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CLIPPING – 13/03/2014
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Mapa tomará medidas para evitar danos na produção de café
Ascom Social do Mapa
13/03/2014
Yara Marques
Por meio da Portaria nº
188, publicada no dia
13 de março no Diário
Oficial da União, o
Ministério da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa)
decretou estado de
emergência na
produção de café do
estado de Minas
Gerais, devido ao ressurgimento da praga Hypothenemus hampei.
De acordo com a portaria, o estado de emergência deve vigorar por um ano, período em que devem
ser adotadas medidas emergenciais para controle contra a infestação.
Para evitar que esta praga conhecida como “broca do café” perca seu controle no Brasil, o Mapa fará
uma ação de contingência, que envolve um plano de manejo e medidas emergenciais, que serão
estabelecidas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e
Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
“A broca do café é uma praga de produção e de qualidade, diminui a produtividade e piora a
qualidade na exportação do café. Não pode voltar a ser uma praga de importância no Brasil”, afirma o
diretor de Sanidade Vegetal do Ministério, Luis Rangel.
Francisco Sérgio de Assis é reeleito presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado
Ascom Federação dos Cafeicultores do Cerrado
13/03/2014
Aconteceu nesta quarta-feira, 12, a Assembleia Geral Ordinária da Federação dos
Cafeicultores do Cerrado que teve em um dos seus objetivos, eleger a Diretoria para
o triênio 2014/2017. A entidade é composta por 9 cooperativas e 7 associações,
quem tem o direito e poder de voto. Por aclamação foi reeleito para a presidência, o
cafeicultor Francisco Sérgio de Assis (foto: arquivo CNC) que tem agora mais três
anos de trabalho pela frente. A diretoria é composta ainda por dois vice-presidentes,
foram eleitos Gláucio de Castro e Alberto Adhemar do Valle Júnior. A diretoria da
Fundaccer - Fundação de Desenvolvimento do Café do Cerrado ficou composta
pelos mesmos líderes.
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“Só tenho a agradecer aos meus companheiros que mais uma vez confiaram em meu trabalho à
frente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e conto com o apoio de sempre nesse novo
mandato. Temos agora uma Denominação de Origem para cuidarmos, única no país para café e
precisamos consolidar isso tanto para o mercado interno como para o internacional. Nosso desejo é
que também fortaleçamos novas lideranças para a Região do Cerrado Mineiro e mantenhamos nossa
representação nos órgãos político-institucionais como o CNC, por exemplo” – afirmou Francisco
Sérgio de Assis.
Também foi consolidada uma modificação na composição do quadro de colaboradores da Federação
dos Cafeicultores do Cerrado. Juliano Tarabal, responde agora pela Superintendência da Federação
dos Cafeicultores do Cerrado e, continuando nesta mesma função também na Fundaccer.
"Ficamos felizes pela confiança do Conselho de Administração ao confiar em minha pessoa a
Liderança da Equipe, temos um Time muito forte e preparado para buscar os resultados almejados.
De minha parte tenho bem claro dois objetivos, que darão a tônica de nossa Gestão a frente da
Federação e Fundaccer: Fortalecer o sentimento de pertencimento dos produtores da Região do
Cerrado Mineiro e em segundo, mas não menos importante, buscar incessantemente trabalhar pela
criação de percepção dos consumidores quanto a Denominação de Origem - Região do Cerrado
Mineiro, posicionando a Região como uma Origem relevante para os consumidores por ser
fornecedora de cafés éticos, rastreáveis e de alta qualidade” – explicou o superintendente.
Café em alta faz produtores de MG desistirem das opções de venda
G1 Economia / Agronegócios
13/03/2014
Do Globo Rural
Os produtores de café de Minas Gerais que participaram de leilões do governo no ano passado,
estão desistindo de entregar o grão. O prazo vence na sexta-feira (14), mas com a alta no valor da
saca, o negócio deixou de ser vantajoso.
O produtor Fernando Augusto Júnior tem 150 hectares de café no município de Elói Mendes, no sul
de Minas Gerais. De família tradicional de cafeicultores, ele já enfrentou várias oscilações do
mercado. Em 2009 optou por vender o grão para o Governo Federal. “Na época estava bastante
difícil e esta foi uma boa alternativa”, diz.
No ano passado o Governo Federal anunciou a compra de 3 milhões de sacas, uma alternativa para
tirá-las do mercado e tentar recuperar o preço. Cada produtor podia vender até 500 sacas.
Em setembro do ano passado, quando os leilões começaram a ser feitos, o café estava cotado, em
média, em R$ 250, valor bem abaixo dos R$ 343 oferecidos pelo governo. De lá para cá, o cenário
mudou e muitos produtores não devem exercer a opção de entregar o café.
A estiagem na região e o temor de quebra na próxima safra impulsionaram os preços. Na época dos
leilões, o agricultor Márcio Garcia Reis Neto negociou parte das 8 mil sacas que tinha. Agora, com o
café na faixa dos R$ 470, ele não pretende entregar para o governo, já vendeu mais de mil sacas e
planeja aproveitar o bom momento para diminuir o estoque. “Não dá para entregar o café, temos que
entregar no mercado, que está pagando um valor bem acima do estipulado pelo governo”.
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OIC: fevereiro registra maior aumento mensal dos preços do café desde maio de 1997
Agência Estado
13/03/2014
Fernando Nakagawa
A seca que prejudicou boa parte das áreas produtoras de café do Brasil nos
últimos meses mudou os rumos do mercado internacional do grão em
fevereiro. Relatório divulgado nesta quinta-feira pela Organização
Internacional do Café (OIC) mostra que a preocupação com a falta de chuvas no País fez com que o
preço do produto subisse 24,4% em fevereiro no mercado internacional. Com isso, o café registrou a
maior alta mensal desde maio de 1997.
