deus, pelo dom da vida e pela força que se faz guia nos momentos mais necessários. À minha família e amigos, sempre importantes na minha caminhada, entendendo minha ausência durante estes anos de estudo. À minha noiva, que sempre me deu todo o apoio e encorajamento necessário a seguir a graduação, e aceitou se privar de minha companhia pelos estudos. A todos os que contribuíram direta ou indiretamente para o resultado final deste trabalho: os professores e colegas de classe que deram valorosas dicas de leitura; os colaboradores que responderam à pesquisa de campo. Aos professores que, ao longo destes anos, cumpriram o papel de verdadeiros mestres. Mais do que transmitir conhecimento, contribuíram para o enriquecimento pessoal e profissional.
  • 5. v Imprensa é um exército de 26 soldados de chumbo com o qual se pode conquistar o mundo. Johannes Gutenberg
  • 6. vi RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar o microblog e rede social Twitter como ferramenta de trabalho para o jornalismo, e seu papel no cenário da comunicação atual, identificando o grau de importância no acompanhamento de informação. São apresentadas suas características em relação ao tradicional jornalismo impresso, e seus efeitos comparados na transmissão, recepção e percepção de notícias. É fundamental conhecer a ferramenta, como ela surgiu e suas formas de utilização na mídia para entender sua importância para o jornalismo digital. Enquanto alguns consideram o Twitter apenas um diário virtual ou passatempo, muitos leitores e empresas do setor de comunicação descobriram o potencial do site como meio de comunicação ágil, dinâmico, simples e participativo. Em meio aos novos desafios do jornalismo no século 21, os meio digitais, incluindo a ferramenta Twitter, ascendem como novos transmissores de conteúdo. PALAVRAS-CHAVE: twitter; microblog; webjornalismo; convergência digital.
  • 7. 7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. RASCUNHO DO TWITTER ............................................................................... 15 FIGURA 2. PÁGINA PRINCIPAL DO TWITTER ................................................................ 17 FIGURA 3. TWEETS SOBRE O TERREMOTO NO JAPÃO ............................................... 21 FIGURA 4. TWEETS DOS PERFIS DOS JORNAIS ESTADÃO E FOLHA ....................... 22 FIGURA 5. COBERTURA DE EVENTO NO TWITTER ..................................................... 23
  • 8. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1. WEBJORNALISMO E TWITTER ............................................................. 12 1.1. Webjornalismo .............................................................................................................. 13 1.2. Origem do Twitter ......................................................................................................... 14 1.3. Definição do Twitter ...................................................................................................... 16 1.4. Twitter como meio de comunicação jornalística ........................................................... 19 CAPÍTULO 2. TWITTER FRENTE AO JORNALISMO IMPRESSO.............................. 24 2.1. Vantagens do meio ........................................................................................................ 25 2.1.1. Instantaneidade .......................................................................................................... 26 2.1.2. Acesso à informação .................................................................................................. 26 2.1.3. Interatividade ............................................................................................................. 27 2.2. Desvantagens do meio ................................................................................................... 27 2.2.1. Automatização da notícia ........................................................................................... 27 2.2.2. Excesso de informação .............................................................................................. 28 2.3. Convergência: do papel ao digital ................................................................................. 28 CAPÍTULO 3. PESQUISA DE CAMPO ............................................................................ 30 3.1. Leitores de jornal impresso ........................................................................................... 30 3.2. Leitores de Twitter......................................................................................................... 33 3.3. Análise dos dados .......................................................................................................... 36 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 41 ANEXO A - QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 43
  • 9. 9 INTRODUÇÃO A convergência digital nunca foi tão bem observada quanto nestes últimos anos. Novas formas de se fazer jornalismo surgem na mesma velocidade que se criam novas ferramentas para comunicação através da web. A internet, inclusive, é o celeiro destas transformações. De início, apenas embarcando uma simples reprodução do conteúdo impresso padrão. Mais tarde, devido às características do meio digital, a linearidade imposta pelo jornal impresso se rompe na web através do hipertexto, dando à notícia um caráter mais seletivo e instantâneo. Seletivo pela capacidade formidável de permitir ao receptor da mensagem expandir seu potencial de escolha, tornando-o um ser mais ativo, capaz de decidir quais notícias prefere ler, se aprofundar em determinada matéria. Instantâneo pela capacidade de dar a notícia, em alguns casos, minutos depois do acontecido, e fazer com que o jornal impresso dê a mesma notícia 24 horas depois. Apesar de tudo, o meio digital não é perfeito, e existem suas deficiências, como a automatização da notícia e a ainda desconfiança sobre a credibilidade, em relação aos tradicionais meios de comunicação. Em meio a este conturbado e recente cenário, o presente trabalho tem por objetivo apresentar o Twitter como ferramenta de conteúdo jornalístico, devido às suas apropriações, e ensaiar uma pequena comparação em relação ao jornal impresso. Não se trata de uma comparação de valores, afinal um meio não exclui o outro, mas sim complementa. O Twitter é um serviço de microblog e rede social, criado em 2006, que permite enviar e receber atualizações de pessoas e empresas, em até 140 caracteres – o chamado tweet. Hoje o Twitter se torna importante por permitir que empresas de comunicação portais de notícias cheguem ao público-alvo de forma ágil, e monitore e acompanhe resultados e impactos de campanhas e notícias, além de ser um notório meio de comunicação digital. Ao passo que a internet tende a tomar rumos cada vez mais sociais e colaborativos, os internautas buscam serviços e sites onde façam parte do conteúdo, aproximando-os e tornando-os mais pessoais. Por ser uma rede social mais colaborativa e dinâmica, muitas empresas jornalísticas e midiáticas abrem contas no Twitter para estar mais próximas do público-alvo. O Twitter permite acompanhar tendências e feedback de notícias isoladamente, e cada vez mais o conteúdo jornalístico se torna presente dentro da rede social. O Twitter é um tema atual, que merece ser estudado, pois combina elementos como a queda da mídia
  • 10. 10 impressa e jornalismo social e colaborativo, onde o receptor sai de seu papel de leitor linear e receptor passivo, para não linear e ativamente ligado ao conteúdo. Este trabalho se justifica pelas contribuições que pode trazer ao tema. Como metodologia, para formas de relacionar e caracterizar a mídia impressa tradicional e o Twitter, foi feita uma pesquisa quantitativa de campo, com base em duas amostras de pessoas, com 15 indivíduos cada. A primeira amostra, aqui denominada grupo A, é composta por pessoas que têm o hábito principal de ler notícias a partir do Twitter, acompanhando perfis de empresas jornalísticas, como Folha, Estado e Veja, entre outros. Permite-se acompanhar notícias em outras mídias, seja online ou impressa, mas de forma secundária ao Twitter. A segunda amostra, aqui denominada grupo B, é composta por pessoas que têm o hábito principal de ler notícias a partir de mídia impressa caracterizada jornal. Permite-se acompanhar notícias em outras mídias, seja online ou impressa, mas de forma secundária ao jornal impresso. Para compreender e caracterizar o meio digital, buscou-se o apoio teórico de autores como Wolton (2003), Zago (2008), Palacios (1999) e O‟Reilly (2005). Já nas características do webjornalismo e mídia social, foram consultados Mielniczuk (2003), Boyd & Ellison (2007) e Lima Jr. (2009). Sobre as especificidades do Twitter, Sagolla (2009), Orrico (2011), Consoni e Oikawa (2009), Recuero e Zago (2010). Na prática jornalística do meio digital, buscou-se as teorias de Ferrari (2010) e pesquisas de Zago (2009). A parte das características de convergência digital foi baseada em José Afonso Furtado (2006). Neste trabalho, o conceito de microblog usado deriva-se da definição de micropostagens de Consoni e Oikawa (2009), que caracteriza a transmissão de mensagens no meio digital num formato próximo a um blog. O termo hipertexto é o método de transmissão de informações baseada em computadores, de acordo com a definição de Ferrari (2010). O conceito de webjornalismo usado vem de Mielniczuk (2003), que caracteriza-o como publicações veiculadas na World Wide Web. Este trabalho se divide em três capítulos. De início, são introduzidas definições do webjornalismo e características do meio, para apresentar o Twitter e seu histórico, definições, características e usos jornalísticos como apropriação do meio. No segundo capítulo, serão discutidas as relações, diferenças e especificidades entre o jornalismo impresso tradicional e o jornalismo no Twitter. São apresentadas algumas das
  • 11. 11 principais vantagens e desvantagens do meio digital, mais especificamente do Twitter, em relação ao impresso. No terceiro capítulo, de forma a analisar o impacto e a absorção de notícias entre os dois meios comparados, são apresentados os resultados de uma pesquisa de campo. Um questionário de múltipla escolha, contendo seis perguntas sobre o noticiário recente, foi apresentado a dois grupos: um grupo que acompanha notícias primariamente em jornal impresso, e outro que acompanha através do Twitter. Ao fim, insinua-se uma possível semelhança na absorção de notícias através do Twitter como meio primário, em leitores que não acompanham jornal impresso, sem desvantagem em relação a leitores do tradicional meio.
