Dentística e Periodontia - Interrelação e Ajuste Oclusal
1. DENTÍSTICA II
INTERRELAÇÃO DENTÍSTICA-PERIODONTIA-OCLUSÃO
o O sistema estomatognático funciona como um conjunto de estruturas, a perda de função de uma delas causa danos às demais, levando a um “desarranjo” do sistema.
o Diagnóstico → Plano de tratamento:
Anamnese
Exame físico
Exame clínico
Exames complementares
o Plano de tratamento:
A doença e as alterações manifestam-se de maneira particular em cada indivíduo.
O diagnóstico é complexo e individualizado.
O tratamento deve objetivar a saúde e equilíbrio do sistema estomatognático, atuando nos níveis: Preventivo, interceptador e restaurador.
o Diagnóstico periodontal:
Tecido periodontal:
Periodonto de proteção → Gengiva marginal e inserida
Periodonto de sustentação → Osso alveolar e ligamento periodontal
o Interrelação: Periodontia X Dentística:
Localização das margens cervicais das restaurações (0,5cm aquém da margem).
Contornos axiais de coroas.
Manutenção do ponto de contato (Evitar que o processo mastigatório leve injúrias ao tecido não-queratinizado, entre os dentes, e inicie uma inflamação).
Acabamento e polimento (Causa proteção e evita que o material seja oxidado; Dificulta proliferação de placa bacteriana).
Resposta dos tecidos periodontais como resultado dos preparos realizados.
o Princípios biológicos e Localização da margem cervical:
Margem supra-gengival (LOCALIZAÇÃO IDEAL): Facilita a execução do preparo, acabamento, polimento e adaptação; Facilidade de higienização na interface dente-restauração.
Margem subgengival: Dificulta a visualização na adaptação, acabamento do preparo e restauração; Dificulta a higienização na interface dente-restauração pelo
paciente.
o Distâncias biológicas: “É uma entidade anatômica que representa união entre tecidos gengivais e as superfícies dentais, ou seja, é a união dento-gengival.”
o “Procedimentos que invadam as distâncias biológicas causarão mudanças no periodonto como sangramento e inflamação constante, recessões gengivais além de perdas de inserção e do nível ósseo.”
o Consequências da invasão do espaço biológico:
Inflamação gengival persistente: Aumento da papila e edema localizado
2. DENTÍSTICA II
INTERRELAÇÃO DENTÍSTICA-PERIODONTIA-OCLUSÃO
Dor sob a forma de sensibilidade gengival
Recessão gengival
Formação de bolsa, reabsorção óssea/mobilidade
o Agentes irritantes associados às restaurações:
Presença de biofilme microbiano
União dente/restauração incorreta
Produtos tóxicos liberados pelo material restaurador (Monômeros, metais, etc)
Traumas oclusais (Excessos de material)
o Agentes irritantes associados ao tecido periodontal:
Excesso de restaurações
Margens subgengivais
Perda de espaço
Invasão do espaço biológico
Traumas de oclusão
o Previamente aos procedimentos restauradores:
Remoção dos irritantes locais
Instrução sobre higiene oral
Ajuste oclusal
Procedimentos cirúrgicos
Pequenos movimentos ortodônticos
o Alternativas:
Cirúrgicas: Gengivectomia; Cunha proximal e distal; Cirurgias a retalho com ou sem osteotomia.
Ortodônticas: Extrusão ortodôntica induzida por expor as bordas da raiz para uma posição mais favorável.
Aumento de Coroa Clínica: Restabelecer o espaço biológico; Permitir o isolamento do campo operatório; Realizado em áreas não-estéticas.
Fraturas de esmalte e dentina: Conduta clínica para uma colagem de fragmento – Analisar se o dente está bem condicionado, hidratado e limpo, as condições clínicas do remanescente, o tempo é fator principal e importante para proliferação de bactérias causando injúrias pulpares e edemasiamento do periodonto. Quando a fratura invade o espaço biológico, faz tracionamento ortodôntico ou aumento de coroa clínica, dependendo do elemento dentário, devido à estética.
