SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 18
Baixar para ler offline
O ENUNCIADO E O ARQUIVO
DOUTORADO EM PROCESSOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
ESTUDOS DO DISCURSO E PROCESSOS COMUNICACIONAIS
POLIANA LOPES
2015/1
• à primeira vista, ele aparece como um elemento último, indescomponível,
suscetível de ser isolado em si mesmo e capaz de entrar em um jogo de relações
com outros elementos semelhantes a ele – como um átomo do discurso ;
"Ninguém ouviu" X “É verdade que ninguém ouviu"
• duas proposições que dizem a mesma coisa não são dois enunciados iguais; elas
não são equivalentes nem intercambiáveis, não estão no mesmo lugar no plano
do discurso, não pertencem exatamente ao mesmo grupo de enunciados .
"Os critérios que permitem definir a identidade de uma
proposição, distinguir várias delas sob a unidade de uma
formulação, caracterizar sua autonomia ou sua propriedade de
ser completa, não servem para descrever a unidade singular
de um enunciado." p.92
DEFINIR O ENUNCIADO
O ENUNCIADO
• pode ser reconhecido em uma frase gramaticalmente isolável;
• não corresponde à estrutura linguística da frase – desconstrução ;
• existe quando se pode reconhecer e isolar um ato de formulação, quando descreve-se a
operação que foi efetuada pela própria fórmula, em sua emergência - promessa, decreto,
ordem;
Nos três casos (a partir da gramática, lógica e análise), o enunciado não é
compreendido em toda sua extensão, porque encontramos enunciados:
• sem estrutura proposicional legítima;
• onde não se reconhece nenhuma frase;
• em maior quantidade do que os atos ilocutórios que se pode isolar.
• a língua jamais se apresenta em si mesma e em sua totalidade;
• os signos que constituem seus elementos são formas que se impõem aos enunciados e
que os regem do interior;
• sem enunciados, a língua não existiria - mas nenhum enunciado é indispensável à
existência da língua;
• língua e enunciado não estão no mesmo nível de existência.
O ENUNCIADO E A LÍNGUA
Não é preciso uma construção linguística para formar um enunciado, mas não basta uma
realização material de elementos linguísticos ou qualquer emergência de signos no tempo e
no espaço.
A FUNÇÃO ENUNCIATIVA
• uma série de signos se torna um enunciado quando tem com "outra coisa"
uma relação específica que se refira a ela mesma - e não a sua causa ou
elementos;
• a relação entre o enunciado e o que ele enuncia não é a relação entre
proposição e referente ou entre a frase e seu sentido;
• a ausência de referente é o correlato do enunciado, aquilo a que se refere,
seu "tema“;
• o referencial do enunciado define as possibilidades de aparecimento e
delimitação do que dá à frase seu sentido, à proposição seu valor de
verdade. Esse conjunto caracteriza o nível enunciativo da formulação.
A FUNÇÃO ENUNCIATIVA
• o enunciado se distingue por manter com o sujeito um relação determinada;
• o sujeito não é necessariamente o autor da formulação. Este lugar pode ser
ocupado por indivíduos diferentes e é variável o bastante para manter-se idêntico
a si mesmo através de várias frases – ou para se modificar a cada uma;
• esse lugar do “autor” é uma dimensão que caracteriza toda formação enquanto
enunciado e constitui um dos traços que pertencem à função enunciativa e
permitem descreve-la;
• descrever essa formulação enquanto enunciado é determinar qual é a posição
que o indivíduo pode e deve ocupar para ser o sujeito.
A FUNÇÃO ENUNCIATIVA
• para ser tratar de um enunciado, uma frase precisa ser relacionada com um campo
adjacente;
• o enunciado tem margens povoadas de outros enunciados, as quais o tornam possível
– margens não são o contexto;
• uma sequência de elementos linguísticos só é enunciado quando imersa em um
campo enunciativo em que apareça como elemento singular;
• há sempre um enunciado fazendo parte de uma série ou conjunto, desempenhando
um papel no meio dos outros, neles se apoiando e deles se distinguindo;
• ele supõe outros, tem um campo de coexistências, efeitos de séries e de sucessão,
uma distribuição de funções e de papeis.
•
A FUNÇÃO ENUNCIATIVA
• o enunciado deve ter existência material ; é, em parte, constituído
por ela ;
• ele precisa de um suporte, um lugar e uma data. Se os requisitos
mudam, ele muda de identidade;
• a enunciação é um acontecimento que não se repete, é situada e
datada; o enunciado pode ser repetido apesar da materialidade;
• a identidade do enunciado está submetida aos limites impostos pelo
conjunto dos outros enunciados em que figura - a frase “A terra é
redonda." é enunciados diferentes antes e depois de Copérnico;
• Um discurso e sua tradução simultânea são um único e mesmo
enunciado, em formas linguísticas diferentes - o conteúdo
informativo e as possibilidades de uso são as mesmas.
A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS
Fixar o vocabulário
• performance linguística: conjunto de signos produzidos a partir de uma língua natural;
• formulação: ato que faz surgir, em um material qualquer e segundo uma forma
determinada, esse grupo de signos;
• frase ou proposição: unidades que a gramática ou a lógica podem reconhecer em um
conjunto de signos;
• enunciado: modalidade de existência própria desse conjunto de signos, que lhe
permite ser algo diferente do uma série de traços e estar dotado de uma
materialidade repetível;
• - discurso: constituído por um conjunto de sequência de signos, enquanto enunciados
- a lei de tal série é a formação discursiva. Ou seja, é o conjunto de enunciados que se
apoia em um mesmo sistema de formação;
• descrever um enunciado é definir as condições nas quais se realizou a função que deu
origem a uma série de signos uma existência específica.
O enunciado é não oculto:
• caracterizada pela existência de um conjunto de signos produzidos, a análise enunciativa
só pode se referir a análise de performances verbais realizadas;
• a análise enunciativa é uma análise histórica fora de qualquer interpretação, que pergunta
como as coisas existem, o que significa para elas sua manifestação;
• dificuldade: as coisas são ditas por outras ou são esquecidas - não afeta o enunciado como
definido por Foucault;
• a polissemia se refere a uma frase ou proposição - que podem ter significações diversas -
sobre um base enunciativa que permanece idêntica.
A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS
O enunciado é não visível:
• o nível enunciativo está dentro das frases e proposições;
• a estrutura significante da linguagem remete sempre a outra coisa, ao ausente, longínquo;
• o enunciado é suposto por outras análises da linguagem sem que elas tenham que
mostra-lo;
• considerar os enunciados em si mesmos é tentar torna visível e analisável a transparência
que constitui o elemento de sua possibilidade.
• a linguagem, na instância de seu aparecimento e modo de ser, é o enunciado e como tal
se apoia em uma descrição nem transcendental nem antropológica.
