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ELETROSTÁTICA                                      Experimentalmente, provou-se que, quando em
                                                          presença, prótons repelem prótons, elétrons repelem
                                                          elétrons, ao passo que prótons e elétrons atraem-se
                    Carga Elétrica
                                                          mutuamente. O nêutron não possui carga elétrica; por
                                                          isso, não manifesta nenhuma atração ou repulsão,
         A matéria é constituída por átomos, que são
                                                          qualquer que seja a partícula da qual se aproxima.
estruturados a partir de três partículas elementares: o
próton, o elétron e o nêutron. Em cada átomo, há uma
                                                          b) Princípio de conservação da carga elétrica:
parte central, o núcleo, onde estão os prótons e os
nêutrons. Os elétrons ficam ao redor do núcleo, numa
                                                                   Num sistema eletricamente isolado, a carga
região chamada eletrosfera. Associa-se aos prótons e
                                                          elétrica total permanece constante.
elétrons uma propriedade física denominada carga
elétrica. Há dois tipos de cargas elétricas: positiva e                      ∑Q    antes   = ∑ Q depois
negativa. Convenciona-se:
                                                                          Condutores e Isolantes
           carga elétrica positiva (+): próton
           carga elétrica negativa (-): elétron           Condutores: são os meios materiais nos quais há
                                                          facilidade de movimento de cargas elétricas, por
        Unidade de carga elétrica no S.I.: C (coulomb).   possuírem elétrons livres. Quando um condutor é
                                                          eletrizado, as cargas elétricas em excesso distribuem-se
Múltiplos do coulomb (C):                                 pela sua superfície externa, pois estas cargas, tendo o
                                                          mesmo sinal, repelem-se mutuamente. Exemplos:
                            -3                            metais, grafite, gases ionizados, soluções eletrolíticas,
milicoulomb: 1mC = 1×10 C
microcoulomb: 1µC = 1×10 C
                          -6                              etc.
                          -9                                       Nos átomos dos materiais condutores, os
nanocoulomb: 1 nC = 1×10 C                                elétrons que se movem nas camadas mais distantes do
                        - 12
picocoulomb: 1pC = 1×10      C                            núcleo atômico, são fracamente atraídos pelo núcleo,
                                                          podendo escapar de um átomo para outro, constituindo-
Átomo eletricamente neutro: possui o número de            se nos elétrons livres, abundantes nos metais.
prótons igual ao número de elétrons.
Átomo eletrizado: o número total de prótons é diferente   Isolantes (ou dielétricos): são os meios materiais nos
do número total de elétrons.                              quais não há facilidade de movimento de cargas
                                                          elétricas, por não possuírem elétrons livres. Quando um
        Np < Ne → corpo eletrizado negativamente          isolante é eletrizado, as cargas elétricas em excesso
        Np > Ne → corpo eletrizado positivamente          permanecem na região em que ocorreu o processo de
        Np = Ne → corpo neutro                            eletrização. Exemplos: ar, água pura, algodão, plásticos,
                                                          vidro, borracha, madeira, etc.
                                                                   Nos átomos dos materiais isolantes, a forte
   Quantidade de carga elétrica de um corpo               atração exercida pelo núcleo atômico sobre os elétrons
                eletrizado (Q)                            das camadas mais externas do átomo não possibilita a
                                                          existência dos elétrons livres.
                        Q = n.e
                                                                        Processos de Eletrização
n é o número de elétrons em excesso (corpo eletrizado
negativamente) ou em falta (corpo eletrizado              I) Eletrização por atrito:
positivamente).
                   - 19
e = ± 1,6 x 10           C (carga elétrica elementar):            Duas substâncias de naturezas diferentes,
corresponde à carga elétrica do elétron, igual em         quando atritadas, eletrizam-se com igual quantidade de
módulo à carga elétrica do próton.                        cargas, porém de sinais contrários.
                                                          Exemplo: Se atritarmos vidro com lã, elétrons migrarão
                  Carga Puntiforme                        do vidro para a lã; portanto, o vidro ficará eletrizado
                                                          positivamente e a lã negativamente.
        É um corpo eletrizado cujas dimensões são
desprezíveis em relação às distâncias que o separam
de outros corpos eletrizados.

             Princípios da Eletrostática

a) Princípio de atração e repulsão:

       Corpos com cargas de mesmo sinal repelem-se
e corpos com cargas de sinais contrários atraem-se.

                                                                                                           1
II) Eletrização por contato:                              III) Eletrização por indução:

         Quando um corpo neutro é posto em contato                Quando um corpo neutro é colocado próximo de
com um corpo eletrizado, eletriza-se com carga de         um corpo eletrizado, sem que exista contato, o corpo
mesmo sinal que a carga do corpo eletrizado. Se o         neutro tem parte das cargas elétricas separadas
eletrizado e o neutro têm mesmas dimensões, após o        (indução eletrostática), podendo ser eletrizado. O
contato eles ficam com cargas iguais. Se um deles for     processo de indução, simplesmente, não eletriza um
maior que o outro, ficará com uma fração maior da         corpo. O que ocorre é um rearranjo no posicionamento
carga.                                                    das cargas. O corpo previamente eletrizado é chamado
                                                          de indutor, e o corpo que sofre a influência é chamado
1º) Se A estiver eletrizado positivamente, ao entrar em   de induzido.
contato com B, atrai parte dos elétrons livres deste.
Assim, A continua eletrizado positivamente, mas com       Eletrização de     um    corpo,   a     partir   da   indução
carga menor e B, que estava neutro, fica eletrizado       eletrostática:
positivamente.
                                                          1º) Indutor eletrizado positivamente:

                                                                  Aproxime, sem tocar, um corpo A, eletrizado
                                                          positivamente, de um condutor B, neutro. Elétrons livres
                                                          deste condutor são atraídos por A e se acumulam na
                                                          região de B mais próxima de A. A região de B mais
                                                          afastada fica com falta de elétrons e, portanto, excesso
                                                          de cargas positivas.




                                                                   Na presença do indutor, liga-se o induzido à
                                                          terra. Elétrons escoam da terra para o induzido e
                                                          neutralizam as cargas positivas induzidas de B.


2º) Se A estiver eletrizado negativamente, ao entrar em
contato com B, seus elétrons em excesso espalham-se
pela superfície externa do conjunto. Assim, A continua
eletrizado negativamente, mas com menor número de
elétrons em excesso e B, que estava neutro, fica
eletrizado negativamente.

                                                                  Na presença do indutor, desfaz-se a ligação do
                                                          induzido com a terra.




                                                                  Afasta-se o indutor. O induzido fica eletrizado
                                                          negativamente.




                                                                                                                2
2º) Indutor eletrizado negativamente:                                            Eletroscópio
         Aproxime, sem tocar, um corpo A, eletrizado                 Eletroscópio é um aparelho que se destina a
negativamente, de um condutor B, neutro. Elétrons           indicar a existência de cargas elétricas, ou seja,
livres deste condutor são repelidos por A e se acumulam     identificar se um corpo está eletrizado.
na região de B mais afastada de A. A região de B mais                Os eletroscópios mais comuns são o pêndulo
afastada fica com excesso de elétrons e, portanto,          eletrostático e o eletroscópio de folhas.
excesso de cargas negativas.
                                                            a) Pêndulo eletrostático:

                                                                     É constituído de uma esfera leve e pequena, em
                                                            geral de cortiça ou isopor, recoberta por uma fina
                                                            camada metálica, suspensa por um fio flexível e isolante
                                                            que está preso a um suporte.
                                                                     Para saber se um determinado corpo está
                                                            eletrizado, basta aproximá-lo da esfera neutra; se ele
                                                            estiver eletrizado, ocorrerá o fenômeno da indução
         Na presença do indutor, liga-se o induzido à       eletrostática na esfera, e ela será atraída para o corpo
terra. Elétrons escoam do induzido para a terra.            em teste.




        Na presença do indutor, desfaz-se a ligação do
induzido com a terra.
                                                            b) Eletroscópio de Folhas:

                                                                     É constituído de duas folhas metálicas, finas e
                                                            flexíveis, ligadas em sua parte superior a uma haste,
                                                            que se prende a uma esfera, ambas condutoras.
                                                            Normalmente, as folhas metálicas são mantidas dentro
                                                            de um frasco transparente.
                                                                     Aproximando-se da esfera o corpo que se quer
        Afasta-se o indutor. O induzido fica eletrizado     verificar, se ele estiver eletrizado, ocorrerá a indução
positivamente.                                              eletrostática, ou seja: se o corpo estiver carregado
                                                            negativamente, ele repele os elétrons livres da esfera
                                                            para as lâminas, fazendo com que elas se abram devido
                                                            à repulsão; se o corpo estiver com cargas positivas, ele
                                                            atrai os elétrons livres das lâminas, fazendo também
                                                            que elas se abram, novamente, devido à repulsão.




        Podemos concluir que na eletrização por
indução, o induzido carrega-se com carga de sinal
contrário à do indutor. A carga do indutor não se altera.
                                                                    Se o corpo estiver eletricamente neutro,
                                                            nenhuma deflexão é observada nas lâminas, pois não
Observação: Se ligarmos um condutor eletrizado à terra,     ocorre indução.
ele se descarrega.
         Quando um condutor estiver eletrizado                     Força Eletrostática - Lei de Coulomb
positivamente, elétrons sobem da terra para o condutor,
neutralizando seu excesso de cargas positivas. Quando              Descreve a força de interação (atração ou
um condutor estiver eletrizado negativamente, seus          repulsão) entre duas cargas elétricas puntiformes.
elétrons em excesso escoam para a terra.                           Para duas cargas puntiformes Q1 e Q2
                                                            separadas por uma distância d, Coulomb concluiu:
                                                                                                            3
Unidade de campo elétrico no S.I.:
        A intensidade da força elétrica é diretamente                       N/C (newton/coulomb)
proporcional ao produto das cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa.            Campo elétrico gerado por uma carga
                                                                             puntiforme
                    Q1 . Q 2
Módulo: F = K 0
                      d2
Direção: coincidente com a direção da reta que une as
cargas.
Sentido: depende dos sinais das cargas (atração para
cargas de sinais opostos e repulsão para cargas de
mesmo sinal).                                                     Consideremos uma carga puntiforme Q.
                                                           Colocamos uma carga de prova q a uma distância d da
                                                           carga geradora Q. Da definição de campo elétrico,
                                                           temos:
                                                                                         F
                                                                                    E=     .
                                                                                         q
                                                           E pela lei de Coulomb,
                                                                                         Q.q
                                                                                F = K0          ,
                                                                                           d2
                                                           temos:
                                                                                           Q
                                                                                  E = K0
                                                                                           d2
       No vácuo, utilizando as unidades do S.I., o valor
                                            9   2 2
da constante eletrostática será: K0 = 9 × 10 N.m /C .      Observação: Como conseqüência, podemos concluir
             1                                             que o campo elétrico no ponto considerado não
Obs.: K 0 =       , sendo que ε 0 é denominada             depende da carga de prova e sim da carga que gera o
            4πε 0                                          campo.
permissividade absoluta do vácuo.
                                     r                     Força Elétrica e Campo Elétrico:
                    Campo Elétrico ( E )
                                                           1) Carga geradora        positiva:   campo    elétrico   de
         Sabe-se que a Terra cria em torno de si um        afastamento.
campo gravitacional, representado em cada ponto pelo
                             r
vetor campo gravitacional g , onde qualquer corpo
colocado nesse campo fica sujeito a uma força de
atração gravitacional, denominada peso. Da mesma
forma, um corpo eletrizado cria ao seu redor um campo
elétrico, representado em cada ponto pelo vetor campo
            r
elétrico E , onde qualquer carga elétrica colocada nesse
campo sofre a ação da força elétrica.
         O vetor campo elétrico é dado por:
                             r
                           r F
                           E= ,
                             q                             2) Carga geradora        negativa:   campo    elétrico   de
     r                                                     aproximação.
onde F é a força elétrica que atua sobre a carga de
prova q colocada num ponto do campo elétrico. Da
expressão acima, a força elétrica sobre a carga de
                       r       r
prova q é dada por: F = q ⋅ E .
                F
Módulo: E =
                q
          r                          r
Direção:E tem a mesma direção de F .
                    r r
Sentido: Se q > 0, E e F têm o mesmo sentido;
                     r r
          se q < 0, E e F têm sentidos opostos.


                                                                                                              4
Campo elétrico gerado por várias cargas                       As linhas de força originam-se em cargas
                 puntiformes                              positivas e terminam em cargas negativas.

         Caso haja mais de uma carga puntiforme           A) Carga positiva e carga negativa:
gerando campo elétrico, o campo elétrico resultante
será dado pela soma vetorial dos vetores campos
elétricos produzidos por cada uma das cargas.




                                                          B) Duas cargas positivas:
               r     r     r           r
               E P = E 1 + E 2 + ... + E n

                  Linhas de Força

        São linhas imaginárias que permitem visualizar
o campo elétrico numa região.
        As linhas de força são construídas de tal forma
que o vetor campo elétrico seja tangente a elas em cada
ponto, e são sempre orientadas no mesmo sentido do        C) Duas cargas negativas:
campo elétrico.




         A intensidade do campo elétrico é proporcional
ao número de linhas de força numa determinada região:
onde as linhas são mais próximas, o campo elétrico é
mais intenso, e onde as linhas são mais afastadas, o
campo elétrico é menos intenso.                                        Campo Elétrico Uniforme
         As linhas de forças nunca se cruzam, pois, se
isso ocorresse, no ponto de cruzamento o campo                    O vetor campo elétrico tem mesmo módulo,
elétrico teria mais de uma direção e sentido.             mesma direção e mesmo sentido em todos os pontos.
                                                          As linhas de força são retas paralelas igualmente
Linhas de força do campo elétrico de uma carga            espaçadas e com mesmo sentido.
puntiforme:                                                       Quando existem numa região duas placas
                                                          igualmente carregadas com cargas de sinais contrários,
A) Q > 0: sentido de afastamento da carga.                o campo elétrico entre as placas é uniforme. As linhas
                                                          de força originam-se na placa positiva e terminam na
                                                          placa negativa.




B) Q < 0: sentido de aproximação da carga.




                                                                 Potencial Elétrico e Tensão Elétrica

                                                          Potencial Elétrico (V): Corresponde à medida da
Linhas de força do campo elétrico resultante gerado por   quantidade de energia potencial elétrica adquirida por
duas cargas puntiformes:                                  unidade de carga, quando um corpo eletrizado é imerso
                                                          num campo elétrico.
                                                                                                         5
Percorrendo-se uma linha de força no seu
        Considere uma partícula fixa de carga Q e um          sentido, o potencial elétrico diminui, ou seja, o sentido
ponto P, no interior do campo elétrico gerado por Q,          das linhas de força de um campo elétrico é sempre do
distante d da partícula.                                      potencial maior para o potencial menor.

                                                                           Superfície Eqüipotencial
        O potencial elétrico em P é dado por:                         Chamamos de superfície eqüipotencial ao
                                                              conjunto de pontos do espaço, tais que todos eles
                                  Q                           apresentem o mesmo potencial elétrico.
                       VP = K 0
                                  d
                                                              Carga puntiforme:
         Quando a distância tende ao infinito ( d → ∞ ), o            No campo elétrico de uma carga puntiforme, as
                                                              superfícies eqüipotenciais são superfícies esféricas e
potencial elétrico tende a zero ( V → 0 ). Portanto, o        concêntricas com a carga.
potencial elétrico tem o seu ponto de referência (V = 0)
no infinito.

