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NOVO ACORDO
  ORTOGRÁFICO
                 por Carlos Alberto Faraco
Artigos publicados na coluna do autor no site da rádio CBN-Curitiba (www.cbncuritiba.com.br)




                             distribuição gratuita




                                 a editora de quem ama as letras
                             www.parabolaeditorial.com.br
MUDANÇAS ORTOGRÁFICAS NO HORIZONTE


Em tese, as mudanças ortográ-                                                           No entanto, estamos ainda
ficas previstas no Acordo as-       OBSERVAÇÃO IMPORTANTE                               em compasso de espera. Há
sinado pelos países lusófonos                                                           um certo temor de que sem
em 1990 começam, finalmen-          A mídia costuma apresentar o Acordo como            um consenso efetivo o Acor-
te, a vigorar.                      uma unificação da língua. Há, nessa manei-          do acabe se frustrando. O se-
                                    ra de abordar o assunto, um grave equívoco.         cretário-executivo da CPLP –
                                    O Acordo não mexe na língua (nem poderia,           Comunidade dos Países de
1. ENTENDA O CASO:                  já que a língua não é passível de ser alterada      Língua Portuguesa esteve no
                                    por leis, decretos e acordos) – ele apenas          Brasil em março passado
A língua portuguesa tem dois        unifica a ortografia.                               buscando apoio para obter,
sistemas ortográficos: o por-                                                           sem mais delongas, a ratifi-
                                    Algumas pessoas – por absoluta incompre-            cação do Acordo pelos de-
tuguês (adotado também pe-
                                    ensão do sentido do Acordo e talvez induzi-         mais cinco países.
los países africanos e pelo
                                    das por textos imprecisos da imprensa – che-
Timor) e o brasileiro.
                                    garam a afirmar que a abolição do trema (pre-       Talvez por isso o governo bra-
Essa duplicidade decorre do         vista pelo Acordo) implicaria a mudança da          sileiro não tenha ainda toma-
fracasso do Acordo unificador       pronúncia das palavras (não diríamos mais           do qualquer medida para
assinado em 1945: Portugal          o u de lingüiça, por exemplo). Isso não passa       implementar as mudanças or-
adotou, mas o Brasil voltou ao      de um grosseiro equívoco: o Acordo só altera        tográficas, embora o Brasil te-
Acordo de 1943.                     a forma de grafar algumas palavras. A língua        nha sido desde o início o mai-
                                    continua a mesma.                                   or defensor da unificação.
As diferenças não são substan-
ciais e não impedem a com-
preensão dos textos escritos
numa ou noutra ortografia. No entanto, considera-se          2. AS MUDANÇAS
que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional
da língua (por exemplo, os testes de proficiência têm        As mudanças, para nós brasileiros, são poucas. Alcan-
de ser duplicados), além de aumentar os custos edito-        çam a acentuação de algumas palavras e operam algu-
riais, na medida em que o mesmo livro, para circular         mas simplificações nas regras de uso do hífen.
em todos os territórios da lusofonia, precisa normal-
mente ter duas impressões diferentes. O Dicionário           2.1. Acentuação
Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões or-
tográficas para poder circular também em Portugal e          A) FICA ABOLIDO O TREMA:
nos outros países lusófonos. Podemos facilmente ima-
ginar quanto custou essa “brincadeira”.                         palavras como lingüiça, cinqüenta, seqüestro pas-
                                                                sam a ser grafadas linguiça, cinquenta, sequestro;
Essa situação estapafúrdia motivou um novo esforço
de unificação que se consolidou no Acordo Ortográfico        B) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DO PRIMEIRO ‘O’ EM
assinado em Lisboa em 1990 por todos os países                  PALAVRAS TERMINADAS EM ‘OO’:
lusófonos. Na ocasião, estipulou-se a data de 1o de ja-
neiro de 1994 para a entrada em vigor da ortografia             palavras como vôo, enjôo, abençôo passam a ser
unificada, depois de o Acordo ser ratificado pelos par-         grafadas voo, enjoo, abençoo;
lamentos de todos os países.
