Duas motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava: alguns pregavam Cristo por inveja e competição, enquanto outros o faziam por amor e preocupação com o progresso do evangelho. Apesar disso, Paulo se alegrava que Cristo estava sendo anunciado de qualquer forma. Ele próprio resolvia o dilema entre estar com Cristo ou viver para servir aos irmãos, escolhendo permanecer vivo para fortalecer a igreja.
3. I N T E R A Ç Ã O
A prisão do apóstolo Paulo em Roma foi crucial
para a propagação do Evangelho na região de
Filipos. A partir de uma experiência de
sofrimento, Deus usou pessoas para propagar a
mensagem das Boas Novas. É verdade que alguns
pregadores usavam o sofrimento do apóstolo para
proclamar Cristo de boa consciência. Outros
utilizavam-se do sofrimento alheio para obterem
vantagens pessoais. Cristo não era o centro das
suas preleções. Infelizmente, na
atualidade, algumas pessoas perderam o temor de
Deus. A exemplo daqueles pregadores de
Filipos, elas exploram as tragédias pessoais, pois
veem nelas a oportunidade de se locupletarem com
as feridas alheias (elas sabem que o sofrimento
humano pode ser muito rentável). Cristo não se
4. Saber que as
adversidades
podem contribuir
para a expansão do
Evangelho.
Explicar as motivações de
Paulo para a pregação do
Evangelho.
Compreender que o
significado da vida
consiste em
vivermos para o
Evangelho
OBJETIVOS
5. INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos como a paixão pelas almas consumia o
coração de Paulo. Embora preso em Roma, ele não
esmorecia na missão de proclamar o Evangelho. E, tendo
como ponto de partida o seu sofrimento, o apóstolo ensina
aos filipenses que nenhuma adversidade será capaz de
arrefecer-lhes a fé em Cristo. Ao contrário, ele demonstra o
quanto as suas adversidades foram positivas ao progresso
do Reino de Deus.
6. I. ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO
PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1. PAULO NA PRISÃO. Paulo estava preso em
Roma, aguardando julgamento. Ele sabia que tanto
poderia ser absolvido como executado. Todavia, não se
achava ansioso. O que mais desejava era, com toda
ousadia, anunciar a Cristo até mesmo no tribunal. Paulo
não era um preso qualquer; sua segurança estava sob os
cuidados da guarda pretoriana (1.13).
Constituída de 10 mil soldados, esta
guarda encarregava-se de proteger os
representantes do Império Romano
em qualquer lugar do mundo. Sua
principal tarefa era a proteção do
imperador.
7. 2. UMA PORTA SE ABRE ATRAVÉS DA ADVERSIDADE. Uma
das principais contribuições da prisão de Paulo foi a livre
comunicação do Evangelho na capital do mundo antigo. Os
cristãos estavam espalhados por toda a cidade de Roma e
adjacências. Definitivamente a prisão de Paulo não reteve a
força do Evangelho e o promoveu universalmente. Deus
usou o sofrimento do apóstolo para que o Evangelho fosse
anunciado de Roma para o mundo (v. 13).
I. ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO
PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
8. II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA
ADVERSIDADE (1.12,13)
1. O PODER DO EVANGELHO. De
modo objetivo, Paulo diz aos
filipenses que nenhuma cadeia será
capaz de impor limites ao Evangelho
de Cristo. Esse sentimento superava
todas as expectativas do apóstolo
concernentes ao crescimento do
Reino de Deus. O seu propósito era
ver as Boas Novas prosperando
entre os gentios. Portanto, nenhum
poder humano conterá a força do
Evangelho, pois este é o poder de
Deus para salvação de todo aquele
que crê (Rm 1.16).
9. II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA
ADVERSIDADE (1.12,13)
2. A PREOCUPAÇÃO DOS FILIPENSES
COM PAULO.
Está implícita a preocupação dos
filipenses com o bem-estar de Paulo.
Eles o amavam e sabiam do seu ardor
em proclamar o Evangelho.
Todavia, achavam que a sua prisão
prejudicaria a causa cristã. O versículo
12 traz exatamente essa conotação: "E
quero, irmãos, que saibais as coisas
que me aconteceram contribuíram
para maior proveito do evangelho".
Para o apóstolo, seu encarceramento
contribuiu ainda mais para o
progresso da mensagem evangélica
(v.13).
10. II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA
ADVERSIDADE (1.12,13)
3. PAULO REJEITA A AUTOPIEDADE.
Paulo era um missionário consciente da
sua missão. Para ele, o sofrimento no
exercício do santo ministério era
circunstancial e estava sob os cuidados
de Deus (v.19). Por isso, não
manifestava autopiedade; não precisava
disso para conquistar a compaixão das
pessoas. Para o apóstolo, a soberania de
Deus faz do sofrimento algo passageiro,
pois os infortúnios servem para
enchernos de esperança, conduzindo-
nos numa bem-aventurada expectativa
de "que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto" (Rm 8.28).
