1) O documento discute como Satanás tentou introduzir desunião na igreja primitiva despertando suspeitas entre os membros.
2) Argumenta que os cristãos devem deixar de lado maus hábitos como inveja, suspeitas e fofocas se quiserem alcançar a vida eterna.
3) Adverte sobre os perigos de se espalhar descontentamento e críticas sobre instituições religiosas baseadas em versões unilaterais dos fatos.
2. 1| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
VANS SUSPEITAS
O coração daqueles que se converteram mediante o trabalho dos
apóstolos, abrandou-se e uniu-se pelo amor cristão. A despeito de
preconceitos anteriores, todos estavam em harmonia uns com os outros.
Satanás sabia que, enquanto esta união continuasse a existir, ele seria
impotente para deter o progresso da verdade evangélica; e procurou
tirar vantagem de anteriores hábitos de pensar, na esperança de que
por este meio pudesse introduzir na igreja elementos de desunião.
Assim aconteceu que, aumentando o número dos discípulos,
o inimigo conseguiu despertar suspeitas de alguns que
antigamente tinham tido o hábito de olhar com ciúme a seus
irmãos na fé, e descobrir defeitos em seus guias espirituais; e,
desta maneira, "houve uma murmuração dos gregos contra os
hebreus". Atos 6:1. A causa da queixa foi a negligência que se
alegava na distribuição diária de auxílio às viúvas gregas. Qualquer
desigualdade seria contrária ao espírito do evangelho, contudo
Satanás conseguira despertar a suspeita. Dever-se-iam agora tomar
medidas imediatas para remover todo o motivo de
descontentamento, para que não acontecesse triunfar o inimigo em
seus esforços de acarretar divisão entre os crentes. (AA, 88)
Na epístola aos hebreus se salienta a inteireza de propósito que
deve caracterizar a carreira do cristão para a vida eterna: "Deixemos
todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e
corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando
para Jesus, autor e consumador da fé." Heb. 12:1 e 2. Inveja,
malícia, ruins suspeitas, maledicências, cobiça - são embaraços
que o cristão deve pôr de lado, se quiser correr com êxito a carreira
para a imortalidade. Cada hábito ou prática que conduz ao pecado e
leva a desonra a Cristo, precisa ser posto de lado, seja qual for o
sacrifício. A bênção do Céu não pode acompanhar qualquer homem em
violação dos eternos princípios de justiça. Um pecado acariciado é
bastante para promover a degradação do caráter e desviar a outros.
3. A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s |2
"Se a tua mão te escandalizar", disse o Salvador, "corta-a; melhor é
para ti entrares na vida aleijado, do que, tendo duas mãos, ires para o
inferno, para o fogo que nunca se apaga; e, se o teu pé te escandalizar,
corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida, do que, tendo dois pés
seres lançado no inferno." Mar. 9:43-45. Se para salvar o corpo da
morte, o pé ou a mão devem ser cortados, ou mesmo o olho
arrancado, quão mais pressuroso deveria ser o cristão em afastar o
pecado que leva morte à alma!
Os competidores nos antigos jogos, depois de se haverem
submetido à renúncia e rígida disciplina, não estavam ainda assim
seguros da vitória. "Não sabeis vós", pergunta Paulo, "que os que
correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o
prêmio?" I Cor. 9:24. Não importa com quanto entusiasmo e ardor
tivessem corrido os competidores, o prêmio seria apenas de um. A mão
de um apenas agarraria o cobiçado galardão. Alguns podiam dedicar
supremo esforço para obter o prêmio, mas ao estenderem a mão para
apanhá-lo, outro, um instante antes dele, poderia arrebatar-lhe o
cobiçado tesouro.
Tal não é o caso na milícia cristã. Ninguém que se submete às
condições ficará desapontado ao fim da carreira. Ninguém que seja
fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos
ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos,
bem como o mais forte, podem alcançar a coroa de glória imortal.
Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a
vida em conformidade com a vontade de Cristo. A prática, nos
pormenores da vida, dos princípios estabelecidos pela Palavra de Deus,
é não raro olhada como coisa sem importância - assunto por demais
trivial para que se lhe dê atenção. Mas considerando o que está em
jogo, nada é pequeno quando ajuda ou estorva. Cada ato acrescenta
seu peso na balança que determina a vitória ou fracasso na vida. E a
recompensa dada aos que triunfam será proporcional à energia e fervor
com que lutaram.