                                                             C) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DAS FORMAS VERBAIS DA
Contudo, por várias razões, o processo de ratificação não
                                                                TERCEIRA PESSOA DO PLURAL TERMINADAS EM –EEM:
se deu conforme o esperado (só o Brasil e Cabo Verde o
realizaram) e o Acordo não pôde entrar em vigor.                palavras como lêem, dêem, crêem, vêem passam a
                                                                ser grafadas leem, deem, creem, veem;
Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reu-
nião conjunta em 2004, concordaram que bastaria a
manifestação ratificadora de três dos oito países para       D) DEIXAM DE SER ACENTUADOS OS DITONGOS ABERTOS ÉI E ÓI

que o Acordo passasse a vigorar.                                DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS:

Em novembro de 2006, São Tomé e Príncipe ratificou o            palavras como idéia, assembléia, heróico, paranói-
Acordo. Desse modo, ele, em princípio, está vigorando           co passam a ser grafadas ideia, assembleia, heroico,
e deveríamos colocá-lo em uso.                                  paranoico;
E) FICA ABOLIDO, NAS PALAVRAS PAROXÍTONAS, O ACENTO AGUDO     2.2 O caso do hífen
   NO I E NO U TÔNICOS QUANDO PRECEDIDOS DE DITONGO :
                                                              O hífen é, tradicionalmente, um sinal gráfico mal siste-
   palavras como feiúra, baiúca passam a ser grafadas         matizado na ortografia da língua portuguesa. O texto
   feiura, baiuca;                                            do Acordo tentou organizar as regras, de modo a tornar
                                                              seu uso mais racional e simples:
F) FICA ABOLIDO, NAS FORMAS VERBAIS RIZOTÔNICAS (QUE TÊM O
                                                              a) manteve sem alteração as disposições anteriores so-
   ACENTO TÔNICO NA RAIZ), O ACENTO AGUDO DO U TÔNICO
                                                                 bre o uso do hífen nas palavras e expressões com-
   PRECEDIDO DE G OU Q E SEGUIDO DE E OU I.
                                                                 postas. Determinou apenas que se grafe de forma
   Essa regra alcança algumas poucas formas de ver-              aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a
   bos como averiguar, apaziguar, arg(ü/u)ir: averigúe,          noção de composição (mandachuva e paraquedas,
   apazigúe e argúem passam a ser grafadas averigue,             por exemplo).
   apazigue, arguem;
                                                              Para saber quais perderão o hífen, teremos de espe-
G) DEIXA DE EXISTIR O ACENTO AGUDO OU CIRCUNFLEXO USADO       rar a publicação do novo Vocabulário Ortográfico
   PARA DISTINGUIR PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE, TENDO RES-
                                                              pela Academia das Ciências de Lisboa e pela Acade-
                                                              mia Brasileira de Letras. É que o texto do Acordo pre-
   PECTIVAMENTE VOGAL TÔNICA ABERTA OU FECHADA, SÃO
                                                              vê a aglutinação, dá alguns exemplos e termina o
   HOMÓGRAFAS DE PALAVRAS ÁTONAS. ASSIM, DEIXAM DE SE DIS-
                                                              enunciado com um etc. – o que, infelizmente, deixa
   TINGUIR PELO ACENTO GRÁFICO:
                                                              em aberto a questão;
   — para (á), flexão do verbo parar, e para, preposição;
                                                              b) no caso de palavras formadas por prefixação, houve
   — pela(s) (é), substantivo e flexão do verbo pelar, e         as seguintes alterações:
     pela(s), combinação da preposição per e o artigo a(s);
   — polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação             ●   só se emprega o hífen quando o segundo ele-
     antiga e popular de por e lo(s);                                mento começa por h
                                                                     Ex.: pré-história, super-homem, pan-helenismo,
   — pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo, e
                                                                     semi-hospitalar
     pelo(s) combinação da preposição per e o artigo o(s);
   — pera (ê), substantivo (fruta), pera (é), substantivo     EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen
     arcaico (pedra) e pera preposição arcaica.               nas palavras formadas com os prefixos des- e in- e nas
                                                              quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desuma-
  OBSERVAÇÃO 1                                                no, inábil, inumano).
  A reforma de 1971 aboliu os acentos circunflexos
                                                                 ●   e quando o prefixo termina na mesma vogal com
  diferenciais. Manteve apenas para a forma verbal
                                                                     que se inicia o segundo elemento
  ‘pôde’. O texto do Acordo mantém esta exceção e
  acrescenta, facultativamente, o uso do acento na                   Ex.: contra-almirante, supra-auricular, auto-obser-
  palavra fôrma.                                                     vação, micro-onda, infra-axilar

  OBSERVAÇÃO 2                                                EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual em relação ao prefixo
  O Acordo manteve a duplicidade de acentuação                co-, que em geral se aglutina com o segundo elemento
  (acento circunflexo ou acento agudo) em palavras            mesmo quando iniciado por o (coordenação, coopera-
  como econômico/económico, acadêmico/                        ção, coobrigação)
  académico, fêmur/fémur, bebê/bebé.
                                                              Com isso, ficou abolido o uso do hífen:
  Entendeu-se que, como esta acentuação reflete o tim-
  bre fechado (mais freqüente no Brasil) e o timbre aber-        ●   quando o segundo elemento começa com s ou r,
  to (mais freqüente em Portugal e nos demais países                 devendo estas consoantes ser duplicadas
  lusófonos) das pronúncias cultas das vogais nestes                 Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra,
  contextos, ela não deveria ser alterada.                           infrassom.
