O documento descreve a evolução histórica da posição e dos direitos das mulheres ao longo dos tempos, desde a Grécia Antiga até a atualidade. Também relata experiências pessoais da autora como mãe, esposa e trabalhadora, demonstrando os desafios que ainda enfrenta.
1. CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE
COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
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Por ser mulher, não posso deixar de escrever e tecer algumas
considerações sobre o que é ser mulher no mundo!
Na verdade o elemento feminino sempre desempenhou um papel
fundamental na vida familiar e social, num mundo comandado por
homens e direccionado para os homens.
Temos que, por exemplo na Grécia Antiga, a actuação das mulheres
restringia-se essencialmente à educação dos filhos e aos cuidados do
lar, não podendo estudar a não ser que fosse música, pois era
entendido que a música era algo muito feminino. Os homens tinham
acesso à vida política, ao conhecimento, à arte e a definir as regras
de vida.
No Império Romano, a mentalidade era a mesma e os homens eram
donos e senhores das mulheres, e estas eram vistas como escravas,
sem alma ou pensamento.
Durante a Idade Média, houve uma grande mudança nas mentalidades e as
mulheres detinham a grande parte das profissões, o direito à propriedade,
assumiam a chefia familiar quando ficavam viúvas e até consta que estudaram nas
universidades da época.
Depois com o Renascimento houve um retrocesso na mentalidade,
surgiu a caça às bruxas e as mulheres praticamente nem direito
tinham à herança.
Mais tarde, no século XVIII/XIX as mentalidades retomam o progresso, chegando
mesmo a ser formada na Europa uma sociedade científica para as mulheres. É
nesta altura que surge uma grande senhora, Marie Curie, surgindo também as
ideias feministas de e para as mulheres.
Já século XX, o direito ao voto é uma das grandes vitórias do
movimento feminino, demonstrando a grande capacidade política e de
oratória das mulheres.
Ana Paula Palma 19-2-2009
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Depois seguiu-se o direito ao divórcio, o controlo sobre o seu próprio
corpo, temas que ainda hoje são tão polémicos, demonstrando que
nesta matéria ainda há um grande caminho a percorrer.
Eu pessoalmente, sou mãe, esposa, trabalhadora, amiga, filha ,
irmã, eu sei lá que mais, mas em casa tenho que reivindicar muitas
vezes o direito a ser ajudada na lida da casa, na educação das filhas,
pois o marido tenta sempre passar essa responsabilidade para mim,
sendo uma luta constante, e que por vezes não é bem recebida e
aceite pelo meu companheiro de vida. Estou num constante
reformular de valores que nunca foram ensinados ao marido, mas
que tento entender sem que os meus direitos sejam postos em
causa. Tento que ele perceba que ao participar, na vida familiar, está
a criar uma ligação profunda com as filhas, e como isso é importante
para o crescimento delas.
Consigo identificar, organizar e interagir com os vários
contextos familiares solucionando os conflitos e transmitindo alguma
tranquilidade e serenidade familiar. Por exemplo, neste último Verão,
estivemos muitas algumas vezes em conflito, porque o marido só
queria ir para as praias da costa norte do concelho de Vila do Bispo,
Murração e Barriga, praias que não têm rede para o telemóvel, não
têm nadador salvador e as ondas são mais agitadas, porque ele gosta
de pescar e nessas praias é que há bons pesqueiros. As filhas e eu
gostaríamos de vez enquanto ir para as praias da costa sul, por
exemplo Mareta em Sagres ou praias em Lagos. Tentei fazer-lhe
entender, que eu também queria usufruir da praia descansada e como
não sei nadar, tinha de estar constantemente junto delas para as
vigiar, e, assim não conseguia descansar e elas estavam sempre a
ouvir-me gritar para não irem mar adentro e claro, também elas não
brincavam descansadas. Assim, de vez enquanto, íamos para as
outras praias e se ele não quisesse ir , estava tudo bem, ele ia para
as praias costa ocidental e nós para as outras... ainda assim, foi
Ana Paula Palma 19-2-2009
Ana Paula Palma 19-2-2009
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aceitando, contrariado, mas foi cedendo e nós também. Este ano por
exemplo, vamos fazer as férias de outro modo, apenas uma ou duas
semanas juntos e o resto dos dias de férias que dispomos, cada um
gere à sua maneira...As filhas já são crescidas, a mais velha há-de
querer estar mais com as amigas, enfim...ele aceitou a ideia.