  • 12. 12 CAPÍTULO 1. WEBJORNALISMO E TWITTER O jornalismo possui novas formas de chegar até seu público. A internet permite um universo de possibilidades para a comunicação, assim como o rádio e a televisão revolucionaram a forma de nos relacionarmos com as informações. Por ser um meio em crescente transformação, onde a todo tempo surgem novas ferramentas, a prática do webjornalismo necessita se adaptar às mudanças. A forma tradicional de comunicação, onde o sentido da mensagem é linear entre o emissor e o receptor, se perde na internet, onde as possibilidades de diálogo entre estes indivíduos tornam-se mais complexa, com múltiplas ligações e fluxos. Neste estudo, abordaremos a ferramenta Twitter como um pioneiro do formato microblogging. Este formato foi criado em 2006, com o surgimento deste e de outros sites, mas começou a ganhar popularidade em 2007. O jornalismo, assim como outras áreas, logo percebeu o potencial da ferramenta Twitter como um novo meio de comunicação. As características deste novo meio fizeram com que ele se destacasse. Segundo Wolton (2003, p. 85) autonomia, domínio e velocidade são características das novas tecnologias de comunicação, e na Internet, “cada um pode agir, sem intermediário, quando bem quiser, sem filtro nem hierarquia e, ainda mais, em tempo real”. Na década de 1990, os sites eram construídos como páginas estáticas, com pouca renovação de conteúdo, e editados por uma ou poucas pessoas. A partir do ano 2000 os sites começam a ser dinâmicos e constantemente atualizados. As páginas da web passaram a se tornar plataformas de interação, onde qualquer um pode consumir e produzir conteúdo (ZAGO, 2008). São tantas as modificações ocorridas, que foi criado o termo Web 2.0 (O‟REILLY, 2005) descrevendo a mudança da internet como uma plataforma, e o desenvolvimento de aplicativos que aproveitam esta mudança. Portanto, a Web 2.0 seria uma arquitetura de construção de sites que privilegia a participação do usuário (ZAGO, 2008). Sites criados do ano 2000 em diante eram muito diferentes dos anteriores. A transformação dos sites pessoais – mais estáticos e atualizados por uma pessoa – para os blogs – mais dinâmicos e participativos através de comentários – além do uso de outros elementos classificativos como tags são exemplos das transformações provocadas pela Web 2.0 (O‟REILLY, 2005).
  • 13. 13 Os microblogs entram nesse contexto, por ser um estilo de publicação semelhante ao blog, porém caracterizado por funcionalidades reduzidas, em especial o tamanho do texto das atualizações. As primeiras ferramentas de microblogging surgiram no início de 2006, como o Jaiku, em fevereiro, e o Twitter, em março. Neste trabalho, como forma de conhecer e usufruir da ferramenta Twitter, estudaremos sua origem, suas características e sua função no jornalismo informativo atual. 1.1. Webjornalismo Para compreendermos melhor a abordagem do Twitter e das novas ferramentas atuais, é necessário definir o que é webjornalismo e apresentar outras terminologias que transitam na prática de jornalismo relacionado à web. Mielniczuk (2003) em seu estudo conclui que jornalismo digital é um termo muito amplo, caracterizado como o jornalismo que emprega qualquer tecnologia de dados em forma de bits, ou seja, digital. Já o webjornalismo é usado para designar publicações veiculadas na World Wide Web. “Na rotina de um jornalista contemporâneo estão presentes atividades que se enquadram em todas as nomenclaturas definidas. Vejamos pois, ao consultar o arquivo da empresa na qual trabalha, o profissional poderá assistir a uma reportagem gravada em fita VHS (jornalismo eletrônico); usar o recurso do e-mail para comunicar-se com uma fonte ou mesmo com seu editor (jornalismo online); consultar a edição anual condensada – editada em CD-ROM – de um jornal (jornalismo digital); verificar dados armazenados no seu computador pessoal (ciberjornalismo); ler em sites noticiosos disponibilizados na web material que outros veículos já produziram sobre o assunto (webjornalismo).” (MIELNICZUK, 2003) Ou seja, a prática jornalística adotada por editores de mídia social é chamada de webjornalismo. Esta rotina envolve, basicamente, tarefas como buscar na home page conteúdo noticioso relevante, condensá-lo em 140 caracteres e publicá-lo no Twitter com link para a matéria, ou mesmo automatizar este trabalho com ferramentas próprias. Segundo Lima Jr. (2009), mídia social é o formato que permite, entre outras coisas, criar, compartilhar e
  • 14. 14 disseminar conteúdos digitais relevantes. O profissional de edição de mídia social cumpre este papel de intermediar quais conteúdos devem ser publicados no Twitter, por exemplo. Outro termo a ser definido é o conceito de rede social, um dos usos do Twitter através de apropriação de seus usuários. Conforme Boyd & Ellison (2007) “Nós definimos redes sociais (social network sites) como serviços baseados na Web que permitem aos indivíduos (1) construírem um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema interligado, (2) articular uma lista de outros usuários com quem eles compartilham uma conexão e (3) ver e cruzar a sua lista de conexões e aquelas feitas por outros dentro do sistema. A natureza e nomenclatura dessas conexões podem variar de site para site.” (Boyd & Ellison, 2007:on-line). Assim sendo, adotaremos o conceito de webjornalismo para a prática jornalística do uso do Twitter como mídia social de disseminação de conteúdo noticioso. 1.2. Origem do Twitter O Twitter foi idealizado no início de 2006 como um serviço de comunicação interno da empresa Odeo Podcast, em San Francisco (SAGOLLA, 2009). Pensavam em criar um serviço que permitisse a continuação das discussões acerca dos trabalhos na empresa, usando o celular. Segundo Sagolla (2009): “@Jack descreveu uma idéia que ele tinha desde 2001, chamado "Stat.us" (ver www.flickr.com/photos/jackdorsey/182613360). Seu conceito foi baseado na experiência inicial com recurso de status do LiveJournal durante o tempo em que ele estava escrevendo um software para envio de mensagens. "Eu quero ter um serviço de envio que nos conecte em nossos telefones usando o texto", disse ele1.” (SAGOLLA, 2009, p. 18) 1 Tradução para: “@Jack described an idea he‟d had since 2001 called “Stat.us” (see www.flickr.com/photos/jackdorsey/182613360). His concept was based on early experience with LiveJournal‟s status feature during a time when he was writing software for dispatch couriers. “I want to have a dispatch service that connects us on our phones using text,” he said.
