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Série Segurança do Trabalho
comunicação
oral e escrita
Série Segurança do Trabalho
COMUNICAÇÃO
ORAL E ESCRITA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e Tecnologia
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente
SENAI – Departamento Nacional
Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor-Geral
Gustavo Leal Sales Filho
Diretor de Operações
Série Segurança do Trabalho
COMUNICAÇÃO
ORAL E ESCRITA
SENAI
Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial
Departamento Nacional
Sede
Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
© 2012. SENAI – Departamento Nacional
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A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
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Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
SENAI Departamento Regional de Santa Catarina
Núcleo de Educação – NED
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Comunicação oral e escrita / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2012.
162 p. : il. ; (Série Segurança do Trabalho).
ISBN 978-85-7519-483-6
1. Língua portuguesa – Estudo e ensino. 2. Relatórios - Redação. 3. Fala em
público. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional
de Santa Catarina II. Título III. Série.
CDU: 811.134.3
Lista de Ilustrações
Figura 1 -  Escrita egípcia.................................................................................................................................................18
Figura 2 -  Linguagem culta e linguagem coloquial.............................................................................................21
Figura 3 -  Países que falam a língua portuguesa...................................................................................................21
Figura 4 -  Processo de comunicação humana........................................................................................................26
Figura 5 -  Coesão textual................................................................................................................................................37
Figura 6 -  Etapas do parágrafo.....................................................................................................................................49
Figura 7 -  Dados descritivos..........................................................................................................................................58
Figura 8 -  Características dos textos argumentativos..........................................................................................65
Figura 9 -  Tipos de argumento.....................................................................................................................................66
Figura 10 -  Perguntas para elaboração de relatório.............................................................................................76
Figura 11 -  Navegador Web Google Chrome..........................................................................................................91
Figura 12 -  Salvando uma imagem da internet......................................................................................................92
Figura 13 -  Pesquisa utilizando o Google.................................................................................................................93
Figura 14 -  Barras e menus do Word.......................................................................................................................100
Figura 15 -  Ferramentas de tabela...........................................................................................................................101
Figura 16 -  Guia dinâmica design............................................................................................................................102
Figura 17 -  Guia layout (tabela).................................................................................................................................102
Figura 18 -  Guia formatar............................................................................................................................................103
Figura 19 -  Guia cabeçalho e rodapé......................................................................................................................103
Figura 20 -  Adicionar legenda...................................................................................................................................105
Figura 21 -  Índice de ilustrações...............................................................................................................................106
Figura 22 -  Exemplo de formatação de parágrafo..............................................................................................107
Figura 23 -  Barra de status com a opção seção ativa........................................................................................108
Figura 24 -  Grupo fonte................................................................................................................................................109
Figura 25 -  Grupo páginas..........................................................................................................................................110
Figura 26 -  Grupo estilos.............................................................................................................................................111
Figura 27 -  Modificar estilo.........................................................................................................................................111
Figura 28 -  Zoom da janela........................................................................................................................................113
Figura 29 -  Botão Office, opção imprimir...............................................................................................................113
Figura 30 -  Tela principal do MS Power Point.......................................................................................................128
Figura 31 -  Definindo layout da apresentação ...................................................................................................129
Figura 32 -  Escolhendo um Design apropriado ..................................................................................................129
Figura 33 -  Salvando um Design apropriado .......................................................................................................129
Figura 34 -  Inserindo caixas de texto na apresentação ...................................................................................130
Figura 35 -  Inserindo imagens na apresentação.................................................................................................131
Figura 36 -  Alterando propriedades de uma imagem......................................................................................131
Figura 37 -  Inserir som como elemento de apresentação...............................................................................132
Figura 38 -  Definindo sequência e configuração dos itens.............................................................................132
Figura 39 -  Configurando propriedades do som na apresentação..............................................................133
Figura 40 -  Trabalhando com filmes na apresentação......................................................................................133
Figura 41 -  Alterando plano de fundo ...................................................................................................................134
Figura 42 -  Alterando estilo de plano de fundo .................................................................................................134
Figura 43 -  Configurando transição de slides ......................................................................................................136
Figura 44 -  Escolhendo opções de animação de slides....................................................................................136
Figura 45 -  Ampliando opções de animação de slides.....................................................................................136
Figura 46 -  Personalizando uma animação...........................................................................................................138
Figura 47 -  Opções de animação..............................................................................................................................139
Figura 48 -  Inserindo sons nas animações............................................................................................................140
Figura 49 -  Exemplo de efeitos de animação ......................................................................................................140
Figura 50 - Mapa Conceitual........................................................................................................................................159
Quadro 1 - Matriz curricular...........................................................................................................................................14
Quadro 2 - Vocábulos aportuguesados......................................................................................................................22
Quadro 3 - Neologismos..................................................................................................................................................22
Quadro 4 - Neologismos da informática....................................................................................................................23
Quadro 5 - Libras, código morse, alfabeto latino e alfabeto árabe..................................................................29
Quadro 6 - Características de um texto......................................................................................................................36
Quadro 7 - Recursos linguísticos para um texto.....................................................................................................37
Quadro 8 - Características dos textos.........................................................................................................................48
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13
2 Comunicação...................................................................................................................................................................17
2.1 Níveis de fala..................................................................................................................................................18
2.1.1 Estrangeirismos..........................................................................................................................22
2.1.2 Neologismos................................................................................................................................22
2.1.3 Gírias...............................................................................................................................................23
2.1.4 Regionalismo...............................................................................................................................24
2.2 Processo ..........................................................................................................................................................26
3 Técnica de Intelecção de Texto..................................................................................................................................33
3.1 Análise textual...............................................................................................................................................34
3.1.1 Coerência textual ......................................................................................................................35
3.2 Análise temática ..........................................................................................................................................38
3.3 Análise interpretativa .................................................................................................................................41
4 Parágrafo............................................................................................................................................................................45
4.1 Estrutura interna e tipos de parágrafos................................................................................................46
4.2 Unidade interna............................................................................................................................................49
5 Descrição...........................................................................................................................................................................53
5.1 Conceituação.................................................................................................................................................54
5.2 Descrição de objeto, processo e ambiente ........................................................................................59
6 Dissertação........................................................................................................................................................................63
6.1 Estrutura..........................................................................................................................................................64
6.2 Argumentação...............................................................................................................................................66
7 Relatório Técnico.............................................................................................................................................................73
7.1 Estrutura..........................................................................................................................................................74
7.2 Tipos de relatórios........................................................................................................................................78
7.2.1 Relatório de pesquisas científicas........................................................................................78
7.2.2 Relatório de atividades escolares.........................................................................................79
7.2.3 Relatório comercial....................................................................................................................79
7.2.4 Relatório administrativo..........................................................................................................81
7.2.5 Relatório de prestação de contas.........................................................................................81
8 Internet...............................................................................................................................................................................85
8.1 Pesquisa...........................................................................................................................................................86
8.2 Comunicação.................................................................................................................................................89
9 Editor de Textos...............................................................................................................................................................99
9.1 Digitação de textos...................................................................................................................................100
9.2 Inserções.......................................................................................................................................................103
9.3 Parágrafos....................................................................................................................................................106
9.4 Formatação..................................................................................................................................................109
9.5 Impressão de arquivo..............................................................................................................................113
10 Técnicas de Apresentação......................................................................................................................................117
10.1 Estruturação..............................................................................................................................................118
10.2 Ferramentas de multimídia.................................................................................................................120
10.3 Gerenciamento de tempo...................................................................................................................121
11 Slides...............................................................................................................................................................................127
11.1 Regras de estruturação.........................................................................................................................128
11.2 Inserção de figuras e arquivos............................................................................................................130
11.3 Formatação...............................................................................................................................................135
11.3.1 Movimento de entrada.......................................................................................................137
11.3.2 Movimento de saída............................................................................................................138
11.3.3 Movimento de ênfase.........................................................................................................139
11.3.4 Trajetórias de animação.....................................................................................................139
11.3.5 Inserindo sons nas animações.........................................................................................140
12 Oratória.........................................................................................................................................................................143
12.1 Falar em público......................................................................................................................................144
12.2 A apresentação........................................................................................................................................146
Referências.........................................................................................................................................................................153
Minicurrículo dos Autores............................................................................................................................................155
Índice...................................................................................................................................................................................157
Anexo...................................................................................................................................................................................159
1
Introdução
Este livro didático, tem como objetivo proporcionar a aquisição dos fundamentos técnicos
e científicos com vistas ao desenvolvimento da comunicação oral e escrita e o desenvolvimen-
to das capacidades sociais, organizativas e metodológicas adequadas a diferentes situações
profissionais.
Escrever de forma correta exige dedicação, principalmente, para quem não está acostu-
mando a fazê-lo diariamente. Você precisa aprender e saber aplicar as principais regras da nos-
sa língua, para comunicar-se de forma eficiente e eficaz tanto no mercado corporativo quanto
no seu cotidiano.
Aquele que deseja construir uma carreira sólida e de sucesso precisa se comunicar adequa-
damente, utilizando a escrita e a fala. É sabido que tem mais chances de crescer, aquele que
sabe se comunicar. Desenvolva essa capacidade e aproveite as oportunidades de aprendiza-
gem aqui disponibilizadas.
A seguir são descritos, na matriz curricular, os módulos e as unidades curriculares previstos
e suas respectivas cargas horárias.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
14
Técnico Segurança do Trabalho
Módulos Denominação
Unidades
curriculares
Carga
horária
Carga horária
do módulo
Básico Básico
•	Comunicação Oral e
Escrita
60h
300h
•	Fundamentos de
Saúde e Segurança do
Trabalho
120h
•	Cálculos aplicados em
Saúde e Segurança do
Trabalho
60h
•	Gestão de pessoas 60h
Específico I
Realização de
ações de saúde
e segurança do
trabalho
•	Ações Educativas em
Saúde e Segurança do
Trabalho
•	Saúde e Segurança do
Trabalho
90h
360h
450h
Específico II
Coordenação de
ações de saúde
e segurança do
trabalho
•	Coordenação de Ações
em Saúde e Segurança
doTrabalho
150h 150h
Específico III
Planejamento de
ações de saúde
e segurança do
trabalho
•	Planejamento de Ações
em Saúde e Segurança
doTrabalho
300h 300h
Quadro 1 - Matriz curricular
Fonte: SENAI DN
Agora você é convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste
processo um momento de construção de novos saberes, onde teoria e prática
devem estar alinhadas para o seu desenvolvimento profissional. Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO
15
Anotações:
2
Comunicação
O ser humano se diferenciou das demais espécies porque desenvolveu a capacidade de ex-
pressar suas ideias. Para expressá-las, criou a linguagem e por meio dela transmite o que pensa,
deseja fazer ou modificar. O grande desafio do ser humano é ser efetivo em sua comunicação.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) conhecer o processo de comunicação humana e os aspectos que interferem ou impactam
na língua;
b) comunicar-se oralmente em diversos níveis hierárquicos.
Esta primeira etapa de estudo permitirá a você, explorar o processo da comunicação para
melhorar as relações profissionais e pessoais.
As oportunidades de aprendizagem serão muitas. Faça deste processo uma construção sig-
nificativa e prazerosa.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
18
2.1 NÍVEIS DE FALA
No início da história da evolução do homem não havia muita diferença entre
as espécies que habitavam o planeta terra, porém o ser humano desenvolveu a
capacidade de expressar suas ideias, fruto da análise e reflexão sobre as coisas.
Então, o que diferenciou o homem das demais espécies foi a comunicação?
Isso mesmo! Para que a comunicação ocorresse, fez-se necessário desenvolver
a linguagem oral e escrita.
Os primeiros sinais de comunicação feitos pelos homens pré-históricos são as
pinturas rupestres, que podem ser encontradas ainda hoje nas paredes das ca-
vernas.
VOCÊ
SABIA?
Pinturas rupestres são desenhos nas paredes das ca-
vernas, representando cenas do cotidiano dos homens
pré-históricos. As pinturas eram feitas com sangue de
animais, carvão, rochas e até com extrato de plantas.
Essas pinturas tinham o objetivo de reforçar as histórias contadas oralmente
pelos homens pré-históricos. Após essa fase, o ser humano passou a combinar
elementos a fim de comunicar suas ideias.
iStockphoto(20--?)
Figura 1 -  Escrita egípcia
O homem desenvolveu um sistema de sinais que representavam sons e que
construíram as palavras, nomeando os seres e tudo o que nos cerca. Dessa forma,
pode-se dizer que o homem criou a linguagem e, por meio dela, passou a sua
cultura para as gerações posteriores.
1 partitura
É uma representação escrita
de música padronizada
mundialmente.
2 significante
Parte material ou objeto
3 significante
Ideia que desejamos
representar
2 COMUNICAÇÃO
19
Segundo Ferreira (1986, p. 508) cultura é “complexo dos padrões de compor-
tamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais
transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade.”
A comunicação humana tem o objetivo de transferir algum tipo de conheci-
mento para outrem.
A transmissão do conhecimento ocorre porque o homem tem a capacidade de
criar formas de linguagem. É a linguagem falada e escrita que possibilita a comu-
nicação, portanto, “[...] o homem é um ser que se criou ao criar uma linguagem”
(PAZ, 1982, p. 42).
A comunicação humana pode ser realizada de inúmeras formas. Não se dá
apenas por meio das palavras, mas também pelos símbolos. Um exemplo é a par-
titura1, que assim como qualquer outro sistema de escrita, possui seu próprio con-
junto de símbolos, que estão associados a sons.
Desta forma, um conjunto de notas musicais transmite a informação para um
músico e este pode executá-la com presteza, apenas lendo tais símbolos.
Stockbyte(20--?)
Para comunicar uma ideia, o homem usa a língua, que é um sistema de signos
“[...] é o elemento utilizado para representar o objeto. É composto de duas partes:
o significante2 e o significado3 ” (GRIFFI, 1991, p. 9).
A língua é “[...] o conjunto de palavras e expressões usadas por um povo” (FER-
REIRA, 1986, p.1034) ou “[...] é um conjunto de signos e de regras de combinação
desses signos, que constituem a linguagem oral ou escrita de uma coletividade”
(MAIA, 2005, p. 22).
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
20
A língua é dinâmica e está sempre se modificando, pois algumas palavras são
inseridas, outras entram em desuso e, outras ainda, mudam de significado, con-
forme sua utilização.
A escrita tem a função de relatar fatos históricos e manifestações culturais ao
longo da história. Ao relatar, o homem cria e produz a cultura. Portanto, a lingua-
gem é a base da cultura.
Creatas(20--?)
VOCÊ
SABIA?
Manifestações culturais são as formas encontradas pelo
homem para expressar o que ele pensa, deseja fazer ou
modificar. Ex.: pinturas, esculturas, música, teatro, dan-
ça, literatura etc.
A língua portuguesa tem sua origem no latim, que era a língua falada no esta-
do Lácio, região onde, atualmente, fica a cidade de Roma na Itália. Em função da
expansão do Império Romano, o latim se espalhou por grande parte da Europa,
dando origem ao português, espanhol, catalão, francês, italiano e ao romeno.
Naquela época, havia dois níveis de expressão do latim:
a) latim clássico4;
b) latim vulgar5.
Atualmente, existem duas formas de expressão: linguagem culta e a lingua-
gem coloquial. Conheça as particularidades de cada expressão.
4 latim clássico
Que era falado pela elite
dominante e escritores;
5 latim vulgar
Que era usado pelo povo.
2 COMUNICAÇÃO
21
LuizMeneghel(2011)
Figura 2 -  Linguagem culta e linguagem coloquial
Outras culturas também exercem influência sobre a nossa e podem ser perce-
bidas tanto no vestuário, quanto na culinária, na música, no comportamento e na
própria língua.
Você já percebeu como a música sertaneja brasileira sofre influência da música
country americana?
O Brasil não é o único país que fala a língua portuguesa. Segundo o site Mun-
do Educação, a língua portuguesa é a quinta mais falada e a terceira do mundo
ocidental, superada apenas pelo inglês e o castelhano. Atualmente, aproximada-
mente 250 milhões de pessoas no mundo falam português, o Brasil responde por
cerca de 80% desse total.
Crispassinato(20--?)
Figura 3 -  Países que falam a língua portuguesa
Fonte: Map of Lusophone World (2006)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
22
A língua sofre influência de outras línguas, de grupos sociais, de regionalismos
e na criação de novas palavras (neologismos).
O assunto não para por aqui. Vamos em frente? Aproveite todos os caminhos
que levam ao conhecimento.
2.1.1 ESTRANGEIRISMOS
Existem palavras que foram incorporadas à língua portuguesa sem modificar
a forma original ou a pronúncia da palavra e outros vocábulos foram aportugue-
sados.
Do francês omelete, vitrine, toalete.
Do africano acarajé, jiboia, pajé.
Do inglês recorde, hambúrguer, uísque.
Do espanhol pepita, cavalheiro.
Do árabe álgebra, arroz, alecrim.
Do japonês quimono, samurai, gueixa.
Do italiano lasanha, piano, maestro.
Do russo czar, vodca.
Quadro 2 - Vocábulos aportuguesados
2.1.2 NEOLOGISMOS
Os neologismos são usados quando aquele que emite a mensagem não en-
contra uma palavra com significado similar na língua ou quando esse usa uma
palavra com sentido novo, diferente do original, e após algum tempo, é incorpo-
rado ao dicionário.
Laranja fruta cítrica ou falso proprietário.
Gato animal felino ou ligação clandestina.
Quadro 3 - Neologismos
2 COMUNICAÇÃO
23
Já a informática está repleta de exemplos de novas palavras, que estão inseri-
das na nossa língua.
Deletar eliminar, apagar.
Lincar acessar documento de hipertexto por meio de link.
Logar
fornecer nome do usuário e senha, permitindo acesso ao computa-
dor.
Quadro 4 - Neologismos da informática
2.1.3 GÍRIAS
As gírias nascem em um determinado grupo social e passam a fazer parte da
linguagem, revelando, inclusive, a idade do falante.
Você deve conhecer muitas, não é mesmo?
Anos 50
HemeraTechnologies(20--?)
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
24
Atualmente
CiaranGriffin(20--?)
2.1.4 REGIONALISMO
A influência de várias culturas deixou, no Brasil, muitas marcas que acentua-
ram a riqueza do vocabulário. O regionalismo linguístico também apresenta dife-
renças no sotaque e na pronúncia das palavras, sem necessariamente, constituir-
-se num erro. Um objeto pode receber um nome numa região e, em outra, um
completamente diferente.
Para compreender melhor o assunto, veja os exemplos. Ah, qual deles é mais
usado na sua região?
Photodisc(20--?)
2 COMUNICAÇÃO
25
a) Pipa
b) Papagaio
c) Pandorga
Hemera(20--?)
a) Semáforo
b) Farol
c) Sinaleira
Hemera(20--?)
a) Mandioca
b) Aipim
c) Macaxeira
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
26
Você pôde perceber que a comunicação se dá por diversas formas de lingua-
gem. A cultura de um povo é um fator que contribui muito para as transforma-
ções da língua.
Agora, prepare-se para um novo percurso de aprendizagem.
2.2 PROCESSO
Na etapa anterior, você viu que a comunicação humana foi o que diferenciou o
homem das demais espécies. Em função da capacidade de analisar e expressar os
pensamentos de forma oral ou escrita, o homem conseguiu, ao longo da história,
repassar às outras pessoas aquilo que aprendeu e viveu.
A comunicação é fundamental para o ser humano e confunde-se com a própria
vida. Ao ler um texto, assistir TV, conversar com alguém ou interpretar os sinais de
trânsito, realizam-se atos comunicativos. Em cada um desses atos, encontram-se
os elementos: emissor, receptor, mensagem, canal, código e contexto.
Office(20--?)
Figura 4 -  Processo de comunicação humana
Vamos conhecer cada um desses elementos?
a) Emissor: emite a mensagem.
b) Receptor: recebe a mensagem.
c) Mensagem: conteúdo transmitido.
2 COMUNICAÇÃO
27
d) Canal: meio usado para transmitir a mensagem.
e) Código: conjunto de signos usados para elaborar a mensagem.
f) Contexto: objeto, fato/situação, imagem, juízo ou raciocínio a que a mensa-
gem se refere.
O emissor é quem elabora e transmite uma mensagem e, por isso, deve procu-
rar ser claro e objetivo.
FIQUE
ALERTA
Toda a comunicação deve ter um objetivo claro: informar,
provocar, encantar, cativar, educar ou persuadir.
O receptor é quem ouve a mensagem. Para ser efetivo na comunicação é ne-
cessário que o emissor conheça o receptor. Quanto mais informações o emissor
tiver sobre o receptor, mais chances ele terá para alcançar seu objetivo. Se o emis-
sor souber qual é a idade, qual é o nível de conhecimento sobre o assunto e a
cultura do receptor é mais fácil escolher as palavras certas para transmitir a men-
sagem e ser efetivo.
