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O USO DA FERRAMENTA DE STORYTELLING COMO ESTRATÉGIA
DE MARKETING DIGITAL1
Pricilla Abrantes2
Elaine Cristina Paganotti Rezende3
RESUMO
O crescimento constante da tecnologia tem provocado mudanças comportamentais no consumidor, e
consequentemente as mídias tradicionais vem denotando uma queda como ferramenta de marketing.
Esse novo consumidor ocupa um papel mais exigente e busca por participação e interatividade. Perante
a esse novo quadro social e econômico, as marcas precisam utilizar novas estratégias de vendas, como
a técnica de Storytelling, que se trata da arte de contar histórias. A humanidade sempre foi conduzida
por mitos e histórias. O storytelling é capaz de reforçar a marca na cabeça do consumidor, além de ser
uma ferramenta eficaz para motivar o marketing viral. O objetivo do trabalho é abordar o termo de
storytelling, além de apresentar através da pesquisa bibliográfica e observação, a importância de adquirir
o mesmo como estratégia de marketing para empresas de todos os tamanhos.
PALAVRAS-CHAVE: 1 Storytelling 2 Marketing Digital 3 Mídias Sociais 4 Narrativa
_________________________
INTRODUÇÃO
Histórias são a forma original de entretenimento. O homem costumava se reunir em
volta da fogueira para compartilhar suas estórias e descobertas, enquanto esse ritual contribuía
para desenvolvimento cultural, social e econômico. E mesmo com milhares de opções de lazer,
essa tendência ainda permanece. As pessoas compartilham histórias sobre sua vida, e se
interessam ainda mais sobre as histórias dos outros.
Com o advento da internet 2.0 o consumidor passou a apresentar mudanças
comportamentais adotando uma postura mais rígida em relação as marcas, enquanto a
1
Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação Lato sensu em Educação a Distância da Universidade
Católica Dom Bosco
2
Graduada em Publicidade e Propaganda e estudante de Administração, ambas pelo Centro Universitário UDC.
email: pris.abrantes@hotmail.com
3
Mestranda em Desenvolvimento Local e Especialista em Gestão Avançada em Recursos Humanos, ambos pela
Universidade Católica Dom Bosco. Graduada em Administração pela Estácio de Sá de Campo
Grande/MS. Orientadora do Trabalho de Conclusão do Curso de pós-graduação lato sensu da UCDB/ CPC
Marcato. e-mail: elainepaganotti2011@hotmail.com
2
tecnologia vem democratizando a competitividade, ao mesmo tempo que exige maior
criatividade das empresas. A competição aumentou, mas aumentou também a dificuldade de
conquistar o top of mind1
na mente do consumidor.
As mídias tradicionais perderam a sua eficiência. Hoje esse novo consumidor quer
marcas que façam a diferença. É preciso emocionar o público, e o motivar a fazer o marketing
viral pela empresa.
Novas ferramentas de marketing, como o storytelling, vem denotando capacidade
de interação e reforço da marca no mercado. O storytelling é sobre contar histórias. Uma
ferramenta também capaz de motivar colaboradores, melhorar os processos voltados ao cliente,
além de ajudar na construção de uma marca inesquecível. Afinal, histórias quase sempre são
lembradas.
O storytelling também funciona como uma estratégia de marketing digital.
Plataformas como Facebook e Twitter, por exemplo, ajudam na disseminação e viralização
dessas estórias, ao mesmo tempo que incentiva para que o consumidor compartilhe isso com os
amigos.
O tema proposto busca compreender o grau de eficácia do uso do marketing digital,
assim como analisar os pontos positivos e a viabilidade da ferramenta de storytelling como
estratégia para marcas e empresas de todos os tamanhos.
O trabalho presente utilizará como metodologia o tipo pesquisa bibliográfica, o qual
será consultado livros e site especializados, com o objetivo de um maior entendimento do tema.
O tipo de pesquisa também será o de observação, com o intuito de analisar e compreender como
a ferramenta pode ser utilizada pelas empresas.
1 MARKETING
O Marketing está presente há muito tempo, e sendo refletido em quase tudo que as
pessoas fazem. Por outro lado exercer esse processo ainda é um imperativo para as empresas
que desejam projetar-se no mercado, e principalmente permanecer no mesmo.
Quando é colocado em questão o conceito de marketing, facilmente é observado o
equívoco sobre o que realmente esse termo e suas nomenclaturas significam. Falar em
_________________________
1
Top of mind: quando a marca é a primeira marca lembrada pelo consumidor
3
marketing não é falar apenas sobre vendas. Ele é essencial para fazer com que esse consumidor
volte a realizar a compra no mesmo local, assim como ajuda a fortalecer a relação entre empresa
e cliente.
Para Kotler (2010) o marketing começa bem antes da existência de um produto.
Miller (2009) também acredita que o marketing não envolve apenas o objetivo da compra, mas
também pode ser considerado como o responsável por profundas mudanças culturais e sociais,
capaz de definir hábitos, desejos e até comportamentos.
O marketing não é apenas uma das ideias mais importantes nos negócios, ele
se torno a força mais dominante da cultura humana. Se isso soa como uma
afirmação excessivamente contundente, em que ninguém verdadeiramente
racional possa crer, considere que grande parte dessa descrença origina-se na
interpretação equivocada de “marketing” como uma forma pretensiosa de
publicidade. Porém, marketing é muito mais que isso. Do ponto de vista ideal,
é uma tentativa sistemática de satisfazer os desejos humanos ao produzir bens
e serviços que as pessoas irão comprar. É o lugar em que as fronteiras
desenfreadas da natureza humana se encontram com os poderes desenfreados
da tecnologia. Como amantes gentis, as empresas com melhor orientação de
marketing nos ajudam a descobrir desejos que nunca soubemos ter, e modos
de satisfazê-los jamais imaginados antes (MILLER, 2009, p. 57)
Kotler (2006) enuncia que o marketing é uma ferramenta usada para segmentar
mercados, descobrir necessidades que não foram atendidas, e criar novas soluções que quando
feitas com eficiência, podem construir o futuro de uma empresa. O marketing também tem
como objetivo estabelecer um custo acessível ao consumidor.
De acordo com autor “marketing é uma atividade humana dirigida para satisfazer
necessidades e desejos por meio de troca” (KOTLER, 2010, p. 28). Segundo Honorato “ao se
identificarem desejos ou necessidades, busca-se satisfazê-los, comprando produtos ou serviços
de quem tem para vender, estabelecendo assim uma troca na qual organizações e clientes
participam” (HONORATO, 2004, p.3)
Todas essas informações são alcançadas após saber que mercado trabalhar, que tipo
de produto deve ser comercializado, e como divulgar e distribuir este produto para a execução
da venda. Esse resultado é apenas conquistado quando o público-alvo é profundamente
estudado, identificando assim o que ele realmente busca. Sendo assim, isso já coloca o cliente
como o centro de qualquer ação de marketing, e conhecê-lo é uma condição essencial para uma
estratégia de sucesso.
Segundo Drucker (2001), o marketing é tão básico, que não pode ser considerado
como uma função separada. Ele deve ser visto como um todo ao considerar os objetivos da
4
empresa e a opinião do cliente, que irão assim determinar o sucesso do produto ou serviço
oferecido.
É importante ressaltar que se o comportamento do público-alvo mudar, e ele passar
a desejar outros produtos ou com características específicas, então as estratégias de marketing
também precisam ser ajustadas.
Por essa razão, “marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar
produtos ou serviços, ele é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das
pessoas”. (COBRA, 1992, p.14)
Kotler (2006) defende que panorama econômico mundial é formando por dois
principais elementos: globalização e tecnologia. Com essas mudanças tecnológicas e
econômicas, as empresas não podem mais confiar em suas antigas práticas, porque a mesma
fórmula aplicada para conquistar o público há alguns anos atrás, hoje não apresenta a mesma
viabilidade. Com base nisso, ele defende que: “a capacidade de mudança requer a capacidade
de aprender”. (KOTLER, 2006, p.15)
É aqui que entra os novos desafios de marketing enfrentados atualmente pelas
empresas, ao ser questionada como atender um público cada vez mais exigente. Para auferir as
repostas para tais dilemas e conflitos, é preciso compreender o que provocou tais mudanças.
2. O NOVO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Kotler (2006) posiciona o consumidor de hoje como alguém com pouco tempo,
mais sofisticado e sensível ao preço, além de ser menos fiel às marcas. Para esses consumidores
existem produtos pouco diferentes, os preços são iguais, e a propaganda não é mais tão
convincente.
Cappo (2006) define o horário nobre de hoje como a busca para descobrir o
momento em que os consumidores estão disponíveis a dar mais tempo, com base em suas
condições e horários. Hoje as pessoas possuem pouco tempo disponível durante o dia, e quando
possuem normalmente estão na internet ou fazendo outra coisa. A TV perdeu espaço para
outros meios de comunicação, e a propaganda passou a ser ignorada.
Segundo Ries (2002) o aumento no número de propagandas e concorrentes resultou
na diminuição de seu poder de persuasão, e consecutivamente no aumento na dificuldade para
ser notada.
Austin (2007) acreditam que o avanço tecnológico é um dos fatores que mais
aceleraram essas mudanças de consumo. Em suas palavras o consumidor de hoje é mais
5
exigente em relação aos produtos e seus preços. Com a internet, por exemplo, realizar uma
pesquisa sobre a empresa, assim como pesquisar sobre vários produtos e escolher o melhor, é
um dos exemplos das armas que o consumidor tem em suas mãos. O controle das marcas passou
do proprietário para os consumidores. Os autores acreditam que as novas dinâmicas de marcas,
consumidores, canais de comunicação, e as complexidades dos seus inter-relacionamentos, são
movidos por avanços tecnológicos que exigem mais preocupação, mais informação, mais
cérebro e muito mais criatividade.
Para Salzman (2003), devido ao seu uso por meio das redes sociais, hoje os
consumidores são capazes de influenciar os demais com suas opiniões e experiências de
compra. As pessoas acreditam muito mais em seus amigos do que nas propagandas. Esse
fenômeno é conhecido de propaganda boca-a-boca ou buzzmarketing.
Berger (2014) afirma que os indivíduos não compartilham uma notícia ou uma
recomendação com todas as pessoas que conhecem. Segundo o autor, o boca-a-boca é dirigido
para um público específico, o qual o emissor considera que a informação será mais relevante.
Por essa razão, o boca-a-boca se torna tão viável e confiante.
De iniciantes a estrelas, as pessoas adotaram a mídia social como a onda do
futuro. Facebook, Twitter, Youtube e outros canais são vistos como formas de
cultivar seguidores e atrair consumidores. Marcas postam anúncios, músicos
em início de carreira postam vídeos, e pequenas empresas postam ofertas.
Companhias e organizações atiraram-se com tudo, afobadas para pular no
vagão do buzzmarketing. A lógica é direta e reta. Se conseguirem fazer com
que as pessoas falem de sua ideia ou compartilhem seu conteúdo, isso irá se
espalhar pelas redes sociais como um vírus, tornando o produto ou ideia
instantaneamente popular ao longo do processo. (BERGER, 2014, p.20)
A propaganda boca-a-boca é hoje considerada uma das melhores ferramentas para
lidar com esse novo consumidor. Além de transmitir a confiança que o cliente precisa, ela acaba
se tornando mais barata e indicada, por se tratar de uma ação voluntária por parte do usuário.
3 MARKETING DIGITAL
Conforme Gabriel (2010) o marketing digital utiliza qualquer componente de uma
estratégia utilizando tecnologia e plataformas digitais. Essas estratégias de marketing são
definidas com base nos 4 Ps, mais conhecidos como preço, produto, praça e promoção.
Podemos falar de estratégias digitais de marketing, que são as que usam
plataformas e tecnologias digitais, envolvendo um ou mais dos 4 Ps para
6
alcançar os objetivos de marketing. Como o ser humano ainda vive com
produtos materiais em mercados tradicionais físicos, passando por outdoors,
lendo revistas e ouvindo rádio, um plano de marketing que envolva estratégias
digitais de marketing associadas a estratégias tradicionais, tende a ser mais
bem-sucedido, pois engloba as dimensões do material e digital em que vive o
ser humano. (GABRIEL, 2010, p. 106)
O marketing digital acontece no meio digital. Gabriel (2010) cita como exemplo as
páginas digitais, redes sociais, games, tecnologia mobile, entre outros. Essas plataformas e
tecnologias combinadas servem de base para o desenvolvimento de estratégias digitais de
marketing.
