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IDEIAS OBSOLETAS VIGENTES NA PETROBRAS




No início do século passado a estrutura interna da Terra era um assunto restrito a
poucos cientistas e, aparentemente, aceito por todos de modo pacífico. O sentido
de exploração das riquezas minerais, especialmente do petróleo, ainda se
encontrava na infância. As máquinas eram a vapor e o seu combustível eram o
carvão e a lenha, e isso condicionava a pesquisa das riquezas da Terra a um ritmo
mais lento à superfície. A população do planeta era diminuta, as comunicações
eram primitivas e tudo caminhava lentamente. O Brasil fazia parte deste
panorama. As cidades mais importantes ficavam na costa atlântica brasileira com
portos sofríveis e pouca cabotagem. Politicamente, quase metade do século XX foi
gasto em três períodos ditatoriais, e os breves períodos democráticos se
distinguiram pelos altos índices de corrupção dos governantes, mantendo o país
com as características do subdesenvolvimento latino-americano tradicional.


A Segunda Guerra Mundial, - o fato social mais importante do século - plasmou
uma nova concepção sobre o papel dos combustíveis na movimentação das coisas na
superfície do globo e tudo ficou mais rápido. Os motores a combustão interna já
tinham rodado desde o fim do século XIX. Eles equiparam os modelos T das
fábricas Ford nos EUA e no mundo e melhoraram extraordinariamente o seu
desempenho na segunda Grande Guerra (1939-45). Movimentaram todos os
exércitos do mundo, tanto das potências do Eixo como do lado dos aliados. Mas, os
motores não eram os atores principais. Era o combustível usado por eles! Os
motores eram fabricados em série. Os combustíveis não!


A importância dos combustíveis foi definida na palavra de um dos comandantes da
guerra, General Patton, quando os chamou de “...the pink blood of war”, frase que
foi adaptada por nós aos dias de hoje com pequena modificação: “the pink blood of
progress”. Sem combustíveis não há guerra e muito menos paz e progresso! O
Brasil precisava de combustíveis para o seu desenvolvimento, mas não tinha
empresários para resolver o problema, como aconteceu nos EUA, e o estado teve
de entrar em ação. O governo fundou a Petróleo Brasileiro S/A, em 1953, para
pesquisar petróleo e continuar o trabalho iniciado, em 1938, pelo Conselho
Nacional do Petróleo.


Para fazer a Petrobras funcionar foram contratados não somente técnicos,
engenheiros e geólogos, maioria absoluta de americanos, mas uma escola inteira de
alto gabarito para formar engenheiros e geólogos brasileiros, e continuar o
trabalho iniciado pelos doutores americanos. Com defeitos e virtudes, as ações da
pesquisa de petróleo passaram a funcionar no Brasil com técnicos brasileiros e
técnicas norte americanas. A nossa principal região produtora de petróleo era a
chamada Bacia do Recôncavo, a qual respondia às nossas expectativas. Saiu da
extração de 2.660 barris por dia, em 1953, e chegou a produzir mais do que
171.000 bpd, no início dos anos 70. A partir daí dois fatos daquela fase da história
chamaram atenção do governo. A população do país crescia a índices acentuados e
a nossa produção de petróleo, na Bacia do Recôncavo, começou a baixar
perigosamente. As importações do óleo sufocavam a economia do país, gerando
crises internas e altas taxas de inflação. Para piorar, os países produtores de
petróleo fundaram a OPEP, em 1960, para ter o controle dos preços em seu poder,
que passaram a subir descontroladamente no mercado internacional.


Na década de 70, inicia-se a fase da pesquisa marítima de petróleo no Brasil. O
regime político no país era uma ditadura militar (1964-1986) que ansiava por
novidades, especialmente na área de energia, onde se gastava o sangue da nação
para obter “the pink blood of progress”. O esforço do pessoal de pesquisa da
Petrobras descobriu o que foi chamado de “Bacia de Campos”, no estado do Rio de
Janeiro, em 1974. O achado foi celebrado, como tradicional, pela diretoria e pelos
militares do governo como algo extraordinário, como só se veria de novo por
ocasião da descoberta do “pré-sal”, na primeira década do século XXI. O ufanismo
era o mesmo.


Vale salientar que, em ambos os casos, o governo e Petrobras foram em busca do
petróleo offshore, um petróleo difícil e de alto custo de produção. Tinha sido
deixado para trás o Recôncavo caindo de produção e sem resposta para seu
problema geológico: todos os prospectos (v. livro Décima Parte) feitos na Bacia do
Recôncavo não funcionaram e continuam sem funcionar até hoje.


Mesmo com erros crassos de estratigrafia achava-se petróleo, e por isso tais
erros tinham sido deixados para trás, sem solução! Por quê?