Ajustes da descrição dos enunciados à análise das formações discursivas:
• organizar o domínio dos enunciados, seu princípio de agrupamentos, unidades
históricas que podem constituir e os métodos que permitem descreve-los;
• as dimensões próprias do enunciado são usadas na demarcação das formações
discursivas;
• a formação discursiva constitui grupos de enunciados, conjuntos de performances
verbais que não estão ligadas entre si por laços gramaticais (frases), lógicos
(proposições) ou psicológicos (formulações) - mas ligados no nível dos enunciados;
• descrever enunciados é tentar revelar o que se poderá individualizar como
formação discursiva - que é o sistema enunciativo geral ao que obedece um grupo
de performances verbais.
A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS
A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS
1. A demarcação das formações discursivas revela o nível específico do
enunciado - a descrição dos enunciados conduz à individualização das
formações discursivas.
2. Um enunciado pertence a uma formação discursiva, a regularidade dos
enunciados é definida por ela.
3. Chama-se de discurso um conjunto de enunciados quando eles se apoiam na
mesma formação discursiva, não sendo uma unidade retórica ou
formal, indefinidamente repetível e cujo aparecimento pode ser assinalado
na história.
4. A prática discursiva é um conjunto de regras anônimas, históricas,
determinadas no tempo e no espaço, que definiram em dada época e área
social as condições de exercício da função enunciativa .
RARIDADE, EXTERIORIDADE, ACÚMULO
A análise do discurso busca estabelecer uma lei de raridade:
• a raridade repousa no princípio de que nem tudo é sempre dito;
• os enunciados são estudados no limite que os separa do que não está dito, na instância
que os faz surgirem à exclusão de todos os outros e onde a formação discursiva é uma
distribuição de lacunas, de vazios, de ausências, de limites, de recortes;
• não se supõe que haja algo oculto sob enunciados manifestos; eles são analisados não
como estando no lugar de outros enunciados, pois cada enunciado ocupa um lugar que
pertence apenas a ele;
• ela explica que os enunciados não são uma transparência infinita, mas coisas que se
transmitem e se conservam que tem um valor que tentamos nos apropriar.
RARIDADE, EXTERIORIDADE, ACÚMULO
• analisar uma formação discursiva é procurar a lei de sua pobreza, medir e
determinar sua forma específica e pesar o valor dos enunciados.;
• o discurso deixa de ser o que é para a atitude exegética: tesouro inesgotável de
onde se podem tirar sempre as riquezas;
• a análise dos enunciados trata-os na exterioridade, ao contrário da descrição
histórica das coisas ditas, que se volta do exterior ao interior;
• pela exterioridade, a análise ocorre pela descontinuidade, apreendendo sua
irrupção no lugar e no momento de produção, reencontrando a incidência de
acontecimento;
• A exterioridade supõe que o campo dos enunciados seja aceito como local de
acontecimentos, regularidades, relacionamento, modificações determinadas, como
um domínio prático autônomo que pode se descrever em seu próprio nível.
RARIDADE, EXTERIORIDADE, ACÚMULO
A análise dos enunciados:
• está no nível do "diz-se“ - conjunto das coisas ditas, relações, regularidades e
transformações que podem receber o nome de um autor;
• leitura, traço, decifração, memória - termos que definem o sistema que permite arrancar
o discurso passado da inércia e reencontrar algo de sua vivacidade perdida;
• supõe que os enunciados sejam na remanência que lhes é própria, que se conservaram
graças a um certo número de suportes e técnicas materiais, segundo certos tipos de
instituições e com certas modalidades estatutárias;
• a remanência pertence ao enunciado; o esquecimento e a destruição são seu grau zero e
sob o fundo que ela constitui se desenrolam os jogos da memória e lembrança;
• supõe que se considerem os fenômenos da recorrência, pois ele compreende um campo
de elementos antecedentes em relação aos que se situa com o poder de reorganizar e
redistribuir segundo relações novas.
O A PRIORI HISTÓRICO E O ARQUIVO
• a positividade de um discurso caracteriza-lhe a unidade através do tempo e além
das obras individuais. Ela define um espaço limitado de comunicação, mas mais
extenso que o jogo das influências que pôde ser exercido de um autor a outro;
• toda a massa de textos de uma mesma formação discursiva comunica em seus
discursos pela forma da positividade, que desempenha o papel do que se poderia
chamar um a priori histórico - condição de realidade para enunciados;
• o discurso não tem apenas um sentido ou verdade, mas uma história que não o
reconduz às leis de um devir estranho; é um tipo de história que lhe pertence ,
mesmo em relação com outros tipos;
• a densidade das práticas discursivas tem sistemas que instauram os enunciados
como acontecimentos e coisas. São esses sistemas de enunciados que Foucault
chama de arquivo.
O A PRIORI HISTÓRICO E O ARQUIVO
O arquivo:
• inclui enunciados que tenham aparecido pelo jogo de relações que caracterizam
o nível discursivo, nascidos segundo regularidades específicas;
• é a lei do que pode ser dito, o sistema que rege o aparecimento dos enunciados como
acontecimentos singulares;
• agrupa as coisas ditas em figuras distintas, que se compõem segundo relações
múltiplas, que se mantenham ou esfumem por regularidades específicas;
• define, na raiz do enunciado-acontecimento e no corpo em que se dá, o sistema de
sua enunciabilidade;
• diferencia os discursos na existência múltipla e os especifica em duração própria;
• define uma prática que faz surgir uma multiplicidade de enunciados
como acontecimentos regulares e coisas oferecidas ao tratamento e à manipulação;
• entre a tradição e o esquecimento, faz surgir as regras de uma prática que permite aos
enunciados subsistirem e se modificarem regularmente - sistema geral da formação e
da transformação dos enunciados.
"A revelação, jamais acabada, jamais integralmente alcançada do arquivo, forma
o horizonte geral a que pertencem a descrição das formações discursivas, a
análise das positividades, a demarcação do campo enunciativo. O direito das
palavras - que não coincide com o dos filólogos - autoriza, pois, a dar a todas
essas pesquisas o título de arqueologia.
Esse termo não incita à busca de nenhum começo; não associa a análise a
nenhuma exploração ou sondagem geológica. Ele designa o tema geral de uma
descrição que interroga o já dito no nível de sua existência; da função
enunciativa que nele se exerce, da formação discursiva a que pertence, do
sistema geral de arquivo de que faz parte. A arqueologia descreve os
discursos como práticas especificadas no elemento do arquivo."
(FOUCAULT, p. 149)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Estruturalismo de saussure
Estruturalismo de saussureEstruturalismo de saussure
Estruturalismo de saussureRaquel Benaion
 