A mensagem é a ideia, intenção ou informação que se pretende comunicar,
e o maior desafio é transmiti-las com clareza. A mensagem pode usar diversos
signos, lembra que você estudou esse assunto anteriormente?
O signo é composto por dois elementos inseparáveis: o significante que é a
parte material ou o objeto e o significado que é a ideia que desejamos represen-
tar, ou seja, a palavra mais o seu significado.
Os signos podem ser verbais, não verbais, escritos, audiovisuais etc. Todas as
línguas são compostas por um sistema de signos e um conjunto de regras que
determinam como esses signos deverão ser utilizados.
Provavelmente, quando criança, você e seus amigos criaram algum sistema de
comunicação secreto para transmitir mensagens que deveriam ficar restritas a um
pequeno grupo de pessoas, certo? Vocês criaram um código para se comunicar.
As pessoas ao redor do planeta também criaram códigos para se comunicar.
O código é a linguagem escolhida para transmitir uma determinada mensagem.
Existem vários códigos que foram desenvolvidos para que as pessoas pudessem
se entender.
Conheça alguns deles.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
28
Libras
iStockphoto(20--?)
Código
Morse
A.G.Reinhold(20--?)
Alfabeto
latino
LuizMeneghel(2011)
2 COMUNICAÇÃO
29
Alfabeto
árabe
LuizMeneghel(2011)
Quadro 5 - Libras, código morse, alfabeto latino e alfabeto árabe
A mensagem precisa ser transmitida em um determinado formato para que
possa ser interpretada pelo receptor. O emissor deve escolher um código conhe-
cido pelo receptor, caso contrário, a comunicação não se dará. Outro aspecto im-
portante no processo de comunicação humana é o canal utilizado para transmitir
a mensagem. O canal é o instrumento utilizado para levar a mensagem do emis-
sor ao receptor.
SAIBA
MAIS
Conheça a história do cometa Halley. Você vai achar diverti-
do e interessante, perceber como as comunicações entre os
vários personagens sofrem alterações que comprometem a
mensagem.
Pesquise em site de busca pelas palavras-chave: cometa Hal-
ley, comunicação, cellphones, educational, educação, come-
ta, Halley, língua, portuguesa.
Acompanhe a seguir, os principais canais de comunicação utilizados pelos se-
res humanos:
a) ar;
b) telefone;
c) rádio;
d) televisão;
e) Internet.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
30
FIQUE
ALERTA
É preciso compreender esse processo, porque ao saber
qual é a mensagem, para quem ela se destina, que tipo de
canal será usado, qual é o contexto em que a mensagem
se dará e qual o código a ser usado, tem-se mais chances
de ser efetivo na comunicação.
Você percebeu que existem diversas formas de comunicação, facilitando assim
o envio da mensagem. Todos os dias, todos os momentos, estamos nos comuni-
cando por diversos canais. Muitas vezes, há erros na comunicação que nos levam
a situações desagradáveis. Mas podemos evitar alguns problemas, conhecendo
melhor como acontece o processo de comunicação. Confira a seguir um exemplo
de falhas na comunicação, e perceba como estas falhas podem ocasionar diver-
sos transtornos na vida pessoal, profissional e social de uma pessoa.
CASOS E RELATOS
Erro por defasagem no universo vivencial
Um dentista recém formado decidiu iniciar sua carreira numa cidade do
interior do Amazonas, movido pelo idealismo de ajudar uma população
carente.  Ciente de suas responsabilidades, procurava dar orientações e
exemplos práticos a fim de orientar seus pacientes sobre os cuidados que
deveriam ser tomados para evitar hemorragia após a extração de den-
tes. Assim, entre outros conselhos, invariavelmente citava: “nada de café
quente na boca”.
Qual não foi sua surpresa quando um de seus pacientes apareceu no dia
seguinte à extração com a boca toda inchada. Ao lhe perguntar o que
tinha acontecido, ele respondeu que não sabia, pois tinha feito direitinho
tudo o que o doutor havia mandado: “tomei café quente e fui nadar”...
Antes de se comunicar com pessoas de ambientes culturais diferentes do
seu, procure se familiarizar com os usos costumes da localidade, a fim de
evitar termos que podem ter conotações distintas.
Fonte: Peres (2010)
2 COMUNICAÇÃO
31
Comunicar-se bem é também um desafio. Você será desafiado, constante-
mente, para vivenciar ótimos momentos de aprendizagem que enriquecerá sua
prática pessoal e profissional de comunicação.
SAIBA
MAIS
Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre os assuntos
abordados? Leia: CENARO, Katia Flores; LAMÔNICA, Dionísia
Aparecida Cusin; BEVILACQUA, Maria Cecília. O Processo de
Comunicação. São José dos Campos, SP: Pulso, 2007.
Recapitulando
Neste capítulo, você descobriu que a comunicação foi o que diferenciou
o homem das demais espécies, e para que ela ocorresse, fez-se necessário
desenvolver a linguagem oral e a escrita. Os primeiros sinais de comu-
nicação humana são desenhos encontrados nas paredes das cavernas
feitos pelos homens pré-históricos. Para transferir algum tipo de conhe-
cimento para outra pessoa, o homem desenvolveu um sistema de signos
formando a língua, que é um conjunto de palavras usadas por um deter-
minado povo.
Você também conheceu a origem da língua portuguesa, que foi do latim,
língua falada no estado Lácio, na Itália, e que é a quinta língua mais fala-
da no mundo. Você identificou que existem duas formas de expressão: a
linguagem culta e a coloquial. A língua é dinâmica e está sempre se mo-
dificando porque sofre influência de outras culturas, línguas.
Para que o processo de comunicação ocorra, alguns elementos são ne-
cessários: emissor, receptor, mensagem, canal, código e o contexto. O
grande desafio do ser humano é ser efetivo na transmissão de suas in-
tenções.
Na próxima etapa, você terá a oportunidade de conhecer as técnicas de
intelecção de texto para ler, compreender e interpretar textos adequada-
mente.
3
Técnica de Intelecção de Texto
Você já teve dificuldades para compreender um texto?
A grande maioria dos estudantes sente essa dificuldade, mas para compreender um texto,
você deve seguir algumas dicas preciosas.
Um texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem construída que
forma um todo significativo. Um bom texto deve ter coerência e coesão textual, sem ambigui-
dades ou redundâncias. Além de compreender um texto, é necessário interpretá-lo, ou seja, for-
mar uma ideia própria para posteriormente desenvolver o próprio texto. Descubra como você
pode fazer isso com o estudo das seções desta unidade com as quais você terá subsídios para:
a) ler, compreender e interpretar textos adequadamente;
b) interpretar textos, inclusive técnicos.
A partir de agora você está convidado a explorar todas as informações disponíveis sobre o
assunto, fazendo do seu aprendizado um processo de construção do conhecimento.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
34
3.1 ANÁLISE TEXTUAL
O objetivo da análise textual é permitir ao leitor fazer um levantamento dos
elementos do texto, que permitem a sua compreensão, para depois se fazer o
julgamento crítico do mesmo.
Existe alguma diferença entre compreender e interpretar um texto?
Existe uma grande diferença entre compreender e interpretar um texto. Para
compreender um texto, o leitor deve identificar qual é a regência verbal empre-
gada - compreendendo, então, o significado exato das palavras - identificar as
referências históricas, políticas, ou geográficas usadas pelo autor para situar o tex-
to. Por outro lado, interpretar é concluir ou deduzir o que o autor do texto quis
transmitir, julgando ou opinando sobre o seu conteúdo.
A grande maioria das pessoas acredita que é muito difícil ler e interpretar um
texto, pois cada um interpreta o que lê, segundo as suas crenças, valores e filtros.
Porém, cabe destacar que isso não é bem verdade, porque o que está dito, está
dito e não pode ser modificado.
VOCÊ
SABIA?
Que numa prova de um concurso ou processo seletivo o
que deve ser levado em consideração, na hora de fazer a
intelecção de um texto, é o que o autor diz e nada mais!
Jupiterimages(20--?)
1 coerência
Refere-se à unidade do
tema.
3 Técnica de intelecção de texto
35
Para que você interprete adequadamente um texto, siga algumas regras.
a) Fazer uma leitura prévia, procurando ter uma visão geral do assunto.
b) Identificar as palavras desconhecidas e descobrir seu significado no dicio-
nário.
c) Reler o texto várias vezes, procurando compreender o que o autor está ten-
tando trsansmitir.
d) Identificar aquilo que não está explícito no texto, as ironias, as sutilezas e
eventuais malícias.
e) Não criticar as ideias do autor.
f) Ler cada parágrafo separadamente e identificar a ideia central.
g) Quando o autor apresentar suas ideias, procure fundamentos lógicos.
Então, você já tinha utilizado alguma dessas regras? É muito importante apli-
cá-las no seu momento de leitura, certamente você terá muitos benefícios.
3.1.1 COERÊNCIA TEXTUAL
O texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem cons-
truída que forma um todo significativo. “A palavra texto origina-se do verbo tecer:
trata-se de um particípio – o mesmo que tecido. Assim, um texto é um tecido de
palavras.” (CAMPEDELLI e SOUZA, 1999, p. 13).
Um texto claro e conciso contém palavras selecionadas e frases bem constru-
ídas, sem ambiguidades, redundâncias, modismos e emprego excessivo da voz
passiva.
VOCÊ
SABIA?
A coerência é também resultante da adequação do que
se diz ao contexto extraverbal, ou seja, àquilo o que o
texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo re-
ceptor.
A coerência1 textual ocorre quando há uma relação harmoniosa entre as ideias
apresentadas no texto.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
36
Um texto coerente deve apresentar seu conteúdo de forma ordenada e lógi-
ca, com início, meio e fim. Seus fatos também devem ser apresentados de forma
coerente e sem contradições, e a linguagem deve ser adequada ao tipo de texto.
É comum encontrar textos confusos e difíceis de serem entendidos. Isso ocor-
re porque tanto a coerência quanto a coesão não estão sendo aplicadas.
Observe a frase a seguir: Fazendo sucesso com seu novo restaurante que
oferece pratos típicos, o Empresário José da Silva, localizado na Rua dos An-
dradas, 265. Quem está localizado? O empresário ou o restaurante?
A clareza de um texto é resultado do uso adequado de palavras e a construção
das ideias de maneira bem elaborada.
“A maneira como são articuladas as ideias por meio das palavras e das frases é
que determina se há uma unidade de sentido ou apenas um amontoado de frases
desconexas.” (SARMENTO e TUFANO, 2004, p. 371).
Segundo Cegalla (2000, p. 590) um bom texto deve ter:
Correção gramatical respeito às normas linguísticas.
Concisão dizer muito em poucas palavras.
Clareza
Precisão empregar o termo adequado e de forma acertada.
Naturalidade
evitar empregar termos rebuscados e desconhecidos
ao leitor.
Originalidade evitar a vulgaridade e a imitação.
Nobreza evitar o uso de termos chulos.
Harmonia
ser colorido e elegante (uso criterioso de figuras de
linguagem).
Quadro 6 - Características de um texto
COESÃO TEXTUAL
A coesão textual exige que sejam empregados vários elementos de forma ade-
quada:
3 Técnica de intelecção de texto
37
LuizMeneghel(2011)
Figura 5 -  Coesão textual
Há também vários fatores que podem contribuir para que um texto perca a
sua coesão textual:
a) regências incorretas;
b) concordâncias incorretas;
c) frases inacabadas;
d) inadequação ou ambiguidade no emprego de pronomes.
Para um texto ter unidade textual, faz-se necessário lançar mão de vários re-
cursos linguísticos para unir orações e parágrafos.
Os mais conhecidos são:
Conjunção
e, nem, mas, também, porém, entretanto, ou, logo, portanto, pois,
como, embora, desde que, se, conforme, de modo que etc.
Preposições a, ante, após, até, com, em, entre, para, perante, segundo etc.
Pronomes eu, nós, me, mim, comigo, consigo, te, lhe etc.
Advérbios
sim, certamente, realmente, talvez, muito pouco, abaixo, além,
não, agora, hoje, cedo, antes, ora, afinal etc.
Quadro 7 - Recursos linguísticos para um texto
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
38
Além desses fatores, também deve-se evitar os períodos muito longos, voca-
bulário rebuscado, pontuação inadequada, a ambiguidade e a redundância para
que o texto tenha coesão2 e clareza textual.
Se esses recursos forem mal empregados, o texto se tornará ambíguo e incoe-
rente. Mas como um texto se torna ambíguo e incoerente?
A ambiguidade é causada pelo uso inadequado da pontuação, com o emprego
de palavras de duplo sentido e por problemas de construção das frases. A redun-
dância é o emprego de palavras ou ideias de maneira repetida ou desnecessária.
Lembre-se, você é capaz de construir e reconstruir o significado de um texto
por meio da integração das novas informações com os conhecimentos prévios.
Portanto, a compreensão textual depende também do conhecimento do mundo.
Assunto que você estudará a seguir.
3.2 ANÁLISE TEMÁTICA
A primeira leitura que o ser humano faz, é a leitura do mundo que o rodeia.
LuizMeneghel(2011)
O homem aprende a interpretar as diversas reações das pessoas, com as quais
convive, e diferencia as receptivas das agressivas, por exemplo. Com o desenvol-
vimento e aprimoramento, ao longo dos anos, o ser humano chega até a leitura
de textos escritos.
2 coesão
É a conexão entre os
elementos ou as partes do
texto.
3 Técnica de intelecção de texto
39
A primeira leitura que se faz de qualquer texto é sensorial. O
leitor, ao tomar em suas mãos uma publicação, trata-a como
um objeto em si, observando-a, apalpando-a, avaliando seu
aspecto físico e a sensação tátil que desperta. (INFANTE, 1998,
p. 49).
Se a leitura é algo sensorial e tátil, é preciso que o leitor esteja verdadeiramen-
te interessado e busque prazer nessa atividade, assim o processo se torna mais
fácil e produtivo. Muitas vezes a compreensão de um texto vai além do que está
escrito, é preciso buscar, não só o que o autor disse, mas também a mensagem
que se teve a intenção de passar.
Um texto, dependendo da sua finalidade, apresenta um tipo de linguagem,
que pode ser formal ou informal.
O texto escrito, na maioria das vezes, segue regras mais rígidas, aplicadas es-
pecificamente à escrita, enquanto a linguagem falada é mais flexível e se adapta
livremente às diversas situações.
Após a leitura de um texto, cabe ao leitor verificar se compreendeu a mensa-
gem do autor.
Por exemplo, você terminou de ler um texto importante e deve ser capaz de
responder algumas questões como:
a) Qual é o assunto tratado? O texto trata do quê?
b) Que levou o autor a escrever esse texto? Que ele está procurando respon-
der?
c) Qual é o tipo de texto: jornalístico, acadêmico, técnico?
d) Qual é a ideia central do texto? Qual é a tese apresentada? Qual é a resposta
do autor à questão abordada no texto?
e) Quais são as ideias secundárias ou argumentos que auxiliam a fundamentá-
-las? Os argumentos são convincentes?
Respondendo a esses questionamentos, você está fazendo uma análise te-
mática, que permite elaborar esquemas coerentes e que refletem claramente as
ideias do autor. Os esquemas facilitam a elaboração de resumos que sintetizam
as ideias do autor.
Para tornar mais claro todo esse assunto acompanhe um exemplo onde a co-
municação foi mal interpretada gerando um grande problema.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
40
CASOS E RELATOS
Má interpretação da comunicação
A empresa Oliveira, líder no mercado de produtos de beleza, tem suas ven-
das calçadas apenas em suas promotoras de vendas que fazem o atendi-
mento aos clientes de porta em porta. Semanalmente, os pedidos são en-
caminhados para o depósito central que está localizado na cidade de São
Paulo. O seu sistema de distribuição de produtos precisa ser eficiente e ágil
para que os produtos cheguem rapidamente nas mãos de suas promotoras
de vendas para serem entregues aos clientes.
Recentemente, a empresa implantou um sistema de controle de estoque
informatizado e os resultados foram alarmantes. De acordo com os rela-
tórios do primeiro trimestre, pelo menos 130 mil reais em mercadorias ha-
viam desaparecido. Curiosamente há alguns dias atrás o gerente do depó-
sito central, Pedro Paulo, encontrou no lixo vários produtos embrulhados
como se ali tivessem sido colocados para serem retirados mais tarde.
Pedro Paulo resolveu fazer uma carta para ser entregue a todos os funcio-
nários do depósito central. A carta dizia:
“O novo sistema de controle de estoque implantado em nossa empresa identi-
ficou que sumiram 130 mil reais em mercadorias. A partir de hoje, pessoas não
autorizadas não poderão entrar no depósito central e todos os funcionários
não poderão mais levar embrulhos para fora do depósito ao final do expedien-
te. De forma nenhuma os leais e fiéis empregados devem interpretar isso como
insinuação de que são ladrões. Estamos tomando estas medidas para evitar
que novos desaparecimentos aconteçam. Apreciamos a sua cooperação e
agradecemos a sua ajuda no passado.”
Essa comunicação mal feita provocou uma série de problemas porque os
funcionários se sentiram ofendidos e muitos levaram a carta ao sindicato
da categoria que entrou com um processo contra a empresa por injuria e
difamação. Em vez de solucionar o problema, o clima no armazém central
ficou insustentável. O gerente foi demitido e o problema não foi soluciona-
do. Comunicações mal feitas podem ter resultados inusitados.
Viu? Este fato nos permite uma boa reflexão para compreender o assunto
estudado até o momento
3 Técnica de intelecção de texto
41
Lembre-se de que, por meio da análise temática, você poderá avaliar o grau
de compreensão e apreensão do texto. Porém, você também precisa fazer sua
própria interpretação. Quer saber como proceder? Confira o próximo assunto.
3.3 ANÁLISE INTERPRETATIVA
Após a análise temática de um texto, faz-se necessário interpretá-lo, ou seja, é
preciso formar uma ideia própria sobre o texto lido, ler nas entrelinhas, explorar
toda riqueza dos argumentos expostos.
VOCÊ
SABIA?
A análise interpretativa objetiva apresentar uma posição
própria a respeito das ideias do texto.
ThinkStock(20--?)
Neste momento, o leitor deve refletir criticamente sobre as ideias apresenta-
das no texto, posicionando-se frente a ele. Nessa fase, é importante identificar
claramente o pensamento do autor e o comparar com as ideias de outros autores
que escreveram sobre o mesmo tema.
Para fazer isso, é importante situar o texto no contexto da vida e da obra do
autor, bem como no contexto de outros textos.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
42
FIQUE
ALERTA
Um texto escrito em 1800 tem um contexto bem diferente
de hoje e, por isso, não pode ser interpretado da mesma
maneira, pois a cultura, os valores e a própria realidade
eram outros.
Também é necessário identificar as teorias, correntes, validade, originalidade,
profundidade e amplitude do tema. Para fazer a análise interpretativa de um tex-
to, o leitor deve ter lido outras obras sobre o mesmo tema em questão.
Uma vez tendo realizado todas as etapas, você como leitor terá condições de
produzir conhecimento, fazendo novas proposições.
SAIBA
MAIS
Para explorar o assunto estudado neste capítulo, leia CERE-
JA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar; CLETO,
Ciley. Interpretação de Textos: Construindo Competências
e Habilidades em Leitura. Atual, 2009. E conheça questões de
vestibular para testar a interpretação.
Recapitulando
Como você viu neste capítulo, a intelecção de texto envolve uma série de
aspectos que precisam ser observados.
Para compreender um texto, o leitor deve identificar qual foi a regência ver-
bal empregada - compreendendo o significado exato das palavras - e iden-
tificar as referências históricas, políticas, ou geográficas, usadas pelo autor
para situar o texto. Por outro lado, interpretar é concluir ou deduzir o que o
autor do texto quis transmitir, julgando ou opinando sobre o seu conteúdo.
O texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem
construída que forma um todo significativo. Por isso, um texto claro e con-
ciso contém palavras selecionadas e frases bem construídas, sem ambigui-
dades, redundâncias, modismos e emprego excessivo da voz passiva. Um
texto coerente deve apresentar seu conteúdo de forma ordenada e lógica,
com início, meio e fim.
3 Técnica de intelecção de texto
43
A análise temática permite ao leitor elaborar esquemas coerentes e que
refletem claramente as ideias do autor. Os esquemas facilitam a elaboração
de resumos que sintetizam as ideias do autor.
Após a análise temática de um texto, faz-se necessário interpretá-lo, ou
seja, formar uma ideia própria sobre o texto lido, ler nas entrelinhas, explo-
rar toda riqueza dos argumentos expostos.
