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A vida continua,
apesar das crises
Conselho Editorial
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Editorial
Revista Canavieiros - Abril de 2009
H
á os que dizem que o pior da crise já pas-
sou e os que acham que o pior ainda está
por vir. Enquanto essa discussão corre
entre autoridades do setor, a vida do produtor rural
não para e é preciso produzir para viver. Mas em
que condições hoje o produtor está trabalhando?
Para tranquilizar um pouco esses trabalhado-
res, a Revista Canavieiros traz em entrevista neste
mês de abril o vice-presidente de Agronegócios
do Banco do Brasil, Luís Carlos Guedes Pinto, que
contou sobre o novo modelo para o crédito rural
que está em estudo e que deve trazer mudanças
profundas.
A seção Notícias Canaoeste apresenta o pro-
grama CNA em Campo, lançado pela presidente
da CNA (Confederação daAgricultura e Pecuária
do Brasil) e do Conselho Deliberativo do SENAR
(Serviço Nacional deAprendizagem Rural), sena-
dora Kátia Abreu, durante encontro em Ribeirão
Preto, com produtores e lideranças da região, no
dia 27 de março.
Já a Copercana realizou sua AGO (Assembléia
Geral Ordinária) no auditório da Canaoeste. Duran-
te o encontro, que contou com a participação de
diretores e cooperados, foi apresentada a presta-
çãodecontasdaadministraçãodoexercíciode2008.
Ainda em Notícias Copercana, a Canavieiros
mostra como foi a visita de funcionários da Mars
Snackfood, uma empresa multinacional da área de
alimentos, à Uname (Unidade de Grãos da Coper-
cana). Essa visita fez parte do treinamento que a
empresa realizou pela primeira vez no Brasil.
A Copercana, a Canaoeste e Cocred emAção
promoveram no início deste mês um show com o
cantor Daniel em prol do Hospital do Câncer de
Barretos. Este evento é realizado há três anos e
reúne, além do sistema, empresários e produtores
de Sertãozinho.
O destaque deste mês foi o “Grito pela Produ-
ção e Emprego”, um movimento organizado pelo
Ceise BR e Sindicato dos Metalúrgicos e contou
A vida continua,
apesar das crises
com o apoio da Canaoeste, Sindicato do Comér-
cio, Sindicato de Massas, Sindicato dos Motoris-
tas, ACIS (Associação Comercial e Industrial de
Sertãozinho), CDL (Câmara de Dirigentes Lojis-
tas) e Prefeitura Municipal de Sertãozinho.
Também tivemos o encontro realizado em Iga-
rapava, em que Faesp e OAB firmaram parceria
para defender os direitos dos agricultores. O even-
to foi presidido por Fábio Meirelles, presidente
do Sistema Faesp-Senar, e também contou com a
presença de Luiz Flávio Borges D’urso, presiden-
te da OAB de São Paulo.
A Reportagem de Capa deste mês destaca a
16ª edição da Agrishow, maior feira de tecnologia
agrícola da América Latina, que será aberta no dia
27 de abril e se estende até o dia 2 de maio. O
presidente da Agrishow, Cesário Ramalho da Sil-
va, que também assina um artigo sobre o evento,
fala sobre a importância do produtor rural ir até a
feira, principalmente neste momento de crise para
se informar e conhecer as novidades do setor. Os
organizadores mantém o otimismo, apesar de o
evento acontecer sob um cenário de crise.
Em Assuntos Legais, o advogado da Canao-
este, Juliano Bortoloti, alerta todos os proprietári-
os ou possuidores rurais sobre os prazos, refle-
xos e conseqüências do georreferenciamento de
imóveis rurais, que nada mais é do que uma des-
crição do imóvel rural utilizando informações ge-
radas por satélite.
Para finalizar, em artigo técnico, os pesquisa-
dores Luiz Carlos de Almeida, Erich Stingel e Enri-
co De Beni Arrigoni apresentam o monitoramento
e controle do Sphenophorus Levis, mais conheci-
do como bicudo da cana, principal praga da cana-
de-açúcar.
Além disso, você também poderá ler outras
notícias do setor em “informações setoriais” com
o Engenheiro Agrônomo OswaldoAlonso, asses-
sor técnico da Canaoeste.
Boa leitura!
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Agrishow é tecnologia
CesárioRamalhodaSilva
presidente da Agrishow e
daSRB
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Notícias
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Notícias
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Canaoeste
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- Balancete Mensal
-CNAouveliderançasruraisemRib.Preto
Mesmo sob crise, a
Agrishow espera
superar 2008
Maior feira de tecnologia
agrícola da América Latina
acontece de 27 de abril a 2
de maio e estima gerar R$
870 milhões em negócios
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Copercana
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- Unidade de Grãos da Copercana
recebe visita de funcionários de
empresa multinacional
- Copercana realiza AGO de 2008
- Cocred em Ação, Copercana e
Canaoeste promovem show em prol do
Hospital do Câncer de Barretos
CONSECANA
DESTAQUE
ASSUNTOS
LEGAIS
INFORMAÇÕES
SETORIAIS
ROTAÇÃO DE
CULTURAS
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BIBLIOTECA
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CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
FOTOS:
Carla Rossini
Rafael H. Mermejo
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues,
Carla Rossini, Daniel Pelanda,
Janaina Bisson, Letícia Pignata,
Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora
TIRAGEM:
12.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
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Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
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www.revistacanavieiros.com.br
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Luís Carlos Guedes Pinto
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Pragas e Doenças
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Crédito rural:
reformulações à vista
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Crédito rural:
reformulações à vista
Luís Carlos Guedes Pinto
Entrevista
Cristiane Barão
Luís Carlos Guedes Pinto
Crédito rural:
reformulações à vista
Vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil
U
m novo modelo para o
crédito rural está no for-
no e de sua elaboração
participa um grupo formado por
integrantes do governo, do setor
produtivo e bancário. Mesmo
sem data marcada para sua en-
trega, a proposta deve trazer mu-
danças profundas, na opinião do
vice-presidente deAgronegócios
do Banco do Brasil, Luís Carlos
Guedes Pinto.
Segundo Guedes, que já foi
ministro da Agricultura, a ques-
tão central a ser tratada na pro-
posta “é a mitigação dos riscos,
para garantir agentes interessa-
dos em financiar o agronegócio
e proporcionar proteção aos pro-
dutores contra grandes oscila-
ções de renda, garantir a eles
uma remuneração que cubra mi-
nimamente seus custos de pro-
duções e lhes ofereça margem de
ganho. Também deve ser con-
templada a simplificação do pro-
cesso de crédito”.
Leia, a seguir, a entrevista que
ele concedeu à Canavieiros por
e-mail.
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Entrevista
“
"As bases do atual modelo (de crédito
rural) foram estabelecidas em meados da
década de 60 quando a realidade era
completamente diferente"
“
"A solução para
debelar a cultura de
renegociação de dívidas
está relacionada ao
aprimoramento do
crédito rural"
Canavieiros: O setor produtivo
alega que o modelo atual de crédi-
to rural está esgotado: há falta de
dinheiro, custo elevado das opera-
ções e ineficiência na aplicação dos
recursos. É possível fazer algum
ajuste ou só mesmo elaborando um
novo modelo?
Luís Carlos Guedes Pinto: Os re-
presentantes do setor produtivo têm
razão quanto à defasagem do forma-
to de crédito rural brasileiro. As ba-
ses do atual modelo foram estabele-
cidas em meados da dé-
cada de 60 quando a re-
alidade era completa-
mente diferente. Há uma
convergência muito
grande de posições dos
agentes do setor quan-
to à necessidade de se
pensar em novas regras para reger
as relações financeiras no agronegó-
cio. Há mudanças profundas a serem
feitas, mas a real dimensão dos ajus-
tes depende das conclusões dos es-
tudos que estão sendo feitos.
Canavieiros: O governo, por
meio do Ministério da Agricultura,
já iniciou um trabalho para a rees-
truturação do crédito rural. Há pre-
visão de quando a proposta será
apresentada?
Guedes: Existe, de fato, um gru-
po encarregado de analisar profun-
damente a questão e apresentar pro-
postas, sob coordenação do Minis-
tério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Foi constituído no
final de 2008 e dele participam tam-
bém representantes do Ministério
da Fazenda, da Federação Brasileira
de Bancos, da Confederação Nacio-
nal da Agricultura
e do Banco do
Brasil. Não foi es-
tabelecida uma
data limite para a
conclusão dos
trabalhos, porque
se pretende elabo-
rar uma proposta
bastante consis-
tente e que con-
temple o máximo de variáveis possí-
vel. De qualquer forma, há um senti-
mento de urgência entre as institui-
ções envolvidas, que esperam atuar
em uma nova dinâmica o mais rapi-
damente possível.
Canavieiros: Na opinião do senhor,
o que a proposta poderá trazer?
Guedes: Entendo que a questão
central a ser tratada é a mitigação
dos riscos, para garantir agentes in-
teressados em financiar o agrone-
gócio e proporcionar proteção aos
produtores contra grandes oscila-
ções de renda, garantir a eles uma
remuneração que cubra minimamen-
te seus custos de produções e lhes
ofereça margem de ganho. Também
deve ser contemplada a simplifica-
ção do processo de crédito.
Canavieiros: A certeza de uma
renda mínima é um sonho para o
agricultor. Mas como isso é possí-
vel se existem elementos sobre as
quais ele não tem controle, como
clima e preços internacionais de
produtos agrícolas? Que recursos o
mercado financeiro tem a oferecer?