Segundo a OIC, o indicador composto de preço calculado pela organização fechou o mês passado
em 137,81 centavos de dólar por libra-peso. "O preço médio do café já subiu cerca de 20% entre 30
de janeiro e 10 de março diante da seca em curso no Brasil e da incerteza sobre a safra de 2014/15",
diz o relatório divulgado nesta manhã em Londres.
Entre os diferentes tipo de café, os grãos brasileiros (Brazilian Naturals) registraram alta de 30,5% em
fevereiro ante janeiro (para 148,74 centavos por libra-peso) e os colombianos suaves (Colombian
Milds) avançaram 29,6% (para 172,22 centavos).
"O rali nos preços tem sido impulsionado pela grave seca no Brasil, onde várias regiões de cultivo de
café receberam pouca ou nenhuma chuva nos meses de janeiro e fevereiro, período crítico para o
desenvolvimento", destaca o relatório da OIC. A falta de chuva no Brasil "tem gerado considerável
preocupação em torno da safra global de 2014/15". "Agora, é possível que estejamos caminhando
para uma produção deficitária em relação à demanda", completa o relatório.
Apesar da forte subida de preços, a entidade que representa os produtores mundiais do grão observa
que a alta recente só recuperou as perdas dos últimos meses e, agora, o café tem preço comparável
ao visto em novembro de 2012. "Portanto, ainda há um longo caminho para o pico atingido em 2011",
diz a entidade. Outra observação feita pela organização é que o sobe-e-desce dos preços não é
positivo para o mercado. "A volatilidade considerável exibida nos últimos meses não beneficia
produtores de café ou consumidores", diz a entidade.
OIC não altera previsão de produção mundial para a safra 2013/14 de café
Valor PRO
13/03/2014
Carine Ferreira
A produção global de café para o período 2013/14 é estimada em 145,8
milhões de sacas, ligeiro aumento de 0,5% sobre a temporada anterior, de
acordo com a Organização Internacional do Café (OIC). A entidade não
alterou sua previsão, apesar da seca e do calor que afetaram a produção brasileira.
O Brasil vai iniciar a safra 2014/15 em abril, com uma produção provisoriamente projetada para 48,34
milhões de sacas (último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado em
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janeiro). Entretanto, a estimativa não levou em conta as perdas com a seca e com o calor excessivo
nas áreas produtoras.
De acordo com Peter Baker, cientista da CABI, a estiagem provavelmente vai afetar de forma mais
intensa o sudoeste de Minas Gerais, responsável por grande parte do cultivo de café no Estado.
O déficit total de chuvas no primeiro bimestre do ano é de aproximadamente 500 milímetros e é
improvável que tenha havido evento tão severo como este desde pelo menos 1950.
Na América Central, uma estimativa atualizada da Promecafé sobre os danos da ferrugem sobre a
safra 2013/14 sugere que os efeitos podem não ser tão ruins como previsto anteriormente.
Na Colômbia, a produção em fevereiro deste ano alcançou 874 mil sacas, 40% a mais que no mesmo
mês de 2013. Isso traz a produção dos últimos doze meses para 11,3 milhões de sacas, mostrando a
recuperação da safra.
As exportações globais de café em janeiro de 2014 somaram 8,7 milhões de sacas, 8,4% menos que
no mesmo mês do ano passado. Os embarques de robusta foram 17,2% menores, com as vendas
externas de Vietnã e Indonésia limitadas, apesar da grande colheita esperada para este ano-safra.
Se os preços do café continuarem a subir, é provável que mais grãos sejam disponibilizados no
mercado. Embarques da América Central também foram em torno de 10% mais baixos, enquanto as
exportações de arábicas colombianos tiveram significativo aumento de 23,4%.
Os estoques certificados de café robusta na bolsa de Londres diminuíram ainda mais, para cerca de
404 mil sacas, o menor nível registrado pela OIC, enquanto os estoques de arábica no mercado de
Nova York têm mantido um nível de cerca de 3 milhões de sacas.
Café: comercialização da safra 2013 no Sul de MG está em 82%
Agência Safras
13/03/2014
Lessandro Carvalho
A comercialização de café da safra 2013 no sul de Minas Gerais está em 82%, com
esse percentual também valendo para o cerrado mineiro e parte de São Paulo. A
avaliação é de fonte da área de comercialização de uma grande cooperativa que
atua nas regiões citadas, que preferiu não ser identificada. Quanto à safra 2014,
cerca de 23% da produção já foi negociada de forma antecipada, segundo a fonte.
Procafé: retirada da saia de cafeeiros arábica não é indicada
CaféPoint
13/03/2014
Volta e meia aparece uma nova moda no uso de práticas culturais na lavoura cafeeira.
Agora, trata-se da retirada da saia, eliminando ramos laterais na parte baixa das plantas,
que vem sendo indicada por alguns consultores, especialmente na zona de cafeicultura
de montanha.
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Estes recomendantes parecem se espelhar no que é feito em cafeeiros conillon, onde, também sem
comprovação cientifica, é recomendada a retirada de todos os ramos laterais que produziram na safra
anterior.
É preciso lembrar, no entanto, que o cafeeiro arábica, diferentemente do robusta, é conduzido, nos
espaçamentos modernos, com pequenas distâncias na linha, com apenas uma haste ortotrópica por
planta. Então, o cafeeiro se desenvolve de forma cilíndrica e toda a ramagem lateral, de baixo em
cima da copa, é importante para a produção de frutos.
Além disso, a retirada dos ramos da saia, feita manualmente, com uso de foice ou de roçadeira
motorizada, exige gastos de mão-de-obra, e, ainda, facilita a entrada de luz junto ao tronco, o que
promove a brotação de ramos ladrões, necessitando, assim, de novos gastos com desbrota. Outro
problema é que a retirada da saia, deixando de sombrear o solo abaixo, facilita a germinação e a
infestação de ervas junto à linha de cafeeiros.
Trabalhos de pesquisa mais antigos, onde se preconizava a retirada da saia para facilitar a colheita
mecanizada, mostram que essa prática reduzia a produção dos cafeeiros. Também, muito
antigamente, na época de nossos avós, era costume tirar a saia dos cafeeiros, para facilitar a
rastelação dos cafés de varrição.