        Unidade de potencial elétrico no S.I.:
             J/C (joule/coulomb) = V (volt)

Tensão Elétrica (U): Se considerarmos dois pontos A e
B de um campo elétrico, sendo VA e VB os seus
potenciais elétricos, definimos tensão elétrica (U) ou
diferença de potencial, d.d.p., entre os pontos A e B,
através da expressão:
                   U AB = VA − VB

    Potencial elétrico devido a várias cargas
                     elétricas
                                                              Campo elétrico uniforme:
        Quando existem várias cargas puntiformes, o
                                                                     Num campo elétrico uniforme, as superfícies
potencial num ponto P desta região será dado pela
                                                              eqüipotenciais são planos paralelos entre si.
soma algébrica dos potenciais devido a cada uma
dessas cargas.




                                                              Obs.: As linhas de força são perpendiculares às
                                                              superfícies eqüipotenciais em qualquer campo elétrico.

                VP = V1 + V2 + ... + Vn                                   Trabalho da Força Elétrica

        Propriedades do Potencial Elétrico                            Considere uma carga de prova q, imersa num
                                                                                                                    r
                                                              campo elétrico, sendo deslocada pela força elétrica F ,
• Se a carga que gera o potencial elétrico for positiva, ao   de um ponto A, de potencial VA, até um ponto B, de
  se afastar da carga, o potencial elétrico diminui.
                                                              potencial VB.
• Cargas      elétricas     positivas      movimentam-se
  espontaneamente no sentido dos potenciais menores.

• Se a carga que gera o potencial elétrico for negativa,
  ao se afastar da carga, o potencial elétrico aumenta.
• Cargas      elétricas    negativas       movimentam-se
  espontaneamente no sentido dos potenciais maiores.



                                                                                                               6
Estabelece-se o conceito de diferença de
potencial (d.d.p.) entre os pontos A e B                                     U
( U AB = VA − VB ) pela razão entre o trabalho realizado   Obs.: Como   E=     , a unidade de campo elétrico N/C é
                                                                             d
pela força elétrica nesse deslocamento e a carga q.        equivalente a V/m.
                               τ
                       U AB   = AB
                                 q                                  Energia Potencial Elétrica ( E pe )
       Portanto:
                   τ AB = q.(VA − VB ) ,                           Define-se energia potencial elétrica de uma
                                                           carga q, em um ponto P de um campo elétrico, por:
onde VA é o ponto de partida e VB é o ponto de
chegada.                                                                          E p e = q ⋅ VP
        Esta expressão nos dá o valor do trabalho
realizado pelo campo elétrico quando uma carga elétrica            Se o campo for gerado por uma carga
q se desloca no seu interior.                              puntiforme Q:
                                                                                              Q
       Uma propriedade importante do campo elétrico                               VP = K 0
é que ele é conservativo (a força elétrica é                                                  d
conservativa), ou seja, o valor do trabalho realizado              Então:
independe da trajetória.                                                                      Q.q
                                                                                 E pe = K 0
                                                                                               d
    Trabalho em um campo elétrico uniforme
                                                                    Logo, o trabalho no deslocamento de uma carga
         Seja q uma carga de prova que se desloca de       q, de um ponto A até um ponto B de um campo elétrico,
um ponto A para um ponto B, no interior de um campo        pode ser expresso por:
                                                                  τ AB = q.(VA − VB ) → τ AB = q.VA − q.VB
elétrico uniforme.


                                                                                τ AB = E PA − E PB

                                                                  Isso significa que o trabalho da força elétrica
                                                           para deslocar a carga, de A até B, é a diferença entre as
                                                           energias potenciais da carga, nos pontos A e B.

                                                           Obs.: A energia potencial elétrica diminui em todo
                                                           deslocamento espontâneo de cargas elétricas num
                                                           campo elétrico.

       O trabalho realizado pela força elétrica sobre a         Condutores em Equilíbrio Eletrostático
carga de prova no deslocamento de A a B é dado por:
                      τ AB = q.E.d                                 Um condutor eletrizado está em equilíbrio
                                                           eletrostático quando não há fluxo ordenado dos elétrons
        É importante reconhecer que o valor da
                                                           livres em seu interior.
distância d nessa expressão não corresponde,
necessariamente, à distância entre os pontos A e B,
                                                                    A inexistência de um fluxo ordenado dos
mas corresponde à distância entre as superfícies
                                                           elétrons livres significa que o campo elétrico resultante
eqüipotenciais que passam pelos pontos A e B.
                                                           no interior do condutor é nulo. Se houver um campo
        Como conseqüência dessa expressão, podemos
                                                           elétrico resultante não-nulo no interior do condutor, os
estabelecer uma relação entre a tensão elétrica
                                                           elétrons irão movimentar-se ordenadamente.
existente entre os pontos A e B e a intensidade do
                 r                                                  Nos pontos internos e na superfície do condutor
campo elétrico   E , na forma que se segue:                em equilíbrio eletrostático, o potencial elétrico é
         τ AB   = q.(VA − VB ) → τ AB = q.U AB             constante e seu valor é denominado potencial elétrico
       Mas, como vimos no caso de campo elétrico           do condutor. Se os potenciais forem diferentes, haverá
uniforme, o valor do trabalho é dado por:                  um fluxo ordenado dos elétrons livres de um ponto de
                                                           potencial mais baixo para um ponto de potencial mais
                       τ AB = q.E.d                        alto.
Igualando as duas expressões, resulta:                              Num condutor eletrizado em equilíbrio
                     q.U AB = q.E.d                        eletrostático, as cargas elétricas em excesso distribuem-
                                                           se pela sua superfície externa, devido à repulsão mútua
                                                           entre cargas elétricas de mesmo sinal.
                       U AB = E.d

                                                                                                            7
Considere     um        condutor      eletrizado    II) Para pontos infinitamente próximos da superfície da
negativamente, em equilíbrio eletrostático. As cargas        esfera:
negativas em excesso (elétrons livres) repelem-se,
afastando-se o máximo possível nos limites do condutor,               O campo elétrico em um ponto externo, mas
até a superfície externa. Quando um corpo está               infinitamente próximo da superfície da esfera (Pp), a
eletrizado positivamente, há falta de elétrons, isto é, o    distância d pode ser substituída pelo raio R da esfera:
condutor perdeu elétrons da sua superfície externa por                                               Q
algum processo de eletrização.                                                    E próx = k 0 ⋅
                                                                                                    R2




Observação: Como os pontos situados na superfície e
na região interna de um condutor em equilíbrio
eletrostático possuem o mesmo potencial elétrico, a
superfície do condutor é uma superfície eqüipotencial.
                                                             III) Para pontos na superfície da esfera:
Sendo assim, o vetor campo elétrico é perpendicular à
superfície do condutor.
                                                                     Ao se passar de um ponto externo infinitamente
                                                             próximo (Pp) para um ponto da superfície (Ps), a
                                                             intensidade do campo elétrico tem seu valor reduzido à
                                                             metade:
                                                                                      E próx       1       Q
                                                                            E sup =            =     ⋅ k0 ⋅ 2
                                                                                        2          2       R




  Campo Elétrico e Potencial Elétrico de um
 Condutor Esférico em Equilíbrio Eletrostático

I) Para pontos externos à esfera:
                                                             IV) Para pontos internos à esfera:
         Considere um condutor esférico, de raio R,
eletrizado com carga elétrica Q. Para os pontos                       Nos pontos internos do condutor, o campo
externos à esfera, o campo elétrico e o potencial elétrico   elétrico é nulo. O potencial elétrico é constante em todos
são calculados como se a carga Q fosse puntiforme e          os pontos internos e na superfície do condutor:
estivesse localizada no centro da esfera.                                              E int = 0
         Assim, sendo d a distância do centro O da
esfera ao ponto P externo, temos:                                                       Q
                                                                   Vint = Vsup   = k 0 ⋅ (referencial no infinito)
                                         Q                                              R
                         E ext = k 0 ⋅
                                         d2
                         Q
          Vext = k 0 ⋅     (referencial no infinito)
                         d




                                                                                   EO = EA = EB = 0
                                                                                                           Q
                                                                           V O = VA = VB = V C = k 0 ⋅
                                                                                                           R




                                                                                                                8
ELETRODINÂMICA
                  Corrente Elétrica

          No interior de um condutor em equilíbrio
eletrostático, o campo elétrico é nulo e o potencial
elétrico é constante. Disso resulta que os elétrons livres   Corrente iônica – Constituída pelo deslocamento dos
se apresentam em movimento desordenado em seu                íons     positivos    e     negativos,    movendo-se
interior.                                                    simultaneamente em sentidos opostos. Ocorre nas
                                                             soluções eletrolíticas (soluções de ácidos, sais ou
                                                             bases) e nos gases ionizados (lâmpadas fluorescentes).

         Ao se estabelecer uma diferença de potencial
elétrico entre as extremidades do condutor, surge no
                               r
seu interior um campo elétrico E . Assim, cada relétron
                                        r
livre fica sujeito a uma força elétrica F = q ⋅ E , que
causa um movimento ordenado desses elétrons, no
                               r
sentido contrário ao do vetor E , constituindo a corrente
elétrica.
                                                                   Nas soluções eletrolíticas, os íons positivos
                                                             movimentam-se no mesmo sentido do campo elétrico
                                                             r
                                                             E , enquanto os íons negativos movimentam-se no
                                                             sentido oposto.

                                                                    Intensidade de Corrente Elétrica (i)

                                                                     Define-se intensidade de corrente elétrica como
                                                             a quantidade de carga elétrica que atravessa uma seção
Corrente Elétrica: é o movimento ordenado de cargas          transversal de um condutor num intervalo de tempo.
elétricas.

Sentido da corrente elétrica:
         Embora a corrente elétrica nos metais seja
constituída de elétrons livres em movimento ordenado,
por convenção, admite-se que o sentido da corrente                                        Q
elétrica é oposto ao sentido de movimento dos elétrons,
                                                                                     i=
                                                    r                                     ∆t
ou de mesmo sentido do vetor campo elétrico E no                           (corrente elétrica constante)
interior do condutor.
                                                                    Unidade de corrente elétrica no S.I.:
                                                                     C/s (coulomb/segundo) = A (ampère)

                                                             Submúltiplos do ampère:
                                                                                       -3
                                                             miliampère (mA): 1 mA = 10 A
                                                                                        -6
                                                             microampère (µA) 1 µA = 10 A

                                                             Gráfico da corrente elétrica em função do tempo:

                                                                      Quando a intensidade da corrente elétrica varia
                                                             com o tempo, a área sob o gráfico é numericamente
                                                             igual à quantidade de carga elétrica: Q = área.
        Quanto aos portadores de carga elétrica, a
corrente elétrica pode ser:
Corrente eletrônica – Constituída pelo deslocamento
dos elétrons livres. Ocorre, principalmente, nos
condutores metálicos.




                                                                                                                9
Tensão Elétrica (U) ou Diferença de Potencial
                Elétrico (d.d.p.)                                     Unidade de resistência elétrica no S.I.:
                                                                           V/A (volt/ampère) = Ω (ohm)
         Ao se estabelecer uma diferença de potencial
elétrico entre as extremidades de condutor isolado, as        Obs.:
cargas elétricas movimentam-se ordenadamente,                    •    U é diretamente proporcional a R
originando a corrente elétrica.                                  •    i é inversamente proporcional a R
         O dispositivo que fornece esta d.d.p., causando
o movimento das cargas elétricas, é uma fonte elétrica                             Resistividade (ρ)
ou gerador (pilha, bateria, tomada, etc.)
                                                                       É a resistência específica de cada material. È
                        Resistor                              uma grandeza característica do material de que é feito o
                                                              resistor.
        À medida que as cargas elétricas se                            Consideremos um fio condutor de comprimento
movimentam em um condutor, elas se chocam com os              L e área de seção transversal A.
átomos do condutor, havendo uma conversão de
energia elétrica em calor, ocasionando um aquecimento
do condutor.
        Num circuito elétrico, os condutores que
transformam a energia elétrica em energia térmica são                 Ohm verificou experimentalmente que:
chamados resistores.                                                  A resistência elétrica é diretamente proporcional
                                                                      ao comprimento do fio, ou seja, quanto maior o
Resistor: todo condutor que tem exclusivamente a                      comprimento do fio maior é a dificuldade de
função de converter energia elétrica em energia térmica               movimentação dos elétrons.
(efeito Joule).                                                       A    resistência     elétrica   é   inversamente
                                                                      proporcional ao valor da área da seção
        Símbolos:                                                     transversal do fio, ou seja, quanto maior a área
                                                                      mais fácil é a movimentação dos elétrons.

                         ou                                                                    L
                                                                                        R =ρ
         Existem alguns aparelhos que possuem como                                             A
função básica a transformação de energia elétrica em
energia térmica, tais como: ferro elétrico, chuveiro                                                     R ⋅A
                                                                      A resistividade é dada por: ρ =         .
elétrico, aquecedores, etc.                                                                               L
                 Resistência Elétrica (R)                             Unidade de resistividade no S.I.: Ω ⋅ m.
         O resistor possui uma característica de dificultar   Resistores ôhmicos:
a passagem de corrente elétrica através do condutor.
                                                                      Ao alterar a tensão para valores U1, U2,
Essa característica é chamada de resistência elétrica.
         Aplicando-se uma d.d.p. U nos terminais de um        U3,...,UN, a intensidade de corrente no condutor também
resistor, observa-se que ele é percorrido por uma             se altera para valores i1, i2, i3,...,iN, de tal forma que, ao
corrente elétrica i. Ohm verificou experimentalmente que      dividirmos as tensões pelas respectivas intensidades de
a corrente elétrica i é diretamente proporcional à d.d.p.     corrente elétrica, para um mesmo condutor, a divisão
U aplicada:                                                   será uma constante, a resistência elétrica R.
                         U = R.i                                           U1 U 2 U 3          U
          A   constante   de   proporcionalidade  R,                          =    =    = ... = N = R
característica do resistor, é denominada resistência
                                                                           i1   i2   i3        iN
elétrica.
                              U                               Reostato – resistor que possui resistência elétrica
                         R=                                   variável.
                              i

                                                              Símbolos:                            ou

                                                              Fusível - Dispositivo associado em série a um circuito
                                                              elétrico, com a finalidade de protegê-lo; interrompe a
                                                              passagem da corrente elétrica, quando esta ultrapassa
                                                              um dado valor.
                                                              Símbolo:
                         R = tg α
                                                                                                                    10
Associação de Resistores                         b) Paralelo:

        Uma associação de resistores consiste de                           Um grupo de resistores está associado em
vários resistores eletricamente ligados entre si. A                paralelo quando todos eles estiverem submetidos a uma
associação pode ser substituída por um único resistor,             mesma diferença de potencial elétrico (d.d.p.).
que possui uma resistência equivalente Req, ou seja,                       Consideremos três resistores associados em
aquela que submetida à mesma tensão U, é                           paralelo:
atravessada pela mesma corrente i.
        A resistência equivalente é representada da
seguinte forma:


                                                                           A intensidade de corrente elétrica é dividida
                                                                   para cada resistor de acordo com o valor de cada
                                                                   resistência elétrica, mas a d.d.p. é igual para todos os
a) Série:                                                          resistores.