Guedes: O segredo está justa-
mente em neutralizar essa volatilida-
de sobre a qual você fala. O produ-
tor não controla o clima, é óbvio, mas
pode contratar um seguro para sua
lavoura. Há boas perspectivas e mui-
tas ações possíveis para expandir o
mercado segurador. O produtor tam-
bém não é capaz de interferir nas leis
de oferta e procura
de produtos agrí-
colas, no compor-
tamento do câmbio
ou no preço de in-
sumos, mas pode
fechar uma opera-
ção em bolsa para
definir o preço do
produto que colhe-
rá no futuro. São
possibilidades que precisam ser tra-
balhadas, inclusive no aspecto cul-
tural, pois o agricultor costuma ima-
ginar que transações em bolsa são
complicadas. Mais que isso, pode
concluir, em função da crise finan-
ceira mundial, que operações com de-
rivativos são de altíssimo risco,
quando não é bem assim. A pessoa
tem a possibilidade de apenas prote-
ger o preço ou de especular com
eventuais melhorias dos valores. Na
especulação o risco existe e pode ser
elevado. Em resumo, ao utilizar me-
canismos para proteger a produção
e o preço, é possível proporcionar
ganho mínimo para o pro-
dutor. Outra consequên-
cia positiva é a melhoria
da qualidade do crédito.
Os agentes financeiros
passam a ter mais segu-
rança de retorno do capi-
tal emprestado e, assim,
podem emprestar mais.
Canavieiros: O que o Brasil pode
aprender com os demais players do
mercado internacional nessa ques-
tão do crédito rural?
Guedes: É importante saber o que
acontece no restante do mundo, pois
o agronegócio está inserido na eco-
nomia globalizada. No processo de
produção agropecuária o Brasil é ex-
tremamente competitivo e possui po-
sição de destaque no cenário mundi-
al. No mercado internacional, pode-
mos aproveitar bons exemplos de po-
líticas de fortalecimento ao setor,
como o da Austrália, que nos perío-
dos de boas receitas constitui fun-
dos de recursos destinados a enfren-
tar eventuais ciclos de dificuldades,
oriundos de problemas climáticos ou
de mercado. Podemos também citar
o modelo americano, que massificou
a utilização dos instrumentos de pro-
teção de renda, com a proteção de
quase a totalidade da safra sendo re-
alizada na bolsa.
Canavieiros: O setor rural está
sempre dependendo de renegociação
de suas dívidas. A última foi no ano
passado. Por que isso acontece?
Guedes: A renegociação de dívi-
das rurais é um problema crônico no
Brasil e seus efeitos são nocivos
para o meio rural. A prática decorre
de crises no setor agrícola, em que
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o governo se viu diante de situa-
ções limites, quando tinha pouca ou
nenhuma margem de manobra para
socorrer a classe produtora. Só para
situar no tempo, a primeira renego-
ciação ocorreu após o Plano Cruza-
do, quando houve congelamento de
preços, aumento de importações e,
por consequência, diminuição da ca-
pacidade de pagamento dos produ-
tores rurais. Na sequência, a infla-
ção se acentuou e foram editados
outros planos econômicos. Todas
essas circunstâncias foram usadas
como justificativa para pedir mais
fôlego financeiro para o setor. O ob-
jetivo dessas renegociações sempre
foi dar conforto financeiro ao deve-
dor, com encargos baixos nas ope-
rações. O problema é que os recur-
sos que poderiam financiar de for-
ma mais ampla o setor produtivo,
acabam comprometidos com as ope-
rações de endividamento, já que os
bancos brasileiros cumprem as re-
comendações do Acordo de Basiléia
para assegurar a saúde financeira do
sistema bancário. Isso significa fa-
zer provisões para créditos de liqui-
dação duvidosa numa proporção
que cresce com o agravamento do
risco do cliente. O reescalonamento
de dívidas amplia o risco da opera-
ção e também dificulta o acesso a
novos créditos para financiamento
enquanto persistir a renegociação.
Canavieiros: Há uma solução
definitiva para as dívidas antigas
do setor agrícola?
Guedes: Asolução para debelar a
cultura de renegociação de dívidas
está relacionada ao aprimoramento
do crédito rural, sobre o qual acaba-
mos de comentar. Estamos falando de
separar o risco bancário, próprio da
operação financeira, do risco da ati-
vidade agropecuária. Há muitas vari-
áveis envolvidas e, por isso, o novo
modelo precisa ser construído com
ampla participação das entidades re-
presentativas do setor, da cadeia dos
diferentes produtos, dos ministérios
responsáveis pela definição das po-
líticas para o setor, dos membros das
comissões de agricultura do Senado
e da Câmara e de movimentos soci-
ais, entre outros.
Entrevista
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Opinião
Pequenas melhoras
Pequenas melhoras
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*
A
pesar dos levantamentos indi
carem ligeira reação no desem
penho do agronegócio no mês
de março, o cenário para o setor deve
ser analisado pensando mais à frente.
É cedo ainda para arriscar se os resul-
tados do último mês são o início de uma
reação - e torcermos para que seja, mas
o quadro ainda inspira cuidados e de-
manda planejamento de políticas pú-
blicas que possam reduzir a duração
da crise e garantir a produção futura.
Entre as boas notícias de março
estão as exportações do setor, que to-
talizaram US$ 4,79 bilhões, um cresci-
mento de 0,3% sobre o mesmo período
do ano passado. A receita foi maior
porque o volume exportado cresceu,
enquanto os preços permaneceram em
patamares mais baixos. No entanto, o
bom resultado de março não impediu
que o trimestre fechasse no vermelho:
as exportações foram de US$ 12,595
bilhões, com queda que 9,4% em rela-
ção ao mesmo período de 2008. Alguns
setores exportaram mais no período,
evitando que a queda fosse mais acen-
tuada, como os complexos soja e o su-
croalcooleiro.
Outro indicador positivo em março
refere-se ao nível de emprego na indús-
tria paulista, que voltou a crescer de-
pois de cinco meses de queda. O cres-
cimento em março foi de 0,31%, puxa-
do principalmente pela criação de cer-
ca de 27 mil vagas nas indústrias de
açúcar e álcool, por conta do início da
safra, enquanto os demais setores de-
mitiram 20 mil. No trimestre, o saldo foi
negativo: perda de 66,5 mil vagas na
indústria paulista.
Em relação à renda agrícola, obtida
pela multiplicação da quantidade pro-
duzida pelo preço recebido pelos agri-
cultores, a estimativa para este ano, se-
gundo o Ministério daAgricultura, com
dados apurados em março, é de R$
153,84 bilhões, 4,45% abaixo da obtida
em 2008, que atingiu R$ 161 bilhões.
Antes de março, o ministério estimava
perdas maiores. Em janeiro, os dados
indicavam queda de 8,8%, em valores
reais (já descontada a inflação) e, em
fevereiro, perda de 6,2%.
Apesar desses números positivos
no geral no mês passado, as dificulda-
des persistem na maioria das cadeias
produtivas e as conseqüências pode-
rão ser sentidas por várias safras.A pró-
pria CNA(Confederação daAgricultu-
ra e Pecuária do Brasil) está orientando
os produtores a colocar o pé no freio
neste plantio. Para a entidade, além do
endividamento do produtor, há um ou-
tro agravante: a crise, além de ter gera-
do falta de crédito, poderá reduzir o con-
sumo mundial e se houver produção
recorde, pode não haver comprador.
Assim, o momento é de muita cau-
tela e estratégia. Não podemos esmo-
recer apenas porque os indicadores
apresentaram uma pequena melhora.
Continuam necessárias medidas de
estímulo ao agronegócio como um
todo, como a melhoria da infraestrutu-
ra, a redução da carga tributária, o tra-
tamento igualitário para os setores, já
que alguns já obtiveram respaldo do
governo, acesso ao crédito e juros mais
amenos. Não podem ser esquecidas as
dificuldades dos pequenos e médios
produtores, que estão presentes em
todas as cadeias, apesar de, para eles,
os entraves serem maiores.
Foi com esse intuito - de mostrar que
apesar de o setor sucroenergético apre-
sentar, no geral, bom desempenho, tam-
bém há dificuldades na cadeia - que
Sertãozinho realizou na quinta-feira o
GritopeloEmpregoepelaProdução.Foi
um movimento pacífico de empresári-
os, trabalhadores e produtores para rei-
vindicar atenção e medidas por parte
do governo federal. Apesar de alguns
indicadores terem melhorado, a crise
continua instalada e o que for feito agora
- ou deixar de ser feito - terá reflexos por
um bom tempo.
*presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores
de Cana do Oeste do Estado de
São Paulo)
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Unidade de Grãos da
Copercana recebe visita
de funcionários de empresa
multinacional
Notícias
Copercana
Unidade de Grãos da
Copercana recebe visita
de funcionários de empresa
multinacional
N
odia23demarçoaUname(Uni-
dade de grãos da Copercana)
recebeu a visita de funcionári-
os da Mars Snackfood, multinacional da
área de alimentos. A visita fez parte do
treinamentoqueaempresarealizoupela
primeira vez no Brasil, voltado aos fun-
cionários de suas diversas unidades do
mundo, entre eles chineses, russos,
americanos e africanos.
