4. Processo de colonização no Mato Grosso O processo de ocupação da Amazônia Mato-grossense se deu através de duas formas distintas: - Processo de ocupação do solo agrícola e dos núcleos urbanos , iniciado em 1975, realizado segundo um planejamento orientado quase que exclusivamente pelas companhias colonizadoras da região; - Processo de ocupação autônomo, voltado para garimpo de ouro , iniciado em 1970, que apesar de relativamente itinerante, a atividade propiciou o crescimento, fortalecimento e consolidação de vários núcleos populacionais marcando um novo ciclo de ouro.
5. Processo de colonização no Mato Grosso Com a construção da BR-163 , no início dos anos 70, mais de 200 famílias fixaram-se ao longo da estrada, a partir da margem esquerda do rio Peixoto de Azevedo até a divisa do Pará. Tal fato obrigou o INCRA, em 1975 , a desponibilizarflagrar as glebas Nhandu, Braço-Sul e Teles Pires, onde foram, posteriormente, implantados os Projetos de Assentamentos "Braço-Sul" e o Projeto de Assentamento "Peixoto de Azevedo ". Esses projetos visaram sobretudo regularizar a situação fundiária de posseiros na região, assentar 500 famílias de brasileiros que viviam no Paraguai , na divisa do Mato Grosso do Sul e, ainda, assentar 430 famílias de agricultores oriundos do Sul do país , invasores das reservas indígenas Nonoai e Ronda Alta. Do primeiro projeto, localizado no eixo Cuiabá/Santarém, na porção do extremo Norte, nasceu a cidade de Guarantã do Norte . Em Guarantã do Norte foram distribuídas 1.130 propriedades agrícolas familiares. Os núcleos urbanos criados para servir de suporte à área rural, alteraram-se com o desenvolvimento do garimpo na região somado à total falta de incentivos ao setor rural, sem crédito disponível e com grande dificuldade para a comercialização da produção.
6. 1989 – 1991 PROJETO POCONÉ CETEM/CNPq – CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL - RJ COORDENADOR DO GRUPO DE ESTUDOS BIOGEOQUÍMICOS DO PROJETO - Conjuntura política - movimento garimpeiro – USAGAL (José Altino, Ivo Preto, Dirceu) - Legislação mineral X garimpos - Mercúrio - “as Minamatas” brasileiras A visão da academia Posição da imprensa - O CETEM na construção do saber brasileiro
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9. 1992 – 1994 PROJETO ITAITUBA COORDENADOR CIENTÍFICO DO PROJETO INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES DO PROJETO ITAITUBA: CENTRO DE TECNOLOGIA MINERAL (CETEM) DEPARTAMENTO NACIONAL DE PESQUISA MINERAL (DNPM) INSTITUTO EVANDRO CHAGAS (I.E.C.) ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE (OPS) PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAITUBA (PARÁ) SECRETARIA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E MINERAÇÃO DO PARÁ (SEICOM) UNIVERSIDADE DE HEIDELBERG (ALEMANHA) UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ) 35 PESQUISADORES DAS CIÊNCIAS NATURAIS, SÓCIO-ECONOMIA E SAÚDE
13. PROJETO ITAITUBA Adicionalmente às análises de mercúrio total em peixes, realizadas no Brasil, foram realizadas também análises de metimercúrio em algumas amostras de peixes no National Institute for Minamata Disease no Japão, sendo constatado os seguintes percentuais de metilmercúrio em amostras do Rio do Rato:
14. 1995 – 1996 PROJETO TELES PIRES Progeagro/Fema/Metamat ( Estudo multidisciplinar Ambiental + Sócio-Econômico + Saúde) COORDENADOR TÉCNICO-CIENTÍFICO Refluxo da atividade garimpeira Quantificação e classificação de todos os garimpos operantes Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires Produção de ouro nos municípios de abrangência deste estudo( Kg). Fonte: BACEN
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16. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat
17. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Nos garimpos de baixão o rejeito do beneficiamento é lançado no terreno logo à saída da calha e segue por gravidade, segundo a topografia do terreno. Como a topografia do terreno, em geral, é plana, os rejeitos descartados se espalham por áreas consideráveis antes de atingir as drenagens .
18. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Garimpos de Pista Este método de lavra é usado na exploração dos aluviões situados nas margens dos rios de grande porte. Nos garimpos de pista, a remoção da cobertura vegetal (matas ciliares) e do estéril é feita para dentro do leito do rio. As calhas concentradoras instaladas nas margens do rios, lançam os rejeitos de beneficiamento na própria drenagem . Este método de lavra e beneficiamento, causa séria agressão física ao meio ambiente. A concentração do minério e a amalgamação são semelhante ao sistema usado nos garimpos de baixão.
19. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Garimpos de Balsa A extração de ouro nos leitos dos rios de grande porte da região se faz com a utilização de balsas com mergulhadores, dragas escariantes e escarilhança. A exploração se concentra, normalmente, a cerca de 1 a 3 m sob o leito do rio. Também o rejeito do beneficiamento é descartado no leito do rio próximo ao meio da balsa. Como a sucção da draga está situada abaixo, após este ponto do material grosseiro, que decanta rapidamente, é novamente succionado para beneficiamento.
20. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Garimpos de balsa No período do auge da produção de ouro chegou a ter aproximadamente 140 balsas, principalmente pela margem esquerda do rio Teles Pires nas imediações da futura "Reserva Ecológica do Apiacás"e que atualmente o número de balsa chega a 40. É uma atividade de alto risco e perigosa onde um bom mergulhador pode permanecer em baixo d'água até 3 horas. Geralmente ocorrem mortes devido ao corte das mangueiras que levam ar para o mergulhador. Nas balsas de mergulhos os mergulhadores ingerem aguardente de cana para suportar o frio enquanto estão submerso.
21. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Garimpos de Filões A exploração dos corpos filonianos é feita a céu aberto até uma profundidade média de 20 m . A partir dessa profundidade a lavra se torna inviável devido os altos custos de exploração e perigo de desabamento dos taludes. Estes fatores, aliados à falta de orientação técnica para o desenvolvimento de lavra subterrânea, tem ocasionado o abandono da maioria dos depósitos primários em exploração . Em alguns garimpos nota-se um bom planejamento das frentes de serviços, inclusive com a implantação de lavra subterrânea
22. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Procedência dos garimpeiros
23. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS Os dados foram levantados através de visita a todos os garimpos , além de entrevistas com 2.882 garimpeiros e demais categorias sociais do garimpo espalhadas por 145.500 Km2 , dos limites da província aurífera dos rios Teles Pires-Juruena, compreendendo os municípios: Matupá, Peixoto de Azevedo, Terra Nova, Guarantã do Norte, Paranaíta, Apiacás, Carlinda, Alta Floresta e seu distrito Alto Paraíso, Nova Bandeirantes, Nova Canaã do Norte e Nova Guarita.
24. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat SISTEMA DE REMUNERAÇÃO NO GARIMPO • trabalho por conta própria - O garimpeiro, quando trabalha em terreno devoluto é o dono da produção. Quando a terra não é devoluta, ao proprietário da terra cabe de 10 a 15% da produção. • sistema de "meia praça - O dono do garimpo fornece a alimentação e equipamentos; a produção é dividida em partes iguais entre o dono do garimpo e garimpeiros. Dessa produção desconta-se de 10 a 15% para o proprietário da terra. • trabalho agregado ou contratado - Do ponto de vista administrativo é o mais "evoluído". Os garimpeiros são organizados pelo dono do garimpo em grupo de 10 pessoas em torno de uma bomba de cascalho de 6" a 8" de boca, movida por motor a diesel. Ao dono do garimpo cabe fornecer as máquinas, o combustível e ainda a alimentação. A divisão é feita da seguinte forma: • 30% da produção é dividida entre os "peões-garimpeiros"; • 5% para o maquinista; • 5% para o gerente; • 10% para o dono do terrreno; e • 50% para o dono do garimpo.
25. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat
26. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Ocupação da Mão de Obra Feminina. Ocupação Qtde Cozinha 1392 Boite 143 Garimpo 3 Não Responderam 831
27. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Atividade Econômica Anterior à Garimpagem
28. 1995 – 1996 Diagnóstico dos impactos do garimpo de ouro na Bacia do Teles Pires Progeagro/Fema/Metamat Depois da malária, a incidência maior entre os garimpeiros é de doenças sexualmente transmissíveis, em terceiro lugar na escala de incidência, aparece anemia, hepatite, seguidas de perto pela hanseníase. Incidência de Doenças na População Garimpeira