  • 15. 15 A intenção inicial seria usar o formato de áudio, mas Jack Dorsey foi o primeiro a pensar em criar um serviço que usasse SMS para informar a pequenos grupos o que você está fazendo. Dom Sagolla e Jack Dorsey foram dois dos cofundadores do Twitter. FIGURA 1. RASCUNHO DO TWITTER Fonte: www.flickr.com/photos/jackdorsey/182613360 (2 de abril de 2011) Jack Dorsey postou a primeira mensagem no Twitter no dia 21 de março de 2006. Nos primeiros anos, o serviço ainda era obscuro e pouco usado. A ascensão ocorreu em 2007, graças ao festival South by Southwest (SXSW), um evento que reúne startups2. Após o 2 Startups são novas empresas, negócios ou projetos relacionados à inovação em tecnologia da informação. Uma startup possui características que as diferem das tradicionais pequenas e micro empresas, num contexto bastante dinâmico e sensível.
  • 16. 16 evento, o número de mensagens publicadas no site saltou de 20 mil para 60 mil por dia (ORRICO, 2011). No início ninguém sabia ao certo para que servia uma ferramenta onde você poderia dizer o que quisesse em 140 caracteres. O Twitter era visto como um fórum sem sentido, com frases como “estou tomando café da manhã” ou “assistindo tal programa na tevê”. Aos poucos descobriram outras formas de uso do serviço – muito mais úteis. Após suspeita de fraudes na vitória de Mahmoud Ahmadinejad nas eleições presidenciais do Irã em julho de 2009, manifestantes saíram às ruas, e o governo proibiu a presença de jornalistas estrangeiros. O Twitter desempenhou um papel de extrema importância para a divulgação de notícias do local, chegando a sair do ar devido ao alto tráfego de usuários. Este fato acabou afirmando o papel da rede como um meio informativo (e também noticioso), e trouxe à ferramenta visibilidade internacional, inclusive ganhando atenção no Brasil (ORRICO, 2011). De acordo com a ComScore, o tráfego do Twitter disparou nos 12 meses após os distúrbios iranianos e o número de usuários cresceu 109%. Atualmente, o serviço ganha importância também para a cobertura das manifestações do Oriente Médio, em países como a Líbia e Egito. Em lugares onde o jornalismo tradicional não consegue acesso, o Twitter é a ferramenta capaz de divulgar ao mundo estes eventos. Conforme Orrico (2011) hoje o Twitter vale cerca de R$ 12,6 bilhões, segundo a Sharepost, bolsa de valores para negociação de ações de companhias privadas. São mais de 140 milhões de mensagens por dia e cerca de 200 milhões de usuários cadastrados. Dados da eMarketer apontam que o Twitter arrecadou US$ 45 milhões em publicidade em 2010, com previsão de US$ 150 milhões em 2011 e US$ 250 milhões em 2012. São mais de 200 milhões de usuários. No Brasil, o segundo maior usuário de Twitter, um em cada cinco internautas estão lá. 1.3. Definição do Twitter O Twitter se define como uma rede de informações em tempo real, com base nos assuntos que o usuário considera interessante3. Mas outras definições mais específicas são atribuídas a ele. Consoni e Oikawa (2009) caracterizam o Twitter como um serviço de micropostagens. Segundo os autores, um serviço mensageiro, como Gtalk e MSN, prevê a 3 Disponível em: http://twitter.com/about
  • 17. 17 transmissão de informação entre um emissor e um receptor, enquanto o Twitter permite a realização de trocas assíncronas, e também funciona como um repositório de informações para o próprio usuário, emissor e receptor da mensagem. Outra corrente de pensamento sobre a definição do que é o Twitter vem de Recuero e Zago (2010), denominando-o como um micromensageiro, por intermédio das apropriações conferidas pelos usuários à ferramenta. Também são atribuídas características de rede social ao serviço, por permitir interações sociais entre seus participantes. Será usada aqui a definição de micropostagens (CONSONI E OIKAWA, 2009), pois se enquadra mais à perspectiva deste trabalho. O intuito é entender o Twitter como ferramenta de comunicação relacionada à informação, no caso jornalística. A variação microblog também será utilizada. FIGURA 2. PÁGINA PRINCIPAL DO TWITTER Fonte: http://twitter.com (2 de abril de 2011)
  • 18. 18 No serviço, não é necessária a criação de uma conta para acompanhar um perfil ou uma conversação acerca de um assunto qualquer, mas para que se possa interagir e postar conteúdo, é necessário o cadastro. Cada usuário/perfil é caracterizado por um sinal de arroba (@) que precede sua identificação na rede. Por exemplo, a conta do Twitter do presidente norte americano, @barackobama. Cada atualização no serviço recebe o nome de tweet, onde são permitidos até 140 caracteres. As atualizações podem ser enviadas através de short message service (SMS), pela web, por internet móvel (mobile web) ou por inúmeros aplicativos construídos a partir da API do sistema. Permite-se o uso de links para conteúdos como sites, imagens, vídeos dentro do limite de 140 caracteres, amplificando assim o potencial de comunicação de cada tweet. Os usuários são convidados a responder à pergunta “What‟s happening?” (O que está acontecendo?) ao atualizar seu Twitter. Porém a pergunta original era “What are you doing?” (O que você está fazendo?). Isto sugere a mutação sofrida ao longo destes cinco anos, através da apropriação de seus usuários em utilizar o serviço não apenas para dizer se estava tomando café ou assistindo tevê, mas principalmente transmitir conhecimento acerca dos fatos que estão ocorrendo ao seu redor, inclusive o compartilhamento de notícias. O termo “seguir” no Twitter, refere-se a acompanhar as atualizações (tweets) de determinado usuário, aparecendo assim em sua timeline – linha do tempo, reunião de todos os tweets de quem você segue, inclusive os seus. Usa-se o termo retweet para designar tweets que contêm citação de outro usuário. Para identificar que aquela frase é um retweet, por convenção usa-se a abreviação RT antes do texto parafraseado. Por exemplo: “RT @jack just setting up my twitter”. É comum também incluir comentário do próprio “retuitador” antes do RT. Pode-se enviar uma mensagem direta privada a outro usuário, em forma de tweet. Desta forma, apenas o destinatário da mensagem lê e pode responder através do mesmo meio. Esta prática é chamada de Direct Message, ou sua sigla DM. O uso de hashtags permite o etiquetamento do tweet. Hashtags são palavras precedidas do símbolo “#”. Primo (2008b) afirma que “o hashtag, como foi batizado, é um fenômeno emergente, um „protocolo social‟ compartilhado pelas pessoas que conhecem o processo.” O uso deste recurso foi criado pelos usuários, e tomou conhecimento mundial após as manifestações do Irã. Twitteiros e jornalistas passavam a etiquetar e categorizar seus tweets relacionados ao evento, identificando-os com o hashtag #IranElection.