O treinamento foi dividido em três
etapas. Na etapa de campo os repre-
sentantes do Departamento Técnico
do Amendoim da Copercana acompa-
nharam a comitiva até uma área de
plantio de um cooperado na região
de Sertãozinho, onde a comitiva co-
nheceu os três processos de plantio,
arranquio e colheita. Ainda no cam-
po, o especialista em amendoim John
Takash, da Mars Snackfood, minis-
trou um treinamento para os partici-
pantes sobre a importância funda-
mental desta etapa na qualidade da
produção do grão.
Na segunda parte, os participantes
visitaram na Unidade de Grãos da Co-
percana e foram recebidos pelo geren-
te da unidade, Augusto Cesar Strini
Paixão, que acompanhou e explicou os
processos de descarregamento, pré-
limpeza, secagem, armazenamento e o
controle de qualidade realizado pelo
laboratório. Também foi detalhado o
processo de rastreabilidade do amen-
doim desde o campo.
Na terceira etapa, os participantes
foram à empresa CAP Agropecuária e
Industrial Ltda - Dumont, onde conhe-
ceram o processo de beneficiamento do
amendoim (retirada dos grãos das va-
gens) e blancheamento (retirada da
película dos grãos), além de todo o con-
trole de qualidade aplicado durante a
produção.
Otreinamentofoifinalizadocomum
jantar de confraternização oferecido
pela Mars aos visitantes.
Especialista fala a produtores
do projeto amendoim
No dia 20, JohnTakashi, especi-
alista em amendoim da multinacio-
nal MARS SnackFood , falou aos
produtores brasileiros durante trei-
namento realizado pela Uname deno-
minado “A Importância da Rastrea-
bilidade, Qualidade e Sustentabilida-
de na Comercialização do Amendo-
im para Exportação”.
John apresentou diversas experi-
ências da cultura de amendoim nos
EUA, também mostrou ao produtor
brasileiro as necessidades de qualida-
de exigidas para o amendoim pela mul-
tinacional, apresentou as especifica-
ções do amendoim para exportação e
apontou como o produtor pode me-
lhorar a qualidade do amendoim en-
tregue na cooperativa e aumentar seus
lucros . Os produtores também pude-
ram trocar experiências com o especi-
alista americano.
O gerente da Unidade de Grãos,
Augusto César Strini Paixão, também
participou do treinamento esclarecen-
do dúvidas e informando ao produtor
quais as exigências para exportação de
amendoim.As especificações são bas-
tante rígidas: por exemplo, nenhum
material estranho (pedra, pau, vidro e
metal) é tolerado no lote de amendo-
im, pois o mesmo é enviado diretamen-
te para linhas de produção final.
John Takashi também comentou
sobre o elevado potencial do Brasil
como produtor de amendoim devido à
grande quantidade de áreas principal-
mente na renovação de canaviais.
As equipes técnicas de campo e
de qualidade da Copercana tem traba-
lhado com vários tipos de treinamen-
to com a finalidade de orientar o pro-
dutor para a produção de amendoim
de alta qualidade.
A comitiva visitou uma área de plantio de um
cooperado na região de Sertãozinho
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Copercana realiza
AGO de 2008
Notícias
Copercana
Copercana realiza
AGO de 2008
Carla Rodrigues
E
m 2008, a Copercana comple-
tou 45 anos de atuação no
mercado por meio de muito
trabalho e dedicação. Prova disso, é
a realização da AGO (Assembleia
Geral Ordinária), que acontece todos
os anos para expor aos cooperados
às demonstrações do que vem sen-
do realizado pela diretoria da coope-
rativa.
AAGO foi realizada no dia 23 de
março no auditório da Canaoeste e
contou com a participação de seus
diretores e cooperados. À mesa es-
tavam presentes Marcos Molezin
(Controladoria), ClóvisVanzella (Ju-
rídico), Pedro Esrael Bighetti (dire-
torCopercana),ManoelOrtolan(pre-
sidente da Canaoeste e diretor da
Copercana) e Antônio Eduardo To-
nielo (presidente da Copercana).
Durante a assembléia foi apresen-
tada a prestação de contas da admi-
nistração do exercício de 2008. O faturamen-
to do exercício de 2008 foi de R$
481.782.810,01 (quatrocentos e oitenta e um
milhões, setecentos e oitenta e dois mil, oi-
tocentos e dez reais e um centavo).
12. Cocred em Ação, Copercana e
Canaoeste promovem show em prol
do Hospital do Câncer de Barretos
Notícias
Copercana
Cocred em Ação, Copercana e
Canaoeste promovem show em prol
do Hospital do Câncer de Barretos
Carla Rossini
A
Cocred em Ação, Copercana e
Canaoeste promoveram no úl-
timo dia 9 de abril, no Clube de
Campo Vale do Sol, um show com o
cantor Daniel. Toda renda -R$ 250 mil -
foi destinada ao Hospital do Câncer de
Barretos. A iniciativa é realizada há três
anos e reúne, além do sistema, empre-
sários e produtores de Sertãozinho.
O hospital atende diariamente 2.500
pacientes de todas as regiões do país e
depende do apoio financeiro de pes-
soas e empresas conscientes de suas
responsabilidades sociais para conti-
nuar a missão de salvar vidas.
Para o presidente da Copercana,An-
tonio Eduardo Tonielo, é uma obrigação
ajudar a fundação. “Temos condições
melhoresesaúdepararealizarmoseven-
tos como esse. É uma obrigação ajudar
essa causa tão nobre”, afirmou Tonielo.
Já o presidente do Hospital do Cân-
cerdeBarretos,HenriquePrata,lembrou
que “existem outros shows em prol do
hospital, mas nenhum nos moldes do
organizado pelo sistema. Este show é
campeão em arrecadação”, disse Prata.
O cantor, que entusiasmou o públi-
cocomsimpatiaetalento,tambémagra-
deceu a presença de todos. “Quem está
fazendo o show aqui são vocês que se
sensibilizaram e estão ajudando quem
mais precisa”, afirmou.
Show de Daniel lotou o Clube de Campo Vale do Sol e arrecadou R$ 250 mil
· 99% dos atendimentos são do SUS
· Pacientes de 1.214 municípios
· São realizados 2.500 atendimentos por dia
· São servidas 6.000 refeições por dia
· São lavados 2.000 kg de roupas por dia
· O hospital possui 2 alojamentos especiais para crianças
· 27 Estados atendidos (todo o país em 2007)
· R$ 2,5 milhões (déficit operacional ao mês)
· 407.231 atendimentos em 2007 para 46.276 pacientes
· 10 alojamentos para adultos com capacidade para 600 pessoas
Números do Hospital do
Números do Hospital do
Números do Hospital do
Números do Hospital do
Números do Hospital do
Câncer de Barretos
Câncer de Barretos
Câncer de Barretos
Câncer de Barretos
Câncer de Barretos
Pedro Esrael
Bighetti, Daniel,
Manoel Ortolan,
Antônio Tonielo e
Henrique Prata
Mais de mil pessoas prestigiaram o show
Daniel, Antônio Tonielo,
Henrique Prata e Sr.
Camilo agradecem a
presença de todos
13.
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Notícias
Canaoeste
Consecana
A qualidade média da matéria-prima entregue pelos Fornecedores de Cana do Estado de São Paulo, na Safra 2008/2009
foi a seguinte: Cana processada: 109.125.765 toneladas; Pol da Cana = 14,49; Pureza do Caldo = 86,39; Fibra da Cana =12,66;
ARC = 0,57; ATR = 143,25 e Fator K = 0,9944.
A seguir, informamos a curva de comercialização praticada na safra 2008/2009 do Açúcar de Mercado Interno (ABMI),
Açúcar de Mercado Externo Branco (ABME), Açúcar VHPde Mercado Externo (AVHP), EtanolAnidro Carburante (EAC),
Etanol Hidratado Carburante (EHC), Etanol Anidro destinado à Industria (EAI), Etanol Hidratado destinado à Industria
(EHI), Etanol Anidro Exportado (EAE) e Etanol Hidratado Exportado (AHE).
A alíquota de IPI apurada pelo CEPEA foi de 3,6626% ajustando o fator para cálculo do preço líquido do Açúcar de
Mercado interno (ABMI) de 0,82111 para 0,82376.
Consecana
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
CIRCULARNº16/08
DATA: 31 de março de 2009
A seguir informamos omix de produção e comercialização, os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno
e externo, do etanol anidro e hidratado, carburante, destinados à indústria e exportado e os respectivos preços líquidos
médios do Kg de ATR, em R$/kg, por produto, para efeito do ajuste final da safra 2008/2009.
O preço médio final do kg deATR do Estado de São Paulo é de R$ 0,2782.
Para a cana entregue no mês de março, referente à safra 2009/2010, sugere-se adotar o preço médio do referido mês, que
ficou em R$ 0,3211 por kg deATR, para efeito de pagamento. Os preços dos produtos praticados no mês de março foram:
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Notícias
Canaoeste
CNA ouve
lideranças rurais
em Ribeirão Preto
CNA ouve
lideranças rurais
em Ribeirão Preto
Da redação
A
presidente da CNA (Confe-
deração da Agricultura e Pe-
cuária do Brasil) e do Con-
selho Deliberativo do SENAR (Ser-
viço Nacional deAprendizagem Ru-
ral), senadora Kátia Abreu, lançou
nasexta-feira(27/3),emRibeirãoPre-
to, o programa CNA em Campo, du-
rante encontro com produtores e li-
deranças da região.
