O documento descreve a biografia e obra do artista gráfico M.C. Escher, conhecido por suas xilogravuras que exploram espaços e padrões geométricos impossíveis. Divide-se sua obra em duas fases principais e quatro períodos, abordando seus principais temas e técnicas.
2. M. C. Escher Biografia As fases da Obra Antes de 1937 Depois de 1937 Os Períodos da Obra Paisagens – 1922-1937 Metamorfoses – 1937-1946 Gravuras Subordinadas à Perspectiva – 1946-1956 Aproximação ao Infinito – 1956-1970 Os Temas da Obra A Estrutura do Espaço A Estrutura da Superfície Representação Pictórica da Relação Entre o Espaço e a Superfície Plana
3. M. C. Escher Os Temas da Obra A Estrutura do Espaço Composição Paisagística Interpenetração de Mundos Diferentes Sólidos Matemáticos A Estrutura da Superfície Metamorfoses Ciclos Aproximação ao Infinito Representação Pictórica da Relação Entre o Espaço e a Superfície Plana A Essência Da Representação (Conflito Espaço-superfície) Perspectiva Figuras Impossíveis
4. M. C. Escher Artista gráfico conhecido pelas suas xilogravuras, litografias e meios-tons (mezzotints), que tendem a representar construções impossíveis, explorações do infinito e padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente em formas completamente diferentes
5. M. C. Escher Maurits Cornelis Escher nasceu a 17 de Junho de 1898 na cidade de Leeuwarden, Holanda. Escher era o filho mais novo do engenheiro civil chamado George Arnold Escher e de sua esposa Sarah Gleichman. Em 1903, a família muda-se para Arnhem, Países Baixos, onde até os treze anos Escher recebe não só lições como pratica carpintaria e piano, altura em que dá entrada na escola secundária. Era um aluno relativamente fraco, o que explica que não tenha conseguido obter o diploma final quando saiu em 1918, no entanto o seu talento artístico revelou-se desde muito cedo.
6. M. C. Escher Até 1918, na companhia de um amigo, vai fazendo xilogravuras. O seu primeiro trabalho - Pássaro numa gaiola - data de 1916, e não foi apreciado pelos seus professores. Em 1918 a família Escher mudou-se para Oosterbeek. Em 1919, já com 21 anos é encorajado pela sua família e amigos a estudar arquitectura. Ingressa então, em na Escola de Belas Artes de Haarlem, onde conheceu o seu mestre Jessurun de Mesquita, um professor de Artes Gráficas, judeu de origem portuguesa, que o influenciou profundamente. Escher aprendeu muito com o professor Mesquita, que lhe deu a conhecer as técnicas de desenho, deixando-o fascinado pela arte da gravura. No entanto, apesar de dominar muito bem as técnicas de xilogravuras, o sucesso neste curso também não foi grande.
7. M. C. Escher Perante tal situação, Escher acaba por abandonar a escola (1922). Continua a manter o contacto e o apoio de Mesquita até 1944, altura em que este é vítima do regime nazi. Ainda em 1922, Escher, na companhia de dois amigos holandeses, decide viajar pela Europa: Espanha, sul de França e Itália. Datam desta época, fins de 1922 e inícios de 1923, as primeiras xilogravuras de paisagens italianas. Em Março de 1923, foi para Ravello, no sul de Itália, onde conheceu Jetta Umiker com quem viria a casar.
8. M. C. Escher Em Junho de 1923 regressou a Siena onde, um mês mais tarde, expôs individualmente pela primeira vez. Em Fevereiro do ano seguinte, dá inicio na Holanda a inúmeras exposições com os seus trabalhos. Com o reconhecimento a aumentar, a sua obra começou a ser apreciada não só na Europa, como também na América. Em 1935, face à situação política na Itália, muda-se com a família para a Suíça, onde viria a viver pouco tempo. A paisagem parecia-lhe monótona e pouco inspiradora. Assim, passados dois anos, e depois de ter feito uma viagem com a esposa, revisitando a Espanha, França e a Itália, mudou-se com a família para a Bélgica. Em 1941, decidiu regressar ao país natal, mudando-se para Baarn.
