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Estudo de mercado e “Agenda
de Luanda” em análise
Na abertura da reunião, Humberto Brito, secretário
de estado adjunto do primeiro-ministro, sublinhou que
Cabo Verde quer elevar o nível das trocas comerciais
com os seus parceiros da CPLP ao patamar das rela-
ções institucionais existentes dentro do espaço lusófo-
no. “Se todos os portos desta comunidade se tornarem
individualmente mais competitivos a nível internacio-
nal, podemos obter sinergias e beneficiar as nossas
economias. Se repararmos bem, a nossa área econó-
mica exclusiva domina parte considerável do Oceano
Atlântico e envolve o Oceano Índico. Podemos criar
uma espécie de fileira económica através dos portos
dos nossos países e, a partir daí, integrarmos as nossas
economias. Todos sairemos a ganhar”, frisou o gover-
nante, que viu nesse encontro uma oportunidade para
os portos lusófonos reforçarem as bases da competiti-
vidade económica do grande espaço marítimo perten-
cente aos países dessa comunidade linguística.
Por seu turno, o Eng.º Franklim Spencer, PCA da
ENAPOR, realçou que Cabo Verde está disposto a co-
locar a sua posição geoestratégica no Atlântico Médio
ao serviço da CPLP, com o intuito de permitir o refor-
ço do comércio externo nesta extensa zona marítima.
Ciente das oportunidades comerciais que se vislum-
bram nesse espaço comum, Spencer defendeu no seu
discurso o reforço dos laços institucionais entre os pa-
íses da comunidade e o desenvolvimento de projectos
capazes de reforçar as suas vantagens competitivas, em
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Económica da África Ocidental.
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em Cabo Verde em 2011, em data ainda por definir. O
certo é que, nessa assembleia, será criada oficialmente
a Associação dos Portos da CPLP.
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de dos Países de Língua Portuguesa estiveram reunidos
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bro, numa reunião preparatória da agenda de trabalhos
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em Angola, no próximo mês de Dezembro. A par da
agenda de Luanda, os participantes fizeram o ponto
de situação de um estudo de mercado encomendado à
empresa portuguesa “Fordesi”, que irá determinar as
potencialidades e as oportunidades de negócio a serem
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lusófono.
Como ficou apurado, o estudo regista um atraso,
originado, segundo os responsáveis da “Fordesi”, pela
demora na recolha de informações essenciais junto de
alguns portos. No entanto, ficou assente que a empresa
irá fazer um esforço para apresentar um relatório pre-
liminar já no Encontro de Luanda, marcado para 2 e 3
de Dezembro.
“Ficou claro que queremos aumentar o fluxo co-
mercial entre os nossos portos, enfim, criar uma econo-
mia CPLP ligada ao mar. Aliás, o Encontro de Luanda
vai decorrer exactamente sobre o tema da Economia
do Mar, que é bastante vasto”, afirma José Luís Cacho,
presidente da APP (Associação dos Portos Portugue-
ses), que se mostrou safisfeito com o nível do debate
registado na reunião de Mindelo. Na sua opinião, fo-
ram recolhidos subsídios que permitem antever como
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Esta é também a sensação de Domingos Fontes,
director comercial do Porto de Luanda, que se mostra
particularmente optimista quanto ao sucesso da próxi-
ma reunião da cúpula dos Portos da CPLP. Até porque,
em Angola, esses responsáveis vão formalizar a ideia
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par da discussão do relatório do estudo elaborado pela
“Fordesi”.
“Sem os resultados do estudo, a reunião não vai
ter a importância que almejamos”, realça Domingos
Fontes, que não definiu ainda se a futura Associação
dos Portos da CPLPdeve ser exclusivamente dos portos
ou se deve abranger as comunidades portuárias. Numa
primeira análise, defende que a organização deve en-
quadrar apenas os portos, mas depois deixa em aberto
uma eventual participação dos chamados takeholders,
desde que tragam valor acrescentado às metas preconi-
zadas. “Enfim, isso tudo vai depender daquilo que ficar
estabelecido nos Estatutos.”
Mas, para Carlos Silva, assessor da Administração
dos Portos da Guiné-Bissau, a associação só faz sen-
tido se envolver os operadores portuários. “Sózinhos,
os portos não fazem nada!”, afirma Silva, que elogiou
igualmente a qualidade da reunião preparatória de
Mindelo, que foi agendada na sequência de um encon-
tro anterior realizado em Fortaleza, Brasil.
