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PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO – 
COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS 
Ana Paula Abdalla, Silvia Marina Anaruma 
UNESP – Univ. Estadual Paulista 
Depto. de Educação – IB - Campus Rio Claro 
O Proama é um projeto de extensão à comunidade que existe desde 1999, no 
Campus da Unesp - Rio Claro desenvolvido no Departamento de Educação. É formado 
por alunos e profissionais da Comunidade, sendo que, atualmente a equipe envolvida 
conta com dez alunos de graduação, duas fonoaudiólogas, três assistentes sociais, duas 
pedagogas, uma nutricionista, uma farmacêutica, uma costureira que produz nossos 
materiais pedagógicos e a Coordenadora que tem formação como psicóloga. 
Estabelecemos parcerias com Instituições da cidade e região, dentre eles: Santa 
Casa de Misericórdia, Pastoral da Criança, Secretaria da Educação, Secretaria da Ação 
Social, Secretaria Municipal da Saúde, Fundo Social de Solidariedade, SENAC e Clirc 
(Centro Literário de Rio Claro). 
Temos como objetivos: defender, incentivar e apoiar o aleitamento materno, usar 
das diferentes linguagens para criar uma cultura do aleitamento materno, integrar a 
Universidade com os setores envolvidos com a questão, formar multiplicadores, 
produzir conhecimento e atualização e divulgar conhecimentos científicos para a 
população em geral. 
Desde que foi idealizado, em 1998, vem utilizando vários métodos de 
conscientização e divulgação sobre os benefícios do Aleitamento Materno, como: 
confecção de material impresso e educativo (folders e bonecas que dão à luz e 
amamentam); entrevistas concedidas em rádio e TV; exposição itinerante de fotos de 
nutrizes rio-clarenses; participação em grupos de discussão virtual (nacional e 
internacional); desenvolvimento de pesquisas e divulgação da prática por meio 
eletrônico, palestras, eventos, semanas do aleitamento materno.
A importância do aleitamento materno para a saúde em geral e para o 
desenvolvimento da linguagem em específico 
O aleitamento materno é considerado uma questão de saúde pública e todos os 
sistemas sanitários do mundo reconhecem as vantagens da lactação. (SCHNEIDER, 
2001). 
Sob o ponto de vista nutricional, cada vez mais se tem mostrado a superioridade 
do leite materno sobre os outros leites, uma vez que contém todos os elementos 
essenciais para o bom crescimento e desenvolvimento das crianças, além de ser mais 
fácil de ser digerido. (GIUGLIANI, 1994). O leite materno é econômico, não custa nada 
e sempre está limpo e pronto. Traz vantagens não só para a criança como também para a 
mãe, a família e a comunidade. (SCHNEIDER, 2001). 
King (1994), descreve as vantagens do aleitamento materno para o bebê e a mãe. 
Ele relata que: o leite materno contém todos os nutrientes necessários para o 
crescimento e o desenvolvimento do lactente; protege contra infecções respiratórias e 
diarréia; crianças amamentadas ao seio materno têm melhor crescimento craniofacial e 
melhor desenvolvimento na arcada dentária, fala e respiração, além de menos cáries 
dentárias; o leite materno já está pronto e na temperatura adequada, indo direto do peito 
para a boca das crianças, evitando contaminação; o leite materno transfere para o bebê 
os anticorpos que a mãe produziu contra infecções que ela teve no passado; o leite 
materno protege o bebê contra anemia e alergias; durante a sucção do peito, ocorre a 
contração uterina, reduzindo o sangramento após o parto; a barriga e o corpo retornam 
mais rápido para a forma e o peso que a mãe tinha antes de engravidar; diminui o risco 
de anemia após o parto e durante os primeiros seis meses; as mães que amamentam por 
mais tempo têm risco menor de câncer de mama e de ovário e uma amamentação bem 
sucedida, com freqüência, desperta na mulher um sentimento de profunda ligação com o 
filho e de realização como mulher e como mãe. 
Antes de nascermos, já somos mergulhados no mundo da linguagem ou das 
palavras. Isto é o que nos diferencia fundamentalmente dos animais, pelas expectativas 
dos pais em relação ao bebê que vai chegar. Quando o bebê abre seus olhos pela 
primeira vez para sua mãe, tem início, em nível inconsciente, sua procura pelo 
Reconhecimento. O bebê tenta se reconhecer na imagem que o olhar de sua mãe lhe 
devolve. Ele se vê nos olhos de sua mãe. Por isso a amamentação proporciona de forma
ímpar uma estreita relação afetiva entre a mãe e filho, através do olhar, do toque, que 
também contribui de maneira decisiva para seu desenvolvimento físico e emocional; é 
uma das maneiras pelas quais o ser humano é convocado a ser sujeito. A amamentação é 
a forma que mais se aproxima da continuidade intra-uterina. (SÁ, 2000). 
A criança produz seu próprio alimento sugando o seio. A visão da criança, seus 
gritos, ativam a secreção de ocitocina na mãe e o leite é ativamente secretado pelas 
partes mais profundas do seio. Com isso, vemos que a amamentação contribui para a 
manutenção do bebê da ilusão da continuidade intra-uterina. Parece que o corpo de um, 
continua no corpo do outro. A produção de leite se faz pela sucção freqüente do mamilo 
e depende da prolactina, hormônio secretado pela hipófise, que estimula produção de 
leite pelas glândulas mamárias. (op.cit, 2000). 
Segundo Freud, quando o bebê grita, chora porque quer o seio (modificação 
interna), há uma comunicação entre a mãe que oferecerá seu seio para acalmá-lo 
(modificação exterior). Essa descarga primeira adquire função secundária, a de 
comunicação e compreensão mútua. Já se pode observar a importância da amamentação 
no desenvolvimento da linguagem. A criança está desde as origens, mergulhada no 
grande Outro (a mãe). Ela é aspirada pelo Outro, lugar da linguagem e lugar do 
simbólico. Esse Outro está presente nos momentos de cuidado, como a amamentação. 