Para fazer a análise interpretativa de um texto, o leitor já deve ter lido ou-
tras obras sobre o mesmo tema em questão.
O próximo tema de estudo será o parágrafo, sua estrutura, unidade interna
e tipos existentes.
4
Parágrafo
O parágrafo é composto por vários períodos que apresentam uma única ideia. Ele é uma
unidade de discurso autossuficiente, composto por uma sequência de frases organizadas em
um ou mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica.
Os parágrafos podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo
de texto que se está elaborando. Os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal,
um desenvolvimento e uma conclusão com unidade, coerência, concisão e clareza.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) identificar a estrutura interna de parágrafo;
b) diferenciar os tipos de parágrafos;
c) identificar quais são os aspectos necessários para que um parágrafo tenha uma boa uni-
dade interna.
Vamos entrar no assunto com muita dedicação e autonomia? Lembre-se de que a sua apren-
dizagem depende da sua participação no processo.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
46
4.1 ESTRUTURA INTERNA E TIPOS DE PARÁGRAFOS
Antes de iniciar o estudo do parágrafo, é necessário que você compreenda
alguns termos que costumam causar confusão. Todo o parágrafo é composto por
vários períodos que apresentam uma única ideia.
O período é composto por uma ou mais orações com sentido completo e ter-
mina com um sinal de pontuação - ponto final, exclamação ou outro equivalente.
Você sabe qual a diferença entre frase e oração?
A oração é a frase que contém um ou mais verbos. A frase é um enunciado
com sentido completo, que pode ou não conter um verbo.
FIQUE
ALERTA
O parágrafo é unidade de discurso autossuficiente, com-
posto por uma sequência de frases organizadas em um ou
mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma
ideia básica.
Quer conhecer um exemplo de parágrafo mal elaborado? Confira a seguir
CASOS E RELATOS
Problemas na construção de parágrafos
Professora Maria dava aula de comunicação oral escrita para a turma do
1º ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Soares e como sem-
pre, gostava de ler as produções de seus alunos. Certo dia, a professora
pediu para que eles elaborassem um parágrafo sobre o tema que foi tra-
tado na palestra que assistiram na semana do meio ambiente.
Todos estavam empolgados para escrever um pequeno parágrafo sobre
aquele assunto que havia despertado tanto interesse. Na palestra eles
ouviram falar que o planeta estava sofrendo com o aquecimento global
e, que em alguns lugares os efeitos da radiação solar podiam ser sentidos
na pele, visto que a quantidade de câncer de pele, naquelas regiões, era
enorme. Também ouviram que o clima do planeta está bastante instável
e que as estações do ano não são mais tão claras como eram antigamen-
te.
4 Parágrafo
47
Quando a professora começou a ler as produções se deparou com o se-
guinte texto de João:
“Com o aquecimento global o planeta não tem mais segurança da
radiação do Sol, o tempo não se entende mais um dia ta frio outro ta
calor e isso prejudica muito a saúde da nossa população.”
A professora não entendeu nada e compreendeu que João tinha proble-
mas para estruturar um parágrafo e que sem unidade interna qualquer
produção perde seu sentido. Ela retomou o conteúdo e orientou nova-
mente o aluno para que esse desenvolvesse essa competência.
A partir do exemplo citado anteriormente podemos considerar o parágrafo
como um pequeno texto e que deve ter um tema delimitado (o quê?) e um obje-
tivo claro (para quê?). Como todo o texto, o parágrafo pode ser curto ou longo e
deve apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão.
VOCÊ
SABIA?
Não se deve usar parágrafos demasiadamente longos,
pois dificultam a transmissão de uma ideia de forma cla-
ra e objetiva. Os parágrafos longos podem confundir ou
dispersar a atenção do leitor.
Como o parágrafo é um microtexto, estes podem ser narrativos, descritivos ou
dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que se está elaborando. Confira
no quadro a seguir características que podem auxiliar você na identificação de
cada tipo de texto.
Narração
•	Relato de fatos.
•	Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo.
•	Apresentação de um conflito.
•	Uso de verbos de ação.
•	Geralmente, é mesclada de descrições.
•	O diálogo direto e o indireto são frequentes.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
48
Descrição
•	Relato de pessoas, ambientes, objetos.
•	Predomínio de atributos.
•	Uso de verbos de ligação.
•	Emprego frequente de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem.
•	Resulta em uma imagem física ou psicológica.
Dissertação
•	Defesa de um argumento.
a) Apresentação de uma tese que será defendida.
b) Desenvolvimento ou argumentação.
c) Fechamento.
•	Predomínio da linguagem objetiva.
•	Prevalece a denotação.
Quadro 8 - Características dos textos
Fonte: Campelli e Souza (2000)
Na narração, o narrador conta uma história vivida por algum personagem, or-
ganizada numa determinada sequência de tempo e lugar. Na narração o principal
elemento é a história, que deve ter começo, meio e fim.
Observe que quem conta a história é alguém de fora, que apenas narra os fa-
tos, sem emitir opiniões.
Na descrição, são expostas características de pessoas, objetos, situações, lu-
gares etc. A descrição normalmente ocorre dentro de um texto narrativo ou dis-
sertativo, pois auxilia o leitor a imaginar a cena ou o local.
Observe que o texto descritivo não tem um narrador, somente um observador.
A descrição é utilizada, principalmente, em relatórios de experimentos que você
realiza nos laboratórios.
Na dissertação, o autor expõe uma ideia sobre um determinado assunto, que
ele defende ou questiona, apresentando argumentos que embasam seu ponto
de vista.
Observe que na dissertação, o autor tenta convencer o leitor sobre o seu ponto
de vista.
VOCÊ
SABIA?
Que os escritos antigos não tinham pontuação, parágra-
fos, capítulos, versículos, divisões, títulos. Eram escritos
mais ou menos assim: 
Portantoidefazeidiscipulosdetodasasnacoesbatizan-
doosemnomedopaiedofilhoedoespiritosanto
4 Parágrafo
49
Seja qual for o tipo de texto, você precisa saber usar o parágrafo corretamente,
para deixar sua ideia clara e objetiva.
4.2 UNIDADE INTERNA
Ao elaborar um texto, o autor precisa ter claro qual o tema a ser desenvolvido.
Como o tema do texto não muda, quando se faz um novo parágrafo não se muda
de assunto. O que muda é a abordagem e os argumentos apresentados em cada
parágrafo para explicar, esclarecer ou transmitir as ideias do autor, de tal forma
que o leitor compreenda o texto.
Os parágrafos devem ter unidade, coerência, concisão e clareza. Essas defini-
ções, você já estudou no capítulo anterior, certo?
Normalmente, os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal, um
desenvolvimento e uma conclusão.
Conheça um pouco mais sobre cada uma dessas etapas.
LuizMeneghel(2011)
Figura 6 -  Etapas do parágrafo
FIQUE
ALERTA
Nos parágrafos mais curtos a conclusão sempre está pre-
sente.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
50
Passar de um parágrafo carece de uma atenção especial por parte do autor do
texto. Não se deve passar de um parágrafo para o outro de maneira abrupta, pois
é necessário fazer um encadeamento lógico e natural dos mesmos. Em alguns
casos, é necessário acrescentar um parágrafo de transição, para que a sucessão
de ideias seja apresentada de maneira harmoniosa.
O texto deve conter parágrafos que apresentem assuntos diferentes sobre o
tema, para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo. Outro aspecto
que precisa ser observado na elaboração de um texto, e principalmente dentro do
parágrafo, é a repetição desnecessária de palavras, termos chulos ou rebuscados.
SAIBA
MAIS
Que tal fazer um teste para verificar como anda a sua comu-
nicação?
Acesse: http://vocesa.abril.com.br/testes/carreira/Como-
-vai-sua-comunicacao.shtml
Termo chave: Como vai sua comunicação
Você percebeu a importância do parágrafo bem elaborado em um texto? Para
fortalecer seus conhecimentos, você tem como tarefa efetivar sua aprendizagem,
por meio da prática. Pois unindo à teoria, o resultado será recompensador.
Recapitulando
Você estudou que todos os parágrafos são compostos por vários períodos
e apresentam uma única ideia. São unidades de discurso autossuficientes
compostos por uma sequência de frases organizadas em um ou mais perí-
odos e apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Um parágrafo
tem introdução, desenvolvimento e conclusão, mantendo unidade, coe-
rência, concisão e clareza e podem ser curtos ou longos.
Os parágrafos são microtextos e podem ser narrativos, descritivos ou dis-
sertativos, pois acompanham o tipo de texto que está sendo elaborado. O
texto deve apresentar parágrafos com assuntos diferentes sobre o tema,
para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo.
Agora que você já sabe como elaborar um parágrafo, aprenda a seguir
como desenvolver uma descrição.
4 Parágrafo
51
Anotações:
5
Descrição
A descrição é um tipo de texto onde se relata, enumera e detalha as características, quali-
dades ou especificações de seres animados ou inanimados, a partir de um determinado ponto
de vista. Ela procura desenhar em palavras uma determinada imagem, de tal forma que o leitor
possa visualizar em sua mente o que o autor está querendo transmitir.
Os três tipos de descrição são de objeto, processo e de ambiente.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) produzir uma descrição;
b) identificar seus fundamentos;
c) identificar as características desse tipo de texto;
d) elaborar descrições técnicas por meio de textos e imagens;
e) elaborar textos, inclusive técnicos;
A partir de agora, você está convidado a percorrer uma nova trajetória de aprendizagem,
explorando todo o assunto com autonomia e sua habitual dedicação.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
54
5.1 CONCEITUAÇÃO
VOCÊ
SABIA?
Conceito é aquilo que a mente concebe ou entende:
uma ideia ou noção, representação geral e abstrata de
uma realidade.
A descrição é um tipo de texto onde se relata, enumera e detalha as caracte-
rísticas, qualidades ou especificações de seres animados ou inanimados (pessoas,
impressões, coisas, locais, cenários, odores, ruídos ou processos) a partir de um
determinado ponto de vista.
Murilo Mendes (1968, p. 88) ilustra muito bem o texto descritivo.
[...] Prima Julieta, jovem viúva, aparecia de vez em quando na
casa de meus pais ou na de minhas tias. O marido, que lhe dei-
xara uma fortuna substancial, pertencia ao ramo rico da família
Monteiro de Barros. Nós éramos do ramo pobre. Prima Julieta
possuía uma casa no Rio e outra em Juiz de Fora. Morava em
companhia de uma filha adotiva. E já fora três vezes à Europa.
Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade
em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibi-
líssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois
anos de idade.
Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Vir-
gílio de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento,
agitando a cabeça para trás, remando os cabelos brancos. A
cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os
olhos de um verde azulado borboletavam. A voz rouca e ácida,
em dois planos, voz de pessoa da alta sociedade. [...]
A descrição procura desenhar em palavras uma determinada imagem de tal
forma que o leitor possa visualizar em sua mente, o que o autor está querendo
transmitir.
5 Descrição
55
A intenção do autor desse tipo de texto é permitir que o leitor possa visualizar
mentalmente a cena descrita, a fim de localizá-la, identificá-la ou qualificá-la, se-
gundo os objetivos do texto.
Diante de duas estantes diferentes, pode-se identificá-las por meio do subs-
tantivo: estante. Essa palavra identifica o objeto, mas não o descreve. A estante
pode ser pequena, grande, antiga, moderna, quebrada.
Jupiterimages(20--?)
O objetivo da descrição é transmitir ao leitor a imagem, percebida pelo autor
do texto e, por isso, os adjetivos e atributos são elementos importantes na cons-
trução desse tipo de texto.
Um texto descritivo utiliza verbos de ligação.
Os verbos de ligação não indicam ação, fazem a ligação entre o sujeito (ser de
quem se fala) e suas características (predicativos do sujeito).
O texto descritivo também deve ser figurativo, relatando propriedades e as-
pectos simultâneos dos elementos não existindo relação de anterioridade e pos-
terioridade entre os enunciados, ou seja, não existe progressão temporal.
Vamos explorar melhor o assunto, analisando um exemplo real de descrição
textual.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
56
CASOS E RELATOS
Aula de comunicação
Durante uma aula de comunicação oral e escrita, em um curso técnico, a
professora Maria Aparecida propôs uma atividade de produção de texto
aos alunos. Esta produção fazia parte do conteúdo programático: gênero
textual – descrição.
Então, deu-se o início da aula, e a professora Maria Aparecida começou a
explicar mais sobre o gênero em questão, e os alunos estavam cada vez
mais atentos. Após toda a abordagem, foi passada a proposta para o de-
senvolvimento do texto descritivo. A sugestão para elaboração do texto
era para cada aluno descrever a sua cidade natal, tornando, assim, esta
atividade mais real para todos.
Assim, cada aluno começou a pesquisar sobre a sua cidade natal e se en-
volver com a atividade, porém um aluno que estava um pouco disperso
fez vários questionamentos para a professora durante o desenvolvimen-
to do texto. Dentre os questionamentos que Paulo fez, destacam-se: “se
em um texto descritivo ele poderia inserir características da cidade, como
por exemplo: números de habitantes, localização, nível de escolaridade
dos habitantes, arquitetura, área urbana e rural”, enfim, fez várias pergun-
tas relacionadas às características deste tipo de texto.
A professora ficou surpresa, porque a falta de atenção do aluno era so-
mente aparente, pois ele estava bem envolvido com a atividade. Enten-
deu que em um texto descritivo é necessário levantar todos os dados que
se considera relevante ao tema, porque é a partir das informações con-
tidas nas descrições que o leitor pode visualizar o que foi dito no texto.
Neste caso, todos puderam viajar um pouco pelo Brasil e conhecer mais
sobre a cidade natal de seus colegas.
Então, o que é preciso para que um texto descritivo tenha qualidade?
Para que um texto descritivo tenha qualidade deve-se:
a) utilizar linguagem clara e direta;
b) escrever o texto com riqueza de detalhes;
c) separar os detalhes físicos dos psicológicos.
5 Descrição
57
Todo o texto descritivo apresenta um observador, um tema (objeto, ser ou
processo) e um conjunto de dados pertinentes ao tema.
VOCÊ
SABIA?
Que quanto mais o leitor se sentir parte integrante do
ambiente, que está sendo descrito, mais qualificado seu
texto descritivo será!
Segundo Infante (1998) para escrever um texto descritivo é necessário fazer
um plano de trabalho respondendo questões como:
a) Quais são os dados que serão usados?
b) Como apresentar ao leitor os detalhes do que se está descrevendo?
c) Qual a melhor ordem a ser seguida?
d) Que tipo de impressão geral deve ser transmitido?
e) Qual a finalidade do texto? (informar, convencer, transmitir impressões ou
comunicar emoções ao leitor?
Vale lembrar que a seleção dos dados pode ser limitada pela falta de conheci-
mento do assunto por parte do observador, pelo local onde ele se encontra, bem
como, por fatores psicológicos.
FIQUE
ALERTA
Seu estado de espírito, seu ponto de vista sobre o tema
abordado e os objetivos que se pretende atingir, influen-
ciarão na seleção dos dados e na organização do texto.
Apenas a descrição técnica tem objetividade absoluta e
não pode ser influenciada pelo pensamento do autor.
Segundo Infante (1998) os textos descritivos normalmente estão incorporados
aos narrativos (os personagens e ambiente são caracterizados a partir do ponto
de vista do narrador) ou ao processo argumentativo (fornecendo dados para o
desenvolvimento da argumentação).
Segundo Cestari (2011) todos os seres existentes no mundo físico, psicológico
ou imaginário podem ser descritos.
Para compreender melhor veja alguns exemplos:
a) Mundo físico: Kika era uma simpática dash-hound, de olhos castanhos e
pelo brilhante.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
58
b) Mundo psicológico: “A bondade era morna e leve, cheirava a carne crua
guardada há muito tempo.” (Clarice Lispector).
c) Mundo imaginário: Eu sou a Moça Fantasma que espera na rua do Chumbo
o carro da madrugada.
Da mesma forma, segundo Cestari (2011) pode-se descrever física e psicologi-
camente tanto pessoas quanto personagens.
a) Física: fornece características exteriores como altura, cor dos olhos, cabelo,
forma do rosto, do nariz, da boca, porte, trajes.
Sua pele era muito branca, os olhos azuis, bochechas rosadas. Estatura media-
na, magra. Parecia um anjo.
a) Psicológica - apresenta o modo de ser da pessoa ou personagem, seus há-
bitos, atitudes e personalidade, características interiores. 
Era sonhadora. Desejava sempre o impossível e recusava-se a ver a realidade.
Os dados descritivos sobre uma realidade qualquer são o resultado de uma
seleção de dados feita pelo autor, que se apoia nos seus sentidos físicos (audição,
visão, olfato, paladar e tato) e podem sofrer limitações, conforme você viu ante-
riormente.
LuizMeneghel(2011)
Figura 7 -  Dados descritivos
5 Descrição
59
A descrição pode ser de duas formas. Confira!
a) Subjetiva: quando o texto apresenta-se com uma visão pessoal do autor.
b) Objetiva: quando o texto apresenta-se de forma concreta, sem juízo de va-
lor. Exemplo: a descrição técnica.
Todo o assunto abordado anteriormente oferece a você condições para elabo-
rar um texto descritivo de maneira adequada.
5.2 DESCRIÇÃO DE OBJETO, PROCESSO E AMBIENTE
Quer saber qual a diferença entre descrição de objeto, processo e ambiente?
Acompanhe atentamente a seguir.
A descrição de objeto, normalmente, é estática e tem a finalidade de identifi-
car. As qualidades fundamentais desse tipo de descrição são:
a) objetividade;
b) simplicidade;
c) precisão.
Na descrição de objeto podem ser empregadas a linguagem denotativa e a
conotativa.
FIQUE
ALERTA
Ao escrever um texto, você pode usar tanto o significado
real da palavra (denotação), quanto o sentido figurado
(conotação). Quando duas ou mais palavras tem signifi-
cados diferentes e as grafias idênticas, são chamadas de
homônimos.
A descrição de processo, normalmente técnica, utiliza a linguagem precisa e
científica para descrever:
a) processos;
b) aparelhos;
c) experiências;
d) mecanismos;
e) relatórios;
f) receitas culinárias;
g) fórmulas de remédios.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
60
Nesse tipo de texto, as informações devem ser apresentadas com palavras e
frases claras e objetivas, de forma que o leitor compreenda o texto de forma ine-
quívoca. Ela também exige que o autor do texto tenha um conhecimento profun-
do do assunto ou da observação feita.
Esse tipo de texto pode vir acompanhado de mapas, desenhos, fotos, diagra-
mas ou fluxogramas para auxiliar o leitor a compreender a mensagem do autor.
O relatório técnico você estudará detalhadamente na unidade 6.
A descrição do ambiente ou paisagem tem o objetivo de identificar ou lo-
calizar o leitor, tanto pela necessidade de precisão informativa, quanto para dar
verossimilhança1.
Nesse tipo de descrição, as informações fornecidas caracterizam o objeto do
texto e não apresentam a opinião do leitor sobre a paisagem.
Conhecendo cada um dos tipos de descrição, você poderá elaborar um texto
de acordo com a necessidade e objetivos. Explore todas as informações disponí-
veis até o momento. Lembre-se de que a construção do conhecimento acontece
por diversas formas de aprendizagem.
SAIBA
MAIS
Para compreender melhor como produzir descrições ade-
quadamente consulte o livro SERAFINI, Maria Teresa. Como
escrever textos. Rio de Janeiro: Globo, 1985.
Recapitulando
A descrição é um tipo de texto que relata, enumera e detalha as caracterís-
ticas, qualidades ou especificações de seres animados ou inanimados, sob
um determinado ponto de vista.
A descrição procura desenhar em palavras uma determinada imagem, de
forma que o leitor possa visualizar, em sua mente, o que o autor está que-
rendo transmitir.
Para que um texto descritivo tenha qualidade, deve-se utilizar linguagem
clara e direta, com riqueza de detalhes, separando-os dos físicos e psicoló-
gicos.
1 verossimilhança
Que tem aparência de
verdade. Semelhante
à verdade = plausível,
provável.
5 Descrição
61
Todo o texto descritivo apresenta um observador, um tema (objeto, ser ou
processo) e um conjunto de dados pertinentes ao tema.
Os textos descritivos normalmente estão incorporados:
a) aos narrativos (os personagens e ambiente são caracterizados a partir do
ponto de vista do narrador);
b) ao processo argumentativo (fornecendo dados para o desenvolvimento
da argumentação).
Os dados descritivos sobre uma realidade qualquer são o resultado de uma
seleção de dados feita pelo autor, que se apoia nos seus sentidos físicos
(audição, visão, olfato, paladar e tato) e que podem sofrer limitações.