O apóstolo se compara a uma pessoa disputando uma carreira,
esforçando cada nervo para alcançar o prêmio. "Pois eu assim
corro", diz ele, "não como a coisa incerta; assim combato, não
como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à
servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de
4. 3| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
alguma maneira a ficar reprovado." I Cor. 9:27. Para que não viesse a
correr incertamente ou a esmo na carreira cristã, Paulo se submetia a
severo exercício. As palavras "subjugo o meu corpo", literalmente
significam repelir por severa disciplina os desejos, os impulsos e as
paixões.
Paulo temia que, tendo pregado a outros, viesse ele próprio a ficar
reprovado. Ele compreendia que se não praticasse na vida os princípios
em que cria e que pregava, seu trabalho em favor de outros em nada
lhe aproveitaria. Sua conversação, sua influência, sua recusa de render-
se à satisfação própria, deviam mostrar que sua religião não era mera
profissão mas um viver diário em ligação com Deus. Um alvo mantinha
ele sempre diante de si, e lutava fervorosamente por alcançá-lo - "a
justiça que vem de Deus pela fé". Filip. 3:9.
Paulo sabia que sua batalha contra o mal não terminaria enquanto
ele tivesse vida. Sempre sentia a necessidade de colocar estrita guarda
sobre si mesmo, para que os desejos terrestres não lograssem minar
seu zelo espiritual. Com todas as suas forças continuava a lutar contra
as inclinações naturais. Sempre mantinha diante de si o ideal a ser
alcançado, e esse ideal procurava ele alcançar mediante voluntária
obediência à lei de Deus. Suas palavras, atos e paixões - tudo era posto
sob o controle do Espírito de Deus.
Era esta inteireza de propósitos para vencer na carreira pela vida
eterna que Paulo ansiava ver revelada na vida dos crentes coríntios. Ele
sabia que para alcançarem o ideal de Cristo, tinham eles diante de si
uma luta vitalícia na qual não haveria tréguas. Insistia com eles para
que porfiassem lealmente, buscando dia a dia a piedade e a excelência
moral. Suplicava-lhes para porem de lado todo embaraço, e a
prosseguir rumo ao alvo da perfeição em Cristo. (AA, 313-315)
Nossos irmãos e irmãs de outras partes devem sentir o dever que
lhes cumpre de manter esta instituição idealizada por Deus. Alguns dos
alunos voltam para casa murmurando e queixando-se, e os pais e os
membros da igreja dão ouvidos às declarações exageradas, unilaterais.
Bem fariam em considerar que a história tem dois lados; no entanto,
permitem que essas informações truncadas criem uma barreira entre
eles e o colégio. Começam então a manifestar temores, dúvidas e
suspeitas quanto à maneira por que o colégio está sendo dirigido. Tal
5. A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s |4
influência produz grande dano. As palavras de descontentamento
propagam-se como uma doença contagiosa, e a impressão causada
sobre o espírito de outros dificilmente se apagará. A história avoluma-se
a cada repetição, chegando a gigantescas proporções, podendo se
verificar que não houve falta da parte dos professores ou mestres. Estes
cumpriram apenas seu dever em fazer vigorar os regulamentos da
escola, o que se deve fazer, do contrário a escola ficará desmoralizada.
Nem sempre os pais procedem com prudência. Muitos são
demasiado exigentes no desejar levar outros a participarem de suas
idéias, e tornam-se impacientes e ofensivos se o não conseguem;
quando, porém, é exigido de seus filhos que observem as regras e
regulamentos da escola, e eles se zangam diante da necessária
restrição, com freqüência os pais, que professam amar e temer a Deus,
unem-se aos filhos em vez de reprová-los e corrigir-lhes as faltas. Isto se
demonstra muitas vezes o ponto decisivo no caráter desses filhos.
Ordens e regras são quebradas, a disciplina é pisada a pés. Os filhos
desprezam a restrição, sendo-lhes permitido falar com desrespeito das
instituições de Battle Creek. Se tão-somente os pais refletissem, veriam
os maus resultados da orientação que estão seguindo. Seria na verdade
coisa maravilhosa se, numa escola de quatrocentos alunos, dirigida por
homens e mulheres sujeitos às fraquezas da humanidade, tudo fosse
tão perfeito, tão exato, que desafiasse a crítica.