(QUEIROZ, 2005). 
A criança se interessa desde cedo pelo rosto humano, o rosto da pessoa que 
cuida dela, a mãe. O bebê reconhece o rosto da mãe bem antes da fase do espelho, 
reconhecimento que estaria na origem de uma primeira identificação à forma da espécie, 
que é constitutiva de um Eu pré–especular, um proto-Eu. (QUEIROZ, 2005). Algumas 
pesquisas recentes no campo da psicologia experimental mostram que se o rosto muda a 
cada vez que a criança é alimentada e ela mame sem que sua mãe lhe fale, ela se 
deprime e perde o apetite. Os bebês choram quando estão nos braços de uma pessoa 
desconhecida, o que comprova o fato de que é preciso não somente que seja o mesmo 
rosto, mas também que esse rosto seja vivo, que haja uma voz de afeto e se dirija a ele. 
A amamentação não é somente dar o seio, mas é também dar o olhar, a voz, o odor, o 
afeto e o desejo. Tudo isso é favorecido pelo contato corpo a corpo, o que não é 
semelhante quando a criança é amamentada por mamadeiras, onde o corpo do outro 
pode mudar. (SÁ, 2000).
A amamentação deve ser iniciada logo após o nascimento, se possível ainda na 
sala de parto. O próprio bebê procura o seio, pelo reflexo que está presente na primeira 
hora que se segue ao seu nascimento, que desaparece em seguida para reaparecer muito 
mais tarde. Por este reflexo, o bebê chora, faz movimentos com lábios e procura o seio 
da mãe. O odor desempenha papel fundamental na identificação do mamilo e a voz da 
mãe é o melhor estímulo para isso. O líquido que é secretado nos últimos dias ou 
semanas antes do parto é chamado de colostro. Contém essencialmente as mesmas 
concentrações de proteína e lactose. (SÁ, 2000). 
Dolto, (1992) apud Sá (2000, p. 64), chama atenção para o fato do tempo de 
presença da mãe após a mamada. Para a construção da imagem do corpo, o objeto de 
desejo não deve desaparecer rapidamente. É necessário um período de conversa depois 
da mamada, em que a mãe coloca objetos na mão do bebê e os nomeia, nomeando 
também suas sensações, fazendo que ele tenha prazer na comunicação para poder 
adormecer. Essas crianças com quem a mãe conversa depois da mamada, acrescenta 
Dolto, não precisam chupar o dedo, nem chupeta. 
O início do Reconhecimento procurado pelo bebê quando ele olha para sua mãe, 
citado no começo do texto, é feito nestes momentos de conversa, em que ela responderá 
as indagações inconscientes do bebê, como: “Como que ela quer que eu seja?”, “Quem 
sou para ela?”, conversando com ele. Por isso a importância de se dizer somente coisas 
boas, que demonstrem afeto à criança. Se a mãe diz frases que o depreciam, a criança 
internalizará estes “adjetivos” e poderá levar por sua vida um sentimento de menos valia 
que afetará futuramente seu relacionamento com outras pessoas. 
Amamentar exclusivamente no seio até o sexto mês traz inúmeros benefícios, 
entre eles o fato de ocorrer um melhor desenvolvimento da musculatura orofacial e 
também dos ossos da face. A criança que é amamentada no peito trabalha 
vigorosamente a língua e os músculos ao redor da boca, num padrão aperfeiçoado 
através do processo evolutivo. É uma atividade que requer muita habilidade. Além 
disso, a criança que é amamentada geralmente é mantida com a cabeça e o tronco 
elevados – na posição natural - fazendo com que a gravidade trabalhe corretamente nos 
músculos associados à deglutição. O aleitamento materno influencia na aquisição da 
linguagem, porque estimula as funções de sucção, deglutição e respiração, que vão 
influenciar na produção dos sons da fala. (ARCOVERDE, 2001).
Além de satisfazer a fome do bebê e trazer o prazer oral, um dos pontos 
relevantes na amamentação é que o bebê começa a exercitar e fortalecer seus órgãos 
fonoarticulatórios (lábio, língua, bochechas, palato duro e mole e dentes) que serão 
importantes para o início da produção dos sons da fala. Quando o bebê consegue um 
certo volume de leite sugado do seio materno, a língua começa então a deslocar-se da 
frente para trás, em movimentos ondulatórios. Ocorrendo, assim a elevação do palato 
mole e o bolo lácteo é dirigido à faringe. Esta movimentação é muito importante para a 
exercitação da musculatura e para o correto crescimento da mandíbula (GOMES, 1994). 
Conforme afirma Arcoverde (2001), amamentar pouco no seio da mãe, sucção 
digital e bico de mamadeira com furos enormes levam a alterações funcionais dos 
órgãos fono-articulatórios (OFAS), seguidos de uma deglutição atípica ou adaptada que 
causaria as alterações através de uma má oclusão dentária. 
Através destas más oclusões apresentam-se vários tipos de mordidas: a mordida 
cruzada, a mordida aberta anterior e a mordida topo a topo. Essas mordidas erradas 
influenciam na postura da língua, no palato, conseqüentemente em todo o sistema 
estomatognático e na própria linguagem. Através disto, pode ocorrer o que chamamos 
de distúrbio articulatório, relatam Spinelli, Massari e Trenche (1985), que significa o 
déficit em um ou mais fatores relacionados, ocasionando falhas na colocação, tempo, 
direção, pressão, programação e integração dos movimentos da articulação, resultando 
na ausência ou inadequação dos sons da fala. A articulação defeituosa pode ser uma ou 
mais, das seis alterações que se seguem na fala: omissão, substituição, distorção, adição, 
transposição e redução de letras na fala. 