  Em princípio nada muda para nós brasileiros. A no-
  vidade é que as duas formas passam a ser aceitas            EXCEÇÃO: manteve-se o hífen quando os prefixos termi-
  em todo o território da lusofonia e devem ambas             nam com r, ou seja, hiper-, inter- e super-
  constar dos dicionários. Assim, se um brasileiro, que
  hoje é obrigado a usar o acento circunflexo, grafar                Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.
  com o agudo não estará cometendo erro gráfico.                 ●   quando o prefixo termina em vogal e o segundo
  OBSERVAÇÃO PARA OS ESPECIALISTAS:                                  elemento começa com uma vogal diferente
  Do nosso atual Formulário Ortográfico, o Acordo                    Ex.: extraescolar, aeroespacial, autoestrada,
  aboliu as seguintes regras de acentuação gráfica: 5ª,              autoaprendizagem, antiaéreo, agroindustrial,
  6ª, 10ª, 12ª, a quase totalidade da 15ª, a observação              hidroelétrica
  3ª da regra 7ª e parte da observação 1ª da antiga
  regra 14ª (esta regra foi abolida pela reforma de 1971.      OBSERVAÇÃO
  O Acordo abole a acentuação das paroxítonas pre-             Permanecem inalteradas as demais regras do uso
  vista na observação 1ª).                                     do hífen.
2.3. O caso das letras k, w, y                                  proíbe, na escrita, a contração da preposição com o ar-
                                                                tigo ou com o pronome em sentenças como:
Embora continuem de uso restrito, elas ficam agora in-
cluídas no nosso alfabeto, que passa, então, a ter 26 letras.   Não é fácil de explicar o fato de os professores ganha-
                                                                rem tão pouco.
Importante deixar claro que essa medida nada altera
do que está estabelecido. Apenas fixa a seqüência des-          É tempo de ele sair.
sas letras para efeitos da listagem alfabética de qual-
quer natureza. Adotou-se a convenção internacional: o           Nem todos os gramáticos subscrevem tal proibição.
k vem depois do j, o w depois do v e o y depois do x.           Evanildo Bechara, por exemplo, argumenta, em sua
                                                                Moderna gramática portuguesa (Rio de Janeiro: Edito-
                                                                ra Lucerna, 2000, p. 536-7), que ambas as construções
2.4. O caso das letras maiúsculas                               são corretas e cita o uso da contração em vários escri-
                                                                tores clássicos da língua. No entanto, há uma cláusula
Se compararmos o disposto no Acordo com o que está
                                                                do Acordo Ortográfico que adota aquela proibição.
definido no atual Formulário Ortográfico brasileiro,
                                                                Assim, cometeremos, a partir da vigência do Acordo,
vamos ver que houve uma simplificação no uso obri-
                                                                erro gráfico se fizermos a contração. Parece que al-
gatório das letras maiúsculas. Elas ficaram restritas a
                                                                guns filólogos não conseguem mesmo viver sem culti-
nomes próprios de pessoas (João, Maria, Dom Quixote),
                                                                var alguma picuinha...
lugares (Curitiba, Rio de Janeiro), instituições (Institu-
to Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educa-
ção) e seres mitológicos (Netuno, Zeus), a nomes de             2.6. Apreciação geral
festas (Natal, Páscoa, Ramadão), na designação dos
pontos cardeais quando se referem a grandes regiões             O Acordo é, em geral, positivo. Em primeiro lugar, por-
(Nordeste, Oriente), nas siglas (FAO, ONU), nas iniciais        que unifica a ortografia do português, mesmo manten-
de abreviaturas (Sr., Gen. V. Exª) e nos títulos de perió-      do algumas duplicidades. Por outro lado, simplifica as
dicos (Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo).                       regras de acentuação, limpando o Formulário Ortográ-
                                                                fico de regras irrelevantes e que alcançam um número
Ficou facultativo usar a letra maiúscula nos nomes que          muito pequeno de palavras. A simplificação das regras
designam os domínios do saber (matemática ou Mate-              do hífen é também positiva: torna um pouco mais racio-
mática), nos títulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/           nal o uso deste sinal gráfico.
doutor Fernandes, Santa/santa Bárbara) e nas
categorizações de logradouros públicos (Rua/rua da
Liberdade), de templos (Igreja/igreja do Bonfim) e edi-
fícios (Edifício/edifício Cruzeiro).
                                                                CARLOS ALBERTO FARACO é Professor Titular (aposentado) de Lingüísti-
                                                                ca e Língua Portuguesa da Universidade Federal do Paraná. Mem-
2.5. Uma curiosa (e infeliz) determinação                       bro da Comissão para a Definição da Política de Ensino-Aprendi-
                                                                zagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa do Ministério
Alegando que o sujeito de uma sentença não pode ser             da Educação e escreveu este texto para sua coluna no site da Rá-
preposicionado, há uma certa tradição gramatical que            dio CBN de Curitiba: www.cbncuritiba.com.br
PARA UMA CONSULTA MAIS RÁPIDA

O governo brasileiro ainda não definiu o cronograma de im-               ●   o prefixo é pré-, pós-, pró-:
plantação da nova ortografia decorrente do Acordo Ortográ-                   pré-primário, pré-fabricado, pós-graduação, pós-mo-
fico assinado pelos países de língua oficial portuguesa em 1990              derno, pró-europeu, pró-reitor;
(ver nosso artigo “Mudanças ortográficas no horizonte” neste
                                                                         ●   o prefixo é circum- ou pan- e o segundo elemento
mesmo site). Deve, no entanto, fazê-lo em breve.