Cunha distal: Remoção do tecido com a preservação de quantidade suficiente de mucosa ceratinizada no último elemento do arco
Extrusão dentária:
Extrusão imediata: Em um único momento, com auxílio do fórceps e faz um pequeno avulsionamento.
Extrusão mediata: Lenta e rápida; Esse tratamento é ortodôntico.
Recuperação do espaço biológico: “Violação do espaço dento-gengival por meio de cárie, fratura, reabsorções radiculares, perfurações radiculares iatrogências” – Eliminação de bolsas periodontais; Recobrimento radicular de recessões em dentes portadores de prótese; Correção de mordidas
3. DENTÍSTICA II
INTERRELAÇÃO DENTÍSTICA-PERIODONTIA-OCLUSÃO
abertas; Aumento da espessura do septo ósseo interproximal de raízes muito próximas.
o Contornos axiais – Há as papilas gengivais, vestibular e lingual, ligadas entre si por um tecido não-queratinizado chamado “col”. O que protege esse “col” é o ponto de contato entre os dentes; Assim, em restaurações indiretas deve estar atento para o contorno axial, pois ou vai estar sem contato ou com contato excessivo (Em condições anormais), devendo ficar atento quanto a isso:
Contorno IDEAL: Deve-se tentar devolver a forma do elemento dentário dentro dos conhecimentos da anatomia. Assim, haverá um correto controle da placa e proteção dos tecidos gengivais.
Subcontorno: A falta de reconstrução da convexidade do terço cervical; É menos prejudicial do que o sobrecontorno; Os sulcos gengivo-marginais expostos ao traumatismo alimentar pode causar gengivite marginal.
Sobrecontorno: A constrição excessiva da curvatura do dente; “Demasiada” proteção ao tecido gengival o que impedirá o estímulo dos alimentos e a ação de auto-limpeza normais; O tecido começa a ficar fino e a inflamar associado ao acúmulo de placa; Procedimentos de higiene oral são incapazes de controlar a placa com consequente instalação de gengivite; Assim favorece o acúmulo de placa gerando a inflamação, necessitando de um acabamento e polimento deixando as superfícies mais lisas.
o Manutenção do ponto de contato (Retirar a cunha de madeira em uma restauração de amálgama pela vestibular ou lingual, já a resina composta está polimerizada, então não tem que obedecer a uma direção certa):
As faces proximais dos dentes devem sempre conservar o seu contorno natural para se relacionarem através das áreas de contato, a fim de manter o espaço necessário para o alojamento da papila interdental.
A função da cunha de madeira, e vantagem, é compensar a espessura da matriz.
Essas superfícies proximais são planas e convexas, onde a papila preenche a base das ameias e o espaço interdentário.
A falta do ponto de contato leva a um trauma alimentar direto, e já o excesso, causa retenção.
Em dentes anteriores, os pontos de contato são localizados no terço incisal das faces proximais.
Em dentes posteriores, os pontos de contato são localizados no 1/3 oclusal das paredes proximais (Mesial e distal) e metade vestibular do dente, no sentido vestíbulo-lingual, abaixo do vértice das cristas marginais, como forma de proteger a papila da impactação do alimento; Isso implica numa direção da cunha de madeira que deve ser línguo-vestibular.
Importância do uso do sistema matriz-cunhas e matrizes bem adaptadas.
Matrizes universais: Pré-fabricadas ou sistema porta-matriz.
Cunha de madeira: Devolve anatomia do contato.
4. DENTÍSTICA II
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o Contatos oclusais:
Forças oclusais:
Ligamento periodontal: Forças ao longo eixo do dente; Intensidade normal (Situação de trauma de oclusão)
Osso periodontal: Nenhum dano aos tecidos de suporte (Tecidos de suporte dos dentes sofrem danos reversíveis ou não)
o Trauma de oclusão:
Contato prematuro e ajuste até ser obtido estabilidade (Ponta de cúspide ocluindo na fossa do antagonista).