Introducao analise do discurso
Introducao  analise do discursoIntroducao  analise do discurso
Introducao analise do discursoAirton Ferreira
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAmábile Piacentine
 
Elementos da narrativa
Elementos da narrativaElementos da narrativa
Elementos da narrativaAna Castro
 
Gêneros no ensino de línguas Marcuschi
Gêneros no ensino de línguas   MarcuschiGêneros no ensino de línguas   Marcuschi
Gêneros no ensino de línguas MarcuschiMauro Toniolo Silva
 
Modelos de síntese
Modelos de sínteseModelos de síntese
Modelos de síntesedenisecgomes
 
Método Etnográfico
Método EtnográficoMétodo Etnográfico
Método EtnográficoAnita Rink
 
Pierre Bourdieu - O Poder Simbólico
Pierre Bourdieu - O Poder SimbólicoPierre Bourdieu - O Poder Simbólico
Pierre Bourdieu - O Poder SimbólicoZeca B.
 
Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani
Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval SavianiPedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani
Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval SavianiNatalia Ribeiro
 
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISA
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISAMÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISA
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISATecoluca Luiz
 
Estruturalismo
EstruturalismoEstruturalismo
Estruturalismomundissa
 

Mais procurados (20)

Estruturalismo de saussure
Estruturalismo de saussureEstruturalismo de saussure
Estruturalismo de saussure
 
Introducao analise do discurso
Introducao  analise do discursoIntroducao  analise do discurso
Introducao analise do discurso
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
 
Elementos da narrativa
Elementos da narrativaElementos da narrativa
Elementos da narrativa
 
Gramatica
GramaticaGramatica
Gramatica
 
Introdução à Linguística
Introdução à LinguísticaIntrodução à Linguística
Introdução à Linguística
 
Estruturalismo - Introdução à Linguística
Estruturalismo - Introdução à LinguísticaEstruturalismo - Introdução à Linguística
Estruturalismo - Introdução à Linguística
 
