2. “Quaderna Nordestina aos Ventos de
um Lugar”
para Quarteto de Flautas Transversais
Leandro Cavalcante
3. “Quaderna Nordestina aos Ventos de um Lugar”
Opus 32 – Novembro de 2008.
Duração aproximada: 11min 6seg
I – Toque do Repente
II – Arietta Sertaneja
III – Martelo Agalopado
IV – Cantiga da Viração
Do poético e mítico Nordestino surgiu esta peça, em quatro movimentos,
para quarteto de flautas transversais, inspiradas na concepção “Nordeste
Armorial”, do escritor, poeta e dramaturgo brasileiro Ariano Suassuna.
Cada um dos movimentos traz consigo características de formas musicais
tradicionais mescladas a formas poéticas nordestinas, como o repente e o
martelo agalopado1; além das sonoridades e abordagens modais típicas da
região.
O Nordeste é antropologicamente uma das regiões brasileiras mais ricas
em termos culturais, religiosos e folclóricos. É interessante ressaltar a influência
da cultura ibérica além da negra e indígena em seu processo de formação, que
será fortemente percebida no desenvolvimento estrutural desta peça.
Leandro Cavalcante (Brasil, 1986) é pesquisador, instrumentista e
compositor. É estudante do Bacharelado em Composição Musical, pela
Universidade Estadual do Ceará. Estudou com Liduíno Pitombeira e
atualmente é aluno de Alfredo Jacinto Barros, na citada instituição.
LEANDRO CAVALCANTE
lecocavalcante@hotmail.com
1
De acordo com Luís da Câmara Cascudo, o Martelo Agalopado é considerado o principal desafio dos
poetas violeiros e cantadores nordestinos. São dez décimas com fôrma ABBAACCDDC, e sua rítmica de
fluência e prosódia lembra muito o galope dos cavalos
4. Explicação sobre os símbolos utilizados nesta peça:
O flautista deverá cantar a nota ao mesmo tempo em
que emite o som natural da flauta.
“Frulatto” ou “Fr.” Pronunciar a consoante R durante a execução das
notas onde indicado.
“colla parte” Acompanhamento de acordo ao ritmo sugerido pelo
solista.
Recitativo feito pelo flautista, com a rítmica exposta.
Articular as chaves do instrumento de forma
percussiva com o dedilhado referente à nota indicada, associado a um ligeiro
ruído, em forma de ataque, produzido pela ponta da língua junto ao bocal. O
som já é pp naturalmente.
10. 6 Quaderna Nordestina aos Ventos de um Lugar
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Fl. 4
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rit.
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D.S. al Coda
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32
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Fl. 2 &b
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Fl. 3
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Fl. 4
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11. III - Martelo Agalopado
Livre, con rubato
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Leandro Cavalcante
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frulatto solo
Flute 1 &b
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w œ œ w U U
fr.
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(sempre)
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fr.
Flute 3 & (sempre) œ œ
colla parte
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f P f P
Ÿ~~~~~~~~ U U
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fr.
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colla parte
Flute 4
f f
(sempre)
P P
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non legatto (sempre)
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7
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11
Fl. 1 &b ≈ Ó Ó
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U U
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12. 8 Quaderna Nordestina aos Ventos de um Lugar
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15
b ≈ #œ œ ≈ œ œ œ #œ œ œ œ œ œ ˙ Ó
Fl. 1 &
U U–
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19
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Fl. 1 &b ≈ Ó ≈ Ó
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U U
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Allegro
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4 ..
24
Fl. 1 Ó ≈
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Fl. 2 &b
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Fl. 3 J
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Fl. 4
J J J
F P
14. Quaderna Nordestina aos Ventos de um Lugar
10
ƒ
Livre, con rubato
U
& b ˙ ˙ .. ≈Û ÛÛÛ ÛÛÛ Û Û Û Û " ≈Û Û ÛÛ Û Û Û Û Û Û Û "≈ÛÛÛ Û Û Û Û Û ÛÛ Û "
55
Fl. 1 (Neste trecho o flautista
p deverá recitar, em voz
˙ U .
alta, seguindo a ritmica O galoperetine'a céu aberto eresvalaportoda'anoi - te'embreu a lu aconta'oquese'as - cedeu
sus
˙ sugerida)
U
w–
U–
w U–
w
Fl. 2 & b . colla parte
p (sempre)
P
U˙ . U U U
Fl. 3 & b ˙ . colla parte
w– w– w–
p
(sempre)
P
U U U U
Fl. 4 & b ˙ ˙ .. w–
colla parte
w– w–
p
(sempre)
P
" " " "
63
Fl. 1 & b ≈Û Û Û Û Û Û ÛÛ Û Û Û ≈Û ÛÛ Û Û ÛÛ Û Û Û Û ≈Û Û Û Û Û Û Û Û ÛÛ Û ≈Û Û Û ÛÛÛ ÛÛ ÛÛ Û
U– U–
peloscami hos,torrente
n do'in
certo eis a almaque'atodosan - to'o
ferto e'a
té'aodia
bo'asuafamanos empreste sefazlei exigircarta celeste
U U w w
Fl. 2 &b w– w–
U U U U
Fl. 3 &b w– w– w– w–
U U U U
Fl. 4 &b w– w– w– w–
w
" " "
67
Fl. 1 & b ≈ Û Û Û Û Û Û Û Û ÛÛ Û ≈ Û Û Û Û Û Û Û Û Û Û Û ≈ Û Û Û Û Û Û Û Û Û Û Û
U– U– U–
que'épra'até temporal vir de remanso nasredes do destino'eu me descanso cantam'osventos quevêm lá do Nordeste
w w w w
Fl. 2 &b
U U U
Fl. 3 &b w– w– w– w
U U U
Fl. 4 & b w– w– w– w
O galope retine a céu aberto
e resvala por toda a noite em breu
a lua conta o que se assucedeu
pelos caminhos, torrente do incerto
eis a alma que a todo santo oferto
e até ao diabo a sua fama nos empreste
se faz lei exigir carta celeste
que é pra até temporal vir de remanso
nas redes do destino eu me descanso
cantam os ventos que vêm lá do nordeste