Checar contatos oclusais com papel carbono.
Gera a abfração.
DIMENSÃO
SENSIBILIDADE
TRATAMENTO
Lesão de profundidade inferior a 1mm
Sim
Remoção do fator etiológico, dessensibilização e proservação.
Lesão de profundidade inferior a 1mm
Não
Remoção do fator etiológico e proservação.
Lesão de profundidade superior a 1mm
Sim
Remoção do fator etiológico, dessensibilização, restauração e proservação.
Lesão de profundidade superior a 1mm
Não
Remoção do fator etiológico, restauração e proservação.
o Checa-se a oclusão após restaurações, procurando que ela seja mutualmente protegida:
Em RC e MIH buscando pela ORC (Posição em que o côndilo coincide com a máxima intercuspidação), porém isso é quase impossível.
Movimentos de lateralidade, verificando os lados de balanceio e trabalho em protrusão com a guia incisal, desocluindo os anteriores.
Caso se verifique algum contato prematuro ou interferência, deve-se fazer o ajuste imediato (Feito com pontas velhas para que não tenha muito desgaste, e também com discos abrasivos, sendo como primeira escolha este último)
o Contato clinicamente aceitável:
Que ele seja puntiforme
Próximo ao centro do elemento dentário
Mesma intensidade de cor dos dentes vizinhos
Não deve ser percebido pelo paciente (Esse é o critério que devemos usar, pós- restauração para fazer o ajuste oclusal).
Marcar com carbono todo o hemiarco de anterior para posterior (Contatos em todos os elementos dentários)
O ponto de contato deve ser estável, ou seja, não deve defletir a mandíbula ou dificultar os movimentos (Às vezes, para o paciente está aparentemente
5. DENTÍSTICA II
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confortável após uma restauração, porém pode ter sido feito um novo contato e ele ser prematuro, e estar defletindo no movimento da mandíbula e achando uma nova posição, por isso é importante a checagem do carbono)
Ter maior número e maior distribuição possível desse contato ao longo do arco dentário.
o Ajuste oclusal:
Pode ser realizado por acréscimo ou desgaste (É muito mais interessante fazer acréscimo do que desgaste, pois se desgastou tem como repor lentamente para repor o ajuste e se desgastar além do que deve, pode causar mais problemas).
Com pontas diamantadas velhas, douradas ou multilaminadas em baixa rotação.
o Princípios de ajuste oclusal em dentística:
Dar aos contatos das restaurações as “características clínicas aceitáveis”, ditas acima.
Por causa de colapso de oclusão ou grandes desgastes nos dentes anteriores, no caso do “bruxismo”, o paciente fica em contato quando ele protrui, os dentes anteriores se tocam e desocluem os posteriores, porém no caso do bruxismo, o paciente perde todas as guias incisais anteriores, aí quando protrui, continua se tocando os posteriores e nesse momento, tem que ter muito cuidado na checagem dos movimentos.
o Acabamento e polimento:
Visa dificultar a formação do biofilme.
A superfície das restaurações deve ser o mais lisa possível para limitar o acúmulo de placa.
Todos os materiais colocados no meio gengival devem ter a mais alta capacidade de polimento (O mais polido que seja ainda apresenta rugosidade mínima e favorece um pequeno acúmulo de placa)
Escolha dos materiais:
Acabamento: Pontas ou brocas multilaminadas
Polimento mais simples: Água com pedra pomes fazendo uma pasta grossa e passa com uma taça de borracha e depois, pó de óxido de zinco com álcool.
Polimento mais sofisticado: Sequência das taças – Marrom, verde e azul.
Superfícies ásperas na região subgengival causam aumento do acúmulo do biofilme e inflamação gengival.