        Um grupo de resistores está associado em série
quando estiverem ligados de tal forma que sejam
percorridos pela mesma corrente elétrica.
        Consideremos três resistores, associados em
série:



        Os três resistores são percorridos pela mesma
corrente elétrica e, portanto, cada resistor possui uma                       Cálculo da resistência equivalente:
d.d.p. correspondente ao valor de sua resistência.
                                                                            A intensidade de corrente elétrica total no
                                                                   circuito é a soma da corrente elétrica em cada resistor:
                                                                                           i = i1 + i 2 + i 3
                                                                           Todos os resistores estão submetidos à mesma
                                                                   tensão total:
                                                                                         U = U1 = U 2 = U 3
              Cálculo da resistência equivalente:                           Aplicando a definição de resistência elétrica,
                                                                   temos:
        A intensidade de corrente elétrica é igual em                                    U         U         U
todos os resistores:                                                              i1 =      ; i2 =    ; i3 =
                        i1 = i 2 = i 3 = i                                               R1        R2        R3
                                                                         Substituindo as expressões                  anteriores    na
         A tensão total é a soma das tensões em cada
                                                                   equação da corrente elétrica, obtemos:
resistor:
                                                                                      U    U   U   U
                     U = U1 + U 2 + U 3                                                  =   +   +
         Aplicando a definição de resistência elétrica,
                                                                                     R eq R 1 R 2 R 3
temos:                                                                     Portanto, na associação              em     paralelo,   a
            U1 = R 1 .i ; U 2 = R 2 .i ; U 3 = R 3 .i              resistência equivalente é dada por:
      Substituindo as expressões                 anteriores   na                      1    1   1   1
                                                                                         =   +   +
equação da tensão elétrica, obtemos:                                                 R eq R 1 R 2 R 3
                 R eq .i = R 1 .i + R 2 .i + R 3 .i                         Para n resistores em paralelo, temos:
        Portanto, na associação em série, a resistência                        1    1   1   1          1
equivalente é dada por:                                                           =   +   +    + ... +
                                                                              R eq R 1 R 2 R 3         Rn
                    R eq = R 1 + R 2 + R 3
                                                                   Observações:
                                                                    • Dois resistores em paralelo, de resistências R1 e R2:
         Para n resistores em série, temos:
                                                                                                     R 1 .R 2
               R eq = R 1 + R 2 + R 3 + ... + R n                                          R eq =
                                                                                                    R1 + R 2
Observação:                                                                                                           R
                                                                     • n resistores iguais em paralelo: R eq =
   • n resistores iguais em série: Req = n ⋅ R                                                                        n

                                                                                                                            11
Curto-Circuito em um Resistor                                           Gerador

        Diz-se que um resistor está em curto-circuito               É todo aparelho que transforma em energia
quando a ele é associado em paralelo um fio de             elétrica qualquer outra modalidade de energia (gera
resistência elétrica desprezível.                          energia elétrica). Exemplos: pilhas, baterias, usinas
                                                           hidrelétricas, etc.
                                                                    Quando um gerador não é percorrido por
                                                           corrente elétrica, existe entre seus pólos uma diferença
                                                           de potencial, denominada força eletromotriz (f.e.m.) ε.
        A corrente elétrica que inicialmente atravessava   Entretanto, ao ser percorrido por corrente elétrica, a
o resistor é totalmente desviada para o fio, que possui    d.d.p. U entre seus terminais torna-se menor que ε. Isso
resistência elétrica desprezível. Assim, não há            acontece porque o gerador, como todo condutor, possui
dissipação de energia no trecho AB, portanto:              resistência elétrica, denominada resistência interna r.
               VA = VB ⇒ U AB = 0

Observação: Havendo curto-circuito, toda a corrente
elétrica do circuito se desvia pelo condutor de            Símbolo:
resistência nula. Para efeitos práticos, é como se o
resistor não estivesse associado ao circuito. Num novo              O sentido da corrente elétrica no gerador é
esquema do circuito, podemos considerar os pontos          sempre de aumento de potencial elétrico (i entra pelo
ligados pelo condutor (A e B) como coincidentes,           pólo negativo, de menor potencial, e sai pelo pólo
deixando de representar o resistor.                        positivo, de maior potencial).

                Medições Elétricas                         Equação do gerador:

                     Amperímetro                                   Considere um gerador ligado a um circuito
                                                           elétrico e percorrido por uma corrente elétrica i. A
        É um aparelho destinado a medir intensidade de     tensão elétrica U entre os pólos do gerador é dada por:
corrente elétrica. Será considerado ideal, quando sua
resistência interna for nula.                                                    U = ε − r.i
       Como ligar um amperímetro num circuito:                           Curto-circuito num gerador:

         Devemos ligar um amperímetro em série no                  Diz-se que um gerador está em curto-circuito
circuito, fazendo com que a corrente elétrica passe por    quando os seus terminais estão ligados por um condutor
ele e então registre o seu valor. É exatamente por isso    de resistência elétrica desprezível. Nessa condição, a
que num amperímetro ideal a resistência interna deve       intensidade da corrente elétrica é denominada corrente
ser nula, já que o mínimo valor existente de resistência   de curto-circuito (icc).
mudará o resultado marcado no amperímetro.




                      Voltímetro

        É um aparelho destinado a medir diferença de                Como os terminais A e B estão em curto-
potencial. Será considerado ideal, quando possuir
                                                           circuito, tem-se VA = VB, portanto: U = VA – VB = 0.
resistência interna infinitamente grande.
                                                           Aplicando-se a equação do gerador:
        Como ligar um voltímetro num circuito:                                   U = ε − r.i
                                                                                 U = 0; i = icc
         Devemos ligar um voltímetro em paralelo ao                                         ε
resistor cuja d.d.p. queremos medir, fazendo com que                               i cc =
nenhuma corrente elétrica passe por ele. É exatamente
                                                                                            r
por isso que num voltímetro ideal a resistência interna
deve ser infinita, fazendo com que a corrente elétrica                           Receptor
procure o caminho de menor resistência.
                                                                   É todo aparelho que transforma energia elétrica
                                                           em outras modalidades de energia que não sejam
                                                           exclusivamente térmicas (consome energia elétrica).
                                                           Exemplos: motores elétricos.


                                                                                                           12
Todo receptor elétrico é constituído por
condutores e, portanto, possui resistência elétrica,
denominada resistência interna (r’).
        Liguemos um receptor aos terminais de um
gerador. Seja U a tensão elétrica no receptor e i a
corrente elétrica que o percorre. A tensão elétrica
realmente utilizada por um receptor é chamada de força
contra-eletromotriz (f.c.e.m.) ε’.


                                                                      Sejam dois pontos A e B de um circuito,
                                                             percorrido por uma corrente elétrica i, com potenciais
Símbolo:                                                     elétricos VA e VB, cuja d.d.p. é UAB = VA – VB.
                                                                      Suponha que num intervalo de tempo ∆t passe
        O sentido da corrente elétrica no receptor é         entre A e B uma quantidade de carga Q. O trabalho da
sempre de diminuição de potencial elétrico (i entra pelo     força elétrica é dado por: τ AB = Q ⋅ U AB .
pólo positivo, de maior potencial, e sai pelo pólo
                                                                      A potência elétrica consumida é dada por:
negativo, de menor potencial).
                                                                                  τ      Q ⋅ U AB
                                                                               P = AB =
Equação do receptor:                                                               ∆t       ∆t
                                                                                    P = U⋅i
       A tensão elétrica U entre os pólos do receptor é
dada por:                                                             A energia elétrica Eel consumida entre A e B no
                                                             intervalo de tempo ∆t é dada pelo trabalho da força
                         U = ε'+ r'.i                        elétrica: τ AB = P ⋅ ∆t . Portanto:
                                                                                    E el = P ⋅ ∆t
           Circuito gerador, receptor, resistor
                                                             A) Potência elétrica nos resistores:
Gerador: U = ε − r.i
Receptor: U = ε'+ r'.i
Resistor: U = R.i                                                                                        U2
                                                                         P = R.i2        ou         P=
                                                                                                         R
              Ugerador = Ureceptor + Uresistor
                                                             B) Potência elétrica e rendimento nos geradores:
       A intensidade de corrente elétrica no circuito é
dada por:                                                    Pt = ε.i (potência total ou potência gerada)
                              '                              Pu = U.i (potência útil ou potência fornecida ou potência
                             ε−ε
                     i=                                      lançada)
                           R + r + r'                        Pd = r.i2 (potência dissipada)
                                                                              P    U
        Para uma associação de resistores:                                  η= u =   (rendimento)
                              '                                               Pt   ε
                             ε−ε
                    i=
                         R eq + r + r '                      C) Potência elétrica e rendimento nos receptores:

        Energia elétrica e Potência elétrica                 Pu = ε’.i (potência útil ou potência fornecida)
                                                             Pt = U.i (potência total ou potência consumida)
         Seja Eel a energia fornecida por um gerador ou      Pd = r’.i2 (potência dissipada)
consumida por um receptor ou por um resistor, num                                  P      ε'
intervalo de tempo ∆t. A potência elétrica é por definição                    η' = u =       (rendimento)
dada pela equação:                                                                  Pt U
                               E el
                          P=                                                        Capacitor
                               ∆t
                                                                      Capacitores ou condensadores são dispositivos
        Unidade de potência elétrica no S.I.:
                                                             elétricos que possuem a função de armazenar carga
             W (watt) = J/s (joule/segundo)
                                                             elétrica. Exemplos: capacitores são encontrados em
                                                             televisores,   rádios,   computadores,  calculadoras,
        A potência elétrica mede a rapidez com que a
                                                             máquinas fotográficas, etc.
energia potencial elétrica é transformada ou transferida.

                                                                                                                 13
Capacitor: conjunto de dois condutores (armaduras),       • Todos os capacitores apresentam mesma carga Q.
eletrizados com quantidades de cargas de mesmo            • U = U1 + U2 + U3
módulo, mas de sinais opostos; as armaduras são                    1    1   1   1
separadas por uma camada de material isolante,            •           =   +   +
denominada dielétrico.                                            C eq C1 C 2 C 3

Símbolos:                        ou                     Observações:
                                                        ⇒ Dois capacitores em série, de capacitâncias C1 e C2:
                   Capacitância (C)                                                    C1 .C 2
                                                                             C eq =
                                                                                      C1 + C 2
       Aplicando-se uma tensão U entre as placas de
um capacitor, estas placas irão adquirir uma carga Q                                              C
                                                        ⇒ n capacitores iguais em série: C eq =
(+Q numa placa e -Q na outra placa).                                                              n
                             Q
                        C=                              b) Paralelo:
                             U




        Unidade de capacitância no S.I.:
             C/V (coulomb/volt) = F (farad)

                    Capacitor Plano




                                                          Propriedades do capacitor equivalente em paralelo:

                                                              •    Todos os capacitores apresentam a mesma
                                                                   d.d.p U.
        A capacitância do capacitor plano é dada por:         •    Q = Q1 + Q2 +Q3
                            εoA                               •    Ceq = C1 + C2 + C3
                       C=         ,
                             d
                                                        Observação:
onde ε0 é a permissividade absoluta do vácuo:
                  ε0 = 8,85.10 - 12 F/m.                ⇒ n capacitores iguais em paralelo: Ceq = n ⋅ C

              Associação de capacitores                 Energia potencial elétrica armazenada por um capacitor

a) Série:                                                                Q é diretamente proporcional a U
                                                                                  C = tg α




                                                                                 QU CU 2 Q 2
                                                                        E pe =      =   =
    Propriedades do capacitor equivalente em série:
                                                                                  2   2   2C


                                                                                                            14
ELETROMAGNETISMO                                        Pólos de mesmo nome repelem–se e de nomes
                                                          diferentes atraem–se.
                    Magnetismo

        Na região de Magnésia, foram descobertas as
propriedades de um minério de ferro, o óxido de ferro
Fe3O4, denominado magnetita, que atraía pequenos
fragmentos de ferro.
        A magnetita é um ímã natural.

Ímãs: Corpos que têm o poder de atrair ferro ou que
                                                          4) Inseparabilidade dos pólos de um ímã:
interagem entre si.
                                                                  Verifica-se experimentalmente que é impossível
                                                          separar os pólos de um ímã. De fato, ao dividirmos um
        O termo magnetismo foi, então, usado para
                                                          ímã, a fim de isolar os seus pólos, observamos que
designar o estudo das propriedades destes ímãs em
                                                          cada um dos dois pedaços obtidos possui dois pólos
virtude do nome da região onde foram descobertos.
                                                          magnéticos. Se repetirmos o procedimento, iremos notar
                                                          que sempre, por menor que seja cada pedaço de ímã,
               Propriedades dos Ímãs                      haverá um pólo norte magnético e um pólo sul
                                                          magnético, em cada pedaço. Essas divisões podem ser
1) Pólos magnéticos do ímã: Qualquer ímã possui dois      efetuadas até escalas moleculares. Então, pode-se
pólos: pólo norte magnético e pólo sul magnético.         concluir que um ímã é constituído de ímãs moleculares
        Quando se coloca um ímã em contato com            ordenados.
limalhas dos metais Fe, Ni e Co, elas aderem ao ímã,              É impossível isolar os pólos magnéticos de um
não em toda sua extensão, mas com maior intensidade       ímã.
em suas extremidades, os pólos do ímã, onde as ações
magnéticas são mais intensas.




                                                                   Em 1820, Hans Christian Oersted descobriu que
2) Suspendendo-se um ímã de modo que ele possa            uma corrente elétrica, ao passar por um fio, produz
girar livremente, ele toma, aproximadamente, a direção    efeitos magnéticos. Quando uma bússola é colocada
norte-sul geográfica do lugar. O pólo que aponta para o   próxima a um fio percorrido por corrente elétrica, ela
norte geográfico é o pólo norte do ímã, e o pólo que      sofre um desvio, indicando a presença de fenômenos
aponta para o sul geográfico é o pólo sul do ímã.         magnéticos.
                                                                   Atualmente, sabe-se que o fenômeno magnético
                                                          observado por Oersted é devido às forças entre cargas
                                                          elétricas em movimento, que geram ao seu redor um
                                                          campo de forças denominado campo magnético.
                                                                   A partir de então, uniu-se a eletricidade e o
                                                          magnetismo, originando-se o Eletromagnetismo.
                                                                                               r
        A orientação da agulha de uma bússola na
direção norte-sul terrestre deve-se ao fato de a Terra
                                                                        Campo Magnético ( B )
comportar-se como um grande ímã:
                                                                   É uma região limitada ao redor de um ímã, ou
        Se o pólo norte magnético da agulha da bússola
                                                          região limitada ao redor de um condutor percorrido por
aponta para o pólo norte geográfico, é porque no pólo
                                                          corrente elétrica, na qual ocorrem interações
norte geográfico existe um pólo sul magnético. Da
                                                          magnéticas.
mesma forma, no pólo sul geográfico existe um pólo
                                                                   Na Eletrostática, vimos que uma carga elétrica
norte magnético.
                                                          puntiforme fixa origina, no espaço que a envolve, um
  Pólo Norte Geográfico ⇒ Pólo Sul Magnético da Terra                     r
                                                          campo elétrico E , associado a cada ponto do espaço.
 Pólo Sul Geográfico ⇒ Pólo Norte Magnético da Terra      Analogamente, a cada ponto de um campo magnético,
                                                          associa-se um vetor, denominado vetor indução
3) Atração e repulsão entre ímãs:                         magnética, ou simplesmente, vetor campo magnético
        Ao aproximarmos dois ímãs, haverá uma              r
atração ou repulsão entre eles. Ocorrerá atração se       ( B ).
forem aproximados pólos de nomes diferentes, e                     Uma bússola, colocada em um ponto do
                                                                                                       r
repulsão, se forem aproximados pólos de mesmo nome.       espaço, orienta-se na direção do vetor B (figura
                                                          abaixo): o pólo norte da agulha magnética aponta no
                                                                                                           15
r
                                                                      Campo Magnético Terrestre
sentido de B . A agulha magnética (bússola) serve
como elemento de prova da existência de campo
                                                                  Uma bússola, quando suspensa de modo a
magnético numa região.
                                                          poder girar livremente, não fica orientada exatamente na
                                                          direção norte-sul geográfica, mas apresenta um
                                                          pequeno desvio (declinação magnética).




                    r
       Unidade de   B no S.I.: tesla (T).