                                                                             começa com vogal, h, m ou n:
O FNDE já estabeleceu (talvez prematuramente) que os livros                  circum-adjacente, circum-mediterrâneo, circum-na-
didáticos que serão distribuídos às escolas em 2010 pelo PNLD                vegação, pan-americano, pan-helenismo, pan-mítico.
(Programa Nacional do Livro Didático) deverão estar já na             2. fica abolido o hífen:
nova ortografia.
                                                                         ●   quando o segundo elemento começa com s ou r, de-
Nos demais casos (concursos, vestibulares e edições em ge-                   vendo estas consoantes ser duplicadas:
ral), vai haver, necessariamente, um período de transição                    antirreligioso, contrarregra, antirrugas, infrassom,
durante o qual as duas ortografias serão aceitas. Até que este               antissemita, microssistema, minissaia, contrassenso;
prazo vença, teremos tempo para nos adaptar às mudanças               EXCEÇÃO: manteve-se, neste caso, o hífen quando os prefixos
(que são poucas). Elas podem ser assim resumidas:                     terminam com r – hiper-, super-, inter-:
                                                                             hiper-requintado, hiper-rancoroso, inter-racial, inter-
A – SUPRESSÃO DE ACENTOS                                                     regional, super-realista
1. não use mais o trema: linguiça, tranquilo, cinquenta, sequestro;      ●   quando o prefixo termina em vogal e o segundo ele-
                                                                             mento começa com uma vogal diferente:
2. não use mais o acento agudo para marcar os ditongos
                                                                             antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrica, aeroespacial,
   abertos oi e ei                                                           autoestrada, autoaprendizagem, extraescolar.
   em palavras paroxítonas: paranoia, paranoico, boia,
   jiboia, assembleia, ideia, plateia;                                OBSERVAÇÃO
3. não acentue mais as duplas oo e ee: voo, enjoo, abençoo,
                                                                      O Acordo estipula que não se usa mais o hífen em palavras
   leem, creem, deem;                                                 compostas em que se perdeu o senso de composição e cita
4. não acentue mais as seguintes palavras:                            paralamas e mandachuva. O texto do Acordo, porém, não
   - para (verbo parar);                                              arrola todos os casos em que isso vai ocorrer, o que constitui
                                                                      um problema para a implantação da nova ortografia.
   - pera (fruta);
   - polo (substantivo: polo Norte, polo industrial);                 Conseqüência: para resolver esta dúvida, temos de aguardar
   - polo (substantivo – um tipo de falcão);                          a publicação do Vocabulário Ortográfico Comum que deverá
                                                                      ser organizado, sob supervisão do Instituto Internacional da
   - pelo (substantivo – o pelo do gato);
                                                                      Língua Portuguesa (da CPLP- Comunidade dos Países de Lín-
   - pelo e pela (verbo pelar);                                       gua Portuguesa), por uma comissão com representantes da
   - pela (substantivo – um tipo de bola e de jogo);                  Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Brasileira de
   - pero (substantivo – uma variedade de maçã);                      Letras e de entidades congêneres dos outros países.
5. não acentue mais o u e o i tônicos em palavras paroxítonas         Enquanto aguardamos o Vocabulário Ortográfico, passe a
   quando precedidos de ditongo: baiuca, feiura;                      grafar paralamas e mandachuva.
6. não acentue mais o u tônico de verbos como averiguar,
                                                                      C – LETRAS MAIÚSCULAS
   apaziguar, arguir: averigue, apazigue, arguem;
7. a palavra forma (ô) pode ser grafada com ou sem o acen-            Se compararmos o disposto no Acordo com o que está defi-
   to circunflexo (forma ou fôrma).                                   nido no atual Formulário Ortográfico brasileiro, vamos ver
                                                                      que houve uma simplificação no uso obrigatório das letras
                                                                      maiúsculas. Elas ficaram restritas:
B – HÍFEN
                                                                      ●   a nomes próprios de pessoas ( João, Maria), lugares
1. no caso de palavras formadas por prefixação, só se usa o               (Curitiba, Rio de Janeiro), instituições (Instituto Nacional
   hífen nos seguintes casos:                                             da Seguridade Social, Ministério da Educação) e seres mi-
   ●   o segundo elemento começa com h:                                   tológicos (Netuno, Zeus);
       super-homem, semi-hospitalar, sub-humano;                      ●   a nomes de festas (Natal, Páscoa, Ramadão);
EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen nas
palavras formadas pelos prefixos des- e in- e nas quais o se-         ●   à designação dos pontos cardeais quando se referem a
                                                                          grandes regiões (Nordeste, Oriente);
gundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil,
inumano).                                                             ●   às siglas (FAO, ONU);
   ●   o prefixo termina em vogal e o segundo elemento co-            ●   às iniciais de abreviaturas (Sr. Cardoso, Gen. Mello, V. Ex.ª)
       meça com a mesma vogal:                                        ●   e aos títulos de periódicos (Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo).