Resenha crítica
Resenha crítica Resenha crítica
Resenha crítica
 
Gêneros no ensino de línguas Marcuschi
Gêneros no ensino de línguas   MarcuschiGêneros no ensino de línguas   Marcuschi
Gêneros no ensino de línguas Marcuschi
 
Modelos de síntese
Modelos de sínteseModelos de síntese
Modelos de síntese
 
Tipologia textual
Tipologia textualTipologia textual
Tipologia textual
 
Método Etnográfico
Método EtnográficoMétodo Etnográfico
Método Etnográfico
 
Pierre Bourdieu - O Poder Simbólico
Pierre Bourdieu - O Poder SimbólicoPierre Bourdieu - O Poder Simbólico
Pierre Bourdieu - O Poder Simbólico
 
Gerativismo
GerativismoGerativismo
Gerativismo
 
Esquema Bakhtin
Esquema BakhtinEsquema Bakhtin
Esquema Bakhtin
 
Fundamentos da linguística
Fundamentos da linguísticaFundamentos da linguística
Fundamentos da linguística
 
Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani
Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval SavianiPedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani
Pedagogia Histórico-Crítica de Dermeval Saviani
 
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISA
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISAMÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISA
MÉTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS DE PESQUISA
 
Variação e Ensino de Língua Portuguesa
Variação e Ensino de Língua PortuguesaVariação e Ensino de Língua Portuguesa
Variação e Ensino de Língua Portuguesa
 
Estruturalismo
EstruturalismoEstruturalismo
Estruturalismo
 

Destaque

Cartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SP
Cartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SPCartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SP
Cartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SPErika Marion Robrahn-González
 
Palestra arqueologia
Palestra arqueologiaPalestra arqueologia
Palestra arqueologiaAd Junior
 
Foucault Noções gerais e sistematização de seu pensamento
Foucault   Noções gerais e sistematização de seu pensamentoFoucault   Noções gerais e sistematização de seu pensamento
Foucault Noções gerais e sistematização de seu pensamentoIvan Furmann
 
Aula 3 foucault
Aula 3   foucaultAula 3   foucault
Aula 3 foucaultJose Uchoa
 
Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do SaberFoucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do SaberTatiana Couto
 
Exercícios Espirituais da Antiguidade: Filosofia como modo de vida.
Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida.Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida.
Exercícios Espirituais da Antiguidade: Filosofia como modo de vida.Claiton Prinzo
 
Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1Karla Saraiva
 

Destaque (9)

Filosofia 31mp
Filosofia 31mpFilosofia 31mp
Filosofia 31mp
 
Cartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SP
Cartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SPCartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SP
Cartilha Patrimonial do Programa Embraport, Santos, SP
 
Palestra arqueologia
Palestra arqueologiaPalestra arqueologia
Palestra arqueologia
 
Foucault Noções gerais e sistematização de seu pensamento
Foucault   Noções gerais e sistematização de seu pensamentoFoucault   Noções gerais e sistematização de seu pensamento
Foucault Noções gerais e sistematização de seu pensamento
 
Pós modernismo gabriel z 34mp
Pós modernismo gabriel z 34mpPós modernismo gabriel z 34mp
Pós modernismo gabriel z 34mp
 
Aula 3 foucault
Aula 3   foucaultAula 3   foucault
Aula 3 foucault
 
Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do SaberFoucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
Foucault: Ordem do Discurso e Arqueologia do Saber
 
Exercícios Espirituais da Antiguidade: Filosofia como modo de vida.
Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida.Exercícios Espirituais da Antiguidade:   Filosofia como modo de vida.
Exercícios Espirituais da Antiguidade: Filosofia como modo de vida.
 
Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1Os três domínios na obra de michel foucault 1
Os três domínios na obra de michel foucault 1
 

Semelhante a Michel Foucault - A Arqueologia do Saber

Estetica da criacao_verbal
Estetica da criacao_verbalEstetica da criacao_verbal
Estetica da criacao_verbalKarina Reimberg
 
E book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubE book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubHilsa Mota
 
generos_textuais.ppt
generos_textuais.pptgeneros_textuais.ppt
generos_textuais.pptcaetano31
 
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)  A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro) Mabel Teixeira
 
HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...
HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...
HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...Denize Carneiro
 
Revel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbais
Revel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbaisRevel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbais
Revel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbaisEstrela da Manhã
 
Classe gramatical das palavras
Classe gramatical das palavrasClasse gramatical das palavras
Classe gramatical das palavrasCamila Rodrigues
 
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.ppt
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.pptINTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.ppt
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.pptAlexandreFerrari26
 
1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao
1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao
1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestaoswizzydejesus
 
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdfLuciane Lucyk
 
6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf
6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf
6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdfwallesonloureno
 
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escolaPNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escolaElieneDias
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoRose Moraes
 

Semelhante a Michel Foucault - A Arqueologia do Saber (20)

Estetica da criacao_verbal
Estetica da criacao_verbalEstetica da criacao_verbal
Estetica da criacao_verbal
 
Aula AD.pptx
Aula AD.pptxAula AD.pptx
Aula AD.pptx
 
E book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubE book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pub
 
generos_textuais.ppt
generos_textuais.pptgeneros_textuais.ppt
generos_textuais.ppt
 
generos_textuais.ppt
generos_textuais.pptgeneros_textuais.ppt
generos_textuais.ppt
 
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)  A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
A fala dos quartéis e as outras vozes (Resumo Livro)
 
Aula 01
Aula 01Aula 01
Aula 01
 
HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...
HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...
HOMENS QUE SÃO HOMENS NÃO CHORAM: A CONSTITUIÇÃO DISCURSIVA DA IDENTIDADE MAS...
 