Adalmir Souza, representante do Brasil junto da
Comissão de Portos da CPLP, entende que a mencio-
nada reunião produziu “óptimos resultados” e deixou
claro que a futura associação deve pensar no envolvi-
mento das comunidades portuárias no seu seio. “Somos
pouco mais que 300 milhões de habitantes na CPLP
e registamos ainda uma demanda muito reprimida em
termos de trocas comerciais. Temos um mercado que
precisa ser explorado; daí a importância do estudo
que está sendo elaborado”, reage, quando questionado
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“Fordesi”.
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O Instituto da África Ocidental (IAO) foi
tema de uma palestra proferida pelo Doutor Cor-
sino Tolentino na cidade do Mindelo, no dia 24
de Setembro, no âmbito das festividades do 28º
aniversário da ENAPOR. Tratando-se de uma en-
tidade sub-regional, em fase de implementação,
vocacionada especialmente para a área da inves-
tigação científica, a Empresa quis proporcionar
uma oportunidade à sociedade mindelense para
conhecer os meandros desse organismo sub-re-
gional africano, sedeado na cidade da Praia.
Criado por Decreto-Lei do Governo de Cabo
Verde, em Maio de 2010, o IAO envolveu na
sua génese outras quatro entidades: a CEDEAO
(Comunidade Económica da África Ocidental),
a Unesco (Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura), a UEMOA
(União Económica e Monetária da África Oci-
dentaol) e o ECOBANK – grupo bancário que
opera nesta sub-região e na África Central. “Esta
configuração é para garantir que se crie em Cabo
Verde um instituto com um nível de credibilidade
bastante elevado, logo de início. A presença des-
sas conceituadas organizações é uma afirmação
da consistência e seriedade do projecto”, esclare-
ce Corsino Tolentino, Coordenador do projecto.
Segundo o orador, enquanto centro interna-
cional, o IAO depara-se com quatro incumbên-
cias. A primeira é a investigação sobre todos
os temas pertinentes para ampliar a cooperação
entre os países da África Ocidental e ajudar no
processo de integração e de transformação social.
A segunda é a formação de jovens nas áreas da
investigação de assuntos de relevância para os
países-membros da CEDEAO. O terceiro eixo de
actuação será o diálogo sistemático entre os in-
vestigadores e os decisores, que podem ser polí-
ticos, investidores económicos, agentes culturais
e artísticos, etc. Finalmente, o IAO será um Ob-
servatório, isto é, uma organização que recolhe,
analisa e sistematiza a informação sobre as poli-
ticas públicas, nomeadamente sobre a integração
regional.
Acrescenta Tolentino que as equipas de in-
vestigação serão constituídas por especialistas
vinculados a universidades e a instituições con-
solidadas, de reconhecida idoneidade, dirigidas
por autoridades nos temas solicitados. Todo o
manancial de conhecimentos adquirido será de-
pois canalizado para os países da CEDEAO e as
universidades e colocadas na Internet para con-
sulta geral.
Embora ainda não tenha iniciado as suas ac-
tividades, o IAO já foi classificado pela Unesco
como um organismo de categoria-2. Este estatuto,
segundo Tolentino, representa um ganho enorme
para o IAO, que poderá usar o logótipo desse or-
ganismo da ONU nos seus documentos, partici-
par na elaboração dos programas quadrienais da
UNESCO e concorrer a financiamento dos seus
objectivos no espaço da CEDEAO.
