Este documento apresenta um resumo de 9 slides sobre a criação segundo a doutrina cristã. Apresenta definições do Vaticano I sobre Deus como criador e sobre a capacidade da razão humana conhecê-Lo através das coisas criadas. Explora a noção de que Deus criou "do nada", sem necessidade, e conserva todas as coisas no ser. Conclui afirmando que a Criação revela um Deus que quer compartilhar Sua riqueza.
1. 1. No princípio (9 slides)
2. Leitura cristã da Criação (6 slides)
3. O Amor de Deus (11 slides)
4. Criação e Ciência (12 slides)
5. Providência de Deus (10 slides)
6. O Mal (8 slides)
7. Os Anjos (11 slides)
8. O Homem (16 slides)
9. O pecado original (10 slides)
Aulas previstas:
A Criação
Aula 1
Introdução
2. 1/9No princípio
O Concílio Vaticano I define:
1) que Deus é criador: “Se alguém
negar o único Deus verdadeiro, criador e senhor das coisas visíveis e
invisíveis, seja anátema” (Dei Filius, De Deus criador, can. 1); e
2) que a razão humana natural pode chegar a entendê-Lo: “Se alguém disser que
Deus vivo e verdadeiro, criador e senhor nosso, não pode ser conhecido
com certeza pela luz natural da razão humana por meio das coisas que
foram feitas, seja anátema” (Dei Filius, Da revelação, can. 1).
No princípio, Deus criou o céu e a terra”.
Verdade de fé cristã, crida também pelos
judeus e pelos muçulmanos.
3. 2/9No princípio
As coisas criadas não procedem de Deus de modo
necessário. Nada há fora de Deus, nem dentro
d‟Ele, que O obrigue a criar. A liberdade do acto criativo
é consequência directa da transcendência divina e da
distinção radical entre Deus e o mundo.
Sem a vontade divina que a queira na existência, toda a realidade criada (material
e espiritual) não poderia ter sido.
Deus quer que as coisas sejam, porque quer dar-lhes o ser, por desígnio amoroso.
Vaticano I afirma que Deus levou a cabo a criação “com libérrimo desígnio”
(Dei Filius, cap. 1).
4. 3/9No princípio
CIC 296: «Deus cria „do nada‟. Cremos que Deus não necessita de nada
preexistente, nem de nenhuma ajuda para criar. A criação tão-pouco é
emanação necessária da substância divina. Deus cria livremente „do nada‟».
A criação a partir do nada é um mistério
da fé, e apresenta notáveis dificuldades
à imaginação. O nada de que falam os
físicos nos limites da teoria do Big Bang
não é o nada da doutrina cristã, mas sim
o “vazio” de algo preexistente.
A noção de criação é teológica: está para lá da ciência empírica.
5. 4/9No princípio
Para os cristãos, a criação do mundo implica que teve
um princípio e não existe desde a eternidade. Trata-se
de uma verdade de fé, definida nos Concílios IV de
Latrão e Vaticano I.
A existência do mundo desde a eternidade não repugna
à razão humana, ao nível puramente especulativo.
Contra os seus predecessores, Aristóteles defende a
tese de que o mundo não tem princípio e não terá fim.
CIC 299: “Uma vez que Deus cria com sabedoria, a
criação possui ordem (...). Saída da bondade divina,
a criação partilha dessa bondade (...).
A Igreja, em diversas ocasiões, viu-se na necessidade de defender a bondade
da criação, mesmo a do mundo material”.
6. 5/9No princípio
São Gregório Magno, Moralia 16:
“de tal modo depende de Deus o ser
de todas as criaturas que nem por
um só instante poderiam subsistir,
voltariam ao nada, se não fossem
conservadas no ser pela acção e
força divinas”.
O facto de ser criatura não se refere unicamente a ser originado, mas também à mais
profunda estrutura desse ser que, devido à sua contingência, requer contínua
assistência divina para existir. As criaturas são conservadas na existência por Deus.
Deus não só dá o ser à sua criatura,
“mas a cada instante a mantém no
ser, lhe dá o agir e a conduz ao seu termo” (CIC 301).
7. 6/9No princípio
CIC 287: “Para além do conhecimento natural, que todo o homem pode ter do
Criador, Deus revelou progressivamente a Israel o mistério da Criação”.
Ainda que, sob a letra da Bíblia, haja subjacente
um modelo de universo, que corresponde à época
em que foi redigida, o interesse do texto dirige-se ao
horizonte da vontade de Deus. O Génesis não quer
acolher nenhum tipo de hipótese física. Dizer que,
“no principio”, Deus criou os céus e a terra, é saltar
para um plano transcendente.
8. 7/9No princípio
As criaturas não têm todas as perfeições do
ser: não “são”, mas necessitam de que
alguém seja a origem do seu ser. Deus não
necessita de nada para ser: verdadeiramente
“é”, porque não deve o seu ser a outro. Tal
realidade situa imediatamente a diferença
radical entre Deus e o criado.
Ex 3, 13-14: «Moisés replicou a Deus: „Quando eu for ter com os filhos de Israel,
dir-lhes-ei: „o Deus dos vossos antepassados enviou-me a vós‟; e se eles me
perguntarem „qual o nome d'Ele?, o que é que eu vou responder?‟ Deus disse
a Moisés: „Eu sou Aquele que sou».
9. 8/9No princípio
Guiados pela Revelação, vemos na Criação
um Deus que quer compartilhar a riqueza do
seu ser, dando o ser a uma infinidade de
seres, que reflectem o Seu poder e a Sua
glória. Decide comunicar-Se a quem não Lho
possa exigir.
Gn 1, 3: “Disse Deus: „Que exista a luz‟. E a luz começou a existir”.
Através da Palavra, que é a manifestação da
sua vontade, Deus traz tudo à existência.
Sendo o único ser auto-suficiente, não tem
necessidade de fazer participar da existência
qualquer das criaturas.
10. 9/9Ficha técnica
Bibliografia
Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação
Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel)
Slides
Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com