O aleitamento materno está associado a um melhor desenvolvimento mental, 
comportamental, neuromotor e da linguagem. Segundo Lana (2001), o leite materno 
poderia influenciar o desenvolvimento neuro-psico-motor por conter maiores 
concentrações de aminoácidos essenciais de alto valor biológico que são fundamentais 
para o crescimento do sistema nervoso central, e por serem rico em fatores hormonais, 
fatores de crescimento e ácidos graxos insaturados de cadeia longa, que atuam no 
desenvolvimento do cérebro. 
Outro fator significante é o contato mãe/bebê promovido no aleitamento, no qual 
o bebê é estimulado e, de acordo com pesquisas realizadas por Horwood & Fergusson 
(1998), Jacobson, Chiodo & Jacobson (1998), torna-se mais inteligente do que bebês
não amamentados ou amamentados por curtos períodos de tempo. De acordo com 
pesquisas realizadas de Horwood; Fergusson, 1998; Anderson, Johnstone & Remley, 
1999; Jacobson; Chiodo & Jacobson, 1999; Uay & Peirano, 1999), bebês amamentados 
apresentam maiores níveis de desenvolvimento cognitivo do que os alimentados com 
fórmulas infantis. Teruya & Coutinho, (2001) demonstram que em diversas pesquisas 
foram verificados níveis significativamente mais elevados de função cognitiva entre 
crianças amamentadas, sendo que os benefícios no desenvolvimento cognitivo 
aumentaram proporcionalmente à duração do aleitamento materno. 
Entretanto, por diversos fatores de ordem sócio-históricos e culturais, muitas 
mães acabam não amamentando ou desmamam seus bebês precocemente. 
Segundo o Ministério da Saúde, (2007) muitos mitos podem prejudicar a 
amamentação, como: a idéia que dar de mamar faz os seios caírem, o leite é fraco e não 
sustenta o bebê, mãe que trabalha fora não pode amamentar. Também o marketing do 
leite artificial, da mamadeira e a falta de apoio da família e da equipe de saúde podem 
fazer a mãe acreditar que não é necessário dar o leite do peito. A amamentação precisa 
ser promovida, para que se torne um ato necessário e prazeroso para a mãe, o bebê e 
toda a família. 
As mães, de um modo geral, desconhecem seus direitos e a necessidade de 
amamentar seu filho. Esta falta de conhecimento pode, na realidade, ser um obstáculo à 
amamentação devido a informações incorretas transmitidas às mães, insegurança e falta 
de consciência. 
A Educação na promoção do aleitamento materno – como e porque fazemos 
A promoção do aleitamento materno pode ser feita de diversas maneiras que, 
através de ações em seu conjunto, formam os diversos componentes dos programas de 
incentivo à lactação. Todas as categorias de profissionais de saúde e educação têm um 
papel importante a desempenhar nas diversas atividades promotoras do aleitamento 
materno. A seguir, descreveremos algumas atividades, de cunho educativo, 
desenvolvidas pelo Proama, através de diferentes linguagens. 
Através da linguagem escrita, desde 1999 produzimos folders e cartilhas, que 
aproveitamos em nossas orientações e para a divulgação de eventos que realizamos ao
longo do ano. As mensagens de incentivo e promoção à amamentação são divulgadas 
através do nosso marca-texto. 
Todo ano, durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, escrevemos 
artigos para os jornais da cidade, ressaltando os diversos aspectos do aleitamento, assim 
como, reforçamos sobre as vantagens de se amamentar. Através da linguagem falada, 
realizamos entrevistas tendo como via a mídia da cidade. Nas orientações à gestante 
Também dialogamos através da entrevista. Estes veículos nos permitem atingir um 
maior número de pessoas. 
Mantemos a Home Page http://www.rc.unesp.br/proama, em que postamos todas 
nossas produções, como inúmeros artigos escritos, pesquisas concluídas, fotos, links de 
sites em prol do aleitamento, eventos que ocorrerão e o histórico do projeto ano por ano. 
A linguagem poética está se mostrando um canal muito eficiente de divulgação. 
Exemplo disso citamos a produção de um livro de poesia em parceria com escritores do 
Clirc – Centro Literário de Rio Claro denominado Leite da Vida - Aleitamento Materno 
em Poesia. Foram também, graças à poesias elaboradas por esse grupo que realizamos 
diversos saraus. 
A linguagem musical, através da composição de músicas e apresentação nas 
Maternidades, realizamos um projeto intitulado: "Proama Musical", com canções 
produzidas por uma estudante do curso de Pedagogia e membro do Proama. Com o 
violão em mãos e outros instrumentos, reunimos gestantes, funcionários e médicos e 
informalmente, começávamos a cantar introduzindo temas sobre o aleitamento materno. 
Incentivávamos a participação de todos, intercalando o diálogo com as músicas, assim, 
interagíamos com a platéia. O resultado foi muito positivo, pois esta é uma técnica que 
auxilia na aprendizagem e na compreensão do conteúdo de uma maneira informal. 
A linguagem fotográfica é essencial em nosso projeto. As imagens ilustram 
nosso trabalho através da exposição itinerante de mulheres da comunidade 
amamentando. Fazemos esta exposição desde que o projeto começou, em diversos 
lugares da cidade e tem tido uma ótima repercussão. Usamos vídeos também em nossas 
orientações, para ilustrar melhor nosso assunto. 
Na linguagem lúdica, utilizamos diversas atividades. Produzimos bonecas que 
parem e amamentam, que tem como objetivo a divulgação do projeto e a orientação
pedagógica, principalmente para crianças e adolescentes; bonecas como “peso de porta” 
que amamentam, para decoração. Confeccionamos mamíferos de tecido, através do 
curso “Promoção do aleitamento materno através da confecção de material educativo”, 
para costureiras da Prefeitura Municipal de Rio Claro, que serve de material pedagógico 
em várias áreas: pedagogia, psicologia, fonoaudiologia, pediatria, odontologia, etc., na 
capacitação de profissionais, na orientação de estudantes, grávidas. Utilizamos seios 
feitos de pano e crochê para orientação e aula. 