  • 19. 19 Várias funções foram implementadas ao longo do tempo. Os Trending Topics são os assuntos mais comentados na rede, que podem ser filtrados por país ou cidade. Na nova versão do Twitter, o nome deste recurso passou a se chamar Trends. O Who to Follow, sugestões automáticas de perfis para serem seguidos, de acordo com quem você segue. Recentemente o Twitter foi reformulado visualmente, e ganhou alguns recursos automáticos de retweets e DMs, uma barra lateral com funções integradas de vídeo e foto, além de outras implementações. 1.4. Twitter como meio de comunicação jornalística O intuito deste estudo é entender o Twitter como ferramenta de comunicação relacionada à informação, aqui no caso jornalística. São significantes as formas como grupos de usuários interagem e se apropriam do Twitter, transferindo valores de informação para ele, complementando ou mesmo substituindo o acompanhamento de meios tradicionais (como jornais e revistas). Conforme conclui Consoni e Oikawa (2009) em seus estudos sobre as apropriações dadas ao twitter como meio de comunicação, e baseando-se nos estudos de Recuero e Zago (2009) a maioria dos internautas não utiliza a ferramenta para responder à pergunta O que você está fazendo, mas sim para acesso a informação e conversação. O Twitter mudou sua pergunta para O que está acontecendo, devido a apropriação da ferramenta pelos usuários para divulgar e acompanhar informação. Este é um claro exemplo da transformação do Twitter num novo meio de comunicação. O Twitter é um exemplo claro dos conceitos de lide e pacote de notícias, praticados no webjornalismo moderno. Ferrari (2010) salienta a importância do lide no webjornalismo, para não só resumir a notícia, mas também dar razões para que o internauta continue lendo. Um tweet de um perfil jornalístico nada mais é do que um pequeno lide da notícia acompanhado – em geral – de um link para ela. Cada link de tweet encaminha o internauta a um determinado pacote da mesma notícia. A apropriação do Twitter como meio de comunicação jornalística ocorreu naturalmente, e foi impulsionada por fatos como as eleições presidenciais do Irã. Após suspeita de fraudes na vitória de Mahmoud Ahmadinejad em julho de 2009, o Twitter foi um dos únicos meios onde os jornalistas encontravam espaço para divulgação de notícias locais,
  • 20. 20 já que a internet estava sendo censurada pelo governo iraniano. As últimas eleições presidenciais norte-americanas, em especial a campanha de Barack Obama, também foram decisivas para impulsionar o uso jornalístico do Twitter. No Brasil, casos como as fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro foram amplamente discutidos dentro do Twitter por seus usuários, chegando a permanecer vários dias nos trendings topics brasileiros, inclusive mundiais. As notícias eram transmitidas, muitas vezes, antes de outros meios de comunicação. No Oriente Médio, devido às ondas de manifestações, o Twitter reafirma seu papel de difusor de conteúdo jornalístico. Gabriela Zago (2009) ressalta que o conteúdo jornalístico no Twitter não é oferecido apenas pelas organizações, ao abordar a utilização da ferramenta para finalidades voltadas ao jornalismo. “Essas utilizações costumam ser feitas não só pelas organizações jornalísticas presentes na ferramenta, como também por usuários que utilizam da ferramenta para reportar acontecimentos, em uma prática de jornalismo colaborativo. Os usuários podem tanto usar a ferramenta para reportar acontecimentos que estejam presenciando, como para repassar ou comentar informações recebidas de outras fontes. Ao repassar informações recebidas de outras fontes, eles estariam atuando como filtro de informações.” (ZAGO, 2009, p. 9) Os usuários recebem a notícia e a repassam entre seus seguidores. Em muitos casos a notícia é lida dentro do Twitter, em um perfil como o do jornal O Estado de S. Paulo, e retransmitida para seus amigos através do retweet (RT), filtrando a informação e selecionando a que considera mais relevante. Na figura abaixo, podemos perceber essa interação. O serviço de encurtamento de links Migre.me publicou uma reunião de links encurtados e utilizados no Twitter sobre o terremoto seguido de tsunami no Japão, ocorrido em 11 de março de 2011. Na Figura 3, podemos observar que as notícias veiculadas em perfis jornalísticos são retweetadas, ou mesmo “linkadas” para a rede de contatos dos internautas. Muitas vezes são adicionados comentários sobre aquela notícia.
  • 21. 21 FIGURA 3. TWEETS SOBRE O TERREMOTO NO JAPÃO Fonte: http://migre.me/terremoto-japao (2 de abril de 2011) Gabriela Zago (2008), a partir de um estudo do Twitter, apresenta várias formas de uso jornalístico da ferramenta. O formato predominante de tweets de contas jornalísticas é o chamado feed, o qual será objeto deste nosso estudo. Sobre o formato feed, segundo a autora “...essa classificação foi usada para contas predominantemente usadas como um “feed” de notícias – ou porque o conteúdo é proveniente de um RSS de outro site, ou porque adotam um estilo parecido com o de um feed – de se apresentar as notícias em ordem cronológica inversa, com manchete e link.” (ZAGO, 2008, p. 83) Feeds são arquivos que “alimentam” leitores de RSS. Por sua vez, RSS é um sistema de agrupamento de conteúdo de um site, de acordo com Gabriela Zago (2008). Analisando as contas de Twitter dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, podemos perceber este formato principal de comunicação jornalística empregado atualmente na ferramenta.
  • 22. 22 FIGURA 4. TWEETS DOS PERFIS DOS JORNAIS ESTADÃO E FOLHA Fonte: http://twitter.com/estadao e http://twitter.com/folha_com (2 de abril de 2011) O Twitter do jornal Estado de S. Paulo (http://twitter.com/estadao) possui 104.545 seguidores, enquanto o perfil do jornal Folha de S. Paulo tem atualmente 84.328 seguidores (http://twitter.com/folha_com)4. Percebe-se o uso de feed nestas contas, pois seu formato é praticamente igual ao de um RSS, com a inclusão de um link para a matéria relacionada, no fim do tweet. O link pode encaminhar o internauta ao site da própria instituição que tuitou, ou para conteúdos multimídias como vídeos, imagens e sons. Por ser uma forma automática de transmissão de conteúdo jornalístico, este formato não possui interação com seus seguidores, um ponto negativo. Porém, seguir contas de perfis jornalísticos é uma das principais formas que o usuário encontra para se manter informado, e repassar conteúdo para sua rede, como visto anteriormente. Outra forma de divulgação de conteúdo jornalístico é através de perfis de profissionais do ramo. No exemplo abaixo, observa-se uma cobertura do I Encontro Regional de Jornalismo Digital, comentado ao vivo pela jornalista e pesquisadora de cibercultura Gabriela Zago. O encontro aconteceu no dia 02 de abril de 2011, pela Unisinos, em Porto Alegre (RS). 4 Dados obtidos no dia 02 de abril de 2011.
  • 23. 23 FIGURA 5. COBERTURA DE EVENTO NO TWITTER Fonte: http://twitter.com/gabizago (2 de abril de 2011) Este formato é utilizado quando transmite-se via Twitter a cobertura regular de fatos, ou acompanhamento de eventos ou acontecimentos (ZAGO, 2008, p. 84). O ponto forte deste tipo de tweet jornalístico reside no fato de o profissional poder interagir com o internauta que acompanha suas postagens. Outra característica interessante é o caráter instantâneo da informação através da cobertura.
  • 24. 24 CAPÍTULO 2. TWITTER FRENTE AO JORNALISMO IMPRESSO Após a popularização da internet, o jornalismo tem sofrido diversas mudanças que levam à convergência digital. O webjornalista atual deve lidar com as mídias sociais e interagir com o receptor da mensagem. Como afirmam Salaverría, García Avilés e Massip (2008) o profissional desejado pelo mercado é o multimídia, capaz de trabalhar com as várias ferramentas digitais e novas plataformas de produção e publicação, além de interagir com o público. Este profissional deve ser capaz de produzir conteúdo para várias mídias, adaptando às linguagens próprias de cada. É o caso do editor de mídias sociais, profissional responsável pelo gerenciamento de comunidades do veículo na web e mediador do público, entre outras funções. O profissional atual também deve ser capaz de lidar com o hipertexto, linguagem utilizada na era da internet. Lembrando que a definição de hipertexto, por Ferrari (2010) é o método de transmissão de informações baseada em computadores, Palácios (2003) discute a ideia de não-linearidade discursiva do hipertexto. “Nossa experiência de leitura dos Hipertextos deixa claro que é perfeitamente válido afirmar-se que cada leitor, ao estabelecer sua leitura, estabelece também uma determinada "linearidade" específica, provisória, provavelmente única. Uma segunda ou terceira leituras do mesmo texto podem levar a "linearidades" totalmente diversas, a depender dos links que sejam seguidos e das opções de leitura que sejam escolhidas, em momentos em que a história se bifurca ou oferece múltiplas possibilidades de continuidade.” (PALACIOS, 1999, p.4) Tais ideias sugerem a multilinearidade do hipertexto, em contraposição à unilinearidade do texto tradicional (PALACIOS, 1999, p.7). A multiplicidade de construção de leituras no texto da internet, em específico no Twitter, permite que o usuário escolha os assuntos de sua preferência, suas editorias favoritas, crie listas com perfis sobre determinado assunto. Enfim, mesmo o mito de que a informação na internet, e no Twitter, é muito rasa e não reflexiva, cai por terra se o internauta decidir pesquisar mais sobre o assunto. Partindo de um tweet até uma explanação mais profunda da informação dentro de um portal especializado, a ideia do pacote de notícias permite levar o assunto a níveis mais profundos, de acordo com os interesses do tuiteiro.