Para Tolentino, Cabo Verde pode tirar muitas
vantagens do facto de acolher a sede do IAO na
cidade da Praia. Enquanto promotor e difusor do
conhecimento, diz, pode valorizar a imagem ex-
terna do país e permitir a aproximação entre Cabo
Verde e o continente africano. Além disso, acres-
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  • 1. NOVIDADES DO MUNDO PORTUÁRIO SEDE:  Telefone (238) 2307500/ 2321696  •  Fax: (238) 2324337  •  Email: gabinetemarketing@enapor.cv  –  PORTO GRANDE: Telefone: (238) 2307501 • Fax: (238) 2321433 • Email: portogrande@enapor.cv PORTO DA PRAIA:  Telefone: (238) 2609060  •  Fax: (238) 2633899  •  Email: portopraia@enapor.cv Estudo de mercado e “Agenda de Luanda” em análise Na abertura da reunião, Humberto Brito, secretário de estado adjunto do primeiro-ministro, sublinhou que Cabo Verde quer elevar o nível das trocas comerciais com os seus parceiros da CPLP ao patamar das rela- ções institucionais existentes dentro do espaço lusófo- no. “Se todos os portos desta comunidade se tornarem individualmente mais competitivos a nível internacio- nal, podemos obter sinergias e beneficiar as nossas economias. Se repararmos bem, a nossa área econó- mica exclusiva domina parte considerável do Oceano Atlântico e envolve o Oceano Índico. Podemos criar uma espécie de fileira económica através dos portos dos nossos países e, a partir daí, integrarmos as nossas economias. Todos sairemos a ganhar”, frisou o gover- nante, que viu nesse encontro uma oportunidade para os portos lusófonos reforçarem as bases da competiti- vidade económica do grande espaço marítimo perten- cente aos países dessa comunidade linguística. Por seu turno, o Eng.º Franklim Spencer, PCA da ENAPOR, realçou que Cabo Verde está disposto a co- locar a sua posição geoestratégica no Atlântico Médio ao serviço da CPLP, com o intuito de permitir o refor- ço do comércio externo nesta extensa zona marítima. Ciente das oportunidades comerciais que se vislum- bram nesse espaço comum, Spencer defendeu no seu discurso o reforço dos laços institucionais entre os pa- íses da comunidade e o desenvolvimento de projectos capazes de reforçar as suas vantagens competitivas, em articulação com o espaço da CEDEAO – Comunidade Económica da África Ocidental. O IV Encontro dos Portos da CPLP será realizado em Cabo Verde em 2011, em data ainda por definir. O certo é que, nessa assembleia, será criada oficialmente a Associação dos Portos da CPLP. Representantes do sector portuário da Comunida- de dos Países de Língua Portuguesa estiveram reunidos em S. Vicente, nos dias 30 de Setembro e 1 de Outu- bro, numa reunião preparatória da agenda de trabalhos do III Encontro dos Portos da CPLP, que irá decorrer em Angola, no próximo mês de Dezembro. A par da agenda de Luanda, os participantes fizeram o ponto de situação de um estudo de mercado encomendado à empresa portuguesa “Fordesi”, que irá determinar as potencialidades e as oportunidades de negócio a serem exploradas internamente pelas economias do espaço lusófono. Como ficou apurado, o estudo regista um atraso, originado, segundo os responsáveis da “Fordesi”, pela demora na recolha de informações essenciais junto de alguns portos. No entanto, ficou assente que a empresa irá fazer um esforço para apresentar um relatório pre- liminar já no Encontro de Luanda, marcado para 2 e 3 de Dezembro. “Ficou claro que queremos aumentar o fluxo co- mercial entre os nossos portos, enfim, criar uma econo- mia CPLP ligada ao mar. Aliás, o Encontro de Luanda vai decorrer exactamente sobre o tema da Economia do Mar, que é bastante vasto”, afirma José Luís Cacho, presidente da APP (Associação dos Portos Portugue- ses), que se mostrou safisfeito com o nível do debate registado na reunião de Mindelo. Na sua opinião, fo- ram recolhidos subsídios que permitem antever como será o encontro em Luanda. Esta é também a sensação de Domingos Fontes, director comercial do Porto de Luanda, que se mostra particularmente optimista quanto ao sucesso da próxi- ma reunião da cúpula dos Portos da CPLP. Até porque, em Angola, esses responsáveis vão formalizar a ideia da criação da Associação dos Portos da CPLP, o que será um dos momentos mais marcantes do encontro, a par da discussão do relatório do estudo elaborado pela “Fordesi”. “Sem os resultados do estudo, a reunião não vai ter a importância que almejamos”, realça Domingos Fontes, que não definiu ainda se a futura Associação dos Portos da CPLPdeve ser exclusivamente dos portos ou se deve abranger as