Oferecemos diversas oficinas e nelas aplicamos Dinâmicas de Grupo em que 
podemos citar um exemplo realizado com gestantes da Prefeitura Municipal de Rio 
Claro. A elaboração de uma flor de cartolina, em que cada pétalas era utilizada para 
escrever as principais vantagens do aleitamento materno em cada área: bebê, mãe, 
família. Num total de três flores, elas eram coladas na parede para facilitar a 
visualização. Observamos que este tipo de dinâmica facilita o envolvimento dos alunos 
do projeto com as gestantes. As dinâmicas são momentos informais de grande potencial 
educativo. 
Trabalhamos também com a linguagem cênica, na forma da dramatização. Além 
de termos realizado um desfile com gestantes, mães e bebês, fizemos também uma 
encenação durante evento promovido pela Maternidade e Santa Casa do Município à 
comunidade, intitulado: “Divulgação da NBCAL” (Norma Brasileira de 
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Criança de Primeira Infância, Bicos, 
Chupetas e Mamadeiras). Utilizamos situações do cotidiano como possibilidade 
didática, selecionadas a partir da reflexão sobre a NBCAL e de observações da realidade 
e trabalhamos as principais situações que envolvem a mulher e a amamentação, desde a 
gestação, com o acompanhamento do pré-natal, até o nascimento do bebê e as primeiras 
dificuldades que aparecem. 
Esta metodologia vem de encontro à preocupação com a construção do 
conhecimento. Os participantes do evento se envolveram de forma integral, além de 
participarem ativamente das cenas. Foram feitos elogios ao trabalho e comentários que 
mostraram identificação com as cenas. Observamos que a maioria desconhecia a 
NBCAL e não observava normas que aparecem na sua rotina, como nos rótulos e nas 
mamadeiras, chupetas. Houve várias perguntas mostrando que a metodologia despertou 
para a participação e a aprendizagem. Isto significa que o trabalho foi válido, pois levou
a uma transformação tanto dos sujeitos da ação, como daqueles que atuaram. Esta é uma 
aprendizagem significativa. (ANARUMA, 2006). 
Na promoção do aleitamento materno procuramos envolver pessoas que têm 
uma participação importante no dia-a-dia das mães e das crianças. Vários investigadores 
têm demonstrado a influência dos amigos, dos vizinhos e dos parentes nas práticas 
alimentares infantis. O apoio do marido/companheiro é provavelmente a fonte mais 
significativa de estímulo para amamentar que uma mulher pode receber. Portanto, nossa 
comunicação pretende atingir diversas faixas-etárias, desde a criança até os idosos, 
independente do sexo. 
A promoção do aleitamento materno deve ser vista como uma ação prioritária 
para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de suas famílias. As 
estratégias de promoção da amamentação devem variar de acordo com a população, sua 
cultura, seus hábitos, suas crenças, sua posição sócio-econômica, entre outras 
características. No entanto, de fundamental importância em qualquer estratégia, é a 
conscientização da importância do aleitamento materno. 
O Proama é um veículo de comunicação que está sólido e atuante na área, que 
conseguiu seu reconhecimento acadêmico e da comunidade, levando conhecimento 
sobre um tema de extrema importância para a mãe, o bebê e a sociedade em geral. 
Como exposto, utilizamos diferentes linguagens e técnicas, segundo a finalidade 
que pretendemos atingir, qual seja, o de promover o aleitamento materno, através da 
compreensão dos seus significados e da incorporação do que realmente faça sentido 
para quem aprende. 
Este processo se dá a partir da família, a começar pela mulher, nos papéis de 
gestante, mãe, avó; a criança, que desde cedo vai se apropriando do conhecimento sobre 
a amamentação; o homem no papel de pai-companheiro, é aquele que vai apoiar a mãe 
para que ela possa amamentar. Os profissionais da saúde, que tem a função de suporte 
para que a amamentação ocorra de forma correta e tranqüila. Lugar especial é atribuído 
aos profissionais da Educação, já que por meio deles é que podemos levar o indivíduo à 
compreensão do real valor da vida e da melhor forma de vivê-la. 
Referencias bibliográficas:
ANARUMA. S. M. Divulgação da NBCAL à comunidade através da técnica de 
dramatização. Relatório do Proama – Projeto Amamentar 2006. Rio Claro. Unesp. 
2006. 
ARCOVERDE, Z. L. C. Prevenção dos distúrbios da fala – Uma orientação 
fonoaudiológica. 2001. 35 f. Tese (Especialização) - CEFAC. Centro de Especialização 
em Fonoaudiologia Clinica, Itajaí, 2001. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o 
aleitamento materno. 2ª edição, revisada. Brasília: 2007. Álbum seriado. 18p. 
GIUGLIANI. E. R. J. Amamentação: como e porque promover. Jornal de Pediatria. 
Rio de Janeiro. V. 70, n. 3, p. 138-151, 1994. 
GOMES. C. F. O aleitamento materno e a Fonoaudiologia: tendências curriculares 
e opiniões de docentes e discentes. 2002. 185 p. Tese (Mestrado em Educação) - 
Faculdade de Fonoaudiologia de Marília - Universidade Estadual Paulista, Marília, 
2002. 
ISSLER, H. O aleitamento materno no contexto atual – políticas, práticas e bases 
cientificas. 1ª Edição. São Paulo: Editora Sarvier. 2008. 628 p. 
MOREIRA. S. C. G; ROCHA, C. A. Proama Musical – Relato de experiência de 
uma orientação sobre o aleitamento materno. Universidade Estadual Paulista “Júlio 
de Mesquita Filho”, Rio Claro, Instituto de Biociências. 2008 
QUEIROZ, T. C da N. Do desmame ao sujeito. Dirigido por Claudia Mascarenhas 
Fernandes. 1ª edição. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2005. 287 p. 
