O documento discute conceitos básicos de finanças aplicados a projetos de P&D e inovação tecnológica, incluindo demonstrações financeiras, métodos de avaliação e problemas comuns. Aborda como projetos de P&D podem ser tratados como unidades de negócios e avaliados usando ferramentas financeiras como demonstrações de resultado, balanço patrimonial e fluxo de caixa.
1. Gestão Estratégica da Inovação na Empresa DPCT - UNICAMP Conceitos Básicos sobre Finanças em Projetos de P&D e Inovação Tecnológica Pablo Viníciusde Mello Leonardo
2. Introdução Alguns conceitos básicos sobre a análise financeira são essenciais para se conseguir valorar uma tecnologia ou ainda ter a possibilidade de se mensurar o retorno sobre o investimento da atividades de P&D.
3. Gestão Financeira na prática da P&D As atividades de P&D podem ser consideradas como unidades de negócios, por consequência serem avaliadas e administradas utilizando-se ferramentas e metodologias já conhecidas de gestão financeira e corporativa. Ou seja, os projetos de P&D podem ser vistos como uma micro ou mini empresa possuindo os seus próprios relatórios financeiros que posteriormente serão parte do resultado das unidades de negócios os quais pertencem. Todos os relatórios corporativos anuais incluem três tipos de relatórios financeiros: Demonstração de Resultados Balanço Financeiro Demonstração do Fluxo de Caixa
4. Demonstração de Resultados – Conceito De uma forma simples é onde as receitas são declaradas e onde os custos e impostos são subtraídos para se chegar ao lucro. Geralmente a demonstração de resultados representa a rentabilidade de um empresa geralmente em um trimestre ou um ano.
5. Demonstração de Resultados – Elementos A tabela abaixo descreve basicamente os elementos de uma demonstração financeira de resultados. Referência: “The Valuation of Technology”, página 47
6. Demonstração de Resultados Receita e Despesas Operacionais Para muitas operações de manufaturas as receitas representam as vendas de seus produtos mas podem incluir muitas outras formas de receitas tais como aluguéis e royalties sobre uma patente. As despesas diretamente ligadas às atividades de criação dessas receitas são chamadas de despesas operacionais. Estes incluem custos em manufatura, custos de vendas, despesas gerais e P&D.
7. Demonstração de Resultados Receita Operacional (EBIT) - Conceito O valor líquido das vendas menos as despesas operacionais é chamado de receita operacional ou lucro operacional. Os Analistas Financeiros e os investidores bancários frequentemente referem a ele como EBIT, earnings before interest and taxes (lucro antes de juros e impostos). O EBIT é um número muito importante na avaliação e gestão de um negócio porque ele é independente de como a organização é financiada (Ex. usando dinheiro emprestado ou dos seus próprios acionistas).
8. Demonstração de Resultados Receita Operacional (EBIT) – Calculo de valor O calculo do valor de uma empresa usando o EBIT pode ser visto abaixo. Referência: “The Valuation of Technology”, página 48
9. Balanço Financeiro - Conceito Indica todos os ativos de propriedade da empresa e todas as obrigações sobre esses ativos situados em um determinado período de tempo.
10. Balanço Financeiro - Elementos A tabela abaixo demonstra o balanço financeiro anual de uma companhia. Referência: “The Valuation of Technology”, página 53
23. Balanço Financeiro – Equação A imagem de uma empresa pode ser sumarizada por uma simples equação: O fato dos dois lados da equação serem iguais explica o termo balanço financeiro.
