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INFORME MENSAL Zai Gezunt
Ano 3 SETEMBRO /2016 No
27
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OIFN VEG SHTEIT A BOIM
Letra : Itsik Manger
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Oifnvegshteitaboim, No caminhohá uma árvore,
Shteit er aingeboign, Que se encontraencurvada,
Ale feigl funemboim Todosos pássarosda árvore
Zainenzichtsefloign. Saíram voando.
Drai kainmairev,drai kainmizrech, Três para o oeste,trêsparaleste,
Un der resht, kaindorem, E os demaisparao sul,
Un der boimgelostalein E a árvore foi deixadasozinha
Hefkerfardemshturem. Ao saborda tempestade.
Zog ichtsu de mamen:her, . Digopara minhamãe:ouça,
Zolstmirnor nit shtern, . Você não me impeça
Vel ichmame ainsun tsvei Que eu mãe,numinstante
Balt a foigl vern... Me transformarei empássaro
Ich vel zitsnoifnboim Sentarei sobre aárvore
Un vel imfarvign E a embalarei
Ibernvintermita treist, Comoconsolo,durante oinverno,
Mit a sheinemnign. Com umalindamelodia
Zogt di mame:nite kind- Diz a mãe:não faça isso-
Un zi veintmittrern, E chora com lágrimas
Vestcholile oifnboim Você provavelmente sobre aárvore
Mir farfroirnvern. Ficará congelado
Zogt ichmame,s’iza shod Digomãe,é uma pena
Daine sheine oign, Para teuslindosolhos,
Un aidervus unaiderven, E sem maise semmenos
Binich mira foigl. Me torno umpássaro
Veintdi mame:Itzik,kroin, Chora a mãe,caro Itzik
Ze,un gotesviln, Veja,odesejode Deus,
Nemzichmit a shalikl, Leve juntoum cachecol,
Kenstzichnoch farkiln. Você pode aindase resfriar.
Di kaloshntuzichon, Vistaas galochas,
S’geita sharfervinter Vemaí um forte inverno.
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Un di kutshme tutzi on E vistatambémo gorro,
Vei izmirun vind ... Desgraçadae coitadade mim...
Un dos vinterlaibl nem, leve acamisetade inverno,
Tu es ondu shoite, E a vistaseubobo,
Oibdu vilstnishtzainkaingast Se você não querser umconvidado
Tsvishnale toite... Entre todososmortos.
Ch’eibdi fligl,s’izmirshver, Levantoas asas,é difícil paramim
Zog ich,tsu fil zachn, Digomuitascoisas,
Hot di mame ongeton Vestiuamãe
Ir feigele,demshvachn. Seupássaro,o fraco.
Kukich troierikmirarain Vejocomtristeza
In dermamesoign, Os olhosde minhamãe,
S’hotir libshaftnitgelost Seuamor não permitiu
Vernmira foigl... Que eu me tornasse umpássaro...
Oifnvegshteitaboim, No caminhohá uma árvore,
Shteiteraingeboign, Que se encontraencurvada
Ale feigl funemboim Todosos pássarosda árvore
Zainenzichtsefloign. Saíram voando
O C A M P E Ã O
Hersh Shwartz
Na arena de Box o zumbido dos ventiladores não parava. O público enorme do salão suava, fumava
charutos, bebia coca cola e consumia sorvetes. Um vozerio alto abafava o barulho eventual do alto
falante e o grito alto das pessoas. No meio do ringue subiam cada vez jovens pugilistas de terceira
classe para lutar.
Pouca gente prestava a atenção, mas algumas pessoas do público sentadas na frente, com pedaços de
charutos entre o canto de seus lábios, enxugavam o suor da testa e se dirigiam aos pugilistas: porque
vocês dançam como bailarinas, querem por acaso agradar alguém? Lutem!
As nove em ponto, o locutor anunciou a sensacional luta entre o campeão brasileiro Bastião e o
alemão Zigfrid. O alto falante logo iniciou uma marcha militar.
O ambiente se encheu de algazarra. A atmosfera se encheu de milhares de conversas.
No ringue eles se apresentaram com seus técnicos, o alemão com um roupão listado rubro- negro e
Bastião num roupão verde- amarelo. Jacob o técnico de Bastião, um jovem judeu brasileiro de larga
compleição olhou para o público demonstrando orgulho. Na leve massagem dos músculos de Bastião
ele o aconselhou: Olhe mantenha- se de longe, cuide-se da direita dele e evite pancadas em seus rins.
No centro do ringue se encontravam dois contrastes: O negro Sebastião dotado de músculos rijos, alto,
mãos e pernas longas e olhar astuto e penetrante. Zigfrid, musculatura rija branco-rósea, mãos e pernas
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curtas e olhos azuis. Dois gigantes ambos com ombros largos, cintura fina, barriga retraída como
inexistente, trocaram gentilezas com aperto de mãos. Soou o gongo e a luta começou.
Bastião começou com leve ginga com os pés, como um filhote de onça se movimentar graciosamente.
Zigfrid, de pernas curtas, como um gorila, balançando-se para lá e para cá, vagarosamente se
emparelhou com seu adversário.