REZENDE, M. A et al. O Processo de comunicação na promoção do aleitamento 
materno. Rev. Latino-americana de Enfermagem. Março- Abril. V. 10, n. 2, p. 234-8. 
2002. 
SÁ, Regina. C. de G. O mal-dito ou bem-dito reconhecimento. Jornal de Piracicaba. 
Piracicaba. 30/07/2000. Seção Geral. 
SCHNEIDER, A. B. Amamentação e prevenção – Um estudo fonoaudiológico. 2001. 
55 f. Tese (Especialização) - CEFAC. Centro de Especialização em Fonoaudiologia 
Clinica, Itajaí, 2001

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Promocaodo aleitamento

  • 1. PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO – COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS Ana Paula Abdalla, Silvia Marina Anaruma UNESP – Univ. Estadual Paulista Depto. de Educação – IB - Campus Rio Claro O Proama é um projeto de extensão à comunidade que existe desde 1999, no Campus da Unesp - Rio Claro desenvolvido no Departamento de Educação. É formado por alunos e profissionais da Comunidade, sendo que, atualmente a equipe envolvida conta com dez alunos de graduação, duas fonoaudiólogas, três assistentes sociais, duas pedagogas, uma nutricionista, uma farmacêutica, uma costureira que produz nossos materiais pedagógicos e a Coordenadora que tem formação como psicóloga. Estabelecemos parcerias com Instituições da cidade e região, dentre eles: Santa Casa de Misericórdia, Pastoral da Criança, Secretaria da Educação, Secretaria da Ação Social, Secretaria Municipal da Saúde, Fundo Social de Solidariedade, SENAC e Clirc (Centro Literário de Rio Claro). Temos como objetivos: defender, incentivar e apoiar o aleitamento materno, usar das diferentes linguagens para criar uma cultura do aleitamento materno, integrar a Universidade com os setores envolvidos com a questão, formar multiplicadores, produzir conhecimento e atualização e divulgar conhecimentos científicos para a população em geral. Desde que foi idealizado, em 1998, vem utilizando vários métodos de conscientização e divulgação sobre os benefícios do Aleitamento Materno, como: confecção de material impresso e educativo (folders e bonecas que dão à luz e amamentam); entrevistas concedidas em rádio e TV; exposição itinerante de fotos de nutrizes rio-clarenses; participação em grupos de discussão virtual (nacional e internacional); desenvolvimento de pesquisas e divulgação da prática por meio eletrônico, palestras, eventos, semanas do aleitamento materno.
  • 2. A importância do aleitamento materno para a saúde em geral e para o desenvolvimento da linguagem em específico O aleitamento materno é considerado uma questão de saúde pública e todos os sistemas sanitários do mundo reconhecem as vantagens da lactação. (SCHNEIDER, 2001). Sob o ponto de vista nutricional, cada vez mais se tem mostrado a superioridade do leite materno sobre os outros leites, uma vez que contém todos os elementos essenciais para o bom crescimento e desenvolvimento das crianças, além de ser mais fácil de ser digerido. (GIUGLIANI, 1994). O leite materno é econômico, não custa nada e sempre está limpo e pronto. Traz vantagens não só para a criança como também para a mãe, a família e a comunidade. (SCHNEIDER, 2001). King (1994), descreve as vantagens do aleitamento materno para o bebê e a mãe. Ele relata que: o leite materno contém todos os nutrientes necessários para o crescimento e o desenvolvimento do lactente; protege contra infecções respiratórias e diarréia; crianças amamentadas ao seio materno têm melhor crescimento craniofacial e melhor desenvolvimento na arcada dentária, fala e respiração, além de menos cáries dentárias; o leite materno já está pronto e na temperatura adequada, indo direto do peito para a boca das crianças, evitando contaminação; o leite materno transfere para o bebê os anticorpos que a mãe produziu contra infecções que ela teve no passado; o leite materno protege o bebê contra anemia e alergias; durante a sucção do peito, ocorre a contração uterina, reduzindo o sangramento após o parto; a barriga e o corpo retornam mais rápido para a forma e o peso que a mãe tinha antes de engravidar; diminui o risco de anemia após o parto e durante os primeiros seis meses; as mães que amamentam por mais tempo têm risco menor de câncer de mama e de ovário e uma amamentação bem sucedida, com freqüência, desperta na mulher um sentimento de profunda ligação com o filho e de realização como mulher e como mãe. Antes de nascermos, já somos mergulhados no mundo da linguagem ou das palavras. Isto é o que nos diferencia fundamentalmente dos animais, pelas expectativas dos pais em relação ao bebê que vai chegar. Quando o bebê abre seus olhos pela primeira vez para sua mãe, tem início, em nível inconsciente, sua procura pelo Reconhecimento. O bebê tenta se reconhecer na imagem que o olhar de sua mãe lhe devolve. Ele se vê nos olhos de sua mãe. Por isso a amamentação proporciona de forma
