A diretora explica que o menor índice de abandono escolar em 2012 foi devido aos conflitos sociais e carência das famílias. A alta reprovação no 6o ano ocorre porque as crianças chegam semi-analfabetas de outras escolas. Os projetos NJM e Acelera visam diminuir a reprovação e recuperar alunos atrasados. A aluna Ana Carolina atribui suas reprovações à falta de atenção nas aulas e cansaço dos projetos, além da falta de apoio familiar.
3. O ano de 2012 obteve o menor índice de
abandono escolar. O que você como diretora
acha que ocorreu?
“Acredito que tenha sido a grande
quantidade de conflitos que ocorreram
na comunidade e a carência social.
Alguns não têm apoio das famílias para
permanecer na escola e precisam
trabalhar. Não conseguem conciliar o
trabalho com a escola.”
4. O 6° anos do Ensino Fundamental
possui, nos últimos 3 anos, o maior índice
de reprovação. A que se deve essa alta
porcentagem?
“As crianças estão chegando semi
analfabetas de outras escolas e deixam
de ter 4 matérias e passam a ter 8, isso
é um grande desafio e muitos deles não
conseguem administrar esse avanço,
por isso acabam reprovando.”
5. A escola possui 2 projetos de grande porte:
Nenhum Jovem a Menos (NJM) e o Projeto
Acelera, da Fundação Ayrton Senna. Com que
finalidade esses projetos foram implantados na
escola?
“Esses projetos foram implantado
aqui para que se diminuísse o alto índice
de reprovação escolar e fazer com que
os alunos “atrasados” se recuperem,
como se fosse um supletivo. Logo,
quando estiverem nas turmas regulares,
estarão na idade certa na série
correspondente.”
6. Quais aspectos positivos os projetos
citados na questão anterior trazem para a
escola?
“O seu material pedagógico
compacto e essencial ajuda no
desenvolvimento educacional da escola
e dos alunos, transformando a
aprendizagem em um prazer, não uma
obrigação.”
7. Parte II
Entrevista com a aluna Ana
Carolina, repetente pela 3ª vez
do 6º ano do Ensino
Fundamental
8. Com todos esses projetos que a escola
fornece, o que você acha que pode ter
causado a sua reprovação?
“Eu acho que eu não presto muito
atenção nas aulas, porque acho todas
chatas. E esses projetos às vezes
cansam a gente, e eu acabo faltando
aula. Acho que a minha reprovação é
por causa disso.”
9. Por que você não se empenha em estar
mais na escola, participando dos projetos
e tentando melhorar?
“Porque ninguém gosta de mim,
nem aqui na escola, nem na minha
casa. Minha mãe e minha irmã me
fazem trabalhar e ficam com o dinheiro
só pra elas, e aqui só sabem brigar
comigo, então eu não ligo em vir pra
cá pra estudar.”
10. Se você pudesse mudar algumas coisas na
sua vida, o que você mudaria?
“Eu queria ter uma outra família,
pra me ajudar na escola e queria que
os professores me tratassem bem.
Queria também não repetir mais de
ano, porque é ruim ver seus colegas
passando e você ficando pra trás.
Queria ganhar dinheiro também, par
poder comprar minhas coisas.”
11. Reflexão
Nessa entrevista, podemos perceber
a importância que o ambiente extra-
escolar possui na vida do discente. Toda
e qualquer dificuldade que exista com o
aluno fora da escola, pode afetá-lo dentro
da mesma, causando, muitas vezes, o
abandono escolar e a reprovação.
A família e a escola são responsáveis
pelo desenvolvimento do aluno, não
deixando que o mesmo esteja a mercê da
12. sorte, sem saber se irá se sair bem ou
não a escola.
A classe dominante sempre é a que
predomina nas escolas, e por isso,
sabemos que os alunos mais carentes
sentem mais dificuldades de acompanhar
os conteúdos e acabam tendo um
fracasso escolar que desmotiva a
continuidade dos estudos.
Portanto, cabe a escola e a família,
trabalhar esta problemática e tentar incluir
o discente nos conteúdos escolares.
13. Alunas
Larissa Santos da Cruz;
Viviane Lais Resende Stoffel.
Faculdade de Educação da Baixada
Fluminense
Universidade do Estado do Rio de Janeiro