9. M. C. Escher A passagem por diferentes sítios, com diferentes culturas, inspirou a mente de Escher, nomeadamente a passagem por Alhambra, em Granada, onde conheceu os azulejos mouros. Este contacto com a arte árabe está na base do interesse e da paixão de Escher pela divisão regular do plano em figuras geométricas que se transfiguram, que se repetem e reflectem, pelas pavimentações. Porém, no preenchimento destas superfícies, Escher substitui as figuras abstracto-geométricas, usadas pelos árabes, por figuras concretas, perceptíveis e existentes na natureza, como pássaros, peixes, pessoas, répteis, etc.
10. M. C. Escher O seu trabalho permaneceu quase ignorado até aos anos 50. Em 1956 fez uma exposição que foi noticiada na revista Time adquirindo então uma reputação mundial. Entre os seus maiores admiradores estavam os matemáticos, que reconheceram no seu trabalho uma extraordinária visualização de princípios e ideias matemáticas. Isto torna-se ainda mais notável uma vez que este artista holandês não tinha conhecimentos matemáticos formais para além do ensino secundário. À medida que ia desenvolvendo os seus trabalhos, ia procurando inspiração nas ideias matemáticas que lia: estruturas no plano, geometria projectiva e geometria não euclidiana, nos paradoxos e nas figuras "impossíveis", criando assim muitas peças de arte intrigantes.
11. M. C. Escher Faleceu a 27 de Março de 1972 no hospital de Hilversum com 74 anos. O seu trabalho continua hoje a ser uma referência e a fascinar gerações pela sua singularidade e originalidade.
12. M. C. Escher- AS FASES DA OBRA - Distinguem-se, usualmente, duas fases na obra de M. C. Escher. Antes de 1937, a obra de Escher é puramente pictórica, dominada pela representação da realidade visível, orientada inteiramente pela beleza das paisagens e arquitectura italianas, com um modo muito próprio de observar o real, sobretudo, na obsessão que tem com a estrutura do espaço e a escolha de ângulos de visão, muitas vezes contrastantes. Tropea, Calabria, 1931
13. M. C. Escher- AS FASES DA OBRA - Nesta fase, Escher realiza também obras imaginativas, como Castelo no Ar, 1928 e Torre de Babel, 1928 e dedica-se empenhadamente ao domínio das técnicas de gravura. Ele próprio considera a maioria dos seus trabalhos como exercícios gráficos.
14. M. C. Escher- AS FASES DA OBRA - A partir de 1937, o pitoresco e o real deixam de lhe interessar. Passa a fascinar-se com a regularidade e as estruturas matemáticas, a continuidade e o infinito inerente a todas as imagens, com a reprodução de três dimensões sobre uma superfície bidimensional. Trabalha com formas geométricas que encontra nos mosaicos islâmicos e nas formações cristalinas. Procura dar vida a esses padrões, substituindo formas abstractas por elementos reconhecíveis como animas, plantas ou pessoas. Trabalha com elementos, combinados de formas variadas, num processo que se poderia repercutir até ao infinito. A animação desses padrões conduz à série Metamorfoses, em que as várias estruturas se transformam sucessivamente umas nas outras.
16. M. C. Escher- AS FASES DA OBRA - Se até à fase anterior não seria necessário muito esforço para compreender a obra de um artista cujas paisagens eram, ao mesmo tempo, poéticas e cativantes e cujos retratos eram de grande expressividade, depois de 1937, os críticos de arte passam a ter dificuldade em falar dos seus trabalhos. Apesar de os seus trabalhos não serem bem recebidos Escher continua a seguir o seu caminho, insensível à crítica. Ocupa-se com ideias de regularidade, estrutura, continuidade. O seu espanto sobre a forma como os objectos se deixam representar sobre uma superfície é inesgotável. Escher não consegue expressar estas ideias em palavras mas, em imagens é capaz de as tornar claras. Daí que a sua obra possa ser considerada de “alto grau racional, porém, minimamente literária no sentido de que ele explica por imagens coisas que não poderiam ser reproduzidas em palavras” (Ernst, 1978, p.16).