  • 25. 25 Apesar de oferecer algumas vantagens, em relação ao tradicional jornalismo impresso, atualmente o Twitter tem sido pouco explorado de forma criativa pelas empresas midiáticas. O webjornalismo no Twitter se apresenta, em sua maioria, apenas como uma mera transposição do formato feed dos portais jornalísticos para o microblog. Como abordado anteriormente, conforme Gabriela Zago (2008), feed é o formato de conteúdo jornalístico no microblog proveniente de um RSS de outro site, ou um estilo parecido. Desta forma, o usuário que segue um perfil como o do jornal O Estado de S. Paulo (@estadao) acompanha as últimas notícias do portal, o http://www.estadao.com.br/, transportadas para o Twitter em formato feed. Do Twitter, lê-se a notícia, e caso ela seja de interesse do usuário, este clica no link que a acompanha, e lê a notícia completa no portal. Conforme conclui Zago (2008), esta forma de utilização não explora plenamente as potencialidades do Twitter, como mobilidade e atualizações rápidas. Não há uma produção específica para a ferramenta, mas sim a reprodução do conteúdo de feeds RSS dos portais jornalísticos. Em comparação com outras formas de produção, o Twitter se torna apenas uma reprodução do conteúdo encontrado em outros locais. Mesmo que, dentro da ferramenta, o formato feed contribua para uma atualização dos fatos noticiosos, este tipo de utilização ainda é limitado frente às vastas apropriações de uso do microblog. “RSS vem de Really Simple Syndication, que quer dizer: realmente simples. Ele te permite fazer uma assinatura para ter acesso a um feed de informação que é transmitido diretamente a seu leitor RSS ou navegador Web. Assim, ao invés de visitar diferentes páginas Web ou executar os mesmos mecanismos de busca várias vezes, você pode acessar um leitor de RSS que fará toda a coleta dos feeds para você, automaticamente.” (BRIGGS, 2007, p.20) Atualmente, e na maior parte, o Twitter funciona como uma espécie de leitor RSS de conteúdo jornalístico, onde o usuário acompanha vários veículos de comunicação em um só lugar, de forma automática e quase instantânea. 2.1. Vantagens do meio A seguir citaremos algumas das vantagens do Twitter como meio comunicacional, em relação ao jornal impresso.
  • 26. 26 2.1.1. Instantaneidade Em comparação ao tradicional jornalismo impresso, em específico ao jornal diário, a vantagem principal do Twitter é a instantaneidade. Briggs (2007) ressalta que, na reestruturação do jornal estadunidense Los Angeles Times, foi enfatizada primeiramente a publicação da versão digitalizada e secundariamente a versão impressa do jornal, em 2007. A filosofia da versão online do jornal era “descubra na Web e veja os detalhes na versão impressa”. Não há como negar a velocidade da informação na internet, em especial no Twitter, onde em muitos casos em que a reportagem não foi ainda concluída, é antecipada no microblog. Enquanto a notícia chega um dia depois através do jornal impresso, na internet ela chega quase que instantaneamente. Ao longo do dia, a notícia vai recebendo um tratamento de acordo com sua importância, recebendo mais conteúdo, infográficos, matérias especiais, ilustrações, fotos, etc. Outros exemplos de instantaneidade são coberturas ao vivo de eventos, entrevistas e acontecimentos. Em geral, o Twitter tem cumprido muitas vezes o papel de meio para transmissão de coberturas ao vivo. 2.1.2. Acesso à informação O Twitter se beneficia das vantagens de seu meio. A internet revolucionou a forma como nos comunicamos e o acesso à informação (FERRARI, 2010, pg. 79). Através dos conceitos da leitura multilinear, abordados anteriormente segundo Palácios (2003), o internauta pode escolher se quer ou não se aprofundar em determinada informação, partindo de um link obtido em um tweet, até chegar a uma matéria mais completa e reflexiva num portal de notícias. Enquanto no jornal impresso a informação vem pré-estabelecida, podendo estar presente ou não na edição atual, na internet o leitor procura a informação específica, e se aprofunda nela. O internauta escolhe a notícia de acordo com seu interesse, e cria uma edição própria, filtrando as informações, e definindo o grau de aprofundamento de cada notícia. O acesso à informação se torna menos restrito do que no jornal impresso, pré-editado, pré- estabelecido.
  • 27. 27 2.1.3. Interatividade Outra característica positiva do Twitter, em relação ao jornal diário impresso, é a participação ativa do receptor da mensagem. Segundo Pierre Lévy (1999), o termo "interatividade" em geral ressalta a participação ativa do beneficiário de uma transação de informação. Conforme o autor, o grau de interatividade de uma mídia pode ser medido com base em algumas características como as possibilidades de apropriação e de personalização da mensagem. Uma outra característica é a reciprocidade da comunicação – um dispositivo comunicacional “um-um” ou “todos-todos”. Em comparação ao jornal impresso, estas características acima se tornam mais latentes no Twitter. A interatividade é observada também com comentários sobre cada notícia. Além do Twitter, em portais de notícia, o internauta tem um espaço para publicar comentários a respeito da matéria. Em alguns sites, ele pode dar nota e enviar a notícia para um amigo – no Twitter pode-se retuitar a notícia. 2.2. Desvantagens do meio Abordaremos a seguir algumas das principais desvantagens do Twitter, em relação ao jornalismo impresso. 2.2.1. Automatização da notícia Devido às características do meio digital, a produção de notícias no Twitter, acompanhando o webjornalismo como um todo, se torna cada vez mais automatizado. Novas tecnologias da informação e suas subdivisões com softwares cada vez mais modernos estão transformando o “fazer jornalístico” num processo automatizado e muito particular (FERRARI, 2010, pg. 78). A notícia se torna apenas um produto, e as empresas cuidam de entregar as informações 24 horas por dia. Não se preocupa em saber se o leitor/internauta está sendo informado, mas apenas em repassar a informação.