Ainiciativatemoobjetivodeapro-
ximar as entidades do Sistema CNA/
SENAR da sociedade brasileira, por
meiodassuasliderançasnosEstados,
paramostrarasaçõesquerealizamem
favordaagropecuáriabrasileira.Ribei-
rão Preto é a terceira cidade contem-
pladapeloprograma,quejáfoilança-
doemItumbiara(GO)eTeresina(PI).
Segundoasenadora,umadasmai-
ores solicitações dos produtores é a
maior presença da Confederação no
interior do País. “Queremos levar a
CNA para o interior do Brasil, já esti-
vemos em cidades do Piauí, Goiás, e
agora em Ribeirão Preto. Nestes en-
contros, mostramos as possibilidades
e as dificuldades que estamos passan-
do na agricultura”, disse a senadora.
No encontro com produtores, a
presidente da CNA mencionou algu-
mas de suas prioridades à frente da
entidade. “Estamos trabalhando por
Presidente Kátia Abreu lança programa e reitera
compromissos com o setor rural
mudanças: a reestruturação da políti-
ca do crédito rural no País; a reformu-
lação do código florestal brasileiro e
a reestruturação e o planejamento de
defesa da agropecuária”, revelou.
Os produtores assistiram, ainda,
a uma palestra do Secretário-Execu-
tivo do SENAR, Omar Hennemann,
que falou sobre as circunstâncias
que levam uma pessoa ao sucesso:
Trabalho, Oportunidade e Eficiência.
Na sua avaliação, todos reconhecem
a eficiência do produtor rural brasi-
leiro, mas ele não possui uma muito
boa, pois é visto como caloteiro.
Segundo Hennemann, a intenção
é mudar essa imagem do produtor
rural. “O SENAR é a saída para esta
mudança. Estamos saindo na defen-
siva dos produtores e queremos in-
teragir com a sociedade e somar for-
ças para dar mais oportunidades ao
setor. Vamos buscar parceiros para
ampliar ações em regiões sem assis-
tência”, afirmou.
Outro compromisso da senadora
foi um encontro com 30 presidentes
de sindicatos rurais e associações de
municípiospróximosaRibeirãoPreto
parapedirapoioparaasaçõesdaCNA.
O presidente da Canaoeste, Manoel
Ortolan participou da reunião.
“Nós estamos saindo da capital
e indo para o interior para ficarmos
mais próximos dos produtores rurais,
mas precisamos da ajuda dos sindi-
catos para conseguirmos colocarmos
em prática nossas propostas”, frisou
KátiaAbreu.
A agenda da senadora também in-
cluiu uma visita à Usina SantoAntô-
nio, em Sertãozinho, onde conheceu
o projeto Cana Verde, desenvolvido
pela própria usina, voltado para a fa-
bricação de produtos orgânicos.
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Sertãozinho reúne lide
pelo emprego
Destaque
Sertãozinho reúne lide
pelo emprego
Carla Rossini
O
“Grito pela Produção e Empre-
go”, que reuniu trabalhadores,
empresários e produtores, in-
terditou por 40 minutos o tráfego na
Rodovia Attílio Balbo (que liga Ribei-
rão Preto a Sertãozinho), no último dia
16. De lá, os participantes seguiram em
passeata até o centro de Sertãozinho.
O movimento foi organizado pelo
Ceise BR e Sindicato dos Metalúrgicos
econtoucomoapoiodaCanaoeste,Sin-
dicato do Comércio, Sindicato de Mas-
sas, Sindicato dos Motoristas, ACIS
(Associação Comercial e Industrial de
Sertãozinho),CDL(CâmaradeDirigen-
tes Lojistas) e Prefeitura Municipal de
Sertãozinho. O “Grito pela Produção e
Emprego” resultou na Carta de Sertão-
zinho, que será entregue ao governo
federal (leia texto nesta página).
Segundo Élio Cândido, que presi-
de o Sindicato dos Metalúrgicos de
Ribeirão Preto, Sertãozinho e Região e
é diretor da Federação dos Metalúrgi-
cos do Estado de São Paulo, o “objeti-
vo é demonstrar o quanto os municípi-
os estão sofrendo com o aumento das
demissões e falta de perspectivas para
a produção”, esclareceu.
O prefeito de Sertãozinho, Nério
Costa, e os vereadores Ricardo Almus-
sa e Elizeu Costa estiveram presentes
no movimento para demonstrar o apoio
do poder público à mobilização. “Não
podemos ficar de braços cruzados es-
perando a crise passar. Temos que ar-
regaçar as mangas e demonstrar nossa
insatisfação com essa situação”, afir-
mou o prefeito.
Entre as medidas reivindicadas pe-
los trabalhadores e empresários está a
mudança na tributação do ICMS do ál-
cool anidro, repassando o imposto para
osmunicípiosprodutoresdecana,aexem-
plo do que já ocorre com o hidratado.
Pelas regras atuais, o ICMS é revertido
aos municípios onde estão as bases da
Petrobrasefazemamisturadecombustí-
veis e os distribuem. Segundo o prefeito
NérioCosta,“municípioscomoPaulínia,
CARTA DE SERTÃOZINHO
É sabido que a crise econômica iniciada em 2008 é mundial e tem impactado
negativamente a grande maioria dos países. No Brasil, os efeitos foram igualmen-
te sentidos. Indicadores econômicos e de emprego sinalizam que quase todos os
setores têm sentido os efeitos desta crise. Alguns setores em especial, como o
setor sucroalcooleiro, sentiram mais significativamente os efeitos da crise justa-
mente por estarem em pleno crescimento. Os impactos da queda no setor chega-
ram a toda a cadeia produtiva: fornecedores e produtores de cana-de-açúcar,
indústria de bens de capital, unidades produtores de açúcar, etanol e energia,
engenharias, fundições, empresas de automação industrial, e um sem-fim de pe-
quenas indústrias fornecedoras.
Sertãozinho e região, sabidamente o maior pólo sucroalcooleiro do país e do
mundo, sentiram igualmente a queda do setor. Isto impactou diretamente a arreca-
dação municipal, o comércio local e principalmente questões sociais ocasionadas
pelo desemprego. Por sua vez, o aumento do índice de desemprego impacta nega-
tivamente renda per capta e todas as variáveis anteriormente citadas, gerando um
ciclo negativo da economia local.
Neste cenário de crise, muitas variáveis não podem ser controladas, tampou-
co modificadas. Entretanto, governos federal, estadual e municipal devem atuar
diretamente com objetivo de minimizar tais impactos provocados pela crise. En-
tende-se que há elevado interesse dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciá-
rio em tomar decisões e desenvolver ações que possam proporcionar uma melho-
porexemplo,ficamcomobônusdoálco-
olanidro,emdetrimentodosmaisde300
municípios paulistas que produzem a
cana-de-açúcarequearcamcomoônus”.
O movimento interditou por 40 minutos o tráfego
na Rodovia Attilio Balbo
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eranças em movimento
o e produção
Destaque
eranças em movimento
o e produção
ra nas condições de empresas e comu-
nidade, mas se percebe que muitas das
ações são lentas e pouco eficazes.
Não se pretende buscar culpados,
nem se coloca aqui toda a responsabi-
lidade no poder público. Não se pode
confundir as reivindicações da região
com julgamentos pejorativos, como
“choradeira de empresário”. Este é um
movimento sério e propositivo. Serie-
dade também se espera do poder pú-
blico. Pretendemos contribuir e fazer
nossas proposições serem ouvidas.
Propõe-se:
· Estabilidade para todos os traba-
lhadores da cadeia produtiva sucroe-
nergética pelos próximos seis meses.
Condicionar esta estabilidade à libera-
ção de financiamentos oficiais para as
indústrias do setor. Ou seja, nenhuma
indústria terá acesso ao crédito oficial
se não respeitar esta estabilidade.
· Determinação para que as distri-
buidoras de combustíveis só retirem o
etanol das usinas ao preço que cubra,
pelo menos o seu valor de custo.A BR
Distribuidora, cujos lucros são astro-
nômicos, deve começar este processo,
evitando a continuidade desta brutal
transferência de renda do setor produ-
tivo para as distribuidoras que se vê
nos dois últimos anos e que está de-
sestabilizando toda a cadeia produtiva
do setor de biocombustíveis.
· Obrigar as distribuidoras a baixar,
na mesma medida, os preços aos pos-
tos e estes, aos seus clientes. Quando
o etanol aumenta na usina, o mesmo
aumento é repassado imediatamente
aos consumidores nos postos. Já quan-
do o preço baixa nas usinas, ele não é
repassado aos consumidores.
· Imediato anúncio do zoneamento
agrícola da cana-de-açúcar por parte do
governo federal ao Estado do Rio Gran-
de do Sul, onde há projetos de novas
usinas dependendo deste anúncio ofi-
cial. Se há problemas com o zoneamen-
to nos Estados do Mato Grosso e do
Mato Grosso do Sul, outros Estados,
como o do Rio Grande do Sul não tem
nada a ver com esta situação.
· Imediata redução da carga tributá-
ria federal e estadual sobre as indústri-
as de bens de capital, o que viabilizaria
os projetos de novas usinas. Cerca de
15 dos 30 projetos de novas unidades
industriais estão suspensos. O Brasil é
o único país do mundo que tributa a
sua indústria de bens de capital. Esta
desoneração, além de criar e manter de
imediato empregos nas indústrias que
fornecem máquinas, equipamentos, in-
sumos, serviços e tecnologia às usi-
nas, criaria também empregos nas no-
vas unidades industriais com a viabili-
zação destes projetos novos.