17. M. C. Escher- AS FASES DA OBRA - Quem considera a arte como uma expressão de sentimentos, terá de recusar esse estatuto à obra de Escher. Ela é determinada pela razão, tanto ao nível do objectivo, como da execução. Neste sentido, a maior parte das suas gravuras possuem o carácter de uma investigação. Aquilo que Escher vê são leis matemáticas, leis que, como ele diz, não são invenções ou criações humanas, mas entidades independentes que cabe ao homem apenas contemplar. Sky and Water II, 1938
20. GRAVURAS SUBORDINADAS À PERSPECTIVA – 1946-1956
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22. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - METAMORFOSES – 1937-1946 Este segundo período, iniciado em 1937, com a gravura Metamorfose I, assiste-se à transformação gradual de uma pequena cidade, passando por cubos, terminando numa boneca chinesa. Metamorphosis I, 1937
23. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - METAMORFOSES – 1937-1946 A gravura Dia e Noite é considerada como o ponto culminante deste período. Uma metamorfose, ao mesmo tempo um ciclo, podendo ainda ser observado a passagem de formas bidimensionais (campo lavrado) para tridimensionais (aves). Dia e Noite, 1938
24. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - METAMORFOSES – 1937-1946 Em 1946, surge Espelho Mágico a última gravura do ciclo das composições dedicadas ao tema metamorfoses. Espelho Mágico, 1946
25. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA – GRAVURAS SUBORDINADAS À PERSPECTIVA – 1946-1956 A gravura Em cima e em baixo pode ser considerada o ponto alto deste período, em que para além da relatividade dos pontos de fuga, são reproduzidos feixes de linhas paralelas como curvas convergentes. Em cima e em baixo, 1947
26. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA – GRAVURAS SUBORDINADAS À PERSPECTIVA – 1946-1956 Posteriormente, em 1955, com a xilografia Profundidade, há um retorno à perspectiva clássica, mas agora com outro intuito: sugerir a infinidade do espaço. Este sentido de profundidade é conseguido através de três pontos de fuga, um na parte inferior da gravura, outro na parte superior direita e outro ainda na parte superior esquerda, situando-se os dois últimos muito para além da superfície da imagem. Além dos três pontos de fuga, criados por feixes de linhas rectas, Escher salienta a profundidade através do uso de duas cores, progressivamente esbatidos ao longo da gravura e que criam a ideia de uma perspectiva aérea. Profundidade, 1955
27. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - APROXIMAÇÃO AO INFINITO – 1956-1970 A gravura em madeira Cada vez mais pequeno, 1956 inicia este período, e atinge o ponto culminante com a xilografia a cores Limite Circular III,1959. Em Cada vez mais pequeno, a área de cada elemento (em forma de réptil), dirigindo-se para o centro, é sistemática e continuamente reduzida a metade, sendo que em teoria se pode alcançar não só o formato infinitamente pequeno, como também o número infinitamente grande. Contudo, Escher em breve chega ao fim das suas possibilidades que dependem de quatro factores: da qualidade da prancha; da agudeza do instrumento de corte que usa; da segurança da sua mão e da sua capacidade visual . No presente caso, levou a bissecção até ao absurdo. O animal mais pequeno, que tem ainda uma cabeça, uma cauda e quatro membros, mede cerca de 2 mm.
28. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - APROXIMAÇÃO AO INFINITO – 1956-1970 Cada Vez Mais Pequeno, 1956 Circle Limit III, 1959
29. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - APROXIMAÇÃO AO INFINITO – 1956-1970 A sua última gravura, de 1969, Serpentes é também a última da série aproximação ao infinito.
30. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - APROXIMAÇÃO AO INFINITO – 1956-1970 Neste período foram também produzidas as chamadas figuras impossíveis: a primeira é Côncavo e Convexo (1955) e a última Queda de Água (1961).