3.1 WEB 2.0 E AS MÍDIAS SOCIAIS
O termo web 2.0 foi inserido por Tim O´Reilly, consultor norte-americano, com o
objetivo de discutir sobre como a web estava produzindo sistemas, aplicativos e ferramentas
“que cada vez mais municiavam o usuário para ações de comunicação e relacionamento
autônomas, sem a intervenção dos conhecidos veículos de mídia para a formação da opinião da
sociedade” (SAAD, 2003, p. 148)
A web 2.0 permite a colaboração por parte do usuário. Essa inserção utiliza
ferramentas participativas como Blogs, sites de publicação de vídeos; como o Youtube; e redes
sociais como Facebook e Twitter.
A Web 2.0 não é democrática apenas para o consumidor, mas também para todos
os tipos de empresas. Gabriel (2010) enfatiza que a falta de limitações físicas, onde é possível
mostrar ou armazenar qualquer tipo de informação, assim como colocar à disposição uma
infinidade de opções de produtos ou serviços, independentemente do tamanho da sua demanda
e popularidade, possibilita a exploração do nicho de mercado2
. Esse fenômeno foi analisado e
batizado de a cauda longa por Chris Anderson.
Anderson (2006) defende que o nicho de mercado resulta em um lucro maior, pois
o cliente ao perceber que estão atendendo uma necessidade específica dele, estará disposto a
pagar mais, o que acaba criando um valor agregado à marca. Para o autor, a cultura de nicho
teve origem com o surgimento dos meios de comunicação que permitiram o contato com outras
culturas.
_________________________
2
Nicho de mercado: são segmentos ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou
inexistentes
7
O autor afirma que “com o surgimento dos meios de comunicação, a explosão da
comunicação de massa resultou em tendências” (ANDERSON, 2006, p.10). Ele define essas
tendências em hits, como um termo ligado ao que está na moda; como filmes e músicas.
O mundo da globalização tem deixado essas tendências do mercado de hits com
muita variedade e sucesso, e foi a internet que contribuiu através da democratização das
ferramentas, onde o próprio consumidor possui a capacidade de produzir um vídeo amador e
colocar na rede. A internet através dessa segmentação deu um poder maior a esse novo usuário
que ao saber do seu poder perante as empresas, também quer participar do processo.
Anderson (2006) define a Teoria da Cauda Longa com o gráfico apresentado
abaixo. Ela é sustentada por três pilares. A primeira é a democratização das ferramentas de
produção, onde a maioria das pessoas podem produzir o que quiser e anunciar sua venda na
internet. Isso resulta em maior oferta de bens e produto, gerando o crescimento da cauda mais
para a direita. A segunda força é a redução dos custos com a internet para poder alcançar mais
consumidores e aumentar o consumo, e assim o maior acesso ao nicho faz com que a cauda se
horizontalize. E por fim, a terceira força é a ligação entre a oferta e a demanda, onde é preciso
apresentar os consumidores à esses novos bens, os quais agora estão disponíveis com mais
facilidade, empurrando assim a demanda da cauda para baixo.
Fonte: Anderson, 2006, p. 30
De acordo com Gabriel (2010) a cauda longa é um acontecimento sem precedentes
na história da humanidade. Mapeando-se as vendas ou a procura a partir da quantidade
Gráfico 1 – Teoria da Cauda Longa
8
incontável de produtos/serviços que coexistem na web, é possível obter uma curva que descreve
rapidamente a partir do produto mais popular, e estabiliza-se formando uma cauda longa a partir
de produtos mais específicos de nicho.
Hoje a publicidade e o marketing não possuem apenas a função de comunicar. “A
democratização das ferramentas está transformando a percepção de como a experiência,
relevância e profissionalismo se desenvolvem. Em vez de excluir pessoas, devem incluir elas”
(TAPSCOTT, 2006, p. 182).
Saad (2003) acredita que o mundo 2.0 consecutivamente prova uma inversão de
papéis de maneira inusitada nas empresas. Segundo o autor, os clientes assumem a posição de
concorrentes, exigindo assim de qualquer indústria ou negócio, uma definição de posição para
manter-se no mercado. O posicionamento nesse caso se torna possível através das mídias sociais
digitalizadas. “Tal posicionamento tem relação direta com seus públicos no mundo digital, com
a proximidade destes com as ferramentas da rede, com as formas narrativas que a empresa se
utiliza para comunicar, e com as formas interativas de se relacionar” (SAAD, 2003, p. 154)
Outro fator importante é o baixo custo das mídias sociais, além de possibilitar maior
interação e integração com o cliente. Por outro lado os profissionais de marketing não têm mais
controle sobre suas marcas, pois agora estão competindo com o poder coletivo de seus
consumidores. Sendo assim, é importante monitorar a presença dentro dessas plataformas, e
ouvir constantemente o que os clientes estão falando. Mais do que nunca, eles têm razão.
4 STORYTELLING
Storytelling significa a arte de contar histórias. Castro (2013) define o termo como
story que seria o fato ou a impressão do fato, enquanto telling seria o fato recriado através de
imagens. Para um maior entendimento, o autor coloca em destaque a importância de saber
diferenciar os termos story e history, que no português seriam estória e história:
Para entender o que digo é preciso saber a diferença entre as duas palavras da
língua inglesa: history e story. A primeira está relacionada a fatos reais, como
o homem ter chegado à Lua, ou a algum fato que ocorreu na vida de alguém.
A segunda é uma estrutura narrativa, não necessariamente ficção, representa
episódios que, alinhados, criam a História. Por exemplo, a história de um povo
consiste em várias stories, isto é, anedotas, historietas, episódios da vida
cotidiana, mitos, e etc. (CASTRO, 2013, p. 3)
9
Castro (2013) acredita que a história surgiu na humanidade aproximadamente uns
cem mil anos, desde o momento em que o homem se encantou, assustou ou se surpreendeu com
algo, e foi assim contar para alguém.
Berger (2014) aborda o estilo de vida de um cidadão grego de 1000 a.C. Naquela
época não existia internet, revistas, rádio ou jornal. Sendo assim, a distração dessas pessoas
eram as histórias. “O Cavalo de Tróia, a Odisséia e outros contos famosos eram o
entretenimento da época. As pessoas reuniam-se em torno de uma fogueira, ou se sentavam em
um anfiteatro para ouvir essas narrativas serem contadas repetidamente” (BERGER, 2014, p.
178)
Segundo Mcsill (2013) o storytelling já podia ser notado nos ancestrais:
Storytelling é o velho hábito de contar histórias. Os nossos ancestrais já
tinham esse hábito, quando, ao fim de cada dia, se reuniam em volta das
fogueiras e contavam suas fantásticas caçadas e vitórias. Já naquele tempo,
essa era a maneira de legitimar uma liderança por meio da referência. A
história seria ainda para perpetuar práticas e conhecimentos arraigados
àquelas culturas, tão necessários à sobrevivência dos grupos, e que esses
líderes repassavam dentro de suas histórias. Storytelling é a arte de contar uma
história, ou seja, por meio da palavra escrita, da música, da mímica, das
imagens, do som ou dos meios digitais. (MCSILL, 2013, p. 31).
Matos (2010) acredita que no bojo pós-moderno hedonista, incerto, e esvaziado de
sentido, reacenderam as velhas questões fundamentais do enigma da criação do Universo e que,
desde o início dos tempos, o homem se pergunta: de onde venho? quem sou eu? aonde vou? A
autora afirma que nessa época os olhares se voltaram para as antigas sociedades e para as
tradições do Oriente, em busca de algo que comprovasse o sentido da existência. E foi devido
a essa busca por respostas, que os contadores de histórias fizeram sua entrada na cena
contemporânea.
4.1 A CONSTRUÇÃO DAS HISTÓRIAS
Para Berger (2014) as narrativas são intrinsecamente mais envolventes que fatos
básicos. Toda história tem começo, meio e fim. O autor enfatiza que deixaram de se reunir em
volta da fogueira, mas substituíram o ritual por uma mesa de bar com os amigos. As pessoas
continuam falando sobre elas mesmas, e as coisas que aconteceram em seu dia a dia. Sendo
assim, elas continuam e irão continuar contando histórias como um processo sem fim.
10
Alfredo (2013) define como elementos básicos da narrativa a introdução,
desenvolvimento e conclusão. Segundo ele, também é essencial definir o fato, tempo, lugar,
personagens, causa, modo e consequência dessa história.
É possível afirmar que “toda a estória deve ter um personagem que simpatizamos,
e que se esforça até as últimas gotas de sangue para superar obstáculos aparentemente
intransponíveis, a fim de atingir um fim satisfatório, e assim se tornar uma pessoa melhor”.
(MCSILL, 2013, p.34). Segundo o autor, esses obstáculos podem ser definidos como obstáculo
físico, obstáculo emocional, conflito interno, conflito externo, tensão interna, tensão externa e
mistério. Em uma cena da história pode faltar qualquer coisa, menos o “objetivo (aonde o
personagem quer chegar) e o obstáculo/conflito (o que impede o personagem de chegar lá, ou
o que o estimula a chegar lá), mas ao chegar lá, poderá enfrentar circunstancias imprevistas”.
(MCSILL, 2013, p. 33)
Campbell (1989) descreve a figura do herói como um ser humano que surge do
cotidiano e que se aventura numa região com coisas sobrenaturais, onde ali encontra fabulosas
forças e obtém uma vitória decisiva. Logo após isso, o herói então retorna de sua aventura com
o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes.
O herói mitológico, saindo de sua cabana ou castelo cotidianos, é atraído,
levado ou se dirige voluntariamente para o limiar da aventura. Ali, encontra
uma presença sombria que guarda a passagem. O herói pode derrotar essa
força, assim como pode fazer um acordo com ela, e penetrar com vida no reino
das trevas (batalha com o irmão, batalha com o dragão; oferenda,
encantamento); pode, da mesma maneira, ser morto pelo oponente e descer
morto (desmembramento, crucifixão). Além do limiar, então, o herói inicia
uma jornada por um mundo de forças desconhecidas e, não obstante,
estranhamente íntimas, algumas das quais o ameaçam fortemente (provas), ao
passo que outras lhe oferecem uma ajuda mágica (auxiliares). Quando chega
ao nadir da jornada mitológica, o herói passa pela suprema provação e obtém
sua recompensa. Seu triunfo pode ser representado pela união sexual com a
deusa-mãe (casamento sagrado), pelo reconhecimento por parte do pai-criador
(sintonia com o pai), pela sua própria divinização (apoteose) ou, mais uma vez
– se as forças se tiverem mantido hostis a ele - , pelo roubo, por parte do herói,
da bênção que ele foi buscar (rapto da noiva, roubo do fogo); intrinsecamente,
trata-se de uma expansão da consciência e, por conseguinte, do ser
(iluminação, transfiguração, libertação). O trabalho final é o do retorno. Se a
forças abençoaram o herói, ele agora retorna sob sua proteção (emissário); se
não for esse o caso, ele empreende uma fuga e é perseguido (fuga de
transformação, fuga de obstáculo). No limiar de retorno, as forças
transcendentais devem ficar para trás; o herói reemerge do reino do terror
(retorno, ressurreição). A benção que ele traz consigo restaura o mundo
(elixir). (CAMPBELL, 1989, p. 241)
11
Campbell (1990) acredita que mesmo nos romances populares, o herói ou heroína
o qual são protagonistas da história, são alguém que descobriu ou realizou alguma coisa além
do nível considerado normal de realizações ou de experiência. Para o autor, o herói pode ser
definido como alguém que deu a própria vida por algo maior que ele próprio.
Além disso, não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis
de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. O labirinto é conhecido em
toda a sua extensão. Temos apenas de seguir a trilha do herói, e lá, onde
temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um Deus. E lá, onde
esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos
viajar para longe, iremos ter o centro da nossa própria existência. E lá, onde
pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo.
(CAMPBELL, 1990, p. 91)
Contar estórias faz parte da natureza humana, pois é dessa forma que as pessoas
passam aos demais seres humanos o seu conhecimento. “Quando passamos um legado às
próximas gerações, fizemos através das estórias. Contar um conto faz parte da nossa essência,
é o que nos mantêm vivos, capazes de fazer as conexões cognitivas que o mundo nos oferece”
(ALFREDO, 2013, p.49)
Matos (2010) destaca os motivos psicológicos e emocionais, o qual contribui para
a importância do storytelling. Os problemas da economia mundial; por exemplo; causa o
aumento do estresse no indivíduo. É nesse ponto que as histórias vêm camuflada de heroísmo.