Mas, na atualidade, por tudo que foi aqui discutido, a manutenção da saia dos cafeeiros é desejável e
sua reirada não é uma prática indicada.
Está sendo estudada, em ensaios, agora, a limpeza dos ramos baixos, sem condições de produzir,
em lavouras adensadas, quando fechadas, para facilitar a colheita, de baixo para cima, com a
derriçadeira motorizada. As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CaféPoint.
Café: muito além da cafeína
Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café
13/03/2014
Carolina Costa e Flávia Bessa
Quando se fala em café muitos ainda relacionam a bebida somente à presença da popular cafeína. O
que ainda não é de conhecimento geral é que os grãos de café possuem apenas de 1% a 2,5 % de
cafeína e diversas outras substâncias, algumas delas em maior quantidade. Entre elas, minerais,
vitamina B3, polissacarídeos, gorduras, aminoácidos e antioxidantes, como os ácidos clorogênicos,
substâncias naturais responsáveis por grande parte da atividade antioxidante do café.
Segundo a professora e pesquisadora Adriana Farah, do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz
Carlos Trugo - Nupecafé, do Instituto de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ,
os ácidos clorogênicos pertencem à mesma classe dos antioxidantes do vinho e são comumente
encontrados nos grãos verdes de café na proporção de 5% a 9%, dependendo da espécie, cerca de
cinco a três vezes mais que a cafeína. Os antioxidantes são considerados aliados da saúde e da
qualidade de vida por neutralizarem a ação dos radicais livres no organismo, prevenindo uma série de
doenças. Um estudo realizado pela professora Adriana, com financiamento do Consórcio Pesquisa
Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, mostrou que o teor de ácidos
clorogênicos na bebida, e, consequentemente, sua capacidade antioxidante, depende de uma série
de fatores, tais como genética, processamento pós-colheita, método e grau de torrefação, tamanho
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das partículas do café moído e do método de preparo da bebida. A pesquisadora tem resultados
promissores alcançados sobre a importância desses compostos na saúde humana e mostra que,
mesmo após a perda resultante do processo de torrefação, os teores restantes são consideráveis e
fazem com que o café seja um dos produtos responsáveis pela capacidade antioxidante na dieta do
brasileiro.
Confira mais detalhes sobre a pesquisa e como os antioxidantes presentes no café interferem
beneficamente no organismo humano em entrevista realizada pela Embrapa Café com a professora e
pesquisadora da UFRJ. Adriana Farah é graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro e doutora em Ciências de Alimentos pelo Instituto de Química da mesma Universidade, tendo
realizado parte de sua tese no Institute for Coffee Studies at Vanderbilt University Medical Center
(EUA). Foi pesquisadora no Neuroscience Laboratory e no Clinical Research Center do
Massachusetts Institute of Technology (EUA). Atualmente é docente dos programas de pós-
graduação em Ciência de Alimentos do Instituto de Química e de Nutrição da UFRJ. É também
membro do comitê científico da Association for the Science and Information on Coffee (ASIC),
sediada em Paris, e bolsista de produtividade do CNPQ.
Embrapa Café: A que se deve a capacidade antioxidante do café?
Adriana Farah: Nos últimos anos, inúmeros compostos fenólicos, ou polifenóis, que têm ação
antioxidante, têm sido descobertos no café, a maioria, ácidos clorogênicos e derivados. O café é uma
das maiores fontes desses compostos na natureza, e mesmo que sejam sensíveis ao calor, uma
grande parte desses compostos permanece nos grãos, principalmente até o ponto de torra média a
média-escura. A torra escura deve ser evitada. Embora os cafés de torra mais clara sejam os que
conservam maior teor de antioxidantes, a torra clara deve também ser evitada devido à formação de
acrilamida (potencialmente prejudicial ao organismo) no início da torrefação, seguida de degradação
à medida que o processo progride. Além de os cafés de torra média a média-escura manterem teores
consideráveis de ácidos clorogênicos, quando comparados a outros alimentos da dieta, estes
também possuem outros compostos bioativos, como as lactonas dos ácidos clorogênicos ou
quinídeos, derivados do piridínio, polissacarídeos e o ácido nicotínico (vitamina B3), além de outros
compostos antioxidantes incorporados à melanoidina, responsável pela cor marrom do café torrado.
Embrapa Café: E como os antioxidantes influenciam na melhoria da saúde e qualidade de vida?
Adriana Farah: Os antioxidantes podem atuar complexando-se com radicais livres e interrompendo
suas reações em cadeia, prevenindo assim, danos ao DNA das células e o envelhecimento precoce.
Eles também podem impedir a oxidação das LDL (lipoproteínas de baixa densidade), sendo capazes
de diminuir a incidência de doenças coronarianas e, indiretamente, alguns tipos de infarto, e de ajudar
a prevenir o estabelecimento de doenças degenerativas, entre elas a aterosclerose, doença de
Alzheimer e diabetes do tipo II (especialmente o café descafeinado). Em estudos realizados em
laboratório, o café foi também relacionado à prevenção do câncer, já que os ácidos clorogênicos
foram capazes de modificar vias metabólicas de compostos cancerígenos, inativando-os. Entre outros
efeitos atribuídos a esses compostos do café (alguns observados pelo nosso grupo) estão os efeitos
estimulante da digestão, hepatoprotetor (na prevenção da cirrose e câncer de fígado),
imunoestimulante, anti-obesidade, anti-hipertensivo, antiviral e antibacteriano (inclusive em relação a
bactérias causadoras da cárie e doenças periodontais). No caso dos ácidos clorogênicos do café, é
interessante o fato de, com exceção da prevenção da diabetes do tipo II, o café integral parece ser
mais efetivo do que o café descafeinado, algumas vezes não devido à ação da cafeína em si, mas de
seus metabólitos no organismo.
Embrapa Café: Poderia explicar melhor o que são radicais livres, por que devem ser combatidos
também com o consumo de café?