  • 3. ímpar uma estreita relação afetiva entre a mãe e filho, através do olhar, do toque, que também contribui de maneira decisiva para seu desenvolvimento físico e emocional; é uma das maneiras pelas quais o ser humano é convocado a ser sujeito. A amamentação é a forma que mais se aproxima da continuidade intra-uterina. (SÁ, 2000). A criança produz seu próprio alimento sugando o seio. A visão da criança, seus gritos, ativam a secreção de ocitocina na mãe e o leite é ativamente secretado pelas partes mais profundas do seio. Com isso, vemos que a amamentação contribui para a manutenção do bebê da ilusão da continuidade intra-uterina. Parece que o corpo de um, continua no corpo do outro. A produção de leite se faz pela sucção freqüente do mamilo e depende da prolactina, hormônio secretado pela hipófise, que estimula produção de leite pelas glândulas mamárias. (op.cit, 2000). Segundo Freud, quando o bebê grita, chora porque quer o seio (modificação interna), há uma comunicação entre a mãe que oferecerá seu seio para acalmá-lo (modificação exterior). Essa descarga primeira adquire função secundária, a de comunicação e compreensão mútua. Já se pode observar a importância da amamentação no desenvolvimento da linguagem. A criança está desde as origens, mergulhada no grande Outro (a mãe). Ela é aspirada pelo Outro, lugar da linguagem e lugar do simbólico. Esse Outro está presente nos momentos de cuidado, como a amamentação. (QUEIROZ, 2005). A criança se interessa desde cedo pelo rosto humano, o rosto da pessoa que cuida dela, a mãe. O bebê reconhece o rosto da mãe bem antes da fase do espelho, reconhecimento que estaria na origem de uma primeira identificação à forma da espécie, que é constitutiva de um Eu pré–especular, um proto-Eu. (QUEIROZ, 2005). Algumas pesquisas recentes no campo da psicologia experimental mostram que se o rosto muda a cada vez que a criança é alimentada e ela mame sem que sua mãe lhe fale, ela se deprime e perde o apetite. Os bebês choram quando estão nos braços de uma pessoa desconhecida, o que comprova o fato de que é preciso não somente que seja o mesmo rosto, mas também que esse rosto seja vivo, que haja uma voz de afeto e se dirija a ele. A amamentação não é somente dar o seio, mas é também dar o olhar, a voz, o odor, o afeto e o desejo. Tudo isso é favorecido pelo contato corpo a corpo, o que não é semelhante quando a criança é amamentada por mamadeiras, onde o corpo do outro pode mudar. (SÁ, 2000).
  • 4. A amamentação deve ser iniciada logo após o nascimento, se possível ainda na sala de parto. O próprio bebê procura o seio, pelo reflexo que está presente na primeira hora que se segue ao seu nascimento, que desaparece em seguida para reaparecer muito mais tarde. Por este reflexo, o bebê chora, faz movimentos com lábios e procura o seio da mãe. O odor desempenha papel fundamental na identificação do mamilo e a voz da mãe é o melhor estímulo para isso. O líquido que é secretado nos últimos dias ou semanas antes do parto é chamado de colostro. Contém essencialmente as mesmas concentrações de proteína e lactose. (SÁ, 2000). Dolto, (1992) apud Sá (2000, p. 64), chama atenção para o fato do tempo de presença da mãe após a mamada. Para a construção da imagem do corpo, o objeto de desejo não deve desaparecer rapidamente. É necessário um período de conversa depois da mamada, em que a mãe coloca objetos na mão do bebê e os nomeia, nomeando também suas sensações, fazendo que ele tenha prazer na comunicação para poder adormecer. Essas crianças com quem a mãe conversa depois da mamada, acrescenta Dolto, não precisam chupar o dedo, nem chupeta. O início do Reconhecimento procurado pelo bebê quando ele olha para sua mãe, citado no começo do texto, é feito nestes momentos de conversa, em que ela responderá as indagações inconscientes do bebê, como: “Como que ela quer que eu seja?”, “Quem sou para ela?”, conversando com ele. Por isso a importância de se dizer somente coisas boas, que demonstrem afeto à criança. Se a mãe diz frases que o depreciam, a criança internalizará estes “adjetivos” e poderá levar por sua vida um sentimento de menos valia que afetará futuramente seu relacionamento com outras pessoas. Amamentar exclusivamente no seio até o sexto mês traz inúmeros benefícios, entre eles o fato de ocorrer um melhor desenvolvimento da musculatura orofacial e também dos ossos da face. A criança que é amamentada no peito trabalha vigorosamente a língua e os músculos ao redor da boca, num padrão aperfeiçoado através do processo evolutivo. É uma atividade que requer muita habilidade. Além disso, a criança que é amamentada geralmente é mantida com a cabeça e o tronco elevados – na posição natural - fazendo com que a gravidade trabalhe corretamente nos músculos associados à deglutição. O aleitamento materno influencia na aquisição da linguagem, porque estimula as funções de sucção, deglutição e respiração, que vão influenciar na produção dos sons da fala. (ARCOVERDE, 2001).