· Flexibilização de critérios para to-
mada de recursos – Recursos disponi-
bilizados pelo BNDES não chegam às
empresas devido ao excesso de buro-
cracia e existência de critérios extrema-
mente rigorosos para captação dos re-
cursos. Se há verdadeiro interesse em
auxiliarasempresas,queseflexibilizem
tais critérios.
· Liberação de crédito com taxas de
juros “praticáveis” às empresas – Há
poucos recursos disponíveis para ca-
pital de giro, e quando estes são libera-
dos possuem taxas elevadas.
· Redução de impostos – A elevada
carga tributária que inviabiliza investi-
mentos e contratações. Redução de ex-
cessos no
gasto do po-
der público
daria possibi-
lidade de re-
dução de im-
postos, o que
podeacarretar
a uma queda
muito pequena na arrecadação e, em al-
guns casos, até no aumento desta.
· Investimento em infraestrutura –
ObrasdoPACocorremmuitolentamen-
te, sendo a maioria delas continuidade
de projetos já existentes. O “custo Bra-
sil” continua elevado. A região pouco
tem sido beneficiada por obras do go-
verno em infraestrutura.
· Defesa da indústria nacional – Inú-
meros países, notadamente os EUA,
têm optado por proteger o mercado in-
terno. O que acontece no Brasil e na
região é que as indústrias estão per-
dendo competitividade contra empre-
sas estrangeiras, com casos até de isen-
ções fiscais a produtos estrangeiros.A
queda na demanda mundial faz com que
as empresas dediquem mais ao merca-
do interno, e caímos no cúmulo de, em
alguns casos, pagar mais imposto que
produtos importados.
·Agilização de mecanismos de es-
tocagem e do sistema de armazena-
mento de etanol.
·Alongar dívidas tributáveis.
· Flexibilização das linhas de crédito
definidaspelogovernofederaleBNDES,
taiscomo:PRODECOOP,PEC,PROGE-
REN,REVITALIZAentreoutros.
· Extensão da redução de IPI além
de automobilístico e construção civil,
para máquinas industriais, entre outros.
· Mudança na distribuição do re-
torno do ICMS do álcool anidro, trans-
ferindo-o para os municípios produto-
res de cana, a exemplo do que já ocorre
com o álcool hidratado. Hoje este ICMS
só contempla os municípios que mis-
tura e distribuem o álcool anidro, ou
seja, estes poucos municípios ficam
com o bônus do álcool anidro enquan-
to que os mais de 300 municípios cana-
vieiros do Estado de São Paulo arcam
com o ônus da sua produção.
Assimfazendo,temoscertezadeque
o governo será instado a criar ferramen-
tas eficientes e práticas para a retomada
do crédito e outras medidas, que permi-
tirãomovimentarseguramenteasengre-
nagens da atividade econômica.
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Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - FEVEREIRO/2009
Valores em Reais
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Mesmo sob crise, a Agrishow e
Reportagem de Capa
Mesmo sob crise, a Agrishow e
Da redação
A
16ª edição da Agrishow- Ri-
beirão Preto, que acontece de
27 de abril a 2 de maio, espera
superar os resultados do ano anterior
e movimentar R$ 870 milhões, embora
o evento aconteça sob influência da
crise financeira mundial, que provocou
escassez e encarecimento do crédito.
Cerca de 140 mil visitantes devem
passar pela feira, segundo os orga-
nizadores. Na edição anterior, foram
745 expositores e para este ano de-
vem participar 770. A área de exposi-
ção foi projetada para ser maior e terá
145 mil metros quadrados.
O presidente da Agrishow, Ce-
sário Ramalho da Silva, destaca que
um dos seus objetivos à frente do
evento é trazer novos setores liga-
dos ao agronegócio, que ainda não
participam do evento. "O Brasil pre-
cisa de um evento como a Agrishow,
que tenha a capacidade de mostrar
a grandeza e a força do país no seg-
mento", afirma.
Esta edição não trará as monta-
doras de tratores e colheitadeiras li-
gadas à ANFAVEA (Associação Na-
cional dos Fabricantes de Veículos
Automotores), como a Agco, Agra-
le, CNH, John Deere. As empresas
alegam o alto custo da participação
na feira. Esse vácuo, no entanto, po-
derá ser a oportunidade para as pe-
quenas montadoras.
A Tramontini, por exemplo, fabri-
cante nacional de máquinas agríco-
las voltadas, principalmente, para a
agricultura familiar, deverá lançar
dois novos tratores, de 32 cv e 50 cv,
além de expor sua linha de microtra-
tores. A Starmag, instalada em Ser-
tãozinho, irá apresentar sua colhedo-
ra de cana e transbordo direciona-
dos para produtores de cana, alam-
biques, destilarias e usinas.
Maior feira de tecnologia agrícola da América Latina acontece de 27 de abril a 2 de maio e
estima gerar R$ 870 milhões em negócios
A Agrishow é uma iniciativa da
Abimaq (Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamen-
tos) em conjunto com aAbag (Asso-
ciação Brasileira do Agribusiness),
Anda (Associação Nacional para Di-
fusão de Adubos) e SRB (Sociedade
Rural Brasileira).
Secretário transferirá
gabinete para a feira
Durante a semana da Agrishow, o
gabinete do secretário estadual deAgri-
cultura e Abastecimento, João Sam-
paio, será transferido para a feira.Além
disso, a secretaria realiza uma agenda
de eventos com apresentação de no-
vas variedades, programas e ações de-
senvolvidas pelos seus institutos de
pesquisa, órgãos de assistência técni-
ca e defesa agropecuária.
No estande, o visitante poderá ver
as mais recentes variedades de grãos,
cana e fibras feitas pelas áreas de pes-
quisa da secretaria. Haverá exposição
de ações na área de sustentabilidade
ambiental dentro do programa de mi-
crobacias. Na área de acesso ao crédi-
to, a secretaria, por meio do FEAP
(Fundo de Expansão do Agronegócio
Paulista), apresenta suas linhas de fi-
nanciamento com juros de 3% ao ano
e prazos de pagamento de até cinco
anos aos produtores rurais paulistas.
O grande destaque é o Pró-Trator,
crédito a juro zero para a compra de
tratores novos, um programa inédito
e que está em andamento em todo o
Estado de São Paulo.
Na Defesa Agropecuária, a secre-
taria lança a 1ª etapa da campanha de
vacinação contra a febre aftosa no dia
1º de maio na própria Agrishow. Este
ano, a grande novidade é que o pecua-
rista terá a obrigatoriedade de vacinar
somente os animais com até 24 meses e
não mais o rebanho todo.
Agrishow 2008
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espera superar 2008
Reportagem de Capa
espera superar 2008
Próximas edições em
discussão
A permanência da Agrishow em
Ribeirão Preto ainda não foi confir-
mada pelos organizadores, liderados
pela Abimaq. Desde setembro do ano
passado, quando a Prefeitura de São
Carlos e a diretoria daAbimaq apre-
sentaram ao presidente Lula projeto
para a construção de uma Cidade da
Bioenergia em área de Embrapa, dis-
cute-se a transferência da Agrishow
para aquela cidade.
O convênio que prevê o repasse de
R$ 53 milhões do governo federal para
SãoCarlosfoiassinadoemdezembroe,
pelo projeto apresentado, esta seria a
últimaediçãodaAgrishowemRibeirão
Preto.Desdemarço,noentanto,ascon-
versastomaramumoutrorumo.
AAbimaq negocia com o gover-
no do Estado a permanência da
Agrishow até 2014. O anúncio é
aguardado para a abertura da feira,
no dia 27. Enquanto isso, a Secreta-
ria Estadual de Agricultura prepara
a minuta para a renovação do con-
vênio que prevê a cessão da área
para a realização do evento por mais
cinco anos.
AAgrishowérealizadanaáreaque
pertence ao Estado, conhecida como
FazendaExperimental,desdeaprimei-
ra edição. Em 2005, o então secretário
da Agricultura, Duarte Nogueira, as-
sinou convênio com a Abimaq asse-
gurando a realização da feira no local
por, no mínimo, cinco anos, prazo má-
ximo permitido pela Constituição do
Estado para cessão de área pública.
O término do prazo neste ano moti-
vou a polêmica sobre a transferência
da feira para outra cidade.
Serviço
Local: Polo Regional de DesenvolvimentoTecnológico dosAgronégócios
do Centro-Leste / Centro de Cana - RodoviaAntonio Duarte Nogueira Km 321
Data: 27 de abril a 2 de maio de 2009
Horário: Das 8 às 18 horas
Preço por visitante: R$ 20, 00
Preçoestudante:R$10,00
Estacionamentos: o valor cobrado pelo estacionamento não está incluso
no valor do ingresso. Há dois estacionamentos; um no sentido Sertãozinho/
Ribeirão Preto que dá acesso direto ao evento e outro no sentido Ribeirão
Preto/Sertãozinho, de onde os visitantes são transportados de trenzinho até
as bilheterias.