       contra-almirante, supra-auricular, auto-observação,
       micro-onda, infra-axilar;                                      Ficou facultativo usar a letra maiúscula nos nomes que desig-
                                                                      nam os domínios do saber (matemática ou Matemática), nos
EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen com o          títulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/doutor Fernandes,
prefixo co- (mesmo quando o segundo elemento começa com               Santa/santa Bárbara) e nas categorizações de logradouros
o): cooperação, coobrigação, coordenação, coadministração,            públicos (Rua/rua da Liberdade), de templos (Igreja/igreja
coparticipação, coprodutor.                                           do Bonfim) e edifícios (Edifício/edifício Cruzeiro).

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Novas regras ortográficas

  • 1. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO por Carlos Alberto Faraco Artigos publicados na coluna do autor no site da rádio CBN-Curitiba (www.cbncuritiba.com.br) distribuição gratuita a editora de quem ama as letras www.parabolaeditorial.com.br
  • 2. MUDANÇAS ORTOGRÁFICAS NO HORIZONTE Em tese, as mudanças ortográ- No entanto, estamos ainda ficas previstas no Acordo as- OBSERVAÇÃO IMPORTANTE em compasso de espera. Há sinado pelos países lusófonos um certo temor de que sem em 1990 começam, finalmen- A mídia costuma apresentar o Acordo como um consenso efetivo o Acor- te, a vigorar. uma unificação da língua. Há, nessa manei- do acabe se frustrando. O se- ra de abordar o assunto, um grave equívoco. cretário-executivo da CPLP – O Acordo não mexe na língua (nem poderia, Comunidade dos Países de 1. ENTENDA O CASO: já que a língua não é passível de ser alterada Língua Portuguesa esteve no por leis, decretos e acordos) – ele apenas Brasil em março passado A língua portuguesa tem dois unifica a ortografia. buscando apoio para obter, sistemas ortográficos: o por- sem mais delongas, a ratifi- Algumas pessoas – por absoluta incompre- cação do Acordo pelos de- tuguês (adotado também pe- ensão do sentido do Acordo e talvez induzi- mais cinco países. los países africanos e pelo das por textos imprecisos da imprensa – che- Timor) e o brasileiro. garam a afirmar que a abolição do trema (pre- Talvez por isso o governo bra- Essa duplicidade decorre do vista pelo Acordo) implicaria a mudança da sileiro não tenha ainda toma- fracasso do Acordo unificador pronúncia das palavras (não diríamos mais do qualquer medida para assinado em 1945: Portugal o u de lingüiça, por exemplo). Isso não passa implementar as mudanças or- adotou, mas o Brasil voltou ao de um grosseiro equívoco: o Acordo só altera tográficas, embora o Brasil te- Acordo de 1943. a forma de grafar algumas palavras. A língua nha sido desde o início o mai- continua a mesma. or defensor da unificação. As diferenças não são substan- ciais e não impedem a com- preensão dos textos escritos numa ou noutra ortografia. No entanto, considera-se 2. AS MUDANÇAS que a dupla ortografia dificulta a difusão internacional da língua (por exemplo, os testes de proficiência têm As mudanças, para nós brasileiros, são poucas. Alcan- de ser duplicados), além de aumentar os custos edito- çam a acentuação de algumas palavras e operam algu- riais, na medida em que o mesmo livro, para circular mas simplificações nas regras de uso do hífen. em todos os territórios da lusofonia, precisa normal- mente ter duas impressões diferentes. O Dicionário 2.1. Acentuação Houaiss, por exemplo, foi editado em duas versões or- tográficas para poder circular também em Portugal e A) FICA ABOLIDO O TREMA: nos outros países lusófonos. Podemos facilmente ima- ginar quanto custou essa “brincadeira”. palavras como lingüiça, cinqüenta, seqüestro pas- sam a ser grafadas linguiça, cinquenta, sequestro; Essa situação estapafúrdia motivou um novo esforço de unificação que se consolidou no Acordo Ortográfico B) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DO PRIMEIRO ‘O’ EM assinado em Lisboa em 1990 por todos os países PALAVRAS TERMINADAS EM ‘OO’: lusófonos. Na ocasião, estipulou-se a data de 1o de ja- neiro de 1994 para a entrada em vigor da ortografia palavras como vôo, enjôo, abençôo passam a ser unificada, depois de o Acordo ser ratificado pelos par- grafadas voo, enjoo, abençoo; lamentos de todos os países. C) DESAPARECE O ACENTO CIRCUNFLEXO DAS FORMAS VERBAIS DA Contudo, por várias razões, o processo de ratificação não TERCEIRA PESSOA DO PLURAL TERMINADAS EM –EEM: se deu conforme o esperado (só o Brasil e Cabo Verde o realizaram) e o Acordo não pôde entrar em vigor. palavras como lêem, dêem, crêem, vêem passam a ser grafadas leem, deem, creem, veem; Diante dessa situação, os países lusófonos, numa reu- nião conjunta em 2004, concordaram que bastaria a manifestação ratificadora de três dos oito países para D) DEIXAM DE SER ACENTUADOS OS DITONGOS ABERTOS ÉI E ÓI que o Acordo passasse a vigorar. DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS: Em novembro de 2006, São Tomé e Príncipe ratificou o palavras como idéia, assembléia, heróico, paranói- Acordo. Desse modo, ele, em princípio, está vigorando co passam a ser grafadas ideia, assembleia, heroico, e deveríamos colocá-lo em uso. paranoico;