  • 5. Além de satisfazer a fome do bebê e trazer o prazer oral, um dos pontos relevantes na amamentação é que o bebê começa a exercitar e fortalecer seus órgãos fonoarticulatórios (lábio, língua, bochechas, palato duro e mole e dentes) que serão importantes para o início da produção dos sons da fala. Quando o bebê consegue um certo volume de leite sugado do seio materno, a língua começa então a deslocar-se da frente para trás, em movimentos ondulatórios. Ocorrendo, assim a elevação do palato mole e o bolo lácteo é dirigido à faringe. Esta movimentação é muito importante para a exercitação da musculatura e para o correto crescimento da mandíbula (GOMES, 1994). Conforme afirma Arcoverde (2001), amamentar pouco no seio da mãe, sucção digital e bico de mamadeira com furos enormes levam a alterações funcionais dos órgãos fono-articulatórios (OFAS), seguidos de uma deglutição atípica ou adaptada que causaria as alterações através de uma má oclusão dentária. Através destas más oclusões apresentam-se vários tipos de mordidas: a mordida cruzada, a mordida aberta anterior e a mordida topo a topo. Essas mordidas erradas influenciam na postura da língua, no palato, conseqüentemente em todo o sistema estomatognático e na própria linguagem. Através disto, pode ocorrer o que chamamos de distúrbio articulatório, relatam Spinelli, Massari e Trenche (1985), que significa o déficit em um ou mais fatores relacionados, ocasionando falhas na colocação, tempo, direção, pressão, programação e integração dos movimentos da articulação, resultando na ausência ou inadequação dos sons da fala. A articulação defeituosa pode ser uma ou mais, das seis alterações que se seguem na fala: omissão, substituição, distorção, adição, transposição e redução de letras na fala. O aleitamento materno está associado a um melhor desenvolvimento mental, comportamental, neuromotor e da linguagem. Segundo Lana (2001), o leite materno poderia influenciar o desenvolvimento neuro-psico-motor por conter maiores concentrações de aminoácidos essenciais de alto valor biológico que são fundamentais para o crescimento do sistema nervoso central, e por serem rico em fatores hormonais, fatores de crescimento e ácidos graxos insaturados de cadeia longa, que atuam no desenvolvimento do cérebro. Outro fator significante é o contato mãe/bebê promovido no aleitamento, no qual o bebê é estimulado e, de acordo com pesquisas realizadas por Horwood & Fergusson (1998), Jacobson, Chiodo & Jacobson (1998), torna-se mais inteligente do que bebês
  • 6. não amamentados ou amamentados por curtos períodos de tempo. De acordo com pesquisas realizadas de Horwood; Fergusson, 1998; Anderson, Johnstone & Remley, 1999; Jacobson; Chiodo & Jacobson, 1999; Uay & Peirano, 1999), bebês amamentados apresentam maiores níveis de desenvolvimento cognitivo do que os alimentados com fórmulas infantis. Teruya & Coutinho, (2001) demonstram que em diversas pesquisas foram verificados níveis significativamente mais elevados de função cognitiva entre crianças amamentadas, sendo que os benefícios no desenvolvimento cognitivo aumentaram proporcionalmente à duração do aleitamento materno. Entretanto, por diversos fatores de ordem sócio-históricos e culturais, muitas mães acabam não amamentando ou desmamam seus bebês precocemente. Segundo o Ministério da Saúde, (2007) muitos mitos podem prejudicar a amamentação, como: a idéia que dar de mamar faz os seios caírem, o leite é fraco e não sustenta o bebê, mãe que trabalha fora não pode amamentar. Também o marketing do leite artificial, da mamadeira e a falta de apoio da família e da equipe de saúde podem fazer a mãe acreditar que não é necessário dar o leite do peito. A amamentação precisa ser promovida, para que se torne um ato necessário e prazeroso para a mãe, o bebê e toda a família. As mães, de um modo geral, desconhecem seus direitos e a necessidade de amamentar seu filho. Esta falta de conhecimento pode, na realidade, ser um obstáculo à amamentação devido a informações incorretas transmitidas às mães, insegurança e falta de consciência. A Educação na promoção do aleitamento materno – como e porque fazemos A promoção do aleitamento materno pode ser feita de diversas maneiras que, através de ações em seu conjunto, formam os diversos componentes dos programas de incentivo à lactação. Todas as categorias de profissionais de saúde e educação têm um papel importante a desempenhar nas diversas atividades promotoras do aleitamento materno. A seguir, descreveremos algumas atividades, de cunho educativo, desenvolvidas pelo Proama, através de diferentes linguagens. Através da linguagem escrita, desde 1999 produzimos folders e cartilhas, que aproveitamos em nossas orientações e para a divulgação de eventos que realizamos ao
  • 7. longo do ano. As mensagens de incentivo e promoção à amamentação são divulgadas através do nosso marca-texto. Todo ano, durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, escrevemos artigos para os jornais da cidade, ressaltando os diversos aspectos do aleitamento, assim como, reforçamos sobre as vantagens de se amamentar. Através da linguagem falada, realizamos entrevistas tendo como via a mídia da cidade. Nas orientações à gestante Também dialogamos através da entrevista. Estes veículos nos permitem atingir um maior número de pessoas. Mantemos a Home Page http://www.rc.unesp.br/proama, em que postamos todas nossas produções, como inúmeros artigos escritos, pesquisas concluídas, fotos, links de sites em prol do aleitamento, eventos que ocorrerão e o histórico do projeto ano por ano. A linguagem poética está se mostrando um canal muito eficiente de divulgação. Exemplo disso citamos a produção de um livro de poesia em parceria com escritores do Clirc – Centro Literário de Rio Claro denominado Leite da Vida - Aleitamento Materno em Poesia. Foram também, graças à poesias elaboradas por esse grupo que realizamos diversos saraus. A linguagem musical, através da composição de músicas e apresentação nas Maternidades, realizamos um projeto intitulado: "Proama Musical", com canções produzidas por uma estudante do curso de Pedagogia e membro do Proama. Com o violão em mãos e outros instrumentos, reunimos gestantes, funcionários e médicos e informalmente, começávamos a cantar introduzindo temas sobre o aleitamento materno. Incentivávamos a participação de todos, intercalando o diálogo com as músicas, assim, interagíamos com a platéia. O resultado foi muito positivo, pois esta é uma técnica que auxilia na aprendizagem e na compreensão do conteúdo de uma maneira informal. A linguagem fotográfica é essencial em nosso projeto. As imagens ilustram nosso trabalho através da exposição itinerante de mulheres da comunidade amamentando. Fazemos esta exposição desde que o projeto começou, em diversos lugares da cidade e tem tido uma ótima repercussão. Usamos vídeos também em nossas orientações, para ilustrar melhor nosso assunto. Na linguagem lúdica, utilizamos diversas atividades. Produzimos bonecas que parem e amamentam, que tem como objetivo a divulgação do projeto e a orientação