Caso os pais se colocassem na posição dos professores, e vissem
quão difícil é o administrar e disciplinar uma escola de centenas de
alunos de todas as séries e de todos os feitios mentais, talvez com
reflexão, vissem diversamente os fatos. Cumpre-lhes considerar que
alguns filhos nunca receberam disciplina em casa. Tendo sido sempre
tratados complacentemente, sem nunca serem treinados na obediência,
ser-lhes-ia grandemente proveitoso serem afastados dos pouco
prudentes pais, e colocados sob regulamentos e exercícios tão
rigorosos como os que regem os soldados num exército. A menos que
se faça algo por esses filhos tão negligenciados por pais infiéis, eles
jamais poderão ser aceitos por Jesus; a menos que sejam controlados
por algum poder, virão a ser de nenhum préstimo nesta vida, e não
terão parte na futura. (Ed, 43-44)
Prezados irmãos: Aqueles que se acham em posição de
responsabilidade na Obra de Deus são representados como vigias
6. 5| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
sobre os muros de Sião. Deus lhes pede que façam soar um alarme no
meio do povo. Fazei com que ele seja ouvido com toda a clareza. O dia
da calamidade, da assolação e da destruição está impendente sobre
todos os que fizeram injustiça. Com especial rigor a mão do Senhor
descerá sobre os vigias que deixaram de expor perante o povo em
linhas claras a sua obrigação para com Aquele que é seu proprietário
pela criação e pela redenção.
Meus irmãos, o Senhor vos pede que examineis rigorosamente o
coração. Pede Ele que aformoseeis a verdade em vosso viver diário, e
em todo o vosso trato uns com os outros. Requer de vós uma fé que
opere por amor e purifique a alma. É perigoso brincardes com os
sagrados reclamos da consciência; perigoso dardes um exemplo que
leve os outros numa direção errada.
Devem os cristãos levar consigo, por onde quer que forem, a
doce fragrância da justiça de Cristo, mostrando que estão
concordando com o convite: "Aprendei de Mim, que sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma."
Mat. 11:29. Estais vós aprendendo diariamente na escola de Cristo -
aprendendo a pôr de lado as dúvidas e suspeitas malignas; aprendendo
a ser agradáveis e nobres em vosso trato com vossos irmãos, por amor
de vós mesmos e de Cristo? (CSS, 355)
Nas atividades do povo de Deus, sempre houve tempos de prova e
teste, e Deus não determinou que protegêssemos homens, mulheres e
jovens das vicissitudes que provam o caráter. Deus revelará sua
atuação e concederá Seus atributos às pessoas humildes que O
buscam. Satanás também revelará suas operações e concederá a cada
pessoa que ele tenta os seus atributos, suas malignas suspeitas, suas
palavras más e acusadoras contra os irmãos.
A partir desse estado de coisas, o Senhor não poderá
possivelmente proteger aqueles que se colocam ao lado do
inimigo, pois Ele não compele a mente humana. Concede Seus
brilhantes raios de luz como uma lâmpada para guiar e conduzir
todos os que andam nos raios que dEle procedem. Essa lâmpada,
a Sua Palavra, é luz para nossos pés. Mas se as pessoas
desprezam o caminho iluminado pelos raios celestes e escolhem
um caminho que venha ao encontro de seu coração natural,
7. A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s |6
tropeçarão nas trevas, sem saber onde tropeçam ou por quê.
Acusarão e odiarão as próprias pessoas que fizeram caminho reto
para seus pés.
A história de Caim e Abel repetir-se-á. Caim insistiu em levar avante
seus próprios planos relativos à oferta ao Senhor. Abel foi firme em
obedecer às orientações de Deus. Não se converteria aos caminhos de
Caim. Conquanto fosse muito aceitável a oferta de Caim, aquilo que
mais se exigia - o sangue do cordeiro morto - fora deixado fora. Não
podia haver harmonia alguma entre os dois irmãos, e a contenda
sobreviria. Abel não poderia concordar com Caim sem sentir-se culpado
de desobediência às ordens especiais de Deus. ...
O Senhor agradou-Se da oferta de Abel porque era correta. Aquela
oferta era valiosa porque prefigurava o plano da redenção de Deus no
custoso oferecimento de Seu Filho unigênito como a esperança de
salvação da raça caída.