11. III. MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO
EVANGELHO (1.14-18)
1. A MOTIVAÇÃO POSITIVA.
"E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com
as minhas prisões, ousam falar a palavra mais
confiadamente, sem temor" (v.14). Estava claro para os
cristãos romanos, bem como para a guarda
pretoriana, que o processo judicial contra Paulo era
injusto, porque ele não havia cometido crime algum.
Além de saberem da inocência do apóstolo, os
pretorianos recebiam diariamente deste a mensagem
do Evangelho (v.13). O resultado não poderia ser outro.
Os cristãos filipenses foram estimulados a anunciar o
Evangelho com total destemor e coragem.
2. A MOTIVAÇÃO NEGATIVA.
A prisão de Paulo motivou os cristãos a proclamar
o Evangelho de "boa mente" e "por amor". Mas
havia aqueles que usavam a prisão do apóstolo
para garantir vantagens pessoais. Dominados pela
inveja e pela teimosia, agiam por motivos errados.
Mas pelo Espírito, o apóstolo entendeu que o mais
importante era anunciar Cristo ao mundo "de toda
a maneira". Isto não significa que Paulo aprovava
quem procedia dessa forma, porque um dia todo
mau obreiro terá de dar contas de seus atos ao
Senhor (Mt 7.21-23).
Duas motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava. São
elas:
12. IV. O DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.)
1. VIVER PARA CRISTO. "Nisto me regozijo e me regozijarei ainda" (v.18).
Estas palavras refletem a alegria de Paulo sobre o avanço do Evangelho no
mundo. Viver, para o apóstolo, só se justifica se a razão for o ministério
cristão: "Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o
viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva
escolher" (vv.21,22).A morte para ele era um evento natural, mas
glorioso. Significava estar imediatamente com Cristo. O Mestre era tudo
para Paulo, o princípio, a essência e o fim da sua vida. Nele, o apóstolo
vivia e se movia para a glória de Deus. Por isso, podia dizer: "E vivo, não
mais eu; mas Cristo vive em mim"(Gl 2.20).
2. PAULO SUPERA O DILEMA. "Estar com Cristo" e "viver na carne". Este
era o dilema do apóstolo (vv.23,24). Ele desejava estar na plenitude com o
Senhor. Todavia, o amor dele pelos gentios era igualmente intenso. "Ficar
na carne" (v.24), aqui, refere-se à vida física. Isto é: viver para disseminar o
Evangelho pelo mundo. Mais do que escolha pessoal, estar vivo justifica-
se apenas para proclamar o Evangelho e fortalecer a Igreja. Este era o
pensamento paulino. Nos versículos 25 e 26, ele entende que, se fosse
posto em liberdade, poderia rever os irmãos de Filipos, e viver o amor
fraterno pela providência do Espírito Santo.
13. Paulo resolveu o seu dilema em relação à
igreja, declarando que o seu desejo de estar com
Cristo foi superado pela amorosa obrigação de
servir aos irmãos (vv.24-26). Ele nos ensina que
devemos estar prontos a trabalhar na causa do
Senhor, mesmo que isso signifique enfrentar
oposição dos falsos crentes e até privações
materiais. O que deve nos importar é o progresso
do Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo
14. SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Alguns pregam Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente (1.15).
Posteriormente Paulo voltará sua atenção aos judaizantes, que distorcem o evangelho
insistindo nas obras como algo essencial para a salvação (3.2-11). Aqui a tensão é pessoal em
vez de doutrinária. Alguns se tornam evangelistas mais ativos por um espírito
competitivo, tendo um prazer perverso no pensamento de que Paulo está atado e incapaz de
tentar alcançá-los. Outros se tornam evangelistas mais ativos por amor, um esforço de aliviar
Paulo da preocupação de que expansão do evangelho retrair-se-á devido à sua inatividade
forçada.
É fascinante ver como Paulo recusa-se a julgar as motivações, e está encantado com o fato
de que, seja pela razão que for, o evangelho está sendo pregado. Poucos de nós têm essa
maturidade. Os críticos de Paulo poderão ficar amargamente ressentidos com o seu
sucesso, mas o apóstolo não ficará ressentido com eles! Em vez disso ele se regozijará por Cristo
estar sendo pregado, e deixará a questão dos motivos para o Senhor.
Porque sei que disto me resultará salvação (1.19). Paulo não se refere aqui à sua libertação
da prisão. O maior perigo que qualquer um de nós enfrenta é o desânimo que as dificuldades
frequentemente criam" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.437).