  • 8. pedagógica, principalmente para crianças e adolescentes; bonecas como “peso de porta” que amamentam, para decoração. Confeccionamos mamíferos de tecido, através do curso “Promoção do aleitamento materno através da confecção de material educativo”, para costureiras da Prefeitura Municipal de Rio Claro, que serve de material pedagógico em várias áreas: pedagogia, psicologia, fonoaudiologia, pediatria, odontologia, etc., na capacitação de profissionais, na orientação de estudantes, grávidas. Utilizamos seios feitos de pano e crochê para orientação e aula. Oferecemos diversas oficinas e nelas aplicamos Dinâmicas de Grupo em que podemos citar um exemplo realizado com gestantes da Prefeitura Municipal de Rio Claro. A elaboração de uma flor de cartolina, em que cada pétalas era utilizada para escrever as principais vantagens do aleitamento materno em cada área: bebê, mãe, família. Num total de três flores, elas eram coladas na parede para facilitar a visualização. Observamos que este tipo de dinâmica facilita o envolvimento dos alunos do projeto com as gestantes. As dinâmicas são momentos informais de grande potencial educativo. Trabalhamos também com a linguagem cênica, na forma da dramatização. Além de termos realizado um desfile com gestantes, mães e bebês, fizemos também uma encenação durante evento promovido pela Maternidade e Santa Casa do Município à comunidade, intitulado: “Divulgação da NBCAL” (Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Criança de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras). Utilizamos situações do cotidiano como possibilidade didática, selecionadas a partir da reflexão sobre a NBCAL e de observações da realidade e trabalhamos as principais situações que envolvem a mulher e a amamentação, desde a gestação, com o acompanhamento do pré-natal, até o nascimento do bebê e as primeiras dificuldades que aparecem. Esta metodologia vem de encontro à preocupação com a construção do conhecimento. Os participantes do evento se envolveram de forma integral, além de participarem ativamente das cenas. Foram feitos elogios ao trabalho e comentários que mostraram identificação com as cenas. Observamos que a maioria desconhecia a NBCAL e não observava normas que aparecem na sua rotina, como nos rótulos e nas mamadeiras, chupetas. Houve várias perguntas mostrando que a metodologia despertou para a participação e a aprendizagem. Isto significa que o trabalho foi válido, pois levou
  • 9. a uma transformação tanto dos sujeitos da ação, como daqueles que atuaram. Esta é uma aprendizagem significativa. (ANARUMA, 2006). Na promoção do aleitamento materno procuramos envolver pessoas que têm uma participação importante no dia-a-dia das mães e das crianças. Vários investigadores têm demonstrado a influência dos amigos, dos vizinhos e dos parentes nas práticas alimentares infantis. O apoio do marido/companheiro é provavelmente a fonte mais significativa de estímulo para amamentar que uma mulher pode receber. Portanto, nossa comunicação pretende atingir diversas faixas-etárias, desde a criança até os idosos, independente do sexo. A promoção do aleitamento materno deve ser vista como uma ação prioritária para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de suas famílias. As estratégias de promoção da amamentação devem variar de acordo com a população, sua cultura, seus hábitos, suas crenças, sua posição sócio-econômica, entre outras características. No entanto, de fundamental importância em qualquer estratégia, é a conscientização da importância do aleitamento materno. O Proama é um veículo de comunicação que está sólido e atuante na área, que conseguiu seu reconhecimento acadêmico e da comunidade, levando conhecimento sobre um tema de extrema importância para a mãe, o bebê e a sociedade em geral. Como exposto, utilizamos diferentes linguagens e técnicas, segundo a finalidade que pretendemos atingir, qual seja, o de promover o aleitamento materno, através da compreensão dos seus significados e da incorporação do que realmente faça sentido para quem aprende. Este processo se dá a partir da família, a começar pela mulher, nos papéis de gestante, mãe, avó; a criança, que desde cedo vai se apropriando do conhecimento sobre a amamentação; o homem no papel de pai-companheiro, é aquele que vai apoiar a mãe para que ela possa amamentar. Os profissionais da saúde, que tem a função de suporte para que a amamentação ocorra de forma correta e tranqüila. Lugar especial é atribuído aos profissionais da Educação, já que por meio deles é que podemos levar o indivíduo à compreensão do real valor da vida e da melhor forma de vivê-la. Referencias bibliográficas:
  • 10. ANARUMA. S. M. Divulgação da NBCAL à comunidade através da técnica de dramatização. Relatório do Proama – Projeto Amamentar 2006. Rio Claro. Unesp. 2006. ARCOVERDE, Z. L. C. Prevenção dos distúrbios da fala – Uma orientação fonoaudiológica. 2001. 35 f. Tese (Especialização) - CEFAC. Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clinica, Itajaí, 2001. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o aleitamento materno. 2ª edição, revisada. Brasília: 2007. Álbum seriado. 18p. GIUGLIANI. E. R. J. Amamentação: como e porque promover. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro. V. 70, n. 3, p. 138-151, 1994. GOMES. C. F. O aleitamento materno e a Fonoaudiologia: tendências curriculares e opiniões de docentes e discentes. 2002. 185 p. Tese (Mestrado em Educação) - Faculdade de Fonoaudiologia de Marília - Universidade Estadual Paulista, Marília, 2002. ISSLER, H. O aleitamento materno no contexto atual – políticas, práticas e bases cientificas. 1ª Edição. São Paulo: Editora Sarvier. 2008. 628 p. MOREIRA. S. C. G; ROCHA, C. A. Proama Musical – Relato de experiência de uma orientação sobre o aleitamento materno. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, Instituto de Biociências. 2008 QUEIROZ, T. C da N. Do desmame ao sujeito. Dirigido por Claudia Mascarenhas Fernandes. 1ª edição. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2005. 287 p. REZENDE, M. A et al. O Processo de comunicação na promoção do aleitamento materno. Rev. Latino-americana de Enfermagem. Março- Abril. V. 10, n. 2, p. 234-8. 2002. SÁ, Regina. C. de G. O mal-dito ou bem-dito reconhecimento. Jornal de Piracicaba. Piracicaba. 30/07/2000. Seção Geral. SCHNEIDER, A. B. Amamentação e prevenção – Um estudo fonoaudiológico. 2001. 55 f. Tese (Especialização) - CEFAC. Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clinica, Itajaí, 2001