Para a autora, contos permitem passar de um estado anterior de desvalorização para um estado
reparado. Sendo assim, funcionam como a metáfora da evolução da alma, onde o herói enfrenta
uma situação que parece sem saída, e que por fim os “ensinamentos (provas do caminho)
transformam o viajante (herói) de inocente (situação inicial) em experiente (situação final), após
ter descoberto as leis da vida”. (MATOS, 2010, p.67)
Sendo assim, por essa razão a autora acredita que histórias são ferramentas capazes
de inspirar, mudar e motivas as pessoas. Para ela, a narrativa é um instrumento de
transformação, compartilhamento e crescimento.
4.2 O STORYTELLING E A TRANSMÍDIA
Scartozzoni (2011) define em seu site Caldinas, o termo transmídia, como uma ação
de levar trechos diferentes ou complementares de uma mensagem para diversas mídias. Sendo
assim, a transmídia storytelling seria distribuir a mesma história para diversos canais.
12
Transmídia storytelling é contar uma história ("story") por meio de diferentes
mídias, tendo consciência de que cada uma exige uma narrativa específica e
atinge públicos diferentes. O primeiro universo ficcional criado desde o início
com esse propósito provavelmente foi o de Matrix, tendo a trilogia de filmes
como o núcleo desse universo, e depois uma série de produtos que
aprofundavam a história em outros meios, para uma parte mais engajada do
público: animação, quadrinhos, videogame etc. Em cada um desses casos era
contada uma outra parte da história, ligada ao núcleo, porém diferente dele.
De acordo com Jenkins (2006), o conceito de narrativa transmídia entrou para o
debate público pela primeira vez em 1999, enquanto críticos tentavam entender o sucesso
fenomenal de A Bruxa de Blair, um filme independente de baixo orçamento que se tornou um
negócio intensamente rendoso.
Ainda segundo Jenkins (2006) uma história de transmídia ocorre através de
múltiplas plataformas de mídia com nichos diferentes, onde possui um novo texto que contribui
de maneira distinta para o todo.
Gabriel (2010) define transmídia como o uso integrado das mídias, em que a história
ultrapassa os limites de um único meio. Para ela o uso do conceito de transmídia não se restringe
aos meios digitais. O diálogo entre pessoas, o jornal, a revista, o cinema ou a televisão, são
exemplos da criação e distribuição de mensagens transmídia.
Para Gabriel (2010) a convergência permite que a mesma mensagem seja
consumida em diversas plataformas diferentes, tendo como principal característica a
portabilidade. Esse processo acontece de forma sinergética criando novas funcionalidades.
Sendo assim, dentro do conceito da narrativa de transmídia cada meio fará o que
faz de melhor, “a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela
televisão, romance e quadrinhos; e seu universo possa ser explorado em games ou
experimentado como atração de um parque de diversões.” (JENKINS, 2006, p. 138).
Scartozzoni acredita que “no âmbito da comunicação de marcas, as técnicas de
transmídia storytelling podem ser utilizadas para fazer uma amarração contextual mais
elaborada, e potencialmente mais engajadora entre as diferentes mídias de uma campanha”
(CALDINAS, 2011). O que leva a acreditar que cada público ao se deparar com a história
adaptada para o meio que está usando, terá um maior entendimento e engajamento do mesmo.
Jenkins (2006) foi o responsável pela criação do termo da cultura de convergência.
Segundo ele, aqui velhas e novas mídias se encontram, mídia corporativa e alternativa se
cruzam, e o poder do produtor e consumidor interagem de maneiras imprevisíveis. Para o autor
a cultura da convergência é o futuro. Os consumidores terão mais poder nesse novo cenário,
13
mas somente se utilizarem esse poder tanto como consumidores, quanto como cidadãos
participantes dessa cultura.
4.3 O STORYTELLING NAS EMPRESAS
Estórias envolvem, são memoráveis e conectam as pessoas. Para Castro (2013) boas
histórias quando são profissionalmente narradas, se tornam universais e imutáveis, porque
simplesmente é assim que funciona a natureza humana: como algo universal e imutável.
A prática do storytelling ainda é recém. Conforme Matos (2010), as histórias e sua
construção vêm sendo utilizadas pelas empresas como ferramenta de gestão desde o final dos
anos 1990. Inicialmente nos EUA, a seguir na Europa, e mais recentemente no Brasil. Para a
autora, o storytelling surgiu como uma nova escola de administração, devido à necessidade de
reaprender a pensar, agir, trabalhar em rede, gerenciar à distância, adaptar-se a novos negócios,
entre outros.
Por outro lado de alguma forma, as narrativas sempre estiveram presentes nas
empresas. Matos (2010) afirma que as histórias circulam nos corredores, almoços, e chão de
fábrica, assim como estão nos ambientes não formais do trabalho.
No contexto empresarial o “storytelling é um modelo de comunicação que se conta
uma estória utilizando determinadas técnicas organizadas, em um processo consciente que
possibilita a articulação de informações em um determinado contexto e com um fim desejado”.
(CASTRO, 2013. p. 10).
Histórias podem ser simples, fortes e efetivas. São ferramentas capazes de nortear
as estratégias organizacionais e possibilitar a implementação de sonhos dos seres humanos.
“Através de estórias podem engajar-se de fato os colaboradores, e criar elementos de narrativa
que descrevem bem onde queremos chegar com a organização” (CASTRO, 2013. p. 4)
Matos (2010) acredita que o storytelling facilita a comunicação, promove
mudanças, estimula a inovação e ajuda na transmissão de conhecimento. Para ela as histórias
permitem estudar a política organizacional e cultura dessa empresa, revelando como questões
organizacionais, como por exemplo, o que devemos fazer no futuro? são vistas pelos seus
membros. Sendo assim, a aplicação dessa técnica no ambiente empresarial vai desde a prática
de liderança, até o incremento do mesmo no desenvolvimento de novos produtos ou estratégias.
Em uma era onde a importância do engajamento entre colaboradores e empresa se
torna tão importante, o storytelling também funciona como estratégia para reforçar essa aliança.
Matos (2010) enfatiza que as histórias podem ser contadas para promover ações que condizem
14
com os valores e crenças da empresa, assim como fortalece o comprometimento com a ética da
organização.
Em conformidade Castro (2013) defende que o storytelling vem para suprir a
necessidade da utilização de novos modelos de liderança, devido as transformações geradas
pela tecnologia e pela atuação das novas gerações. Para o autor, o aumento da qualidade de
vida vem aumentando a expectativa de vida dos profissionais, que agora estão com idade entre
60 e 80 anos. E estes profissionais convivem com os paradigmas e visões diferentes, trazidos
pelas gerações de executivos e colaboradores mais novos.
É comum encontrarmos, no mesmo ambiente profissional, colaboradores com
várias faixas etárias. Esta convivência é inédita na estória do trabalho. Hoje
em dia, dependendo do perfil e da região geográfica na qual está localizada
uma organização, podemos encontrar entre 20 a 40% do contingente de
trabalhadores com faixa etária classificada nas mais novas gerações (Y e Z).
Estes profissionais estão sendo liderados por executivos mais vividos
(gerações X e Baby Boomers) e vem modificando o perfil de expectativas do
mercado. (CASTRO, 2010, p. 16)
De acordo com o autor a boa notícia é que essas novas gerações são movidas a
estórias que envolvem o legado de seus pais e avós, além de terem sido criadas com a influência
da tecnologia, realidades virtuais, e mídias sociais que utilizam o melhor do marketing e do
storytelling, visando a criação, desenvolvimento, e a comercialização de novos produtos e
serviços. E nesse cenário altamente inovador existe uma “linguagem” comum capaz de engajar
todas as gerações: as histórias. “Esta linguagem, como nunca, permite a criação de significados
que pode ser percebida e valorizada por todas as diferentes gerações, fazendo com que o tema
não seja focado nas diferenças, mas sim nos pontos de semelhanças entre pessoas de diferentes
gerações”. (CASTRO, 2013, p. 17)
Castro (2013) acredita que a estória corporativa quando contada de forma eficiente,
será lembrada por todos stakeholders3
. Assim, uma equipe será mais entrosada quanto maior
for a capacidade de seus membros terem para relembrar, compartilhar e aprender com suas
estórias.
Matos (2010) coloca em questão a importância de ter um contador de histórias,
capaz de estimular a construção de laços de companheirismo, confiança, sistematizar a troca de
conhecimento e experiência, e entre outros. Essa ação pode ser realizada pelo líder.
_________________________
3
Stackeholders: Públicos de interesse de uma organização como clientes, fornecedores, colaboradores,
acionistas, entre outros.
15
Para Castro (2013) o storytelling traz elementos e técnicas que ajudam a capturar a
atenção do público e engajar as pessoas pela emoção. Segundo o autor em um mundo tão
competitivo, capturar a atenção das pessoas se tornou um grande desafio de liderança.
A construção das histórias como ferramenta de gestão nas empresas, segue os
mesmos critérios para o desenvolvimento das demais histórias. Existe um personagem que
busca por algo. “Estórias encantam e engajam porque mostram personagens extraordinários,
enfrentando desafios extraordinários, que conseguem atingir resultados extraordinários”
(CASTRO, 2013, p. 20)
Matos (2010) argumenta que os personagens das empresas muitas vezes são seus
fundadores, que aos olhos dos colaboradores se tornam a inspiração para sua vida. Quando de
fato a compreensão dos valores desse indivíduo é compreendido, o fundador se torna o herói.
Histórias de impacto contam invariavelmente com personagens que carregam
em suas ações muito simbolismo. Alguns desses personagens viram mitos e,
ao longo do tempo, suas ações, ao serem recontadas, vão se distanciando da
realidade efetiva, pois o que perdura são as lições, valores, dilemas e
posicionamentos morais ou éticos desses personagens. No contexto
empresarial, isso é visto com frequência à medida que as organizações
homenageiam seus fundadores e pioneiros. Estes, em alguns casos, viram
“super-homens”. De fato, não importa mais quem de fato foram personagens,
mas sim o que eles representam para o inconsciente coletivo das organizações.
(MATOS, 2010, p. 78)
Mcsill (2013) coloca em questão a importância de que o personagem na história
empresarial tenha um dilema moral, levando em consideração de que todas as pessoas têm
dilemas morais.
Em um mundo onde a rivalidade e competitiva aumentam cada vez mais, a
criatividade e o conhecimento se tornam armas essenciais para quem deseja se destacar no
mercado. “Em todas as sociedades, o conhecimento é um dos trunfos competitivos de extremo
poder, e é de extrema importância não só na aquisição, como também na sua criação e
transferência”. (CASTRO, 2013, p. 41)
Ainda segundo o autor o conhecimento se torna tão importante, que é considerado
por contadores e executivos financeiros, um capital intelectual da empresa. Sendo assim, o
conhecimento é capaz de produzir riqueza na sociedade, e principalmente no mundo
corporativo.
Com o cenário atual da economia mundial combinado com o surgimento
exponencial de novas tecnologias e conceitos modernos de rede, torna-se vital
16
potencializar o conhecimento que existe em uma organização. Na denominada
“Sociedade do Conhecimento”, o verdadeiro investimento se dá cada vez
menos em máquinas e ferramentas e mais no conhecimento do colaborador.
Sem este conhecimento, os ativos e as máquinas são improdutivos, por mais
avançadas e sofisticadas que sejam. Com o desenvolvimento dos conceitos de
atendimento ao mercado, maior competitividade e globalização, nos anos 90
tivemos as condições perfeitas para o surgimento da gestão do conhecimento
(CASTRO, 2013, p. 42)
Castro (2013) defende importância de aproveitar o capital criativo. Para o autor a
transmissão do know how4
acontece de modo informal dentro e fora das empresas, através do
storytelling e narrativas de histórias. Segundo ele quando o storytelling é utilizado de forma
correta, o capital intelectual da empresa é consecutivamente ampliado.
Matos (2010) acredita que histórias no contexto de Gestão do Conhecimento, são
capazes de transmitir conhecimentos complexos e valores culturais, em uma Era altamente
influenciada pela tecnologia. Para a autora, ao ouvir uma história que emocione, e que
principalmente seja capaz de refletir os valores dessa organização, naturalmente o colaborador
se envolverá com a organização pela identificação que terá com seus valores e crenças. Sendo
assim, histórias podem promover essa identificação de forma mais rápida do que qualquer outro
meio de comunicação.
4 STORYTELLING NO MARKETING DIGITAL
De acordo com Mcsill (2013) o storytelling se trata de uma ferramenta poderosa
que pode ser utilizada para compartilhar conhecimento, e que é explorada muito antes de
qualquer mídia social.