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Adriana Farah: Os radicais livres são espécies químicas com um ou mais elétrons desemparelhados,
altamente reativos e capazes de oxidar substratos biológicos, podendo levar à morte celular, e, como
já mencionado, envelhecimento, danos ao DNA das células, e estabelecimento de doenças crônico-
degenerativas como a aterosclerose, doenças coronarianas, diabetes tipo II, doença de Alzheimer e
câncer. Essas espécies reativas são naturalmente produzidas no metabolismo normal do organismo e
são “combatidas” pelos próprios antioxidantes produzidos pelo organismo, bem como aqueles
ingeridos na alimentação. As doenças degenerativas acontecem quando há desequilíbrio entre os
radicais livres e os agentes antioxidantes, instalando-se o estresse oxidativo. O consumo de café a
longo prazo parece exercer papel na prevenção de doenças crônico-degenerativas, é o que vários
estudos realizados em diferentes partes do mundo apontam. Além disso, em um estudo americano, o
consumo de café a longo prazo foi relacionado com maior longevidade devido à ação dos seus
antioxidantes no organismo.
Embrapa Café: Por que o café, na sua opinião, é uma das fontes mais importantes de antioxidantes
na alimentação de grande parte dos brasileiros?
Adriana Farah: Em pesquisa desenvolvida no nosso laboratório, foi constatado que, devido ao seu
alto teor de ácidos clorogênicos, o café apresenta maior capacidade antioxidante entre os alimentos
mais consumidos (de acordo com o IBGE) no Brasil, seguido pelo chá-mate, também rico em
clorogênicos, vinho tinto e açaí. Somado a isso seu alto consumo pela população brasileira, o café foi,
de longe, destacado como o mais importante contribuinte para a capacidade antioxidante total da
dieta do brasileiro, independente da renda e da grande região do Brasil, destacando a bebida como
alimento importante. Esse fato tem sido observado também em outros países, como EUA, Japão,
Itália, Noruega, entre outros.
Embrapa Café: Qual é o estágio atual da pesquisa e seus desdobramentos?
Adriana Farah: A atividade antioxidante dos ácidos clorogênicos já está consolidada e sabemos
agora que é semelhante à ação antioxidante da vitamina C. Em estudo recente, observamos que,
embora esses compostos sejam degradados durante a torrefação, parte deles é incorporada às
melanoidinas formadas durante o processo e que, por essa razão, essas substâncias também
possuem atividade antioxidante. Isso faz com que essa atividade perdure por mais tempo no café
durante a torrefação, apesar da diminuição do teor de ácidos clorogênicos.
É conhecido que os grãos de Coffea canephora (café conilon) contêm maiores teores de ácidos
clorogênicos em relação aos grãos de Coffea arabica. Observamos que o teor desses compostos
varia consideravelmente na mesma espécie e variedade, em diferentes safras e que, por isso, não se
pode dizer que uma variedade é melhor fonte de ácidos clorogênicos do que outra, a menos que
várias safras sejam acompanhadas, e, até mesmo, de origens diferentes, pois há uma série de
fatores extrínsecos que podem influir nos teores de ácidos clorogênicos da planta.
Em relação ao método de beneficiamento primário utilizado, cafés processados por via úmida
parecem apresentar teores relativamente mais elevados de ácidos clorogênicos em relação ao
método semi-úmido ou natural utilizado mais comumente no Brasil. É provável, no entanto, que esses
maiores teores sejam na verdade causados pela perda de outros compostos mais hidrossolúveis no
processo.
A velocidade com a qual o café é torrado também influi nos teores de ácidos clorogênicos. Quanto
mais rapidamente o café é torrado, maior a conservação desses compostos. No entanto, temos que
manter uma perspectiva global e, considerando outras substâncias, inclusive a degradação de
acrilamida, que é desejada, e o desenvolvimento de aroma, velocidades médias, com temperaturas
médias, são preferíveis.
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Também observamos que as granulometrias mais finas rendem teores mais elevados de ácidos
clorogênicos e que os métodos de preparo na cafeteira expresso, cafeteira italiana e cafeteira elétrica
extraem mais ácidos clorogênicos do que os métodos manuais de preparo da bebida. No entanto,
mais uma vez, não podemos esquecer que a granulometria influencia fortemente o resultado na
xícara e deve ser apropriada para cada tipo de café, torra e método de preparo.
Outro aspecto que investigamos entre os que envolvem os ácidos clorogênicos é o seu metabolismo
no organismo humano. Há cerca de dez anos, pensava-se que esses compostos não eram
absorvidos em humanos e que, portanto, sua importância na bebida era reduzida. Por meio de
pesquisa financiada pelo Consórcio Pesquisa Café, nosso grupo foi o primeiro a identificar os
principais compostos da classe dos ácidos clorogênicos no plasma e na urina de humanos. A partir
daí, temos estudado seu metabolismo e sua interação com outros componentes de alimentos e
medicamentos. Observamos que existe grande variação entre as pessoas no que diz respeito ao
metabolismo desses compostos e isso está relacionado com uma série de fatores que incluem
hábitos alimentares e genética. Sabemos agora que a flora bacteriana exerce um papel importante na
transformação dos compostos que não são absorvidos na parte superior do trato digestório e esses
metabólitos da flora ainda podem ser parcialmente absorvidos pelo organismo, na forma de
metabólitos bioativos. A presença de compostos antioxidantes no intestino grosso também pode
reduzir a incidência de câncer de cólon.
Embrapa Café: Nos estudos, há parcerias com escolas e instituições? E o papel Consórcio Pesquisa
Café nesse projeto?
Adriana Farah: Nosso laboratório realiza projetos colaborativos com universidades internacionais nos
EUA, Canadá, Portugal, Espanha, Itália, Noruega, Turquia e com universidades e instituições de
pesquisa de outros estados do Brasil. A participação do Consórcio tem sido de grande importância,
não só apoiando os projetos relacionados com os compostos antioxidantes, mas também projetos
envolvendo qualidade da bebida e desenvolvimento de novos produtos à base de café.