Caim ficou encolerizado quando Deus aceitou a oferta de Abel e
não deu sinal de ter reconhecido a sua, porque ela deixara de fora a
verdadeira figura, a representação do Redentor do mundo. Mas o
Senhor não desistiria de Seu caminho e vontade para apaziguar Caim.
Arrazoou com ele: "Por que andas irado, e por que descaiu o teu
semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se,
todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta." Carta 16, 1897.
(MM, CT, 36)
"Que pensais vós do Cristo?" O que é Ele para vocês
pessoalmente? Está sua fé centralizada nEle como seu Redentor?
Crêem vocês que Ele os salva do pecado, que lhes imputa a Sua
justiça?
"O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens
amaram mais as trevas do que a luz." João 3:19. Eles não virão para a
luz por temor de que seus atos sejam reprovados. Essa é a posição
assumida por muitos. Seus nomes estão nos livros da igreja. Observam
uma série de cerimônias, mas não amam a verdade. Sentem-se
satisfeitos em permanecer à porta. Não se empenham por entrar na
presença de Cristo, em participar com Ele da glória de Sua régia vida.
Seu caráter não se harmoniza com a verdade. Não possuem a fé que
opera pelo amor e purifica a alma. Palavras más, ruins suspeitas, atos
8. 7| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
desonestos lançam uma escura sombra que lhes atravessa o caminho.
Sua fé submerge nessa vergonhosa sombra e eles sentem que estão
separados de Cristo. Há um aguilhão na consciência, uma condenação
na vida. Sentem o desejo de esconder-se de Deus. A luz veio ao
mundo, mas eles amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas
obras eram más. ...
Chegou o tempo em que é de nosso eterno interesse crer em
Cristo. Ele é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Diz
Ele: "Também no coração lhas inscreverei [Minhas leis]." Jer.
31:33. Ele criará, naqueles que forem a Ele com fé, um divino
princípio de santidade, que governará a alma, iluminando o
entendimento e cativando as afeições. ...
Que convite! Foi esse convite que estendeu Ele a Enoque antes que
o mundo fosse destruído pelo Dilúvio. ... Cristo foi tão verdadeiramente o
Salvador de Enoque como é nosso Salvador, e em Seu poder, a
despeito da corrupção daquela época degenerada, aperfeiçoou Enoque
um caráter cristão.
A voz que nos diz: "Quem Me segue não andará nas trevas" (João
8:12), disse as mesmas palavras a Enoque, assegurando-lhe que, se
seguisse o Salvador, não andaria nas trevas da ignorância.
O Senhor instruiu Enoque e tornou-o Seu atalaia. Foi ele uma fiel
testemunha de Deus. Advertiu os habitantes do mundo antigo a não
seguirem o exemplo dos adoradores de Caim, mas a servirem o Deus
vivo. Manuscrito 13, 1899. (MM, CT, 52)
Era o poderoso Conselheiro que se encontrava encoberto na coluna
de nuvem e fogo, e que contemplava o acampamento de Seu povo. Era
Ele quem os corrigia em seus maus caminhos e os animava a confiar
em que o Deus vivo os conduziria com segurança à Terra Prometida.
Estavam eles continuamente sob o olhar dAquele que nunca dorme
nem dormita, e ainda assim murmuravam contra Moisés, o homem a
quem Deus indicara como seu líder visível, e com quem Jesus Cristo
conversava face a face, como um homem fala com seu amigo. A
despeito do fato de que o Senhor operava por meio de Seu servo
Moisés, quando o inimigo os tentou com ruins suspeitas, inveja e
críticas, não resistiram e deixaram de permanecer firmes pelos
princípios.