Matos (2010) acredita que essa influência é uma consequência da quantidade de
informações o qual as pessoas são expostas todos os dias. Sendo assim, perante ao excesso de
conteúdos, o cérebro humano acaba selecionando as informações mais relevantes para serem
armazenadas, ao contrário do computador que pode armazenar para o futuro. A autora afirma
que o cérebro é capaz de recordar mais história e contos, do que demais informações:
Nosso cérebro armazena mais facilmente histórias, contos, relatos de
experiência, porque, além de evocarem emoções, possibilitam a identificação
com os personagens ou com sua trajetória que se desenrola em um cenário.
_________________________
4
Know how: palavra em inglês que expressa o conhecimento e a experiência específica sobre algo ou algum
assunto
17
Sua linguagem metafórica e o apelo à imaginação são elementos fundamentais
nesse processo. (MATOS, 2010, p.75)
Para Jenkins (2006), o cinema não eliminou o teatro, assim como a televisão não
eliminou a rádio. Como consequência cada meio foi forçado a viver com meios emergentes.
“Os velhos meios não estão sendo substituídos. Mais propriamente, suas funções e status estão
sendo transformados pela introdução de novas tecnologias” (JENKINS, 2006, p. 41)
De acordo com Murray (2001) as atividades cotidianas como assistir televisão e
navegar na internet estão se fundindo, o que consecutivamente leva o mercado a criar novos
canais de participação. Como o uso das mídias sociais enquanto assistem programas de
televisão, com o objetivo de compartilhar as suas opiniões com seus colegas de audiência.
O corpo humano está cada vez mais integrado com as plataformas digitais. Gabriel
(2012) define essa união do mundo ON e OFF line de cibridismo. Sendo assim, com o uso das
plataformas digitais as pessoas podem estar em dois lugares ao mesmo tempo, por meio das
mídias digitais, por exemplo.
Em meio a tantas tendências que emergem em função da intensa aceleração
da penetração de novas tecnologias na sociedade, acredito que a que permeia
tudo é a integração do online e do offline. Há dez anos éramos
predominantemente OFF. Nos últimos anos, começamos a nos tornar ON. No
entanto, até recentemente existia uma separação física necessária entre ON e
OFF, pois para estar ON, precisávamos usar um equipamento fixo que nos
transportava para o lá. Essa barreira entre ON e OFF foi se dissolvendo aos
poucos conforme as tecnologias móveis começaram a popular o cenário
social, e muita gente ainda não percebeu que isso já é realidade.
Para a autora, as grandes tendências da comunicação e marketing vêm sendo
contaminadas pela integração ON e OFF, por meio da transmídia storytelling, redes sociais,
vídeo, busca, realidade aumentada, e entre outros, que unifica o ON e OFF, e que compõem a
vida das pessoas.
A mídia digital permite a colaboração por parte dos usuários, que passaram de
receptores de informação para criadores. “Para os espectadores, a diferença entre as
experiências fronteiriças da mídia tradicional e aquelas realizadas hoje pelos artistas do mundo
digital é que, desta vez, nós também fomos convidados para entrar na boca do dinossauro”.
(MURRAY, 2001, p.108)
18
A influência dessa nova atitude pode ser compreendida com o termo inteligência
coletiva, o qual significa o compartilhamento da inteligência de diversos indivíduos, que
colaboram em busca da solução de um problema, usando como ferramenta a internet.
Corroborando com o acima citado Jenkins descreve:
A inteligência coletiva refere se a essa capacidade das comunidades virtuais
de alavancar a expertise combinada de seus membros. O que não podemos
saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer coletivamente. A emergente
cultura do conhecimento jamais escapará completamente da influência da
cultura de massa, assim como a cultura de massa não pode funcionar
totalmente fora das restrições do Estado-nação. A inteligência coletiva irá,
gradualmente, alterar o modo como a cultura de massa opera. (JENKINS,
2006, p. 56)
Esse esforço coletivo de fato não é um fenômeno novo. A contribuição e influência
de inúmeros contribuintes em um processo, já podia ser observado em obras literárias como
Ilíada e a Odisséia de Homero:
Hoje sabemos que obras enciclopédicas e densamente elaboradas, como a
Ilíada e a Odisséia, foram produzidas não por um único gênio criativo, mas
pelo esforço coletivo de uma cultura de histórias contadas oralmente que
empregava um sistema narrativo altamente baseado em fórmulas. Desde a
Renascença até o início do século XX, Homero foi considerado um grande
“escritor”, mais do que um cantor de uma época anterior à escrita, e seus
épicos eram tidos como o ápice da literatura ocidental. Foi muito embaraçoso,
portanto, quando Milman Parry, especialista em estudos clássicos de Harvard,
e seu aluno, Alfred Lord, documentaram as semelhanças entre os poemas
homéricos e aqueles declamados por bardos orais ainda ativos na lugoslávia,
no início do século passado. O livro de Lord, The Singer of Tales (O Contador
de Histórias), publicado em 1960, descreve o processo real de composição e
da apresentação dos bardos e argumenta, de acordo com evidências internas,
que os poemas de Homero são o resultado de métodos similares. (MURRAY,
2001, p. 181)
Jenkins (2006) acredita que a web está se tornando cada vez mais um local de
participação do consumidor, o qual pode incluir maneiras não autorizadas e não previstas em
relação ao conteúdo de mídia. Embora a nova cultura participativa surgiu no século 20, logo
abaixo da indústria das mídias, a web empurrou essa camada oculta para o primeiro plano,
obrigando as industrias a enfrentar as implicações em seus interesses comerciais.
Murray (2001) argumenta que a participação digital do telespectador está mudando
de atividades sequenciais e realizadas de forma separada, como assistir e depois interagir, para
atividades simultâneas como assistir enquanto interagi.
19
Por essa razão, a unificação das mídias para atingir a esse novo público se torna
essencial. Jenkins (2006) acredita que a experiência não deve ser contida em uma única
plataforma de mídia, mas deve ser espalhada ao maior número possível delas. Para o autor, a
extensão de marca baseia-se no interesse do público em determinado conteúdo, para associá-lo
repetidamente a uma marca.
Os anunciantes cada vez mais ansiosos para saber a programação da TV
aberta, e se está conseguindo atingir o público, estão diversificando seus
orçamentos de publicidade e procurando estender suas marcas a múltiplos
pontos de distribuição que, espera-se, irão alcançar uma variada seleção de
nichos menores. (JENKINS, 2006, p.101)
Sendo assim, o storytelling funciona como uma estratégia de conteúdo relevante,
que visa satisfazer o comportamento desse novo consumidor, que está presente nas plataformas
digitais, e interagir com diversas mídias ao mesmo tempo. “O storytelling digital é o ato de
contar histórias transporto para as mídias digitais, como a Internet.” (MATOS, 2010, p. 142)
A autora acredita que esse partilhar de experiência de vida entre os indivíduos
anônimos é obra da narrativa, avança na mesma velocidade com que as novas tecnologias da
informação também percorrem. O storytelling vem como uma evidência disso. Com base nisso,
os blogs pessoais também seriam um espaço para as histórias, e os blogueiros seriam os
contadores de histórias digitais.
O storytelling emociona e reforça o top of mind na cabeça do consumidor, devido
a sua capacidade de memorizar as experiências que ele provoca nas pessoas. Para Matos (2010)
os clientes não compram apenas um produto, mas também compra a história que ele representa.
Diferente do marketing tradicional, o objetivo do marketing narrativo não
seria mais o de simplesmente seduzir e convencer o consumidor a comprar o
produto. Tratava-se agora, de mergulhar no universo narrativo e produzir um
efeito de crença. Não mais estimular a demanda, mas oferecer um relato de
vida que proponha modelos de conduta integrados, incluindo certos atos de
compra através de verdadeiras engrenagens narrativas. Nós não compramos
apenas a mercadoria, compramos também a história. (MATOS, 2010, p.12)
Por conseguinte, a partir do momento em que o consumidor se depara com uma
história emocionante e inesquecível, ele será movido a compartilhar isso com seus amigos
usando as mídias sociais como meio. Para Berger (2014) essa história se trata de uma
propaganda, que percorre disfarçada entre as pessoas que as divulgam de forma voluntária.
20
Em que narrativa mais ampla podemos envolver nossa ideia? As pessoas não
compartilham apenas informação, elas contam histórias. Mas, assim como o
conto épico do Cavalo de Troia, as histórias são recipientes que portam coisas
como moral e lições. A informação viaja disfarçada do que parece conversa
fiada. Assim, precisamos construir nossos cavalos de Troia, embutindo nossos
produtos e ideias em histórias que as pessoas queiram contar. Mas precisamos
fazer mais do que apenas contar uma bela história. Devemos tornar a
viralidade valiosa. Precisamos tornar nossa mensagem tão intrínseca à
narrativa a ponto de as pessoas não poderem contar a história sem ela.
(BERGER, 2014, p. 33)
Por fim, o storytelling pode ser definido como a tendência do marketing que
começou ontem. Histórias sempre moveram o mundo, e continuará sendo espalhada por
gerações futuras seja na mesa de restaurante, ou através de propaganda. Com base nisso,
storytelling é capaz de emocionar o consumidor, e tornar uma marca inesquecível em sua
memória. As histórias na comunicação também vêm para resgatar a eficiência das propagandas,
que foram perdidas com o advento da tecnologia.
A partir do momento que o storytelling é usado como ferramenta de marketing
digital, essa história ganha o mundo, sendo capaz de disseminar uma marca para qualquer
mercado, engajar os consumidores, e motivar para que o mesmo compartilhe isso com os
amigos. O storytelling pode ser usado por qualquer empresa, o que torna a democracia possível,
ao mesmo tempo que promove a criatividade e inovação. Histórias duram para sempre, e pode
ser sinônimo de um diferencial competitivo inesquecível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inquestionável as mudanças comportamentais que a influência da tecnologia tem
provocado na cultura, sociedade e economia mundial. Se de fato o marketing funciona como a
principal ferramenta de geração de lucros e crescimento empresarial, assim como provoca a
criação de hábitos de consumo, a sua capacidade de se adaptar aos novos meios deve seguir a
mesma velocidade da tecnologia: deve ser rápida e constante.
Com o crescimento de concorrentes é mais do que essencial a empresa possuir um
diferencial ou vantagem competitiva no mercado. A internet proporciona um ambiente
democrático para empresas de todos os tamanhos, mas ao mesmo tempo exige criatividade para
que a sua marca seja notada. É aqui que entra a relevância da ferramenta do storytelling.
Não precisa ir muito longe para perceber que histórias duram para sempre. Elas
estão presente no processo do desenvolvimento do homem, além de nortearem o futuro de uma
21
sociedade. Histórias fazem parte do entretenimento do mundo através de livros, filmes, jogos e
teatro. O cenário muda, mas as histórias permanecem.
Como ferramenta de marketing, o storytelling é uma ferramenta capaz de conquistar
a atenção do consumidor que está sufocado com tantas informações em meio a tecnologia. Por
essa razão, o storytelling também ajuda na construção de marcas, assim como no reforço da
mesma na mente de seu público. Isso acontece porque pessoas compram as histórias da marca.
Histórias também são capazes de motivar, inovar e principalmente, engajar os
colaboradores de uma organização. Em uma era onde os consumidores têm o poder sobre as
marcas, oferecer um atendimento de qualidade é mais do que obrigação. E nesse contexto, o
storytelling ajuda a reforçar a aliança entre colaboradores e empresa, assim como contribui para
o maior entendimento sobre as crenças e valores da organização.
As mídias sociais vêm como plataformas para ajudar na disseminação dessas
histórias entre as pessoas, que compartilham suas opiniões e desejos com amigos. Sendo assim,
com a tecnologia a transmissão de histórias não possuem fronteiras.
Por fim, o storytelling pode ser considerado uma ferramenta de marketing eficaz
devido a sua capacidade de satisfazer as necessidades desse novo consumidor, além de
funcionar como diferencial competitivo para as organizações. Com o marketing digital a
empresa é capaz de construir um planejamento de crescimento viável à sua realidade, e
consecutivamente o storytelling vem como uma estratégia acessível e criativa dessa plataforma.
REFERÊNCIAS
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CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. 1. ed. São Paulo: PALAS ATHENA, 1990.