A exemplo de 2008 a Revista Canavieiros estará com estande na Agrishow 2009
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Ponto de Vista
Agrishow é tecnologia
Agrishow é tecnologia
Cesário Ramalho da Silva*
É
neste momento de crise que o
produtor tem mais necessida-
de de comparecer à feira, para
tomar conhecimento das novidades
tecnológicas, que farão a diferença
na sua atividade. Isso porque a terra
é apenas um dos insumos da produ-
ção rural. Sem adição de tecnologia,
um pedaço de terra não basta para
uma agricultura e pecuária competi-
tivas e sustentáveis.
Agora também, é hora das empre-
sas investirem na divulgação de seus
produtos e serviços, na interação
com os clientes, a fim de criar um
ambiente favorável a novos negóci-
os. Com os pés no chão, claro, de
acordo com a realidade atual, mas
sempre com otimismo. A Agrishow
não é mercado, é tecnologia. Se ven-
dermos um pouco menos nesta edi-
ção, é natural, pois significa o ama-
durecimento e o conhecimento de
gestão do produtor.
Conjuntura do agro - O fato é que
a crise não atingiu, com a mesma in-
tensidade, o setor rural como um
todo. Grãos e pecuária foram atingi-
dos, mas em escala menor que o seg-
mento sucroalcooleiro, por exemplo.
O agronegócio da cana-de-açúcar
(usinas, produtores) sofre mais com
a falta de crédito, já que estava em
um processo de grandes investimen-
tos antes do agravamento da crise. A
maioria das usinas estava em proces-
so de ampliação, em razão das boas
expectativas de venda e exportação
de álcool e açúcar. A coisa mudou.
Nesta safra de cana, poderemos ter
algumas dificuldades de pagamento
aos produtores pela matéria-prima
entregue à indústria. Usinas estão
sem capital de giro e não têm garanti-
as para dar aos bancos para captar
novos recursos.
Futuro - A ONU prevê que o mun-
do terá que aumentar em 50% a pro-
dução de alimentos até 2030 e dobrar
até 2050. O Brasil é o país que reúne
as melhores condições para fornecer
alimentos e energia limpa e renová-
vel, que o planeta tanto precisa.
Disponibilidade de terras, clima fa-
vorável, variedade de solos, estoque
de água doce são importantes vanta-
gens que temos. Isso sem contar o per-
fil empreendedor e a competência dos
produtores rurais. Temos muitos desa-
fios, mas, caros amigos, tenho certeza
que nosso amanhã é positivo.
* presidente da Agrishow e da
SRB (Sociedade Rural Brasileira)
foto:
J.Reis
24. Revista Canavieiros - Abril de 2009
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C
omo é de conhecimento pú-
blico, com a publicação da Lei
nº 10.267/2001 (Lei do Geor-
referenciamento) e seus regulamen-
tos, representados pelos Decretos nº
5.570/2005 e nº 4.449/2002, criou-se
o CNIR (Cadastro Nacional de Imó-
veis Rurais), sendo gerenciado con-
juntamente pelo INCRA (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) e pela Secretaria da Receita
Federal, proporcionando um inter-
câmbio de informações com os Car-
tórios de Registro de Imóveis, além
de fornecer dados para as mais di-
versas instituições públicas (fede-
rais, estaduais, municipais) e entida-
des ligadas ao meio ambiente rural
nacional, a partir da descrição e iden-
tificação das propriedades rurais que
devem ser feitas de acordo com a
mais avançada técnica cartográfica.
Em decorrência da legislação aci-
ma citada, é dever de todos os pro-
prietários ou possuidores ru-
rais promoverem a devida
identificação de seus imó-
veis, por meio do competen-
te memorial descritivo com os
vértices limítrofes do imóvel
rural devidamente georrefe-
renciados de acordo com o
Sistema Geodésico Brasileiro,
observando-se os critérios
técnicos fixados pelo INCRA,
para, após, procederem a de-
vida declaração de cadastro
do imóvel rural. Salienta-se,
porém, que referido georrefe-
renciamento deve ser feito
exclusivamente por profissi-
onal cadastrado no INCRA.
O prazo para que os pro-
prietários rurais procedam a
retificação de seus imóveis,
através do processo de geor-
referenciamento, expira em
2011. Referido processo nada
Juliano Bortoloti - Advogado
Departamento Jurídico Canaoeste
Georreferenciamento de
imóveis rurais - prazos,
reflexos e consequências
Georreferenciamento de
imóveis rurais - prazos,
reflexos e consequências
Assuntos Legais
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mais é do que uma descrição do imó-
vel rural utilizando informações ge-
radas por satélite. Dessa forma, ha-
verá uma medição precisa de todas
as propriedades do país, identifican-
do e localizando por satélite, preci-
samente, todas as delimitações da
área. Cumpre informar que o prazo fi-
xado na legislação já expirou para al-
gumas propriedades, conforme tabe-
la abaixo:
- 21.01.04 – imóveis com área de
cinco mil hectares ou superior;
- 21.11.04 – imóveis com área de
mil a menos de cinco mil hectares;
- 21.11.08 – imóveis com área de
quinhentos a menos de mil hectares;
- 21.11.11 – imóveis com área in-
ferior a quinhentos hectares
Após esse prazo, ficam os propri-
etários que não fizerem essa descri-
ção do imóvel e suas características,
por satélite, impedidos de vender,
subdividir, unifi-
car, retificar o imó-
vel em questão ou
ser esse imóvel
objeto de qual-
quer ato judicial.
Então, para
aquele proprietá-
rio rural que ain-
da não realizou o
georreferencia-
mento de seu
imóvel rural, sugere-se que o regula-
rize o quanto antes, com a medição
devida, com os mapas e memoriais
devidamente certificados pelo IN-
CRA (Instituto Nacional de Coloni-
zação e Reforma Agrária), para, após,
encaminhá-los ao Cartório de Regis-
tro de Imóveis.
O problema desta exigência legal é
que os prazos não serão suficientes
para que todas as propriedades sejam
adequadas, por diversas razões,
entre as quais destacamos: o
altopreçodogeorreferenciamen-
to, a demora do INCRA em cer-
tificar os levantamentos topo-
gráficos feitos, a falta de profis-
sionais capacitados para a rea-
lização do georreferenciamento,
dentre outros.
Inobstante isso, cumpre es-
clarecer que o principal objeti-
vo dessa lei é formatar um novo
mapa das propriedades rurais
do Brasil, assim como o cadas-
tro e a localização do imóvel
rural para melhorar o planeja-
mento das ações da administra-
ção pública, com ênfase na me-
lhoria da produção, além de
adequar a área tributável e,
também, evitar casos de sobre-
posição de propriedades rurais
entre os particulares e também
de áreas públicas.
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CHUVAS DE MARÇO
e Prognósticos Climáticos
CHUVAS DE MARÇO
e Prognósticos Climáticos
Informações Setoriais
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de MARÇO de 2009.
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ÁGUA, usar s
Protejam e preservem as n
ÁGUA, usar s
Protejam e preservem as n
Na médias das observações
(última linha), as chuvas de
MARÇO deste ano ficaram
iguaisadamédiahistórica. Abai-
xo (significativamente) das respectivas normais climáticas, foram as chuvas anotadas na AndradeAc e Álcool, CFM,
CentroCana IAC-Ribeirão Preto, Usina da Pedra.
Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 13 a 16 de MARÇO de 2009.
O Mapa 1, ao lado,
mostra claramente que o
índice de Água Disponível
no Solo, a 50cm de profun-
didade, no período de 13 a
16 de MARÇO, apresenta-
va-se como médio a crítico
na faixa Bauru - Sorocaba e
no extremo Sudoeste do
Estado de São Paulo;
enquanto que, nas faixas
Leste e Norte do Estado a
Disponibilidade Hídrica do
Solo mostravam-se
favoráveis.
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Informações Setoriais
sem abusar !
nascentes e cursos d’água.
sem abusar !
nascentes e cursos d’água.
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Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de
MARÇO de 2009.
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de MARÇO de 2008.
O Mapa 2 - MARÇO de 2008 - mostra que a Disponibilidade Hídrica do
Solo encontrava-se crítica na faixa Meio Oeste.Ao final de MARÇO de 2009,
vide Mapa 3, a baixa e crítica Disponibilidade Hídrica do Solo ocorreu na
faixa Meio Sul do Estado.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTEre-
sume o prognóstico climático consensuado entre INMET-Instituto Nacional
de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os
meses de abril a junho.
O fenômeno La Niña (contrário ao El Nino) mostra sinais de enfraqueci-
mento entre abril a maio e deverá prevalecer a neutralidade até meados da
primavera.
· Na Região Centro Sul, a temperatura
média deverá ficar em torno da normalidade
climática;
· Quanto às chuvas para os meses de
abril a junho, prevê-se que estas poderão
“ficar” próximas às médias históricas nas
Regiões Centro-Oeste e Sudeste e no Esta-
do do Paraná;
· Como referência de chuvas na região:-
as médias históricas, pelo CentroApta-IAC
-RibeirãoPreto,sãode70mmemabril,55mm
emmaioe25mmem junho.
Mapa 4:- Prognósticos de chuvas para
a Região Centro Sul, pelo Consórcio INMET
e INPE, no trimestre abril a junho (idêntico
ao trimestres fevereiro-abril e março-maio),
onde azul corresponde a normalidade cli-
mática e ligeiramente abaixo da média em
amarelo.ElaboraçãoCANAOESTE.