                                                                   A Terra é um grande ímã natural. O magnetismo
                                                          terrestre é atribuído a enormes correntes elétricas que
                                                          circulam no núcleo do planeta, que é constituído de ferro
                                                          e níquel no estado líquido, devido às altas temperaturas.
                                                                   Por convenção, chamamos de pólo norte da
                                                          agulha magnética da bússola aquele que aponta para a
                                                          região próxima do pólo norte geográfico. Entretanto,
                Linhas de Indução                         como sabemos, pólos de mesmo nome se repelem e de
                                                     r    nomes contrários se atraem.
      Para melhor visualização do campo elétrico E                 Então podemos concluir que:
em uma região, utilizamos as linhas de força. As linhas
                                               r          I) se a agulha magnética aponta para uma região
correspondentes para o campo magnético B           são    próxima do pólo norte geográfico é porque nessa região
denominadas linhas de indução.                            existe um pólo sul magnético.
       Características das linhas de indução:
                                r
a) O vetor indução magnética B é tangente à linha de      II) a mesma agulha aponta o seu pólo sul magnético
indução em cada ponto desta, com sentido do pólo norte    para uma região próxima do pólo sul geográfico. Logo,
para o pólo sul.                                          nas proximidades do pólo sul geográfico existe o pólo
b) As linhas de indução são orientadas no mesmo           norte magnético.
                                       r
sentido do vetor indução magnética B , do pólo norte
para o pólo sul.
c) As linhas de indução são sempre fechadas; saem do
pólo norte e entram no pólo sul, e se fecham passando
pelo interior do ímã.




d) Nas regiões onde as linhas de indução estão mais
próximas, o campo magnético é mais intenso.
                                                                Campo Magnético Uniforme (C.M.U.)
        Podemos obter o espectro das linhas de
indução, de uma região de campo magnético, utilizando             Um campo magnético é uniforme quando, em
limalha de ferro. As partículas de ferro, ao serem                                               r
colocadas na região, do campo magnético, imantam-se       todos os pontos do campo, o vetor B tem a mesma
e passam a se comportar como pequenos ímãs.               intensidade, a mesma direção e o mesmo sentido.


                                                                                                           16
As linhas de indução são retas paralelas
uniformemente distribuídas (igualmente espaçadas).

Exemplo: No interior de um ímã, no formato de uma
                                          r
ferradura: em todos os pontos, o vetor B é constante;
as linhas de indução saem do pólo norte e chegam no
pólo sul.

                                                                  Se a carga for negativa, o sentido da força será
                                                          contrário àquele da força que atua na carga positiva.

                                                          Observação:

                                                               Indica a grandeza " entrando " no plano da folha.

                                                               Indica a grandeza " saindo " do plano da folha.

                                                          Casos Especiais:

                                                          θ = 0º ⇒ Carga movendo-se paralela ao campo
                                                          magnético, no mesmo sentido deste:
                                                                                  Fmag = 0
  Força sobre uma carga móvel em um campo
             magnético uniforme
                                                          θ = 180º ⇒ Carga movendo-se paralela ao campo
         Quando uma carga elétrica está em movimento,     magnético, em sentido contrário a este:
em uma região onde existe um campo magnético,                                     Fmag = 0
verifica-se que ela fica sujeita a uma força magnética.
         A origem dessa força pode ser explicada da
                                                          θ = 90º ⇒ Carga movendo-se perpendicularmente ao
seguinte forma: uma carga elétrica em movimento gera
                                                          campo magnético. A força magnética tem valor máximo:
um campo magnético, que interage com o campo
magnético da região por onde se move.                                         Fmag = q ⋅ v ⋅ B
         Seja uma carga puntiforme q, positiva, lançada   v = 0 ⇒ Carga abandonada em repouso no campo
                                                      r
em um campo magnético uniforme de intensidade B ,         magnético:
               r
com velocidade v , formando um ângulo θ com o vetor
                  r                                                               Fmag = 0
indução magnética B .
                                                              Movimento de uma carga em um campo
                                                                      magnético uniforme

                                                                 Analisemos a seguir os movimentos de uma
                                                                                          r
                                                          carga pontual q, com velocidade v , no interior de um
                                                                             r
                                                          campo magnético    B.
                                                                     r                r
        Características da força magnética:               Direção de v paralela à de B : MRU

Módulo: Fmag = q ⋅ v ⋅ B ⋅ senθ                                      sen0º = sen180º = 0 → Fmag = 0
                                            r r
Direção: Perpendicular ao plano formado por v e B .
Sentido: Obtido pela “regra da mão direita”.

         Dispondo a mão direita, aberta da maneira da
figura abaixo, com o dedo polegar dirigido ao longo do
       r
vetor v e os demais dedos orientados ao longo do
                    r                 r
campo magnético B , o sentido de Fmag será aquele                    r                       r
                                                          Direção de v perpendicular à de    B : MCU
para onde fica voltada a palma da mão.
                                                                        sen90º = 1 → Fmag = q ⋅ v ⋅ B


                                                                                                           17
r
       A força magnética Fmag altera a direção e o
                                  r                      Observação:
sentido do vetor velocidade v , mantendo o módulo                A força magnética sobre uma carga em
constante, resultando um movimento circular uniforme.    movimento num campo magnético uniforme muda a
                                                         direção do vetor velocidade, mas não muda o respectivo
                                                         módulo. Então, os campos magnéticos não realizam
                                                         trabalho sobre as partículas eletrizadas e, portanto, não
                                                         alteram a energia cinética destas partículas.

                                                          Força magnética sobre um condutor retilíneo
                                                          percorrido por corrente elétrica imerso num
                                                                  campo magnético uniforme

                                                                 Um fio condutor percorrido por corrente elétrica
                                                         mergulhado numa região de campo magnético fica sob
                                                         a ação de uma força que resulta da soma das forças
                                                         magnéticas que atuam sobre as partículas carregadas
                                                         em movimento que constituem a corrente.
        Como a força magnética altera apenas a direção           Considere    um     condutor    retilíneo,    de
e o sentido do vetor velocidade, ela funciona como uma   comprimento L, percorrido por uma corrente elétrica de
resultante centrípeta. Desse modo, temos:                intensidade i, mergulhado num campo magnético
                                                                   r
                                                         uniforme B . O ângulo entre a direção do condutor de
                       Fmag = Fcp
                                                                                            r
                                                         corrente elétrica e a direção de B é θ. A direção da
                                                                     r
                                                         velocidade v é a mesma da corrente elétrica i.
                                  m ⋅ v2
                     q ⋅v⋅B=
                                    R
                m⋅v
         R=          (raio da trajetória circular)
                q ⋅B

       Período do movimento:
               ∆s 2πR            2πR
                v= =      →T =
               ∆t     T           v
                m⋅v
       Como R =       , temos:                                   Características da força magnética:
                 q ⋅B
               2π mv           2π ⋅ m                    Módulo: Fmag = B ⋅ i ⋅ L ⋅ senθ
           T=      ⋅     →T =                                                                              r
                v qB            q ⋅B                     Direção: Perpendicular ao plano formado por B e i
                                                         (perpendicular ao fio).
            r                     r                      Sentido: Obtido pela “regra da mão direita”.
Direção de v oblíqua à de B : Movimento Helicoidal
Uniforme                                                         Dispondo a mão direita, aberta da maneira da
                                                   r     figura abaixo, com o dedo polegar dirigido ao longo da
       Neste caso, pode-se decompor a velocidade v       corrente elétrica i e os demais dedos orientados ao
                                    r r                                              r                r
em duas direções: uma paralela à de B ( v 2 ) e outra    longo do campo magnético    B , o sentido de Fmag será
                   r r
perpendicular à de B ( v1 ).                             aquele para onde fica voltada a palma da mão.




                                      r
       Na direção paralela a B , a carga executa um
                                          r                         Fontes de Campo Magnético
MRU, e na direção perpendicular a B , a carga executa
um MCU. Estes dois movimentos, combinados, geram                        A Experiência de Oersted
um movimento helicoidal uniforme (hélice cilíndrica).

                                                                                                          18
Em 1820, trabalhando em seu laboratório,             Em torno do condutor surge um campo magnético, cujas
Oersted montou um circuito elétrico, tendo nas               linhas de indução são circunferências concêntricas,
proximidades uma agulha magnética. Não havendo               situadas em planos perpendiculares ao fio.
corrente no circuito (circuito aberto), a agulha magnética
se orientava na direção norte-sul (figura a). Observe que
um dos ramos do circuito (o fio AB) deve ser colocado
paralelamente à agulha, isto é, deve ser orientado
também na direção norte-sul.




                                                                                                   r
                                                                    O vetor campo magnético B , ao redor do fio
                                                             condutor, apresenta as seguintes características:

                                                                           µ 0 .i
                                                             Módulo: B =          , onde r é a distância do fio ao ponto
                                                                           2π ⋅ r
                                                             considerado.
                                                             Direção: tangente às linhas de indução em cada ponto.

                                                             Sentido: dado pela regra da mão direita.




        Ao estabelecer uma corrente no circuito,
Oersted observou que a agulha magnética se desviava,
tendendo a se orientar em uma direção perpendicular ao
fio AB (figura b). Interrompendo-se a corrente, a agulha
retornava à sua posição inicial, ao longo da direção
norte-sul. Estas observações realizadas por Oersted
mostravam que uma corrente elétrica podia atuar como
se fosse um ímã, provocando desvios em uma agulha
magnética.                                                          Campo magnético de uma espira circular
        Verificava-se, experimentalmente, pela primeira
vez, que existe uma relação entre a Eletricidade e o                  Considere um fio condutor em forma circular
Magnetismo: uma corrente elétrica é capaz de produzir        (espira circular) de raio R, percorrido por uma corrente
efeitos magnéticos.                                          elétrica i.




        Os fenômenos elétricos e magnéticos estão
fortemente relacionados, constituindo dois aspectos
diferentes do comportamento das cargas elétricas.

    Campo magnético gerado por correntes
                 elétricas

         Campo magnético de um condutor reto

        Considere um fio condutor retilíneo, longo,
percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i.

                                                                                                                19
r
         O vetor campo magnético B , no centro da
espira, apresenta as seguintes características:

              µ 0 .i
Módulo: B =
              2⋅R
Direção: perpendicular ao plano da espira.
Sentido: dado pela regra da mão direita.
                                                                   Quando o solenóide é percorrido por uma
                                                           corrente elétrica, surge em seu interior um campo
                                                           magnético na direção do eixo do solenóide.




         O campo magnético gerado por uma espira              Características    do    campo    magnético   de     um
circular é análogo ao de um ímã, podendo-se atribuir um    solenóide:
pólo norte, do qual as linhas saem, e um pólo sul, no
qual as linhas chegam.                                             No interior do solenóide, o campo magnético é
                                                                   praticamente uniforme.
                                                                   No exterior (lateral) do solenóide, o campo
                                                                   magnético é praticamente nulo, sendo intenso
                                                                   somente junto às extremidades.
                                                                   As extremidades do solenóide denominam-se
                                                                   pólos: norte, de onde saem as linhas de indução, e
                                                                   sul, por onde entram as linhas de indução.

                                                           r No interior do solenóide, o vetor campo magnético
Observação:                                                B tem as seguintes características:
       Justapondo-se n espiras       iguais,   temos   a
denominada bobina chata:                                                              N
                                                           Intensidade:    B = µ0 ⋅     ⋅ i , onde N é o numero de
                                                                                      L
                                                           espiras existentes em um comprimento L do solenóide.

                                                           Direção: do eixo do solenóide.

                                                           Sentido: dado pela regra da mão direita.

                                                                    N
                                                           Obs.:      é a densidade linear de espiras (número de
                                                                    L
                                                           espiras por unidade de comprimento).


        A intensidade do campo magnético, no centro
desta, vale:
                           µ ⋅i
                       B=n⋅ 0
                           2⋅R
          Campo magnético de um solenóide

       Denomina-se solenóide, ou bobina longa, um fio
condutor enrolado em forma de espiral cilíndrica, em
que as espiras são idênticas e igualmente espaçadas.
                                                                                                              20
Força Magnética entre Condutores Paralelos                   i1 e i2 no mesmo sentido → atração entre os fios
                                                            i1 e i2 em sentidos opostos → repulsão entre os fios

                                                                       Indução Eletromagnética

                                                                 Condutor em movimento dentro de um campo
                                                          magnético:

                                                                           Força eletromotriz induzida

                                                                 Consideremos       um     condutor     retilíneo,
                                                                                                                r
                                                          movimentando-se     com      uma     velocidade       v,
                                                          perpendicularmente às linhas de indução de um campo
                                                                      r
                                                          magnético   B.




        Sejam dois fios condutores retilíneos e                  Os elétrons livres da barra ficam sujeitos à ação
paralelos, percorridos por correntes elétricas de                                        r
intensidades i1 e i2, separados por uma distância d.      de uma força magnética         Fm exercida pelo campo
                                                                       r
A corrente i1 gera nos pontos do condutor 2 (percorrido   magnético B , deslocando-se para uma de suas
pela corrente i2) um vetor campo magnético B12;           extremidades. Assim, os extremos do condutor ficam
enquanto isso, a corrente i2 gera nos pontos do           eletrizados com cargas de sinais opostos, originando um
                                                                              r
condutor 1 (percorrido pela corrente i1) um vetor campo   campo elétrico E ao longo do comprimento do
magnético B21.                                            condutor. Portanto, os elétrons ficam também sujeitos à
                                                                                        r
        Dois condutores, paralelos e retilíneos, de       ação de uma força elétrica Fe , de sentido oposto ao da
comprimento l, percorridos por correntes elétricas de     força magnética. Quando essas duas forças se
intensidades i1 e i2, separados por uma distância d,      equilibram, estabelece-se uma d.d.p. entre as
interagem entre si com uma força magnética que tem as     extremidades A e B da barra; esta d.d.p. que aparece na
seguintes características:                                barra, devido ao seu movimento relativo em relação ao
                                                          campo magnético, é denominada força eletromotriz
                 µ 0 ⋅ i1 ⋅ i 2 ⋅ l                       induzida (εind).
Módulo: Fmag =
                     2π ⋅ d
             r                                            Observação: O movimento relativo deve existir, pois se
Direção de   Fmag : Perpendicular ao plano formado por    a barra e o campo magnético moverem-se na mesma
r                                                         velocidade e no mesmo sentido, não há o aparecimento
B e i.       r                                            de f.e.m. induzida.
Sentido de   Fmag : Obtido pela regra da mão direita.
Dispondo a mão direita aberta com o dedo polegar           Dedução da expressão da força eletromotriz induzida:
dirigido ao longo da corrente (i) e os demais dedos
                                          r                      Da figura anterior:
orientados ao longo do campo magnético
   r
                                          B , o sentido                            Fe = q ⋅ E ,
de Fmag será aquele para onde fica voltada a palma da               U ε ind
                                                          com E =     =     ;
mão.                                                                d   L
         Como as forças F12 e F21 tem a mesma                                     Fm = q ⋅ v ⋅ B
intensidade, a mesma direção, porém sentidos                     Sendo Fe = Fm,
contrários e estão aplicadas em corpos diferentes,                               q⋅E =q⋅v⋅B
constituem um par ação-reação, de acordo com a
                                                                                  ε
terceira lei de Newton.                                                        q ⋅ ind = q ⋅ v ⋅ B
                                                                                    L
                                                                                                          21
Portanto:

                   ε ind = B ⋅ L ⋅ v

              Corrente Elétrica Induzida

         Fechando-se um circuito, surge uma corrente
elétrica em conseqüência da d.d.p. entre os extremos do
condutor móvel (f.e.m. induzida), que atravessa o
campo magnético, denominada corrente elétrica
induzida (iind).


