[1] O documento discute a prática do aconselhamento psicológico dentro de organizações para promover a saúde mental e qualidade de vida dos trabalhadores. [2] Uma pesquisa com psicólogos organizacionais mostrou que a maioria reconhece os benefícios do aconselhamento, porém ele não é amplamente oferecido. [3] O documento defende que o aconselhamento psicológico deve ser mais utilizado nas empresas para criar um ambiente saudável e de crescimento.
1. ACONSELHAMENTO PSICOLÓGICO:
UMA PRÁTICA POSSÍVEL DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES
LIGA DE ENSINO DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE
Paula Rafaela de Souza Santos
Orientadora: Prof.ª Ms. Maria Helena de Oliveira
NATAL - RN
2014
2. Justificativa
A escolha por esse tema de estudo se deu pela observação de que,
muitas vezes, o psicólogo inserido nas organizações, por ter as suas
funções muito ligadas aos serviços de recrutamento, seleção,
treinamentos e afins, acaba perdendo a sensibilidade e oportunidade
de promover um dos serviços mais importantes da psicologia e que
pode ser de fundamental valor na promoção da saúde mental e
qualidade de vida do trabalhador: o Aconselhamento Psicológico.
3. Objetivos
Objetivo Geral
Verificar e analisar as práticas do Aconselhamento Psicológico dentro do
ambiente organizacional, objetivando melhor posicionamento crítico sobre o
assunto.
Objetivos Específicos
Entender, através de estudos e pesquisa bibliográfica, as considerações sobre
Aconselhamento Psicológico, e como ele pode promover saúde mental e bem
estar ao trabalhador.
Investigar junto aos psicólogos organizacionais de empresas diversas, por
meio de questionário, se a prática do Aconselhamento Psicológico acontece
dentro das suas empresas, como eles conduzem esse tipo de atendimento e
quais são os resultados.
Contribuir para construção de práticas que possibilitem a implantação do
Aconselhamento Psicológico dentro das organizações.
4. Referencial Teórico
o Saúde Mental
Equilíbrio entre o patrimônio interno e as exigências do meio.
Christophe Dejours
Psicodinâmica do Trabalho.
o Qualidade de Vida no Trabalho
Dimensão física, psicológica, de relacionamento social e ambiental.
Chiavenato
Satisfação e bem-estar na execução de tarefas.
o Aconselhamento Psicológico
Acolhimento, escuta e reflexão sobre alternativas comportamentais.
Carl Rogers
Experiência de aprendizado que visa a promoção de mudanças.
5. Metodologia
Pesquisa Exploratória e Explicativa
Qualitativa e Quantitativa
Pesquisa Bibliográfica
Aprofundamento sobre a matéria.
Instrumento: Questionário
Perguntas abertas e fechadas
Total de 12 (doze) profissionais participantes
Região Natal/RN
6. Resultados
Quantas empresas oferecem algum tipo de Assistência
Psicológica para os seus trabalhadores?
Práticas mencionadas:
Acolhimento
Escuta Psicológica
Encaminhamentos para terapia
Orientação profissional
67%
33%
7. Resultados
83% dos pesquisados consideram o AP uma prática relevante às empresas
Problemas encontrados:
Resistência do trabalhador
Mistura de papéis do psicólogo
Ausência de estrutura
Incompreensão dos gestores
BENEFÍCIOS PORCENTAGEM
Qualidade de vida no trabalho 75%
Desenvolvimento do colaborador 92%
Prevenção de doenças 83%
Menor índice de rotatividade e faltas 58%
Nenhum benefício 0%
8. Discussão
Há o entendimento da importância do AP
Os encaminhamentos são, na maioria, externos
A prática do AP é confundida com a de Coaching
9. Sugestões
Plantão Psicológico
Reuniões de grupos
Oficinas temáticas
Palestras informativas
PAEs (Planos de Assistência aos Empregados)
10. Considerações Finais
O AP enfatiza os aspectos racionais e conscientes do indivíduo
e deve ser usado, amplamente, como um artifício de
assistência psicológica dentro das empresas que pode
promover um ambiente saudável e de crescimento aos seus
colaboradores. Isso porque a tranquilidade física e emocional
de quem trabalha numa empresa também é sinônimo de
desenvolvimento e sucesso para a mesma.
