O documento discute o ensino semi-presencial, abordando suas vantagens e desafios. Algumas vantagens incluem a inclusão de mais estudantes, flexibilidade de horários e custo menor. Desafios incluem estudantes desmotivados, falta de tempo para estudar e falta de contexto no conteúdo. O documento também discute inovações no ensino presencial através de ferramentas da web 2.0 e LMS.
1. Panorama da aula semi-
presencial: desafios,
vantagens e dificuldades
Profa. Dra. Miroslava Hamzagic
Prof. Esp. Reuel Adimar Lopes
2. Em uma sociedade conectada, existem cada vez mais oportunidades de
educação a distância. Também chamada de EAD, a educação a
distância está presente em cursos técnicos, especializados e
graduações nas mais diversas áreas.
3. Com a introdução de Novas Tecnologias de
Informação e Comunicação - NTICs na
educação, principalmente associadas ao uso do
computador, provoca mudanças no
paradigma educacional, ou seja, o foco
está deixando de ser o ensino e passa a
centrar-se no aluno e na sua
aprendizagem.
4. • Portaria Nº 4.059, de 10 de Dezembro de 2004
• Resolução Nº 2, de 18 de Junho de 2007.
• Resolução Nº 3, de 2 de Julho de 2007.
Legislação
5. Regulamenta o oferecimento da carga horária de 20% em
disciplinas ou cursos na modalidade SEMIPRESENCIAL.
O Art. 1º As instituições de ensino superior poderão
introduzir, na organização pedagógica e curricular
de seus cursos superiores reconhecidos, a oferta de
disciplinas integrantes do currículo que utilizem
modalidade semi-presencial, com base no art. 81
da Lei n. 9.394, de 1.996, e no disposto nesta
Portaria. (MEC, PORTARIA 4.059).
PORTARIA Nº 4.059, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2004
6. As instituições de Ensino Superior podem oferecer as
disciplinas parcial ou integramente a distância, no Art. 1º,
Parágrafo 2º, desde que a oferta não ultrapasse 20%.
§ 2o. Poderão ser ofertadas as disciplinas
referidas no caput, integral ou parcialmente,
desde que esta oferta não ultrapasse 20 %
(vinte por cento) da carga horária total do
curso. (MEC, PORTARIA 4.059).
PORTARIA Nº 4.059, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2004
7. Art. 2º As Instituições de Educação Superior, para o atendimento do art. 1º,
deverão fixar os tempos mínimos e máximos de integralização curricular por
curso, bem como sua duração, tomando por base as seguintes orientações:
I – a carga horária total dos cursos, ofertados sob regime seriado, por
sistema de crédito ou por módulos acadêmicos, atendidos os tempos letivos
fixados na Lei nº 9.394/96, deverá ser dimensionada em, no mínimo, 200
(duzentos) dias de trabalho acadêmico efetivo;
II – a duração dos cursos deve ser estabelecida por carga horária total
curricular, contabilizada em horas, passando a constar do respectivo Projeto
Pedagógico;
RESOLUÇÃO Nº 2, DE 18 DE JUNHO DE 2007
8. III – os limites de integralização dos cursos devem ser fixados com base na carga
horária total, computada nos respectivos Projetos Pedagógicos do curso,
observados os limites estabelecidos nos exercícios e cenários apresentados no
Parecer CNE/CES nº 8/2007, da seguinte forma:
a) Grupo de Carga Horária Mínima de 2.400h:
Limites mínimos para integralização de 3 (três) ou 4 (quatro) anos.
b) Grupo de Carga Horária Mínima de 2.700h:
Limites mínimos para integralização de 3,5 (três e meio) ou 4 (quatro) anos.
c) Grupo de Carga Horária Mínima entre 3.000h e 3.200h:
Limite mínimo para integralização de 4 (quatro) anos.