  • 28. 28 2.2.2. Excesso de informação As informações transmitidas nem sempre são recebidas pelos internautas, pela enorme quantidade de dados transmitidos. Com tanta carga de notícias, o internauta tende a absorver menos conteúdo se não focar em determinadas informações. O Twitter é a extensão de sites jornalísticos, e guarda muitas das características destes. “Os sites de conteúdo jornalístico e de entretenimento produzem, trafegam e armazenam informação. O internauta é bombardeado 24 horas por dia e sete dias por semana com informação e dados, que podem ser arquivos de texto, áudio, vídeo ou imagens.” (FERRARI, 2010, pg. 79) No caso do Twitter, um usuário que segue vários perfis jornalísticos, como os dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e da revista Veja, na maioria das vezes não consegue acompanhar todo o noticiário, apenas fragmentos dele. Além de receber uma grande quantia de informações destes e de outros veículos, acompanha invariavelmente outros perfis, informativos ou não, de amigos, parentes, celebridades e empresas terceiras, por exemplo. 2.3. Convergência: do papel ao digital Como afirma José Afonso Furtado (2006), a internet permite o surgimento de novas formas de escrita, edição, distribuição e leitura. É bem verdade que a internet transformou o modo com que acompanhamos o noticiário e consumimos informação. O autor também afirma que a passagem da cultura do papel para o digital não significa a morte de uma para o surgimento de outra, mas sim uma transição. Uma nova tecnologia não acaba com a outra. Ou seja, a tendência é que o jornal impresso não deixe de existir, mas sua existência mude. A notícia no papel será consumida de outra forma, com matérias mais frias e analíticas, enquanto a notícia online tende a assumir um papel de informar de forma mais imediata e instantânea. O jornalismo impresso vem sofrendo mudanças com o passar dos anos. Atualmente, alguns jornais mudaram sua postura para incluir matérias mais pós-noticiosas, e alteraram o formato do impresso para tablóide, seguindo as transformações dos jornais europeus. O jornal
  • 29. 29 Diário de S. Paulo é um exemplo. Recentemente, em uma ousada mudança gráfica e editorial, transformou seu formato standard para tablóide, e adotou uma postura editorial com matérias mais pós-noticiosas, com características de revista. De fato, o jornal impresso vem sofrendo alterações, muitas relacionadas ás novas mídias. Enquanto a internet assume um caráter mais imediato de informação, com notícias quentes e atualizações constantes, o jornal impresso tende a ser uma mídia de consulta posterior, mais centrada em explicar os fatos que já ocorreram, de forma mais analítica. José Afonso Furtado (2006) também afirma que as novas mídias trabalham em conjunto com as mídias tradicionais. Como dito, enquanto a notícia online cumpre a função de informar de forma instantânea e imediata, o jornal impresso tende a ser uma consulta posterior mais reflexiva. Outras influencias marcantes que impulsionam o uso do jornalismo digital e o webjornalismo são fatores como o custo da impressão e distribuição em papel e a sustentabilidade.
  • 30. 30 CAPÍTULO 3. PESQUISA DE CAMPO Para compreender as diferenças de absorção de conteúdo jornalístico entre os meios impresso e digital (Twitter), optou-se por trabalhar com uma abordagem quantitativa. Assim, pode-se estudar melhor a percepção do noticiário recente entre os leitores de jornal impresso, e internautas que acompanham notícias através do Twitter. Para isto, foi elaborado um questionário como técnica de pesquisa para coleta de dados. Este questionário contém seis perguntas de múltipla escolha, cada questão contendo quatro opções, sendo apenas uma correta. O questionário contém perguntas relativas a notícias dos meses de fevereiro e março de 2011. Foi aplicado no mês de abril de 2011, de duas formas: uma versão impressa para leitores de jornal, e uma versão online para leitores do Twitter acessada através do endereço http://bit.ly/questionariotcc. Ambas as pesquisas estão anexadas a este trabalho. A pesquisa foi realizada com 15 pessoas que acompanham notícias em jornal impresso, e 15 pessoas que acompanham notícias através do Twitter. Pessoas que acompanham notícias em jornal impresso podem acompanhar também em outros meios, menos Twitter. Assim como as que acompanham notícias pelo Twitter podem acompanhar outros meios, excluindo jornal impresso. Esta pesquisa não é conclusiva, pois não são analisadas as formas de acompanhamento de cada meio, mas sim é analisado o conhecimento do noticiário recente. Por exemplo, há usuários diferentes em cada meio. Enquanto um leitor de notícias no Twitter pode seguir apenas perfis jornalísticos, outro segue apenas um perfil. Além disso, um assinante de jornal impresso pode ler o jornal todo, enquanto outro assinante lê apenas seus cadernos preferidos. Os resultados são válidos apenas para entender de forma geral como se dá a compreensão e fixação das notícias recentes, de modo geral, comparadas lado a lado. 3.1. Leitores de jornal impresso A seguir serão analisadas as respostas do questionário aplicado às pessoas que acompanham o noticiário pelo jornal impresso.
  • 31. 31 Questão 1 Assinale quais cidades o presidente norte-americano Barack Obama visitou, em recente viagem ao Brasil: a. Brasília e São Paulo b. São Paulo e Salvador c. Brasília e Rio de Janeiro d. Rio de Janeiro e São Paulo A resposta correta é a alternativa C, Brasília e Rio de Janeiro. Foi identificado que 14 pessoas, representando 93,33% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto apenas 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa A. Questão 2 Qual o local mais atingido pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido dia 11 de março no Japão? a. Miyagi b. Iwate c. Tokyo d. Pequim A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Miyagi”. Foi identificado que 11 pessoas, representando 73,33% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 3 pessoas, representando 20%, optou pela alternativa B e 1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,77%. Questão 3 O Banco PanAmericano foi protagonista do mais recente escândalo financeiro do país. Como o BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram a venda do banco?
  • 32. 32 a. Deixando todas as ações na Bolsa, com acionistas minoritários, e recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI. b. Recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI e vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF. c. O Banco PanAmericano foi vendido por R$ 450 bilhões para o Banco Itaú. d. Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos. A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos.” Foi identificado que 8 pessoas, representando 53,33% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 5 pessoas, representando 33,33%, optou pela alternativa B e 2 pessoas optaram pela alternativa C, representando 13,33%. Questão 4 “Menos de 20 horas após ir à TV dizer que ficaria no poder e não aceitaria pressão externa, renunciou ao posto que ocupava desde 1981. O vice Omar Suleiman anunciou que um conselho das Forças Armadas governará o país.” De quem a notícia fala, e de qual país? a. Hosni Mubarak, Egito b. Hugo Chavez, Venezuela c. Mahmoud Ahmadinejah, Irã d. Fidel Castro, Cuba A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Hosni Mubarak, Egito”. Foi identificado que 11 pessoas, representando 73,33% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optou pela alternativa D e 1 pessoa optou pela alternativa B, representando 6,67%. Por fim, 1 pessoa, representando 6,67% optou pela alternativa C.
  • 33. 33 Questão 5 Qual o valor do salário mínimo para 2011, aprovado na Câmara? a. R$ 560 b. R$ 545 c. R$ 600 d. R$ 610 A resposta correta para esta questão é a alternativa B, “R$ 545”. Foi identificado que 12 pessoas, representando 80% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optou pela alternativa A e 1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,67%. Questão 6 “O ex-senador de Minas Gerais morreu nesta terça aos 79 anos, depois de lutar por mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal.” A quem se refere esta notícia, veiculada logo após o fato, em 29/03/11? a. Jader Barbalho, senador. b. José Alencar, vice-presidente. c. José Sarney, presidente do senado. d. José Alencar, ex vice-presidente. A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “José Alencar, ex vice- presidente”. Foi identificado que 13 pessoas, representando 86,67% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa A e 1 pessoa optou pela alternativa B, representando 6,67%. 3.2. Leitores de Twitter A seguir serão analisadas as respostas do questionário aplicado às pessoas que acompanham o noticiário pelo Twitter.
  • 34. 34 Questão 1 Assinale quais cidades o presidente norte-americano Barack Obama visitou, em recente viagem ao Brasil: a. Brasília e São Paulo b. São Paulo e Salvador c. Brasília e Rio de Janeiro d. Rio de Janeiro e São Paulo A resposta correta é a alternativa C, Brasília e Rio de Janeiro. Foi identificado que 11 pessoas, representando 73,33% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optaram pela alternativa A e 2 pessoas, representando 13,33% optaram pela alternativa D. Questão 2 Qual o local mais atingido pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido dia 11 de março no Japão? a. Miyagi b. Iwate c. Tokyo d. Pequim A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Miyagi”. Foi identificado que todas as 15 pessoas, representando 100% do total dos entrevistados, acertaram esta questão. Questão 3 O Banco PanAmericano foi protagonista do mais recente escândalo financeiro do país. Como o BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram a venda do banco?