22
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23
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Artigo Científico - O uso da ferramenta de storytelling como estratégia de marketing digital

  • 1. O USO DA FERRAMENTA DE STORYTELLING COMO ESTRATÉGIA DE MARKETING DIGITAL1 Pricilla Abrantes2 Elaine Cristina Paganotti Rezende3 RESUMO O crescimento constante da tecnologia tem provocado mudanças comportamentais no consumidor, e consequentemente as mídias tradicionais vem denotando uma queda como ferramenta de marketing. Esse novo consumidor ocupa um papel mais exigente e busca por participação e interatividade. Perante a esse novo quadro social e econômico, as marcas precisam utilizar novas estratégias de vendas, como a técnica de Storytelling, que se trata da arte de contar histórias. A humanidade sempre foi conduzida por mitos e histórias. O storytelling é capaz de reforçar a marca na cabeça do consumidor, além de ser uma ferramenta eficaz para motivar o marketing viral. O objetivo do trabalho é abordar o termo de storytelling, além de apresentar através da pesquisa bibliográfica e observação, a importância de adquirir o mesmo como estratégia de marketing para empresas de todos os tamanhos. PALAVRAS-CHAVE: 1 Storytelling 2 Marketing Digital 3 Mídias Sociais 4 Narrativa _________________________ INTRODUÇÃO Histórias são a forma original de entretenimento. O homem costumava se reunir em volta da fogueira para compartilhar suas estórias e descobertas, enquanto esse ritual contribuía para desenvolvimento cultural, social e econômico. E mesmo com milhares de opções de lazer, essa tendência ainda permanece. As pessoas compartilham histórias sobre sua vida, e se interessam ainda mais sobre as histórias dos outros. Com o advento da internet 2.0 o consumidor passou a apresentar mudanças comportamentais adotando uma postura mais rígida em relação as marcas, enquanto a 1 Trabalho de conclusão do curso de pós-graduação Lato sensu em Educação a Distância da Universidade Católica Dom Bosco 2 Graduada em Publicidade e Propaganda e estudante de Administração, ambas pelo Centro Universitário UDC. email: pris.abrantes@hotmail.com 3 Mestranda em Desenvolvimento Local e Especialista em Gestão Avançada em Recursos Humanos, ambos pela Universidade Católica Dom Bosco. Graduada em Administração pela Estácio de Sá de Campo Grande/MS. Orientadora do Trabalho de Conclusão do Curso de pós-graduação lato sensu da UCDB/ CPC Marcato. e-mail: elainepaganotti2011@hotmail.com
  • 2. 2 tecnologia vem democratizando a competitividade, ao mesmo tempo que exige maior criatividade das empresas. A competição aumentou, mas aumentou também a dificuldade de conquistar o top of mind1 na mente do consumidor. As mídias tradicionais perderam a sua eficiência. Hoje esse novo consumidor quer marcas que façam a diferença. É preciso emocionar o público, e o motivar a fazer o marketing viral pela empresa. Novas ferramentas de marketing, como o storytelling, vem denotando capacidade de interação e reforço da marca no mercado. O storytelling é sobre contar histórias. Uma ferramenta também capaz de motivar colaboradores, melhorar os processos voltados ao cliente, além de ajudar na construção de uma marca inesquecível. Afinal, histórias quase sempre são lembradas. O storytelling também funciona como uma estratégia de marketing digital. Plataformas como Facebook e Twitter, por exemplo, ajudam na disseminação e viralização dessas estórias, ao mesmo tempo que incentiva para que o consumidor compartilhe isso com os amigos. O tema proposto busca compreender o grau de eficácia do uso do marketing digital, assim como analisar os pontos positivos e a viabilidade da ferramenta de storytelling como estratégia para marcas e empresas de todos os tamanhos. O trabalho presente utilizará como metodologia o tipo pesquisa bibliográfica, o qual será consultado livros e site especializados, com o objetivo de um maior entendimento do tema. O tipo de pesquisa também será o de observação, com o intuito de analisar e compreender como a ferramenta pode ser utilizada pelas empresas. 1 MARKETING O Marketing está presente há muito tempo, e sendo refletido em quase tudo que as pessoas fazem. Por outro lado exercer esse processo ainda é um imperativo para as empresas que desejam projetar-se no mercado, e principalmente permanecer no mesmo. Quando é colocado em questão o conceito de marketing, facilmente é observado o equívoco sobre o que realmente esse termo e suas nomenclaturas significam. Falar em _________________________ 1 Top of mind: quando a marca é a primeira marca lembrada pelo consumidor
  • 3. 3 marketing não é falar apenas sobre vendas. Ele é essencial para fazer com que esse consumidor volte a realizar a compra no mesmo local, assim como ajuda a fortalecer a relação entre empresa e cliente. Para Kotler (2010) o marketing começa bem antes da existência de um produto. Miller (2009) também acredita que o marketing não envolve apenas o objetivo da compra, mas também pode ser considerado como o responsável por profundas mudanças culturais e sociais, capaz de definir hábitos, desejos e até comportamentos. O marketing não é apenas uma das ideias mais importantes nos negócios, ele se torno a força mais dominante da cultura humana. Se isso soa como uma afirmação excessivamente contundente, em que ninguém verdadeiramente racional possa crer, considere que grande parte dessa descrença origina-se na interpretação equivocada de “marketing” como uma forma pretensiosa de publicidade. Porém, marketing é muito mais que isso. Do ponto de vista ideal, é uma tentativa sistemática de satisfazer os desejos humanos ao produzir bens e serviços que as pessoas irão comprar. É o lugar em que as fronteiras desenfreadas da natureza humana se encontram com os poderes desenfreados da tecnologia. Como amantes gentis, as empresas com melhor orientação de marketing nos ajudam a descobrir desejos que nunca soubemos ter, e modos de satisfazê-los jamais imaginados antes (MILLER, 2009, p. 57) Kotler (2006) enuncia que o marketing é uma ferramenta usada para segmentar mercados, descobrir necessidades que não foram atendidas, e criar novas soluções que quando feitas com eficiência, podem construir o futuro de uma empresa. O marketing também tem como objetivo estabelecer um custo acessível ao consumidor. De acordo com autor “marketing é uma atividade humana dirigida para satisfazer necessidades e desejos por meio de troca” (KOTLER, 2010, p. 28). Segundo Honorato “ao se identificarem desejos ou necessidades, busca-se satisfazê-los, comprando produtos ou serviços de quem tem para vender, estabelecendo assim uma troca na qual organizações e clientes participam” (HONORATO, 2004, p.3) Todas essas informações são alcançadas após saber que mercado trabalhar, que tipo de produto deve ser comercializado, e como divulgar e distribuir este produto para a execução da venda. Esse resultado é apenas conquistado quando o público-alvo é profundamente estudado, identificando assim o que ele realmente busca. Sendo assim, isso já coloca o cliente como o centro de qualquer ação de marketing, e conhecê-lo é uma condição essencial para uma estratégia de sucesso. Segundo Drucker (2001), o marketing é tão básico, que não pode ser considerado como uma função separada. Ele deve ser visto como um todo ao considerar os objetivos da
  • 4. 4 empresa e a opinião do cliente, que irão assim determinar o sucesso do produto ou serviço oferecido. É importante ressaltar que se o comportamento do público-alvo mudar, e ele passar a desejar outros produtos ou com características específicas, então as estratégias de marketing também precisam ser ajustadas. Por essa razão, “marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços, ele é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas”. (COBRA, 1992, p.14) Kotler (2006) defende que panorama econômico mundial é formando por dois principais elementos: globalização e tecnologia. Com essas mudanças tecnológicas e econômicas, as empresas não podem mais confiar em suas antigas práticas, porque a mesma fórmula aplicada para conquistar o público há alguns anos atrás, hoje não apresenta a mesma viabilidade. Com base nisso, ele defende que: “a capacidade de mudança requer a capacidade de aprender”. (KOTLER, 2006, p.15) É aqui que entra os novos desafios de marketing enfrentados atualmente pelas empresas, ao ser questionada como atender um público cada vez mais exigente. Para auferir as repostas para tais dilemas e conflitos, é preciso compreender o que provocou tais mudanças. 2. O NOVO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Kotler (2006) posiciona o consumidor de hoje como alguém com pouco tempo, mais sofisticado e sensível ao preço, além de ser menos fiel às marcas. Para esses consumidores existem produtos pouco diferentes, os preços são iguais, e a propaganda não é mais tão convincente. Cappo (2006) define o horário nobre de hoje como a busca para descobrir o momento em que os consumidores estão disponíveis a dar mais tempo, com base em suas condições e horários. Hoje as pessoas possuem pouco tempo disponível durante o dia, e quando possuem normalmente estão na internet ou fazendo outra coisa. A TV perdeu espaço para outros meios de comunicação, e a propaganda passou a ser ignorada. Segundo Ries (2002) o aumento no número de propagandas e concorrentes resultou na diminuição de seu poder de persuasão, e consecutivamente no aumento na dificuldade para ser notada. Austin (2007) acreditam que o avanço tecnológico é um dos fatores que mais aceleraram essas mudanças de consumo. Em suas palavras o consumidor de hoje é mais
  • 5. 5 exigente em relação aos produtos e seus preços. Com a internet, por exemplo, realizar uma pesquisa sobre a empresa, assim como pesquisar sobre vários produtos e escolher o melhor, é um dos exemplos das armas que o consumidor tem em suas mãos. O controle das marcas passou do proprietário para os consumidores. Os autores acreditam que as novas dinâmicas de marcas, consumidores, canais de comunicação, e as complexidades dos seus inter-relacionamentos, são movidos por avanços tecnológicos que exigem mais preocupação, mais informação, mais cérebro e muito mais criatividade. Para Salzman (2003), devido ao seu uso por meio das redes sociais, hoje os consumidores são capazes de influenciar os demais com suas opiniões e experiências de compra. As pessoas acreditam muito mais em seus amigos do que nas propagandas. Esse fenômeno é conhecido de propaganda boca-a-boca ou buzzmarketing. Berger (2014) afirma que os indivíduos não compartilham uma notícia ou uma recomendação com todas as pessoas que conhecem. Segundo o autor, o boca-a-boca é dirigido para um público específico, o qual o emissor considera que a informação será mais relevante. Por essa razão, o boca-a-boca se torna tão viável e confiante. De iniciantes a estrelas, as pessoas adotaram a mídia social como a onda do futuro. Facebook, Twitter, Youtube e outros canais são vistos como formas de cultivar seguidores e atrair consumidores. Marcas postam anúncios, músicos em início de carreira postam vídeos, e pequenas empresas postam ofertas. Companhias e organizações atiraram-se com tudo, afobadas para pular no vagão do buzzmarketing. A lógica é direta e reta. Se conseguirem fazer com que as pessoas falem de sua ideia ou compartilhem seu conteúdo, isso irá se espalhar pelas redes sociais como um vírus, tornando o produto ou ideia instantaneamente popular ao longo do processo. (BERGER, 2014, p.20) A propaganda boca-a-boca é hoje considerada uma das melhores ferramentas para lidar com esse novo consumidor. Além de transmitir a confiança que o cliente precisa, ela acaba se tornando mais barata e indicada, por se tratar de uma ação voluntária por parte do usuário. 3 MARKETING DIGITAL Conforme Gabriel (2010) o marketing digital utiliza qualquer componente de uma estratégia utilizando tecnologia e plataformas digitais. Essas estratégias de marketing são definidas com base nos 4 Ps, mais conhecidos como preço, produto, praça e promoção. Podemos falar de estratégias digitais de marketing, que são as que usam plataformas e tecnologias digitais, envolvendo um ou mais dos 4 Ps para