                                                                         Fluxo Magnético ( Φ )

                                                          Fluxo Magnético ou Fluxo de Indução Magnética:
                                                          grandeza escalar que expressa a quantidade de linhas
                                                          de indução que atravessa uma determinada superfície.




       Outros exemplos de indução eletromagnética:

         A figura seguinte mostra os terminais de uma
espira, ligada a um galvanômetro G, que pode detectar
a presença de corrente elétrica na espira. Normalmente,
não deveríamos esperar nenhum desvio do ponteiro do                             Φ = B ⋅ A ⋅ cosθ
galvanômetro, pois não há um gerador ligado ao
circuito. Aproximando-se o ímã da espira, surge nela
                                                          r
                                                          n = vetor normal r superfície
                                                                           à
uma corrente. Afastando-se o ímã da espira, surge nela                         r
uma corrente, de sentido contrário ao anterior. Só há     θ = ângulo entre B e n
corrente enquanto o ímã está em movimento relativo em     A = área da superfície
relação à espira.
                                                                 Unidade de Φ no S.I.: Wb (weber) = T . m2.

                                                          Casos particulares:

                                                          θ = 0º ⇒ cos θ = 1 ⇒ Φ = B ⋅ A




        Na figura seguinte, as espiras são colocadas
                                                          θ = 90º ⇒ cos θ = 0 ⇒ Φ = 0
próximas uma da outra, mantidas em repouso e sem
nenhum contato elétrico direto. Fechando-se a chave S,
surge uma corrente elétrica na espira da direita, que
provoca o aparecimento de uma corrente induzida na
espira da esquerda. Abrindo-se a chave S, também
surge uma corrente induzida na espira da esquerda.
        Somente quando a corrente elétrica na espira
da direita está aumentando ou diminuindo é que surge
uma f.e.m. na espira da esquerda. Porém, enquanto a
espira da direita é percorrida por uma corrente
constante, não há f.e.m. induzida.

                                                                                                        22
Lei de Faraday

       Constata-se, experimentalmente, como nos
exemplos anteriores, que, quando a intensidade do fluxo
magnético se altera com o decorrer do tempo, através
de um circuito fechado, surge neste uma f.e.m. induzida
dada pela expressão:
                                ∆Φ
                    ε ind = −
                                ∆t
         Este fenômeno, em que aparece uma f.e.m.
induzida através da variação do fluxo magnético por um
circuito, é denominado indução eletromagnética.

                    Lei de Lenz

        O sentido da corrente induzida, pelo fenômeno
da indução eletromagnética, é de tal forma que se opõe
à causa que lhe dá origem.                                III) Afastamento do pólo sul do íma em relação à espira:
        O sinal negativo na lei de Faraday expressa       ocorre uma diminuição do fluxo magnético na espira,
essa oposição.                                            surgindo uma corrente induzida no sentido de aumentar
        A corrente induzida produz um campo               o fluxo magnético (anti-horário em relação ao
magnético responsável por um fluxo que contraria o        observador).
fluxo produzido pelo campo magnético externo.

Observações:

   Fluxo do campo magnético externo diminuindo: A
corrente induzida tende a aumentar o fluxo.

   Fluxo do campo magnético externo aumentando: A
corrente induzida tende a diminuir o fluxo.

       Aplicações da Indução Eletromagnética:

I) Aproximação do pólo norte do íma em direção à
espira: ocorre um aumento do fluxo magnético na
espira, surgindo uma corrente induzida no sentido de
diminuir o fluxo magnético (anti-horário em relação ao
observador).
                                                          IV) Aproximação do pólo sul do íma em direção à espira:
                                                          ocorre um aumento do fluxo magnético na espira,
                                                          surgindo uma corrente induzida no sentido de diminuir o
                                                          fluxo magnético (horário em relação ao observador).




II) Afastamento do pólo norte do íma em relação à
espira: ocorre uma diminuição do fluxo magnético na
espira, surgindo uma corrente induzida no sentido de
aumentar o fluxo magnético (horário em relação ao
observador).

