Palestra: Albert Camus, o jornalismo e a moral em filosofia na FFLCH-USP
1. OO JORNALISTAJORNALISTA
ALBERT CAMUSALBERT CAMUS
UM ESTUDO DE SEUS ARTIGOS NO
JORNAL CLANDESTINO COMBAT,
ENTRE 1944 E 1947
Uma pesquisa do Centro Interdisciplinar de Pesquisa da Faculdade Cásper Líbero
2. A Pesquisa
• Camus é um objeto de pesquisa muito
conhecido;
• Pesquisa não se iniciou no CIP, mas de
leituras do Ensino Médio;
• Buscou não apenas o escritor, mas sim
uma investigação de seu engajamento
político e jornalístico.
3. Problemas
• Transformá-la em um livro voltado aos
profissionais de jornalismo?
• Conectar a pesquisa com a filosofia, com a
história da Segunda Guerra Mundial ou
mantê-la no jornalismo?
• Extender o estudo como mestrado ou
doutorado?
4. Jornalismo clandestino é honrável porque é uma prova de
independência, porque envolve um risco. É bom, é
saudável, tudo o que tem haver com os atuais eventos
políticos têm se tornado perigoso. Se há algo que nós não
queremos ver novamente, é a proteção da impunidade por
trás de quem com um comportamento tão covarde e com
muitas maquinações uma vez teve refúgio.
(CAMUS ALBERT In: LEVI-VALENSI, Jacqueline. Camus at Combat: Writing 1944-1947.
2006. p. 9)
5. A profissão que envolve o julgamento diário das manchetes,
sob o critério de discernir o que o senso comum e a base
intelectual requisitam, não vive sem perigos. Esperando o
melhor, você gasta muito de seu tempo julgando o que é
pior ou até o que apenas é menos pior. Em resumo, você
adota uma atitude sistemática do julgar, como o professor
acadêmico, ou o professor de ética. Nesse ramo, isso é um
passo para a presunção e a idiotice.
(CAMUS, Albert. In: LEVI-VALENSI, Jacqueline. Camus at Combat: Writing 1944-1947.
2006. p. 118)
6. Referências
• Na Antropologia: Stuart Hall e a
Cultural Studies de Birmingham;
• Na Sociologia: Érik Neveu e suas
pesquisas sobre o jornalismo;
• No Ensaísmo: Manuel da Costa Pinto;
7. O que nós queremos? Uma imprensa que seja clara e viril e escreva
em um estilo decente. Quando nós sabemos, como nós jornalistas
temos conhecimento nestes últimos quatro anos, que escrevendo
um artigo pode levar você até a prisão ou te matar, fica claro que
as palavras tem valor e devem ser mensuradas cuidadosamente.
O que nós estamos esperando é restaurar a responsabilidade
jornalística com o público.
Albert Camus
(CAMUS, Albert. In: LEVI-VALENSI, Jacqueline. Camus at Combat: Writing
1944-1947. 2006. p. 22)
8. Referências
• No Jornalismo Opinativo e na Ética:
Luís Beltrão, Eugênio Bucci e Clóvis de
Barros Filho;
• Fonte primária dos artigos no jornal
Combat: Jacqueline Lévi-Valensi;
• Fonte biográfica: Olivier Todd.
9. Um jornalista que relê seu artigo publicado e não questiona se ele
está certo ou errado, quem não experimenta um pingo de dúvida
ou escrúpulos, e quem em algumas noites não se desespera em
se tornar igual ao absurdo mas necessário trabalho que ele fez do
começo ao fim da semana – em resumo, um jornalista que não se
julga diariamente – não está capacitado em sua profissão e
abraça a maior das responsabilidades diante de nossos olhos e
dos olhos deste país.
(CAMUS, Albert. In: LEVI-VALENSI, Jacqueline. Camus at Combat: Writing
1944-1947. 2006. p. 94)
10. Talvez a história tenha um fim; nossa tarefa, no
entanto, não é terminá-la, mas criá-la à
imagem daquilo que doravante sabemos ser
verdadeiro. A arte, pelo menos, nos ensina que
o homem não se resume à história, que ele
encontra também uma razão de ser na ordem
da natureza.
(CAMUS, Albert. O Homem Revoltado. 2005. p.317)
12. Para Michel Onfrey: Albert Camus é filósofoAlbert Camus é filósofo
Herdeiro de Friedrich Nietzsche
Cético e autocrítico
Na biografia de Olivier Todd:
Camus diz que não filósofoCamus diz que não filósofo,
E disse que era vítima de uma moda da época.
13. Filósofo, Camus? Não, se os parâmetros –
ocidentais – forem Platão, Kant, Hegel, Russel,
Wittgenstein, Popper, Sartre... Camus repetiu
que não era filósofo, e sobretudo que não era
um existencialista, mas, vítima de uma
coqueteria cultural francesa
(TODD, Olivier. Albert Camus: Uma vida. 1998. p. 773)
14. Pensar é antes de mais nada querer criar um
mundo (ou limitar o próprio, o que dá no
mesmo). O filósofo, mesmo que seja Kant, é
criador. Tem seus personagens, seus símbolos
e sua ação secreta.
(CAMUS, Albert. Mito de Sísifo. 2006. p. 114 e p. 115)
15. Ficção: Fonte de Ideias;
Ensaio: Formalização de Ideias;
Jornalismo: Expressão das Ideias.
Filosofia: Discussão e crítica de IdeiasFilosofia: Discussão e crítica de Ideias
Áreas interligadas na carreira e vida de Camus.