Os três tipos de descrição são de objeto, processo e de ambiente. Dessa
forma a descrição de objeto normalmente é estática e tem a finalidade
de identificar. Já a descrição de processo, normalmente técnica, utiliza a
linguagem precisa e científica para descrever processos, aparelhos, expe-
riências, mecanismos, relatórios, receitas culinárias, fórmulas de remédios
etc. A descrição do ambiente ou paisagem tem o objetivo de identificar ou
localizar o leitor, tanto pela necessidade de precisão informativa, quanto
para dar verossimilhança.
A seguir, você aprenderá a fazer uma dissertação e identificar as diferenças
que existem entre alguns textos. Vamos em frente!
6
Dissertação
Diariamente somos chamados a dar opiniões, tomar decisões e expor nossos pontos de vis-
ta, para isso, utilizamos nosso poder de persuasão e argumentação. Para expor nossas ideias,
normalmente, utilizamos a dissertação, que é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmi-
co e empresarial, pois exige um posicionamento frente a alguma ideia ou tese.
Ao final deste capítulo, você terá subsídios para:
a) compreender a estrutura de uma dissertação;
b) identificar os tipos de argumentação para produzir textos dissertativos com qualidade;
c) elaborar textos.
Explore todo o conteúdo apresentado, investigue as condições de aprendizagem para efe-
tivamente conduzir seu processo educacional. Abuse da autonomia e entusiasmo para que o
conhecimento adquirido seja de forma criativa e dinâmica.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
64
6.1 ESTRUTURA
No cotidiano o ser humano é chamado a dar opiniões, tomar decisões e expor
pontos de vista, para isso, utiliza seu poder de persuasão e argumentação.
MicrosoftOffice(20--?)	
É a atitude linguística da dissertação que permite fazer uso da
linguagem a fim de expor ideias, desenvolver raciocínios, en-
cadear argumentos, atingir conclusões. Os textos dissertativos
são produtos dessa atitude e participam ativamente do nosso
cotidiano falado e escrito. (INFANTE, 2000, p. 159).
A dissertação é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmico e empresa-
rial, pois exige do autor um posicionamento frente a alguma ideia ou tese.
O texto dissertativo tem como base a argumentação, já que seu objetivo é, por
meio da exposição de fatos, ideias e conceitos, exprimir uma ou várias opiniões e/
ou chegar a conclusões.
Segundo Campedelli e Souza (2000, p. 187) um texto dissertativo possui as
seguintes características:
6 Dissertação
65
LuizMeneghel(2011)	
Figura 8 -  Características dos textos argumentativos
Fonte: Campedelli e Souza (2000)
Uma dissertação se divide em três partes. Vamos conhecer cada uma delas?
Introdução
a) Definir a questão, situando o problema, descrevendo a tese que será defen-
dida no desenvolvimento.
b) Indicar o caminho a seguir.
Desenvolvimento
a) Apresentar os argumentos para defender e justificar a tese ou ideia propos-
ta na introdução, apontando semelhanças de ideias, divergências, compara-
ções e ligações a fim de comprovar a tese.
Conclusão
a) Deve ser breve e marcante.
b) Retomar a tese.
c) Recapitular as ideias apresentadas no desenvolvimento, dando um fecha-
mento ao texto.
Conhecendo a estrutura da dissertação, você já pode elaborar um texto disser-
tativo com qualidade. Se achar necessário, retome a leitura do conteúdo quantas
vezes desejar.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
66
6.2 ARGUMENTAÇÃO
O texto dissertativo apresenta argumentos, ou seja, defende uma ideia. Para
defender um ponto de vista é preciso saber argumentar.
VOCÊ
SABIA?
Na lógica, um argumento é um conjunto de uma ou
mais sentenças declarativas, também conhecidas como
proposições, ou ainda, premissas, acompanhadas de
uma outra frase declarativa conhecida como conclusão.
Segundo Sarmento (2004, p. 412) existem quatro tipos de argumentos.
Tipos de
Argumentos
com base no
raciocínio
lógico
com base em
citação
com base no
senso
comum
com base em
evidências
	LuizMeneghel(2011)	
Figura 9 -  Tipos de argumento
Como saber onde usar cada tipo de argumentação?
Boa pergunta! Então vamos à resposta!
Argumentação com base em citação: o autor usa uma frase de alguém con-
ceituado no assunto para amparar a sua argumentação. Ou seja, cita-se a frase de
outro autor para fundamentar a argumentação e dar credibilidade e prestígio ao
novo texto que está sendo produzido.
Argumentação com base no senso comum: se apoia nos conceitos reconhe-
cidos pela sociedade como um todo.
Argumentação com base em evidências: usa dados ou estatísticas que com-
provem a tese a ser desenvolvida, dando credibilidade ao texto.
6 Dissertação
67
Argumentação com base no raciocínio lógico: apresenta uma sequência ló-
gica dos fatos - primeiro as causas e depois os efeitos.
Conforme Serafini (1977) para elaborar um texto, existem algumas regras.
Vamos conferir?
a) Tenha um plano.
Distribua adequadamente o tempo estipulado à redação entre as etapas.
Identifique as características da redação que são:
destinatário;
objetivo do texto;
gênero do texto (conto, diálogo, poesia, narrativo, descritivo, de opinião
etc.);
extensão do texto;
critérios de avaliação.
b) Ordene as ideias.
Selecione as informações.
Registre os seus pensamentos.
Não se preocupe inicialmente se as ideias não têm ligação entre si.
Faça a associação de ideias.
Organize as ideias em mapas conceituais. (vide anexo 1)
Faça um roteiro.
Defina a sua tese ou pontos de vista a serem apresentados no texto.
c) Organize o texto e redija.
O parágrafo é composto por vários períodos, explorando uma única ideia
do roteiro.
Faça a conexão dos parágrafos.
Observe a pontuação.
Elabore a introdução e a conclusão.
d) Revisão
Faça a revisão do conteúdo.
Reveja a ortografia e a pontuação.
Redija o texto sem erros e sem rasuras.
Saber argumentar em um texto dissertativo para atingir o objetivo não é tarefa
fácil.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
68
VOCÊ
SABIA?
Que nas dissertações não se deve desenvolver períodos
muito longos e nem muito curtos. Muito menos utilizar
expressões como “eu acho” ou “quem sabe um dia” mos-
tram dúvidas sobre seus próprios argumentos.
A seguir você poderá acompanhar uma bela história de uma pessoa que sabe
utilizar a comunicação com propriedade e que nos leva a refletir como agimos
diante de situações como essa que será apresentada.
CASOS E RELATOS
No supermercado
Era sábado, oito horas da noite, o supermercado BOM PREÇO estava para
encerrar o expediente daquele dia agitado. Quando o vigia foi fechar a
porta, deu de cara com uma senhora muito brava.
Dona Samira, era assim que todos a conheciam na pequena cidade de São
João do Itaperiú. Ela foi devolver um produto que havia sido quebrado por
descuido do empacotador de um caixa, ele embrulhou mal os seis copos
que Dona Samira havia comprado.
Mas como esta senhora poderia argumentar a tal solicitação?
Para surpresa de todos além da argumentação oral ela havia escrito um
texto justificando a sua solicitação. Em uma das partes do texto dizia:
“Eu, enquanto consumidora deste supermercado, tenho o direto de
solicitar a troca de tal produto, tendo em vista que o empacotador co-
meteu um erro, imperceptível, no momento em que guardava minha
mercadoria. Sempre adquiri produtos neste estabelecimento comer-
cial, todavia é a primeira vez que me deparo com tal situação constran-
gedora. Todos os produtos adquiridos até então, sempre estavam com
boa qualidade, jamais tive a necessidade de reclamar nem do atendi-
mento, que por sinal, é um dos atributos deste supermercado...”
E por aí vai o argumento de Dona Samira; jamais alguém pode imaginar que
esta senhora, aparentemente, simples, pudesse ter um vocabulário culto.
6 Dissertação
69
E é assim, o conhecimento linguístico, poder de argumentar, articulação de
ideias são predicativos de quem faz muitas leituras e escreve diversos tex-
tos com bastante frequência. Neste caso, textos de cunho argumentativo.
Lembrando que o argumento faz parte do texto dissertativo.
Portanto, seguindo algumas regras e conhecendo cada tipo de argumenta-
ção, você terá condições suficientes para elaborar uma dissertação de qua-
lidade. Quer tentar iniciar esse processo agora?
SAIBA
MAIS
Para compreender melhor como se faz uma dissertação leia
a obra indicada a seguir, é uma ótima fonte de informação e
pesquisa.
CAMPEDELLI, Samira Youssef; SOUZA, Jésus Barbosa. Produ-
ção de textos  usos da linguagem: curso de redação. São
Paulo, SP: Saraiva, 2002.
Recapitulando
Este estudo proporcionou a você avaliar que no cotidiano o ser humano é
chamado a dar opiniões, tomar decisões e expor pontos de vista, para isso,
utiliza seu poder de persuasão e argumentação.
A dissertação é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmico e em-
presarial, pois exige do autor um posicionamento frente a alguma ideia ou
tese.
O texto dissertativo possui as seguintes características:
a) é um texto temático – tudo nele evolui a partir de um raciocínio;
b) é um texto que analisa e interpreta;
c) aposta para relações lógicas de ideias – faz comparações, mostra corres-
pondências, analisa consequências.
Uma dissertação se divide em três partes: introdução, desenvolvimento e
conclusão.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
70
Existem quatro tipos de argumentos, que são:
a) argumento com base em citação;
b) argumento com base no senso comum;
c) argumento com base em evidências;
d) argumento com base no raciocínio lógico.
Para elaborar um texto, deve-se ter um plano, ordenar as ideias, organizar o
texto e redigi-lo e fazer a revisão.
O próximo assunto será como redigir um relatório técnico. Até lá!
6 Dissertação
71
Anotações:
7
Relatório Técnico
O relatório é um tipo de descrição técnica, que tem por objetivo apresentar os passos de um
procedimento, funcionamento de um aparelho, experimento etc. Nas áreas administrativas, o
relatório se tornou uma ferramenta por meio da qual o administrador ou técnico consegue
acompanhar as atividades desenvolvidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível
estar presente durante todos os processos. Um relatório deve, obrigatoriamente, levar o leitor
a chegar a uma conclusão, caso contrário, não atingiu seu propósito.
Os relatórios podem ser classificados, segundo as suas características, como: crítico, síntese
ou formação. Eles podem ser simples, complexos, individuais ou coletivos, parciais ou com-
pletos, periódicos ou eventuais, técnicos, científicos, econômicos, administrativos etc. Dentre
os tipos de relatórios, destacam-se os de pesquisa científica, relatório de atividades escolares,
relatório comercial, administrativo e de prestação de contas.
Ao final deste capítulo você terá subsídios para:
a) elaborar um relatório técnico inclusive por meio eletrônico;
b) identificar os tipos mais comuns realizados no mundo do trabalho;
c) elaborar documentação técnica.
Todo esse conteúdo administrado pela sua disciplina e dedicação, certamente, oferecerá
um aprendizado sólido e significativo.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
74
7.1 ESTRUTURA
O relatório, como o próprio nome já diz, tem por objetivo relatar uma sequên-
cia de fatos ou acontecimentos relacionados a um evento específico, por exem-
plo: uma viagem de estudos, uma palestra, um evento etc. “Relatório é o docu-
mento através do qual se expõem resultados de atividades variadas.” (MARTINS;
ZILBERKNOP, 2003, p. 243).
VOCÊ
SABIA?
Que o relatório é a exposição escrita na qual se descre-
vem fatos verificados mediante pesquisas ou execução
de serviços ou ainda de experiências?
O relatório é um tipo de descrição técnica que tem por objetivo apresentar os
passos de um procedimento, funcionamento de um aparelho, experimento etc.
Segundo Cestari (2011) o relatório normalmente apresenta as seguintes carac-
terísticas:
a) objetividade;
b) ausência de suspense ou expectativa;
c) impessoalidade na exposição;
d) exposição em ordem cronológica;
e) indicação clara das diferentes fases do processo;
f) detalhamento das atividades realizadas;
g) predominância de orações coordenadas.
Normalmente, a dificuldade na elaboração de um relatório é proporcional a
complexidade e a abrangência do assunto abordado. Para facilitar essa elabora-
ção sugere-se a criação de sub-relatórios.
Você certamente já viu relatório ou até mesmo já fez algum, certo?
Nas áreas administrativas, o relatório se tornou uma ferramenta por meio da
qual o administrador ou técnico consegue acompanhar as atividades desenvol-
vidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível estar presente durante
todos os processos.
7 Relatório Técnico
75
MicrosoftOffice(20--?)
Para Martins e Zilberknop (2003, p. 243) “O relatório constitui um reflexo de
quem o redige, pois espelha sua capacidade”. Ainda segundo esses autores, é
necessário que o redator aprimore ao máximo na sua execução e obedeça a al-
gumas normas para que ele seja realmente um reflexo da sua competência, com
clareza, conteúdo e facilidade na consulta.
Um relatório precisa apresentar os fatos obedecendo à sua ordem cronológi-
ca, ser claro, objetivo, informativo e apresentável.
Sempre que possível, o relatório deve ser breve, pois se pressupõe que ele foi
escrito para otimizar o tempo de quem o lê.
A linguagem deve ser objetiva, exata, precisa, clara e concisa sem omitir ne-
nhum dado importante.
Também é necessário, observar a pontuação e o emprego adequado das pala-
vras. Sugere-se que seja evitado qualquer tipo de rodeio, pois a linguagem deve
ser simples e clara. Lembre-se sempre de que, as informações que comporão o
relatório devem ser precisas e exatas.
FIQUE
ALERTA
Um relatório deve obrigatoriamente levar o leitor a chegar
a uma conclusão, caso contrário, este não atingiu seu pro-
pósito.
Para que um relatório sirva aos objetivos aos quais se propõe, ele deve respon-
der às perguntas seguintes.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
76
O quê?
Por quê?
Quem?
Onde?
Quando?
Como?
Quanto?
E daí?
LuizMeneghel(2011)
Figura 10 -  Perguntas para elaboração de relatório
Antes de redigi-lo, é preciso que essas perguntas estejam respondidas, para
então iniciar a organização do relatório.
Os relatórios podem ser classificados, segundo as suas características, como:
a) Crítico: descreve como uma atividade foi realizada, há a opinião do autor.
b) Síntese: resume brevemente um fato, experiência, situação etc. São elabo-
rados a partir de outros relatórios.
c) Formação: são elaborados durante ou após a realização de um curso ou
estágio.
Dependendo da complexidade e extensão da informação, o relatório pode
variar sua forma. Quando for curto, podem-se enumerar os parágrafos, exceto o
primeiro. Se o relatório for mais extenso, ele deve conter os seguintes elementos:
7 Relatório Técnico
77
a) capa;
b) folha de rosto;
c) sumário;
d) sinopse (ou resumo);
e) introdução;
f) contexto (ou desenvolvimento);
g) conclusões;
h) anexos.
Para redigir esses elementos, é necessário obedecer às normas vigentes esta-
belecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
a) Apresentação de trabalhos acadêmicos (NBR 14724).
b) Citações (NBR 10520).
c) Referências (NBR 6023).
d) Numeração progressiva (NBR 6024).
e) Sumários (NBR 6027).
f) Resumos (NBR 6028).
g) Índice (NBR 6034).
h) Informação e documentação relatório técnico ou científico: apresentação
(NBR 10719).
VOCÊ
SABIA?
Não se deve copiar partes de livros ou ideias e apresen-
tá-las como sendo suas, porque isto é plágio, um crime
intelectual.
Você percebeu como o relatório é uma ferramenta muito importante em vá-
rias áreas. Identificando sua classificação e tendo a resposta para cada pergunta
apresentada anteriormente, você terá propriedade suficiente para elaborar um
relatório. Isso logo acontecerá.
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
78
SAIBA
MAIS
Como complementação deste item sugerimos a leitura: IN-
FANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e
redação. 6. ed. São Paulo, SP
7.2 TIPOS DE RELATÓRIOS
Os relatórios podem ser simples, complexos, individuais ou coletivos, parciais
ou completos, periódicos ou eventuais, técnicos, científicos, econômicos, admi-
nistrativos etc. Dentre os tipos de relatórios, destacam-se os de pesquisa cien-
tífica, relatório de atividades escolares, relatório comercial, administrativo e de
prestação de contas.
Prepare-se para conhecer cada um deles.
7.2.1 RELATÓRIO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS
Um documento que apresenta um relatório sobre pesquisa científica deve
receber atenção especial com relação à apresentação gráfica e à metodologia.
Como nos outros relatórios, a linguagem científica deve ser específica, clara e sem
ambiguidades. Esse tipo de relatório deve obedecer às normas estabelecidas pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e conter capa, folha de rosto,
sumário, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão/considerações finais.
Destaca-se que na introdução apresenta-se um resumo do desenvolvimento
bem como o motivo da elaboração do trabalho apresentado.
No desenvolvimento descreve-se passo a passo o que foi pesquisado ou reali-
zado correlacionando-se com outras pesquisas já realizadas e fundamentando-o.
Já a conclusão descreve os motivos de, eventualmente, a pesquisa ainda não es-
tar concluída e aponta para os caminhos que ainda precisam ser percorridos até
chegar-se ao termo desejado.
Lembre-se de incluir referências bibliográficas em seu relatório científico, isso
dará credibilidade ao mesmo.
1 Anexos
Anexos são textos ou
outros materiais escritos
por outrem, mas que foram
usados no trabalho.
2 apêndices
Apêndice é um tipo de
documento produzido
pelo autor do trabalho
e que, por sua extensão
ou complexidade,
não cabe dentro do
desenvolvimento.
7 Relatório Técnico
79
7.2.2 RELATÓRIO DE ATIVIDADES ESCOLARES
Photodisc(20--?)
Stockbyte(20--?)
Durante sua vivência escolar, já fez algum relatório?
Os relatórios de atividades escolares são textos produzidos por estudantes, e
englobam atividades como viagens de estudo, visita técnica, experimento etc.
Nesse tipo de relatório, observa-se que a linguagem empregada é compatível
com o tema e com o grau de escolaridade do grupo.
Os termos técnicos não carecem de explicações, pois já foram discutidos am-
plamente em sala e são do conhecimento tanto do autor, quanto do leitor.
Um relatório escolar deve ter capa, folha de rosto, sumário, resumo, introdu-
ção, desenvolvimento e conclusão. Observa-se que normalmente nesse tipo de
relatório não são inseridos anexos1, mas sim, apêndices2.
Nesse tipo de relatório emprega-se a descrição como forma de construção do
texto para poder englobar desde as anotações iniciais até as finais.
7.2.3 RELATÓRIO COMERCIAL
O relatório comercial, normalmente, é elaborado pelos funcionários que de-
senvolveram uma atividade fora da empresa e destina-se ao superior imediato,
como forma de relatar o que foi realizado, bem como a prestação de contas dos
gastos. (notas fiscais, bilhetes de passagens e outros documentos são apresenta-
dos como apêndice).
COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
80
JohnRowley(20--?)
Geralmente são apresentados em forma de carta ou memorando, acrescidos
de fotografias, filmagens, kit tecnológico, portfólio etc. Em alguns casos, podem
ser apresentados em reuniões ou conferências.
Os relatórios comerciais podem ser elaborados tanto pelos setores industriais,
de prestação de serviço quanto pelo comercial.
A linguagem de um relatório comercial deve ser simples e se houver termos
técnicos devem ser esclarecidos.
Acompanhe o exemplo a seguir e observe com são importantes os relatórios
para uma empresa. Por isso é necessário você conhecer muito bem todos os tipos
de relatório.
CASOS E RELATOS
Mais um dia de trabalho
Na empresa em que o engenheiro Sérgio de Freitas gerencia, todo mês
seus subordinados, com formação técnica, precisam informá-lo sobre os
trabalhos desenvolvidos por meio de um relatório técnico.
Mensalmente, Sérgio recebe os relatórios técnicos de seus subordinados,
sempre os lê com muita atenção, a fim de se inteirar na rotina de traba-
lho de cada colaborador, como também, se aprofundar na área produtiva
e técnica da empresa.
7 Relatório Técnico
81
Mesmo que Sérgio não tenha acompanhado determinado procedimento
técnico, ele toma conhecimento da situação a partir dos relatórios técnicos
e, se houver necessidade, toma medidas para solucionar ou dar continui-
dade ao processo.
Dessa forma, Sérgio de Freitas, não precisa estar presente em todos os seto-
res diariamente, sobrando tempo para poder administrar melhor a empre-
sa e ampliar os negócios.
Percebeu como o relatório facilita a vida do engenheiro em relação a custos,
tempo e rotina de trabalho? Vamos conhecer mais um tipo de relatório? Siga em
frente!
7.2.4 RELATÓRIO ADMINISTRATIVO
Os relatórios administrativos são desenvolvidos em administrações públicas e
contêm todos os itens de um relatório comercial.