A SOMAR Meteorologia, com a qual a
CANAOESTE mantém convênio, elaborou
prognóstico climático assinalando que, pela
neutralidade dos fenômenos La Nina e El
Nino entre abril/maio a meados da primave-
ra, a probabilidade é a de que as chuvas,
(pelo menos)nesta região de abrangência da
CANAOESTE, poderão ser inferiores às
respectivas médias históricas no decorrer
dos meses abril e maio. Serão próximas das
normais climáticas durante os meses de ju-
nho e julho, mas concentradas em poucos
dias de chuvas. Ainda, durante o mês de
julho, prevê-se temperatura média bem in-
ferior às normais climáticas.
Neste início de safra, evitem dúvidas
quanto aos tratos mecânicos e químicos
de soqueiras, consultem os Técnicos
CANAOESTE.
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Monitoramento e controle do
bicudo da cana-de-açúcar,
Sphenophorus levis
Pragas e Doenças
Monitoramento e controle do
bicudo da cana-de-açúcar,
Sphenophorus levis
Luiz Carlos de Almeida
Erich Stingel
Enrico De Beni Arrigoni
I
ntrodução - Sphenophorus levis, conhecido como bicudo da cana, é uma
das mais importantes pragas da cana-de-açúcar. Semelhante ao bicudo do
algodão, tem o dobro do tamanho, medindo cerca de 15 mm.Assemelha-se
também a Metamasius hemipterus, praga de pouca importância. Ao contrário de
M.hemipterus, S.levis não apresenta manchas nos élitros, apresenta pouca agi-
lidade e tende a ficar imóvel quando manipulado. As principais diferenças entre
as pragas estão resumidas no Quadro 1.
Quadro 1 – Principais diferenças entre Sphenophorus e Metamasius.
O Sphenophorus coloca seus
ovos na base dos colmos e as larvas
destroem a parte subterrânea da tou-
ceira (rizoma), matando os perfilhos
ou a touceira inteira, causando preju-
ízos de, em média, 20 a 23 toneladas
de cana por hectare por ano nas áre-
as infestadas, além de significativa
redução da longevidade do canavial.
Atualmente a praga encontra-se dis-
seminada em 30 municípios próximos
à região de Piracicaba, além de 23 mu-
nicípios mais distantes, existindo a
perspectiva de aumento de sua dis-
persão de ano a ano (Quadro 2). A
disseminação da praga por meio do
trânsito de mudas é a hipótese mais
provável para explicar a rápida expan-
são da área infestada, visto que o in-
seto praticamente não voa e seu ca-
minhamento é lento, com uma reduzi-
da taxa de dispersão.
Quadro 2 – Mapa de ocorrência de Sphenophorus Levis.
- Este inseto é um besouro da famí-
lia Curculionidae (Figura 1), que causa
danos aos perfilhos e às bases dos col-
mos em desenvolvimento, afetando o
“stand” da cultura e a produtividade das
áreas infestadas. As fêmeas perfuram a
base de colmos e de perfilhos e efetuam
a deposição de ovos que darão origem
às larvas (Figura 2) responsáveis pelos
danos. O período de incubação dos
ovos é de 7 a 12 dias. As larvas nasci-
das são brancas, ápodas, de hábitos
subterrâneos e apresentam elevada sen-
sibilidade ao calor e à desidratação.
Bioecologia
Figura 1: Adultos de Sphenophorus Levis
Figura 2: Larva
de S. Levis
continua na página 30
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Pragas e Doenças
As larvas, ao se alimentarem, esca-
vam galerias e danificam os tecidos no
interior e na base das canas, podendo
provocar a morte das plantas (Figura
3), falhas nas brotações das soqueiras
e redução na longevidade dos canavi-
ais, que muitas vezes não passam do
segundo corte. O período larval é de 30
a 60 dias, quando se transformam em
pupas. Estas formas desenvolvem em
7 a 15 dias, quando formam os adultos,
que apresentam longevidade de 200 a
220 dias. As fases imaturas deste inse-
to duram 70 dias, podendo ocorrer até
5 gerações anuais.
Figura 3 – Danos causados pelo ataque de
Sphenophorus Levis.
Prejuízos
econômicos
Os prejuízos provocados por
Sphenophorus levis foram determina-
dos em experimentos conduzidos em
telados, em parcelas experimentais,
submetidas a quatro níveis populaci-
onais de Sphenophorus levis, deter-
minando-se perdas de 0,55% a 2,08%
naproduçãoagrícola,de0,08%a0,33%
na TPH e de 1,63% a 13,34% na mar-
gem de contribuição no sistema agro-
industrial a cada 1% de colmos infes-
tados por S. levis.
Métodos de controle e manejo integrado
O método mais recomendado para o controle da praga é
o cultural, que consiste na destruição antecipada das so-
queiras nas áreas infestadas, destinadas à reforma, prefe-
rencialmente no período de maio a setembro. O equipamen-
to denominado Eliminador Mecânico de Soqueira (EMS) tem
se mostrado eficiente no preparo de solo, visando ao con-
trole de Sphenophorus (Figura 4). Aeliminação mecânica da
soqueira tem como finalidade destruir ou expor a população
de larvas e pupas, portanto deve ser realizada quando a
maior parte da população se encontra nestas fases. A seguir
a área deverá ser mantida livre de plantas hospedeiras da
praga e o próximo plantio deverá ser realizado o mais tarde
possível, em março-abril, em ciclo de cana de ano e meio,
reduzindo, desta forma, a probabilidade de infestação a par-
tir dos adultos que normalmente estão presentes em maio-
res quantidades no período de janeiro a março. Figura 4 – Eliminador mecânico em operação em área atacada.
As mudas a serem utilizadas no
plantio deverão estar isentas da praga,
sendo originárias de áreas não infesta-
das ou tendo sido colhidas em sistema
de corte basal alto com até 20cm acima
do nível do solo (Figura 5).
Figura 5 – Corte basal alto em área
infestada para diminuir riscos de transpor-
te formas biológicas de S.levis.
Os métodos de controle que incluem a aplicação de inseticidas ou a
distribuição de iscas tóxicas apresentam as desvantagens de necessita-
rem o dispêndio elevado com mão-de-obra e a necessidade de reaplica-
ções constantes. Em relação às áreas destinadas ao plantio de cana inclu-
indo os viveiros, recomenda-se o preparo antecipado e a inspeção das
mudas provenientes do viveiro anterior, que deverão estar totalmente
isentas de qualquer forma biológica da praga, sendo adotado o corte
basal alto em situações de necessidade de uso de determinada muda com
a presença da praga.
Comentários dos gerentes regionais do CTC, Mauro Benedini e Arme-
ne Conde sobre a preocupação com a disseminação da praga:
“O produtor rural deve ficar atento e evitar o plantio de mudas oriun-
das de áreas infestadas com Sphenophorus, pois apesar da praga se loco-
mover pouco; pode também “caminhar” a oitenta quilômetros por hora na
carroceria de um caminhão de mudas, como é alertado constantemente
pelos pesquisadores do CTC como sendo sua principal forma de dissemi-
nação. Após a introdução da praga, o seu controle é difícil e caro; portan-
to todo o cuidado é pouco para se evitar a disseminação para áreas isen-
tas da praga”.
32. Revista Canavieiros - Abril de 2009
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Safra de grãos cresce
mais uma vez
Safra de grãos cresce
mais uma vez
O
clima e a boa distribuição das
chuvas nas regiões produto-
ras do país nos últimos meses
são os principais responsáveis pelo
crescimento da safra atual de grãos,
projetadapelaConabem137,57milhões
de toneladas, crescimento de 1,7% ante
a estimativa do mês de março de 135,32
milhões t. Os números foram divulga-
dos no início de abril pelo secretário-
executivo do Ministério da Agricultu-
ra, Silas Brasileiro, e pelo presidente da
Conab, Wagner Rossi.
O ciclo agrícola 2008/09 continua
como o segundo melhor resultado da
história do país, perdendo apenas para
a colheita do período passado, de
144,13 milhões t. Uma das culturas com
maior incremento desta edição é o mi-
lho, que saiu de 50,37 milhões t em fe-
vereiro para 51,91 milhões t em março
Rotação de Cultura
(+3,06%).A soja e o arroz também ti-
veram a produção reajustada para
cima: a oleaginosa de 57,63 para
58,14milhões t, e o cereal de 12,52 mil
para 12,67 milhões t.
Percentualmente, é o feijão que se-
gue como a lavoura de maior destaque.
Enquanto outras culturas registram re-
tração em relação ao ciclo passado, a
leguminosa apresenta aumento de
8,2%.As três safras (das águas, da seca
e de inverno) neste ano devem chegar
a 3,81 milhões de toneladas, a maior já
alcançada no país.
Mais de 65% dos grãos da safra de
verão no Centro-Sul já foram colhidos,
como milho, feijão, arroz e soja. O plan-
tio da segunda safra nestas regiões
está concluído.A exceção é o Nordes-
te, onde segue até maio.
Trigo–A pesquisa trouxe, também,
os primeiros números do trigo para o
período2009/10. Se confirmado, o Bra-
sil vai colher 13,1% menos que o de
2008/09, saindo de 6,02 para 5,23 mi-
lhões t. Na região Sul, principal pólo
produtor, responsável por mais de 90%
do cultivo, a colheita deve encolher
14,4%. Já no Sudeste e no Centro-Oes-
te, o cereal crescerá, respectivamente,
4,4%e1,1%.