27. Demonstração do Fluxo de Caixa – Elementos A tabela abaixo demonstra os elementos básicos da demonstração do fluxo de caixa. Referência: “The Valuation of Technology”, página 65
28. Problemas na Demonstração Financeira Em termos gerais, existem duas importantes classes de problemas associados aos sistemas de contabilidade corporativos que produzem demonstrações financeiras: Problema da Alocação Problema da Valoração
29. Problemas na Demonstração Financeira Problema da Alocação Mudança/Troca de Alocação do recurso Unidade de Negócio A (Projeto de P&D) Unidade de Negócio B (Projeto de P&D) Cobra-se o preço de transferência Problemas com a alocação existem em todos os níveis da contabilidade. Mas possui uma problemática particular com a adoção generalizada do conceito de centro de lucros/unidades de negócios/centros de responsabilidade. A troca ou mudanças na alocação de recursos entre as unidades de negócios (entende-se como um projeto de P&D) podem gerar um grande problema de gestão, pois se não forem controlados acabam mascarando o desempenho individual de cada unidade de negócios que consequentemente, em uma estrutura descentralizada, afetando a organização como um todo pois esta depende dos resultados individuais das unidades de negócios. Para evitar esse tipo de problema é adotada a taxação da mudanças da alocação de recursos através do preço de transferência.
30. Problemas na Demonstração Financeira Problema da Valoração Os maiores de todos os problemas em contabilidade são os problemas relativos a valoração, eles ocorrem pois os valores dos ativos e passivos podem mudar com o tempo. Ex.: O valor de uma planta fabril de cinco anos pode ser estimado pelo custo menos a depreciação, mas será que esse valor é realístico? Vale lembrar que a prática da P&D por consequência pode gerar um conhecimento, produto ou processo novo e valorá-los pode se tornar um obstáculo. Também é encontrada uma grande dificuldade em se valorar a propriedade intelectual, este é um problema severamente único. As ferramentas e as terminologias de demonstrações financeiras, em especial as ligações entre a demonstração de resultado e o balanço financeiro são ambos essenciais para a valoração da tecnologia e o seu impacto na corporação como um todo.
39. Como valorar a Propriedade Intelectual? Valorar comercialmente a propriedade intelectual pode ser lógico em princípio, mas com o tempo vemos que não é tão fácil assim. A vantagem competitiva gerada pela propriedade intelectual gera receita. Ex.: Aumento de produção decorrida de uma nova tecnologia. A propriedade intelectual pode ser licenciada, assim sendo a invenção teria o valor do fluxo de caixa dos royalties antecipados sobre a vida útil da patente. Nesse contexto você pode perder a vantagem competitiva gerada pela propriedade intelectual. Licenciar ou não é um exercício de valoração, mas vale lembrar o segredo no processo deve ser mantido pois os competidores podem inventar algo similar e garantir a execução da patente. A propriedade intelectual pode gerar uma vantagem competitiva
40. O valor da Tecnologia é Situacional Qual Forma de Valoração Devo Usar? Em alguns casos a valoração da tecnologia só pode ser empreendida em situações específicas de negócios. Ex.: Na venda do negócio beneficiado, deve-se entender qual foi a abordagem financeira (custo ou investimento) aplicada ao desenvolvimento da tecnologia que lhe rendeu a vantagem competitiva. A tecnologia não tem um valor intrínseco
41. O valor da Tecnologia é Situacional Qual Forma de Valoração Devo Usar? Dentre os fatores situacionais que irão conduzir as decisões da empresa, se o valor mais alto sobre a propriedade intelectual, é obtido via licença ou segredo comercial/industrial podem ser incluídos:
44. Estimar as probabilidadesTodavia a empresa pode optar em não aceitar a alternativa de se obter o maior valor por questões de estratégias globais ou proteger e construir relacionamentos valorosos.
45. Diferentes Medidas de Retorno ROE (ReturnOnEquity) ROI (ReturnOnInvestment) RONA/ROA (ReturnOnAssets) Retorno sobre o Capital Próprio = Lucro Líquido / Saldo Médio Ajustado do Patrimônio Líquido Retorno sobre Investimento Total = Lucro Líquido / Saldo Médio do Ativo Total Retorno sobre Ativo Operacional = Lucro Operacional / Saldo Médio do Ativo Operacional
46. O modelo Pro - Forma O modelo Pro - Forma é um modelo que incorpora valores estimados ou previstos para uma atividade futura da mesma forma utilizada para representar os valores atuais ou passadas, tais como a declaração de entrada ou o balanço financeiro. O modelo de valoração como o Pro – Forma, serve como guia em uma série de decisões em P&D de uma forma que não seria possível utilizando métodos não quantitativos.