A resposta está detalhada no livro “Petróleo e Ecologia: uma Contestação à Ciência
Ortodoxa”. Nele afirmamos que a situação pode ser corrigida, mas exige a
modificação de alguns fundamentos geológicos que são antigos, por isso tido como
corretos, embora estejam errados. Quais os erros? Os erros decorrem da teoria
existente sobre a origem da Terra.


Entre os séculos XVIII e XX foram formuladas duas teorias principais. A primeira
teoria, conhecida como Kant-laplaciana, existiu durante o século XIX e parte do
XX quando, em 1928, foi substituída pela dos planetesimais, de autoria do geólogo
americano Thomas Chamberlin (1843-1928) coadjuvado pelo astrônomo, também
norte-americano, Forest Ray Moulton (1872-1952). As teorias fizeram da Terra
um planeta sólido, e as pesquisas iniciadas com o sismógrafo de Milne (1850-1913)
confirmaram que a Terra, de fato, era uma esfera de rochas. Este erro inicial
provocaria o grande dissenso entre os cientistas que advogavam as migrações
continentais assunto até hoje não resolvido: segundo os geofísicos o “continental
drift” não pode existir em virtude da origem do planeta.
Em 1924, o aparelho foi experimentado no Iran para determinar estruturas que
contivessem petróleo na subsuperfície. Segundo a história, a experiência foi
coroada de êxito, e daí por diante passou a ser o principal aparelho para a pesquisa
de petróleo. Tudo isso é pura tradição sem qualquer base de verdade, mas sem
opção de outra atitude técnica. A Geologia foi alçada até o ponto da mais pura e
mais alta confusão perdendo seu caráter científico, e os geólogos e suas teorias
ficaram dependentes de aparelhos geofísicos cada dia mais sofisticados, mas em
nada mudando os números da nossa produção de petróleo. Por isso, a Geologia
precisa assumir o lugar de destaque quando o assunto é pesquisa de petróleo,
acabando com a tal dependência.


As investidas de grandes empresas particulares, a exemplo da OGX e HRT
(www.exame.com), no esforço da pesquisa de petróleo tem dado pouco resultado
desde que não investem em novas ideias. Além disso, o desejo de investimento de
pequenos e médios empresários é obstaculizado pela filosofia protecionista do
governo. Enquanto isso, a população do país continua crescendo, e isso exige
aumento do número de máquinas e de energia, abundante e barata. Dessa confusão
técnico/política sai prejudicado o Brasil inteiro, que continua com todas suas
mazelas, exceto na propaganda do governo.


Para corrigir os erros que emperram a nossa produção de petróleo há que mudar a
postura científica que guia os cientistas da Petrobras:


1. Admitir a teoria estratigráfica cuja base é o mapeamento da superfície
brasileira e suas formações geológicas, todas elas resultantes de movimentações
da crosta terrestre, consequentes da variação da gravidade do planeta.


2. Abandonar a paleontologia como relógio geológico, pois apenas atrapalha. Vale
salientar que o tempo geológico não depende da existência de animais de qualquer
espécie ou tamanho, mas da existência e tamanho das formações rochosas que
formam a litosfera, em sua ordem de aparecimento. O tempo geológico NÃO É
contado em número de anos, mas em função das formações geológicas da coluna
estratigráfica. Observar a diferença: NÃO É o animal que data a rocha, ao
contrário, é a rocha que data o animal.


3. Abandonar a sísmica como instrumento de pesquisa geológica, por incrível que
pareça. A sísmica NÃO É instrumento de pesquisa geológica! As premissas que
embasam a geofísica são interpretativas de dados desconhecidos e tendem seguir
resultados tradicionais, dependendo apenas do sentimento do interpretador. No
Recôncavo, os intérpretes dos sinais sísmicos trabalhavam e continuam
trabalhando admitindo a subdivisão da coluna estratigráfica tradicional,
determinando contatos e espessuras de “formações” inexistentes, provocando o
aparecimento de “falhas”, também inexistentes, complicando os “mapas”
resultantes daquelas “interpretações”, dificultando o objetivo de achar petróleo.
Finalmente, a atual crise de energia que afeta a economia de todos os países tem
relação direta com:


1.     A suposição de que somente os países da OPEP podem produzir muito
petróleo e que esse petróleo foi descoberto pelo método sísmico.
2.     Os conflitos das ideias científicas sobre a origem do planeta, que implicam
nas técnicas geológicas de pesquisa de petróleo.
3.     A crença de que o petróleo é uma fonte não renovável ou extinguível de
energia (www.petroleoeecologia.com.br/ciclo).
Se considerarmos a história da Terra em uma estrutura fluida, isto é, não
rochosa, veremos que as crenças sobre a origem e a ocorrência de petróleo
exigem uma mudança para nova técnica de pesquisa, sem a influência geofísica e
paleontológica, e daí reprogramar nova fase para a economia do planeta.