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  • 1. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck CLIPPING – 13/03/2014 Acesse: www.cncafe.com.br Mapa tomará medidas para evitar danos na produção de café Ascom Social do Mapa 13/03/2014 Yara Marques Por meio da Portaria nº 188, publicada no dia 13 de março no Diário Oficial da União, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) decretou estado de emergência na produção de café do estado de Minas Gerais, devido ao ressurgimento da praga Hypothenemus hampei. De acordo com a portaria, o estado de emergência deve vigorar por um ano, período em que devem ser adotadas medidas emergenciais para controle contra a infestação. Para evitar que esta praga conhecida como “broca do café” perca seu controle no Brasil, o Mapa fará uma ação de contingência, que envolve um plano de manejo e medidas emergenciais, que serão estabelecidas em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). “A broca do café é uma praga de produção e de qualidade, diminui a produtividade e piora a qualidade na exportação do café. Não pode voltar a ser uma praga de importância no Brasil”, afirma o diretor de Sanidade Vegetal do Ministério, Luis Rangel. Francisco Sérgio de Assis é reeleito presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Ascom Federação dos Cafeicultores do Cerrado 13/03/2014 Aconteceu nesta quarta-feira, 12, a Assembleia Geral Ordinária da Federação dos Cafeicultores do Cerrado que teve em um dos seus objetivos, eleger a Diretoria para o triênio 2014/2017. A entidade é composta por 9 cooperativas e 7 associações, quem tem o direito e poder de voto. Por aclamação foi reeleito para a presidência, o cafeicultor Francisco Sérgio de Assis (foto: arquivo CNC) que tem agora mais três anos de trabalho pela frente. A diretoria é composta ainda por dois vice-presidentes, foram eleitos Gláucio de Castro e Alberto Adhemar do Valle Júnior. A diretoria da Fundaccer - Fundação de Desenvolvimento do Café do Cerrado ficou composta pelos mesmos líderes.
  • 2. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck “Só tenho a agradecer aos meus companheiros que mais uma vez confiaram em meu trabalho à frente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e conto com o apoio de sempre nesse novo mandato. Temos agora uma Denominação de Origem para cuidarmos, única no país para café e precisamos consolidar isso tanto para o mercado interno como para o internacional. Nosso desejo é que também fortaleçamos novas lideranças para a Região do Cerrado Mineiro e mantenhamos nossa representação nos órgãos político-institucionais como o CNC, por exemplo” – afirmou Francisco Sérgio de Assis. Também foi consolidada uma modificação na composição do quadro de colaboradores da Federação dos Cafeicultores do Cerrado. Juliano Tarabal, responde agora pela Superintendência da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e, continuando nesta mesma função também na Fundaccer. "Ficamos felizes pela confiança do Conselho de Administração ao confiar em minha pessoa a Liderança da Equipe, temos um Time muito forte e preparado para buscar os resultados almejados. De minha parte tenho bem claro dois objetivos, que darão a tônica de nossa Gestão a frente da Federação e Fundaccer: Fortalecer o sentimento de pertencimento dos produtores da Região do Cerrado Mineiro e em segundo, mas não menos importante, buscar incessantemente trabalhar pela criação de percepção dos consumidores quanto a Denominação de Origem - Região do Cerrado Mineiro, posicionando a Região como uma Origem relevante para os consumidores por ser fornecedora de cafés éticos, rastreáveis e de alta qualidade” – explicou o superintendente. Café em alta faz produtores de MG desistirem das opções de venda G1 Economia / Agronegócios 13/03/2014 Do Globo Rural Os produtores de café de Minas Gerais que participaram de leilões do governo no ano passado, estão desistindo de entregar o grão. O prazo vence na sexta-feira (14), mas com a alta no valor da saca, o negócio deixou de ser vantajoso. O produtor Fernando Augusto Júnior tem 150 hectares de café no município de Elói Mendes, no sul de Minas Gerais. De família tradicional de cafeicultores, ele já enfrentou várias oscilações do mercado. Em 2009 optou por vender o grão para o Governo Federal. “Na época estava bastante difícil e esta foi uma boa alternativa”, diz. No ano passado o Governo Federal anunciou a compra de 3 milhões de sacas, uma alternativa para tirá-las do mercado e tentar recuperar o preço. Cada produtor podia vender até 500 sacas. Em setembro do ano passado, quando os leilões começaram a ser feitos, o café estava cotado, em média, em R$ 250, valor bem abaixo dos R$ 343 oferecidos pelo governo. De lá para cá, o cenário mudou e muitos produtores não devem exercer a opção de entregar o café. A estiagem na região e o temor de quebra na próxima safra impulsionaram os preços. Na época dos leilões, o agricultor Márcio Garcia Reis Neto negociou parte das 8 mil sacas que tinha. Agora, com o café na faixa dos R$ 470, ele não pretende entregar para o governo, já vendeu mais de mil sacas e planeja aproveitar o bom momento para diminuir o estoque. “Não dá para entregar o café, temos que entregar no mercado, que está pagando um valor bem acima do estipulado pelo governo”.