Revel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbais
Revel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbaisRevel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbais
Revel 16 os_principios_organizadores_da_variedade_das_construcoes_verbais
 
Bakhtin simone
Bakhtin simoneBakhtin simone
Bakhtin simone
 
Classe gramatical das palavras
Classe gramatical das palavrasClasse gramatical das palavras
Classe gramatical das palavras
 
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.ppt
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.pptINTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.ppt
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DO DISCURSO.ppt
 
Marxismo e filosofia da linguagem
Marxismo e filosofia da linguagemMarxismo e filosofia da linguagem
Marxismo e filosofia da linguagem
 
Generos textuais
Generos textuais Generos textuais
Generos textuais
 
1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao
1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao
1663014648693.pptxmagicalconteudosdoanoqiestao
 
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
1 Funcionalismo linguístico explicação.pdf
 
Analise do discurso
Analise do discursoAnalise do discurso
Analise do discurso
 
6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf
6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf
6-bourdieu-a-economia-das-trocas-lingsitcas.pdf
 
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escolaPNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandão
 

Mais de Poliana Lopes

Da professora grávida ao professor barbudo - por Poliana Lopes
Da professora grávida ao professor barbudo - por Poliana LopesDa professora grávida ao professor barbudo - por Poliana Lopes
Da professora grávida ao professor barbudo - por Poliana LopesPoliana Lopes
 
Frio encanta, assusta e solidariza - por Poliana Lopes
Frio encanta, assusta e solidariza - por Poliana LopesFrio encanta, assusta e solidariza - por Poliana Lopes
Frio encanta, assusta e solidariza - por Poliana LopesPoliana Lopes
 
Linkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidades
Linkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidadesLinkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidades
Linkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidadesPoliana Lopes
 
A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...
A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...
A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...Poliana Lopes
 
Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...
Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...
Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...Poliana Lopes
 
Merchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturais
Merchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturaisMerchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturais
Merchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturaisPoliana Lopes
 
Voo baixo do Twitter
Voo baixo do TwitterVoo baixo do Twitter
Voo baixo do TwitterPoliana Lopes
 
Patrick Charaudeau - El discurso de la información
Patrick Charaudeau  - El discurso de la informaciónPatrick Charaudeau  - El discurso de la información
Patrick Charaudeau - El discurso de la informaciónPoliana Lopes
 
Como as redes vão interferir nesta eleição
Como as redes vão interferir nesta eleiçãoComo as redes vão interferir nesta eleição
Como as redes vão interferir nesta eleiçãoPoliana Lopes
 
Manipulados pela Internet
Manipulados pela InternetManipulados pela Internet
Manipulados pela InternetPoliana Lopes
 
entrevista Diário de Canoas
entrevista Diário de Canoasentrevista Diário de Canoas
entrevista Diário de CanoasPoliana Lopes
 
Comunicação, Marketing e Web 2.0
Comunicação, Marketing e Web 2.0Comunicação, Marketing e Web 2.0
Comunicação, Marketing e Web 2.0Poliana Lopes
 
Cultura de massa: que cultura? E que massa?
Cultura de massa: que cultura? E que massa?Cultura de massa: que cultura? E que massa?
Cultura de massa: que cultura? E que massa?Poliana Lopes
 
Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"
Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"
Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"Poliana Lopes
 
Youtube - agora na sua tv
Youtube - agora na sua tvYoutube - agora na sua tv
Youtube - agora na sua tvPoliana Lopes
 
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociaisComo fazer a sua marca ser amada nas redes sociais
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociaisPoliana Lopes
 
Eu sou fã da sua marca
Eu sou fã da sua marcaEu sou fã da sua marca
Eu sou fã da sua marcaPoliana Lopes
 
10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook spredfast
10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook   spredfast10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook   spredfast
10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook spredfastPoliana Lopes
 

Mais de Poliana Lopes (20)

Da professora grávida ao professor barbudo - por Poliana Lopes
Da professora grávida ao professor barbudo - por Poliana LopesDa professora grávida ao professor barbudo - por Poliana Lopes
Da professora grávida ao professor barbudo - por Poliana Lopes
 
Frio encanta, assusta e solidariza - por Poliana Lopes
Frio encanta, assusta e solidariza - por Poliana LopesFrio encanta, assusta e solidariza - por Poliana Lopes
Frio encanta, assusta e solidariza - por Poliana Lopes
 
Linkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidades
Linkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidadesLinkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidades
Linkedin na Prática: conexão, colaboração e possibilidades
 
A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...
A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...
A Relação entre Texto e Imagem nos Tweets Jornalísticos da @folha: uma Anális...
 
Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...
Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...
Liberte seu beijo: análise semiótica da campanha da @closeupbrasil para o Dia...
 
Merchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturais
Merchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturaisMerchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturais
Merchandising social nas novelas: comunicação, ficção e valores socioculturais
 
Voo baixo do Twitter
Voo baixo do TwitterVoo baixo do Twitter
Voo baixo do Twitter
 
Patrick Charaudeau - El discurso de la información
Patrick Charaudeau  - El discurso de la informaciónPatrick Charaudeau  - El discurso de la información
Patrick Charaudeau - El discurso de la información
 
Marketing Esportivo
Marketing EsportivoMarketing Esportivo
Marketing Esportivo
 
Como as redes vão interferir nesta eleição
Como as redes vão interferir nesta eleiçãoComo as redes vão interferir nesta eleição
Como as redes vão interferir nesta eleição
 
Manipulados pela Internet
Manipulados pela InternetManipulados pela Internet
Manipulados pela Internet
 
entrevista Diário de Canoas
entrevista Diário de Canoasentrevista Diário de Canoas
entrevista Diário de Canoas
 
Comunicação, Marketing e Web 2.0
Comunicação, Marketing e Web 2.0Comunicação, Marketing e Web 2.0
Comunicação, Marketing e Web 2.0
 
Cultura de massa: que cultura? E que massa?
Cultura de massa: que cultura? E que massa?Cultura de massa: que cultura? E que massa?
Cultura de massa: que cultura? E que massa?
 
Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"
Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"
Palestra "Eu não trabalho. Passo o dia inteiro no Facebook!"
 
Revista Conexão
Revista ConexãoRevista Conexão
Revista Conexão
 
Youtube - agora na sua tv
Youtube - agora na sua tvYoutube - agora na sua tv
Youtube - agora na sua tv
 
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociaisComo fazer a sua marca ser amada nas redes sociais
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais
 
Eu sou fã da sua marca
Eu sou fã da sua marcaEu sou fã da sua marca
Eu sou fã da sua marca
 
10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook spredfast
10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook   spredfast10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook   spredfast
10 dicas para produzir conteúdo para o Facebook spredfast
 

Último

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 anoandrealeitetorres
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 

Último (20)

LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 

Michel Foucault - A Arqueologia do Saber

  • 1. O ENUNCIADO E O ARQUIVO DOUTORADO EM PROCESSOS E MANIFESTAÇÕES CULTURAIS ESTUDOS DO DISCURSO E PROCESSOS COMUNICACIONAIS POLIANA LOPES 2015/1
  • 2. • à primeira vista, ele aparece como um elemento último, indescomponível, suscetível de ser isolado em si mesmo e capaz de entrar em um jogo de relações com outros elementos semelhantes a ele – como um átomo do discurso ; "Ninguém ouviu" X “É verdade que ninguém ouviu" • duas proposições que dizem a mesma coisa não são dois enunciados iguais; elas não são equivalentes nem intercambiáveis, não estão no mesmo lugar no plano do discurso, não pertencem exatamente ao mesmo grupo de enunciados . "Os critérios que permitem definir a identidade de uma proposição, distinguir várias delas sob a unidade de uma formulação, caracterizar sua autonomia ou sua propriedade de ser completa, não servem para descrever a unidade singular de um enunciado." p.92 DEFINIR O ENUNCIADO
  • 3. O ENUNCIADO • pode ser reconhecido em uma frase gramaticalmente isolável; • não corresponde à estrutura linguística da frase – desconstrução ; • existe quando se pode reconhecer e isolar um ato de formulação, quando descreve-se a operação que foi efetuada pela própria fórmula, em sua emergência - promessa, decreto, ordem; Nos três casos (a partir da gramática, lógica e análise), o enunciado não é compreendido em toda sua extensão, porque encontramos enunciados: • sem estrutura proposicional legítima; • onde não se reconhece nenhuma frase; • em maior quantidade do que os atos ilocutórios que se pode isolar.
  • 4. • a língua jamais se apresenta em si mesma e em sua totalidade; • os signos que constituem seus elementos são formas que se impõem aos enunciados e que os regem do interior; • sem enunciados, a língua não existiria - mas nenhum enunciado é indispensável à existência da língua; • língua e enunciado não estão no mesmo nível de existência. O ENUNCIADO E A LÍNGUA Não é preciso uma construção linguística para formar um enunciado, mas não basta uma realização material de elementos linguísticos ou qualquer emergência de signos no tempo e no espaço.
  • 5. A FUNÇÃO ENUNCIATIVA • uma série de signos se torna um enunciado quando tem com "outra coisa" uma relação específica que se refira a ela mesma - e não a sua causa ou elementos; • a relação entre o enunciado e o que ele enuncia não é a relação entre proposição e referente ou entre a frase e seu sentido; • a ausência de referente é o correlato do enunciado, aquilo a que se refere, seu "tema“; • o referencial do enunciado define as possibilidades de aparecimento e delimitação do que dá à frase seu sentido, à proposição seu valor de verdade. Esse conjunto caracteriza o nível enunciativo da formulação.
  • 6. A FUNÇÃO ENUNCIATIVA • o enunciado se distingue por manter com o sujeito um relação determinada; • o sujeito não é necessariamente o autor da formulação. Este lugar pode ser ocupado por indivíduos diferentes e é variável o bastante para manter-se idêntico a si mesmo através de várias frases – ou para se modificar a cada uma; • esse lugar do “autor” é uma dimensão que caracteriza toda formação enquanto enunciado e constitui um dos traços que pertencem à função enunciativa e permitem descreve-la; • descrever essa formulação enquanto enunciado é determinar qual é a posição que o indivíduo pode e deve ocupar para ser o sujeito.
  • 7. A FUNÇÃO ENUNCIATIVA • para ser tratar de um enunciado, uma frase precisa ser relacionada com um campo adjacente; • o enunciado tem margens povoadas de outros enunciados, as quais o tornam possível – margens não são o contexto; • uma sequência de elementos linguísticos só é enunciado quando imersa em um campo enunciativo em que apareça como elemento singular; • há sempre um enunciado fazendo parte de uma série ou conjunto, desempenhando um papel no meio dos outros, neles se apoiando e deles se distinguindo; • ele supõe outros, tem um campo de coexistências, efeitos de séries e de sucessão, uma distribuição de funções e de papeis. •
  • 8. A FUNÇÃO ENUNCIATIVA • o enunciado deve ter existência material ; é, em parte, constituído por ela ; • ele precisa de um suporte, um lugar e uma data. Se os requisitos mudam, ele muda de identidade; • a enunciação é um acontecimento que não se repete, é situada e datada; o enunciado pode ser repetido apesar da materialidade; • a identidade do enunciado está submetida aos limites impostos pelo conjunto dos outros enunciados em que figura - a frase “A terra é redonda." é enunciados diferentes antes e depois de Copérnico; • Um discurso e sua tradução simultânea são um único e mesmo enunciado, em formas linguísticas diferentes - o conteúdo informativo e as possibilidades de uso são as mesmas.
  • 9. A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS Fixar o vocabulário • performance linguística: conjunto de signos produzidos a partir de uma língua natural; • formulação: ato que faz surgir, em um material qualquer e segundo uma forma determinada, esse grupo de signos; • frase ou proposição: unidades que a gramática ou a lógica podem reconhecer em um conjunto de signos; • enunciado: modalidade de existência própria desse conjunto de signos, que lhe permite ser algo diferente do uma série de traços e estar dotado de uma materialidade repetível; • - discurso: constituído por um conjunto de sequência de signos, enquanto enunciados - a lei de tal série é a formação discursiva. Ou seja, é o conjunto de enunciados que se apoia em um mesmo sistema de formação; • descrever um enunciado é definir as condições nas quais se realizou a função que deu origem a uma série de signos uma existência específica.
  • 10. O enunciado é não oculto: • caracterizada pela existência de um conjunto de signos produzidos, a análise enunciativa só pode se referir a análise de performances verbais realizadas; • a análise enunciativa é uma análise histórica fora de qualquer interpretação, que pergunta como as coisas existem, o que significa para elas sua manifestação; • dificuldade: as coisas são ditas por outras ou são esquecidas - não afeta o enunciado como definido por Foucault; • a polissemia se refere a uma frase ou proposição - que podem ter significações diversas - sobre um base enunciativa que permanece idêntica. A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS O enunciado é não visível: • o nível enunciativo está dentro das frases e proposições; • a estrutura significante da linguagem remete sempre a outra coisa, ao ausente, longínquo; • o enunciado é suposto por outras análises da linguagem sem que elas tenham que mostra-lo; • considerar os enunciados em si mesmos é tentar torna visível e analisável a transparência que constitui o elemento de sua possibilidade. • a linguagem, na instância de seu aparecimento e modo de ser, é o enunciado e como tal se apoia em uma descrição nem transcendental nem antropológica.