Então o que os diferencia?
O que os diferencia é a forma de apresentação que deve ser elaborada em for-
ma de ofício, jamais em memorando ou carta. Esse tipo de relatório tem o objeti-
vo de comprovar para a posteridade, pois envolve dinheiro público e a legalidade
deve ser observada com rigor.
Esse tipo de relatório também objetiva conferir a produtividade de um servi-
dor ou setor público visando identificar a sua eficiência.
7.2.5 RELATÓRIO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS
Um relatório de prestação de contas ocorre quando há a necessidade de retirar
do relatório comercial, os documentos fiscais para enviá-los para a contabilidade.
FIQUE
ALERTA
No relatório comercial ou administrativo os documentos
comprobatórios das despesas realizadas são anexados ao
documento principal em forma de apêndice de modo de-
finitivo.
Viu? Para cada situação há um tipo de relatório, você teve a oportunidade de
conhecer muito bem cada um deles.
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
Comunicação oral e escrita no trabalho: guia SENAI
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  • 1. Série Segurança do Trabalho comunicação oral e escrita
  • 2.
  • 3. Série Segurança do Trabalho COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
  • 4. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor-Geral Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações
  • 5. Série Segurança do Trabalho COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA
  • 6. SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317- 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br © 2012. SENAI – Departamento Nacional © 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ- nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional de Santa Catarina Núcleo de Educação – NED FICHA CATALOGRÁFICA S491c Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Comunicação oral e escrita / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2012. 162 p. : il. ; (Série Segurança do Trabalho). ISBN 978-85-7519-483-6 1. Língua portuguesa – Estudo e ensino. 2. Relatórios - Redação. 3. Fala em público. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina II. Título III. Série. CDU: 811.134.3
  • 7. Lista de Ilustrações Figura 1 -  Escrita egípcia.................................................................................................................................................18 Figura 2 -  Linguagem culta e linguagem coloquial.............................................................................................21 Figura 3 -  Países que falam a língua portuguesa...................................................................................................21 Figura 4 -  Processo de comunicação humana........................................................................................................26 Figura 5 -  Coesão textual................................................................................................................................................37 Figura 6 -  Etapas do parágrafo.....................................................................................................................................49 Figura 7 -  Dados descritivos..........................................................................................................................................58 Figura 8 -  Características dos textos argumentativos..........................................................................................65 Figura 9 -  Tipos de argumento.....................................................................................................................................66 Figura 10 -  Perguntas para elaboração de relatório.............................................................................................76 Figura 11 -  Navegador Web Google Chrome..........................................................................................................91 Figura 12 -  Salvando uma imagem da internet......................................................................................................92 Figura 13 -  Pesquisa utilizando o Google.................................................................................................................93 Figura 14 -  Barras e menus do Word.......................................................................................................................100 Figura 15 -  Ferramentas de tabela...........................................................................................................................101 Figura 16 -  Guia dinâmica design............................................................................................................................102 Figura 17 -  Guia layout (tabela).................................................................................................................................102 Figura 18 -  Guia formatar............................................................................................................................................103 Figura 19 -  Guia cabeçalho e rodapé......................................................................................................................103 Figura 20 -  Adicionar legenda...................................................................................................................................105 Figura 21 -  Índice de ilustrações...............................................................................................................................106 Figura 22 -  Exemplo de formatação de parágrafo..............................................................................................107 Figura 23 -  Barra de status com a opção seção ativa........................................................................................108 Figura 24 -  Grupo fonte................................................................................................................................................109 Figura 25 -  Grupo páginas..........................................................................................................................................110 Figura 26 -  Grupo estilos.............................................................................................................................................111 Figura 27 -  Modificar estilo.........................................................................................................................................111 Figura 28 -  Zoom da janela........................................................................................................................................113 Figura 29 -  Botão Office, opção imprimir...............................................................................................................113 Figura 30 -  Tela principal do MS Power Point.......................................................................................................128 Figura 31 -  Definindo layout da apresentação ...................................................................................................129 Figura 32 -  Escolhendo um Design apropriado ..................................................................................................129 Figura 33 -  Salvando um Design apropriado .......................................................................................................129 Figura 34 -  Inserindo caixas de texto na apresentação ...................................................................................130 Figura 35 -  Inserindo imagens na apresentação.................................................................................................131 Figura 36 -  Alterando propriedades de uma imagem......................................................................................131 Figura 37 -  Inserir som como elemento de apresentação...............................................................................132 Figura 38 -  Definindo sequência e configuração dos itens.............................................................................132 Figura 39 -  Configurando propriedades do som na apresentação..............................................................133
  • 8. Figura 40 -  Trabalhando com filmes na apresentação......................................................................................133 Figura 41 -  Alterando plano de fundo ...................................................................................................................134 Figura 42 -  Alterando estilo de plano de fundo .................................................................................................134 Figura 43 -  Configurando transição de slides ......................................................................................................136 Figura 44 -  Escolhendo opções de animação de slides....................................................................................136 Figura 45 -  Ampliando opções de animação de slides.....................................................................................136 Figura 46 -  Personalizando uma animação...........................................................................................................138 Figura 47 -  Opções de animação..............................................................................................................................139 Figura 48 -  Inserindo sons nas animações............................................................................................................140 Figura 49 -  Exemplo de efeitos de animação ......................................................................................................140 Figura 50 - Mapa Conceitual........................................................................................................................................159 Quadro 1 - Matriz curricular...........................................................................................................................................14 Quadro 2 - Vocábulos aportuguesados......................................................................................................................22 Quadro 3 - Neologismos..................................................................................................................................................22 Quadro 4 - Neologismos da informática....................................................................................................................23 Quadro 5 - Libras, código morse, alfabeto latino e alfabeto árabe..................................................................29 Quadro 6 - Características de um texto......................................................................................................................36 Quadro 7 - Recursos linguísticos para um texto.....................................................................................................37 Quadro 8 - Características dos textos.........................................................................................................................48
  • 9.
  • 10.
  • 11. Sumário 1 Introdução.........................................................................................................................................................................13 2 Comunicação...................................................................................................................................................................17 2.1 Níveis de fala..................................................................................................................................................18 2.1.1 Estrangeirismos..........................................................................................................................22 2.1.2 Neologismos................................................................................................................................22 2.1.3 Gírias...............................................................................................................................................23 2.1.4 Regionalismo...............................................................................................................................24 2.2 Processo ..........................................................................................................................................................26 3 Técnica de Intelecção de Texto..................................................................................................................................33 3.1 Análise textual...............................................................................................................................................34 3.1.1 Coerência textual ......................................................................................................................35 3.2 Análise temática ..........................................................................................................................................38 3.3 Análise interpretativa .................................................................................................................................41 4 Parágrafo............................................................................................................................................................................45 4.1 Estrutura interna e tipos de parágrafos................................................................................................46 4.2 Unidade interna............................................................................................................................................49 5 Descrição...........................................................................................................................................................................53 5.1 Conceituação.................................................................................................................................................54 5.2 Descrição de objeto, processo e ambiente ........................................................................................59 6 Dissertação........................................................................................................................................................................63 6.1 Estrutura..........................................................................................................................................................64 6.2 Argumentação...............................................................................................................................................66 7 Relatório Técnico.............................................................................................................................................................73 7.1 Estrutura..........................................................................................................................................................74 7.2 Tipos de relatórios........................................................................................................................................78 7.2.1 Relatório de pesquisas científicas........................................................................................78 7.2.2 Relatório de atividades escolares.........................................................................................79 7.2.3 Relatório comercial....................................................................................................................79 7.2.4 Relatório administrativo..........................................................................................................81 7.2.5 Relatório de prestação de contas.........................................................................................81 8 Internet...............................................................................................................................................................................85 8.1 Pesquisa...........................................................................................................................................................86 8.2 Comunicação.................................................................................................................................................89
  • 12. 9 Editor de Textos...............................................................................................................................................................99 9.1 Digitação de textos...................................................................................................................................100 9.2 Inserções.......................................................................................................................................................103 9.3 Parágrafos....................................................................................................................................................106 9.4 Formatação..................................................................................................................................................109 9.5 Impressão de arquivo..............................................................................................................................113 10 Técnicas de Apresentação......................................................................................................................................117 10.1 Estruturação..............................................................................................................................................118 10.2 Ferramentas de multimídia.................................................................................................................120 10.3 Gerenciamento de tempo...................................................................................................................121 11 Slides...............................................................................................................................................................................127 11.1 Regras de estruturação.........................................................................................................................128 11.2 Inserção de figuras e arquivos............................................................................................................130 11.3 Formatação...............................................................................................................................................135 11.3.1 Movimento de entrada.......................................................................................................137 11.3.2 Movimento de saída............................................................................................................138 11.3.3 Movimento de ênfase.........................................................................................................139 11.3.4 Trajetórias de animação.....................................................................................................139 11.3.5 Inserindo sons nas animações.........................................................................................140 12 Oratória.........................................................................................................................................................................143 12.1 Falar em público......................................................................................................................................144 12.2 A apresentação........................................................................................................................................146 Referências.........................................................................................................................................................................153 Minicurrículo dos Autores............................................................................................................................................155 Índice...................................................................................................................................................................................157 Anexo...................................................................................................................................................................................159
  • 13.
  • 14.
  • 15. 1 Introdução Este livro didático, tem como objetivo proporcionar a aquisição dos fundamentos técnicos e científicos com vistas ao desenvolvimento da comunicação oral e escrita e o desenvolvimen- to das capacidades sociais, organizativas e metodológicas adequadas a diferentes situações profissionais. Escrever de forma correta exige dedicação, principalmente, para quem não está acostu- mando a fazê-lo diariamente. Você precisa aprender e saber aplicar as principais regras da nos- sa língua, para comunicar-se de forma eficiente e eficaz tanto no mercado corporativo quanto no seu cotidiano. Aquele que deseja construir uma carreira sólida e de sucesso precisa se comunicar adequa- damente, utilizando a escrita e a fala. É sabido que tem mais chances de crescer, aquele que sabe se comunicar. Desenvolva essa capacidade e aproveite as oportunidades de aprendiza- gem aqui disponibilizadas. A seguir são descritos, na matriz curricular, os módulos e as unidades curriculares previstos e suas respectivas cargas horárias.
  • 16. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 14 Técnico Segurança do Trabalho Módulos Denominação Unidades curriculares Carga horária Carga horária do módulo Básico Básico • Comunicação Oral e Escrita 60h 300h • Fundamentos de Saúde e Segurança do Trabalho 120h • Cálculos aplicados em Saúde e Segurança do Trabalho 60h • Gestão de pessoas 60h Específico I Realização de ações de saúde e segurança do trabalho • Ações Educativas em Saúde e Segurança do Trabalho • Saúde e Segurança do Trabalho 90h 360h 450h Específico II Coordenação de ações de saúde e segurança do trabalho • Coordenação de Ações em Saúde e Segurança doTrabalho 150h 150h Específico III Planejamento de ações de saúde e segurança do trabalho • Planejamento de Ações em Saúde e Segurança doTrabalho 300h 300h Quadro 1 - Matriz curricular Fonte: SENAI DN Agora você é convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça deste processo um momento de construção de novos saberes, onde teoria e prática devem estar alinhadas para o seu desenvolvimento profissional. Bons estudos!
  • 18.
  • 19. 2 Comunicação O ser humano se diferenciou das demais espécies porque desenvolveu a capacidade de ex- pressar suas ideias. Para expressá-las, criou a linguagem e por meio dela transmite o que pensa, deseja fazer ou modificar. O grande desafio do ser humano é ser efetivo em sua comunicação. Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) conhecer o processo de comunicação humana e os aspectos que interferem ou impactam na língua; b) comunicar-se oralmente em diversos níveis hierárquicos. Esta primeira etapa de estudo permitirá a você, explorar o processo da comunicação para melhorar as relações profissionais e pessoais. As oportunidades de aprendizagem serão muitas. Faça deste processo uma construção sig- nificativa e prazerosa.
  • 20. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 18 2.1 NÍVEIS DE FALA No início da história da evolução do homem não havia muita diferença entre as espécies que habitavam o planeta terra, porém o ser humano desenvolveu a capacidade de expressar suas ideias, fruto da análise e reflexão sobre as coisas. Então, o que diferenciou o homem das demais espécies foi a comunicação? Isso mesmo! Para que a comunicação ocorresse, fez-se necessário desenvolver a linguagem oral e escrita. Os primeiros sinais de comunicação feitos pelos homens pré-históricos são as pinturas rupestres, que podem ser encontradas ainda hoje nas paredes das ca- vernas. VOCÊ SABIA? Pinturas rupestres são desenhos nas paredes das ca- vernas, representando cenas do cotidiano dos homens pré-históricos. As pinturas eram feitas com sangue de animais, carvão, rochas e até com extrato de plantas. Essas pinturas tinham o objetivo de reforçar as histórias contadas oralmente pelos homens pré-históricos. Após essa fase, o ser humano passou a combinar elementos a fim de comunicar suas ideias. iStockphoto(20--?) Figura 1 -  Escrita egípcia O homem desenvolveu um sistema de sinais que representavam sons e que construíram as palavras, nomeando os seres e tudo o que nos cerca. Dessa forma, pode-se dizer que o homem criou a linguagem e, por meio dela, passou a sua cultura para as gerações posteriores. 1 partitura É uma representação escrita de música padronizada mundialmente. 2 significante Parte material ou objeto 3 significante Ideia que desejamos representar
  • 21. 2 COMUNICAÇÃO 19 Segundo Ferreira (1986, p. 508) cultura é “complexo dos padrões de compor- tamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade.” A comunicação humana tem o objetivo de transferir algum tipo de conheci- mento para outrem. A transmissão do conhecimento ocorre porque o homem tem a capacidade de criar formas de linguagem. É a linguagem falada e escrita que possibilita a comu- nicação, portanto, “[...] o homem é um ser que se criou ao criar uma linguagem” (PAZ, 1982, p. 42). A comunicação humana pode ser realizada de inúmeras formas. Não se dá apenas por meio das palavras, mas também pelos símbolos. Um exemplo é a par- titura1, que assim como qualquer outro sistema de escrita, possui seu próprio con- junto de símbolos, que estão associados a sons. Desta forma, um conjunto de notas musicais transmite a informação para um músico e este pode executá-la com presteza, apenas lendo tais símbolos. Stockbyte(20--?) Para comunicar uma ideia, o homem usa a língua, que é um sistema de signos “[...] é o elemento utilizado para representar o objeto. É composto de duas partes: o significante2 e o significado3 ” (GRIFFI, 1991, p. 9). A língua é “[...] o conjunto de palavras e expressões usadas por um povo” (FER- REIRA, 1986, p.1034) ou “[...] é um conjunto de signos e de regras de combinação desses signos, que constituem a linguagem oral ou escrita de uma coletividade” (MAIA, 2005, p. 22).
  • 22. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 20 A língua é dinâmica e está sempre se modificando, pois algumas palavras são inseridas, outras entram em desuso e, outras ainda, mudam de significado, con- forme sua utilização. A escrita tem a função de relatar fatos históricos e manifestações culturais ao longo da história. Ao relatar, o homem cria e produz a cultura. Portanto, a lingua- gem é a base da cultura. Creatas(20--?) VOCÊ SABIA? Manifestações culturais são as formas encontradas pelo homem para expressar o que ele pensa, deseja fazer ou modificar. Ex.: pinturas, esculturas, música, teatro, dan- ça, literatura etc. A língua portuguesa tem sua origem no latim, que era a língua falada no esta- do Lácio, região onde, atualmente, fica a cidade de Roma na Itália. Em função da expansão do Império Romano, o latim se espalhou por grande parte da Europa, dando origem ao português, espanhol, catalão, francês, italiano e ao romeno. Naquela época, havia dois níveis de expressão do latim: a) latim clássico4; b) latim vulgar5. Atualmente, existem duas formas de expressão: linguagem culta e a lingua- gem coloquial. Conheça as particularidades de cada expressão. 4 latim clássico Que era falado pela elite dominante e escritores; 5 latim vulgar Que era usado pelo povo.
  • 23. 2 COMUNICAÇÃO 21 LuizMeneghel(2011) Figura 2 -  Linguagem culta e linguagem coloquial Outras culturas também exercem influência sobre a nossa e podem ser perce- bidas tanto no vestuário, quanto na culinária, na música, no comportamento e na própria língua. Você já percebeu como a música sertaneja brasileira sofre influência da música country americana? O Brasil não é o único país que fala a língua portuguesa. Segundo o site Mun- do Educação, a língua portuguesa é a quinta mais falada e a terceira do mundo ocidental, superada apenas pelo inglês e o castelhano. Atualmente, aproximada- mente 250 milhões de pessoas no mundo falam português, o Brasil responde por cerca de 80% desse total. Crispassinato(20--?) Figura 3 -  Países que falam a língua portuguesa Fonte: Map of Lusophone World (2006)
  • 24. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 22 A língua sofre influência de outras línguas, de grupos sociais, de regionalismos e na criação de novas palavras (neologismos). O assunto não para por aqui. Vamos em frente? Aproveite todos os caminhos que levam ao conhecimento. 2.1.1 ESTRANGEIRISMOS Existem palavras que foram incorporadas à língua portuguesa sem modificar a forma original ou a pronúncia da palavra e outros vocábulos foram aportugue- sados. Do francês omelete, vitrine, toalete. Do africano acarajé, jiboia, pajé. Do inglês recorde, hambúrguer, uísque. Do espanhol pepita, cavalheiro. Do árabe álgebra, arroz, alecrim. Do japonês quimono, samurai, gueixa. Do italiano lasanha, piano, maestro. Do russo czar, vodca. Quadro 2 - Vocábulos aportuguesados 2.1.2 NEOLOGISMOS Os neologismos são usados quando aquele que emite a mensagem não en- contra uma palavra com significado similar na língua ou quando esse usa uma palavra com sentido novo, diferente do original, e após algum tempo, é incorpo- rado ao dicionário. Laranja fruta cítrica ou falso proprietário. Gato animal felino ou ligação clandestina. Quadro 3 - Neologismos
  • 25. 2 COMUNICAÇÃO 23 Já a informática está repleta de exemplos de novas palavras, que estão inseri- das na nossa língua. Deletar eliminar, apagar. Lincar acessar documento de hipertexto por meio de link. Logar fornecer nome do usuário e senha, permitindo acesso ao computa- dor. Quadro 4 - Neologismos da informática 2.1.3 GÍRIAS As gírias nascem em um determinado grupo social e passam a fazer parte da linguagem, revelando, inclusive, a idade do falante. Você deve conhecer muitas, não é mesmo? Anos 50 HemeraTechnologies(20--?)
  • 26. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 24 Atualmente CiaranGriffin(20--?) 2.1.4 REGIONALISMO A influência de várias culturas deixou, no Brasil, muitas marcas que acentua- ram a riqueza do vocabulário. O regionalismo linguístico também apresenta dife- renças no sotaque e na pronúncia das palavras, sem necessariamente, constituir- -se num erro. Um objeto pode receber um nome numa região e, em outra, um completamente diferente. Para compreender melhor o assunto, veja os exemplos. Ah, qual deles é mais usado na sua região? Photodisc(20--?)
  • 27. 2 COMUNICAÇÃO 25 a) Pipa b) Papagaio c) Pandorga Hemera(20--?) a) Semáforo b) Farol c) Sinaleira Hemera(20--?) a) Mandioca b) Aipim c) Macaxeira
  • 28. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 26 Você pôde perceber que a comunicação se dá por diversas formas de lingua- gem. A cultura de um povo é um fator que contribui muito para as transforma- ções da língua. Agora, prepare-se para um novo percurso de aprendizagem. 2.2 PROCESSO Na etapa anterior, você viu que a comunicação humana foi o que diferenciou o homem das demais espécies. Em função da capacidade de analisar e expressar os pensamentos de forma oral ou escrita, o homem conseguiu, ao longo da história, repassar às outras pessoas aquilo que aprendeu e viveu. A comunicação é fundamental para o ser humano e confunde-se com a própria vida. Ao ler um texto, assistir TV, conversar com alguém ou interpretar os sinais de trânsito, realizam-se atos comunicativos. Em cada um desses atos, encontram-se os elementos: emissor, receptor, mensagem, canal, código e contexto. Office(20--?) Figura 4 -  Processo de comunicação humana Vamos conhecer cada um desses elementos? a) Emissor: emite a mensagem. b) Receptor: recebe a mensagem. c) Mensagem: conteúdo transmitido.
  • 29. 2 COMUNICAÇÃO 27 d) Canal: meio usado para transmitir a mensagem. e) Código: conjunto de signos usados para elaborar a mensagem. f) Contexto: objeto, fato/situação, imagem, juízo ou raciocínio a que a mensa- gem se refere. O emissor é quem elabora e transmite uma mensagem e, por isso, deve procu- rar ser claro e objetivo. FIQUE ALERTA Toda a comunicação deve ter um objetivo claro: informar, provocar, encantar, cativar, educar ou persuadir. O receptor é quem ouve a mensagem. Para ser efetivo na comunicação é ne- cessário que o emissor conheça o receptor. Quanto mais informações o emissor tiver sobre o receptor, mais chances ele terá para alcançar seu objetivo. Se o emis- sor souber qual é a idade, qual é o nível de conhecimento sobre o assunto e a cultura do receptor é mais fácil escolher as palavras certas para transmitir a men- sagem e ser efetivo. A mensagem é a ideia, intenção ou informação que se pretende comunicar, e o maior desafio é transmiti-las com clareza. A mensagem pode usar diversos signos, lembra que você estudou esse assunto anteriormente? O signo é composto por dois elementos inseparáveis: o significante que é a parte material ou o objeto e o significado que é a ideia que desejamos represen- tar, ou seja, a palavra mais o seu significado. Os signos podem ser verbais, não verbais, escritos, audiovisuais etc. Todas as línguas são compostas por um sistema de signos e um conjunto de regras que determinam como esses signos deverão ser utilizados. Provavelmente, quando criança, você e seus amigos criaram algum sistema de comunicação secreto para transmitir mensagens que deveriam ficar restritas a um pequeno grupo de pessoas, certo? Vocês criaram um código para se comunicar. As pessoas ao redor do planeta também criaram códigos para se comunicar. O código é a linguagem escolhida para transmitir uma determinada mensagem. Existem vários códigos que foram desenvolvidos para que as pessoas pudessem se entender. Conheça alguns deles.
  • 30. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 28 Libras iStockphoto(20--?) Código Morse A.G.Reinhold(20--?) Alfabeto latino LuizMeneghel(2011)
  • 31. 2 COMUNICAÇÃO 29 Alfabeto árabe LuizMeneghel(2011) Quadro 5 - Libras, código morse, alfabeto latino e alfabeto árabe A mensagem precisa ser transmitida em um determinado formato para que possa ser interpretada pelo receptor. O emissor deve escolher um código conhe- cido pelo receptor, caso contrário, a comunicação não se dará. Outro aspecto im- portante no processo de comunicação humana é o canal utilizado para transmitir a mensagem. O canal é o instrumento utilizado para levar a mensagem do emis- sor ao receptor. SAIBA MAIS Conheça a história do cometa Halley. Você vai achar diverti- do e interessante, perceber como as comunicações entre os vários personagens sofrem alterações que comprometem a mensagem. Pesquise em site de busca pelas palavras-chave: cometa Hal- ley, comunicação, cellphones, educational, educação, come- ta, Halley, língua, portuguesa. Acompanhe a seguir, os principais canais de comunicação utilizados pelos se- res humanos: a) ar; b) telefone; c) rádio; d) televisão; e) Internet.
  • 32. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 30 FIQUE ALERTA É preciso compreender esse processo, porque ao saber qual é a mensagem, para quem ela se destina, que tipo de canal será usado, qual é o contexto em que a mensagem se dará e qual o código a ser usado, tem-se mais chances de ser efetivo na comunicação. Você percebeu que existem diversas formas de comunicação, facilitando assim o envio da mensagem. Todos os dias, todos os momentos, estamos nos comuni- cando por diversos canais. Muitas vezes, há erros na comunicação que nos levam a situações desagradáveis. Mas podemos evitar alguns problemas, conhecendo melhor como acontece o processo de comunicação. Confira a seguir um exemplo de falhas na comunicação, e perceba como estas falhas podem ocasionar diver- sos transtornos na vida pessoal, profissional e social de uma pessoa. CASOS E RELATOS Erro por defasagem no universo vivencial Um dentista recém formado decidiu iniciar sua carreira numa cidade do interior do Amazonas, movido pelo idealismo de ajudar uma população carente.  Ciente de suas responsabilidades, procurava dar orientações e exemplos práticos a fim de orientar seus pacientes sobre os cuidados que deveriam ser tomados para evitar hemorragia após a extração de den- tes. Assim, entre outros conselhos, invariavelmente citava: “nada de café quente na boca”. Qual não foi sua surpresa quando um de seus pacientes apareceu no dia seguinte à extração com a boca toda inchada. Ao lhe perguntar o que tinha acontecido, ele respondeu que não sabia, pois tinha feito direitinho tudo o que o doutor havia mandado: “tomei café quente e fui nadar”... Antes de se comunicar com pessoas de ambientes culturais diferentes do seu, procure se familiarizar com os usos costumes da localidade, a fim de evitar termos que podem ter conotações distintas. Fonte: Peres (2010)
  • 33. 2 COMUNICAÇÃO 31 Comunicar-se bem é também um desafio. Você será desafiado, constante- mente, para vivenciar ótimos momentos de aprendizagem que enriquecerá sua prática pessoal e profissional de comunicação. SAIBA MAIS Quer aprofundar os seus conhecimentos sobre os assuntos abordados? Leia: CENARO, Katia Flores; LAMÔNICA, Dionísia Aparecida Cusin; BEVILACQUA, Maria Cecília. O Processo de Comunicação. São José dos Campos, SP: Pulso, 2007. Recapitulando Neste capítulo, você descobriu que a comunicação foi o que diferenciou o homem das demais espécies, e para que ela ocorresse, fez-se necessário desenvolver a linguagem oral e a escrita. Os primeiros sinais de comu- nicação humana são desenhos encontrados nas paredes das cavernas feitos pelos homens pré-históricos. Para transferir algum tipo de conhe- cimento para outra pessoa, o homem desenvolveu um sistema de signos formando a língua, que é um conjunto de palavras usadas por um deter- minado povo. Você também conheceu a origem da língua portuguesa, que foi do latim, língua falada no estado Lácio, na Itália, e que é a quinta língua mais fala- da no mundo. Você identificou que existem duas formas de expressão: a linguagem culta e a coloquial. A língua é dinâmica e está sempre se mo- dificando porque sofre influência de outras culturas, línguas. Para que o processo de comunicação ocorra, alguns elementos são ne- cessários: emissor, receptor, mensagem, canal, código e o contexto. O grande desafio do ser humano é ser efetivo na transmissão de suas in- tenções. Na próxima etapa, você terá a oportunidade de conhecer as técnicas de intelecção de texto para ler, compreender e interpretar textos adequada- mente.
  • 34.
  • 35. 3 Técnica de Intelecção de Texto Você já teve dificuldades para compreender um texto? A grande maioria dos estudantes sente essa dificuldade, mas para compreender um texto, você deve seguir algumas dicas preciosas. Um texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem construída que forma um todo significativo. Um bom texto deve ter coerência e coesão textual, sem ambigui- dades ou redundâncias. Além de compreender um texto, é necessário interpretá-lo, ou seja, for- mar uma ideia própria para posteriormente desenvolver o próprio texto. Descubra como você pode fazer isso com o estudo das seções desta unidade com as quais você terá subsídios para: a) ler, compreender e interpretar textos adequadamente; b) interpretar textos, inclusive técnicos. A partir de agora você está convidado a explorar todas as informações disponíveis sobre o assunto, fazendo do seu aprendizado um processo de construção do conhecimento.
  • 36. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 34 3.1 ANÁLISE TEXTUAL O objetivo da análise textual é permitir ao leitor fazer um levantamento dos elementos do texto, que permitem a sua compreensão, para depois se fazer o julgamento crítico do mesmo. Existe alguma diferença entre compreender e interpretar um texto? Existe uma grande diferença entre compreender e interpretar um texto. Para compreender um texto, o leitor deve identificar qual é a regência verbal empre- gada - compreendendo, então, o significado exato das palavras - identificar as referências históricas, políticas, ou geográficas usadas pelo autor para situar o tex- to. Por outro lado, interpretar é concluir ou deduzir o que o autor do texto quis transmitir, julgando ou opinando sobre o seu conteúdo. A grande maioria das pessoas acredita que é muito difícil ler e interpretar um texto, pois cada um interpreta o que lê, segundo as suas crenças, valores e filtros. Porém, cabe destacar que isso não é bem verdade, porque o que está dito, está dito e não pode ser modificado. VOCÊ SABIA? Que numa prova de um concurso ou processo seletivo o que deve ser levado em consideração, na hora de fazer a intelecção de um texto, é o que o autor diz e nada mais! Jupiterimages(20--?) 1 coerência Refere-se à unidade do tema.
  • 37. 3 Técnica de intelecção de texto 35 Para que você interprete adequadamente um texto, siga algumas regras. a) Fazer uma leitura prévia, procurando ter uma visão geral do assunto. b) Identificar as palavras desconhecidas e descobrir seu significado no dicio- nário. c) Reler o texto várias vezes, procurando compreender o que o autor está ten- tando trsansmitir. d) Identificar aquilo que não está explícito no texto, as ironias, as sutilezas e eventuais malícias. e) Não criticar as ideias do autor. f) Ler cada parágrafo separadamente e identificar a ideia central. g) Quando o autor apresentar suas ideias, procure fundamentos lógicos. Então, você já tinha utilizado alguma dessas regras? É muito importante apli- cá-las no seu momento de leitura, certamente você terá muitos benefícios. 3.1.1 COERÊNCIA TEXTUAL O texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem cons- truída que forma um todo significativo. “A palavra texto origina-se do verbo tecer: trata-se de um particípio – o mesmo que tecido. Assim, um texto é um tecido de palavras.” (CAMPEDELLI e SOUZA, 1999, p. 13). Um texto claro e conciso contém palavras selecionadas e frases bem constru- ídas, sem ambiguidades, redundâncias, modismos e emprego excessivo da voz passiva. VOCÊ SABIA? A coerência é também resultante da adequação do que se diz ao contexto extraverbal, ou seja, àquilo o que o texto faz referência, que precisa ser conhecido pelo re- ceptor. A coerência1 textual ocorre quando há uma relação harmoniosa entre as ideias apresentadas no texto.
  • 38. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 36 Um texto coerente deve apresentar seu conteúdo de forma ordenada e lógi- ca, com início, meio e fim. Seus fatos também devem ser apresentados de forma coerente e sem contradições, e a linguagem deve ser adequada ao tipo de texto. É comum encontrar textos confusos e difíceis de serem entendidos. Isso ocor- re porque tanto a coerência quanto a coesão não estão sendo aplicadas. Observe a frase a seguir: Fazendo sucesso com seu novo restaurante que oferece pratos típicos, o Empresário José da Silva, localizado na Rua dos An- dradas, 265. Quem está localizado? O empresário ou o restaurante? A clareza de um texto é resultado do uso adequado de palavras e a construção das ideias de maneira bem elaborada. “A maneira como são articuladas as ideias por meio das palavras e das frases é que determina se há uma unidade de sentido ou apenas um amontoado de frases desconexas.” (SARMENTO e TUFANO, 2004, p. 371). Segundo Cegalla (2000, p. 590) um bom texto deve ter: Correção gramatical respeito às normas linguísticas. Concisão dizer muito em poucas palavras. Clareza Precisão empregar o termo adequado e de forma acertada. Naturalidade evitar empregar termos rebuscados e desconhecidos ao leitor. Originalidade evitar a vulgaridade e a imitação. Nobreza evitar o uso de termos chulos. Harmonia ser colorido e elegante (uso criterioso de figuras de linguagem). Quadro 6 - Características de um texto COESÃO TEXTUAL A coesão textual exige que sejam empregados vários elementos de forma ade- quada:
  • 39. 3 Técnica de intelecção de texto 37 LuizMeneghel(2011) Figura 5 -  Coesão textual Há também vários fatores que podem contribuir para que um texto perca a sua coesão textual: a) regências incorretas; b) concordâncias incorretas; c) frases inacabadas; d) inadequação ou ambiguidade no emprego de pronomes. Para um texto ter unidade textual, faz-se necessário lançar mão de vários re- cursos linguísticos para unir orações e parágrafos. Os mais conhecidos são: Conjunção e, nem, mas, também, porém, entretanto, ou, logo, portanto, pois, como, embora, desde que, se, conforme, de modo que etc. Preposições a, ante, após, até, com, em, entre, para, perante, segundo etc. Pronomes eu, nós, me, mim, comigo, consigo, te, lhe etc. Advérbios sim, certamente, realmente, talvez, muito pouco, abaixo, além, não, agora, hoje, cedo, antes, ora, afinal etc. Quadro 7 - Recursos linguísticos para um texto
  • 40. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 38 Além desses fatores, também deve-se evitar os períodos muito longos, voca- bulário rebuscado, pontuação inadequada, a ambiguidade e a redundância para que o texto tenha coesão2 e clareza textual. Se esses recursos forem mal empregados, o texto se tornará ambíguo e incoe- rente. Mas como um texto se torna ambíguo e incoerente? A ambiguidade é causada pelo uso inadequado da pontuação, com o emprego de palavras de duplo sentido e por problemas de construção das frases. A redun- dância é o emprego de palavras ou ideias de maneira repetida ou desnecessária. Lembre-se, você é capaz de construir e reconstruir o significado de um texto por meio da integração das novas informações com os conhecimentos prévios. Portanto, a compreensão textual depende também do conhecimento do mundo. Assunto que você estudará a seguir. 3.2 ANÁLISE TEMÁTICA A primeira leitura que o ser humano faz, é a leitura do mundo que o rodeia. LuizMeneghel(2011) O homem aprende a interpretar as diversas reações das pessoas, com as quais convive, e diferencia as receptivas das agressivas, por exemplo. Com o desenvol- vimento e aprimoramento, ao longo dos anos, o ser humano chega até a leitura de textos escritos. 2 coesão É a conexão entre os elementos ou as partes do texto.
  • 41. 3 Técnica de intelecção de texto 39 A primeira leitura que se faz de qualquer texto é sensorial. O leitor, ao tomar em suas mãos uma publicação, trata-a como um objeto em si, observando-a, apalpando-a, avaliando seu aspecto físico e a sensação tátil que desperta. (INFANTE, 1998, p. 49). Se a leitura é algo sensorial e tátil, é preciso que o leitor esteja verdadeiramen- te interessado e busque prazer nessa atividade, assim o processo se torna mais fácil e produtivo. Muitas vezes a compreensão de um texto vai além do que está escrito, é preciso buscar, não só o que o autor disse, mas também a mensagem que se teve a intenção de passar. Um texto, dependendo da sua finalidade, apresenta um tipo de linguagem, que pode ser formal ou informal. O texto escrito, na maioria das vezes, segue regras mais rígidas, aplicadas es- pecificamente à escrita, enquanto a linguagem falada é mais flexível e se adapta livremente às diversas situações. Após a leitura de um texto, cabe ao leitor verificar se compreendeu a mensa- gem do autor. Por exemplo, você terminou de ler um texto importante e deve ser capaz de responder algumas questões como: a) Qual é o assunto tratado? O texto trata do quê? b) Que levou o autor a escrever esse texto? Que ele está procurando respon- der? c) Qual é o tipo de texto: jornalístico, acadêmico, técnico? d) Qual é a ideia central do texto? Qual é a tese apresentada? Qual é a resposta do autor à questão abordada no texto? e) Quais são as ideias secundárias ou argumentos que auxiliam a fundamentá- -las? Os argumentos são convincentes? Respondendo a esses questionamentos, você está fazendo uma análise te- mática, que permite elaborar esquemas coerentes e que refletem claramente as ideias do autor. Os esquemas facilitam a elaboração de resumos que sintetizam as ideias do autor. Para tornar mais claro todo esse assunto acompanhe um exemplo onde a co- municação foi mal interpretada gerando um grande problema.
  • 42. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 40 CASOS E RELATOS Má interpretação da comunicação A empresa Oliveira, líder no mercado de produtos de beleza, tem suas ven- das calçadas apenas em suas promotoras de vendas que fazem o atendi- mento aos clientes de porta em porta. Semanalmente, os pedidos são en- caminhados para o depósito central que está localizado na cidade de São Paulo. O seu sistema de distribuição de produtos precisa ser eficiente e ágil para que os produtos cheguem rapidamente nas mãos de suas promotoras de vendas para serem entregues aos clientes. Recentemente, a empresa implantou um sistema de controle de estoque informatizado e os resultados foram alarmantes. De acordo com os rela- tórios do primeiro trimestre, pelo menos 130 mil reais em mercadorias ha- viam desaparecido. Curiosamente há alguns dias atrás o gerente do depó- sito central, Pedro Paulo, encontrou no lixo vários produtos embrulhados como se ali tivessem sido colocados para serem retirados mais tarde. Pedro Paulo resolveu fazer uma carta para ser entregue a todos os funcio- nários do depósito central. A carta dizia: “O novo sistema de controle de estoque implantado em nossa empresa identi- ficou que sumiram 130 mil reais em mercadorias. A partir de hoje, pessoas não autorizadas não poderão entrar no depósito central e todos os funcionários não poderão mais levar embrulhos para fora do depósito ao final do expedien- te. De forma nenhuma os leais e fiéis empregados devem interpretar isso como insinuação de que são ladrões. Estamos tomando estas medidas para evitar que novos desaparecimentos aconteçam. Apreciamos a sua cooperação e agradecemos a sua ajuda no passado.” Essa comunicação mal feita provocou uma série de problemas porque os funcionários se sentiram ofendidos e muitos levaram a carta ao sindicato da categoria que entrou com um processo contra a empresa por injuria e difamação. Em vez de solucionar o problema, o clima no armazém central ficou insustentável. O gerente foi demitido e o problema não foi soluciona- do. Comunicações mal feitas podem ter resultados inusitados. Viu? Este fato nos permite uma boa reflexão para compreender o assunto estudado até o momento
  • 43. 3 Técnica de intelecção de texto 41 Lembre-se de que, por meio da análise temática, você poderá avaliar o grau de compreensão e apreensão do texto. Porém, você também precisa fazer sua própria interpretação. Quer saber como proceder? Confira o próximo assunto. 3.3 ANÁLISE INTERPRETATIVA Após a análise temática de um texto, faz-se necessário interpretá-lo, ou seja, é preciso formar uma ideia própria sobre o texto lido, ler nas entrelinhas, explorar toda riqueza dos argumentos expostos. VOCÊ SABIA? A análise interpretativa objetiva apresentar uma posição própria a respeito das ideias do texto. ThinkStock(20--?) Neste momento, o leitor deve refletir criticamente sobre as ideias apresenta- das no texto, posicionando-se frente a ele. Nessa fase, é importante identificar claramente o pensamento do autor e o comparar com as ideias de outros autores que escreveram sobre o mesmo tema. Para fazer isso, é importante situar o texto no contexto da vida e da obra do autor, bem como no contexto de outros textos.
  • 44. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 42 FIQUE ALERTA Um texto escrito em 1800 tem um contexto bem diferente de hoje e, por isso, não pode ser interpretado da mesma maneira, pois a cultura, os valores e a própria realidade eram outros. Também é necessário identificar as teorias, correntes, validade, originalidade, profundidade e amplitude do tema. Para fazer a análise interpretativa de um tex- to, o leitor deve ter lido outras obras sobre o mesmo tema em questão. Uma vez tendo realizado todas as etapas, você como leitor terá condições de produzir conhecimento, fazendo novas proposições. SAIBA MAIS Para explorar o assunto estudado neste capítulo, leia CERE- JA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar; CLETO, Ciley. Interpretação de Textos: Construindo Competências e Habilidades em Leitura. Atual, 2009. E conheça questões de vestibular para testar a interpretação. Recapitulando Como você viu neste capítulo, a intelecção de texto envolve uma série de aspectos que precisam ser observados. Para compreender um texto, o leitor deve identificar qual foi a regência ver- bal empregada - compreendendo o significado exato das palavras - e iden- tificar as referências históricas, políticas, ou geográficas, usadas pelo autor para situar o texto. Por outro lado, interpretar é concluir ou deduzir o que o autor do texto quis transmitir, julgando ou opinando sobre o seu conteúdo. O texto não é a soma ou sequência de frases isoladas, é uma mensagem construída que forma um todo significativo. Por isso, um texto claro e con- ciso contém palavras selecionadas e frases bem construídas, sem ambigui- dades, redundâncias, modismos e emprego excessivo da voz passiva. Um texto coerente deve apresentar seu conteúdo de forma ordenada e lógica, com início, meio e fim.
  • 45. 3 Técnica de intelecção de texto 43 A análise temática permite ao leitor elaborar esquemas coerentes e que refletem claramente as ideias do autor. Os esquemas facilitam a elaboração de resumos que sintetizam as ideias do autor. Após a análise temática de um texto, faz-se necessário interpretá-lo, ou seja, formar uma ideia própria sobre o texto lido, ler nas entrelinhas, explo- rar toda riqueza dos argumentos expostos. Para fazer a análise interpretativa de um texto, o leitor já deve ter lido ou- tras obras sobre o mesmo tema em questão. O próximo tema de estudo será o parágrafo, sua estrutura, unidade interna e tipos existentes.
  • 46.
  • 47. 4 Parágrafo O parágrafo é composto por vários períodos que apresentam uma única ideia. Ele é uma unidade de discurso autossuficiente, composto por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Os parágrafos podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que se está elaborando. Os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal, um desenvolvimento e uma conclusão com unidade, coerência, concisão e clareza. Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) identificar a estrutura interna de parágrafo; b) diferenciar os tipos de parágrafos; c) identificar quais são os aspectos necessários para que um parágrafo tenha uma boa uni- dade interna. Vamos entrar no assunto com muita dedicação e autonomia? Lembre-se de que a sua apren- dizagem depende da sua participação no processo.
  • 48. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 46 4.1 ESTRUTURA INTERNA E TIPOS DE PARÁGRAFOS Antes de iniciar o estudo do parágrafo, é necessário que você compreenda alguns termos que costumam causar confusão. Todo o parágrafo é composto por vários períodos que apresentam uma única ideia. O período é composto por uma ou mais orações com sentido completo e ter- mina com um sinal de pontuação - ponto final, exclamação ou outro equivalente. Você sabe qual a diferença entre frase e oração? A oração é a frase que contém um ou mais verbos. A frase é um enunciado com sentido completo, que pode ou não conter um verbo. FIQUE ALERTA O parágrafo é unidade de discurso autossuficiente, com- posto por uma sequência de frases organizadas em um ou mais períodos, que apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Quer conhecer um exemplo de parágrafo mal elaborado? Confira a seguir CASOS E RELATOS Problemas na construção de parágrafos Professora Maria dava aula de comunicação oral escrita para a turma do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Professor Soares e como sem- pre, gostava de ler as produções de seus alunos. Certo dia, a professora pediu para que eles elaborassem um parágrafo sobre o tema que foi tra- tado na palestra que assistiram na semana do meio ambiente. Todos estavam empolgados para escrever um pequeno parágrafo sobre aquele assunto que havia despertado tanto interesse. Na palestra eles ouviram falar que o planeta estava sofrendo com o aquecimento global e, que em alguns lugares os efeitos da radiação solar podiam ser sentidos na pele, visto que a quantidade de câncer de pele, naquelas regiões, era enorme. Também ouviram que o clima do planeta está bastante instável e que as estações do ano não são mais tão claras como eram antigamen- te.
  • 49. 4 Parágrafo 47 Quando a professora começou a ler as produções se deparou com o se- guinte texto de João: “Com o aquecimento global o planeta não tem mais segurança da radiação do Sol, o tempo não se entende mais um dia ta frio outro ta calor e isso prejudica muito a saúde da nossa população.” A professora não entendeu nada e compreendeu que João tinha proble- mas para estruturar um parágrafo e que sem unidade interna qualquer produção perde seu sentido. Ela retomou o conteúdo e orientou nova- mente o aluno para que esse desenvolvesse essa competência. A partir do exemplo citado anteriormente podemos considerar o parágrafo como um pequeno texto e que deve ter um tema delimitado (o quê?) e um obje- tivo claro (para quê?). Como todo o texto, o parágrafo pode ser curto ou longo e deve apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão. VOCÊ SABIA? Não se deve usar parágrafos demasiadamente longos, pois dificultam a transmissão de uma ideia de forma cla- ra e objetiva. Os parágrafos longos podem confundir ou dispersar a atenção do leitor. Como o parágrafo é um microtexto, estes podem ser narrativos, descritivos ou dissertativos, pois acompanham o tipo de texto que se está elaborando. Confira no quadro a seguir características que podem auxiliar você na identificação de cada tipo de texto. Narração • Relato de fatos. • Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo. • Apresentação de um conflito. • Uso de verbos de ação. • Geralmente, é mesclada de descrições. • O diálogo direto e o indireto são frequentes.
  • 50. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 48 Descrição • Relato de pessoas, ambientes, objetos. • Predomínio de atributos. • Uso de verbos de ligação. • Emprego frequente de metáforas, comparações e outras figuras de linguagem. • Resulta em uma imagem física ou psicológica. Dissertação • Defesa de um argumento. a) Apresentação de uma tese que será defendida. b) Desenvolvimento ou argumentação. c) Fechamento. • Predomínio da linguagem objetiva. • Prevalece a denotação. Quadro 8 - Características dos textos Fonte: Campelli e Souza (2000) Na narração, o narrador conta uma história vivida por algum personagem, or- ganizada numa determinada sequência de tempo e lugar. Na narração o principal elemento é a história, que deve ter começo, meio e fim. Observe que quem conta a história é alguém de fora, que apenas narra os fa- tos, sem emitir opiniões. Na descrição, são expostas características de pessoas, objetos, situações, lu- gares etc. A descrição normalmente ocorre dentro de um texto narrativo ou dis- sertativo, pois auxilia o leitor a imaginar a cena ou o local. Observe que o texto descritivo não tem um narrador, somente um observador. A descrição é utilizada, principalmente, em relatórios de experimentos que você realiza nos laboratórios. Na dissertação, o autor expõe uma ideia sobre um determinado assunto, que ele defende ou questiona, apresentando argumentos que embasam seu ponto de vista. Observe que na dissertação, o autor tenta convencer o leitor sobre o seu ponto de vista. VOCÊ SABIA? Que os escritos antigos não tinham pontuação, parágra- fos, capítulos, versículos, divisões, títulos. Eram escritos mais ou menos assim:  Portantoidefazeidiscipulosdetodasasnacoesbatizan- doosemnomedopaiedofilhoedoespiritosanto
  • 51. 4 Parágrafo 49 Seja qual for o tipo de texto, você precisa saber usar o parágrafo corretamente, para deixar sua ideia clara e objetiva. 4.2 UNIDADE INTERNA Ao elaborar um texto, o autor precisa ter claro qual o tema a ser desenvolvido. Como o tema do texto não muda, quando se faz um novo parágrafo não se muda de assunto. O que muda é a abordagem e os argumentos apresentados em cada parágrafo para explicar, esclarecer ou transmitir as ideias do autor, de tal forma que o leitor compreenda o texto. Os parágrafos devem ter unidade, coerência, concisão e clareza. Essas defini- ções, você já estudou no capítulo anterior, certo? Normalmente, os parágrafos apresentam uma introdução ou tópico frasal, um desenvolvimento e uma conclusão. Conheça um pouco mais sobre cada uma dessas etapas. LuizMeneghel(2011) Figura 6 -  Etapas do parágrafo FIQUE ALERTA Nos parágrafos mais curtos a conclusão sempre está pre- sente.
  • 52. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 50 Passar de um parágrafo carece de uma atenção especial por parte do autor do texto. Não se deve passar de um parágrafo para o outro de maneira abrupta, pois é necessário fazer um encadeamento lógico e natural dos mesmos. Em alguns casos, é necessário acrescentar um parágrafo de transição, para que a sucessão de ideias seja apresentada de maneira harmoniosa. O texto deve conter parágrafos que apresentem assuntos diferentes sobre o tema, para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo. Outro aspecto que precisa ser observado na elaboração de um texto, e principalmente dentro do parágrafo, é a repetição desnecessária de palavras, termos chulos ou rebuscados. SAIBA MAIS Que tal fazer um teste para verificar como anda a sua comu- nicação? Acesse: http://vocesa.abril.com.br/testes/carreira/Como- -vai-sua-comunicacao.shtml Termo chave: Como vai sua comunicação Você percebeu a importância do parágrafo bem elaborado em um texto? Para fortalecer seus conhecimentos, você tem como tarefa efetivar sua aprendizagem, por meio da prática. Pois unindo à teoria, o resultado será recompensador. Recapitulando Você estudou que todos os parágrafos são compostos por vários períodos e apresentam uma única ideia. São unidades de discurso autossuficientes compostos por uma sequência de frases organizadas em um ou mais perí- odos e apresentam um ponto de vista ou uma ideia básica. Um parágrafo tem introdução, desenvolvimento e conclusão, mantendo unidade, coe- rência, concisão e clareza e podem ser curtos ou longos. Os parágrafos são microtextos e podem ser narrativos, descritivos ou dis- sertativos, pois acompanham o tipo de texto que está sendo elaborado. O texto deve apresentar parágrafos com assuntos diferentes sobre o tema, para que não se torne repetitivo, redundante e cansativo. Agora que você já sabe como elaborar um parágrafo, aprenda a seguir como desenvolver uma descrição.
  • 54.
  • 55. 5 Descrição A descrição é um tipo de texto onde se relata, enumera e detalha as características, quali- dades ou especificações de seres animados ou inanimados, a partir de um determinado ponto de vista. Ela procura desenhar em palavras uma determinada imagem, de tal forma que o leitor possa visualizar em sua mente o que o autor está querendo transmitir. Os três tipos de descrição são de objeto, processo e de ambiente. Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) produzir uma descrição; b) identificar seus fundamentos; c) identificar as características desse tipo de texto; d) elaborar descrições técnicas por meio de textos e imagens; e) elaborar textos, inclusive técnicos; A partir de agora, você está convidado a percorrer uma nova trajetória de aprendizagem, explorando todo o assunto com autonomia e sua habitual dedicação.
  • 56. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 54 5.1 CONCEITUAÇÃO VOCÊ SABIA? Conceito é aquilo que a mente concebe ou entende: uma ideia ou noção, representação geral e abstrata de uma realidade. A descrição é um tipo de texto onde se relata, enumera e detalha as caracte- rísticas, qualidades ou especificações de seres animados ou inanimados (pessoas, impressões, coisas, locais, cenários, odores, ruídos ou processos) a partir de um determinado ponto de vista. Murilo Mendes (1968, p. 88) ilustra muito bem o texto descritivo. [...] Prima Julieta, jovem viúva, aparecia de vez em quando na casa de meus pais ou na de minhas tias. O marido, que lhe dei- xara uma fortuna substancial, pertencia ao ramo rico da família Monteiro de Barros. Nós éramos do ramo pobre. Prima Julieta possuía uma casa no Rio e outra em Juiz de Fora. Morava em companhia de uma filha adotiva. E já fora três vezes à Europa. Prima Julieta irradiava um fascínio singular. Era a feminilidade em pessoa. Quando a conheci, sendo ainda garoto e já sensibi- líssimo ao charme feminino, teria ela uns trinta ou trinta e dois anos de idade. Apenas pelo seu andar percebia-se que era uma deusa, diz Vir- gílio de outra mulher. Prima Julieta caminhava em ritmo lento, agitando a cabeça para trás, remando os cabelos brancos. A cabeleira loura incluía reflexos metálicos. Ancas poderosas. Os olhos de um verde azulado borboletavam. A voz rouca e ácida, em dois planos, voz de pessoa da alta sociedade. [...] A descrição procura desenhar em palavras uma determinada imagem de tal forma que o leitor possa visualizar em sua mente, o que o autor está querendo transmitir.
  • 57. 5 Descrição 55 A intenção do autor desse tipo de texto é permitir que o leitor possa visualizar mentalmente a cena descrita, a fim de localizá-la, identificá-la ou qualificá-la, se- gundo os objetivos do texto. Diante de duas estantes diferentes, pode-se identificá-las por meio do subs- tantivo: estante. Essa palavra identifica o objeto, mas não o descreve. A estante pode ser pequena, grande, antiga, moderna, quebrada. Jupiterimages(20--?) O objetivo da descrição é transmitir ao leitor a imagem, percebida pelo autor do texto e, por isso, os adjetivos e atributos são elementos importantes na cons- trução desse tipo de texto. Um texto descritivo utiliza verbos de ligação. Os verbos de ligação não indicam ação, fazem a ligação entre o sujeito (ser de quem se fala) e suas características (predicativos do sujeito). O texto descritivo também deve ser figurativo, relatando propriedades e as- pectos simultâneos dos elementos não existindo relação de anterioridade e pos- terioridade entre os enunciados, ou seja, não existe progressão temporal. Vamos explorar melhor o assunto, analisando um exemplo real de descrição textual.
  • 58. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 56 CASOS E RELATOS Aula de comunicação Durante uma aula de comunicação oral e escrita, em um curso técnico, a professora Maria Aparecida propôs uma atividade de produção de texto aos alunos. Esta produção fazia parte do conteúdo programático: gênero textual – descrição. Então, deu-se o início da aula, e a professora Maria Aparecida começou a explicar mais sobre o gênero em questão, e os alunos estavam cada vez mais atentos. Após toda a abordagem, foi passada a proposta para o de- senvolvimento do texto descritivo. A sugestão para elaboração do texto era para cada aluno descrever a sua cidade natal, tornando, assim, esta atividade mais real para todos. Assim, cada aluno começou a pesquisar sobre a sua cidade natal e se en- volver com a atividade, porém um aluno que estava um pouco disperso fez vários questionamentos para a professora durante o desenvolvimen- to do texto. Dentre os questionamentos que Paulo fez, destacam-se: “se em um texto descritivo ele poderia inserir características da cidade, como por exemplo: números de habitantes, localização, nível de escolaridade dos habitantes, arquitetura, área urbana e rural”, enfim, fez várias pergun- tas relacionadas às características deste tipo de texto. A professora ficou surpresa, porque a falta de atenção do aluno era so- mente aparente, pois ele estava bem envolvido com a atividade. Enten- deu que em um texto descritivo é necessário levantar todos os dados que se considera relevante ao tema, porque é a partir das informações con- tidas nas descrições que o leitor pode visualizar o que foi dito no texto. Neste caso, todos puderam viajar um pouco pelo Brasil e conhecer mais sobre a cidade natal de seus colegas. Então, o que é preciso para que um texto descritivo tenha qualidade? Para que um texto descritivo tenha qualidade deve-se: a) utilizar linguagem clara e direta; b) escrever o texto com riqueza de detalhes; c) separar os detalhes físicos dos psicológicos.
  • 59. 5 Descrição 57 Todo o texto descritivo apresenta um observador, um tema (objeto, ser ou processo) e um conjunto de dados pertinentes ao tema. VOCÊ SABIA? Que quanto mais o leitor se sentir parte integrante do ambiente, que está sendo descrito, mais qualificado seu texto descritivo será! Segundo Infante (1998) para escrever um texto descritivo é necessário fazer um plano de trabalho respondendo questões como: a) Quais são os dados que serão usados? b) Como apresentar ao leitor os detalhes do que se está descrevendo? c) Qual a melhor ordem a ser seguida? d) Que tipo de impressão geral deve ser transmitido? e) Qual a finalidade do texto? (informar, convencer, transmitir impressões ou comunicar emoções ao leitor? Vale lembrar que a seleção dos dados pode ser limitada pela falta de conheci- mento do assunto por parte do observador, pelo local onde ele se encontra, bem como, por fatores psicológicos. FIQUE ALERTA Seu estado de espírito, seu ponto de vista sobre o tema abordado e os objetivos que se pretende atingir, influen- ciarão na seleção dos dados e na organização do texto. Apenas a descrição técnica tem objetividade absoluta e não pode ser influenciada pelo pensamento do autor. Segundo Infante (1998) os textos descritivos normalmente estão incorporados aos narrativos (os personagens e ambiente são caracterizados a partir do ponto de vista do narrador) ou ao processo argumentativo (fornecendo dados para o desenvolvimento da argumentação). Segundo Cestari (2011) todos os seres existentes no mundo físico, psicológico ou imaginário podem ser descritos. Para compreender melhor veja alguns exemplos: a) Mundo físico: Kika era uma simpática dash-hound, de olhos castanhos e pelo brilhante.
  • 60. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 58 b) Mundo psicológico: “A bondade era morna e leve, cheirava a carne crua guardada há muito tempo.” (Clarice Lispector). c) Mundo imaginário: Eu sou a Moça Fantasma que espera na rua do Chumbo o carro da madrugada. Da mesma forma, segundo Cestari (2011) pode-se descrever física e psicologi- camente tanto pessoas quanto personagens. a) Física: fornece características exteriores como altura, cor dos olhos, cabelo, forma do rosto, do nariz, da boca, porte, trajes. Sua pele era muito branca, os olhos azuis, bochechas rosadas. Estatura media- na, magra. Parecia um anjo. a) Psicológica - apresenta o modo de ser da pessoa ou personagem, seus há- bitos, atitudes e personalidade, características interiores.  Era sonhadora. Desejava sempre o impossível e recusava-se a ver a realidade. Os dados descritivos sobre uma realidade qualquer são o resultado de uma seleção de dados feita pelo autor, que se apoia nos seus sentidos físicos (audição, visão, olfato, paladar e tato) e podem sofrer limitações, conforme você viu ante- riormente. LuizMeneghel(2011) Figura 7 -  Dados descritivos
  • 61. 5 Descrição 59 A descrição pode ser de duas formas. Confira! a) Subjetiva: quando o texto apresenta-se com uma visão pessoal do autor. b) Objetiva: quando o texto apresenta-se de forma concreta, sem juízo de va- lor. Exemplo: a descrição técnica. Todo o assunto abordado anteriormente oferece a você condições para elabo- rar um texto descritivo de maneira adequada. 5.2 DESCRIÇÃO DE OBJETO, PROCESSO E AMBIENTE Quer saber qual a diferença entre descrição de objeto, processo e ambiente? Acompanhe atentamente a seguir. A descrição de objeto, normalmente, é estática e tem a finalidade de identifi- car. As qualidades fundamentais desse tipo de descrição são: a) objetividade; b) simplicidade; c) precisão. Na descrição de objeto podem ser empregadas a linguagem denotativa e a conotativa. FIQUE ALERTA Ao escrever um texto, você pode usar tanto o significado real da palavra (denotação), quanto o sentido figurado (conotação). Quando duas ou mais palavras tem signifi- cados diferentes e as grafias idênticas, são chamadas de homônimos. A descrição de processo, normalmente técnica, utiliza a linguagem precisa e científica para descrever: a) processos; b) aparelhos; c) experiências; d) mecanismos; e) relatórios; f) receitas culinárias; g) fórmulas de remédios.
  • 62. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 60 Nesse tipo de texto, as informações devem ser apresentadas com palavras e frases claras e objetivas, de forma que o leitor compreenda o texto de forma ine- quívoca. Ela também exige que o autor do texto tenha um conhecimento profun- do do assunto ou da observação feita. Esse tipo de texto pode vir acompanhado de mapas, desenhos, fotos, diagra- mas ou fluxogramas para auxiliar o leitor a compreender a mensagem do autor. O relatório técnico você estudará detalhadamente na unidade 6. A descrição do ambiente ou paisagem tem o objetivo de identificar ou lo- calizar o leitor, tanto pela necessidade de precisão informativa, quanto para dar verossimilhança1. Nesse tipo de descrição, as informações fornecidas caracterizam o objeto do texto e não apresentam a opinião do leitor sobre a paisagem. Conhecendo cada um dos tipos de descrição, você poderá elaborar um texto de acordo com a necessidade e objetivos. Explore todas as informações disponí- veis até o momento. Lembre-se de que a construção do conhecimento acontece por diversas formas de aprendizagem. SAIBA MAIS Para compreender melhor como produzir descrições ade- quadamente consulte o livro SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever textos. Rio de Janeiro: Globo, 1985. Recapitulando A descrição é um tipo de texto que relata, enumera e detalha as caracterís- ticas, qualidades ou especificações de seres animados ou inanimados, sob um determinado ponto de vista. A descrição procura desenhar em palavras uma determinada imagem, de forma que o leitor possa visualizar, em sua mente, o que o autor está que- rendo transmitir. Para que um texto descritivo tenha qualidade, deve-se utilizar linguagem clara e direta, com riqueza de detalhes, separando-os dos físicos e psicoló- gicos. 1 verossimilhança Que tem aparência de verdade. Semelhante à verdade = plausível, provável.
  • 63. 5 Descrição 61 Todo o texto descritivo apresenta um observador, um tema (objeto, ser ou processo) e um conjunto de dados pertinentes ao tema. Os textos descritivos normalmente estão incorporados: a) aos narrativos (os personagens e ambiente são caracterizados a partir do ponto de vista do narrador); b) ao processo argumentativo (fornecendo dados para o desenvolvimento da argumentação). Os dados descritivos sobre uma realidade qualquer são o resultado de uma seleção de dados feita pelo autor, que se apoia nos seus sentidos físicos (audição, visão, olfato, paladar e tato) e que podem sofrer limitações. Os três tipos de descrição são de objeto, processo e de ambiente. Dessa forma a descrição de objeto normalmente é estática e tem a finalidade de identificar. Já a descrição de processo, normalmente técnica, utiliza a linguagem precisa e científica para descrever processos, aparelhos, expe- riências, mecanismos, relatórios, receitas culinárias, fórmulas de remédios etc. A descrição do ambiente ou paisagem tem o objetivo de identificar ou localizar o leitor, tanto pela necessidade de precisão informativa, quanto para dar verossimilhança. A seguir, você aprenderá a fazer uma dissertação e identificar as diferenças que existem entre alguns textos. Vamos em frente!
  • 64.
  • 65. 6 Dissertação Diariamente somos chamados a dar opiniões, tomar decisões e expor nossos pontos de vis- ta, para isso, utilizamos nosso poder de persuasão e argumentação. Para expor nossas ideias, normalmente, utilizamos a dissertação, que é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmi- co e empresarial, pois exige um posicionamento frente a alguma ideia ou tese. Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) compreender a estrutura de uma dissertação; b) identificar os tipos de argumentação para produzir textos dissertativos com qualidade; c) elaborar textos. Explore todo o conteúdo apresentado, investigue as condições de aprendizagem para efe- tivamente conduzir seu processo educacional. Abuse da autonomia e entusiasmo para que o conhecimento adquirido seja de forma criativa e dinâmica.
  • 66. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 64 6.1 ESTRUTURA No cotidiano o ser humano é chamado a dar opiniões, tomar decisões e expor pontos de vista, para isso, utiliza seu poder de persuasão e argumentação. MicrosoftOffice(20--?) É a atitude linguística da dissertação que permite fazer uso da linguagem a fim de expor ideias, desenvolver raciocínios, en- cadear argumentos, atingir conclusões. Os textos dissertativos são produtos dessa atitude e participam ativamente do nosso cotidiano falado e escrito. (INFANTE, 2000, p. 159). A dissertação é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmico e empresa- rial, pois exige do autor um posicionamento frente a alguma ideia ou tese. O texto dissertativo tem como base a argumentação, já que seu objetivo é, por meio da exposição de fatos, ideias e conceitos, exprimir uma ou várias opiniões e/ ou chegar a conclusões. Segundo Campedelli e Souza (2000, p. 187) um texto dissertativo possui as seguintes características:
  • 67. 6 Dissertação 65 LuizMeneghel(2011) Figura 8 -  Características dos textos argumentativos Fonte: Campedelli e Souza (2000) Uma dissertação se divide em três partes. Vamos conhecer cada uma delas? Introdução a) Definir a questão, situando o problema, descrevendo a tese que será defen- dida no desenvolvimento. b) Indicar o caminho a seguir. Desenvolvimento a) Apresentar os argumentos para defender e justificar a tese ou ideia propos- ta na introdução, apontando semelhanças de ideias, divergências, compara- ções e ligações a fim de comprovar a tese. Conclusão a) Deve ser breve e marcante. b) Retomar a tese. c) Recapitular as ideias apresentadas no desenvolvimento, dando um fecha- mento ao texto. Conhecendo a estrutura da dissertação, você já pode elaborar um texto disser- tativo com qualidade. Se achar necessário, retome a leitura do conteúdo quantas vezes desejar.
  • 68. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 66 6.2 ARGUMENTAÇÃO O texto dissertativo apresenta argumentos, ou seja, defende uma ideia. Para defender um ponto de vista é preciso saber argumentar. VOCÊ SABIA? Na lógica, um argumento é um conjunto de uma ou mais sentenças declarativas, também conhecidas como proposições, ou ainda, premissas, acompanhadas de uma outra frase declarativa conhecida como conclusão. Segundo Sarmento (2004, p. 412) existem quatro tipos de argumentos. Tipos de Argumentos com base no raciocínio lógico com base em citação com base no senso comum com base em evidências LuizMeneghel(2011) Figura 9 -  Tipos de argumento Como saber onde usar cada tipo de argumentação? Boa pergunta! Então vamos à resposta! Argumentação com base em citação: o autor usa uma frase de alguém con- ceituado no assunto para amparar a sua argumentação. Ou seja, cita-se a frase de outro autor para fundamentar a argumentação e dar credibilidade e prestígio ao novo texto que está sendo produzido. Argumentação com base no senso comum: se apoia nos conceitos reconhe- cidos pela sociedade como um todo. Argumentação com base em evidências: usa dados ou estatísticas que com- provem a tese a ser desenvolvida, dando credibilidade ao texto.
  • 69. 6 Dissertação 67 Argumentação com base no raciocínio lógico: apresenta uma sequência ló- gica dos fatos - primeiro as causas e depois os efeitos. Conforme Serafini (1977) para elaborar um texto, existem algumas regras. Vamos conferir? a) Tenha um plano. Distribua adequadamente o tempo estipulado à redação entre as etapas. Identifique as características da redação que são: destinatário; objetivo do texto; gênero do texto (conto, diálogo, poesia, narrativo, descritivo, de opinião etc.); extensão do texto; critérios de avaliação. b) Ordene as ideias. Selecione as informações. Registre os seus pensamentos. Não se preocupe inicialmente se as ideias não têm ligação entre si. Faça a associação de ideias. Organize as ideias em mapas conceituais. (vide anexo 1) Faça um roteiro. Defina a sua tese ou pontos de vista a serem apresentados no texto. c) Organize o texto e redija. O parágrafo é composto por vários períodos, explorando uma única ideia do roteiro. Faça a conexão dos parágrafos. Observe a pontuação. Elabore a introdução e a conclusão. d) Revisão Faça a revisão do conteúdo. Reveja a ortografia e a pontuação. Redija o texto sem erros e sem rasuras. Saber argumentar em um texto dissertativo para atingir o objetivo não é tarefa fácil.
  • 70. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 68 VOCÊ SABIA? Que nas dissertações não se deve desenvolver períodos muito longos e nem muito curtos. Muito menos utilizar expressões como “eu acho” ou “quem sabe um dia” mos- tram dúvidas sobre seus próprios argumentos. A seguir você poderá acompanhar uma bela história de uma pessoa que sabe utilizar a comunicação com propriedade e que nos leva a refletir como agimos diante de situações como essa que será apresentada. CASOS E RELATOS No supermercado Era sábado, oito horas da noite, o supermercado BOM PREÇO estava para encerrar o expediente daquele dia agitado. Quando o vigia foi fechar a porta, deu de cara com uma senhora muito brava. Dona Samira, era assim que todos a conheciam na pequena cidade de São João do Itaperiú. Ela foi devolver um produto que havia sido quebrado por descuido do empacotador de um caixa, ele embrulhou mal os seis copos que Dona Samira havia comprado. Mas como esta senhora poderia argumentar a tal solicitação? Para surpresa de todos além da argumentação oral ela havia escrito um texto justificando a sua solicitação. Em uma das partes do texto dizia: “Eu, enquanto consumidora deste supermercado, tenho o direto de solicitar a troca de tal produto, tendo em vista que o empacotador co- meteu um erro, imperceptível, no momento em que guardava minha mercadoria. Sempre adquiri produtos neste estabelecimento comer- cial, todavia é a primeira vez que me deparo com tal situação constran- gedora. Todos os produtos adquiridos até então, sempre estavam com boa qualidade, jamais tive a necessidade de reclamar nem do atendi- mento, que por sinal, é um dos atributos deste supermercado...” E por aí vai o argumento de Dona Samira; jamais alguém pode imaginar que esta senhora, aparentemente, simples, pudesse ter um vocabulário culto.
  • 71. 6 Dissertação 69 E é assim, o conhecimento linguístico, poder de argumentar, articulação de ideias são predicativos de quem faz muitas leituras e escreve diversos tex- tos com bastante frequência. Neste caso, textos de cunho argumentativo. Lembrando que o argumento faz parte do texto dissertativo. Portanto, seguindo algumas regras e conhecendo cada tipo de argumenta- ção, você terá condições suficientes para elaborar uma dissertação de qua- lidade. Quer tentar iniciar esse processo agora? SAIBA MAIS Para compreender melhor como se faz uma dissertação leia a obra indicada a seguir, é uma ótima fonte de informação e pesquisa. CAMPEDELLI, Samira Youssef; SOUZA, Jésus Barbosa. Produ- ção de textos usos da linguagem: curso de redação. São Paulo, SP: Saraiva, 2002. Recapitulando Este estudo proporcionou a você avaliar que no cotidiano o ser humano é chamado a dar opiniões, tomar decisões e expor pontos de vista, para isso, utiliza seu poder de persuasão e argumentação. A dissertação é o tipo de texto mais utilizado nos meios acadêmico e em- presarial, pois exige do autor um posicionamento frente a alguma ideia ou tese. O texto dissertativo possui as seguintes características: a) é um texto temático – tudo nele evolui a partir de um raciocínio; b) é um texto que analisa e interpreta; c) aposta para relações lógicas de ideias – faz comparações, mostra corres- pondências, analisa consequências. Uma dissertação se divide em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
  • 72. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 70 Existem quatro tipos de argumentos, que são: a) argumento com base em citação; b) argumento com base no senso comum; c) argumento com base em evidências; d) argumento com base no raciocínio lógico. Para elaborar um texto, deve-se ter um plano, ordenar as ideias, organizar o texto e redigi-lo e fazer a revisão. O próximo assunto será como redigir um relatório técnico. Até lá!
  • 74.
  • 75. 7 Relatório Técnico O relatório é um tipo de descrição técnica, que tem por objetivo apresentar os passos de um procedimento, funcionamento de um aparelho, experimento etc. Nas áreas administrativas, o relatório se tornou uma ferramenta por meio da qual o administrador ou técnico consegue acompanhar as atividades desenvolvidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível estar presente durante todos os processos. Um relatório deve, obrigatoriamente, levar o leitor a chegar a uma conclusão, caso contrário, não atingiu seu propósito. Os relatórios podem ser classificados, segundo as suas características, como: crítico, síntese ou formação. Eles podem ser simples, complexos, individuais ou coletivos, parciais ou com- pletos, periódicos ou eventuais, técnicos, científicos, econômicos, administrativos etc. Dentre os tipos de relatórios, destacam-se os de pesquisa científica, relatório de atividades escolares, relatório comercial, administrativo e de prestação de contas. Ao final deste capítulo você terá subsídios para: a) elaborar um relatório técnico inclusive por meio eletrônico; b) identificar os tipos mais comuns realizados no mundo do trabalho; c) elaborar documentação técnica. Todo esse conteúdo administrado pela sua disciplina e dedicação, certamente, oferecerá um aprendizado sólido e significativo.
  • 76. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 74 7.1 ESTRUTURA O relatório, como o próprio nome já diz, tem por objetivo relatar uma sequên- cia de fatos ou acontecimentos relacionados a um evento específico, por exem- plo: uma viagem de estudos, uma palestra, um evento etc. “Relatório é o docu- mento através do qual se expõem resultados de atividades variadas.” (MARTINS; ZILBERKNOP, 2003, p. 243). VOCÊ SABIA? Que o relatório é a exposição escrita na qual se descre- vem fatos verificados mediante pesquisas ou execução de serviços ou ainda de experiências? O relatório é um tipo de descrição técnica que tem por objetivo apresentar os passos de um procedimento, funcionamento de um aparelho, experimento etc. Segundo Cestari (2011) o relatório normalmente apresenta as seguintes carac- terísticas: a) objetividade; b) ausência de suspense ou expectativa; c) impessoalidade na exposição; d) exposição em ordem cronológica; e) indicação clara das diferentes fases do processo; f) detalhamento das atividades realizadas; g) predominância de orações coordenadas. Normalmente, a dificuldade na elaboração de um relatório é proporcional a complexidade e a abrangência do assunto abordado. Para facilitar essa elabora- ção sugere-se a criação de sub-relatórios. Você certamente já viu relatório ou até mesmo já fez algum, certo? Nas áreas administrativas, o relatório se tornou uma ferramenta por meio da qual o administrador ou técnico consegue acompanhar as atividades desenvol- vidas pelos diversos setores, já que seria quase impossível estar presente durante todos os processos.
  • 77. 7 Relatório Técnico 75 MicrosoftOffice(20--?) Para Martins e Zilberknop (2003, p. 243) “O relatório constitui um reflexo de quem o redige, pois espelha sua capacidade”. Ainda segundo esses autores, é necessário que o redator aprimore ao máximo na sua execução e obedeça a al- gumas normas para que ele seja realmente um reflexo da sua competência, com clareza, conteúdo e facilidade na consulta. Um relatório precisa apresentar os fatos obedecendo à sua ordem cronológi- ca, ser claro, objetivo, informativo e apresentável. Sempre que possível, o relatório deve ser breve, pois se pressupõe que ele foi escrito para otimizar o tempo de quem o lê. A linguagem deve ser objetiva, exata, precisa, clara e concisa sem omitir ne- nhum dado importante. Também é necessário, observar a pontuação e o emprego adequado das pala- vras. Sugere-se que seja evitado qualquer tipo de rodeio, pois a linguagem deve ser simples e clara. Lembre-se sempre de que, as informações que comporão o relatório devem ser precisas e exatas. FIQUE ALERTA Um relatório deve obrigatoriamente levar o leitor a chegar a uma conclusão, caso contrário, este não atingiu seu pro- pósito. Para que um relatório sirva aos objetivos aos quais se propõe, ele deve respon- der às perguntas seguintes.
  • 78. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 76 O quê? Por quê? Quem? Onde? Quando? Como? Quanto? E daí? LuizMeneghel(2011) Figura 10 -  Perguntas para elaboração de relatório Antes de redigi-lo, é preciso que essas perguntas estejam respondidas, para então iniciar a organização do relatório. Os relatórios podem ser classificados, segundo as suas características, como: a) Crítico: descreve como uma atividade foi realizada, há a opinião do autor. b) Síntese: resume brevemente um fato, experiência, situação etc. São elabo- rados a partir de outros relatórios. c) Formação: são elaborados durante ou após a realização de um curso ou estágio. Dependendo da complexidade e extensão da informação, o relatório pode variar sua forma. Quando for curto, podem-se enumerar os parágrafos, exceto o primeiro. Se o relatório for mais extenso, ele deve conter os seguintes elementos:
  • 79. 7 Relatório Técnico 77 a) capa; b) folha de rosto; c) sumário; d) sinopse (ou resumo); e) introdução; f) contexto (ou desenvolvimento); g) conclusões; h) anexos. Para redigir esses elementos, é necessário obedecer às normas vigentes esta- belecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). a) Apresentação de trabalhos acadêmicos (NBR 14724). b) Citações (NBR 10520). c) Referências (NBR 6023). d) Numeração progressiva (NBR 6024). e) Sumários (NBR 6027). f) Resumos (NBR 6028). g) Índice (NBR 6034). h) Informação e documentação relatório técnico ou científico: apresentação (NBR 10719). VOCÊ SABIA? Não se deve copiar partes de livros ou ideias e apresen- tá-las como sendo suas, porque isto é plágio, um crime intelectual. Você percebeu como o relatório é uma ferramenta muito importante em vá- rias áreas. Identificando sua classificação e tendo a resposta para cada pergunta apresentada anteriormente, você terá propriedade suficiente para elaborar um relatório. Isso logo acontecerá.
  • 80. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 78 SAIBA MAIS Como complementação deste item sugerimos a leitura: IN- FANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. 6. ed. São Paulo, SP 7.2 TIPOS DE RELATÓRIOS Os relatórios podem ser simples, complexos, individuais ou coletivos, parciais ou completos, periódicos ou eventuais, técnicos, científicos, econômicos, admi- nistrativos etc. Dentre os tipos de relatórios, destacam-se os de pesquisa cien- tífica, relatório de atividades escolares, relatório comercial, administrativo e de prestação de contas. Prepare-se para conhecer cada um deles. 7.2.1 RELATÓRIO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS Um documento que apresenta um relatório sobre pesquisa científica deve receber atenção especial com relação à apresentação gráfica e à metodologia. Como nos outros relatórios, a linguagem científica deve ser específica, clara e sem ambiguidades. Esse tipo de relatório deve obedecer às normas estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e conter capa, folha de rosto, sumário, resumo, introdução, desenvolvimento, conclusão/considerações finais. Destaca-se que na introdução apresenta-se um resumo do desenvolvimento bem como o motivo da elaboração do trabalho apresentado. No desenvolvimento descreve-se passo a passo o que foi pesquisado ou reali- zado correlacionando-se com outras pesquisas já realizadas e fundamentando-o. Já a conclusão descreve os motivos de, eventualmente, a pesquisa ainda não es- tar concluída e aponta para os caminhos que ainda precisam ser percorridos até chegar-se ao termo desejado. Lembre-se de incluir referências bibliográficas em seu relatório científico, isso dará credibilidade ao mesmo. 1 Anexos Anexos são textos ou outros materiais escritos por outrem, mas que foram usados no trabalho. 2 apêndices Apêndice é um tipo de documento produzido pelo autor do trabalho e que, por sua extensão ou complexidade, não cabe dentro do desenvolvimento.
  • 81. 7 Relatório Técnico 79 7.2.2 RELATÓRIO DE ATIVIDADES ESCOLARES Photodisc(20--?) Stockbyte(20--?) Durante sua vivência escolar, já fez algum relatório? Os relatórios de atividades escolares são textos produzidos por estudantes, e englobam atividades como viagens de estudo, visita técnica, experimento etc. Nesse tipo de relatório, observa-se que a linguagem empregada é compatível com o tema e com o grau de escolaridade do grupo. Os termos técnicos não carecem de explicações, pois já foram discutidos am- plamente em sala e são do conhecimento tanto do autor, quanto do leitor. Um relatório escolar deve ter capa, folha de rosto, sumário, resumo, introdu- ção, desenvolvimento e conclusão. Observa-se que normalmente nesse tipo de relatório não são inseridos anexos1, mas sim, apêndices2. Nesse tipo de relatório emprega-se a descrição como forma de construção do texto para poder englobar desde as anotações iniciais até as finais. 7.2.3 RELATÓRIO COMERCIAL O relatório comercial, normalmente, é elaborado pelos funcionários que de- senvolveram uma atividade fora da empresa e destina-se ao superior imediato, como forma de relatar o que foi realizado, bem como a prestação de contas dos gastos. (notas fiscais, bilhetes de passagens e outros documentos são apresenta- dos como apêndice).
  • 82. COMUNICAÇÃO ORAL E ESCRITA 80 JohnRowley(20--?) Geralmente são apresentados em forma de carta ou memorando, acrescidos de fotografias, filmagens, kit tecnológico, portfólio etc. Em alguns casos, podem ser apresentados em reuniões ou conferências. Os relatórios comerciais podem ser elaborados tanto pelos setores industriais, de prestação de serviço quanto pelo comercial. A linguagem de um relatório comercial deve ser simples e se houver termos técnicos devem ser esclarecidos. Acompanhe o exemplo a seguir e observe com são importantes os relatórios para uma empresa. Por isso é necessário você conhecer muito bem todos os tipos de relatório. CASOS E RELATOS Mais um dia de trabalho Na empresa em que o engenheiro Sérgio de Freitas gerencia, todo mês seus subordinados, com formação técnica, precisam informá-lo sobre os trabalhos desenvolvidos por meio de um relatório técnico. Mensalmente, Sérgio recebe os relatórios técnicos de seus subordinados, sempre os lê com muita atenção, a fim de se inteirar na rotina de traba- lho de cada colaborador, como também, se aprofundar na área produtiva e técnica da empresa.
  • 83. 7 Relatório Técnico 81 Mesmo que Sérgio não tenha acompanhado determinado procedimento técnico, ele toma conhecimento da situação a partir dos relatórios técnicos e, se houver necessidade, toma medidas para solucionar ou dar continui- dade ao processo. Dessa forma, Sérgio de Freitas, não precisa estar presente em todos os seto- res diariamente, sobrando tempo para poder administrar melhor a empre- sa e ampliar os negócios. Percebeu como o relatório facilita a vida do engenheiro em relação a custos, tempo e rotina de trabalho? Vamos conhecer mais um tipo de relatório? Siga em frente! 7.2.4 RELATÓRIO ADMINISTRATIVO Os relatórios administrativos são desenvolvidos em administrações públicas e contêm todos os itens de um relatório comercial. Então o que os diferencia? O que os diferencia é a forma de apresentação que deve ser elaborada em for- ma de ofício, jamais em memorando ou carta. Esse tipo de relatório tem o objeti- vo de comprovar para a posteridade, pois envolve dinheiro público e a legalidade deve ser observada com rigor. Esse tipo de relatório também objetiva conferir a produtividade de um servi- dor ou setor público visando identificar a sua eficiência. 7.2.5 RELATÓRIO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS Um relatório de prestação de contas ocorre quando há a necessidade de retirar do relatório comercial, os documentos fiscais para enviá-los para a contabilidade. FIQUE ALERTA No relatório comercial ou administrativo os documentos comprobatórios das despesas realizadas são anexados ao documento principal em forma de apêndice de modo de- finitivo. Viu? Para cada situação há um tipo de relatório, você teve a oportunidade de conhecer muito bem cada um deles.