  • 3. E) FICA ABOLIDO, NAS PALAVRAS PAROXÍTONAS, O ACENTO AGUDO 2.2 O caso do hífen NO I E NO U TÔNICOS QUANDO PRECEDIDOS DE DITONGO : O hífen é, tradicionalmente, um sinal gráfico mal siste- palavras como feiúra, baiúca passam a ser grafadas matizado na ortografia da língua portuguesa. O texto feiura, baiuca; do Acordo tentou organizar as regras, de modo a tornar seu uso mais racional e simples: F) FICA ABOLIDO, NAS FORMAS VERBAIS RIZOTÔNICAS (QUE TÊM O a) manteve sem alteração as disposições anteriores so- ACENTO TÔNICO NA RAIZ), O ACENTO AGUDO DO U TÔNICO bre o uso do hífen nas palavras e expressões com- PRECEDIDO DE G OU Q E SEGUIDO DE E OU I. postas. Determinou apenas que se grafe de forma Essa regra alcança algumas poucas formas de ver- aglutinada certos compostos nos quais se perdeu a bos como averiguar, apaziguar, arg(ü/u)ir: averigúe, noção de composição (mandachuva e paraquedas, apazigúe e argúem passam a ser grafadas averigue, por exemplo). apazigue, arguem; Para saber quais perderão o hífen, teremos de espe- G) DEIXA DE EXISTIR O ACENTO AGUDO OU CIRCUNFLEXO USADO rar a publicação do novo Vocabulário Ortográfico PARA DISTINGUIR PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE, TENDO RES- pela Academia das Ciências de Lisboa e pela Acade- mia Brasileira de Letras. É que o texto do Acordo pre- PECTIVAMENTE VOGAL TÔNICA ABERTA OU FECHADA, SÃO vê a aglutinação, dá alguns exemplos e termina o HOMÓGRAFAS DE PALAVRAS ÁTONAS. ASSIM, DEIXAM DE SE DIS- enunciado com um etc. – o que, infelizmente, deixa TINGUIR PELO ACENTO GRÁFICO: em aberto a questão; — para (á), flexão do verbo parar, e para, preposição; b) no caso de palavras formadas por prefixação, houve — pela(s) (é), substantivo e flexão do verbo pelar, e as seguintes alterações: pela(s), combinação da preposição per e o artigo a(s); — polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação ● só se emprega o hífen quando o segundo ele- antiga e popular de por e lo(s); mento começa por h Ex.: pré-história, super-homem, pan-helenismo, — pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (ê), substantivo, e semi-hospitalar pelo(s) combinação da preposição per e o artigo o(s); — pera (ê), substantivo (fruta), pera (é), substantivo EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen arcaico (pedra) e pera preposição arcaica. nas palavras formadas com os prefixos des- e in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desuma- OBSERVAÇÃO 1 no, inábil, inumano). A reforma de 1971 aboliu os acentos circunflexos ● e quando o prefixo termina na mesma vogal com diferenciais. Manteve apenas para a forma verbal que se inicia o segundo elemento ‘pôde’. O texto do Acordo mantém esta exceção e acrescenta, facultativamente, o uso do acento na Ex.: contra-almirante, supra-auricular, auto-obser- palavra fôrma. vação, micro-onda, infra-axilar OBSERVAÇÃO 2 EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual em relação ao prefixo O Acordo manteve a duplicidade de acentuação co-, que em geral se aglutina com o segundo elemento (acento circunflexo ou acento agudo) em palavras mesmo quando iniciado por o (coordenação, coopera- como econômico/económico, acadêmico/ ção, coobrigação) académico, fêmur/fémur, bebê/bebé. Com isso, ficou abolido o uso do hífen: Entendeu-se que, como esta acentuação reflete o tim- bre fechado (mais freqüente no Brasil) e o timbre aber- ● quando o segundo elemento começa com s ou r, to (mais freqüente em Portugal e nos demais países devendo estas consoantes ser duplicadas lusófonos) das pronúncias cultas das vogais nestes Ex.: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contextos, ela não deveria ser alterada. infrassom. Em princípio nada muda para nós brasileiros. A no- vidade é que as duas formas passam a ser aceitas EXCEÇÃO: manteve-se o hífen quando os prefixos termi- em todo o território da lusofonia e devem ambas nam com r, ou seja, hiper-, inter- e super- constar dos dicionários. Assim, se um brasileiro, que hoje é obrigado a usar o acento circunflexo, grafar Ex.: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista. com o agudo não estará cometendo erro gráfico. ● quando o prefixo termina em vogal e o segundo OBSERVAÇÃO PARA OS ESPECIALISTAS: elemento começa com uma vogal diferente Do nosso atual Formulário Ortográfico, o Acordo Ex.: extraescolar, aeroespacial, autoestrada, aboliu as seguintes regras de acentuação gráfica: 5ª, autoaprendizagem, antiaéreo, agroindustrial, 6ª, 10ª, 12ª, a quase totalidade da 15ª, a observação hidroelétrica 3ª da regra 7ª e parte da observação 1ª da antiga regra 14ª (esta regra foi abolida pela reforma de 1971. OBSERVAÇÃO O Acordo abole a acentuação das paroxítonas pre- Permanecem inalteradas as demais regras do uso vista na observação 1ª). do hífen.