  • 3. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck OIC: fevereiro registra maior aumento mensal dos preços do café desde maio de 1997 Agência Estado 13/03/2014 Fernando Nakagawa A seca que prejudicou boa parte das áreas produtoras de café do Brasil nos últimos meses mudou os rumos do mercado internacional do grão em fevereiro. Relatório divulgado nesta quinta-feira pela Organização Internacional do Café (OIC) mostra que a preocupação com a falta de chuvas no País fez com que o preço do produto subisse 24,4% em fevereiro no mercado internacional. Com isso, o café registrou a maior alta mensal desde maio de 1997. Segundo a OIC, o indicador composto de preço calculado pela organização fechou o mês passado em 137,81 centavos de dólar por libra-peso. "O preço médio do café já subiu cerca de 20% entre 30 de janeiro e 10 de março diante da seca em curso no Brasil e da incerteza sobre a safra de 2014/15", diz o relatório divulgado nesta manhã em Londres. Entre os diferentes tipo de café, os grãos brasileiros (Brazilian Naturals) registraram alta de 30,5% em fevereiro ante janeiro (para 148,74 centavos por libra-peso) e os colombianos suaves (Colombian Milds) avançaram 29,6% (para 172,22 centavos). "O rali nos preços tem sido impulsionado pela grave seca no Brasil, onde várias regiões de cultivo de café receberam pouca ou nenhuma chuva nos meses de janeiro e fevereiro, período crítico para o desenvolvimento", destaca o relatório da OIC. A falta de chuva no Brasil "tem gerado considerável preocupação em torno da safra global de 2014/15". "Agora, é possível que estejamos caminhando para uma produção deficitária em relação à demanda", completa o relatório. Apesar da forte subida de preços, a entidade que representa os produtores mundiais do grão observa que a alta recente só recuperou as perdas dos últimos meses e, agora, o café tem preço comparável ao visto em novembro de 2012. "Portanto, ainda há um longo caminho para o pico atingido em 2011", diz a entidade. Outra observação feita pela organização é que o sobe-e-desce dos preços não é positivo para o mercado. "A volatilidade considerável exibida nos últimos meses não beneficia produtores de café ou consumidores", diz a entidade. OIC não altera previsão de produção mundial para a safra 2013/14 de café Valor PRO 13/03/2014 Carine Ferreira A produção global de café para o período 2013/14 é estimada em 145,8 milhões de sacas, ligeiro aumento de 0,5% sobre a temporada anterior, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC). A entidade não alterou sua previsão, apesar da seca e do calor que afetaram a produção brasileira. O Brasil vai iniciar a safra 2014/15 em abril, com uma produção provisoriamente projetada para 48,34 milhões de sacas (último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado em
  • 4. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck janeiro). Entretanto, a estimativa não levou em conta as perdas com a seca e com o calor excessivo nas áreas produtoras. De acordo com Peter Baker, cientista da CABI, a estiagem provavelmente vai afetar de forma mais intensa o sudoeste de Minas Gerais, responsável por grande parte do cultivo de café no Estado. O déficit total de chuvas no primeiro bimestre do ano é de aproximadamente 500 milímetros e é improvável que tenha havido evento tão severo como este desde pelo menos 1950. Na América Central, uma estimativa atualizada da Promecafé sobre os danos da ferrugem sobre a safra 2013/14 sugere que os efeitos podem não ser tão ruins como previsto anteriormente. Na Colômbia, a produção em fevereiro deste ano alcançou 874 mil sacas, 40% a mais que no mesmo mês de 2013. Isso traz a produção dos últimos doze meses para 11,3 milhões de sacas, mostrando a recuperação da safra. As exportações globais de café em janeiro de 2014 somaram 8,7 milhões de sacas, 8,4% menos que no mesmo mês do ano passado. Os embarques de robusta foram 17,2% menores, com as vendas externas de Vietnã e Indonésia limitadas, apesar da grande colheita esperada para este ano-safra. Se os preços do café continuarem a subir, é provável que mais grãos sejam disponibilizados no mercado. Embarques da América Central também foram em torno de 10% mais baixos, enquanto as exportações de arábicas colombianos tiveram significativo aumento de 23,4%. Os estoques certificados de café robusta na bolsa de Londres diminuíram ainda mais, para cerca de 404 mil sacas, o menor nível registrado pela OIC, enquanto os estoques de arábica no mercado de Nova York têm mantido um nível de cerca de 3 milhões de sacas. Café: comercialização da safra 2013 no Sul de MG está em 82% Agência Safras 13/03/2014 Lessandro Carvalho A comercialização de café da safra 2013 no sul de Minas Gerais está em 82%, com esse percentual também valendo para o cerrado mineiro e parte de São Paulo. A avaliação é de fonte da área de comercialização de uma grande cooperativa que atua nas regiões citadas, que preferiu não ser identificada. Quanto à safra 2014, cerca de 23% da produção já foi negociada de forma antecipada, segundo a fonte. Procafé: retirada da saia de cafeeiros arábica não é indicada CaféPoint 13/03/2014 Volta e meia aparece uma nova moda no uso de práticas culturais na lavoura cafeeira. Agora, trata-se da retirada da saia, eliminando ramos laterais na parte baixa das plantas, que vem sendo indicada por alguns consultores, especialmente na zona de cafeicultura de montanha.
