O Iluminismo foi um movimento intelectual que se desenvolveu na Europa nos séculos XVII e XVIII, valorizando a razão e o questionamento. Promoveu ideias de liberdade política e econômica defendidas pela burguesia. Filósofos como Locke, Montesquieu e Voltaire difundiram essas ideias. Economistas como Smith defenderam o liberalismo econômico. Alguns monarcas promoveram reformas baseadas nos ideais iluministas, como Frederico II da Prússia e Catarina, a Grande da Rússia.
1. O ILUMINISMO
Chamamos de Iluminismo o movimento cultural que se desenvolveu na
Inglaterra, Holanda e França nos séculos XVII e XVIII. Nessa época, o
desenvolvimento intelectual, que vinha ocorrendo desde o Renascimento, deu
origem a ideias de liberdade política e econômica, defendidas pela burguesia.
Os filósofos e economistas que difundiam essas ideias julgavam-se
propagadores da luz e do conhecimento, sendo, por isso, chamados de
iluministas. O Iluminismo trouxe inúmeras mudanças à sociedade europeia.
2. O precursor deste movimento foi o matemático francês René Descartes (1596-1650),
considerado o pai do racionalismo, que recomendava:
“para se chegar à verdade, duvide de tudo, mesmo das coisas
aparentemente verdadeiras. A partir da dúvida racional pode-se
Alcançar a compreensão do mundo, e mesmo de Deus”
“Penso, logo existo”
René Descartes
em “Discurso do método”
3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Pode-se dizer que o Iluminismo tem suas raízes no Renascimento cultural e
científico iniciado na Baixa Idade Média.
Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar
qualquer tipo de conhecimento;
valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de
conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou econômica;
crença nas leis naturais , normas da natureza que regem todas as transformações
que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza;
crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida,
à liberdade, à posse de bens materiais;
crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero;
defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei;
crítica à Igreja, embora não se excluí-se a crença em Deus
4. PRINCIPAIS TEÓRICOS ILUMINISTAS
John Lock (1632-1704)
OBRA: Ensaio acerca do entendimento humano
TEORIA: Empirismo / Jusnaturalismo
DIREITOS NATURAIS
• vida UNIVERSAIS
• Liberdade E
• Propriedade INALIENÁVEIS
BASE: Liberalismo Jurídico
5. • Os homens formavam sociedade e instituíam um governo para que este lhe
garantisse alguns direitos como: a felicidade, a vida e a propriedade; e, caso este
governo não atenda a estas necessidades naturais o povo poderia exigir a
substituição do governante
• Todos os indvíduos nascem iguais, sem valores, ou ideias preconcebidas.
6. Barão de Montesquieu (1689-1755)
OBRA: “O Espírito das leis”
TEORIA: separação dos poderes
DIREITOS NATURAIS
• Legislativo AUTÔNOMOS
• Executivo E
• Judiciário HARMÔNICOS
BASE: Liberalismo Político
• cada setor do governo deveria agir como um freio para o outro;
• defendia a posição de que somente as pessoas de boa renda poderiam ter
direitos políticos, ou seja, direito de votar e candidatar-se a cargos públicos;
7. Voltaire: Francis Marie Arouet (1694-1778)
OBRA: “Tratado sobre a tolerância”
TEORIA:
• Crítica irônica ao Antigo Regime
• Crítica à intolerância religiosa
• Defesa da liberdade de expressão
“Posso discordar de tuas palavras,
mas defenderei até a morte o direito de dizê-las”
• era a favor de uma monarquia esclarecida, na qual o governante fizesse
reformas influenciado pelas ideias iluministas.
8. OS ECONOMISTAS
FISIOCRATAS
AUTORES:
- François Quesnay (1694-1774)
OBRA: “Tableau Economique” (1758)
- Anne Robert Jacques Turgot (1727-1781)
(ministro de finanças de Luiz XVI)
TEORIA:
- A economia é uma ciência natural;
- Leis econômicas = leis naturais
- Não dependem da vontade/intervenção humana
9. • A economia seria regulada por leis naturais, sendo desnecessária a intervenção
do Estado.
• O princípio “Laissez faire, laissez passer” (Deixe fazer, deixe pensar) era
defendido pelos fisiocratas, onde pregavam o ideal da liberdade.
• Os fisiocratas influenciaram na formação de uma corrente chamada Liberalismo
econômico.
10. Adam Smith (1723-1790)
OBRA: “Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações”
TEORIA:
- Economia = ciência natural
- LEI GERAL: Oferta e procura
- Metáfora da “mão invisível”.
BASE: Liberalismo Econômico e Escola de Economia Clássica
• Nem agricultura, como queriam os fisiocratas; nem o comércio, como defendiam
os mercantilistas; o trabalho era a fonte da riqueza.
11. Jean Jacques Rousseau (1712-1778)
OBRA: “Do contrato social”
TEORIA: Contratualismo
- Qual a origem da desigualdade entre os homens?
RESPOSTA: uma sociedade que molda os homens (tábula rasa) na defesa da
propriedade privada, causando o conflito entre os proprietários e os não-
proprietários.
SOLUÇÃO: um novo contrato social com:
- Democracia
- Educação Universal
- Fim da propriedade privada
12. • Criticou a burguesia e a propriedade privada;
• considerava os homens bons por natureza e capazes de viver em harmonia, não
fosse alguns terem se apoderado da terra, dando origem à desigualdade e aos
conflitos sociais;
•Propunha um governo no qual o povo participasse politicamente e a vontade da
maioria determinasse as decisões políticas.
13. ENCICLOPEDISTAS
AUTORES:
- Denis Diderot (1713-1783)
- Jean le Rond d’Alembert (1717-1783)
OBRA: Encyclopédie, ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des
métiers.
TEORIA: Divulgar o conhecimento iluminista através da Enciclopédia
14. O ILUMINISMO E A RELIGIÃO
Até a crença deveria ser racionalizada;
para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e virtuosa;
para muitos iluministas a Igreja tornava-se indispensável.
15. O DESPOTISMO ESCLARECIDO
CONCEITO: reformas de moderação do Estado a partir dos princípios iluministas
EXEMPLOS:
• José II (Áustria: 1780-1790) • José I (Portugal: 1750-1777)
• Catarina (Rússia: 1762-1796) • Carlos II (Espanha: 1716-1788)
• Frederico II (Prússia: 1712-1786)
Surgiu em países da Europa essencialmente agrícolas;
Os soberanos destes países, apoiados pela burguesia e em parte da
aristrocracia, explicavam seu poder absoluto não pela “origem divina”, mas
como resultado de necessidades sociais.
Governavam em nome da razão e pretendiam construir a prosperidade de
seus Estados.
16. Prússia: Frederico II
• organizou militarmente a Prússia;
• expandiu o território do país;
• estimulou o desenvolvimento industrial;
• incentivou a educação
Rússia: Catarina, a Grande
• incentivou a cultura
• promoveu transformações sociais baseadas nas ideias iluministas.
17. PRINCIPAIS DESPOSTAS ESCLARECIDOS
Portugal: Marquês de Pombal (ministro de D. José I)
• aumentou o controle do Estado sobre a economia;
• incentivou o comércio e as manufaturas;
• expulsou os jesuítas de Portugal e de suas colônias.
Austria: José II
• estimulou o desenvolvimento das manufaturas e da agricultura.
• libertou os servos de várias regiões do país;
• desenvolveu a educação;
• taxou as propriedades da nobreza e do clero