9. A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s |8
Mas seu fracasso é explicado pela Palavra Inspirada, e é dada uma
advertência a nós outros, sobre quem os fins dos séculos têm chegado,
para que não caiamos também após o mesmo exemplo de
incredulidade. ... Os filhos de Israel caíram sob o poder do inimigo ao
acalentarem um perverso coração de incredulidade, afastando-se do
Deus vivo, e quando foram achados ao lado do inimigo, ele obteve
vantagem, tornando-os aliados seus ao extremo. O pecado da
incredulidade, pelo qual foi destruída sua confiança no Filho de Deus,
desencaminhou Israel. No exato momento em que deveriam estar
louvando a Deus e exaltando o nome do Senhor, falando de Sua
bondade, contando de Seu poder, foram achados na descrença e
cheios de murmurações e queixas. O enganador estava procurando por
todos os meios possíveis semear discórdia entre eles, criar inveja e ódio
em seus corações contra Moisés e suscitar rebelião contra Deus. Ao
darem ouvidos à voz do grande enganador, foram levados à aflição,
prova e destruição. Manuscrito 65, 1895 (Signs of the Times, 25 de abril
de 1895). (MM, CT, 107)
Foi-me mostrado que os médicos e auxiliares devem ser da mais
alta ordem - pessoas que tenham um conhecimento experimental da
verdade, que imponham respeito, e em cuja palavra se possa confiar.
Devem ser pessoas que não possuam imaginação doentia, que
tenham perfeito domínio próprio, que não sejam caprichosas ou
inconstantes, que sejam destituídas de ciúmes e de ruins
suspeitas; pessoas que tenham um poder de vontade que não se
renda a pequenas indisposições, que sejam livres de preconceito,
que não pensem mal, que reflitam e ajam calma e atenciosamente,
tendo sempre em vista a glória de Deus e o bem dos outros. Jamais
deve alguém ser exaltado a uma posição de responsabilidade
simplesmente pelo fato de desejá-la. Devem-se escolher unicamente
aqueles que estão qualificados para a posição. Os que devem assumir
responsabilidades precisam ser primeiro provados e dar evidência de
que são isentos de inveja, de que não tomam antipatia a esta ou aquela
pessoa, ao passo que têm alguns amigos favoritos e não fazem nenhum
caso de outros. Praza a Deus que todos possam agir de maneira correta
nessa instituição. Testimonies, vol. 1, pág. 567. (CSS, 373)
O homem em paz com Deus e com seu semelhante não pode ser
miserável. A inveja não estará em seu coração; a suspeita do mal não
encontrará guarida nele; o ódio não pode nele existir. O coração em
10. 9| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
harmonia com Deus eleva-se acima dos preconceitos e provações desta
vida. Testimonies, vol. 5, pág. 488.
O que Satanás planta no coração - ruins suspeitas, inveja,
ciúmes, maledicência, impaciência, preconceito, egoísmo e cobiça
- devem ser desarraigados. Se se permite que essas más
qualidades permaneçam na alma, produzirão frutos pelos quais
muitos serão corrompidos. Oh, quantos cultivam as venenosas
plantas que matam os preciosos frutos do amor e debilitam a alma!
O Lar Adventista, pág. 196.
Unicamente o amor que origina-se no coração de Cristo, pode curar.
Unicamente Aquele, em quem flui esse amor, assim como faz a seiva
na árvore e o sangue no corpo, poderá restaurar o coração ferido.
O poder do amor possui força maravilhosa, porquanto é divino. "A
resposta branda desvia o furor" (Prov. 15:1), "o amor é paciente, é
benigno" (I Cor. 13:4); "o amor cobre multidão de pecados" (I Ped. 4:8) -
sim, se aprendêssemos nessas lições, quão grande não seria o poder
para curar de que seríamos dotados! Como se transformaria a vida, e a
Terra se tornaria a própria semelhança e antegozo do Céu! (Educação,
pág. 114.)
Existe no homem a disposição de se estimar em mais alta conta do
que a seu irmão, de trabalhar para si mesmo, de procurar o mais alto
lugar; e muitas vezes isso dá em resultado ruins suspeitas e
amargura de espírito. A ordenança que precede à ceia do Senhor,
deve remover esses desentendimentos, tirar o homem de seu egoísmo,
fazê-lo baixar de seus tacões de exaltação própria à humildade de
coração que o levará a servir a seu irmão. O Desejado de Todas as
Nações, pág. 650.
O tempo de graça está para acabar. ... Logo terá sido feita a última
oração em favor dos pecadores, vertida a última lágrima, dada a última
advertência, a última súplica feita, e não mais se ouvirá a doce voz da
misericórdia. Por isso é que Satanás está a empregar tão tremendos
esforços para prender homens e mulheres em sua cilada. ... O inimigo
está a jogar a partida da vida com todos. Está atuando para
remover de nós tudo que é de natureza espiritual, e em lugar das
preciosas graças de Cristo, atravancar nosso coração com os
maus traços da natureza carnal: ódio, vis suspeitas, inveja, amor
11. A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s | 10
do mundo, amor-próprio, amor dos prazeres, e soberba da vida.