  • 35. 35 a. Deixando todas as ações na Bolsa, com acionistas minoritários, e recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI. b. Recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI e vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF. c. O Banco PanAmericano foi vendido por R$ 450 bilhões para o Banco Itaú. d. Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos. A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos.” Foi identificado que 10 pessoas, representando 66,67% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 4 pessoas, representando 26,67%, optou pela alternativa B e 1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,67%. Questão 4 “Menos de 20 horas após ir à TV dizer que ficaria no poder e não aceitaria pressão externa, renunciou ao posto que ocupava desde 1981. O vice Omar Suleiman anunciou que um conselho das Forças Armadas governará o país.” De quem a notícia fala, e de qual país? a. Hosni Mubarak, Egito b. Hugo Chavez, Venezuela c. Mahmoud Ahmadinejah, Irã d. Fidel Castro, Cuba A resposta correta para esta questão é a alternativa A, “Hosni Mubarak, Egito”. Foi identificado que 12 pessoas, representando 80% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 2 pessoas, representando 13,33%, optou pela alternativa B e 1 pessoa optou pela alternativa C, representando 6,67%. Questão 5
  • 36. 36 Qual o valor do salário mínimo para 2011, aprovado na Câmara? a. R$ 560 b. R$ 545 c. R$ 600 d. R$ 610 A resposta correta para esta questão é a alternativa B, “R$ 545”. Foi identificado que 12 pessoas, representando 80% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa A, 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa C e 1 pessoa, representando 6,67%, optou pela alternativa D. Questão 6 “O ex-senador de Minas Gerais morreu nesta terça aos 79 anos, depois de lutar por mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal.” A quem se refere esta notícia, veiculada logo após o fato, em 29/03/11? a. Jader Barbalho, senador. b. José Alencar, vice-presidente. c. José Sarney, presidente do senado. d. José Alencar, ex vice-presidente. A resposta correta para esta questão é a alternativa D, “José Alencar, ex vice- presidente”. Foi identificado que 13 pessoas, representando 86,67% do total dos entrevistados, acertaram esta questão, enquanto 2 pessoa, representando 13,33%, optou pela alternativa B. 3.3. Análise dos dados De acordo com a pesquisa realizada e os dados analisados, foram obtidos resultados que permitem apresentar os seguintes entendimentos.
  • 37. 37 GRÁFICO 1. COMPARAÇÃO DE ACERTOS Ao comparar os resultados das pesquisas dos dois grupos, podemos perceber que, de modo geral, em ambos os meios de comunicação, mais de 50% das pessoas responderam às questões corretas. Não houve diferenças significativas. Em relação a questão 1, 93,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso obtiveram acerto, enquanto que, do número de pessoas que acompanham notícias através do Twitter, 73,33% acertaram a mesma questão. Referente a questão 2, 73,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso obtiveram acerto, frente a 100% de pessoas que acompanham notícias através do Twitter que acertaram a mesma questão. Na questão 3, 53,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso obtiveram acerto, enquanto que, do número de pessoas que acompanham notícias através do Twitter, 66,67% acertaram a mesma questão. Em relação a questão 4, 73,33% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso obtiveram acerto, frente a 80% de pessoas que acompanham notícias através do Twitter que acertaram a mesma questão.
  • 38. 38 Referente a questão 5, 80% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso obtiveram acerto, enquanto que, do número de pessoas que acompanham notícias através do Twitter, 80% acertaram a mesma questão. Por fim, em relação a questão 6, 86,67% das pessoas que acompanham notícias em jornal impresso obtiveram acerto, frente a 86,67% de pessoas que acompanham notícias através do Twitter que acertaram a mesma questão. Verifica-se, portanto que utilizando o Twitter como meio de comunicação, obtém-se resultados semelhantes em comparação aos leitores de jornal impresso. Gabriela Zago (2009) explica as utilizações do Twitter como ferramenta de conteúdo jornalístico. “Essas utilizações costumam ser feitas não só pelas organizações jornalísticas presentes na ferramenta, como também por usuários que utilizam da ferramenta para reportar acontecimentos, em uma prática de jornalismo colaborativo. Os usuários podem tanto usar a ferramenta para reportar acontecimentos que estejam presenciando, como para repassar ou comentar informações recebidas de outras fontes. Ao repassar informações recebidas de outras fontes, eles estariam atuando como filtro de informações.” (ZAGO, 2009, p. 9) O que os resultados da pesquisa de campo acenam, em conjunto à pesquisa bibliográfica, é que, em alguns níveis de aprofundamento, a absorção de notícias no Twitter, em relação ao jornal impresso, não sofre grande ou nenhuma desvantagem.
  • 39. 39 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em meio à revolução que a tecnologia proporciona na produção jornalística, em uma fase de transição do impresso ao digital, o jornalismo acentua seu caráter de transformação. Somado a isto e a mudanças também da web, cada vez mais social, diversas ferramentas surgem como novos meios à transmissão de notícias. O Twitter é uma delas, pelo uso e apropriação de suas funções. O jornalismo necessita da adaptação e adoção destas mudanças. Este trabalho procurou fornecer uma visão mais próxima do leitor em relação ao acompanhamento de notícias em dois distintos meios de comunicação: o jornal impresso e o Twitter, produto da web. Por ser característica da pesquisa qualitativa, não é possível mensurar com extrema exatidão os graus de informação e obtenção de notícias, pois vários fatores influem neste produto. Por exemplo, o significado e apropriação individual que cada internauta dá ao Twitter, assim como um leitor de jornal impresso não lê da mesma forma que outro. Ainda assim, o trabalho é um estudo inicial de uma ferramenta recente, pelo fato de ir além do senso comum ao comparar o impresso ao digital, e possibilitar novas respostas através de um acompanhamento mais incisivo da recepção da informação. Procurou-se comparar a recepção de notícias entre indivíduos que se mantém informados usando o Twitter como principal meio, e outros que utilizam jornal impresso. O que os resultados do trabalho insinuam é que não há grande ou nenhuma desvantagem na absorção de notícias no Twitter, em relação ao jornal impresso. Normalmente, quem usa apenas o Twitter como meio de recepção de notícias absorve mais informações, porém de forma mais superficial, se comparado a um leitor assíduo de jornal impresso. Um leitor de mídia impressa tende a analisar melhor as principais notícias, mas da forma tradicional – linear e pouco colaborativa. O “tuiteiro” tem ferramentas para obter informações complementares e adicionais, multimídia e multimeios, muitas vezes mais próximas da visão da realidade única, veiculada na grande mídia e nos meios de comunicação de massa. Pode aprofundar seu conhecimento em notícias de seu interesse, a partir de tweets de perfis jornalísticos, clicando em links que levam a portais com variados níveis da notícia. Tem acesso ao jornalismo alternativo e versões diferentes da mesma matéria, onde pode, inclusive, ser ouvido e criar sua própria leitura de notícias.