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  • 1. IDEIAS OBSOLETAS VIGENTES NA PETROBRAS No início do século passado a estrutura interna da Terra era um assunto restrito a poucos cientistas e, aparentemente, aceito por todos de modo pacífico. O sentido de exploração das riquezas minerais, especialmente do petróleo, ainda se encontrava na infância. As máquinas eram a vapor e o seu combustível eram o carvão e a lenha, e isso condicionava a pesquisa das riquezas da Terra a um ritmo mais lento à superfície. A população do planeta era diminuta, as comunicações eram primitivas e tudo caminhava lentamente. O Brasil fazia parte deste panorama. As cidades mais importantes ficavam na costa atlântica brasileira com portos sofríveis e pouca cabotagem. Politicamente, quase metade do século XX foi gasto em três períodos ditatoriais, e os breves períodos democráticos se distinguiram pelos altos índices de corrupção dos governantes, mantendo o país com as características do subdesenvolvimento latino-americano tradicional. A Segunda Guerra Mundial, - o fato social mais importante do século - plasmou uma nova concepção sobre o papel dos combustíveis na movimentação das coisas na superfície do globo e tudo ficou mais rápido. Os motores a combustão interna já tinham rodado desde o fim do século XIX. Eles equiparam os modelos T das fábricas Ford nos EUA e no mundo e melhoraram extraordinariamente o seu desempenho na segunda Grande Guerra (1939-45). Movimentaram todos os exércitos do mundo, tanto das potências do Eixo como do lado dos aliados. Mas, os motores não eram os atores principais. Era o combustível usado por eles! Os motores eram fabricados em série. Os combustíveis não! A importância dos combustíveis foi definida na palavra de um dos comandantes da guerra, General Patton, quando os chamou de “...the pink blood of war”, frase que foi adaptada por nós aos dias de hoje com pequena modificação: “the pink blood of progress”. Sem combustíveis não há guerra e muito menos paz e progresso! O Brasil precisava de combustíveis para o seu desenvolvimento, mas não tinha empresários para resolver o problema, como aconteceu nos EUA, e o estado teve de entrar em ação. O governo fundou a Petróleo Brasileiro S/A, em 1953, para pesquisar petróleo e continuar o trabalho iniciado, em 1938, pelo Conselho Nacional do Petróleo. Para fazer a Petrobras funcionar foram contratados não somente técnicos, engenheiros e geólogos, maioria absoluta de americanos, mas uma escola inteira de alto gabarito para formar engenheiros e geólogos brasileiros, e continuar o trabalho iniciado pelos doutores americanos. Com defeitos e virtudes, as ações da pesquisa de petróleo passaram a funcionar no Brasil com técnicos brasileiros e técnicas norte americanas. A nossa principal região produtora de petróleo era a chamada Bacia do Recôncavo, a qual respondia às nossas expectativas. Saiu da extração de 2.660 barris por dia, em 1953, e chegou a produzir mais do que
  • 2. 171.000 bpd, no início dos anos 70. A partir daí dois fatos daquela fase da história chamaram atenção do governo. A população do país crescia a índices acentuados e a nossa produção de petróleo, na Bacia do Recôncavo, começou a baixar perigosamente. As importações do óleo sufocavam a economia do país, gerando crises internas e altas taxas de inflação. Para piorar, os países produtores de petróleo fundaram a OPEP, em 1960, para ter o controle dos preços em seu poder, que passaram a subir descontroladamente no mercado internacional. Na década de 70, inicia-se a fase da pesquisa marítima de petróleo no Brasil. O regime político no país era uma ditadura militar (1964-1986) que ansiava por novidades, especialmente na área de energia, onde se gastava o sangue da nação para obter “the pink blood of progress”. O esforço do pessoal de pesquisa da Petrobras descobriu o que foi chamado de “Bacia de Campos”, no estado do Rio de Janeiro, em 1974. O achado foi celebrado, como tradicional, pela diretoria e pelos militares do governo como algo extraordinário, como só se veria de novo por ocasião da descoberta do “pré-sal”, na primeira década do século XXI. O ufanismo era o mesmo. Vale salientar que, em ambos os casos, o governo e Petrobras foram em busca do petróleo offshore, um petróleo difícil e de alto custo de produção. Tinha sido deixado para trás o Recôncavo caindo de produção e sem resposta para seu problema geológico: todos os prospectos (v. livro Décima Parte) feitos na Bacia do Recôncavo não funcionaram e continuam sem funcionar até hoje. Mesmo com erros crassos de estratigrafia achava-se petróleo, e por isso tais erros tinham sido deixados para trás, sem solução! Por quê? A resposta está detalhada no livro “Petróleo e Ecologia: uma Contestação à Ciência Ortodoxa”. Nele afirmamos que a situação pode ser corrigida, mas exige a modificação de alguns fundamentos geológicos que são antigos, por isso tido como corretos, embora estejam errados. Quais os erros? Os erros decorrem da teoria existente sobre a origem da Terra. Entre os séculos XVIII e XX foram formuladas duas teorias principais. A primeira teoria, conhecida como Kant-laplaciana, existiu durante o século XIX e parte do XX quando, em 1928, foi substituída pela dos planetesimais, de autoria do geólogo americano Thomas Chamberlin (1843-1928) coadjuvado pelo astrônomo, também norte-americano, Forest Ray Moulton (1872-1952). As teorias fizeram da Terra um planeta sólido, e as pesquisas iniciadas com o sismógrafo de Milne (1850-1913) confirmaram que a Terra, de fato, era uma esfera de rochas. Este erro inicial provocaria o grande dissenso entre os cientistas que advogavam as migrações continentais assunto até hoje não resolvido: segundo os geofísicos o “continental drift” não pode existir em virtude da origem do planeta.
  • 3. Em 1924, o aparelho foi experimentado no Iran para determinar estruturas que contivessem petróleo na subsuperfície. Segundo a história, a experiência foi coroada de êxito, e daí por diante passou a ser o principal aparelho para a pesquisa de petróleo. Tudo isso é pura tradição sem qualquer base de verdade, mas sem opção de outra atitude técnica. A Geologia foi alçada até o ponto da mais pura e mais alta confusão perdendo seu caráter científico, e os geólogos e suas teorias ficaram dependentes de aparelhos geofísicos cada dia mais sofisticados, mas em nada mudando os números da nossa produção de petróleo. Por isso, a Geologia precisa assumir o lugar de destaque quando o assunto é pesquisa de petróleo, acabando com a tal dependência. As investidas de grandes empresas particulares, a exemplo da OGX e HRT (www.exame.com), no esforço da pesquisa de petróleo tem dado pouco resultado desde que não investem em novas ideias. Além disso, o desejo de investimento de pequenos e médios empresários é obstaculizado pela filosofia protecionista do governo. Enquanto isso, a população do país continua crescendo, e isso exige aumento do número de máquinas e de energia, abundante e barata. Dessa confusão técnico/política sai prejudicado o Brasil inteiro, que continua com todas suas mazelas, exceto na propaganda do governo. Para corrigir os erros que emperram a nossa produção de petróleo há que mudar a postura científica que guia os cientistas da Petrobras: 1. Admitir a teoria estratigráfica cuja base é o mapeamento da superfície brasileira e suas formações geológicas, todas elas resultantes de movimentações da crosta terrestre, consequentes da variação da gravidade do planeta. 2. Abandonar a paleontologia como relógio geológico, pois apenas atrapalha. Vale salientar que o tempo geológico não depende da existência de animais de qualquer espécie ou tamanho, mas da existência e tamanho das formações rochosas que formam a litosfera, em sua ordem de aparecimento. O tempo geológico NÃO É contado em número de anos, mas em função das formações geológicas da coluna estratigráfica. Observar a diferença: NÃO É o animal que data a rocha, ao contrário, é a rocha que data o animal. 3. Abandonar a sísmica como instrumento de pesquisa geológica, por incrível que pareça. A sísmica NÃO É instrumento de pesquisa geológica! As premissas que embasam a geofísica são interpretativas de dados desconhecidos e tendem seguir resultados tradicionais, dependendo apenas do sentimento do interpretador. No Recôncavo, os intérpretes dos sinais sísmicos trabalhavam e continuam trabalhando admitindo a subdivisão da coluna estratigráfica tradicional, determinando contatos e espessuras de “formações” inexistentes, provocando o aparecimento de “falhas”, também inexistentes, complicando os “mapas” resultantes daquelas “interpretações”, dificultando o objetivo de achar petróleo.
  • 4. Finalmente, a atual crise de energia que afeta a economia de todos os países tem relação direta com: 1. A suposição de que somente os países da OPEP podem produzir muito petróleo e que esse petróleo foi descoberto pelo método sísmico. 2. Os conflitos das ideias científicas sobre a origem do planeta, que implicam nas técnicas geológicas de pesquisa de petróleo. 3. A crença de que o petróleo é uma fonte não renovável ou extinguível de energia (www.petroleoeecologia.com.br/ciclo). Se considerarmos a história da Terra em uma estrutura fluida, isto é, não rochosa, veremos que as crenças sobre a origem e a ocorrência de petróleo exigem uma mudança para nova técnica de pesquisa, sem a influência geofísica e paleontológica, e daí reprogramar nova fase para a economia do planeta.