  • 6. 6 alcançar os objetivos de marketing. Como o ser humano ainda vive com produtos materiais em mercados tradicionais físicos, passando por outdoors, lendo revistas e ouvindo rádio, um plano de marketing que envolva estratégias digitais de marketing associadas a estratégias tradicionais, tende a ser mais bem-sucedido, pois engloba as dimensões do material e digital em que vive o ser humano. (GABRIEL, 2010, p. 106) O marketing digital acontece no meio digital. Gabriel (2010) cita como exemplo as páginas digitais, redes sociais, games, tecnologia mobile, entre outros. Essas plataformas e tecnologias combinadas servem de base para o desenvolvimento de estratégias digitais de marketing. 3.1 WEB 2.0 E AS MÍDIAS SOCIAIS O termo web 2.0 foi inserido por Tim O´Reilly, consultor norte-americano, com o objetivo de discutir sobre como a web estava produzindo sistemas, aplicativos e ferramentas “que cada vez mais municiavam o usuário para ações de comunicação e relacionamento autônomas, sem a intervenção dos conhecidos veículos de mídia para a formação da opinião da sociedade” (SAAD, 2003, p. 148) A web 2.0 permite a colaboração por parte do usuário. Essa inserção utiliza ferramentas participativas como Blogs, sites de publicação de vídeos; como o Youtube; e redes sociais como Facebook e Twitter. A Web 2.0 não é democrática apenas para o consumidor, mas também para todos os tipos de empresas. Gabriel (2010) enfatiza que a falta de limitações físicas, onde é possível mostrar ou armazenar qualquer tipo de informação, assim como colocar à disposição uma infinidade de opções de produtos ou serviços, independentemente do tamanho da sua demanda e popularidade, possibilita a exploração do nicho de mercado2 . Esse fenômeno foi analisado e batizado de a cauda longa por Chris Anderson. Anderson (2006) defende que o nicho de mercado resulta em um lucro maior, pois o cliente ao perceber que estão atendendo uma necessidade específica dele, estará disposto a pagar mais, o que acaba criando um valor agregado à marca. Para o autor, a cultura de nicho teve origem com o surgimento dos meios de comunicação que permitiram o contato com outras culturas. _________________________ 2 Nicho de mercado: são segmentos ou públicos cujas necessidades particulares são pouco exploradas ou inexistentes
  • 7. 7 O autor afirma que “com o surgimento dos meios de comunicação, a explosão da comunicação de massa resultou em tendências” (ANDERSON, 2006, p.10). Ele define essas tendências em hits, como um termo ligado ao que está na moda; como filmes e músicas. O mundo da globalização tem deixado essas tendências do mercado de hits com muita variedade e sucesso, e foi a internet que contribuiu através da democratização das ferramentas, onde o próprio consumidor possui a capacidade de produzir um vídeo amador e colocar na rede. A internet através dessa segmentação deu um poder maior a esse novo usuário que ao saber do seu poder perante as empresas, também quer participar do processo. Anderson (2006) define a Teoria da Cauda Longa com o gráfico apresentado abaixo. Ela é sustentada por três pilares. A primeira é a democratização das ferramentas de produção, onde a maioria das pessoas podem produzir o que quiser e anunciar sua venda na internet. Isso resulta em maior oferta de bens e produto, gerando o crescimento da cauda mais para a direita. A segunda força é a redução dos custos com a internet para poder alcançar mais consumidores e aumentar o consumo, e assim o maior acesso ao nicho faz com que a cauda se horizontalize. E por fim, a terceira força é a ligação entre a oferta e a demanda, onde é preciso apresentar os consumidores à esses novos bens, os quais agora estão disponíveis com mais facilidade, empurrando assim a demanda da cauda para baixo. Fonte: Anderson, 2006, p. 30 De acordo com Gabriel (2010) a cauda longa é um acontecimento sem precedentes na história da humanidade. Mapeando-se as vendas ou a procura a partir da quantidade Gráfico 1 – Teoria da Cauda Longa
  • 8. 8 incontável de produtos/serviços que coexistem na web, é possível obter uma curva que descreve rapidamente a partir do produto mais popular, e estabiliza-se formando uma cauda longa a partir de produtos mais específicos de nicho. Hoje a publicidade e o marketing não possuem apenas a função de comunicar. “A democratização das ferramentas está transformando a percepção de como a experiência, relevância e profissionalismo se desenvolvem. Em vez de excluir pessoas, devem incluir elas” (TAPSCOTT, 2006, p. 182). Saad (2003) acredita que o mundo 2.0 consecutivamente prova uma inversão de papéis de maneira inusitada nas empresas. Segundo o autor, os clientes assumem a posição de concorrentes, exigindo assim de qualquer indústria ou negócio, uma definição de posição para manter-se no mercado. O posicionamento nesse caso se torna possível através das mídias sociais digitalizadas. “Tal posicionamento tem relação direta com seus públicos no mundo digital, com a proximidade destes com as ferramentas da rede, com as formas narrativas que a empresa se utiliza para comunicar, e com as formas interativas de se relacionar” (SAAD, 2003, p. 154) Outro fator importante é o baixo custo das mídias sociais, além de possibilitar maior interação e integração com o cliente. Por outro lado os profissionais de marketing não têm mais controle sobre suas marcas, pois agora estão competindo com o poder coletivo de seus consumidores. Sendo assim, é importante monitorar a presença dentro dessas plataformas, e ouvir constantemente o que os clientes estão falando. Mais do que nunca, eles têm razão. 4 STORYTELLING Storytelling significa a arte de contar histórias. Castro (2013) define o termo como story que seria o fato ou a impressão do fato, enquanto telling seria o fato recriado através de imagens. Para um maior entendimento, o autor coloca em destaque a importância de saber diferenciar os termos story e history, que no português seriam estória e história: Para entender o que digo é preciso saber a diferença entre as duas palavras da língua inglesa: history e story. A primeira está relacionada a fatos reais, como o homem ter chegado à Lua, ou a algum fato que ocorreu na vida de alguém. A segunda é uma estrutura narrativa, não necessariamente ficção, representa episódios que, alinhados, criam a História. Por exemplo, a história de um povo consiste em várias stories, isto é, anedotas, historietas, episódios da vida cotidiana, mitos, e etc. (CASTRO, 2013, p. 3)
  • 9. 9 Castro (2013) acredita que a história surgiu na humanidade aproximadamente uns cem mil anos, desde o momento em que o homem se encantou, assustou ou se surpreendeu com algo, e foi assim contar para alguém. Berger (2014) aborda o estilo de vida de um cidadão grego de 1000 a.C. Naquela época não existia internet, revistas, rádio ou jornal. Sendo assim, a distração dessas pessoas eram as histórias. “O Cavalo de Tróia, a Odisséia e outros contos famosos eram o entretenimento da época. As pessoas reuniam-se em torno de uma fogueira, ou se sentavam em um anfiteatro para ouvir essas narrativas serem contadas repetidamente” (BERGER, 2014, p. 178) Segundo Mcsill (2013) o storytelling já podia ser notado nos ancestrais: Storytelling é o velho hábito de contar histórias. Os nossos ancestrais já tinham esse hábito, quando, ao fim de cada dia, se reuniam em volta das fogueiras e contavam suas fantásticas caçadas e vitórias. Já naquele tempo, essa era a maneira de legitimar uma liderança por meio da referência. A história seria ainda para perpetuar práticas e conhecimentos arraigados àquelas culturas, tão necessários à sobrevivência dos grupos, e que esses líderes repassavam dentro de suas histórias. Storytelling é a arte de contar uma história, ou seja, por meio da palavra escrita, da música, da mímica, das imagens, do som ou dos meios digitais. (MCSILL, 2013, p. 31). Matos (2010) acredita que no bojo pós-moderno hedonista, incerto, e esvaziado de sentido, reacenderam as velhas questões fundamentais do enigma da criação do Universo e que, desde o início dos tempos, o homem se pergunta: de onde venho? quem sou eu? aonde vou? A autora afirma que nessa época os olhares se voltaram para as antigas sociedades e para as tradições do Oriente, em busca de algo que comprovasse o sentido da existência. E foi devido a essa busca por respostas, que os contadores de histórias fizeram sua entrada na cena contemporânea. 4.1 A CONSTRUÇÃO DAS HISTÓRIAS Para Berger (2014) as narrativas são intrinsecamente mais envolventes que fatos básicos. Toda história tem começo, meio e fim. O autor enfatiza que deixaram de se reunir em volta da fogueira, mas substituíram o ritual por uma mesa de bar com os amigos. As pessoas continuam falando sobre elas mesmas, e as coisas que aconteceram em seu dia a dia. Sendo assim, elas continuam e irão continuar contando histórias como um processo sem fim.
  • 10. 10 Alfredo (2013) define como elementos básicos da narrativa a introdução, desenvolvimento e conclusão. Segundo ele, também é essencial definir o fato, tempo, lugar, personagens, causa, modo e consequência dessa história. É possível afirmar que “toda a estória deve ter um personagem que simpatizamos, e que se esforça até as últimas gotas de sangue para superar obstáculos aparentemente intransponíveis, a fim de atingir um fim satisfatório, e assim se tornar uma pessoa melhor”. (MCSILL, 2013, p.34). Segundo o autor, esses obstáculos podem ser definidos como obstáculo físico, obstáculo emocional, conflito interno, conflito externo, tensão interna, tensão externa e mistério. Em uma cena da história pode faltar qualquer coisa, menos o “objetivo (aonde o personagem quer chegar) e o obstáculo/conflito (o que impede o personagem de chegar lá, ou o que o estimula a chegar lá), mas ao chegar lá, poderá enfrentar circunstancias imprevistas”. (MCSILL, 2013, p. 33) Campbell (1989) descreve a figura do herói como um ser humano que surge do cotidiano e que se aventura numa região com coisas sobrenaturais, onde ali encontra fabulosas forças e obtém uma vitória decisiva. Logo após isso, o herói então retorna de sua aventura com o poder de trazer benefícios aos seus semelhantes. O herói mitológico, saindo de sua cabana ou castelo cotidianos, é atraído, levado ou se dirige voluntariamente para o limiar da aventura. Ali, encontra uma presença sombria que guarda a passagem. O herói pode derrotar essa força, assim como pode fazer um acordo com ela, e penetrar com vida no reino das trevas (batalha com o irmão, batalha com o dragão; oferenda, encantamento); pode, da mesma maneira, ser morto pelo oponente e descer morto (desmembramento, crucifixão). Além do limiar, então, o herói inicia uma jornada por um mundo de forças desconhecidas e, não obstante, estranhamente íntimas, algumas das quais o ameaçam fortemente (provas), ao passo que outras lhe oferecem uma ajuda mágica (auxiliares). Quando chega ao nadir da jornada mitológica, o herói passa pela suprema provação e obtém sua recompensa. Seu triunfo pode ser representado pela união sexual com a deusa-mãe (casamento sagrado), pelo reconhecimento por parte do pai-criador (sintonia com o pai), pela sua própria divinização (apoteose) ou, mais uma vez – se as forças se tiverem mantido hostis a ele - , pelo roubo, por parte do herói, da bênção que ele foi buscar (rapto da noiva, roubo do fogo); intrinsecamente, trata-se de uma expansão da consciência e, por conseguinte, do ser (iluminação, transfiguração, libertação). O trabalho final é o do retorno. Se a forças abençoaram o herói, ele agora retorna sob sua proteção (emissário); se não for esse o caso, ele empreende uma fuga e é perseguido (fuga de transformação, fuga de obstáculo). No limiar de retorno, as forças transcendentais devem ficar para trás; o herói reemerge do reino do terror (retorno, ressurreição). A benção que ele traz consigo restaura o mundo (elixir). (CAMPBELL, 1989, p. 241)
  • 11. 11 Campbell (1990) acredita que mesmo nos romances populares, o herói ou heroína o qual são protagonistas da história, são alguém que descobriu ou realizou alguma coisa além do nível considerado normal de realizações ou de experiência. Para o autor, o herói pode ser definido como alguém que deu a própria vida por algo maior que ele próprio. Além disso, não precisamos correr sozinhos o risco da aventura, pois os heróis de todos os tempos a enfrentaram antes de nós. O labirinto é conhecido em toda a sua extensão. Temos apenas de seguir a trilha do herói, e lá, onde temíamos encontrar algo abominável, encontraremos um Deus. E lá, onde esperávamos matar alguém, mataremos a nós mesmos. Onde imaginávamos viajar para longe, iremos ter o centro da nossa própria existência. E lá, onde pensávamos estar sós, estaremos na companhia do mundo todo. (CAMPBELL, 1990, p. 91) Contar estórias faz parte da natureza humana, pois é dessa forma que as pessoas passam aos demais seres humanos o seu conhecimento. “Quando passamos um legado às próximas gerações, fizemos através das estórias. Contar um conto faz parte da nossa essência, é o que nos mantêm vivos, capazes de fazer as conexões cognitivas que o mundo nos oferece” (ALFREDO, 2013, p.49) Matos (2010) destaca os motivos psicológicos e emocionais, o qual contribui para a importância do storytelling. Os problemas da economia mundial; por exemplo; causa o aumento do estresse no indivíduo. É nesse ponto que as histórias vêm camuflada de heroísmo. Para a autora, contos permitem passar de um estado anterior de desvalorização para um estado reparado. Sendo assim, funcionam como a metáfora da evolução da alma, onde o herói enfrenta uma situação que parece sem saída, e que por fim os “ensinamentos (provas do caminho) transformam o viajante (herói) de inocente (situação inicial) em experiente (situação final), após ter descoberto as leis da vida”. (MATOS, 2010, p.67) Sendo assim, por essa razão a autora acredita que histórias são ferramentas capazes de inspirar, mudar e motivas as pessoas. Para ela, a narrativa é um instrumento de transformação, compartilhamento e crescimento. 4.2 O STORYTELLING E A TRANSMÍDIA Scartozzoni (2011) define em seu site Caldinas, o termo transmídia, como uma ação de levar trechos diferentes ou complementares de uma mensagem para diversas mídias. Sendo assim, a transmídia storytelling seria distribuir a mesma história para diversos canais.