  • 4. 2.3. O caso das letras k, w, y proíbe, na escrita, a contração da preposição com o ar- tigo ou com o pronome em sentenças como: Embora continuem de uso restrito, elas ficam agora in- cluídas no nosso alfabeto, que passa, então, a ter 26 letras. Não é fácil de explicar o fato de os professores ganha- rem tão pouco. Importante deixar claro que essa medida nada altera do que está estabelecido. Apenas fixa a seqüência des- É tempo de ele sair. sas letras para efeitos da listagem alfabética de qual- quer natureza. Adotou-se a convenção internacional: o Nem todos os gramáticos subscrevem tal proibição. k vem depois do j, o w depois do v e o y depois do x. Evanildo Bechara, por exemplo, argumenta, em sua Moderna gramática portuguesa (Rio de Janeiro: Edito- ra Lucerna, 2000, p. 536-7), que ambas as construções 2.4. O caso das letras maiúsculas são corretas e cita o uso da contração em vários escri- tores clássicos da língua. No entanto, há uma cláusula Se compararmos o disposto no Acordo com o que está do Acordo Ortográfico que adota aquela proibição. definido no atual Formulário Ortográfico brasileiro, Assim, cometeremos, a partir da vigência do Acordo, vamos ver que houve uma simplificação no uso obri- erro gráfico se fizermos a contração. Parece que al- gatório das letras maiúsculas. Elas ficaram restritas a guns filólogos não conseguem mesmo viver sem culti- nomes próprios de pessoas (João, Maria, Dom Quixote), var alguma picuinha... lugares (Curitiba, Rio de Janeiro), instituições (Institu- to Nacional da Seguridade Social, Ministério da Educa- ção) e seres mitológicos (Netuno, Zeus), a nomes de 2.6. Apreciação geral festas (Natal, Páscoa, Ramadão), na designação dos pontos cardeais quando se referem a grandes regiões O Acordo é, em geral, positivo. Em primeiro lugar, por- (Nordeste, Oriente), nas siglas (FAO, ONU), nas iniciais que unifica a ortografia do português, mesmo manten- de abreviaturas (Sr., Gen. V. Exª) e nos títulos de perió- do algumas duplicidades. Por outro lado, simplifica as dicos (Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo). regras de acentuação, limpando o Formulário Ortográ- fico de regras irrelevantes e que alcançam um número Ficou facultativo usar a letra maiúscula nos nomes que muito pequeno de palavras. A simplificação das regras designam os domínios do saber (matemática ou Mate- do hífen é também positiva: torna um pouco mais racio- mática), nos títulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/ nal o uso deste sinal gráfico. doutor Fernandes, Santa/santa Bárbara) e nas categorizações de logradouros públicos (Rua/rua da Liberdade), de templos (Igreja/igreja do Bonfim) e edi- fícios (Edifício/edifício Cruzeiro). CARLOS ALBERTO FARACO é Professor Titular (aposentado) de Lingüísti- ca e Língua Portuguesa da Universidade Federal do Paraná. Mem- 2.5. Uma curiosa (e infeliz) determinação bro da Comissão para a Definição da Política de Ensino-Aprendi- zagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa do Ministério Alegando que o sujeito de uma sentença não pode ser da Educação e escreveu este texto para sua coluna no site da Rá- preposicionado, há uma certa tradição gramatical que dio CBN de Curitiba: www.cbncuritiba.com.br
  • 5. PARA UMA CONSULTA MAIS RÁPIDA O governo brasileiro ainda não definiu o cronograma de im- ● o prefixo é pré-, pós-, pró-: plantação da nova ortografia decorrente do Acordo Ortográ- pré-primário, pré-fabricado, pós-graduação, pós-mo- fico assinado pelos países de língua oficial portuguesa em 1990 derno, pró-europeu, pró-reitor; (ver nosso artigo “Mudanças ortográficas no horizonte” neste ● o prefixo é circum- ou pan- e o segundo elemento mesmo site). Deve, no entanto, fazê-lo em breve. começa com vogal, h, m ou n: O FNDE já estabeleceu (talvez prematuramente) que os livros circum-adjacente, circum-mediterrâneo, circum-na- didáticos que serão distribuídos às escolas em 2010 pelo PNLD vegação, pan-americano, pan-helenismo, pan-mítico. (Programa Nacional do Livro Didático) deverão estar já na 2. fica abolido o hífen: nova ortografia. ● quando o segundo elemento começa com s ou r, de- Nos demais casos (concursos, vestibulares e edições em ge- vendo estas consoantes ser duplicadas: ral), vai haver, necessariamente, um