RESOLUÇÃO Nº 2, DE 18 DE JUNHO DE 2007
9. d) Grupo de Carga Horária Mínima entre 3.600 e 4.000h:
Limite mínimo para integralização de 5 (cinco) anos.
e) Grupo de Carga Horária Mínima de 7.200h:
Limite mínimo para integralização de 6 (seis) anos. (MEC, RESOLUCAÇÃO Nº
2/2007)
RESOLUÇÃO Nº 2, DE 18 DE JUNHO DE 2007
10. Dispõe sobre procedimentos a serem adotados quanto ao conceito de
hora-aula.
Art. 3º A carga horária mínima dos cursos superiores é mensurada
em horas (60 minutos), de atividades acadêmicas e de trabalho
discente efetivo. (MEC, RESOLUÇÃO Nº 3/2007).
RESOLUÇÃO Nº 3, DE 2 DE JULHO DE 2007
14. “A educação é, antes de tudo, desenvolvimento de
potencialidades e a apropriação do “saber social”
(conjunto de conhecimentos e habilidades, atitudes
e valores que são produzidos pelas classes, em uma
situação histórica dada de relações para dar conta
de seus interesses e necessidades). Trata-se de
buscar, na educação, conhecimentos e habilidades
que permitam uma melhor compreensão da
realidade e envolvam a capacidade de fazer valer os
próprios interesses econômicos, políticos e
culturais” (GRYZYBOWSKI, 1986).
15. Novas metodologias de ensino e aprendizagem, como a
preconizada na Nova Escola (aprender a aprender), se
contrapõem à prática docente tradicional, que é centrada na
figura do professor, que atua como transmissor de
conhecimentos prontos a serem assimilados passivamente
pelos alunos (PINHEIRO E GONÇALVES, 2001)
16. Quadro 1: Principais diferenças entre o Ensino centrado no Professor e o Ensino Ativo
18. Interação e o Processo de Aprendizagem
Nas atividades interativas os alunos tendem a aprender mais,
com mais rapidez e prazer, demonstram maior aceitação e
respeito à ideia do colega. É necessário dar ênfase à
autoaprendizagem: incentivo a estudar e pesquisar de forma
independente, extraclasse, fortalecendo o aprendizado e
dinamizando a comunicação e a troca de informações entre
os colegas.
19. Interação e o Processo de Aprendizagem
A participação, ou intervenção, feita pelo professor poderá modificar a
mensagem, da mesma forma que as participações e intervenções dos
alunos. Desenvolve-se uma ação interativa por meio da proposição de
exercícios e provocações. Interatividade está relacionada à troca de
influências, ideias e permanente atualização do material a partir das
contribuições dos alunos (BELISÁRIO, 2003).
É necessário que os alunos se exercitem no sentido de reagir ao que é
apresentado, que situações de ensino preparadas pelo professor
sejam suficientemente estimulantes para provocar
reações nos alunos (GIL, 1997).
28. Segundo Prof. Waldomiro Loyolla, o Brasil é um país em que a
educação a distância tem muito potencial. “Possuímos dimensões
continentais, em que apenas 15% da população
adulta concluiu o ensino superior. O uso de
tecnologias de informação e comunicação possibilita uma maior
inclusão e acesso ao ensino superior, expandindo a oferta de vagas
em termos de número e da abrangência geográfica”.
30. O futuro do EAD no Brasil
No Brasil, o mercado da EAD está em expansão. Segundo
o Censo 2014 da EAD BR, feito pela Associação Brasileira de
Educação a Distância (ABED), em 2014 foram
oferecidos 25.166 cursos, que somaram 3.868.706 novas
matrículas. Desses cursos, a maior parte é de graduação,
com 42%, embora também existam mestrados, doutorados
e ensino fundamental baseados no EAD.
31. O futuro do EAD no Brasil
“A educação a distância tem crescido muito nos últimos
anos e tende a crescer ainda mais na próxima década, pois
há uma grande demanda social por educação superior”, diz
Loyolla. Mesmo com números expressivos, esse tipo de
ensino ainda sofre preconceito.