Precisamos fortalecer-nos contra o inimigo invasor, que atua com todo o
engano da injustiça nos que perecem; pois, a menos que vigiemos e
oremos, esses males penetrarão no coração, daí expulsando tudo que é
bom. Review and Herald, 2 de janeiro de 1900. (Cuidado de Deus 190)
Quando Cristo habita no coração, Sua presença é evidente. Boas e
agradáveis palavras e ações revelam o Espírito de Cristo. É manifestada
suavidade de temperamento. Não há explosões de ira, nem obstinação,
nem ruins suspeitas. Não há ódio no coração quando... idéias e
métodos... não são aceitos e apreciados pelos outros. (MM, Cuidado de
Deus, 286)
Nas visões da noite tenho dado o claro testemunho de que o
Senhor Jesus será encontrado por todos os que O buscarem de todo o
coração, apegando-se a Ele pela fé. Eu estava falando a vós com
intenso fervor. Atendei à oração de Cristo por unidade. Afastai as
suspeitas com que Satanás tem procurado desviar-vos. Repeli o
inimigo, e então o Espírito do Senhor arvorará para vós um estandarte
contra o inimigo. ...
A prosperidade da alma depende do sacrifício expiatório de Cristo.
Ele veio a este mundo para obter perdão em nosso favor. Nossa
primeira tarefa é esforçar-nos mui diligentemente por obter
bênçãos espirituais, a fim de que nos mantenhamos leais e fiéis em
meio aos perigos destes últimos dias - evitando ceder alguma
coisa aos ardis de Satanás. É dever de cada um fazer caminhos
retos para os seus pés, para que não se extravie o que é manco.
Não temos tempo a perder. A prosperidade da alma depende da
unidade pela qual Cristo orou, a fim de que existisse entre os que
cressem nEle. Devem ser um com Ele assim como Ele é um com o Pai.
Apartar-se um do outro não é o plano de Deus, mas o plano do astuto
adversário. (MM, Este Dia Com Deus, 72)
Introduzi na alma a justiça de Cristo, com sua influência vivificante, e
então podereis cantar que Ele perdoa todas as vossas iniqüidades.
Dizeis: Estou cheio de doenças espirituais. O grande Médico vos
convida a ir a Ele, para que possa curar-vos. Ele cura todas as nossas
enfermidades. As piores dessas enfermidades são a inveja, o ciúme,
ruins suspeitas, a maledicência, o desejo de seguir planos que se
12. 11| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
opõem à obra de Deus. A vida de todos deveria ser santa, mas está
cheia de depravação, e por isso os homens são fácil presa das
tentações de Satanás. Mas, se Cristo habita em vosso coração, podeis
dizer que Ele redime nossa vida da destruição e nos coroa de
benignidade e terna misericórdia. Haja, então, cânticos de louvor em
nossos lábios e em nosso coração. Meditai nos sofrimentos de Cristo
por nós. Em vez de vigiar para encontrar algo a ser acusado e
condenado nos outros, dai graças ao Senhor por haver perdão com Ele.
Cristo Se entristece quando criticamos e acusamos; pois isto constitui a
obra de Satanás. Tiremos águas das fontes da salvação e louvemos ao
Senhor. (Este Dia Com Deus, 97)
Os que são santificados pela verdade demonstrarão que a
verdade efetuou uma reforma em sua vida, que ela os está
preparando para a trasladação ao mundo celestial. Mas enquanto o
orgulho, a inveja e ruins suspeitas predominarem na vida, Cristo
não reina no coração. Seu amor não está na alma.
Na vida dos que são participantes da natureza divina há uma
crucifixão do espírito altivo e presunçoso que conduz à exaltação de si
mesmo. Em seu lugar habita o Espírito de Cristo, e aparecem na vida os
frutos do Espírito. Tendo a mente de Cristo, Seus seguidores revelam as
virtudes de Seu caráter. (MM, Este Dia Com Deus, 116)
O inimigo sabe muito bem que se não tivermos amor uns para com
os outros, ele poderá alcançar seu objetivo, ferindo e debilitando a
igreja, por causar desavenças entre os irmãos. Pode levá-los a ter
ruins suspeitas, falar mal, acusar, condenar e odiar um ao outro.