  • 12. 12 Transmídia storytelling é contar uma história ("story") por meio de diferentes mídias, tendo consciência de que cada uma exige uma narrativa específica e atinge públicos diferentes. O primeiro universo ficcional criado desde o início com esse propósito provavelmente foi o de Matrix, tendo a trilogia de filmes como o núcleo desse universo, e depois uma série de produtos que aprofundavam a história em outros meios, para uma parte mais engajada do público: animação, quadrinhos, videogame etc. Em cada um desses casos era contada uma outra parte da história, ligada ao núcleo, porém diferente dele. De acordo com Jenkins (2006), o conceito de narrativa transmídia entrou para o debate público pela primeira vez em 1999, enquanto críticos tentavam entender o sucesso fenomenal de A Bruxa de Blair, um filme independente de baixo orçamento que se tornou um negócio intensamente rendoso. Ainda segundo Jenkins (2006) uma história de transmídia ocorre através de múltiplas plataformas de mídia com nichos diferentes, onde possui um novo texto que contribui de maneira distinta para o todo. Gabriel (2010) define transmídia como o uso integrado das mídias, em que a história ultrapassa os limites de um único meio. Para ela o uso do conceito de transmídia não se restringe aos meios digitais. O diálogo entre pessoas, o jornal, a revista, o cinema ou a televisão, são exemplos da criação e distribuição de mensagens transmídia. Para Gabriel (2010) a convergência permite que a mesma mensagem seja consumida em diversas plataformas diferentes, tendo como principal característica a portabilidade. Esse processo acontece de forma sinergética criando novas funcionalidades. Sendo assim, dentro do conceito da narrativa de transmídia cada meio fará o que faz de melhor, “a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romance e quadrinhos; e seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões.” (JENKINS, 2006, p. 138). Scartozzoni acredita que “no âmbito da comunicação de marcas, as técnicas de transmídia storytelling podem ser utilizadas para fazer uma amarração contextual mais elaborada, e potencialmente mais engajadora entre as diferentes mídias de uma campanha” (CALDINAS, 2011). O que leva a acreditar que cada público ao se deparar com a história adaptada para o meio que está usando, terá um maior entendimento e engajamento do mesmo. Jenkins (2006) foi o responsável pela criação do termo da cultura de convergência. Segundo ele, aqui velhas e novas mídias se encontram, mídia corporativa e alternativa se cruzam, e o poder do produtor e consumidor interagem de maneiras imprevisíveis. Para o autor a cultura da convergência é o futuro. Os consumidores terão mais poder nesse novo cenário,
  • 13. 13 mas somente se utilizarem esse poder tanto como consumidores, quanto como cidadãos participantes dessa cultura. 4.3 O STORYTELLING NAS EMPRESAS Estórias envolvem, são memoráveis e conectam as pessoas. Para Castro (2013) boas histórias quando são profissionalmente narradas, se tornam universais e imutáveis, porque simplesmente é assim que funciona a natureza humana: como algo universal e imutável. A prática do storytelling ainda é recém. Conforme Matos (2010), as histórias e sua construção vêm sendo utilizadas pelas empresas como ferramenta de gestão desde o final dos anos 1990. Inicialmente nos EUA, a seguir na Europa, e mais recentemente no Brasil. Para a autora, o storytelling surgiu como uma nova escola de administração, devido à necessidade de reaprender a pensar, agir, trabalhar em rede, gerenciar à distância, adaptar-se a novos negócios, entre outros. Por outro lado de alguma forma, as narrativas sempre estiveram presentes nas empresas. Matos (2010) afirma que as histórias circulam nos corredores, almoços, e chão de fábrica, assim como estão nos ambientes não formais do trabalho. No contexto empresarial o “storytelling é um modelo de comunicação que se conta uma estória utilizando determinadas técnicas organizadas, em um processo consciente que possibilita a articulação de informações em um determinado contexto e com um fim desejado”. (CASTRO, 2013. p. 10). Histórias podem ser simples, fortes e efetivas. São ferramentas capazes de nortear as estratégias organizacionais e possibilitar a implementação de sonhos dos seres humanos. “Através de estórias podem engajar-se de fato os colaboradores, e criar elementos de narrativa que descrevem bem onde queremos chegar com a organização” (CASTRO, 2013. p. 4) Matos (2010) acredita que o storytelling facilita a comunicação, promove mudanças, estimula a inovação e ajuda na transmissão de conhecimento. Para ela as histórias permitem estudar a política organizacional e cultura dessa empresa, revelando como questões organizacionais, como por exemplo, o que devemos fazer no futuro? são vistas pelos seus membros. Sendo assim, a aplicação dessa técnica no ambiente empresarial vai desde a prática de liderança, até o incremento do mesmo no desenvolvimento de novos produtos ou estratégias. Em uma era onde a importância do engajamento entre colaboradores e empresa se torna tão importante, o storytelling também funciona como estratégia para reforçar essa aliança. Matos (2010) enfatiza que as histórias podem ser contadas para promover ações que condizem
  • 14. 14 com os valores e crenças da empresa, assim como fortalece o comprometimento com a ética da organização. Em conformidade Castro (2013) defende que o storytelling vem para suprir a necessidade da utilização de novos modelos de liderança, devido as transformações geradas pela tecnologia e pela atuação das novas gerações. Para o autor, o aumento da qualidade de vida vem aumentando a expectativa de vida dos profissionais, que agora estão com idade entre 60 e 80 anos. E estes profissionais convivem com os paradigmas e visões diferentes, trazidos pelas gerações de executivos e colaboradores mais novos. É comum encontrarmos, no mesmo ambiente profissional, colaboradores com várias faixas etárias. Esta convivência é inédita na estória do trabalho. Hoje em dia, dependendo do perfil e da região geográfica na qual está localizada uma organização, podemos encontrar entre 20 a 40% do contingente de trabalhadores com faixa etária classificada nas mais novas gerações (Y e Z). Estes profissionais estão sendo liderados por executivos mais vividos (gerações X e Baby Boomers) e vem modificando o perfil de expectativas do mercado. (CASTRO, 2010, p. 16) De acordo com o autor a boa notícia é que essas novas gerações são movidas a estórias que envolvem o legado de seus pais e avós, além de terem sido criadas com a influência da tecnologia, realidades virtuais, e mídias sociais que utilizam o melhor do marketing e do storytelling, visando a criação, desenvolvimento, e a comercialização de novos produtos e serviços. E nesse cenário altamente inovador existe uma “linguagem” comum capaz de engajar todas as gerações: as histórias. “Esta linguagem, como nunca, permite a criação de significados que pode ser percebida e valorizada por todas as diferentes gerações, fazendo com que o tema não seja focado nas diferenças, mas sim nos pontos de semelhanças entre pessoas de diferentes gerações”. (CASTRO, 2013, p. 17) Castro (2013) acredita que a estória corporativa quando contada de forma eficiente, será lembrada por todos stakeholders3 . Assim, uma equipe será mais entrosada quanto maior for a capacidade de seus membros terem para relembrar, compartilhar e aprender com suas estórias. Matos (2010) coloca em questão a importância de ter um contador de histórias, capaz de estimular a construção de laços de companheirismo, confiança, sistematizar a troca de conhecimento e experiência, e entre outros. Essa ação pode ser realizada pelo líder. _________________________ 3 Stackeholders: Públicos de interesse de uma organização como clientes, fornecedores, colaboradores, acionistas, entre outros.
  • 15. 15 Para Castro (2013) o storytelling traz elementos e técnicas que ajudam a capturar a atenção do público e engajar as pessoas pela emoção. Segundo o autor em um mundo tão competitivo, capturar a atenção das pessoas se tornou um grande desafio de liderança. A construção das histórias como ferramenta de gestão nas empresas, segue os mesmos critérios para o desenvolvimento das demais histórias. Existe um personagem que busca por algo. “Estórias encantam e engajam porque mostram personagens extraordinários, enfrentando desafios extraordinários, que conseguem atingir resultados extraordinários” (CASTRO, 2013, p. 20) Matos (2010) argumenta que os personagens das empresas muitas vezes são seus fundadores, que aos olhos dos colaboradores se tornam a inspiração para sua vida. Quando de fato a compreensão dos valores desse indivíduo é compreendido, o fundador se torna o herói. Histórias de impacto contam invariavelmente com personagens que carregam em suas ações muito simbolismo. Alguns desses personagens viram mitos e, ao longo do tempo, suas ações, ao serem recontadas, vão se distanciando da realidade efetiva, pois o que perdura são as lições, valores, dilemas e posicionamentos morais ou éticos desses personagens. No contexto empresarial, isso é visto com frequência à medida que as organizações homenageiam seus fundadores e pioneiros. Estes, em alguns casos, viram “super-homens”. De fato, não importa mais quem de fato foram personagens, mas sim o que eles representam para o inconsciente coletivo das organizações. (MATOS, 2010, p. 78) Mcsill (2013) coloca em questão a importância de que o personagem na história empresarial tenha um dilema moral, levando em consideração de que todas as pessoas têm dilemas morais. Em um mundo onde a rivalidade e competitiva aumentam cada vez mais, a criatividade e o conhecimento se tornam armas essenciais para quem deseja se destacar no mercado. “Em todas as sociedades, o conhecimento é um dos trunfos competitivos de extremo poder, e é de extrema importância não só na aquisição, como também na sua criação e transferência”. (CASTRO, 2013, p. 41) Ainda segundo o autor o conhecimento se torna tão importante, que é considerado por contadores e executivos financeiros, um capital intelectual da empresa. Sendo assim, o conhecimento é capaz de produzir riqueza na sociedade, e principalmente no mundo corporativo. Com o cenário atual da economia mundial combinado com o surgimento exponencial de novas tecnologias e conceitos modernos de rede, torna-se vital
  • 16. 16 potencializar o conhecimento que existe em uma organização. Na denominada “Sociedade do Conhecimento”, o verdadeiro investimento se dá cada vez menos em máquinas e ferramentas e mais no conhecimento do colaborador. Sem este conhecimento, os ativos e as máquinas são improdutivos, por mais avançadas e sofisticadas que sejam. Com o desenvolvimento dos conceitos de atendimento ao mercado, maior competitividade e globalização, nos anos 90 tivemos as condições perfeitas para o surgimento da gestão do conhecimento (CASTRO, 2013, p. 42) Castro (2013) defende importância de aproveitar o capital criativo. Para o autor a transmissão do know how4 acontece de modo informal dentro e fora das empresas, através do storytelling e narrativas de histórias. Segundo ele quando o storytelling é utilizado de forma correta, o capital intelectual da empresa é consecutivamente ampliado. Matos (2010) acredita que histórias no contexto de Gestão do Conhecimento, são capazes de transmitir conhecimentos complexos e valores culturais, em uma Era altamente influenciada pela tecnologia. Para a autora, ao ouvir uma história que emocione, e que principalmente seja capaz de refletir os valores dessa organização, naturalmente o colaborador se envolverá com a organização pela identificação que terá com seus valores e crenças. Sendo assim, histórias podem promover essa identificação de forma mais rápida do que qualquer outro meio de comunicação. 4 STORYTELLING NO MARKETING DIGITAL De acordo com Mcsill (2013) o storytelling se trata de uma ferramenta poderosa que pode ser utilizada para compartilhar conhecimento, e que é explorada muito antes de qualquer mídia social. Matos (2010) acredita que essa influência é uma consequência da quantidade de informações o qual as pessoas são expostas todos os dias. Sendo assim, perante ao excesso de conteúdos, o cérebro humano acaba selecionando as informações mais relevantes para serem armazenadas, ao contrário do computador que pode armazenar para o futuro. A autora afirma que o cérebro é capaz de recordar mais história e contos, do que demais informações: Nosso cérebro armazena mais facilmente histórias, contos, relatos de experiência, porque, além de evocarem emoções, possibilitam a identificação com os personagens ou com sua trajetória que se desenrola em um cenário. _________________________ 4 Know how: palavra em inglês que expressa o conhecimento e a experiência específica sobre algo ou algum assunto