                                                                                                          23

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Eletricidade e magnetismo

  • 1. ELETROSTÁTICA Experimentalmente, provou-se que, quando em presença, prótons repelem prótons, elétrons repelem elétrons, ao passo que prótons e elétrons atraem-se Carga Elétrica mutuamente. O nêutron não possui carga elétrica; por isso, não manifesta nenhuma atração ou repulsão, A matéria é constituída por átomos, que são qualquer que seja a partícula da qual se aproxima. estruturados a partir de três partículas elementares: o próton, o elétron e o nêutron. Em cada átomo, há uma b) Princípio de conservação da carga elétrica: parte central, o núcleo, onde estão os prótons e os nêutrons. Os elétrons ficam ao redor do núcleo, numa Num sistema eletricamente isolado, a carga região chamada eletrosfera. Associa-se aos prótons e elétrica total permanece constante. elétrons uma propriedade física denominada carga elétrica. Há dois tipos de cargas elétricas: positiva e ∑Q antes = ∑ Q depois negativa. Convenciona-se: Condutores e Isolantes carga elétrica positiva (+): próton carga elétrica negativa (-): elétron Condutores: são os meios materiais nos quais há facilidade de movimento de cargas elétricas, por Unidade de carga elétrica no S.I.: C (coulomb). possuírem elétrons livres. Quando um condutor é eletrizado, as cargas elétricas em excesso distribuem-se Múltiplos do coulomb (C): pela sua superfície externa, pois estas cargas, tendo o mesmo sinal, repelem-se mutuamente. Exemplos: -3 metais, grafite, gases ionizados, soluções eletrolíticas, milicoulomb: 1mC = 1×10 C microcoulomb: 1µC = 1×10 C -6 etc. -9 Nos átomos dos materiais condutores, os nanocoulomb: 1 nC = 1×10 C elétrons que se movem nas camadas mais distantes do - 12 picocoulomb: 1pC = 1×10 C núcleo atômico, são fracamente atraídos pelo núcleo, podendo escapar de um átomo para outro, constituindo- Átomo eletricamente neutro: possui o número de se nos elétrons livres, abundantes nos metais. prótons igual ao número de elétrons. Átomo eletrizado: o número total de prótons é diferente Isolantes (ou dielétricos): são os meios materiais nos do número total de elétrons. quais não há facilidade de movimento de cargas elétricas, por não possuírem elétrons livres. Quando um Np < Ne → corpo eletrizado negativamente isolante é eletrizado, as cargas elétricas em excesso Np > Ne → corpo eletrizado positivamente permanecem na região em que ocorreu o processo de Np = Ne → corpo neutro eletrização. Exemplos: ar, água pura, algodão, plásticos, vidro, borracha, madeira, etc. Nos átomos dos materiais isolantes, a forte Quantidade de carga elétrica de um corpo atração exercida pelo núcleo atômico sobre os elétrons eletrizado (Q) das camadas mais externas do átomo não possibilita a existência dos elétrons livres. Q = n.e Processos de Eletrização n é o número de elétrons em excesso (corpo eletrizado negativamente) ou em falta (corpo eletrizado I) Eletrização por atrito: positivamente). - 19 e = ± 1,6 x 10 C (carga elétrica elementar): Duas substâncias de naturezas diferentes, corresponde à carga elétrica do elétron, igual em quando atritadas, eletrizam-se com igual quantidade de módulo à carga elétrica do próton. cargas, porém de sinais contrários. Exemplo: Se atritarmos vidro com lã, elétrons migrarão Carga Puntiforme do vidro para a lã; portanto, o vidro ficará eletrizado positivamente e a lã negativamente. É um corpo eletrizado cujas dimensões são desprezíveis em relação às distâncias que o separam de outros corpos eletrizados. Princípios da Eletrostática a) Princípio de atração e repulsão: Corpos com cargas de mesmo sinal repelem-se e corpos com cargas de sinais contrários atraem-se. 1
  • 2. II) Eletrização por contato: III) Eletrização por indução: Quando um corpo neutro é posto em contato Quando um corpo neutro é colocado próximo de com um corpo eletrizado, eletriza-se com carga de um corpo eletrizado, sem que exista contato, o corpo mesmo sinal que a carga do corpo eletrizado. Se o neutro tem parte das cargas elétricas separadas eletrizado e o neutro têm mesmas dimensões, após o (indução eletrostática), podendo ser eletrizado. O contato eles ficam com cargas iguais. Se um deles for processo de indução, simplesmente, não eletriza um maior que o outro, ficará com uma fração maior da corpo. O que ocorre é um rearranjo no posicionamento carga. das cargas. O corpo previamente eletrizado é chamado de indutor, e o corpo que sofre a influência é chamado 1º) Se A estiver eletrizado positivamente, ao entrar em de induzido. contato com B, atrai parte dos elétrons livres deste. Assim, A continua eletrizado positivamente, mas com Eletrização de um corpo, a partir da indução carga menor e B, que estava neutro, fica eletrizado eletrostática: positivamente. 1º) Indutor eletrizado positivamente: Aproxime, sem tocar, um corpo A, eletrizado positivamente, de um condutor B, neutro. Elétrons livres deste condutor são atraídos por A e se acumulam na região de B mais próxima de A. A região de B mais afastada fica com falta de elétrons e, portanto, excesso de cargas positivas. Na presença do indutor, liga-se o induzido à terra. Elétrons escoam da terra para o induzido e neutralizam as cargas positivas induzidas de B. 2º) Se A estiver eletrizado negativamente, ao entrar em contato com B, seus elétrons em excesso espalham-se pela superfície externa do conjunto. Assim, A continua eletrizado negativamente, mas com menor número de elétrons em excesso e B, que estava neutro, fica eletrizado negativamente. Na presença do indutor, desfaz-se a ligação do induzido com a terra. Afasta-se o indutor. O induzido fica eletrizado negativamente. 2
  • 3. 2º) Indutor eletrizado negativamente: Eletroscópio Aproxime, sem tocar, um corpo A, eletrizado Eletroscópio é um aparelho que se destina a negativamente, de um condutor B, neutro. Elétrons indicar a existência de cargas elétricas, ou seja, livres deste condutor são repelidos por A e se acumulam identificar se um corpo está eletrizado. na região de B mais afastada de A. A região de B mais Os eletroscópios mais comuns são o pêndulo afastada fica com excesso de elétrons e, portanto, eletrostático e o eletroscópio de folhas. excesso de cargas negativas. a) Pêndulo eletrostático: É constituído de uma esfera leve e pequena, em geral de cortiça ou isopor, recoberta por uma fina camada metálica, suspensa por um fio flexível e isolante que está preso a um suporte. Para saber se um determinado corpo está eletrizado, basta aproximá-lo da esfera neutra; se ele estiver eletrizado, ocorrerá o fenômeno da indução Na presença do indutor, liga-se o induzido à eletrostática na esfera, e ela será atraída para o corpo terra. Elétrons escoam do induzido para a terra. em teste. Na presença do indutor, desfaz-se a ligação do induzido com a terra. b) Eletroscópio de Folhas: É constituído de duas folhas metálicas, finas e flexíveis, ligadas em sua parte superior a uma haste, que se prende a uma esfera, ambas condutoras. Normalmente, as folhas metálicas são mantidas dentro de um frasco transparente. Aproximando-se da esfera o corpo que se quer Afasta-se o indutor. O induzido fica eletrizado verificar, se ele estiver eletrizado, ocorrerá a indução positivamente. eletrostática, ou seja: se o corpo estiver carregado negativamente, ele repele os elétrons livres da esfera para as lâminas, fazendo com que elas se abram devido à repulsão; se o corpo estiver com cargas positivas, ele atrai os elétrons livres das lâminas, fazendo também que elas se abram, novamente, devido à repulsão. Podemos concluir que na eletrização por indução, o induzido carrega-se com carga de sinal contrário à do indutor. A carga do indutor não se altera. Se o corpo estiver eletricamente neutro, nenhuma deflexão é observada nas lâminas, pois não Observação: Se ligarmos um condutor eletrizado à terra, ocorre indução. ele se descarrega. Quando um condutor estiver eletrizado Força Eletrostática - Lei de Coulomb positivamente, elétrons sobem da terra para o condutor, neutralizando seu excesso de cargas positivas. Quando Descreve a força de interação (atração ou um condutor estiver eletrizado negativamente, seus repulsão) entre duas cargas elétricas puntiformes. elétrons em excesso escoam para a terra. Para duas cargas puntiformes Q1 e Q2 separadas por uma distância d, Coulomb concluiu: 3
  • 4. Unidade de campo elétrico no S.I.: A intensidade da força elétrica é diretamente N/C (newton/coulomb) proporcional ao produto das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa. Campo elétrico gerado por uma carga puntiforme Q1 . Q 2 Módulo: F = K 0 d2 Direção: coincidente com a direção da reta que une as cargas. Sentido: depende dos sinais das cargas (atração para cargas de sinais opostos e repulsão para cargas de mesmo sinal). Consideremos uma carga puntiforme Q. Colocamos uma carga de prova q a uma distância d da carga geradora Q. Da definição de campo elétrico, temos: F E= . q E pela lei de Coulomb, Q.q F = K0 , d2 temos: Q E = K0 d2 No vácuo, utilizando as unidades do S.I., o valor 9 2 2 da constante eletrostática será: K0 = 9 × 10 N.m /C . Observação: Como conseqüência, podemos concluir 1 que o campo elétrico no ponto considerado não Obs.: K 0 = , sendo que ε 0 é denominada depende da carga de prova e sim da carga que gera o 4πε 0 campo. permissividade absoluta do vácuo. r Força Elétrica e Campo Elétrico: Campo Elétrico ( E ) 1) Carga geradora positiva: campo elétrico de Sabe-se que a Terra cria em torno de si um afastamento. campo gravitacional, representado em cada ponto pelo r vetor campo gravitacional g , onde qualquer corpo colocado nesse campo fica sujeito a uma força de atração gravitacional, denominada peso. Da mesma forma, um corpo eletrizado cria ao seu redor um campo elétrico, representado em cada ponto pelo vetor campo r elétrico E , onde qualquer carga elétrica colocada nesse campo sofre a ação da força elétrica. O vetor campo elétrico é dado por: r r F E= , q 2) Carga geradora negativa: campo elétrico de r aproximação. onde F é a força elétrica que atua sobre a carga de prova q colocada num ponto do campo elétrico. Da expressão acima, a força elétrica sobre a carga de r r prova q é dada por: F = q ⋅ E . F Módulo: E = q r r Direção:E tem a mesma direção de F . r r Sentido: Se q > 0, E e F têm o mesmo sentido; r r se q < 0, E e F têm sentidos opostos. 4
  • 5. Campo elétrico gerado por várias cargas As linhas de força originam-se em cargas puntiformes positivas e terminam em cargas negativas. Caso haja mais de uma carga puntiforme A) Carga positiva e carga negativa: gerando campo elétrico, o campo elétrico resultante será dado pela soma vetorial dos vetores campos elétricos produzidos por cada uma das cargas. B) Duas cargas positivas: r r r r E P = E 1 + E 2 + ... + E n Linhas de Força São linhas imaginárias que permitem visualizar o campo elétrico numa região. As linhas de força são construídas de tal forma que o vetor campo elétrico seja tangente a elas em cada ponto, e são sempre orientadas no mesmo sentido do C) Duas cargas negativas: campo elétrico. A intensidade do campo elétrico é proporcional ao número de linhas de força numa determinada região: onde as linhas são mais próximas, o campo elétrico é mais intenso, e onde as linhas são mais afastadas, o campo elétrico é menos intenso. Campo Elétrico Uniforme As linhas de forças nunca se cruzam, pois, se isso ocorresse, no ponto de cruzamento o campo O vetor campo elétrico tem mesmo módulo, elétrico teria mais de uma direção e sentido. mesma direção e mesmo sentido em todos os pontos. As linhas de força são retas paralelas igualmente Linhas de força do campo elétrico de uma carga espaçadas e com mesmo sentido. puntiforme: Quando existem numa região duas placas igualmente carregadas com cargas de sinais contrários, A) Q > 0: sentido de afastamento da carga. o campo elétrico entre as placas é uniforme. As linhas de força originam-se na placa positiva e terminam na placa negativa. B) Q < 0: sentido de aproximação da carga. Potencial Elétrico e Tensão Elétrica Potencial Elétrico (V): Corresponde à medida da Linhas de força do campo elétrico resultante gerado por quantidade de energia potencial elétrica adquirida por duas cargas puntiformes: unidade de carga, quando um corpo eletrizado é imerso num campo elétrico. 5
  • 6. Percorrendo-se uma linha de força no seu Considere uma partícula fixa de carga Q e um sentido, o potencial elétrico diminui, ou seja, o sentido ponto P, no interior do campo elétrico gerado por Q, das linhas de força de um campo elétrico é sempre do distante d da partícula. potencial maior para o potencial menor. Superfície Eqüipotencial O potencial elétrico em P é dado por: Chamamos de superfície eqüipotencial ao conjunto de pontos do espaço, tais que todos eles Q apresentem o mesmo potencial elétrico. VP = K 0 d Carga puntiforme: Quando a distância tende ao infinito ( d → ∞ ), o No campo elétrico de uma carga puntiforme, as superfícies eqüipotenciais são superfícies esféricas e potencial elétrico tende a zero ( V → 0 ). Portanto, o concêntricas com a carga. potencial elétrico tem o seu ponto de referência (V = 0) no infinito. Unidade de potencial elétrico no S.I.: J/C (joule/coulomb) = V (volt) Tensão Elétrica (U): Se considerarmos dois pontos A e B de um campo elétrico, sendo VA e VB os seus potenciais elétricos, definimos tensão elétrica (U) ou diferença de potencial, d.d.p., entre os pontos A e B, através da expressão: U AB = VA − VB Potencial elétrico devido a várias cargas elétricas Campo elétrico uniforme: Quando existem várias cargas puntiformes, o Num campo elétrico uniforme, as superfícies potencial num ponto P desta região será dado pela eqüipotenciais são planos paralelos entre si. soma algébrica dos potenciais devido a cada uma dessas cargas. Obs.: As linhas de força são perpendiculares às superfícies eqüipotenciais em qualquer campo elétrico. VP = V1 + V2 + ... + Vn Trabalho da Força Elétrica Propriedades do Potencial Elétrico Considere uma carga de prova q, imersa num r campo elétrico, sendo deslocada pela força elétrica F , • Se a carga que gera o potencial elétrico for positiva, ao de um ponto A, de potencial VA, até um ponto B, de se afastar da carga, o potencial elétrico diminui. potencial VB. • Cargas elétricas positivas movimentam-se espontaneamente no sentido dos potenciais menores. • Se a carga que gera o potencial elétrico for negativa, ao se afastar da carga, o potencial elétrico aumenta. • Cargas elétricas negativas movimentam-se espontaneamente no sentido dos potenciais maiores. 6
  • 7. Estabelece-se o conceito de diferença de potencial (d.d.p.) entre os pontos A e B U ( U AB = VA − VB ) pela razão entre o trabalho realizado Obs.: Como E= , a unidade de campo elétrico N/C é d pela força elétrica nesse deslocamento e a carga q. equivalente a V/m. τ U AB = AB q Energia Potencial Elétrica ( E pe ) Portanto: τ AB = q.(VA − VB ) , Define-se energia potencial elétrica de uma carga q, em um ponto P de um campo elétrico, por: onde VA é o ponto de partida e VB é o ponto de chegada. E p e = q ⋅ VP Esta expressão nos dá o valor do trabalho realizado pelo campo elétrico quando uma carga elétrica Se o campo for gerado por uma carga q se desloca no seu interior. puntiforme Q: Q Uma propriedade importante do campo elétrico VP = K 0 é que ele é conservativo (a força elétrica é d conservativa), ou seja, o valor do trabalho realizado Então: independe da trajetória. Q.q E pe = K 0 d Trabalho em um campo elétrico uniforme Logo, o trabalho no deslocamento de uma carga Seja q uma carga de prova que se desloca de q, de um ponto A até um ponto B de um campo elétrico, um ponto A para um ponto B, no interior de um campo pode ser expresso por: τ AB = q.(VA − VB ) → τ AB = q.VA − q.VB elétrico uniforme. τ AB = E PA − E PB Isso significa que o trabalho da força elétrica para deslocar a carga, de A até B, é a diferença entre as energias potenciais da carga, nos pontos A e B. Obs.: A energia potencial elétrica diminui em todo deslocamento espontâneo de cargas elétricas num campo elétrico. O trabalho realizado pela força elétrica sobre a Condutores em Equilíbrio Eletrostático carga de prova no deslocamento de A a B é dado por: τ AB = q.E.d Um condutor eletrizado está em equilíbrio eletrostático quando não há fluxo ordenado dos elétrons É importante reconhecer que o valor da livres em seu interior. distância d nessa expressão não corresponde, necessariamente, à distância entre os pontos A e B, A inexistência de um fluxo ordenado dos mas corresponde à distância entre as superfícies elétrons livres significa que o campo elétrico resultante eqüipotenciais que passam pelos pontos A e B. no interior do condutor é nulo. Se houver um campo Como conseqüência dessa expressão, podemos elétrico resultante não-nulo no interior do condutor, os estabelecer uma relação entre a tensão elétrica elétrons irão movimentar-se ordenadamente. existente entre os pontos A e B e a intensidade do r Nos pontos internos e na superfície do condutor campo elétrico E , na forma que se segue: em equilíbrio eletrostático, o potencial elétrico é τ AB = q.(VA − VB ) → τ AB = q.U AB constante e seu valor é denominado potencial elétrico Mas, como vimos no caso de campo elétrico do condutor. Se os potenciais forem diferentes, haverá uniforme, o valor do trabalho é dado por: um fluxo ordenado dos elétrons livres de um ponto de potencial mais baixo para um ponto de potencial mais τ AB = q.E.d alto. Igualando as duas expressões, resulta: Num condutor eletrizado em equilíbrio q.U AB = q.E.d eletrostático, as cargas elétricas em excesso distribuem- se pela sua superfície externa, devido à repulsão mútua entre cargas elétricas de mesmo sinal. U AB = E.d 7
