Três frases:
1) O documento discute se a dança deve ou não fazer parte do culto cristão como forma de adoração a Deus.
2) Ele argumenta que não há proibições bíblicas claras contra a dança no culto e exemplos bíblicos onde a dança é usada como adoração.
3) A conclusão é que se a dança é ou não usada no culto é uma escolha de cada comunidade cristã.
1. COMENTÁRIO BÍBLICO:
Para expressar adoração no culto cristão a igreja
deve:
Dançar ou não dançar?
Texto bíblico na Nova Tradução na Linguagem de Hoje
Paulo Francisco dos Santos1
“Louvem o Senhor com pandeiros e danças.
Louvem com harpas e flautas.”
Salmos 150.04
O quê é a dança? A dança é o expressar do corpo. Expressar o quê?
Emoções, alegria, tristeza, amor, raiva, sensualidade e mais uma infinitude de
outras coisas... Mas quais outras coisas? A expressão corporal pode
transmitir e fazer perceptível inúmeras ideias e conduzir quem a vê a saber
que a dança está contando por exemplo, uma historia, uma homenagem etc.
Mas a dança e o culto cristão não tem um relacionamento antigo e não há
uma base bíblica sólida para afirmar que se deve dançar na presença de
Deus, ou seja, não há nenhuma ordem nas Escrituras do tipo: “PARA ME
AGRADAREM NO CULTO VOCÊS TEM DE DANÇAR!” O interessante para
completar a exclamação anterior é que também não há nos sessenta e seis
livros uma proibição direta para inibir a expressão corporal que tem uma
finalidade especifica: “adoração!” O quê distingue um louvor de uma musica
secular? Não é o direcionamento? Quando a musica é para adoração do Deus
Altíssimo sabe-se que ela é um louvor e é uma expressão sonora
propositalmente direcionada para enaltecer, honrar e glorificar. O quê
distingue uma dança sensual ou dança pagã (clivo teológico) de uma dança
desenvolvida no culto cristão? “Adoração!” A resposta é simples porque é o
que reveste o sentido de dançar para Deus. A dança sensual é direcionada
para criatura. A dança pagã que envolve o culto as divindades que não são o
Deus dos cristãos é adoração direcionada aos seus ídolos. Dançar para Deus
é simples expressar adoração e ponto final. O próprio salmista ciente do que
é adorar e não adorar a Deus formulou o salmo acima com o seguinte
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Pastor, escritor, poeta, Teólogo e bacharel em direito.
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2. COMENTÁRIO BÍBLICO:
Para expressar adoração no culto cristão a igreja
deve:
Dançar ou não dançar?
Texto bíblico na Nova Tradução na Linguagem de Hoje
pensamento: “Se é para adorar a Deus, então toque (louve) os instrumentos
(pandeiros, harpas e flautas) e em relação à dança como expressão de
adoração ele foi categórico em anexa-la junto dos instrumentos declarando
com isso que também é um referencial de adoração. Em trechos bíblicos
como Êxodo 15.20 ou 2 Samuel 6.14 onde Mirian e Davi dançam não há
cabimento afirmações que estão fazendo dança sensual ou pagã, mas há
claramente uma expressão de dança como adoração ao Deus o Altíssimo.
Será que em Israel era aprovado a dança pagã? Porque então havia danças
nestes trechos bíblicos Jz 11.34; 21.21; Ct 6.13; Jr 31.13 Lm 5.15; Mt 11.17; Lc
7.32; Lc 15.25. Dizer que dançar era costume pagão para abalizar uma tese e
ainda afirmar que Deus não recebe a dança como expressão de adoração é
algo tão frágil como dizer que não se pode usar guitarra no louvor por que foi
um instrumento usado principalmente para adoração satânica no Rock in
roll, ou dizer que o teatro sempre foi uma criação pagã para exaltar o homem
e suas histórias, e isso é motivo suficiente para não podermos usa-lo para
evangelizar. O quê dizer da internet que ao ser criada não foi com intuito de
evangelização, mas por ser usada de forma pagã em seu inicio não pode ser
usada agora como veiculo para propagar a Palavra de Deus. E o cinema?
Quem teria a coragem de afirmar que há mais filmes cristãos do que
seculares? Quer dizer que o fato da cinematografia ser criada por homens e
não estar especificamente descrita nas Escrituras impedem seu uso para o
proposito de levar as Boas Novas? Hoje milhares de igrejas usam o
computador para auxiliar o culto e por causa que tal aparelho em seu
principio não foi usado com fins cristãos é motivo para exclusão de seu
potencial uso? O quê dizer de projetor ou data show? E os microfones? Há
igrejas que agora tem o auxilio dos interpretes de línguas de sinais (no Brasil
o Libras) para alcançar os surdos, mas por que não há registro de tal uso nas
Escrituras não se deve usa-lo? Usando de ética teológica e pastoral posso
respeitar a opinião dos opositores a dança na igreja quando há o zelo pelo
cuidado imposto ao rebanho que lhes foi confiado, mas quando está
acontecendo o extrapolar de aprisco e clara interferência em outros
rebanhos produzindo falas e literaturas com afirmações que desqualificam
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3. COMENTÁRIO BÍBLICO:
Para expressar adoração no culto cristão a igreja
deve:
Dançar ou não dançar?
Texto bíblico na Nova Tradução na Linguagem de Hoje
pastores e teólogos que não desaprovam a dança como expressão de
adoração e possuem conteúdo como – “DEUS NÃO RECEBE A ADORAÇÃO
QUE SE EXPRESSA NA DANÇA!” – “QUEM DANÇA NÃO É SALVO” – “A DANÇA
É EXPRESSÃO PAGÃ E QUEM DANÇA NO CULTO CRISTÃO ESTÁ ADORANDO
SATANÁS” – é algo intolerável, pois quem tem autoridade para dizer que não
recebe esta expressão de adoração se silenciou no quesito; ”PROIBIÇÃO
EXPRESSA”, ou seja, não está escrito: “NÃO DANÇARÁS!” Se a dança como
expressão de adoração é reprovável porque é algo novo tenho uma pergunta
simples – “Porque não se faz o culto cristão da maneira que era realizado a
dois mil anos atrás?” Gostaria de saber se não houve nenhum progresso
durante estes dois mil anos no culto, liturgia, literatura, pensamento ou
vivência cristã?
“Na verdade dançar como expressão de adoração no culto
cristão ou não dançar é apenas uma questão de escolha de uma
determinada comunidade cristã e ponto final.”
Para refletir: O apóstolo Paulo diz em Romanos 14.10,12: “Portanto,
por que é que você, que só come verduras e legumes, condena o seu irmão?
E, você, que come de tudo, por que despreza o seu irmão? Pois todos nós
estaremos diante de Deus para sermos julgados por ele. Assim, cada um de
nós prestará conta de si mesmo a Deus.”
SP, Maio de 2013.
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