  • 17. 17 Sua linguagem metafórica e o apelo à imaginação são elementos fundamentais nesse processo. (MATOS, 2010, p.75) Para Jenkins (2006), o cinema não eliminou o teatro, assim como a televisão não eliminou a rádio. Como consequência cada meio foi forçado a viver com meios emergentes. “Os velhos meios não estão sendo substituídos. Mais propriamente, suas funções e status estão sendo transformados pela introdução de novas tecnologias” (JENKINS, 2006, p. 41) De acordo com Murray (2001) as atividades cotidianas como assistir televisão e navegar na internet estão se fundindo, o que consecutivamente leva o mercado a criar novos canais de participação. Como o uso das mídias sociais enquanto assistem programas de televisão, com o objetivo de compartilhar as suas opiniões com seus colegas de audiência. O corpo humano está cada vez mais integrado com as plataformas digitais. Gabriel (2012) define essa união do mundo ON e OFF line de cibridismo. Sendo assim, com o uso das plataformas digitais as pessoas podem estar em dois lugares ao mesmo tempo, por meio das mídias digitais, por exemplo. Em meio a tantas tendências que emergem em função da intensa aceleração da penetração de novas tecnologias na sociedade, acredito que a que permeia tudo é a integração do online e do offline. Há dez anos éramos predominantemente OFF. Nos últimos anos, começamos a nos tornar ON. No entanto, até recentemente existia uma separação física necessária entre ON e OFF, pois para estar ON, precisávamos usar um equipamento fixo que nos transportava para o lá. Essa barreira entre ON e OFF foi se dissolvendo aos poucos conforme as tecnologias móveis começaram a popular o cenário social, e muita gente ainda não percebeu que isso já é realidade. Para a autora, as grandes tendências da comunicação e marketing vêm sendo contaminadas pela integração ON e OFF, por meio da transmídia storytelling, redes sociais, vídeo, busca, realidade aumentada, e entre outros, que unifica o ON e OFF, e que compõem a vida das pessoas. A mídia digital permite a colaboração por parte dos usuários, que passaram de receptores de informação para criadores. “Para os espectadores, a diferença entre as experiências fronteiriças da mídia tradicional e aquelas realizadas hoje pelos artistas do mundo digital é que, desta vez, nós também fomos convidados para entrar na boca do dinossauro”. (MURRAY, 2001, p.108)
  • 18. 18 A influência dessa nova atitude pode ser compreendida com o termo inteligência coletiva, o qual significa o compartilhamento da inteligência de diversos indivíduos, que colaboram em busca da solução de um problema, usando como ferramenta a internet. Corroborando com o acima citado Jenkins descreve: A inteligência coletiva refere se a essa capacidade das comunidades virtuais de alavancar a expertise combinada de seus membros. O que não podemos saber ou fazer sozinhos, agora podemos fazer coletivamente. A emergente cultura do conhecimento jamais escapará completamente da influência da cultura de massa, assim como a cultura de massa não pode funcionar totalmente fora das restrições do Estado-nação. A inteligência coletiva irá, gradualmente, alterar o modo como a cultura de massa opera. (JENKINS, 2006, p. 56) Esse esforço coletivo de fato não é um fenômeno novo. A contribuição e influência de inúmeros contribuintes em um processo, já podia ser observado em obras literárias como Ilíada e a Odisséia de Homero: Hoje sabemos que obras enciclopédicas e densamente elaboradas, como a Ilíada e a Odisséia, foram produzidas não por um único gênio criativo, mas pelo esforço coletivo de uma cultura de histórias contadas oralmente que empregava um sistema narrativo altamente baseado em fórmulas. Desde a Renascença até o início do século XX, Homero foi considerado um grande “escritor”, mais do que um cantor de uma época anterior à escrita, e seus épicos eram tidos como o ápice da literatura ocidental. Foi muito embaraçoso, portanto, quando Milman Parry, especialista em estudos clássicos de Harvard, e seu aluno, Alfred Lord, documentaram as semelhanças entre os poemas homéricos e aqueles declamados por bardos orais ainda ativos na lugoslávia, no início do século passado. O livro de Lord, The Singer of Tales (O Contador de Histórias), publicado em 1960, descreve o processo real de composição e da apresentação dos bardos e argumenta, de acordo com evidências internas, que os poemas de Homero são o resultado de métodos similares. (MURRAY, 2001, p. 181) Jenkins (2006) acredita que a web está se tornando cada vez mais um local de participação do consumidor, o qual pode incluir maneiras não autorizadas e não previstas em relação ao conteúdo de mídia. Embora a nova cultura participativa surgiu no século 20, logo abaixo da indústria das mídias, a web empurrou essa camada oculta para o primeiro plano, obrigando as industrias a enfrentar as implicações em seus interesses comerciais. Murray (2001) argumenta que a participação digital do telespectador está mudando de atividades sequenciais e realizadas de forma separada, como assistir e depois interagir, para atividades simultâneas como assistir enquanto interagi.
  • 19. 19 Por essa razão, a unificação das mídias para atingir a esse novo público se torna essencial. Jenkins (2006) acredita que a experiência não deve ser contida em uma única plataforma de mídia, mas deve ser espalhada ao maior número possível delas. Para o autor, a extensão de marca baseia-se no interesse do público em determinado conteúdo, para associá-lo repetidamente a uma marca. Os anunciantes cada vez mais ansiosos para saber a programação da TV aberta, e se está conseguindo atingir o público, estão diversificando seus orçamentos de publicidade e procurando estender suas marcas a múltiplos pontos de distribuição que, espera-se, irão alcançar uma variada seleção de nichos menores. (JENKINS, 2006, p.101) Sendo assim, o storytelling funciona como uma estratégia de conteúdo relevante, que visa satisfazer o comportamento desse novo consumidor, que está presente nas plataformas digitais, e interagir com diversas mídias ao mesmo tempo. “O storytelling digital é o ato de contar histórias transporto para as mídias digitais, como a Internet.” (MATOS, 2010, p. 142) A autora acredita que esse partilhar de experiência de vida entre os indivíduos anônimos é obra da narrativa, avança na mesma velocidade com que as novas tecnologias da informação também percorrem. O storytelling vem como uma evidência disso. Com base nisso, os blogs pessoais também seriam um espaço para as histórias, e os blogueiros seriam os contadores de histórias digitais. O storytelling emociona e reforça o top of mind na cabeça do consumidor, devido a sua capacidade de memorizar as experiências que ele provoca nas pessoas. Para Matos (2010) os clientes não compram apenas um produto, mas também compra a história que ele representa. Diferente do marketing tradicional, o objetivo do marketing narrativo não seria mais o de simplesmente seduzir e convencer o consumidor a comprar o produto. Tratava-se agora, de mergulhar no universo narrativo e produzir um efeito de crença. Não mais estimular a demanda, mas oferecer um relato de vida que proponha modelos de conduta integrados, incluindo certos atos de compra através de verdadeiras engrenagens narrativas. Nós não compramos apenas a mercadoria, compramos também a história. (MATOS, 2010, p.12) Por conseguinte, a partir do momento em que o consumidor se depara com uma história emocionante e inesquecível, ele será movido a compartilhar isso com seus amigos usando as mídias sociais como meio. Para Berger (2014) essa história se trata de uma propaganda, que percorre disfarçada entre as pessoas que as divulgam de forma voluntária.
  • 20. 20 Em que narrativa mais ampla podemos envolver nossa ideia? As pessoas não compartilham apenas informação, elas contam histórias. Mas, assim como o conto épico do Cavalo de Troia, as histórias são recipientes que portam coisas como moral e lições. A informação viaja disfarçada do que parece conversa fiada. Assim, precisamos construir nossos cavalos de Troia, embutindo nossos produtos e ideias em histórias que as pessoas queiram contar. Mas precisamos fazer mais do que apenas contar uma bela história. Devemos tornar a viralidade valiosa. Precisamos tornar nossa mensagem tão intrínseca à narrativa a ponto de as pessoas não poderem contar a história sem ela. (BERGER, 2014, p. 33) Por fim, o storytelling pode ser definido como a tendência do marketing que começou ontem. Histórias sempre moveram o mundo, e continuará sendo espalhada por gerações futuras seja na mesa de restaurante, ou através de propaganda. Com base nisso, storytelling é capaz de emocionar o consumidor, e tornar uma marca inesquecível em sua memória. As histórias na comunicação também vêm para resgatar a eficiência das propagandas, que foram perdidas com o advento da tecnologia. A partir do momento que o storytelling é usado como ferramenta de marketing digital, essa história ganha o mundo, sendo capaz de disseminar uma marca para qualquer mercado, engajar os consumidores, e motivar para que o mesmo compartilhe isso com os amigos. O storytelling pode ser usado por qualquer empresa, o que torna a democracia possível, ao mesmo tempo que promove a criatividade e inovação. Histórias duram para sempre, e pode ser sinônimo de um diferencial competitivo inesquecível. CONSIDERAÇÕES FINAIS É inquestionável as mudanças comportamentais que a influência da tecnologia tem provocado na cultura, sociedade e economia mundial. Se de fato o marketing funciona como a principal ferramenta de geração de lucros e crescimento empresarial, assim como provoca a criação de hábitos de consumo, a sua capacidade de se adaptar aos novos meios deve seguir a mesma velocidade da tecnologia: deve ser rápida e constante. Com o crescimento de concorrentes é mais do que essencial a empresa possuir um diferencial ou vantagem competitiva no mercado. A internet proporciona um ambiente democrático para empresas de todos os tamanhos, mas ao mesmo tempo exige criatividade para que a sua marca seja notada. É aqui que entra a relevância da ferramenta do storytelling. Não precisa ir muito longe para perceber que histórias duram para sempre. Elas estão presente no processo do desenvolvimento do homem, além de nortearem o futuro de uma
  • 21. 21 sociedade. Histórias fazem parte do entretenimento do mundo através de livros, filmes, jogos e teatro. O cenário muda, mas as histórias permanecem. Como ferramenta de marketing, o storytelling é uma ferramenta capaz de conquistar a atenção do consumidor que está sufocado com tantas informações em meio a tecnologia. Por essa razão, o storytelling também ajuda na construção de marcas, assim como no reforço da mesma na mente de seu público. Isso acontece porque pessoas compram as histórias da marca. Histórias também são capazes de motivar, inovar e principalmente, engajar os colaboradores de uma organização. Em uma era onde os consumidores têm o poder sobre as marcas, oferecer um atendimento de qualidade é mais do que obrigação. E nesse contexto, o storytelling ajuda a reforçar a aliança entre colaboradores e empresa, assim como contribui para o maior entendimento sobre as crenças e valores da organização. As mídias sociais vêm como plataformas para ajudar na disseminação dessas histórias entre as pessoas, que compartilham suas opiniões e desejos com amigos. Sendo assim, com a tecnologia a transmissão de histórias não possuem fronteiras. Por fim, o storytelling pode ser considerado uma ferramenta de marketing eficaz devido a sua capacidade de satisfazer as necessidades desse novo consumidor, além de funcionar como diferencial competitivo para as organizações. Com o marketing digital a empresa é capaz de construir um planejamento de crescimento viável à sua realidade, e consecutivamente o storytelling vem como uma estratégia acessível e criativa dessa plataforma. REFERÊNCIAS ANDERSON, Chris. A Cauda Longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. AUSTIN, Mark; AITCHISON, Jim. Tem alguém aí?: as comunicações no século XXI. 1. ed. São Paulo: Nobel, 2006. BERGER, Jonah. Contágio: por que as coisas pegam. 1. ed. Rio de Janeiro: LEYA, 2014. CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. 1. ed. São Paulo: PENSAMENTO, 1989. CAMPBELL, Joseph. O Poder do Mito. 1. ed. São Paulo: PALAS ATHENA, 1990.
  • 22. 22 CAPPO, Joe. O Futuro da Propaganda: novas mídias, novos clientes, novos consumidores na Era Pós-Televisão. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 2006. CASTRO, Alfredo. Storytelling para resultados: como usar estórias no ambiente empresarial. 1. ed. Rio de Janeiro: QUALITYMARK, 2013. CHETOCHINE, Georges. Buzzmarketing: a sua marca na boca do cliente. 1. ed. São Paulo: Financial Times – Prentice Hall, 2006. COBRA, Marcos. Administração de marketing no Brasil. 1. ed. São Paulo: Elsevier, 2005. DRUCKER, Nobel Peter. O melhor de Drucker: a administração. 1. ed. São Paulo: Nobel, 2001 GABRIEL, Martha. Marketing na Era Digital: conceito, plataformas e estratégias. 1. ed. São Paulo: PENSAMENTO, 2007. GABRIEL. Martha. Cibridismo: ON e OFF line ao mesmo tempo Disponível em: <http://www.martha.com.br/cibridismo-on-e-off-line-ao-mesmo-tempo/>. Acesso 05 ago. 2014 HONORATO, Gilson. Conhecendo o Marketing. 1. ed. São Paulo: Manole, 2004 JENKINS, Henry. Cultura de Convergência 1. ed. São Paulo: ALEPH, 2006. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. 1. ed. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2010. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de Marketing. 1. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. MATOS, Gislayne Avelar. Storytelling: líderes narradores de histórias. 1. ed. Rio de Janeiro: QUALITYMARK, 2010.
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