Teste de Alelopatia com Folhas e Cascas de Árvores
1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE FLORESTAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS
IF103 – Prática de Ecologia Básica
Renata Pontes Araújo
Engenharia Florestal
201103535-8
Turma: P01
Professora Silvia Regina Goi
Seropédica, 8 de Fevereiro de 2013.
2. 2
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE FLORESTAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS
Relatório do Primeiro Trabalho Prático realizado na Disciplina
IF103 – Prática de Ecologia Básica.
ALELOPATIA
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Por Renata Pontes Araújo - Matrícula: 201103535-8
3º Período do Curso de Engenharia Florestal/UFRRJ.
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Introdução
“Alelopatia se refere a qualquer processo envolvendo metabólitos secundários produzidos
por plantas e microrganismos que influenciam o crescimento e desenvolvimento de sistemas
biológicos.” (Sociedade Internacional de Alelopatia, 1996.)
Uma vez, um naturalista romano verificou os efeitos danosos das nogueiras pretas nas
plantas que cresciam ao seu redor. Foi encontrada a jugalone, uma toxina que há nas raízes,
folhas e ao redor das sementes de nogueira. Esta toxina não mata tudo, mas afeta uma variedade
de plantas utilizadas em paisagismo.
À primeira vista, a alelopatia pode parecer algo negativo, que causa “dano”. Mas, se
pararmos para pensar melhor, pode-se utilizar a alelopatia para algo que beneficie o meio rural e,
até mesmo, o bem-estar dos seres humanos. Como, por exemplo, o manejo de plantas daninhas.
A exsudação natural de aleloquímicos bioativos existente em variedades alelopáticas,
devem ter potencial de controlar plantas daninhas. Desta maneira, poderia haver uma diminuição
do uso de herbicidas sintéticos, beneficiando os agricultores de maneira econômica e saudável, já
que reduz os custos de produção e riscos de contaminação humana e ambiental pelo uso de
herbicidas.
Havendo um estudo mais aprofundado sobre o assunto, pode-se utilizar a alelopatia para
o benefício e o manejo de outras espécies vegetais.
Objetivo
Este trabalho tem como objetivo pôr em prática os aprendizados recebidos em sala de
aula. Sendo assim, foi testada a influência de compostos químicos existentes nas folhas de pinus,
eucalipto, sabiá e casca de eucalipto, que possam ser liberados no processo de decomposição e
tenham potencial para afetar a taxa de germinação de sementes.
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Metodologia
No dia 25 de Janeiro de 2013, foram preparados quatro extratos aquosos, sendo um a
partir de folhas de pinus, outro a partir de folhas de eucalipto, outro a partir de folhas de sabiá e
mais um a partir de casca de eucalipto.
Para o preparo destes extratos aquosos, foram realizadas as seguintes etapas:
1. Pesou-se 10g de folhas/cascas;
2. Picou-se e triturou-se as folhas/cascas com 200mL de água destilada;
3. Filtrou-se a solução obtida;
Foram utilizadas sementes de alface como planta alvo. Estas sementes foram colocadas
para germinar em placas gerbox. O preparo destas placas ocorreu da seguinte maneira:
1. Forrou-se a placa gerbox com algodão;
2. Pipetou-se 10mL do extrato aquoso sobre o algodão na placa;
3. Colocou-se 10 sementes de alface sobre o algodão.
Este processo foi repetido 3 vezes, para cada extrato aquoso obtido. Sendo assim,
obtivemos 3 placas de gerbox, a cada 3 com um extrato aquoso diferente. Totalizando 12 placas
testadas.
A partir do dia 28 de Janeiro de 2013, foram feitas observações diárias (com exceção da
terça-feira, 29/01/2013) até o dia 1º de Fevereiro de 2013. Nesses dias, foram contados os
números de sementes germinadas por placas, observou-se também se houve mudanças externas
na coloração das sementes e na coloração das raízes.
Além disso, foram medidos os comprimentos das raízes e das partes aéreas da plântula,
observando se houve emissão de raízes secundárias e necrose das raízes.