33. Inclusão
Isto [a EAD] permite
que o cidadão,
antes fora do ensino
superior, venha para
a universidade e, ao
mesmo tempo, a
universidade vá até
o aluno.
34. Inclusão Maria José dos Santos é
agricultora familiar no interior
da Bahia. De seu sítio, no
pequeno povoado de Maria
Quitéria, distrito de Feira de
Santana, hoje ela se conecta ao
mundo. Tem computador,
internet e usa muito bem essas
ferramentas da vida moderna,
para administrar os negócios e
facilitar o dia a dia.
http://bit.ly/1AXJDrj
35. Flexibilidade geográfica
“A EAD possibilita uma
flexibilidade temporal que
permite, por exemplo, que
alunos que trabalham em
diferentes períodos
possam compartilhar do
mesmo curso”, diz o Prof.
Waldomiro Loyolla, diretor
acadêmico da Universidade
Virtual do Estado de São Paulo,
instituição de ensino a distância
da capital paulista.
36. Flexibilidade de horários
Com o EAD, o aluno pode se organizar da
forma que achar melhor para estudar e
apreender o conteúdo oferecido pelo curso.
Como as aulas são realizadas pelas
plataformas on-line, o estudante necessita
somente de estar em um local com
computador e acesso à internet. Desde
modo, o EAD proporciona maior
autonomia para o aluno, que poderá
adequar a rotina do curso com as
outras atividades que exerce. Mesmo
para quem possui pouco tempo, com o EAD é
um jeito fácil e prazeroso de estudar.
http://bit.ly/2jWact7
37. Custo x benefício
Os cursos a distância não possuem
custos de deslocamento, transporte,
alimentação e são diminuídos até
quantias gastas com material. Na ponta
do lápis, um curso do EAD pode ser até cinco
vezes mais baratos do que os cursos
convencionais, tendo em vista todos os
gastos que o aluno teria durante toda a
duração do período em que estiver
estudando.
38. Qualidade
do ensino
Apesar de ser muito questionado, a
qualidade do EAD deve ser equiparado ao
mesmo de um curso presencial. Como em
qualquer instituição, a qualidade não
depende somente do método de ensino,
mas da gestão da instituição, do nível dos
professores contratados e da experiência
que a faculdade possui naquela área.
39. Possibilita
inserção de
estudantes
de todas as
camadas
sociais
Com a implantação dos cursos
EAD, a acessibilidade a uma
graduação ou especialização se
tornou mais concreta. Pessoas de
baixa renda ou que trabalham
em tempo integram podem se
dedicar a obtenção de um título
de acordo com a sua demanda e
rotina, fazendo com que mais
pessoas consigam se formar.
40. Conteúdos mais
interativos e
atualizados
O modo como as plataformas de EAD disponibilizam seu
conteúdo tornam o estudo mais ágil, conectado
constantemente com as novidades da área e
também da educação. Por disponibilizar o material no
ambiente virtual, este poderá ser acessado a qualquer hora e
concentrado principalmente no computador, sendo um conteúdo
de fácil armazenamento. As aulas também podem ser gravadas e
consultadas sempre que o aluno tiver necessidade..
43. Pouco tempo para estudar
Quem estuda a distância
geralmente o escolhe pelas
praticidades proporcionadas,
como não ter que se deslocar.
Ainda assim, na rotina agitada,
sempre falta tempo, inclusive
para estudar. Para encorajar o
aluno a realizar o curso e
encaixá-lo na agenda, o ideal é
dividir o conteúdo em pequenos
módulos. Assim, a falta de
tempo deixa de ser problema e a
qualidade de ensino é mantida.
44. Falta de contexto no conteúdo
Esse problema desmotiva o aluno a
estudar, sobretudo se o tempo dele
é curto. Contextualizar o conteúdo
com exemplos e exercícios práticos
baseados na realidade do aluno
agrega à experiência de
aprendizagem. Esse formato
possibilita fácil entendimento do
porquê de realizar aquele
treinamento e como isso irá lhe
beneficiar.