  • 5. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck Estes recomendantes parecem se espelhar no que é feito em cafeeiros conillon, onde, também sem comprovação cientifica, é recomendada a retirada de todos os ramos laterais que produziram na safra anterior. É preciso lembrar, no entanto, que o cafeeiro arábica, diferentemente do robusta, é conduzido, nos espaçamentos modernos, com pequenas distâncias na linha, com apenas uma haste ortotrópica por planta. Então, o cafeeiro se desenvolve de forma cilíndrica e toda a ramagem lateral, de baixo em cima da copa, é importante para a produção de frutos. Além disso, a retirada dos ramos da saia, feita manualmente, com uso de foice ou de roçadeira motorizada, exige gastos de mão-de-obra, e, ainda, facilita a entrada de luz junto ao tronco, o que promove a brotação de ramos ladrões, necessitando, assim, de novos gastos com desbrota. Outro problema é que a retirada da saia, deixando de sombrear o solo abaixo, facilita a germinação e a infestação de ervas junto à linha de cafeeiros. Trabalhos de pesquisa mais antigos, onde se preconizava a retirada da saia para facilitar a colheita mecanizada, mostram que essa prática reduzia a produção dos cafeeiros. Também, muito antigamente, na época de nossos avós, era costume tirar a saia dos cafeeiros, para facilitar a rastelação dos cafés de varrição. Mas, na atualidade, por tudo que foi aqui discutido, a manutenção da saia dos cafeeiros é desejável e sua reirada não é uma prática indicada. Está sendo estudada, em ensaios, agora, a limpeza dos ramos baixos, sem condições de produzir, em lavouras adensadas, quando fechadas, para facilitar a colheita, de baixo para cima, com a derriçadeira motorizada. As informações são da Fundação Procafé, adaptadas pelo CaféPoint. Café: muito além da cafeína Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café 13/03/2014 Carolina Costa e Flávia Bessa Quando se fala em café muitos ainda relacionam a bebida somente à presença da popular cafeína. O que ainda não é de conhecimento geral é que os grãos de café possuem apenas de 1% a 2,5 % de cafeína e diversas outras substâncias, algumas delas em maior quantidade. Entre elas, minerais, vitamina B3, polissacarídeos, gorduras, aminoácidos e antioxidantes, como os ácidos clorogênicos, substâncias naturais responsáveis por grande parte da atividade antioxidante do café. Segundo a professora e pesquisadora Adriana Farah, do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz Carlos Trugo - Nupecafé, do Instituto de Nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, os ácidos clorogênicos pertencem à mesma classe dos antioxidantes do vinho e são comumente encontrados nos grãos verdes de café na proporção de 5% a 9%, dependendo da espécie, cerca de cinco a três vezes mais que a cafeína. Os antioxidantes são considerados aliados da saúde e da qualidade de vida por neutralizarem a ação dos radicais livres no organismo, prevenindo uma série de doenças. Um estudo realizado pela professora Adriana, com financiamento do Consórcio Pesquisa Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela Embrapa Café, mostrou que o teor de ácidos clorogênicos na bebida, e, consequentemente, sua capacidade antioxidante, depende de uma série de fatores, tais como genética, processamento pós-colheita, método e grau de torrefação, tamanho
  • 6. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck das partículas do café moído e do método de preparo da bebida. A pesquisadora tem resultados promissores alcançados sobre a importância desses compostos na saúde humana e mostra que, mesmo após a perda resultante do processo de torrefação, os teores restantes são consideráveis e fazem com que o café seja um dos produtos responsáveis pela capacidade antioxidante na dieta do brasileiro. Confira mais detalhes sobre a pesquisa e como os antioxidantes presentes no café interferem beneficamente no organismo humano em entrevista realizada pela Embrapa Café com a professora e pesquisadora da UFRJ. Adriana Farah é graduada em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutora em Ciências de Alimentos pelo Instituto de Química da mesma Universidade, tendo realizado parte de sua tese no Institute for Coffee Studies at Vanderbilt University Medical Center (EUA). Foi pesquisadora no Neuroscience Laboratory e no Clinical Research Center do Massachusetts Institute of Technology (EUA). Atualmente é docente dos programas de pós- graduação em Ciência de Alimentos do Instituto de Química e de Nutrição da UFRJ. É também membro do comitê científico da Association for the Science and Information on Coffee (ASIC), sediada em Paris, e bolsista de produtividade do CNPQ. Embrapa Café: A que se deve a capacidade antioxidante do café? Adriana Farah: Nos últimos anos, inúmeros compostos fenólicos, ou polifenóis, que têm ação antioxidante, têm sido descobertos no café, a maioria, ácidos clorogênicos e derivados. O café é uma das maiores fontes desses compostos na natureza, e mesmo que sejam sensíveis ao calor, uma grande parte desses compostos permanece nos grãos, principalmente até o ponto de torra média a média-escura. A torra escura deve ser evitada. Embora os cafés de torra mais clara sejam os que conservam maior teor de antioxidantes, a torra clara deve também ser evitada devido à formação de acrilamida (potencialmente prejudicial ao organismo) no início da torrefação, seguida de degradação à medida que o processo progride. Além de os cafés de torra média a média-escura manterem teores consideráveis de ácidos clorogênicos, quando comparados a outros alimentos da dieta, estes também possuem outros compostos bioativos, como as lactonas dos ácidos clorogênicos ou quinídeos, derivados do piridínio, polissacarídeos e o ácido nicotínico (vitamina B3), além de outros compostos antioxidantes incorporados à melanoidina, responsável pela cor marrom do café torrado. Embrapa Café: E como os antioxidantes influenciam na melhoria da saúde e qualidade de vida? Adriana Farah: Os antioxidantes podem atuar complexando-se com radicais livres e interrompendo suas reações em cadeia, prevenindo assim, danos ao DNA das células e o envelhecimento precoce. Eles também podem impedir a oxidação das LDL (lipoproteínas de baixa densidade), sendo capazes de diminuir a incidência de doenças coronarianas e, indiretamente, alguns tipos de infarto, e de ajudar a prevenir o estabelecimento de doenças degenerativas, entre elas a aterosclerose, doença de Alzheimer e diabetes do tipo II (especialmente o café descafeinado). Em estudos realizados em laboratório, o café foi também relacionado à prevenção do câncer, já que os ácidos clorogênicos foram capazes de modificar vias metabólicas de compostos cancerígenos, inativando-os. Entre outros efeitos atribuídos a esses compostos do café (alguns observados pelo nosso grupo) estão os efeitos estimulante da digestão, hepatoprotetor (na prevenção da cirrose e câncer de fígado), imunoestimulante, anti-obesidade, anti-hipertensivo, antiviral e antibacteriano (inclusive em relação a bactérias causadoras da cárie e doenças periodontais). No caso dos ácidos clorogênicos do café, é interessante o fato de, com exceção da prevenção da diabetes do tipo II, o café integral parece ser mais efetivo do que o café descafeinado, algumas vezes não devido à ação da cafeína em si, mas de seus metabólitos no organismo. Embrapa Café: Poderia explicar melhor o que são radicais livres, por que devem ser combatidos também com o consumo de café?