  • 40. 40 Pontos positivos como instantaneidade e jornalismo colaborativo contam nestes resultados. A maioria dos internautas do Twitter que segue perfis de conteúdo noticioso tende a se manter informada em tempo quase real. Lendo os tweets destes perfis e, principalmente, acompanhando e/ou participando de discussões acerca dessas notícias, além de repassar as informações, o internauta absorve conteúdo e o mantém circulando. Ainda assim, o Twitter tem muito a oferecer ainda, e pouco foi explorado. Como observado, a principal forma de utilização jornalística dos meios de comunicação é a simples reprodução do conteúdo de portais para a plataforma. Outras formas de apropriação poderão ser melhor exploradas, em uma ferramenta de inúmeras aplicações. Freqüentes discussões acerca da queda do jornal impresso e novas tecnologias para o jornalismo digital contribuem para dar maior importância a este tema. Estudos referentes ao impresso definem que sua existência mudará ao longo dos anos, pela interferência do meio digital. Vários fatores contribuíram para que o Twitter se tornasse um meio importante na transmissão de conteúdo noticioso ao longo de seus curtos cinco anos de vida. Em uma era de constante transição e mutação do fazer jornalístico, devido às contribuições da tecnologia, o Twitter tem ganhado cada vez mais espaço como meio de comunicação de notícias. As empresas de comunicação estão cada vez mais reconhecendo o potencial desta plataforma. Conhecer e estudar suas características torna-se importante para o webjornalismo.
  • 41. 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOYD, D. M.; ELLISON, N. B. Social network sites: Definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, v. 13 n.1, 2007. Disponível em <http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html>. Acesso em 02 mar 2011. BRIGGS, Mark. Jornalismo 2.0: Como sobreviver e prosperar. Knight Center for Journalism in the Americas, 2007. Tradução: Carlos Castilho. Disponível em <http://knightcenter.utexas.edu/Jornalismo_20.pdf>. Acesso em: 23 abr. 2011. CONSONI, Gilberto B. ; OIKAWA, Erika. A representação dos profissionais de comunicação no Twitter: Análise dos perfis de Marcelo Tas e Edney Souza. In: XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2009, Curitiba. Anais do XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo : Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2009. FERRARI, Pollyana. Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2010. FURTADO, José Afonso. O Papel e o Pixel. Do impresso ao digital: continuidades e transformações. Florianópolis: Escritório do Livro, 2006. GARCÍA AVILÉS, José Alberto; SALAVERRÍA, Ramón; MASIP, Pere. Convergencia periodística em los médios de comunicación. Propuesta de definición conceptual y operativa. In: SÁBADA, Charo et al. Métodos de investigación sobre convergencia periodística. In: NOCI, Javier Díaz; PALACIOS, Marcos (Org). Metodologia para o estudo dos cibermeios: estado da arte & perspectivas. Salvador: EDUFBA, 2008. LAGE, Nilson. Estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 1999. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999. L. JUNIOR, Walter T. Mídia social conectada: produção colaborativa de informação de relevância social em ambiente tecnológico digital. Líbero, São Paulo, v. 12, n. 24, p. 95-106, dez. de 2009. Disponível em < http://www.casperlibero.edu.br/rep_arquivos /2010/03/16/1268761006.pdf>. Acesso em 02 abr 2011. MIELNICZUK, Luciana. "Sistematizando alguns conhecimentos sobre jornalismo na Web". In: MACHADO, Elias, PALACIOS, Marcos. Modelos de jornalismo digital. Salvador: Calandra, 2003. Disponível em: http://www.ufrgs.br/gtjornalismocompos /estudos2003.htm. Acesso em 02 abr 2011. O‟REILLY, Tim. What is Web 2.0? O‟Reilly Media, 2005. Disponível em <http://www.oreillynet.com/pub/a/oreilly/tim/news/2005/09/30/what-is-web- 20.html>. Acesso em 27 mar 2011. ORRICO, Alexandre. Festa Imodesta: Twitter completa cinco anos com quase 200 milhões de usuários e valor de mercado estimado em mais de US$ 12 bi. Folha de S. Paulo, São Paulo, p.F1, 23 mar 2011.
  • 42. 42 PALACIOS, Marcos Silva. Hipertexto, Fechamento e o uso do conceito de não-linearidade discursiva. Lugar Comum, Rio de Janeiro, n. 08, p. 111-121, 1999. PRIMO, Alex. A cobertura e o debate público sobre os casos Madeleine e Isabella: encadeamento midiático de blogs, Twitter e mídia massiva. Galáxia, v. 16, 2008b. No prelo. PRIMO, Alex ; TRÄSEL, Marcelo Ruschel. Webjornalismo participativo e a produção aberta de notícias.Contracampo (UFF), v. 14, p. 37-56, 2006. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. Disponível em <http://www.redessociais.net/cubocc_redessociais.pdf>. Acesso em 02 abr 2011. RECUERO, R.; ZAGO, G. “RT, por favor”: considerações sobre a difusão de informações no Twitter." Revista Fronteiras, vol 12, n. 2, maio-agosto de 2010. SAGOLLA, Dom. 140 characters: A style guide for the short form. San Fracisco: John Wiley and Sons, 2009. WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Porto Alegre: Sulina, 2003. ZAGO, G.S. Informações jornalísticas no Twitter: redes sociais e filtros de informações. In: III Simpósio da ABCiber, São Paulo, SP, 2009. ZAGO, G. S. Jornalismo em Microblogs: Um Estudo das Apropriações Jornalísticas do Twitter. Monografia (Graduação em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo - Universidade Católica de Pelotas), Pelotas, RS, julho de 2008. ZAGO, Gabriela da Silva. O Twitter como Suporte para Produção e Difusão de Conteúdos Jornalísticos. Pelotas, 2008. Disponível em: <www.scribd.com/doc/5887184/O-Twitter- comosuporte-para-producao-e-difusao-de-conteudos-jornalisticos>. Acesso em: 23 abr 2011.
  • 43. 43 ANEXO A - QUESTIONÁRIO Este questionário tem por objetivo analisar a absorção de notícias do período entre os meses de fevereiro e março, para fins acadêmicos. Não serão colhidos quaisquer dados pessoais. Qual os meios de comunicação utilizados por você para acompanhar o noticiário? Responda a uma ou várias opções: ras? _____________________________________________ 1. Assinale quais cidades o presidente norte-americano Barack Obama visitou, em recente viagem ao Brasil: a. Brasília e São Paulo b. São Paulo e Salvador c. Brasília e Rio de Janeiro d. Rio de Janeiro e São Paulo 2. Qual o local mais atingido pelo terremoto seguido de tsunami ocorrido dia 11 de março no Japão? a. Miyagi b. Iwate
  • 44. 44 c. Tokyo d. Pequim 3. O Banco PanAmericano foi protagonista do mais recente escândalo financeiro do país. Como o BTG Pactual e o Grupo Silvio Santos acertaram a venda do banco? a. Deixando todas as ações na Bolsa, com acionistas minoritários, e recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI. b. Recebendo R$ 650 milhões como empréstimo do FMI e vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF. c. O Banco PanAmericano foi vendido por R$ 450 bilhões para o Banco Itaú. d. Vendendo 36,56% do capital total do banco por R$ 739,27 milhões à CEF, deixando o restante de ações na Bolsa, e recebendo empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos. 4. “Menos de 20 horas após ir à TV dizer que ficaria no poder e não aceitaria pressão externa, renunciou ao posto que ocupava desde 1981. O vice Omar Suleiman anunciou que um conselho das Forças Armadas governará o país.” De quem a notícia fala, e de qual país? a. Hosni Mubarak, Egito b. Hugo Chavez, Venezuela c. Mahmoud Ahmadinejah, Irã d. Fidel Castro, Cuba 5. Qual o valor do salário mínimo para 2011, aprovado na Câmara? a. R$ 560 b. R$ 545 c. R$ 600 d. R$ 610
  • 45. 45 6. “O ex-senador de Minas Gerais morreu nesta terça aos 79 anos, depois de lutar por mais de 13 anos contra um câncer na região abdominal.” A quem se refere esta notícia, veiculada logo após o fato, em 29/03/11? a. Jader Barbalho, senador. b. José Alencar, vice-presidente. c. José Sarney, presidente do senado. d. José Alencar, ex vice-presidente.