comunidades portuárias. Numa primeira análise, defende que a organização deve en- quadrar apenas os portos, mas depois deixa em aberto uma eventual participação dos chamados takeholders, desde que tragam valor acrescentado às metas preconi- zadas. “Enfim, isso tudo vai depender daquilo que ficar estabelecido nos Estatutos.” Mas, para Carlos Silva, assessor da Administração dos Portos da Guiné-Bissau, a associação só faz sen- tido se envolver os operadores portuários. “Sózinhos, os portos não fazem nada!”, afirma Silva, que elogiou igualmente a qualidade da reunião preparatória de Mindelo, que foi agendada na sequência de um encon- tro anterior realizado em Fortaleza, Brasil. Adalmir Souza, representante do Brasil junto da Comissão de Portos da CPLP, entende que a mencio- nada reunião produziu “óptimos resultados” e deixou claro que a futura associação deve pensar no envolvi- mento das comunidades portuárias no seu seio. “Somos pouco mais que 300 milhões de habitantes na CPLP e registamos ainda uma demanda muito reprimida em termos de trocas comerciais. Temos um mercado que precisa ser explorado; daí a importância do estudo que está sendo elaborado”, reage, quando questionado sobre a necessidade do levantamento encomendado à “Fordesi”. Cúpula dos Portos da CPLP reunida em S. Vicente O Instituto da África Ocidental (IAO) foi tema de uma palestra proferida pelo Doutor Cor- sino Tolentino na cidade do Mindelo, no dia 24 de Setembro, no âmbito das festividades do 28º aniversário da ENAPOR. Tratando-se de uma en- tidade sub-regional, em fase de implementação, vocacionada especialmente para a área da inves- tigação científica, a Empresa quis proporcionar uma oportunidade à sociedade mindelense para conhecer os meandros desse organismo sub-re- gional africano, sedeado na cidade da Praia. Criado por Decreto-Lei do Governo de Cabo Verde, em Maio de 2010, o IAO envolveu na sua génese outras quatro entidades: a CEDEAO (Comunidade Económica da África Ocidental), a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a UEMOA (União Económica e Monetária da África Oci- dentaol) e o ECOBANK – grupo bancário que opera nesta sub-região e na África Central. “Esta configuração é para garantir que se crie em Cabo Verde um instituto com um nível de credibilidade bastante elevado, logo de início. A presença des- sas conceituadas organizações é uma afirmação da consistência e seriedade do projecto”, esclare- ce Corsino Tolentino, Coordenador do projecto. Segundo o orador, enquanto centro interna- cional, o IAO depara-se com quatro incumbên- cias. A primeira é a investigação sobre todos os temas pertinentes para ampliar a cooperação entre os países da África Ocidental e ajudar no processo de integração e de transformação social. A segunda é a formação de jovens nas áreas da investigação de assuntos de relevância para os países-membros da CEDEAO. O terceiro eixo de actuação será o diálogo sistemático entre os in- vestigadores e os decisores, que podem ser polí- ticos, investidores económicos, agentes culturais e artísticos, etc. Finalmente, o IAO será um Ob- servatório, isto é, uma organização que recolhe, analisa e sistematiza a informação sobre as poli- ticas públicas, nomeadamente sobre a integração regional. Acrescenta Tolentino que as equipas de in- vestigação serão constituídas por especialistas vinculados a universidades e a instituições con- solidadas, de reconhecida idoneidade, dirigidas por autoridades nos temas solicitados. Todo o manancial de conhecimentos adquirido será de- pois canalizado para os países da CEDEAO e as universidades e colocadas na Internet para con- sulta geral. Embora ainda não tenha iniciado as suas ac- tividades, o IAO já foi classificado pela Unesco como um organismo de categoria-2. Este estatuto, segundo Tolentino, representa um ganho enorme para o IAO, que poderá usar o logótipo desse or- ganismo da ONU nos seus documentos, partici- par na elaboração dos programas quadrienais da UNESCO e concorrer a financiamento dos seus objectivos no espaço da CEDEAO. Para Tolentino, Cabo Verde pode tirar muitas vantagens do facto de acolher a sede do IAO na cidade da Praia. Enquanto promotor e difusor do conhecimento, diz, pode valorizar a imagem ex- terna do país e permitir a aproximação entre Cabo Verde e o continente africano. Além disso, acres- centa, vai permitir a utilização do português, a par do francês e do inglês, como língua de trabalho. Corsino Tolentino fala do IAO, no Mindelo Um centro de cooperação e de integração regional