2. OS DOMÍNIOS NATURAIS
Considerando as interações entre os seres vivos, podemos dividir a biosfera
em domínios naturais, que são classificados de maneira hierárquica.
Na base desses domínios naturais, estão as comunidades ecológicas, nas
quais diferentes espécies de seres vivos, reunidos em determinada área,
estabelecem entre si uma teia completa de interações. Assim, o que é resíduo
para uma espécie, por exemplo, pode servir de alimento para outra.
Os ecossistemas reúnem diferentes comunidades ecológicas, tais como as
existentes em lagos, encostas de montanha, florestas etc.
Os biomas, por sua vez, são formados por um conjunto de ecossistemas
associados e abrangem grandes extensões.
Entre os principais biomas terrestres, destacam-se a floresta tropical úmida
ou pluvial, a savana, o deserto, a vegetação mediterrânea, as pradarias, a
estepe, a floresta temperada, a taiga e a tundra.
3. Entre os
principais biomas
terrestres,
destacam-se a
floresta tropical
úmida ou pluvial,
a savana, o
deserto, a
vegetação
mediterrânea, as
pradarias, a
estepe, a floresta
temperada, a
taiga e a tundra.
4. Floresta Tropical
Se você sobrevoar uma região extensa de floresta tropical,
certamente vai se sentir navegando sobre um mar verde.
Isso porque as copas das árvores encobrem totalmente o
solo. Por outro lado, se você olhar para cima, caminhando
sobre o chão da floresta, dificilmente verá o céu, encoberto
por uma densa camada de folhas.
As florestas tropicais são caracterizadas pela grande
presença de árvores altas e densamente agrupadas. O fato
de serem perenifólias, isto é de apresentarem folhas
perenes, que não caem em nenhuma das estações do ano,
dá à floresta tropical um aspecto compacto, quando vistas
do alto.
5. Apesar de as florestas tropicais ocuparem apenas uma décima
parte da superfície dos continentes, elas abrigam 60% das
espécies vegetais e animais conhecidas no mundo.
Áreas de floresta tropical
6. Em uma floresta equatorial ou tropical, as
variações de temperatura são relativamente
pequenas ao longo do ano. As temperaturas
oscilam entre 25ºC e 30ºC, tanto de dia quanto
à noite. Além disso, ocorre um volume de
chuvas elevado, com índices pluviométricos de
pelo menos 2.000 milímetros anuais. Por isso
ela é classificada também como floresta
tropical pluvial.
Outra característica importante desse bioma
é sua organização em estratos de vegetação,
que comporta desde plantas rasteiras e
arbustos até árvores de grande porte.
O primeiro estrato arbóreo atinge entre 1
metro e 20 metros acima do solo. Nele, a
umidade é muito elevada e a mata é escura e
fechada.
7. A maior parte das espécies da árvore da floresta
tropical possui entre 30 e 40 metros de altura,
formando o chamado estrato arbóreo superior. As
copas dessas árvores estão em contato com as
outras, formando uma imensa camada de folhas
sempre verdes, pois recebem luz diretamente
durante o ano todo.
Acima do estrato arbóreo superior, ainda podem
ser observadas algumas árvores isoladas, que
chegam a ultrapassar os 60 metros de altura.
Um dos fatores que contribuem para a riqueza
das florestas tropicais é a presença de grandes
bacias hidrográficas. Situadas em regiões
extremamente úmidas e que recebem uma
quantidade muito grande de chuvas ao longo de
todo o ano, as florestas tropicais são atravessadas
por alguns dos maiores rios do mundo.
8. O rio Amazonas atravessa praticamente toda a floresta equatorial brasileira (a
Floresta Amazônica) e recebe água de diversos grandes afluentes que cortam
parte da mesma floresta nos países vizinhos.
9. Milhares de espécies de peixes e outros organismos vivem ou dependem de
recursos trazidos pelos rios presentes nas florestas tropicais.
Apesar de toda essa riqueza e diversidade, essas florestas se sustentam em
solos arenosos, que apresentam deficiência de nutrientes. Como tanta
matéria viva vegetal é sustentada nas florestas tropicais? A resposta está logo
acima de seu solo: as camadas de folhas da própria floresta e da fauna local
contêm seus nutrientes.
10. Por meio de um processo chamado ciclagem de nutrientes, a matéria
orgânica da floresta e da fauna que ela abriga - folhas, frutos, carcaças de
animais etc. - é triturada e decomposta, gerando os nutrientes fundamentais
para o crescimento e o sustento das plantas. Os principais responsáveis pela
ciclagem de nutrientes são as formigas e os cupins, que trituram e misturam a
matéria orgânica, e os fungos e bactérias, que decompõem a matéria em
substâncias químicas utilizadas pelas plantas em sua nutrição.
11. Quando ocorre desmatamento, a quantidade de matéria orgânica da qual provêm os
nutrientes diminui de forma drástica. Além disso, a água das chuvas passa a atingir o
solo desprotegido, causando a lixiviação, ou seja, a dissolução e o transporte dos poucos
nutrientes que restaram. Assim, o desmatamento interrompe a ciclagem dos nutrientes
e impede a recomposição da floresta.
12. As florestas tropicais estão entre os ambientes mais ameaçados pelos
impactos provocados pelos seres humanos. Grandes áreas delas já foram
destruídas em todo o mundo, acarretando impactos em diversas escalas.
13. Savanas
As savanas são uma formação vegetal
na qual convivem plantas rasteiras,
como diversos tipos de capins e árvores
e arbustos de galhos retorcidos e folhas
pequenas. Elas ocorrem em áreas de
transição entre regiões de clima úmido
e de clima marcado pela alternância de
estações secas e chuvosas. Cobrindo
mais de 10% da superfície dos
continentes, dominam partes da
América do Sul, da África, da Índia e da
Austrália.
14. Nas savanas, predominam espécies vegetais dotadas de raízes profundas,
cascas grossas e folhas ásperas. É o caso da mangabeira, no Brasil.
As duas maiores regiões de savana do mundo estão localizadas na África e no
Brasil. No Brasil, a savana é conhecida como cerrado, e ocorre principalmente
na porção central do país.
Áreas de savana no mundo
15. Desertos
Os desertos são biomas extremamente
secos. Os índices pluviométricos não
ultrapassam os 250 milímetros anuais.
Em muitos casos, os desertos encontram-se
em zonas de climas quentes e podem
alcançar temperaturas acima de 50 °C. A
umidade é muito baixa e não há formação
de nuvens. À noite, a temperatura pode
chegar à 0 °C. Os desertos quentes
apresentam as maiores amplitudes
térmicas mundiais.
16. Os desertos, porém, não existem apenas em regiões quentes. Há aqueles
localizados em altas latitudes, nas quais o frio predomina. É o caso dos desertos
da Mongólia Interior e de Góbi, na Mongólia, e de Taklimakan, na China.
17. A existência dos desertos está associada a diversos fatores, entre eles a
presença de áreas de alta pressão atmosférica, que originam os ventos secos
e quentes das altas latitudes em direção às regiões próximas dos trópicos de
Câncer e de Capricórnio.
Alguns desertos ou regiões semiáridas devem a sua escassez hídrica às altas
montanhas, que impedem a passagem de nuvens úmidas para essas regiões.