período de transição antirreligioso, contrarregra, antirrugas, infrassom, durante o qual as duas ortografias serão aceitas. Até que este antissemita, microssistema, minissaia, contrassenso; prazo vença, teremos tempo para nos adaptar às mudanças EXCEÇÃO: manteve-se, neste caso, o hífen quando os prefixos (que são poucas). Elas podem ser assim resumidas: terminam com r – hiper-, super-, inter-: hiper-requintado, hiper-rancoroso, inter-racial, inter- A – SUPRESSÃO DE ACENTOS regional, super-realista 1. não use mais o trema: linguiça, tranquilo, cinquenta, sequestro; ● quando o prefixo termina em vogal e o segundo ele- mento começa com uma vogal diferente: 2. não use mais o acento agudo para marcar os ditongos antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrica, aeroespacial, abertos oi e ei autoestrada, autoaprendizagem, extraescolar. em palavras paroxítonas: paranoia, paranoico, boia, jiboia, assembleia, ideia, plateia; OBSERVAÇÃO 3. não acentue mais as duplas oo e ee: voo, enjoo, abençoo, O Acordo estipula que não se usa mais o hífen em palavras leem, creem, deem; compostas em que se perdeu o senso de composição e cita 4. não acentue mais as seguintes palavras: paralamas e mandachuva. O texto do Acordo, porém, não - para (verbo parar); arrola todos os casos em que isso vai ocorrer, o que constitui um problema para a implantação da nova ortografia. - pera (fruta); - polo (substantivo: polo Norte, polo industrial); Conseqüência: para resolver esta dúvida, temos de aguardar - polo (substantivo – um tipo de falcão); a publicação do Vocabulário Ortográfico Comum que deverá ser organizado, sob supervisão do Instituto Internacional da - pelo (substantivo – o pelo do gato); Língua Portuguesa (da CPLP- Comunidade dos Países de Lín- - pelo e pela (verbo pelar); gua Portuguesa), por uma comissão com representantes da - pela (substantivo – um tipo de bola e de jogo); Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Brasileira de - pero (substantivo – uma variedade de maçã); Letras e de entidades congêneres dos outros países. 5. não acentue mais o u e o i tônicos em palavras paroxítonas Enquanto aguardamos o Vocabulário Ortográfico, passe a quando precedidos de ditongo: baiuca, feiura; grafar paralamas e mandachuva. 6. não acentue mais o u tônico de verbos como averiguar, C – LETRAS MAIÚSCULAS apaziguar, arguir: averigue, apazigue, arguem; 7. a palavra forma (ô) pode ser grafada com ou sem o acen- Se compararmos o disposto no Acordo com o que está defi- to circunflexo (forma ou fôrma). nido no atual Formulário Ortográfico brasileiro, vamos ver que houve uma simplificação no uso obrigatório das letras maiúsculas. Elas ficaram restritas: B – HÍFEN ● a nomes próprios de pessoas ( João, Maria), lugares 1. no caso de palavras formadas por prefixação, só se usa o (Curitiba, Rio de Janeiro), instituições (Instituto Nacional hífen nos seguintes casos: da Seguridade Social, Ministério da Educação) e seres mi- ● o segundo elemento começa com h: tológicos (Netuno, Zeus); super-homem, semi-hospitalar, sub-humano; ● a nomes de festas (Natal, Páscoa, Ramadão); EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen nas palavras formadas pelos prefixos des- e in- e nas quais o se- ● à designação dos pontos cardeais quando se referem a grandes regiões (Nordeste, Oriente); gundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil, inumano). ● às siglas (FAO, ONU); ● o prefixo termina em vogal e o segundo elemento co- ● às iniciais de abreviaturas (Sr. Cardoso, Gen. Mello, V. Ex.ª) meça com a mesma vogal: ● e aos títulos de periódicos (Folha de S.Paulo, Gazeta do Povo). contra-almirante, supra-auricular, auto-observação, micro-onda, infra-axilar; Ficou facultativo usar a letra maiúscula nos nomes que desig- nam os domínios do saber (matemática ou Matemática), nos EXCEÇÃO: manteve-se a regra atual que descarta o hífen com o títulos (Cardeal/cardeal Seabra, Doutor/doutor Fernandes, prefixo co- (mesmo quando o segundo elemento começa com Santa/santa Bárbara) e nas categorizações de logradouros o): cooperação, coobrigação, coordenação, coadministração, públicos (Rua/rua da Liberdade), de templos (Igreja/igreja coparticipação, coprodutor. do Bonfim) e edifícios (Edifício/edifício Cruzeiro).