Deste modo é desonrada a Causa de Deus, vituperado o nome de
Cristo, e é causado incalculável dano ao ser humano.
Quão cuidadosos devemos ser, para que nossas palavras e ações
estejam todas em harmonia com a sagrada verdade que Deus nos
confiou! As pessoas do mundo estão olhando para nós, a fim de ver o
que nossa fé está fazendo por nosso caráter e vida. Estão observando
para ver se ela está tendo um efeito santificador sobre nosso coração, e
se somos transformados na semelhança de Cristo. São propensos a
descobrir todo defeito em nossa vida e toda incoerência em nossas
ações. Não lhes demos motivo para censurarem nossa fé.
13. A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s | 12
Não é a oposição do mundo que constitui o maior perigo para nós; é
o mal acalentado precisamente em nosso meio que ocasiona nosso
mais grave infortúnio. É a vida não consagrada de adeptos de coração
frouxo que atrasa a obra da verdade e lança trevas sobre a igreja de
Deus. ... (Este Dia Com Deus, 163)
Os átrios do templo da alma podem ser o antro de inveja,
orgulho, paixão, ruins suspeitas, amargura e formalismo vazio.
Cristo olha pesarosamente para Seu povo professo que se sente
rico e abastado no conhecimento da verdade, estando porém
destituído da verdade na vida e no caráter e inconsciente de sua
condição. Em pecado e descrença, consideram levianamente as
advertências e os conselhos de Seus servos e tratam Seus
embaixadores com escárnio e desdém, ao passo que suas palavras de
censura são consideradas contos ociosos. O discernimento parece ter-
se ausentado, e eles não conseguem fazer distinção entre a luz que
Deus lhes envia e as trevas oriundas do inimigo de sua alma. ... (MM,
Este Dia Com Deus, 226)
Impossível era ao apóstolo reprovar o mau procedimento sem que
alguns que professavam crer na verdade ficassem ofendidos. O
testemunho inspirado não podia fazer bem a essas pessoas; pois
haviam perdido o discernimento espiritual. Os ciúmes, as ruins
suspeitas, as acusações, cerravam a porta à operação do Espírito
Santo. Paulo se haveria de boa vontade demorado em verdades mais
altas e difíceis, verdades ricas em nutrição, mas suas instruções
haveriam ferido diretamente as tendências deles para os ciúmes, e não
haveriam sido recebidas. Os mistérios divinos da piedade, que os
teriam habilitado a apreender as verdades necessárias para aquele
tempo, não podiam ser ditas. (Evangelismo, 370)
Há em nossas igrejas pessoas que professam a verdade, as
quais não passam de estorvos à obra de reforma. São embaraços às
rodas do carro da salvação. Esta classe encontra-se em frequentes
provas. Dúvidas, ciúmes, suspeitas, são frutos do egoísmo, e
parecem estar entretecidos em sua própria natureza.
Denominarei essa classe murmuradores crônicos da igreja. Eles
lhe causam mais dano, do que dois pastores são capazes de
desfazer. São uma sobrecarga à igreja, e grande peso aos
ministros de Cristo. Vivem numa atmosfera de dúvidas, ciúmes e
14. 13| A p o s t i l a – V a n s S u s p e i t a s
suspeitas. São exigidos muito tempo e labor dos embaixadores de
Cristo para desfazer sua má obra, e restaurar na igreja a harmonia e
a união. Isto saca o ânimo e as energias dos servos de Deus,
incapacitando-os para a obra que Ele tem para eles - salvar da ruína
as almas que perecem. O Senhor retribuirá a esses perturbadores de
Sião segundo as suas obras. (Evangelismo, 371)
Fui dirigida a alguns de vossos ensaios, e fui levada a ler os
sentimentos que existiam no grupo, sendo vós a pessoa preeminente.