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Resultado
Decorridos sete dias após o início do experimento, sendo quatro dias de observações,
obtivemos os seguintes resultados demonstrados na tabela abaixo:
Resultados do Teste de Alelopatia
Tratamento
Porcentagem de Germinação
Comprimento
da Raiz (cm)
Comprimento
da Parte
Aérea (cm)
Segunda
28/01/2013
Quarta
30/01/2013
Quinta
31/01/2013
Sexta
01/02/2013
Folha de
Eucalipto
40,0 96,7 100,0 100,0 1,16 +/- 0,36 3,8 +/- 0,49
Casca de
Eucalipto
63,2 96,7 96,7 96,7 0,92 +/- 0,34 3,4 +/- 0,29
Folha de Pinus 40,0 96,7 100,0 100,0 0,6 +/- 3,4 +/-
Folha de Sabiá 56,7 96,7 96,7 96,7 0,71 +/- 4,05 +/-
∑média 49,97 96,7 98,35 98,35 ____ ____
De acordo com a tabela, podemos visualizar que no terceiro dia após a iniciação do teste
(Segunda-feira, 28/01/2013), houve uma média de cerca de 50% das sementes de alface terem
germinado.
Na Quarta-feira (30/01/2013), todos os quatro tratamentos alcançaram um total de 96,7%
de germinação. Podemos dizer então, que ao quinto dia, eles se igualaram, em termos
quantitativos.
Ao finalizarmos o teste no último dia (Sexta-feira, 01/02/2013), vimos que houve uma
média de germinação de 98,35% das sementes de alface dentre os quatro tratamentos.
Quanto ao crescimento das raízes, houve um crescimento significativo no tratamento com
folha de eucalipto, podemos dizer o mesmo quanto ao crescimento da parte aérea.
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Conclusão
Ficou evidente que os quatro tratamentos não inibiram o crescimento da alface.
Entretanto, houve uma boa variação do tempo de germinação da semente, do comprimento da
raiz e da parte aérea da planta dentre os quatro diferentes tipos de tratamento.
No tratamento com a folha de pinus, podemos observar que, embora esteja faltando dados
na tabela, o comprimento da raiz chegou no máximo à 6 milímetros, enquanto que o
comprimento da parte aérea alcançou 3,4 cm. Com esta observação, podemos concluir que, de
alguma forma, o tratamento com a folha de pinus inibiu um pouco o desenvolvimento da raiz,
porém, mesmo assim, não houve impedimento para o crescimento da planta.
Quanto ao tratamento com folha de eucalipto, até o terceiro dia de observação, havia
germinado 40% das sementes, enquanto que no tratamento com a casca do eucalipto, mais de
50% já havia germinado. Porém, o comprimento da raiz e da parte aérea da planta, foram
maiores no experimento feito com as folhas do eucalipto.
Outra observação interessante a se fazer, é quanto ao tratamento com a folha de sabiá.
Neste, foi onde a planta obteve seu maior comprimento da parte aérea, porém, não foi o dos
maiores na raiz. Além disso, no primeiro dia de observação (Segunda-feira, 28/01/2013), ele foi
o que obteve o maior número de sementes germinadas. Mas ao chegar ao último dia de
observações, ele não havia alcançado a faixa dos 100% da germinação.
Contudo, não podemos tomar essa observação como padrão, já que, dentre as sementes,
poderia haver alguma semente “não fértil”. Entretanto, não foi feito nenhum exame nas sementes
que não germinaram para saber se a não-germinação ocorreu por conta de “infertilidade” ou
alelopatia. O que foi levado em conta neste trabalho foi somente o efeito alelopático.
Portanto, como houve germinação de mais de 50% das sementes, alcançando a marca de
quase 95% de germinação, podemos concluir que a influência de compostos químicos existentes
nas folhas de pinus, eucalipto, sabiá e casca de eucalipto, não causaram efeito alelopático na
germinação da alface, como mostra a tabela abaixo.
0 50 100 150
Folha de
Eucalipto
Casca do
Eucalipto
Folha de
Pinus
Folha de
Sabiá
Sexta
Quinta
Quarta
Segunda
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Referências bibliográficas
MORAES, P. V. D.; AGOSTINETTO, D. Alelopatia de espécies de cobertura na
inibição de plantas daninhas na cultura do milho, Revista Brasileira de Agroecologia, v. 4, n.
3 (2009).
MANO, A. R. O., Efeito alelopático do extrato aquoso de sementes de camaru
(Amburana cearensis S.) sobre a germinação de sementes, desenvolvimento, crescimento de
plântulas de alface, picão-preto e carrapicho, Dissertação de Mestrado, UFC (2006).
NASCIMENTO, W. M., Germinação de sementes de alface, Circular Técnica, Brasília,
DF (2002).