  • 11. Ajustes da descrição dos enunciados à análise das formações discursivas: • organizar o domínio dos enunciados, seu princípio de agrupamentos, unidades históricas que podem constituir e os métodos que permitem descreve-los; • as dimensões próprias do enunciado são usadas na demarcação das formações discursivas; • a formação discursiva constitui grupos de enunciados, conjuntos de performances verbais que não estão ligadas entre si por laços gramaticais (frases), lógicos (proposições) ou psicológicos (formulações) - mas ligados no nível dos enunciados; • descrever enunciados é tentar revelar o que se poderá individualizar como formação discursiva - que é o sistema enunciativo geral ao que obedece um grupo de performances verbais. A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS
  • 12. A DESCRIÇÃO DOS ENUNCIADOS 1. A demarcação das formações discursivas revela o nível específico do enunciado - a descrição dos enunciados conduz à individualização das formações discursivas. 2. Um enunciado pertence a uma formação discursiva, a regularidade dos enunciados é definida por ela. 3. Chama-se de discurso um conjunto de enunciados quando eles se apoiam na mesma formação discursiva, não sendo uma unidade retórica ou formal, indefinidamente repetível e cujo aparecimento pode ser assinalado na história. 4. A prática discursiva é um conjunto de regras anônimas, históricas, determinadas no tempo e no espaço, que definiram em dada época e área social as condições de exercício da função enunciativa .
  • 13. RARIDADE, EXTERIORIDADE, ACÚMULO A análise do discurso busca estabelecer uma lei de raridade: • a raridade repousa no princípio de que nem tudo é sempre dito; • os enunciados são estudados no limite que os separa do que não está dito, na instância que os faz surgirem à exclusão de todos os outros e onde a formação discursiva é uma distribuição de lacunas, de vazios, de ausências, de limites, de recortes; • não se supõe que haja algo oculto sob enunciados manifestos; eles são analisados não como estando no lugar de outros enunciados, pois cada enunciado ocupa um lugar que pertence apenas a ele; • ela explica que os enunciados não são uma transparência infinita, mas coisas que se transmitem e se conservam que tem um valor que tentamos nos apropriar.
  • 14. RARIDADE, EXTERIORIDADE, ACÚMULO • analisar uma formação discursiva é procurar a lei de sua pobreza, medir e determinar sua forma específica e pesar o valor dos enunciados.; • o discurso deixa de ser o que é para a atitude exegética: tesouro inesgotável de onde se podem tirar sempre as riquezas; • a análise dos enunciados trata-os na exterioridade, ao contrário da descrição histórica das coisas ditas, que se volta do exterior ao interior; • pela exterioridade, a análise ocorre pela descontinuidade, apreendendo sua irrupção no lugar e no momento de produção, reencontrando a incidência de acontecimento; • A exterioridade supõe que o campo dos enunciados seja aceito como local de acontecimentos, regularidades, relacionamento, modificações determinadas, como um domínio prático autônomo que pode se descrever em seu próprio nível.
  • 15. RARIDADE, EXTERIORIDADE, ACÚMULO A análise dos enunciados: • está no nível do "diz-se“ - conjunto das coisas ditas, relações, regularidades e transformações que podem receber o nome de um autor; • leitura, traço, decifração, memória - termos que definem o sistema que permite arrancar o discurso passado da inércia e reencontrar algo de sua vivacidade perdida; • supõe que os enunciados sejam na remanência que lhes é própria, que se conservaram graças a um certo número de suportes e técnicas materiais, segundo certos tipos de instituições e com certas modalidades estatutárias; • a remanência pertence ao enunciado; o esquecimento e a destruição são seu grau zero e sob o fundo que ela constitui se desenrolam os jogos da memória e lembrança; • supõe que se considerem os fenômenos da recorrência, pois ele compreende um campo de elementos antecedentes em relação aos que se situa com o poder de reorganizar e redistribuir segundo relações novas.
  • 16. O A PRIORI HISTÓRICO E O ARQUIVO • a positividade de um discurso caracteriza-lhe a unidade através do tempo e além das obras individuais. Ela define um espaço limitado de comunicação, mas mais extenso que o jogo das influências que pôde ser exercido de um autor a outro; • toda a massa de textos de uma mesma formação discursiva comunica em seus discursos pela forma da positividade, que desempenha o papel do que se poderia chamar um a priori histórico - condição de realidade para enunciados; • o discurso não tem apenas um sentido ou verdade, mas uma história que não o reconduz às leis de um devir estranho; é um tipo de história que lhe pertence , mesmo em relação com outros tipos; • a densidade das práticas discursivas tem sistemas que instauram os enunciados como acontecimentos e coisas. São esses sistemas de enunciados que Foucault chama de arquivo.
  • 17. O A PRIORI HISTÓRICO E O ARQUIVO O arquivo: • inclui enunciados que tenham aparecido pelo jogo de relações que caracterizam o nível discursivo, nascidos segundo regularidades específicas; • é a lei do que pode ser dito, o sistema que rege o aparecimento dos enunciados como acontecimentos singulares; • agrupa as coisas ditas em figuras distintas, que se compõem segundo relações múltiplas, que se mantenham ou esfumem por regularidades específicas; • define, na raiz do enunciado-acontecimento e no corpo em que se dá, o sistema de sua enunciabilidade; • diferencia os discursos na existência múltipla e os especifica em duração própria; • define uma prática que faz surgir uma multiplicidade de enunciados como acontecimentos regulares e coisas oferecidas ao tratamento e à manipulação; • entre a tradição e o esquecimento, faz surgir as regras de uma prática que permite aos enunciados subsistirem e se modificarem regularmente - sistema geral da formação e da transformação dos enunciados.
  • 18. "A revelação, jamais acabada, jamais integralmente alcançada do arquivo, forma o horizonte geral a que pertencem a descrição das formações discursivas, a análise das positividades, a demarcação do campo enunciativo. O direito das palavras - que não coincide com o dos filólogos - autoriza, pois, a dar a todas essas pesquisas o título de arqueologia. Esse termo não incita à busca de nenhum começo; não associa a análise a nenhuma exploração ou sondagem geológica. Ele designa o tema geral de uma descrição que interroga o já dito no nível de sua existência; da função enunciativa que nele se exerce, da formação discursiva a que pertence, do sistema geral de arquivo de que faz parte. A arqueologia descreve os discursos como práticas especificadas no elemento do arquivo." (FOUCAULT, p. 149)