  • 8. Considere um condutor eletrizado II) Para pontos infinitamente próximos da superfície da negativamente, em equilíbrio eletrostático. As cargas esfera: negativas em excesso (elétrons livres) repelem-se, afastando-se o máximo possível nos limites do condutor, O campo elétrico em um ponto externo, mas até a superfície externa. Quando um corpo está infinitamente próximo da superfície da esfera (Pp), a eletrizado positivamente, há falta de elétrons, isto é, o distância d pode ser substituída pelo raio R da esfera: condutor perdeu elétrons da sua superfície externa por Q algum processo de eletrização. E próx = k 0 ⋅ R2 Observação: Como os pontos situados na superfície e na região interna de um condutor em equilíbrio eletrostático possuem o mesmo potencial elétrico, a superfície do condutor é uma superfície eqüipotencial. III) Para pontos na superfície da esfera: Sendo assim, o vetor campo elétrico é perpendicular à superfície do condutor. Ao se passar de um ponto externo infinitamente próximo (Pp) para um ponto da superfície (Ps), a intensidade do campo elétrico tem seu valor reduzido à metade: E próx 1 Q E sup = = ⋅ k0 ⋅ 2 2 2 R Campo Elétrico e Potencial Elétrico de um Condutor Esférico em Equilíbrio Eletrostático I) Para pontos externos à esfera: IV) Para pontos internos à esfera: Considere um condutor esférico, de raio R, eletrizado com carga elétrica Q. Para os pontos Nos pontos internos do condutor, o campo externos à esfera, o campo elétrico e o potencial elétrico elétrico é nulo. O potencial elétrico é constante em todos são calculados como se a carga Q fosse puntiforme e os pontos internos e na superfície do condutor: estivesse localizada no centro da esfera. E int = 0 Assim, sendo d a distância do centro O da esfera ao ponto P externo, temos: Q Vint = Vsup = k 0 ⋅ (referencial no infinito) Q R E ext = k 0 ⋅ d2 Q Vext = k 0 ⋅ (referencial no infinito) d EO = EA = EB = 0 Q V O = VA = VB = V C = k 0 ⋅ R 8
  • 9. ELETRODINÂMICA Corrente Elétrica No interior de um condutor em equilíbrio eletrostático, o campo elétrico é nulo e o potencial elétrico é constante. Disso resulta que os elétrons livres Corrente iônica – Constituída pelo deslocamento dos se apresentam em movimento desordenado em seu íons positivos e negativos, movendo-se interior. simultaneamente em sentidos opostos. Ocorre nas soluções eletrolíticas (soluções de ácidos, sais ou bases) e nos gases ionizados (lâmpadas fluorescentes). Ao se estabelecer uma diferença de potencial elétrico entre as extremidades do condutor, surge no r seu interior um campo elétrico E . Assim, cada relétron r livre fica sujeito a uma força elétrica F = q ⋅ E , que causa um movimento ordenado desses elétrons, no r sentido contrário ao do vetor E , constituindo a corrente elétrica. Nas soluções eletrolíticas, os íons positivos movimentam-se no mesmo sentido do campo elétrico r E , enquanto os íons negativos movimentam-se no sentido oposto. Intensidade de Corrente Elétrica (i) Define-se intensidade de corrente elétrica como a quantidade de carga elétrica que atravessa uma seção Corrente Elétrica: é o movimento ordenado de cargas transversal de um condutor num intervalo de tempo. elétricas. Sentido da corrente elétrica: Embora a corrente elétrica nos metais seja constituída de elétrons livres em movimento ordenado, por convenção, admite-se que o sentido da corrente Q elétrica é oposto ao sentido de movimento dos elétrons, i= r ∆t ou de mesmo sentido do vetor campo elétrico E no (corrente elétrica constante) interior do condutor. Unidade de corrente elétrica no S.I.: C/s (coulomb/segundo) = A (ampère) Submúltiplos do ampère: -3 miliampère (mA): 1 mA = 10 A -6 microampère (µA) 1 µA = 10 A Gráfico da corrente elétrica em função do tempo: Quando a intensidade da corrente elétrica varia com o tempo, a área sob o gráfico é numericamente igual à quantidade de carga elétrica: Q = área. Quanto aos portadores de carga elétrica, a corrente elétrica pode ser: Corrente eletrônica – Constituída pelo deslocamento dos elétrons livres. Ocorre, principalmente, nos condutores metálicos. 9
  • 10. Tensão Elétrica (U) ou Diferença de Potencial Elétrico (d.d.p.) Unidade de resistência elétrica no S.I.: V/A (volt/ampère) = Ω (ohm) Ao se estabelecer uma diferença de potencial elétrico entre as extremidades de condutor isolado, as Obs.: cargas elétricas movimentam-se ordenadamente, • U é diretamente proporcional a R originando a corrente elétrica. • i é inversamente proporcional a R O dispositivo que fornece esta d.d.p., causando o movimento das cargas elétricas, é uma fonte elétrica Resistividade (ρ) ou gerador (pilha, bateria, tomada, etc.) É a resistência específica de cada material. È Resistor uma grandeza característica do material de que é feito o resistor. À medida que as cargas elétricas se Consideremos um fio condutor de comprimento movimentam em um condutor, elas se chocam com os L e área de seção transversal A. átomos do condutor, havendo uma conversão de energia elétrica em calor, ocasionando um aquecimento do condutor. Num circuito elétrico, os condutores que transformam a energia elétrica em energia térmica são Ohm verificou experimentalmente que: chamados resistores. A resistência elétrica é diretamente proporcional ao comprimento do fio, ou seja, quanto maior o Resistor: todo condutor que tem exclusivamente a comprimento do fio maior é a dificuldade de função de converter energia elétrica em energia térmica movimentação dos elétrons. (efeito Joule). A resistência elétrica é inversamente proporcional ao valor da área da seção Símbolos: transversal do fio, ou seja, quanto maior a área mais fácil é a movimentação dos elétrons. ou L R =ρ Existem alguns aparelhos que possuem como A função básica a transformação de energia elétrica em energia térmica, tais como: ferro elétrico, chuveiro R ⋅A A resistividade é dada por: ρ = . elétrico, aquecedores, etc. L Resistência Elétrica (R) Unidade de resistividade no S.I.: Ω ⋅ m. O resistor possui uma característica de dificultar Resistores ôhmicos: a passagem de corrente elétrica através do condutor. Ao alterar a tensão para valores U1, U2, Essa característica é chamada de resistência elétrica. Aplicando-se uma d.d.p. U nos terminais de um U3,...,UN, a intensidade de corrente no condutor também resistor, observa-se que ele é percorrido por uma se altera para valores i1, i2, i3,...,iN, de tal forma que, ao corrente elétrica i. Ohm verificou experimentalmente que dividirmos as tensões pelas respectivas intensidades de a corrente elétrica i é diretamente proporcional à d.d.p. corrente elétrica, para um mesmo condutor, a divisão U aplicada: será uma constante, a resistência elétrica R. U = R.i U1 U 2 U 3 U A constante de proporcionalidade R, = = = ... = N = R característica do resistor, é denominada resistência i1 i2 i3 iN elétrica. U Reostato – resistor que possui resistência elétrica R= variável. i Símbolos: ou Fusível - Dispositivo associado em série a um circuito elétrico, com a finalidade de protegê-lo; interrompe a passagem da corrente elétrica, quando esta ultrapassa um dado valor. Símbolo: R = tg α 10
  • 11. Associação de Resistores b) Paralelo: Uma associação de resistores consiste de Um grupo de resistores está associado em vários resistores eletricamente ligados entre si. A paralelo quando todos eles estiverem submetidos a uma associação pode ser substituída por um único resistor, mesma diferença de potencial elétrico (d.d.p.). que possui uma resistência equivalente Req, ou seja, Consideremos três resistores associados em aquela que submetida à mesma tensão U, é paralelo: atravessada pela mesma corrente i. A resistência equivalente é representada da seguinte forma: A intensidade de corrente elétrica é dividida para cada resistor de acordo com o valor de cada resistência elétrica, mas a d.d.p. é igual para todos os a) Série: resistores. Um grupo de resistores está associado em série quando estiverem ligados de tal forma que sejam percorridos pela mesma corrente elétrica. Consideremos três resistores, associados em série: Os três resistores são percorridos pela mesma corrente elétrica e, portanto, cada resistor possui uma Cálculo da resistência equivalente: d.d.p. correspondente ao valor de sua resistência. A intensidade de corrente elétrica total no circuito é a soma da corrente elétrica em cada resistor: i = i1 + i 2 + i 3 Todos os resistores estão submetidos à mesma tensão total: U = U1 = U 2 = U 3 Cálculo da resistência equivalente: Aplicando a definição de resistência elétrica, temos: A intensidade de corrente elétrica é igual em U U U todos os resistores: i1 = ; i2 = ; i3 = i1 = i 2 = i 3 = i R1 R2 R3 Substituindo as expressões anteriores na A tensão total é a soma das tensões em cada equação da corrente elétrica, obtemos: resistor: U U U U U = U1 + U 2 + U 3 = + + Aplicando a definição de resistência elétrica, R eq R 1 R 2 R 3 temos: Portanto, na associação em paralelo, a U1 = R 1 .i ; U 2 = R 2 .i ; U 3 = R 3 .i resistência equivalente é dada por: Substituindo as expressões anteriores na 1 1 1 1 = + + equação da tensão elétrica, obtemos: R eq R 1 R 2 R 3 R eq .i = R 1 .i + R 2 .i + R 3 .i Para n resistores em paralelo, temos: Portanto, na associação em série, a resistência 1 1 1 1 1 equivalente é dada por: = + + + ... + R eq R 1 R 2 R 3 Rn R eq = R 1 + R 2 + R 3 Observações: • Dois resistores em paralelo, de resistências R1 e R2: Para n resistores em série, temos: R 1 .R 2 R eq = R 1 + R 2 + R 3 + ... + R n R eq = R1 + R 2 Observação: R • n resistores iguais em paralelo: R eq = • n resistores iguais em série: Req = n ⋅ R n 11
  • 12. Curto-Circuito em um Resistor Gerador Diz-se que um resistor está em curto-circuito É todo aparelho que transforma em energia quando a ele é associado em paralelo um fio de elétrica qualquer outra modalidade de energia (gera resistência elétrica desprezível. energia elétrica). Exemplos: pilhas, baterias, usinas hidrelétricas, etc. Quando um gerador não é percorrido por corrente elétrica, existe entre seus pólos uma diferença de potencial, denominada força eletromotriz (f.e.m.) ε. A corrente elétrica que inicialmente atravessava Entretanto, ao ser percorrido por corrente elétrica, a o resistor é totalmente desviada para o fio, que possui d.d.p. U entre seus terminais torna-se menor que ε. Isso resistência elétrica desprezível. Assim, não há acontece porque o gerador, como todo condutor, possui dissipação de energia no trecho AB, portanto: resistência elétrica, denominada resistência interna r. VA = VB ⇒ U AB = 0 Observação: Havendo curto-circuito, toda a corrente elétrica do circuito se desvia pelo condutor de Símbolo: resistência nula. Para efeitos práticos, é como se o resistor não estivesse associado ao circuito. Num novo O sentido da corrente elétrica no gerador é esquema do circuito, podemos considerar os pontos sempre de aumento de potencial elétrico (i entra pelo ligados pelo condutor (A e B) como coincidentes, pólo negativo, de menor potencial, e sai pelo pólo deixando de representar o resistor. positivo, de maior potencial). Medições Elétricas Equação do gerador: Amperímetro Considere um gerador ligado a um circuito elétrico e percorrido por uma corrente elétrica i. A É um aparelho destinado a medir intensidade de tensão elétrica U entre os pólos do gerador é dada por: corrente elétrica. Será considerado ideal, quando sua resistência interna for nula. U = ε − r.i Como ligar um amperímetro num circuito: Curto-circuito num gerador: Devemos ligar um amperímetro em série no Diz-se que um gerador está em curto-circuito circuito, fazendo com que a corrente elétrica passe por quando os seus terminais estão ligados por um condutor ele e então registre o seu valor. É exatamente por isso de resistência elétrica desprezível. Nessa condição, a que num amperímetro ideal a resistência interna deve intensidade da corrente elétrica é denominada corrente ser nula, já que o mínimo valor existente de resistência de curto-circuito (icc). mudará o resultado marcado no amperímetro. Voltímetro É um aparelho destinado a medir diferença de Como os terminais A e B estão em curto- potencial. Será considerado ideal, quando possuir circuito, tem-se VA = VB, portanto: U = VA – VB = 0. resistência interna infinitamente grande. Aplicando-se a equação do gerador: Como ligar um voltímetro num circuito: U = ε − r.i U = 0; i = icc Devemos ligar um voltímetro em paralelo ao ε resistor cuja d.d.p. queremos medir, fazendo com que i cc = nenhuma corrente elétrica passe por ele. É exatamente r por isso que num voltímetro ideal a resistência interna deve ser infinita, fazendo com que a corrente elétrica Receptor procure o caminho de menor resistência. É todo aparelho que transforma energia elétrica em outras modalidades de energia que não sejam exclusivamente térmicas (consome energia elétrica). Exemplos: motores elétricos. 12
  • 13. Todo receptor elétrico é constituído por condutores e, portanto, possui resistência elétrica, denominada resistência interna (r’). Liguemos um receptor aos terminais de um gerador. Seja U a tensão elétrica no receptor e i a corrente elétrica que o percorre. A tensão elétrica realmente utilizada por um receptor é chamada de força contra-eletromotriz (f.c.e.m.) ε’. Sejam dois pontos A e B de um circuito, percorrido por uma corrente elétrica i, com potenciais Símbolo: elétricos VA e VB, cuja d.d.p. é UAB = VA – VB. Suponha que num intervalo de tempo ∆t passe O sentido da corrente elétrica no receptor é entre A e B uma quantidade de carga Q. O trabalho da sempre de diminuição de potencial elétrico (i entra pelo força elétrica é dado por: τ AB = Q ⋅ U AB . pólo positivo, de maior potencial, e sai pelo pólo A potência elétrica consumida é dada por: negativo, de menor potencial). τ Q ⋅ U AB P = AB = Equação do receptor: ∆t ∆t P = U⋅i A tensão elétrica U entre os pólos do receptor é dada por: A energia elétrica Eel consumida entre A e B no intervalo de tempo ∆t é dada pelo trabalho da força U = ε'+ r'.i elétrica: τ AB = P ⋅ ∆t . Portanto: E el = P ⋅ ∆t Circuito gerador, receptor, resistor A) Potência elétrica nos resistores: Gerador: U = ε − r.i Receptor: U = ε'+ r'.i Resistor: U = R.i U2 P = R.i2 ou P= R Ugerador = Ureceptor + Uresistor B) Potência elétrica e rendimento nos geradores: A intensidade de corrente elétrica no circuito é dada por: Pt = ε.i (potência total ou potência gerada) ' Pu = U.i (potência útil ou potência fornecida ou potência ε−ε i= lançada) R + r + r' Pd = r.i2 (potência dissipada) P U Para uma associação de resistores: η= u = (rendimento) ' Pt ε ε−ε i= R eq + r + r ' C) Potência elétrica e rendimento nos receptores: Energia elétrica e Potência elétrica Pu = ε’.i (potência útil ou potência fornecida) Pt = U.i (potência total ou potência consumida) Seja Eel a energia fornecida por um gerador ou Pd = r’.i2 (potência dissipada) consumida por um receptor ou por um resistor, num P ε' intervalo de tempo ∆t. A potência elétrica é por definição η' = u = (rendimento) dada pela equação: Pt U E el P= Capacitor ∆t Capacitores ou condensadores são dispositivos Unidade de potência elétrica no S.I.: elétricos que possuem a função de armazenar carga W (watt) = J/s (joule/segundo) elétrica. Exemplos: capacitores são encontrados em televisores, rádios, computadores, calculadoras, A potência elétrica mede a rapidez com que a máquinas fotográficas, etc. energia potencial elétrica é transformada ou transferida. 13
  • 14. Capacitor: conjunto de dois condutores (armaduras), • Todos os capacitores apresentam mesma carga Q. eletrizados com quantidades de cargas de mesmo • U = U1 + U2 + U3 módulo, mas de sinais opostos; as armaduras são 1 1 1 1 separadas por uma camada de material isolante, • = + + denominada dielétrico. C eq C1 C 2 C 3 Símbolos: ou Observações: ⇒ Dois capacitores em série, de capacitâncias C1 e C2: Capacitância (C) C1 .C 2 C eq = C1 + C 2 Aplicando-se uma tensão U entre as placas de um capacitor, estas placas irão adquirir uma carga Q C ⇒ n capacitores iguais em série: C eq = (+Q numa placa e -Q na outra placa). n Q C= b) Paralelo: U Unidade de capacitância no S.I.: C/V (coulomb/volt) = F (farad) Capacitor Plano Propriedades do capacitor equivalente em paralelo: • Todos os capacitores apresentam a mesma d.d.p U. A capacitância do capacitor plano é dada por: • Q = Q1 + Q2 +Q3 εoA • Ceq = C1 + C2 + C3 C= , d Observação: onde ε0 é a permissividade absoluta do vácuo: ε0 = 8,85.10 - 12 F/m. ⇒ n capacitores iguais em paralelo: Ceq = n ⋅ C Associação de capacitores Energia potencial elétrica armazenada por um capacitor a) Série: Q é diretamente proporcional a U C = tg α QU CU 2 Q 2 E pe = = = Propriedades do capacitor equivalente em série: 2 2 2C 14
  • 15. ELETROMAGNETISMO Pólos de mesmo nome repelem–se e de nomes diferentes atraem–se. Magnetismo Na região de Magnésia, foram descobertas as propriedades de um minério de ferro, o óxido de ferro Fe3O4, denominado magnetita, que atraía pequenos fragmentos de ferro. A magnetita é um ímã natural. Ímãs: Corpos que têm o poder de atrair ferro ou que 4) Inseparabilidade dos pólos de um ímã: interagem entre si. Verifica-se experimentalmente que é impossível separar os pólos de um ímã. De fato, ao dividirmos um O termo magnetismo foi, então, usado para ímã, a fim de isolar os seus pólos, observamos que designar o estudo das propriedades destes ímãs em cada um dos dois pedaços obtidos possui dois pólos virtude do nome da região onde foram descobertos. magnéticos. Se repetirmos o procedimento, iremos notar que sempre, por menor que seja cada pedaço de ímã, Propriedades dos Ímãs haverá um pólo norte magnético e um pólo sul magnético, em cada pedaço. Essas divisões podem ser 1) Pólos magnéticos do ímã: Qualquer ímã possui dois efetuadas até escalas moleculares. Então, pode-se pólos: pólo norte magnético e pólo sul magnético. concluir que um ímã é constituído de ímãs moleculares Quando se coloca um ímã em contato com ordenados. limalhas dos metais Fe, Ni e Co, elas aderem ao ímã, É impossível isolar os pólos magnéticos de um não em toda sua extensão, mas com maior intensidade ímã. em suas extremidades, os pólos do ímã, onde as ações magnéticas são mais intensas. Em 1820, Hans Christian Oersted descobriu que 2) Suspendendo-se um ímã de modo que ele possa uma corrente elétrica, ao passar por um fio, produz girar livremente, ele toma, aproximadamente, a direção efeitos magnéticos. Quando uma bússola é colocada norte-sul geográfica do lugar. O pólo que aponta para o próxima a um fio percorrido por corrente elétrica, ela norte geográfico é o pólo norte do ímã, e o pólo que sofre um desvio, indicando a presença de fenômenos aponta para o sul geográfico é o pólo sul do ímã. magnéticos. Atualmente, sabe-se que o fenômeno magnético observado por Oersted é devido às forças entre cargas elétricas em movimento, que geram ao seu redor um campo de forças denominado campo magnético. A partir de então, uniu-se a eletricidade e o magnetismo, originando-se o Eletromagnetismo. r A orientação da agulha de uma bússola na direção norte-sul terrestre deve-se ao fato de a Terra Campo Magnético ( B ) comportar-se como um grande ímã: É uma região limitada ao redor de um ímã, ou Se o pólo norte magnético da agulha da bússola região limitada ao redor de um condutor percorrido por aponta para o pólo norte geográfico, é porque no pólo corrente elétrica, na qual ocorrem interações norte geográfico existe um pólo sul magnético. Da magnéticas. mesma forma, no pólo sul geográfico existe um pólo Na Eletrostática, vimos que uma carga elétrica norte magnético. puntiforme fixa origina, no espaço que a envolve, um Pólo Norte Geográfico ⇒ Pólo Sul Magnético da Terra r campo elétrico E , associado a cada ponto do espaço. Pólo Sul Geográfico ⇒ Pólo Norte Magnético da Terra Analogamente, a cada ponto de um campo magnético, associa-se um vetor, denominado vetor indução 3) Atração e repulsão entre ímãs: magnética, ou simplesmente, vetor campo magnético Ao aproximarmos dois ímãs, haverá uma r atração ou repulsão entre eles. Ocorrerá atração se ( B ). forem aproximados pólos de nomes diferentes, e Uma bússola, colocada em um ponto do r repulsão, se forem aproximados pólos de mesmo nome. espaço, orienta-se na direção do vetor B (figura abaixo): o pólo norte da agulha magnética aponta no 15