  • 7. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck Adriana Farah: Os radicais livres são espécies químicas com um ou mais elétrons desemparelhados, altamente reativos e capazes de oxidar substratos biológicos, podendo levar à morte celular, e, como já mencionado, envelhecimento, danos ao DNA das células, e estabelecimento de doenças crônico- degenerativas como a aterosclerose, doenças coronarianas, diabetes tipo II, doença de Alzheimer e câncer. Essas espécies reativas são naturalmente produzidas no metabolismo normal do organismo e são “combatidas” pelos próprios antioxidantes produzidos pelo organismo, bem como aqueles ingeridos na alimentação. As doenças degenerativas acontecem quando há desequilíbrio entre os radicais livres e os agentes antioxidantes, instalando-se o estresse oxidativo. O consumo de café a longo prazo parece exercer papel na prevenção de doenças crônico-degenerativas, é o que vários estudos realizados em diferentes partes do mundo apontam. Além disso, em um estudo americano, o consumo de café a longo prazo foi relacionado com maior longevidade devido à ação dos seus antioxidantes no organismo. Embrapa Café: Por que o café, na sua opinião, é uma das fontes mais importantes de antioxidantes na alimentação de grande parte dos brasileiros? Adriana Farah: Em pesquisa desenvolvida no nosso laboratório, foi constatado que, devido ao seu alto teor de ácidos clorogênicos, o café apresenta maior capacidade antioxidante entre os alimentos mais consumidos (de acordo com o IBGE) no Brasil, seguido pelo chá-mate, também rico em clorogênicos, vinho tinto e açaí. Somado a isso seu alto consumo pela população brasileira, o café foi, de longe, destacado como o mais importante contribuinte para a capacidade antioxidante total da dieta do brasileiro, independente da renda e da grande região do Brasil, destacando a bebida como alimento importante. Esse fato tem sido observado também em outros países, como EUA, Japão, Itália, Noruega, entre outros. Embrapa Café: Qual é o estágio atual da pesquisa e seus desdobramentos? Adriana Farah: A atividade antioxidante dos ácidos clorogênicos já está consolidada e sabemos agora que é semelhante à ação antioxidante da vitamina C. Em estudo recente, observamos que, embora esses compostos sejam degradados durante a torrefação, parte deles é incorporada às melanoidinas formadas durante o processo e que, por essa razão, essas substâncias também possuem atividade antioxidante. Isso faz com que essa atividade perdure por mais tempo no café durante a torrefação, apesar da diminuição do teor de ácidos clorogênicos. É conhecido que os grãos de Coffea canephora (café conilon) contêm maiores teores de ácidos clorogênicos em relação aos grãos de Coffea arabica. Observamos que o teor desses compostos varia consideravelmente na mesma espécie e variedade, em diferentes safras e que, por isso, não se pode dizer que uma variedade é melhor fonte de ácidos clorogênicos do que outra, a menos que várias safras sejam acompanhadas, e, até mesmo, de origens diferentes, pois há uma série de fatores extrínsecos que podem influir nos teores de ácidos clorogênicos da planta. Em relação ao método de beneficiamento primário utilizado, cafés processados por via úmida parecem apresentar teores relativamente mais elevados de ácidos clorogênicos em relação ao método semi-úmido ou natural utilizado mais comumente no Brasil. É provável, no entanto, que esses maiores teores sejam na verdade causados pela perda de outros compostos mais hidrossolúveis no processo. A velocidade com a qual o café é torrado também influi nos teores de ácidos clorogênicos. Quanto mais rapidamente o café é torrado, maior a conservação desses compostos. No entanto, temos que manter uma perspectiva global e, considerando outras substâncias, inclusive a degradação de acrilamida, que é desejada, e o desenvolvimento de aroma, velocidades médias, com temperaturas médias, são preferíveis.
  • 8. Conselho Nacional do Café – CNC SCN Quadra 01, Bl. “C”, Ed. Brasília Trade Center, 11º andar, sala 1.101 - CEP 70711-902 – Brasília (DF) Assessoria de Comunicação: (61) 3226-2269 / 8114-6632 E-mail: imprensa@cncafe.com.br / www.twitter.com/pauloandreck Também observamos que as granulometrias mais finas rendem teores mais elevados de ácidos clorogênicos e que os métodos de preparo na cafeteira expresso, cafeteira italiana e cafeteira elétrica extraem mais ácidos clorogênicos do que os métodos manuais de preparo da bebida. No entanto, mais uma vez, não podemos esquecer que a granulometria influencia fortemente o resultado na xícara e deve ser apropriada para cada tipo de café, torra e método de preparo. Outro aspecto que investigamos entre os que envolvem os ácidos clorogênicos é o seu metabolismo no organismo humano. Há cerca de dez anos, pensava-se que esses compostos não eram absorvidos em humanos e que, portanto, sua importância na bebida era reduzida. Por meio de pesquisa financiada pelo Consórcio Pesquisa Café, nosso grupo foi o primeiro a identificar os principais compostos da classe dos ácidos clorogênicos no plasma e na urina de humanos. A partir daí, temos estudado seu metabolismo e sua interação com outros componentes de alimentos e medicamentos. Observamos que existe grande variação entre as pessoas no que diz respeito ao metabolismo desses compostos e isso está relacionado com uma série de fatores que incluem hábitos alimentares e genética. Sabemos agora que a flora bacteriana exerce um papel importante na transformação dos compostos que não são absorvidos na parte superior do trato digestório e esses metabólitos da flora ainda podem ser parcialmente absorvidos pelo organismo, na forma de metabólitos bioativos. A presença de compostos antioxidantes no intestino grosso também pode reduzir a incidência de câncer de cólon. Embrapa Café: Nos estudos, há parcerias com escolas e instituições? E o papel Consórcio Pesquisa Café nesse projeto? Adriana Farah: Nosso laboratório realiza projetos colaborativos com universidades internacionais nos EUA, Canadá, Portugal, Espanha, Itália, Noruega, Turquia e com universidades e instituições de pesquisa de outros estados do Brasil. A participação do Consórcio tem sido de grande importância, não só apoiando os projetos relacionados com os compostos antioxidantes, mas também projetos envolvendo qualidade da bebida e desenvolvimento de novos produtos à base de café.