Em casa há partilhas de algumas tarefas, por exemplo, lavar a loiça,
estender a roupa e ultimamente, ajudar a filha mais nova, nos
trabalhos da escolares.
Tenho como experiência própria, uma situação fantástica da minha
vida , ainda que muito breve, mas que consigo demonstrar a grande
capacidade de resistência, de inteligência, de força e motivação das
mulheres deste nosso Portugal!
Trabalhei dois meses numa fábrica de bolachas em Coimbra ( que já
não existe), Bolacha Palmeira , ainda eu vivia em casa dos meus pais,
numa altura em que financeiramente as coisas não estavam muito
bem lá por casa.
Então, conheci mulheres fantásticas, que trabalhavam lado a lado
com os homens, mas os salários eram mais baixos. Trabalhavam 9
horas, em pé , na linha de produção, e sempre que necessário,
arranjavam as maquinas quando estas se avariavam. A fábrica estava
sempre aberta, portanto trabalhava-se por turnos.
Não havia lugar para lamurias, doenças ou até dores de parto!
Cheguei a ver mulheres que carregavam paletes cheias de caixas de
bolachas e já muito perto da hora de parir. Cheguei a conhecer uma
que perdeu o seu bebé, já em estado bem avançado de gravidez, e
Ana Paula Palma 19-2-2009
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dois dias depois, já estava ao serviço…outras a secar o peito,
deitando fora o leite que deveria amamentar o seu bebé, mas que
não podiam arriscar a ficar em casa, senão perdiam o emprego.
No entanto, estas mulheres riam, cantavam, contavam anedotas e
ajudavam-se umas às outras sempre que necessário. E corriam a
apanhar a camioneta para irem buscar comida aos supermercados ou
ir buscar os filhos á cresce ou aos avós e cara alegre!
Para mim aqueles dois meses foram muito marcantes, lembro-me
que não se podia ir à casa de banho, mas mesmo assim, estas
mulheres enfrentavam o capataz (HOMEM claro está).
Hoje vejo que sou uma privilegiada, trabalho na função pública,
função igual salário igual, tenho as novas tecnologias no meu
serviço, nomeadamente o computador que é o meu principal
instrumento de trabalho. Logo que entro no meu local de trabalho, a
primeira coisa que faço é ligar o computador, abrir os programas SGT
– Sistema de gestão de Tesouraria e o Programa de Serviço de
Águas. No primeiro, registo as cópias das guias de recebimento, os
cheques e os pagamentos feitos aos nossos fornecedores, os
depósitos, faço as reconciliações bancárias ( controlar os cheques
pagos e os cheques em trânsito) e tiro os mapas de conferência. No
segundo programa, faço o registo dos débitos , que são os recibos de
água em situação de juros de mora, utilizo a impressora e o um
instrumento também essencial, que é o TPA, ou seja, a máquina de
multibanco, que facilita o utente a concretizar os diversos
pagamentos que teve de fazer. Tenho um horário de trabalho fabuloso
e tenho uma liberdade de crescer como pessoa e mulher
trabalhadora, tenho a minha habitação e as escolas que as minhas
filhas frequentam junto do meu local de trabalho.
Ana Paula Palma 19-2-2009
Ana Paula Palma 19-2-2009
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Não entrando ainda no contexto global, mas mais no contexto local,
tive uma breve participação na vida política, nas últimas eleições para
as autarquias locais, fazendo parte de um grupo de pessoas com
valor para a Junta de Freguesia de Vila do Bispo, pelo partido
socialista.