31. M. C. Escher- OS PERÍODOS DA OBRA - APROXIMAÇÃO AO INFINITO – 1956-1970 Aquela que é considerada uma das mais impressionantes gravuras deste período e talvez de toda a sua obra, é a Galeria de Arte (1956). Segundo a própria opinião de Escher, teria atingido aí os limites máximos do seu pensamento e capacidade de representação.
35. M. C. Escher - OS TEMAS DA OBRA - A Estrutura do Espaço INTERPENETRAÇÃO DE MUNDOS DIFERENTES COMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA SÓLIDOS MATEMÁTICOS, ABSTRACTOS Estrelas, 1948 A Ponte, 1935 Mão com esfera reflectora, 1935
36. M. C. Escher - OS TEMAS DA OBRA - A Estrutura da Superfície Depois de, numa rápida visita em 1926, ter estado em Alhambra (Espanha), Escher fez enormes esforços para representar, como ele mesmo dizia, “um tema rítmico em superfícies planas”. Em 1936, faz nova visita a Alhambra e mais uma vez fica com a impressão de que, na divisão de uma superfície, estão contidas muitas possibilidades. Escher e a esposa copiaram os ornamentos de muitos mosaicos e, após o regresso, investigou-os profundamente. Leu estudos sobre ornamentação e procurou respostas em ensaios matemáticos que não compreendeu. Finalmente, elaborou um sistema completo para a divisão regular de uma superfície plana, sistema que mais tarde viria a despertar grande admiração entre matemáticos. Esse sistema passou a constituir um instrumento que Escher usou nas gravuras da série Metamorfoses, em que as figuras rigorosamente geométricas vão-se lentamente transformando.
37. M. C. Escher - OS TEMAS DA OBRA - A Estrutura da Superfície O mesmo sistema de divisão regular da superfície é usado nas chamadas gravuras cíclicas que se diluem uma na outra nas fases inicial e final, bem como nas composições em que Escher explora a aproximação ao infinito. Assim, a estrutura da superfície cria a base para três tipos de gravuras – Metamorfoses, Ciclos e Aproximação ao infinito
38. M. C. Escher - OS TEMAS DA OBRA - A Estrutura da Superfície METAMORFOSES CICLOS APROXIMAÇÃO AO INFINITO Encontro, 1944 A Evolução II, 1939 Limite Circular IV, 1960
39. M. C. Escher - OS TEMAS DA OBRA - Relação Entre o Espaço e a Superfície Plana Estamos habituados a ver motivos tridimensionais representados bidimensionalmente sem que isso nos cause qualquer problema. No entanto, ficamos algo incomodados quando numa mesma imagem a realidade bidimensional e tridimensional se misturam. Escher, desde cedo, deu expressão a esse espanto criando com grande mestria gravuras que fazem com que um determinado ser assuma, simultaneamente, a forma bidimensional e tridimensional. Nesta categoria, incluem-se mais uma vez três grupos de gravuras – A essência da representação (conflito espaço-superfície), Perspectiva, Figuras Impossíveis.
40. M. C. Escher - OS TEMAS DA OBRA - Relação Entre o Espaço e a Superfície Plana A ESSÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO PERSPECTIVA FIGURAS IMPOSSÍVEIS Dragão, 1952 Profundidade, 1955 Belveder, 1958
41. Maurits Cornelis Escher Uma das principais contribuições da obra deste artista está em sua capacidade de gerar imagens com impressionantes efeitos de ilusões de óptica, com notável qualidade técnica e estética, tudo isto, respeitando as regras geométricas do desenho e da perspectiva. "Apesar de não possuir qualquer conhecimento ou treino nas ciências exactas, sinto muitas vezes que tenho mais em comum com os matemáticos do que com os meus colegas artistas" M. C. Escher
42. M. C. Escher - Consulta - Ernst, B. (1978). The Magic Mirror of M. C. Escher. Escher, M. C. (1994). Gravuras e Desenhos. Hamburgo: Taschen (Trad. Maria Odete Conçalves - Koller). http ://pt.wikipedia.org/wiki/M._C._Escher http ://www.mcescher.com/
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64. Biografia e Obra de M. C. Escher Trabalho realizado para o Módulo C.L.C. Paulo Pina