46. Inovações no ensino presencial: as ferramentas da web 2.0
associadas ao LMS
A pedagogia moderna preconiza que o aluno deve ser estimulado a buscar
soluções em grupo por meio dos recursos de interação, a fim de estimular
competências, tais como as capacidades cognitivas de avaliação, análise,
síntese, e não mais a simples memorização do conteúdo. Esta ideia foi
proposta anteriormente por diversos autores, entre eles Piaget (1975),
Vygotsky (1998), Freire (1986), que afirmam que o que caracteriza a
aprendizagem é o movimento de “um saber fazer” a “um saber”, o que não
ocorre naturalmente, mas por uma abstração reflexiva, processo pelo qual o
indivíduo pensa o processo que executa e constrói algum tipo de teoria que
justifique os resultados obtidos. Seria necessária uma ruptura na educação
tradicional para que estas abordagens sejam de fato implementadas na
educação.
47. Inovações no ensino presencial: as ferramentas da web 2.0
associadas ao LMS
O computador emerge como uma força para essa ruptura neste paradigma e
uma oportunidade promissora para acolher à demanda das escolas em
atender aos alunos e suas múltiplas inteligências, modelos e estilos de
aprendizagem distintos, já que com a utilização de tecnologias centradas no
aluno, pode-se customizar aquilo que os estudantes aprendem, de acordo com
Christensen et al (2009).
Entre os problemas mais comuns apresentados nos dias atuais nas salas de
aula, está a ênfase em distribuir informação ao invés de facilitar a
aprendizagem através de atividades adequadas às necessidades e preferências
dos alunos.
48. Inovações no ensino presencial: as ferramentas da web 2.0
associadas ao LMS
Um novo modelo de ensino e aprendizagem deve ter como foco principal a
motivação dos alunos. A motivação pode ser extrínseca (quando procede do
exterior da tarefa) ou intrínseca (quando o trabalho em si estimula e
impulsiona o indivíduo por ser agradável e prazeroso). Para tanto, é necessário
engajar os aluno no processo de aprendizagem, levando-os a assumir a
responsabilidade por seu aprendizado, criar e oferecer diversas oportunidades
e atividades de aprendizagem ativa, práticas e colaborativas para atender aos
diferentes estilos de aprendizagem (CHRISTENSEN etal, 2009).
49. Inovações no ensino presencial: as ferramentas da web 2.0
associadas ao LMS
O LMS (Learning Management System), ou Sistema Gerenciador do Processo
de Aprendizagem, tem por objetivo simplificar a administração de cursos. Este
sistema auxilia os alunos no planejamento individual de seus processos de
aprendizagem e permite que os mesmos colaborem entre si através da troca
de informações e conhecimentos. Para os supervisores e administradores, o
sistema faz o rastreamento de dados, disponibiliza informações, auxilia na
análise e gera relatórios sobre o progresso dos participantes (MAIA, 2010).
Trata-se de um software que automatiza a administração dos eventos de um
curso. Foi desenvolvido para lidar com cursos de múltiplas publicações e
múltiplos provedores. Normalmente, não inclui capacidade própria de autoria,
e sim foca compatibilidade com cursos criados por uma variedade de fontes
diversas.
50. As ferramentas de comunicação e
colaboração são instrumentos de
interação entre os diversos atores em
sistemas de informação educacionais.
Para Carvalho (2009) além das
ferramentas de avaliação, as ferramentas
de interação e comunicação interativa são
as mais importantes ferramentas de um
LMS. Porém, em um LMS é possível
encontrar inúmeras outras
funcionalidades, como as listadas na
tabela 1:
51. As ferramentas de comunicação e
colaboração são instrumentos de
interação entre os diversos atores em
sistemas de informação educacionais.
Para Carvalho (2009) além das
ferramentas de avaliação, as ferramentas
de interação e comunicação interativa são
as mais importantes ferramentas de um
LMS. Porém, em um LMS é possível
encontrar inúmeras outras
funcionalidades, como as listadas na
tabela 1: