Leni Orsida Varela, uma jovem pobre do subúrbio do Rio de Janeiro, se tornou famosa nacionalmente ao participar do programa de auditório "Show Sem Limite" na TV Tupi, respondendo perguntas sobre o poeta português Guerra Junqueiro. Após 14 semanas respondendo corretamente, ela ganhou o prêmio de se casar em um casamento televisionado para todo o país.
1. SONHO NÃO TEM LIMITE (A incrível história de Leni Orsida Varela – a moça que emocionou um País inteiro, em 1969) Clique barra de espaço para avançar os slides
2. Com apenas 20 anos de idade, Leni Orsida Varela, uma moça pobre, já sabia o que era miséria e mesmo assim, aprendeu a sonhar com uma vida melhor, diante do único luxo que a família possuía: um aparelho de televisão. “- Era a única maneira de esquecer a fome”, lembra Leni. Sua chance de mudar de vida apareceu na telinha, em uma segunda-feira. Este era o dia em que era exibido o Show sem Limite , programa de auditório comandado por J. Silvestre, um dos pioneiros da TV brasileira. Dentre as inúmeras atrações do programa, a que fazia mais sucesso era o da sabatina, que consistia que candidatos se submetessem a um jogo de perguntas e respostas, sobre o tema que eles mesmos escolhiam, em troca de um prêmio ao final de vários programas. Em um dia normal de seleção de participantes, eis que uma franzina jovem aparece procurando o produtor Oswaldo Miranda, querendo responder sobre o poeta Guerra Junqueiro. Mesmo sensibilizado com o jeito simples da moça, o produtor Oswaldo hesita em aceitar a inscrição de alguém que havia lido apenas dois livros, e se propunha a falar da vida e da obra de um escritor. Obstinada, porém, não desanimada, a jovem Leni descobre o endereço da Editora que publicou as obras de Junqueiro e envia uma carta para Portugal, explicando seu sonho, suas condições de vida e seu gosto pela literatura lusitana.
3. Dois meses depois, desembarcava no Brasil, em um vôo da TAP, uma caixa com 53 livros escritos pelo autor português, destinados a senhorita Leni Orsida Varela. Foram meses estudando sem cessar. Depois de quase um ano, Leni tornou a procurar o produtor do programa Show Sem Limite , senhor Oswaldo Miranda, recebendo deste, mais uma resposta negativa. A frustração da jovem foi tamanha. Mas a pobre moça não quis desistir de seu sonho. E, numa decisão radical, ela invadiu o palco com o programa ao vivo berrando aos prantos que queria responder sobre a vida e obra do poeta português Guerra Junqueiro. Todo o Brasil viu e ouviu seu clamor. Desesperado, J. Silvestre chamou os comerciais. Leni foi expulsa pelos seguranças e enquanto chorava pelas calçadas do bairro da Urca, inúmeros telefonemas dos expectadores de todo o Brasil, queriam saber a identidade da jovem e o que ela queria falar. J. Silvestre mandou procurá-la mas não a encontraram. Depois de algum tempo, os seguranças conseguem alcançar a jovem e a trazem, juntamente com sua mãe e J. Silvestre a faz subir ao palco da TV Tupi. Nesse instante, aconteceu o momento mais emocionante da televisão brasileira.
4. Aos prantos e soluçando muito, a pobre Leni, agarrada ao microfone, explica que seu maior sonho é querer se casar. “- Sou pobre, seu Silvestre. Preciso de um vestido de noiva, mas não o quero dado ”, revela a jovem. Todo o Brasil chora com ela. Nesse instante é ouvido uma voz da produção, cientificando que a candidata Leni teve seu nome aprovado para responder sobre a vida e obra do poeta português Guerra Junqueiro. Surgia assim na televisão brasileira a “Noivinha da Pavuna”, em alusão ao nome de sua cidade natal e sua participação no programa iria emocionar todo o País durante as próximas 14 semanas. Na décima segunda semana, aconteceu o inesperado: Leni não ouviu de J. Silvestre a frase “absolutamente certo” quando respondeu a última pergunta daquela segunda-feira. O próprio J. Silvestre, até então firme em suas apresentações, também chora. O Brasil é uma lágrima só. Quando todos pensavam que era o fim da participação da Noivinha da Pavuna, a direção da TV Tupi cede às pressões do público, que exigia a volta de Leni. A emissora dobrou os prêmios que haviam sido oferecidos no início do programa e a moça pobre da Pavuna conseguiu chegar a 14ª semana respondendo “absolutamente certo” em todas as perguntas.
5. Depois de sua vitória no programa “ Show sem limite ”, chega o tão esperado dia do casamento de Leni. Era 15 de setembro de 1969. O País parou para ver a moça pobre de um subúrbio carioca, se casar na televisão, em rede nacional. Mais de três mil pessoas lotaram o auditório da TV Tupi querendo ver a Noivinha da Pavuna. A cerimônia teve a participação da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e seu coral, que executaram, dentre outras músicas, a canção “Na Pavuna”, de Almirante. A celebração do casamento ficou a cargo do Pastor Evangélico Noemias Marion e a festa propriamente dita foi patrocinada pela colônia portuguesa da Casa Traz Os Montes Alto D’Ouro, cujo patrono é o poeta Guerra Junqueiro. Na primeira fila, sentada, bastante emocionada, a filha do poeta. Após o casamento, os noivos seguiram viagem de lua de mel com destino a Paris, Suíça, Portugal e outros países.
6. Leni (A Noivinha da Pavuna) e seu marido, no dia do casamento (15 de setembro de 1969), há 40 anos atrás Leni fez questão de entrar na igreja, de mãos dadas com o apresentador da TV Tupi J. Silvestre
7. O sucesso da Noivinha da Pavuna foi matéria de destaque em várias revistas nacionais
8. Como nem tudo é perfeito... O casamento, algum tempo depois foi desfeito. Leni, com 62 anos, a “eterna Noivinha da Pavuna” com seu atual marido FONTE: http://blogdoprofessorpc.blogspot.com/2007/05/noivinha-da-pavuna-no-jl-mier_19.html Os alunos do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) da FACHA Méier, formandos do segundo semestre do ano passado, desenvolveram uma edição do JL Méier sobre a TV Tupi. Vale destacar a capa e a entrevista que a aluna Isabele Rangel fez com a "Noivinha da Pavuna", Leni Orsida Varela, destaque do programa "O céu é o limite", apresentado por J. Silvestre, nos anos 60. Belo resgate histórico. Agradecemos ao ex-aluno Jason Vogel que colaborou na localização da "Noivinha", que continua morando na Pavuna. Formatação: EDIVAL TOSCANO VARANDAS E-mail: [email_address] Obrigado Leni. Eu fui um dos que choraram e vibraram por você.