Não foi fácil, até porque tive de me expor socialmente, e sendo eu
funcionária da Câmara de Vila do Bispo, e o Presidente meu superior
hierárquico máximo, pertencer ao partido opositor ao meu. Também
não foi fácil, gerir os ciúmes do meu marido, que esteve o tempo
todo a criar uma série de problemas por ter de estar fora de casa
para ter tempo para a política.
No entanto, adorei este meu desempenho, estive em contacto com a
população de todo o concelho ouvindo de viva voz o que precisavam
e o que gostariam de ver desenvolvido no concelho de Vila do Bispo.
O Partido Socialista não ganhou a junta de freguesia, e a minha
participação política ficou reduzida só à campanha eleitoral. A minha
participação apesar de ligada a um partido, foi feita como
independente e não como filiada, pois não sou filiada em nenhum
partido. Tive direito a 30 dias de ausência ao serviço para preparar a
campanha, mas só exerci alguns dias, por opção. No entanto, adorei
este meu momento de vida, antes falara com o meu marido sobre a
minha participação, ele foi logo contra, mas mesmo assim avancei
com a minha decisão, disse-lhe que gostava de apostar neste
projecto, que ia desde na aposta na juventude, concentrar os jovens
no concelho, ao apoio aos idosos e que queria fazer alguma coisa pelo
Concelho de Vila do Bispo e pelo futuro das nossas filhas. Conheci o
trabalho efectuado nos bastidores para acompanhar o candidato
principal, isto é, o candidato à Presidência da Câmara, a distribuição
Ana Paula Palma 19-2-2009
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dos panfletos, canetas e isqueiros, ir ter com as pessoas e esperar
que estejam receptivas às nossas ideias, pelo menos a ouvir as
nossas ideias, verificar que nem sempre é fácil lidar com essa
situação. Falei nas carências do concelho, principalmente, apostando
nas futuras mamas, que têm dificuldade em deixar os seus bébés
com alguém, dado que nem há amas nem há creches.
Estabeleci contacto com o candidato à Presidência da Câmara e à
Presidência da Assembleia Municipal, bem como com os outros
candidatos às juntas de Freguesia, de Sagres e Raposeira, entre os
quais a minha própria irmã, que era e é vogal na assembleia
municipal pelo partido socialista.
Desloquei- me entre Vila do Bispo, Sagres, Raposeira , depois ficava
na sede a organizar os panfletos e brindes para o dia
seguinte...também tinha estar em casa, para tranquilizar o marido e
haver harmonia em casa. Tentei conciliar as adversidades e fui até ao
fim.
Durante a campanha, cruzámos-nos com o partido da oposição, PSD,
e até trocámos entre nós os panfletos! Adorei esta forma democrática
de procedimento.
(Confesso que na lista para a junta de freguesia, não estava muito
convencida de que poderíamos ter hipótese de ganhar, porque o
anterior e actual presidente da junta de freguesia, tem feito um bom
trabalho, apostando precisamente na juventude.)
Mundialmente, as mulheres são abusadas, maltratadas, é-lhes imposto
determinados comportamentos e felizmente também são amadas e
encorajadas a serem cada vez melhores como seres humanos…veja-se no mais
recente momento histórico, uma mulher podia ter ganho a presidência dos
Estados Unidos da América!
Bibliografia:
Ana Paula Palma 19-2-2009
Ana Paula Palma 19-2-2009
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COMPLEXIDADE E MUDANÇA ( MENTALIDADES)
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo#erspectiva_hist.C3.B3rica_no_Ocidente
http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas http://www.amar-
ela.com/mulheres-muculmanas De Daniela Mannhttp://www.amar-ela.com/mulheres-
muculmanas De http://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in
Amar-Elahttp://www.amar-ela.com/mulheres-muculmanas De on Set 8, 2008 in
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u378189.shtml
Ana Paula Palma 19-2-2009