  • 16. r Campo Magnético Terrestre sentido de B . A agulha magnética (bússola) serve como elemento de prova da existência de campo Uma bússola, quando suspensa de modo a magnético numa região. poder girar livremente, não fica orientada exatamente na direção norte-sul geográfica, mas apresenta um pequeno desvio (declinação magnética). r Unidade de B no S.I.: tesla (T). A Terra é um grande ímã natural. O magnetismo terrestre é atribuído a enormes correntes elétricas que circulam no núcleo do planeta, que é constituído de ferro e níquel no estado líquido, devido às altas temperaturas. Por convenção, chamamos de pólo norte da agulha magnética da bússola aquele que aponta para a região próxima do pólo norte geográfico. Entretanto, Linhas de Indução como sabemos, pólos de mesmo nome se repelem e de r nomes contrários se atraem. Para melhor visualização do campo elétrico E Então podemos concluir que: em uma região, utilizamos as linhas de força. As linhas r I) se a agulha magnética aponta para uma região correspondentes para o campo magnético B são próxima do pólo norte geográfico é porque nessa região denominadas linhas de indução. existe um pólo sul magnético. Características das linhas de indução: r a) O vetor indução magnética B é tangente à linha de II) a mesma agulha aponta o seu pólo sul magnético indução em cada ponto desta, com sentido do pólo norte para uma região próxima do pólo sul geográfico. Logo, para o pólo sul. nas proximidades do pólo sul geográfico existe o pólo b) As linhas de indução são orientadas no mesmo norte magnético. r sentido do vetor indução magnética B , do pólo norte para o pólo sul. c) As linhas de indução são sempre fechadas; saem do pólo norte e entram no pólo sul, e se fecham passando pelo interior do ímã. d) Nas regiões onde as linhas de indução estão mais próximas, o campo magnético é mais intenso. Campo Magnético Uniforme (C.M.U.) Podemos obter o espectro das linhas de indução, de uma região de campo magnético, utilizando Um campo magnético é uniforme quando, em limalha de ferro. As partículas de ferro, ao serem r colocadas na região, do campo magnético, imantam-se todos os pontos do campo, o vetor B tem a mesma e passam a se comportar como pequenos ímãs. intensidade, a mesma direção e o mesmo sentido. 16
  • 17. As linhas de indução são retas paralelas uniformemente distribuídas (igualmente espaçadas). Exemplo: No interior de um ímã, no formato de uma r ferradura: em todos os pontos, o vetor B é constante; as linhas de indução saem do pólo norte e chegam no pólo sul. Se a carga for negativa, o sentido da força será contrário àquele da força que atua na carga positiva. Observação: Indica a grandeza " entrando " no plano da folha. Indica a grandeza " saindo " do plano da folha. Casos Especiais: θ = 0º ⇒ Carga movendo-se paralela ao campo magnético, no mesmo sentido deste: Fmag = 0 Força sobre uma carga móvel em um campo magnético uniforme θ = 180º ⇒ Carga movendo-se paralela ao campo Quando uma carga elétrica está em movimento, magnético, em sentido contrário a este: em uma região onde existe um campo magnético, Fmag = 0 verifica-se que ela fica sujeita a uma força magnética. A origem dessa força pode ser explicada da θ = 90º ⇒ Carga movendo-se perpendicularmente ao seguinte forma: uma carga elétrica em movimento gera campo magnético. A força magnética tem valor máximo: um campo magnético, que interage com o campo magnético da região por onde se move. Fmag = q ⋅ v ⋅ B Seja uma carga puntiforme q, positiva, lançada v = 0 ⇒ Carga abandonada em repouso no campo r em um campo magnético uniforme de intensidade B , magnético: r com velocidade v , formando um ângulo θ com o vetor r Fmag = 0 indução magnética B . Movimento de uma carga em um campo magnético uniforme Analisemos a seguir os movimentos de uma r carga pontual q, com velocidade v , no interior de um r campo magnético B. r r Características da força magnética: Direção de v paralela à de B : MRU Módulo: Fmag = q ⋅ v ⋅ B ⋅ senθ sen0º = sen180º = 0 → Fmag = 0 r r Direção: Perpendicular ao plano formado por v e B . Sentido: Obtido pela “regra da mão direita”. Dispondo a mão direita, aberta da maneira da figura abaixo, com o dedo polegar dirigido ao longo do r vetor v e os demais dedos orientados ao longo do r r campo magnético B , o sentido de Fmag será aquele r r Direção de v perpendicular à de B : MCU para onde fica voltada a palma da mão. sen90º = 1 → Fmag = q ⋅ v ⋅ B 17
  • 18. r A força magnética Fmag altera a direção e o r Observação: sentido do vetor velocidade v , mantendo o módulo A força magnética sobre uma carga em constante, resultando um movimento circular uniforme. movimento num campo magnético uniforme muda a direção do vetor velocidade, mas não muda o respectivo módulo. Então, os campos magnéticos não realizam trabalho sobre as partículas eletrizadas e, portanto, não alteram a energia cinética destas partículas. Força magnética sobre um condutor retilíneo percorrido por corrente elétrica imerso num campo magnético uniforme Um fio condutor percorrido por corrente elétrica mergulhado numa região de campo magnético fica sob a ação de uma força que resulta da soma das forças magnéticas que atuam sobre as partículas carregadas em movimento que constituem a corrente. Como a força magnética altera apenas a direção Considere um condutor retilíneo, de e o sentido do vetor velocidade, ela funciona como uma comprimento L, percorrido por uma corrente elétrica de resultante centrípeta. Desse modo, temos: intensidade i, mergulhado num campo magnético r uniforme B . O ângulo entre a direção do condutor de Fmag = Fcp r corrente elétrica e a direção de B é θ. A direção da r velocidade v é a mesma da corrente elétrica i. m ⋅ v2 q ⋅v⋅B= R m⋅v R= (raio da trajetória circular) q ⋅B Período do movimento: ∆s 2πR 2πR v= = →T = ∆t T v m⋅v Como R = , temos: Características da força magnética: q ⋅B 2π mv 2π ⋅ m Módulo: Fmag = B ⋅ i ⋅ L ⋅ senθ T= ⋅ →T = r v qB q ⋅B Direção: Perpendicular ao plano formado por B e i (perpendicular ao fio). r r Sentido: Obtido pela “regra da mão direita”. Direção de v oblíqua à de B : Movimento Helicoidal Uniforme Dispondo a mão direita, aberta da maneira da r figura abaixo, com o dedo polegar dirigido ao longo da Neste caso, pode-se decompor a velocidade v corrente elétrica i e os demais dedos orientados ao r r r r em duas direções: uma paralela à de B ( v 2 ) e outra longo do campo magnético B , o sentido de Fmag será r r perpendicular à de B ( v1 ). aquele para onde fica voltada a palma da mão. r Na direção paralela a B , a carga executa um r Fontes de Campo Magnético MRU, e na direção perpendicular a B , a carga executa um MCU. Estes dois movimentos, combinados, geram A Experiência de Oersted um movimento helicoidal uniforme (hélice cilíndrica). 18
  • 19. Em 1820, trabalhando em seu laboratório, Em torno do condutor surge um campo magnético, cujas Oersted montou um circuito elétrico, tendo nas linhas de indução são circunferências concêntricas, proximidades uma agulha magnética. Não havendo situadas em planos perpendiculares ao fio. corrente no circuito (circuito aberto), a agulha magnética se orientava na direção norte-sul (figura a). Observe que um dos ramos do circuito (o fio AB) deve ser colocado paralelamente à agulha, isto é, deve ser orientado também na direção norte-sul. r O vetor campo magnético B , ao redor do fio condutor, apresenta as seguintes características: µ 0 .i Módulo: B = , onde r é a distância do fio ao ponto 2π ⋅ r considerado. Direção: tangente às linhas de indução em cada ponto. Sentido: dado pela regra da mão direita. Ao estabelecer uma corrente no circuito, Oersted observou que a agulha magnética se desviava, tendendo a se orientar em uma direção perpendicular ao fio AB (figura b). Interrompendo-se a corrente, a agulha retornava à sua posição inicial, ao longo da direção norte-sul. Estas observações realizadas por Oersted mostravam que uma corrente elétrica podia atuar como se fosse um ímã, provocando desvios em uma agulha magnética. Campo magnético de uma espira circular Verificava-se, experimentalmente, pela primeira vez, que existe uma relação entre a Eletricidade e o Considere um fio condutor em forma circular Magnetismo: uma corrente elétrica é capaz de produzir (espira circular) de raio R, percorrido por uma corrente efeitos magnéticos. elétrica i. Os fenômenos elétricos e magnéticos estão fortemente relacionados, constituindo dois aspectos diferentes do comportamento das cargas elétricas. Campo magnético gerado por correntes elétricas Campo magnético de um condutor reto Considere um fio condutor retilíneo, longo, percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i. 19
  • 20. r O vetor campo magnético B , no centro da espira, apresenta as seguintes características: µ 0 .i Módulo: B = 2⋅R Direção: perpendicular ao plano da espira. Sentido: dado pela regra da mão direita. Quando o solenóide é percorrido por uma corrente elétrica, surge em seu interior um campo magnético na direção do eixo do solenóide. O campo magnético gerado por uma espira Características do campo magnético de um circular é análogo ao de um ímã, podendo-se atribuir um solenóide: pólo norte, do qual as linhas saem, e um pólo sul, no qual as linhas chegam. No interior do solenóide, o campo magnético é praticamente uniforme. No exterior (lateral) do solenóide, o campo magnético é praticamente nulo, sendo intenso somente junto às extremidades. As extremidades do solenóide denominam-se pólos: norte, de onde saem as linhas de indução, e sul, por onde entram as linhas de indução. r No interior do solenóide, o vetor campo magnético Observação: B tem as seguintes características: Justapondo-se n espiras iguais, temos a denominada bobina chata: N Intensidade: B = µ0 ⋅ ⋅ i , onde N é o numero de L espiras existentes em um comprimento L do solenóide. Direção: do eixo do solenóide. Sentido: dado pela regra da mão direita. N Obs.: é a densidade linear de espiras (número de L espiras por unidade de comprimento). A intensidade do campo magnético, no centro desta, vale: µ ⋅i B=n⋅ 0 2⋅R Campo magnético de um solenóide Denomina-se solenóide, ou bobina longa, um fio condutor enrolado em forma de espiral cilíndrica, em que as espiras são idênticas e igualmente espaçadas. 20
  • 21. Força Magnética entre Condutores Paralelos i1 e i2 no mesmo sentido → atração entre os fios i1 e i2 em sentidos opostos → repulsão entre os fios Indução Eletromagnética Condutor em movimento dentro de um campo magnético: Força eletromotriz induzida Consideremos um condutor retilíneo, r movimentando-se com uma velocidade v, perpendicularmente às linhas de indução de um campo r magnético B. Sejam dois fios condutores retilíneos e Os elétrons livres da barra ficam sujeitos à ação paralelos, percorridos por correntes elétricas de r intensidades i1 e i2, separados por uma distância d. de uma força magnética Fm exercida pelo campo r A corrente i1 gera nos pontos do condutor 2 (percorrido magnético B , deslocando-se para uma de suas pela corrente i2) um vetor campo magnético B12; extremidades. Assim, os extremos do condutor ficam enquanto isso, a corrente i2 gera nos pontos do eletrizados com cargas de sinais opostos, originando um r condutor 1 (percorrido pela corrente i1) um vetor campo campo elétrico E ao longo do comprimento do magnético B21. condutor. Portanto, os elétrons ficam também sujeitos à r Dois condutores, paralelos e retilíneos, de ação de uma força elétrica Fe , de sentido oposto ao da comprimento l, percorridos por correntes elétricas de força magnética. Quando essas duas forças se intensidades i1 e i2, separados por uma distância d, equilibram, estabelece-se uma d.d.p. entre as interagem entre si com uma força magnética que tem as extremidades A e B da barra; esta d.d.p. que aparece na seguintes características: barra, devido ao seu movimento relativo em relação ao campo magnético, é denominada força eletromotriz µ 0 ⋅ i1 ⋅ i 2 ⋅ l induzida (εind). Módulo: Fmag = 2π ⋅ d r Observação: O movimento relativo deve existir, pois se Direção de Fmag : Perpendicular ao plano formado por a barra e o campo magnético moverem-se na mesma r velocidade e no mesmo sentido, não há o aparecimento B e i. r de f.e.m. induzida. Sentido de Fmag : Obtido pela regra da mão direita. Dispondo a mão direita aberta com o dedo polegar Dedução da expressão da força eletromotriz induzida: dirigido ao longo da corrente (i) e os demais dedos r Da figura anterior: orientados ao longo do campo magnético r B , o sentido Fe = q ⋅ E , de Fmag será aquele para onde fica voltada a palma da U ε ind com E = = ; mão. d L Como as forças F12 e F21 tem a mesma Fm = q ⋅ v ⋅ B intensidade, a mesma direção, porém sentidos Sendo Fe = Fm, contrários e estão aplicadas em corpos diferentes, q⋅E =q⋅v⋅B constituem um par ação-reação, de acordo com a ε terceira lei de Newton. q ⋅ ind = q ⋅ v ⋅ B L 21
  • 22. Portanto: ε ind = B ⋅ L ⋅ v Corrente Elétrica Induzida Fechando-se um circuito, surge uma corrente elétrica em conseqüência da d.d.p. entre os extremos do condutor móvel (f.e.m. induzida), que atravessa o campo magnético, denominada corrente elétrica induzida (iind). Fluxo Magnético ( Φ ) Fluxo Magnético ou Fluxo de Indução Magnética: grandeza escalar que expressa a quantidade de linhas de indução que atravessa uma determinada superfície. Outros exemplos de indução eletromagnética: A figura seguinte mostra os terminais de uma espira, ligada a um galvanômetro G, que pode detectar a presença de corrente elétrica na espira. Normalmente, não deveríamos esperar nenhum desvio do ponteiro do Φ = B ⋅ A ⋅ cosθ galvanômetro, pois não há um gerador ligado ao circuito. Aproximando-se o ímã da espira, surge nela r n = vetor normal r superfície à uma corrente. Afastando-se o ímã da espira, surge nela r uma corrente, de sentido contrário ao anterior. Só há θ = ângulo entre B e n corrente enquanto o ímã está em movimento relativo em A = área da superfície relação à espira. Unidade de Φ no S.I.: Wb (weber) = T . m2. Casos particulares: θ = 0º ⇒ cos θ = 1 ⇒ Φ = B ⋅ A Na figura seguinte, as espiras são colocadas θ = 90º ⇒ cos θ = 0 ⇒ Φ = 0 próximas uma da outra, mantidas em repouso e sem nenhum contato elétrico direto. Fechando-se a chave S, surge uma corrente elétrica na espira da direita, que provoca o aparecimento de uma corrente induzida na espira da esquerda. Abrindo-se a chave S, também surge uma corrente induzida na espira da esquerda. Somente quando a corrente elétrica na espira da direita está aumentando ou diminuindo é que surge uma f.e.m. na espira da esquerda. Porém, enquanto a espira da direita é percorrida por uma corrente constante, não há f.e.m. induzida. 22
  • 23. Lei de Faraday Constata-se, experimentalmente, como nos exemplos anteriores, que, quando a intensidade do fluxo magnético se altera com o decorrer do tempo, através de um circuito fechado, surge neste uma f.e.m. induzida dada pela expressão: ∆Φ ε ind = − ∆t Este fenômeno, em que aparece uma f.e.m. induzida através da variação do fluxo magnético por um circuito, é denominado indução eletromagnética. Lei de Lenz O sentido da corrente induzida, pelo fenômeno da indução eletromagnética, é de tal forma que se opõe à causa que lhe dá origem. III) Afastamento do pólo sul do íma em relação à espira: O sinal negativo na lei de Faraday expressa ocorre uma diminuição do fluxo magnético na espira, essa oposição. surgindo uma corrente induzida no sentido de aumentar A corrente induzida produz um campo o fluxo magnético (anti-horário em relação ao magnético responsável por um fluxo que contraria o observador). fluxo produzido pelo campo magnético externo. Observações: Fluxo do campo magnético externo diminuindo: A corrente induzida tende a aumentar o fluxo. Fluxo do campo magnético externo aumentando: A corrente induzida tende a diminuir o fluxo. Aplicações da Indução Eletromagnética: I) Aproximação do pólo norte do íma em direção à espira: ocorre um aumento do fluxo magnético na espira, surgindo uma corrente induzida no sentido de diminuir o fluxo magnético (anti-horário em relação ao observador). IV) Aproximação do pólo sul do íma em direção à espira: ocorre um aumento do fluxo magnético na espira, surgindo uma corrente induzida no sentido de diminuir o fluxo magnético (horário em relação ao observador). II) Afastamento do pólo norte do íma em relação à espira: ocorre uma diminuição do fluxo magnético na espira, surgindo uma corrente induzida no sentido de aumentar o fluxo magnético (horário em relação ao observador). 23