O negro com astucia e Zigfrid de olhos azuis claros e frios começaram a se estudar observando o
movimento de cada um. Bastião se vira elasticamente ora para a direita, ora para a esquerda. Suas
luvas de boxeador cheias de energia se projetam lentamente. O primeiro assalto. As duas luvas se
chocam num golpe surdo. Lentamente Zigfrid avançou, ele consegue meter um forte golpe no peito de
Bastião. A esquerda do mulato responde rapidamente na cabeça e nos rins de Zigfrid. O alemão ficou
encostados nas cordas e com as luvas cobre sua cabeça. Entusiasmado o público esse levanta urra e
grita a plenos pulmões.
Soou o gongo.
No quarto assalto Zigfrid estava quase encostado nas cordas. Seu olho direito estava roxo e seu nariz
sangrando. E o público entusiasmado gritava: Bastião liquide-o, termine com ele campeão. De repente
aconteceu algo inesperado. O alemão meio tonto de repente surgiu com força descomunal e com sua
“direita” acertou nos rins do Bastião. O rosto do mulato se contorceu em dor. Meio tonto, ele oscilou
quase caindo. Um silêncio assustador tomou conta do estádio.
O gongo soou. Aviso para o último assalto.
Ao lado do bastião estava seu técnico Jacob que molhava sua cabeça com agua fria e massageava seus
rins. No canto oposto estava sentado Zigfrid, tranquilo e envolto em pensamentos. De onde estava,
Jacob podia-se perceber seu olhar azul, vazio e frio e uma onda de dor e ódio provocada por aquele
“alemão”.
Ele o judeu viu agora em Zigfrid um daqueles monstros loiros que a sangue frio
sugaram o sangue e o tutano de seus conterrâneos. Jacob, o judeu já nascido no Brasil via diante de
seus olhos o quadro trágico de seus tios e tias que não chegou a conhecer, parentes e judeus da Europa.
Não, Zigfrid não pode vencer!
Jacob então agora encorajou o Bastião: Você se cuida da direita dele. Você vai ganhar, todos querem
isto e eu verei com meus olhos o valente “alemão” beijar o chão junto aos seus pés. Você sabe, ele não
gosta de negros e de judeus. Bastião ainda respirava com dificuldade, a dor já tinha atenuado, mas
ainda continuavam as pontadas nos rins. Ele estava em dúvida. Com o alemão vai ser difícil, Jacob.
Bobagem, você precisa trabalhar rápido e você sabe. Você é ligeiro. Não lhe dê tempo para se mover.
Atinja-o com a esquerda, não fique parado.
Soou o gongo.
As palavras de Jacob o acompanharam: Flutue rápido, você vencerá o alemão, ele odeia o Bastião e o
Jacob. O sangue quente tropical do Bastião ferveu. Jacob tem razão, ele próprio se encorajava. Liquidar
é preciso liquidar rapidamente o alemão, ele odeia negros e judeus.
Como um raio pulou a pantera negra. Uma força de noventa quilos se lançou sobre Zigfrid. A famosa
esquerda do Bastião alcançou pesadamente o rosto do outro. A segunda pancada ainda foi mais forte.
Cambaleante o alemão se afastou e com dificuldade se encostou nas cordas do ringue. Seus joelhos se
dobraram e seus braços pendiam como trapos. O derradeiro golpe atingiu seu queixo e tombou como
adormecido aos pés do Bastião.
Gritos, aplausos e cantos de vitória ecoaram de milhares de bocas.
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Orgulhoso em seu manto verde-amarelo como se estivesse envolto na bandeira brasileira estava
Bastião de pé. Com as luvas erguidas ele agradeceu o público. Grudado nele estava Jacob, acabou.
Seus olhos marejavam em lágrimas. Ele soluçava. Orgulhoso. Jacob viu nele próprio o heroico
vencedor sobre aquele alemão que jazia desmaiado.
Tradução do Ídish: Membro do Grupo de Tradutores do Centro de Estudos Judaicos da USP e revisado pelo Grupo:
Cheindlea Rachovsky, Cilka Thalenberg, ,Didio Kozlowski, Dina Kinochita, Edith Gross Hojda, Esther Terdiman, Fany Kessel,
Helena Bursztyn, Mendel Lustig, Moysés Worcman, Pessie Nussenbaum, Raquel Szafir ,Samuel Belk, Sandra Meneguetti, Sarita
Rawet, Szmulik Kilsztajn, sob a direção da professora, Dra Genha Migdal
HUMOR JUDAICO
CASAMENTO NA TERCEIRA IDADE
O sr. Jacob e dona Rebeca,ambos viúvos e idosos, decidiram se casar. Um dia vão à Farmácia da esquina e o
noivo aproveita para perguntar:
-Tem medicamentos para o coração?
-Temos sim senhor-responde o farmacêutico. ]
-E remédio para circulação?
-Temos, sim senhor.
-E para reumatismo? -Certamente senhor
-E Viagra?
-Claro senhor-
-E remédio para a memória.
-Sim, sim senhor.
-E também tem vitaminas.
-Claro que sim senhor.
Então Jacob vira-se para a Rebeca e diz;
Bem você tinha razão, vamos fazer a nossa lista de casamento aqui mesmo
A MÃE JUDIA.
Zai Gezunt-Edição do Grupo Amigos do Ídish
Redação: Editor: Eng.Samuel Belk EMail: belk@uol.com.br
Colaborador: Eng. Moysés Worcman EMail: workmosh@gmail.com