1. RESENHA DO LIVRO:
OS CÁLICES AMARGOS
DO MINISTÉRIO
Matéria : Epístolas Pastorais
Professor : Rev. Marcelo Leite
Seminarista: Marcello R. Mattos
2. 1
ANÁLISE CONSTRUTIVA
Como seria bom se todo pastor ou líder com experiência em alguma área pudesse
contribuir com os mais novos pastores ou os mais novos líderes que estão iniciando a
sua jornada ministerial. Existem muitas literaturas que abordam os mais diversos temas
bíblicos, porém faltam literaturas que exprimem experiências vividas e que precisam ser
repassadas como fontes de ensino.
O autor Estevam Fernandes se apresenta como um pastor que possui mais de 30 anos de
experiência de ministério integral. A sua preocupação é de retratar os lados espinhosos
do ofício pastoral de modo que aquele que possa ler o livro venha capacitar-se a
enfrentar as diversas tribulações, tropeços e guerras que o chamado ministerial exige. O
autor com propriedade distingue sobre o desejo de ter uma mesa pastoral com o ofício
árduo que o espera. Quem não tem a expectativa de ser um pastor ou uma pastora?
Quem não almeja um dia ser responsável por uma igreja? O apóstolo Paulo nos ensina
em uma de suas três cartas pastorais que o episcopado é uma excelente obra desejada,
diz em 1ª Timóteo 3:1: “Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado,
excelente obra deseja.”. A questão em jogo não é o desejo somente, e sim se somos
capazes de responder ao chamado, ou se fomos verdadeiramente comissionados por
Cristo a desempenhá-lo.
Positivamente compreendo que o livro “Os cálices amargos do Ministério” tem o
cuidado de nos encorajar a desempenhar bem o nosso ministério de modo que as
expectativas românticas sejam desconstruídas. Se olharmos para Jesus veremos que
recebeu uma coroa de espinhos e se olharmos para o Apóstolo Paulo entenderemos que
recebeu lágrimas, solidões e açoites por amor a obra. Mais líderes bíblicos passaram por
mais diversos problemas e por que nós, também líderes, não enfrentaremos coisas
parecidas? O autor do livro tem o cuidado de nos alertar que somos “servos sofredores”.
O livro está repleto de ensinamentos importantíssimos para o leitor onde na abordagem
sobre o cálice da solidão, menciona sobre o perigo de abrir o coração para a nossa
esposa a ponto de envenená-la contra a igreja. Outro ponto importante a se destacar é o
pensamento que as pessoas têm a respeito da disponibilidade do pastor onde para elas, o
pastor não pode ter as suas demandas e necessidades em primeiro lugar. Se estiver
disponível o pastor é bom, se não está disponível o pastor é injustiçado e
incompreendido. Muitos pastores, segundo o autor, degustam experiências amargas
quando desempenham o seu ofício pastoral preocupado em agradar primeiramente as
pessoas. É um grande engano esperar delas algo em troca, haja vista que devemos fazer
por amor e por ofício sem pretensão de receber algum benefício. Muitos outros pontos
importantes ainda poderiam ser destacados e mencionados, pois o livro é muito rico em
suas linhas escritas.
Em minha análise construtiva termino dizendo que existe uma relação muito próxima de
ovelha e pastor. Trata-se de um relacionamento interpessoal diferente de todos os outros
e que ambos precisam ser respeitados, porém cabe exclusivamente ao pastor o real
posicionamento. Para a ovelha o pastor é um homem de Deus e os cálices amargos da
chamada ministerial não podem atrapalhar o desempenho da função.
3. 2
APLICAÇÃO PESSOAL
Entendo que a diferença na vida ministerial de um pastor ou líder não é somente o
tempo de ministério, que também é importante. Em primeiro lugar vem a sua obediência
e intimidade com Deus ao longo desse tempo. É nessa visão que ao ler o livro “Os
cálices amargos do Ministério” percebi que toda a dificuldade encontrada pelo o autor
foi canalizada numa obra tão importante para aqueles que almejam o episcopado. A
leitura permite identificar alguns dissabores ministeriais, porém com a intenção de
fortalecer o leitor.
Mais cedo ou mais tarde todo pastor na sua caminhada com Cristo descobrirá que é um
ser humano igual a qualquer outro, com fraquezas, questionamentos, limitações e
adversidades. Compreendi com a leitura do livro que a nossa vocação pastoral não faz
desaparecer a nossa humanidade nem nos imuniza contra as dores que surgirão. O livro
aplica com propriedade a exemplificação de seis cálices que servem de alertas para a
atividade pastoral. São eles: ingratidão, traição, solidão, indiferença, injustiça e
pecaminosidade. Porém nenhum deles poderá ser capaz de impedir a chamada ou a
carreira ministerial proposta por Cristo.
Na página 23 existe uma referência bíblica importante que diz:
“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens,
Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor,
servis.” (Colossenses 3:23-24).
Isso nos mostra que todas as nossas atitudes ministeriais precisam ser feitas com uma
única direção – Jesus Cristo. Não devemos focar qualquer ação visando aplausos dos
homens, pois o nosso galardão vem do Senhor ao qual servimos com todo o nosso amor.
Outra aplicação importante colocada pelo o autor é a questão familiar, onde ela é
apresentada como o maior tesouro nesta vida. Deus na sua infinita grandeza nos deu
uma família como fonte de alegria e também como suporte emocional nas horas em que
vierem as crises. Tal entendimento leva-me a seguinte pergunta: - Os pastores ou os
futuros pastores estão construindo e zelando pela a estrutura de suas famílias?
De todos os cálices amargos apresentados pelo o autor Estevam Fernandes destaco
como o mais grave o cálice da pecaminosidade. Todos os outros são inevitáveis, haja
vista serem fatores externos ou com ingerência pastoral. Não dependem da
ação do pastor, pois são inerentes à função ministerial. Esse cálice é
diferente, pois o autor nos ensina que é de dentro para fora. Cabe ao pastor
extingui-lo antes que seja tarde demais. Compreendo que é algo gravíssimo
e nocivo deixando sequelas que afetarão a imagem pastoral e familiar para
sempre. Se um pastor quer ter o seu ministério desacreditado é só servir em
sua mesa o cálice da pecaminosidade. Diz o autor: “Lembremo-nos de que
o nosso principal patrimônio espiritual é a nossa credibilidade”.
Concluo sabendo que a vida pastoral pode ser difícil e amarga, porém é uma obra
excelente que faz parte dos planos de Deus. O maior exemplo de nossa caminhada é o
4. 3
Senhor Jesus Cristo. Nele aprendemos que foi injustiçado, traído, incompreendido,
conviveu com a solidão e permaneceu firme em seu propósito. Que possamos fazer de
nosso ministério, uma grande obra que glorifique o nome do Senhor Jesus Cristo.
Amém!
(Filipenses 3:14)
“Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”
(1ª Timóteo 3:1)
“Esta é uma palavra fiel: se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja.”