O campo de estudo sobre as questões de assistência
psicológica para as organizações ainda se descobre sem
grande atenção. O material bibliográfico encontrado está
muito aficionado, ora aos atendimentos clínicos, ora aos
processos administrativos; não havendo, praticamente,
material de ponte entre os dois contextos. Sugere-se a
ampliação desse estudo no intuito de melhor compreensão e
mapeamento dessas inter-relações.
11. Bibliografia
BLEGER , J. Psico-higiene e psicologia institucional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
BUENO, Francisco da S. Grande dicionário etimológico-prosódico da língua portuguesa. São Paulo: Lisa, 1988.
CAUTELLA, W. J. (1999b). Plantão psicológico em hospital psiquiátrico: Novas considerações e
desenvolvimento. In Mahfoud (Ed.), Plantão psicológico: Novos horizontes (pp. 97-114). São Paulo: Companhia
Ilimitada, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho. São Paulo: Cortez, 2003.
FERNANDES, E. Qualidade de vida no trabalho. Como medir para melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, 1996.
HOFFMAN, Edward. The right to be a human: a biography of Abraham Maslow. Missouri: McGraw-Hill, 1988.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
LANCMAN, S. O mundo do trabalho e a psicodinâmica do trabalho. In: LANCMAN, S.; SZNELWAR, L. I.
(Org.).Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2008.
MAGALHÃES, Celso. Técnica da chefia e do comando. Rio de Janeiro: IBGE, 1990.
12. MARX, K. Manuscritos econômicos e filosóficos. In: FROMM, E. Conceito marxista de homem. Rio de Janeiro:
Zahar, 1967.
MASLOW, A. H. Introdução a Psicologia do Ser. Rio de Janeiro: Eldorado, 2010.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Coordenação
Nacional de DST/Aids, 1997.
MORATO, P.; SANTOS, S. Dificuldades intelectuais e desenvolvimentais. A mudança de paradigma na
concepção da deficiência mental. Revista de Educação Especial e Reabilitação, IV série, v.14, p. 51-55, 2007.
ROSEMBERG, R. L. Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa. São Paulo: EPU, 1987.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. Rev. e Amp. De acordo com a ABNT. São Paulo:
Cortez, 2007.
SPARROW, T. & KNIGHT, A. Applied El: The importance of Attitudes in Developing Emotional Intelligence. San
Francisco: Jossey-Bass, 2006.
TAMAYO, A. et al. Cultura e saúde nas organizações. São Paulo: Artmed, 2004.
TRINDADE, Isabel e TEIXEIRA, JOSÉ A. CARVALHO. Aconselhamento psicológico em contextos de saúde e
doença: Intervenção privilegiada em psicologia da saúde. Análise Psicológica (2000), 1 (XVIII). Disponível
em: <http:// www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v18n1/v18n1a01.pdf>. Acesso em: 03 Jul. 2014.
ZANELLI, J. C. O psicólogo nas organizações de trabalho: formação e atividades profissionais. Porto Alegre:
Artimed, 2009.
ZASLAVSKY, Ester. Definição e papel do psicólogo organizacional. Porto Alegre: Polígrafo, 1981.
13. “Acolher é abrir as portas. Acolher significa hospedar,
agasalhar, abrigar, amparar, dar atenção, receber bem,
atender prontamente, é trazer para a intimidade. É dar
oportunidade da pessoa se sentir amada. Quando a
gente acolhe, Deus visita!”
(Pe. Fábio de Melo)
Obrigada!