Havia mesquinhos ciúmes e invejas, ruins suspeitas e
maledicências. ... O culto de coração é o que Deus requer; as
formas e o culto de lábios são como o metal que soa e o címbalo
que tine. Vosso canto visa a exibição, não louvar a Deus com o
espírito e o entendimento. O estado do coração revela a qualidade da
religião do que professa piedade. Carta 1a, 1890. (Evangelismo, 507)
Coisa alguma retarda e entrava tanto a obra em seus vários
ramos, como o ciúme e as suspeitas e desconfianças. Isto revela
dominar a desunião entre os obreiros de Deus. O egoísmo, eis a raiz
de todo mal. Carta 113a, 1897. (Evangelismo, 633)
Quantos são deficientes em amor! Oh, se o amor pudesse arrancar
do coração o ódio, a rivalidade, a contenda, a raiz de amargura pela
qual muitos são contaminados! O amor de Jesus não poderá nunca ser
recebido e derramado largamente em um coração enquanto
sentimentos invejosos, ódio, ciúmes e ruins suspeitas não forem
expulsos. ...
Muitos se estão enganando a si mesmos; pois o princípio do
amor não lhes habita no coração. Eles podem fechar os olhos aos
próprios erros e defeitos; não podem, porém, iludir a Deus. Importa
que haja uma reforma. A relha do arado precisa aprofundar os sulcos
em nosso coração orgulhoso, e quebrar os torrões de nossa natureza
não santificada, para que o Espírito e o amor de Jesus sejam
implantados em nosso coração. O tempo se apressa grandemente, e
toda obra será em breve levada a juízo, e ou nossos pecados ou nossos
nomes serão apagados do Livro da Vida. ...
O amor puro é simples em sua maneira de agir, separa-se de
qualquer outro princípio de ação. Quando misturado com motivos
terrenos e interesses egoístas, deixa de ser puro. Deus considera mais
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a quantidade de amor com que trabalhamos, do que a quantidade que
realizamos. O amor é um atributo celeste. O coração natural não o
pode produzir. Essa planta celeste só desenvolve no lugar em que
Cristo reina supremo. Onde existe o amor, há poder e verdade na
vida. O amor faz bem, e coisa alguma senão bem. Os que possuem
amor, dão fruto para santidade e, no fim, a vida eterna. The Youth's
Instructor, 13 de janeiro de 1898. (Filhos e Filhas de Deus, 49)
O nono mandamento requer de nós inviolável consideração pela
exata verdade em toda declaração pela qual seja afetado o caráter de
nosso semelhante. A língua, tão pouco controlada pelo ser humano,
precisa ser refreada por princípios vigorosamente conscienciosos,
pela lei do amor para com Deus e o homem. Carta 15, 1895.
Aqui se inclui todo o falar que seja falso a respeito de qualquer
assunto, toda a tentativa ou intuito de enganar nosso próximo. A
intenção de enganar é o que constitui a falsidade. Por um relance de
olhos, por um movimento da mão, uma expressão do rosto, pode-se
dizer falsidade tão eficazmente como por palavras. Todo o exagero
intencional, toda a sugestão ou insinuação calculada a transmitir uma
impressão errônea ou desproporcionada, mesmo a declaração de fatos
feita de tal maneira que iluda, é falsidade. Este preceito proíbe todo
esforço no sentido de prejudicar a reputação de nosso próximo, pela
difamação ou suspeitas ruins, pela calúnia ou intrigas. Mesmo a
supressão intencional da verdade, pela qual pode resultar o agravo a
outrem, é uma violação do nono mandamento. Patriarcas e Profetas,
pág. 309. (Filhos e Filhas de Deus, 64)
Satanás tem destruído muitas almas ao levá-las a se colocarem
no caminho da tentação. Delas se aproxima como se aproximou de
Cristo, tentando-as a amar o mundo. Diz-lhes que podem investir
com lucro neste ou naquele empreendimento, e, na boa fé, lhe
seguem os ditames.
Logo são tentados a se desviar da sua integridade, para fazerem
para si mesmos as melhores barganhas possíveis. Pode sua atitude ser
perfeitamente legal, segundo a norma mundana do que é correto, e
ainda assim não suportar a prova da lei de Deus. Seus motivos são
postos em dúvida pelos irmãos, e há suspeitas de se estarem
exorbitando para servirem a si mesmos, sendo assim sacrificada aquela
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preciosa influência que devia ter sido guardada sagradamente para
benefício da causa de Deus. O negócio que poderia ser um êxito
financeiro nas mãos de um trapaceiro que vende sua integridade pelo
ganho mundano, seria inteiramente impróprio para um seguidor de
Cristo. (CSM, 236)