Para realizar a pesquisa, cerca de 70
técnicos da Conab estiveram em campo
entreosdias16e20demarço.Foramen-
trevistados produtores rurais, agrônomos
e técnicos de cooperativas, secretarias de
agricultura, órgãos de assistência técnica
eextensãoruraleagentesfinanceirosdos
principaismunicípiosprodutoresdopaís.
Fonte: Conab
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F
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Faesp e O
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aesp e O
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aesp e OAB firmam
AB firmam
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parceria em encontro
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em
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em I
I
I
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Igarapava
garapava
garapava
garapava
garapava
Aconteceu
N
o dia 27 de março o Sindicato
Rural de Sertãozinho esteve
presente no encontro que reu-
niu autoridades do setor agrícola em
Igarapava.
O evento foi presidido por Fábio
Meirelles, presidente do Sistema Faesp-
Senar, e também contou com a presen-
ça de Luiz Flávio Borges D’urso, presi-
dente da OAB de São Paulo, José Mil-
ton Soares Dallari, diretor do Sebrae-
SP, e Francisco Sérgio Ferreira Jardim,
superintendente Federal do Ministério
daAgricultura.
A finalidade do encontro foi avaliar
o momento vivido pelo setor devido à
F
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Faesp e O
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aesp e O
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em I
I
I
I
Igarapava
garapava
garapava
garapava
garapava
crise financeira mundial, medidas a se-
rem tomadas pelo governo, a importân-
cia da agricultura para a economia do
país, além de aproximar o produtor das
lideranças do setor. Fábio Meirelles
lembrou que “é preciso produzir para
abastecer”.
Durante o evento, foi formalizado
um protocolo de intenções entre o Sis-
Carla Rodrigues
tema Faesp e OAB/SP para defender
os direitos dos agricultores. O acordo
já havia sido antes assinado pela Polí-
cia Militar e Ambiental.
O Sebrae/SP também esteve presen-
te e destacou os próximos passos a se-
rem dados por eles, como por exemplo,
a busca por políticas governamentais
para apoio a micro e pequena empresa.
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Cultura
Cultivando a Língua Portuguesa
Cultivando a Língua Portuguesa
Cultivando a Língua Portuguesa
Cultivando a Língua Portuguesa
Cultivando a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito
do português
Renata Carone
Sborgia*
* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática
Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia
Prezado Leitor:
O NovoAcordo Ortográfico restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada.
Elaborei algumas dúvidas, como na coluna passada, objetivando esclarecer as novas regras junto com
as dúvidas do dia a dia do Português.
Deixo claro, prezado amigo leitor, a necessidade de explicar a regra da dúvida, pois a intenção não é
“decorar” a palavra, mas sim ter autonomia e segurança na escrita.
Espero atingir a finalidade: esclarecimento!
Com carinho - Renata
“Sóexistemdoisdiasnoanoemquevocênãopodefazer nada pelasuavida:OntemeAmanhã”.(DalaiLama)
1) Já foi anunciado a “nota de falecimento do trema”.
Não se usa mais o trema, sinal colocado sobre a letrau nos gruposgue,gui,que,qui.
Ex.: Antes do Acordo: bilíngüe, cinqüenta.
Depois do Acordo: bilíngue, cinquenta.
Porém, muita atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Ex.:Müller-mülleriano
Gisele Bündchen (modelo famosa e com trema!)
Agora, prezado amigo leitor, posso ficar tranquila com o esclarecimento?!
2) A feiúradaquela garota dificulta paquerar Pedro.
Depois do Novo Acordo, acredito que a garota não terá dificuldades na paquera!
Regra Nova:palavras paroxítonas (penúltima sílaba forte), nãose usa mais o acento no i e u tônicos (“fortes”) quando
vierem depois de um ditongo (é a junção de vogal + semivogal ou semivogal + vogal na mesma sílaba).
Ex.:Antesdo Acordo:feiúra
Depois doAcordo:feiura
P.S.:feiura= i é semivogal ué vogal fe-iu-ra ( iu = mesma sílaba)
MASATENÇÃO: se a palavra for oxítona (última sílaba tônica, forte) e o i ou uestiverem em posição final ou seguido
de s, o acento permanece.
Ex.: Piauí, tuiuiús...
3) “Discreto”, Pedro completa 50 anos sem avisar seus amigos, parentes...
Vamos à explicação para depois comemorarmos!
Adjetivoé uma palavra que modifica o substantivo, indicando qualidade (homem feliz), caráter (homem mortal), modo de
ser (homem discreto) ou estado (homem doente).
Advérbio é uma palavra invariável que modifica um adjetivo (muito feliz), um verbo (agir discretamente) ou outro
advérbio (muito pouco), exprimindo circunstância de tempo, lugar, modo, dúvida, afirmação, negação, intensidade...
A frase acima apresenta a palavra discreto, cujo significado é reservado em suas palavras e atos, prudente, recatado,
modesto... (um adjetivo).
Aqui, por questões semânticas, deveria, sim, conter um advérbio, pois não é Pedro quem é discreto, e sim o modo como
ele comemorou seu aniversário: discretamente.
A palavra usada teria de ser um advérbio, que modificaria o verbo comemorar, como poderia ser discretamente ou
reservadamente.
Ex.: Discretamente, Pedro completa 50 anos.
Reservadamente, Pedro completa 50 anos.
Há alguns casos - raros - em que se pode usar um adjetivo no lugar de um advérbio, sem que esse perca a sua qualidade
de advérbio e a palavra em questão fica invariável.
Ex.: Na propaganda de uma cerveja bastante conhecida, em que se diz a seguinte frase: “A cerveja que desce redondo”.
Não é a cerveja que é redonda, e sim o modo como ela desce, por isso não há a concordância entre cerveja e redondo, ou seja,
por isso redondo não está no feminino; é um advérbio; não um adjetivo. (advérbio porque é o modo como a cerveja desce:
redondo)
Outro exemplo:As aves voavam baixo naquele campo
Explicando:
Não são as aves baixas, mas sim o modo como voavam. É advérbio; não adjetivo.
Prezado amigo leitor, segundo um ditado popular: quem quer viver muito precisa ter uma relação amistosa com os números!
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Biblioteca
Biblioteca
Biblioteca
Biblioteca
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO”
Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua
Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
A crise de 2008 e a economia da depressão
Paul Krugman
Vencedor do
Prêmio Nobel
de Economia 2008,
o autor Paul Krug-
man em “A crise
de 2008 e a econo-
mia da depressão”
relata aconteci-
mentos sobre a
economia globali-
za, a maneira como
encarar a crise e
seus caminhos
percorridos até os
dias de hoje. E
também alerta so-
bre como a falta de
planejamento fi-
nanceiro nos Esta-
dos Unidos pôde trazer prejuízos e graves conseqüênci-
as para o mundo.
AnuáriodaCana2008-BrazilianSugarandEthanolGuide
Procana
Com prazo
de lança-
mento de um
ano, o Anuário
da Cana 2008 já
está disponível
na Biblioteca da
Canaoeste, e
mostra todas as
inovações em
tecnologia refe-
rente ao ano
passado. Tam-
bém apresenta a
produção de
cana, açúcar e
álcool por uni-
dade produtora
e grupo econô-
mico, além de matérias e artigos feitos por especialistas em
várias áreas do setor agrícola.
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75ªEXPOZEBU
Empresa Promotora: ABCZ -Associação Brasileira dos
Criadores de Zebu
TipodeEvento: Exposição/Feira
IníciodoEvento: 28/04/2009
FimdoEvento: 10/05/2009
Estado: MG
Cidade: Uberaba
Localização do Evento: Parque Fernando Costa
Informaçõescom: ABCZ
Site: www.expozebu.org.br/2009
Telefone: (34)3319-3900
E-mail: marketing@abcz.org.br
ENTEC$$2009
Encontro Nacional deTecnologia para Segunda Safra
Empresa Promotora: Fundação Rio Verde
Tipo de Evento: Encontro / Simpósio
IníciodoEvento: 07/05/2009
FimdoEvento: 09/05/2009
Estado: MT
Cidade: Lucas do RioVerde
Localização do Evento: Centro Tecnológico Fundação Rio
Verde - Rod. MT 449, Km 08
Informações com: Rodrigo Pasqualli
Site: www.fundacaorioverde.com.br
Telefone: (65)3549-1161
E-mail: fundario@terra.com.br
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Revista Canavieiros - Abril de 2009
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V CBSoja
Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2009
EmpresaPromotora: EmbrapaSoja
Tipo de Evento: Congresso
IníciodoEvento: 19/05/2009
FimdoEvento: 22/05/2009
Estado: GO
Cidade: Goiânia
LocalizaçãodoEvento: Goiânia
Informações com: F&B Eventos
Site: www.cbsoja.com.br
Telefone: (43)3025-5223
E-mail: cbsoja@fbeventos.com
SuperAgro Minas 2009
Empresa Promotora: Governo de Minas, Secretaria de
Agricultura, Faemg e Sebrae-MG
Tipo de Evento: Exposição/Feira
IníciodoEvento: 27/05/2009
FimdoEvento: 07/06/2009
Estado: MG
Cidade: BeloHorizonte
Localização do Evento: Complexo Parque de Exposições
daGameleira/Expominas
Informações com: Secretaria executiva
Site: www.superagro.ima.mg.gov.br
Telefone: (31)3334.5783
E-mail: superagro@ima.mg.gov.br
37. Revista Canavieiros - Abril de 2009 37
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