Semelhante a VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO CONTEXTO BRASILEIRO: A PRODUÇÃO E A EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES (20)
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO CONTEXTO BRASILEIRO: A PRODUÇÃO E A EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
1. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO
CONTEXTO BRASILEIRO: A PRODUÇÃO E A EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM
DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Lindenberg Araújo Aragão
l.aragão@superig.com.br
Universidade de Fortaleza - CE / Brasil
Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte
forte@unifor.br
Universidade de Fortaleza – CE / Brasil
Oderlene Vieira de Oliveira
oderlene@hotmail.com
Universidade de Fortaleza – CE / Brasil
Recebido em 18/02/2008
Aprovado em 13/05/2009
Disponibilizado em 01/08/2010
Avaliado pelo sistema double blind review
Revista Eletrônica de Administração
Editor: Luís Felipe Nascimento
ISSN 1413-2311 (versão on-line)
Editada pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Periodicidade: Quadrimestral
Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.
1 Introdução
A produção acadêmica em Administração no Brasil tem crescido continuamente nos
últimos vinte anos. Estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) revelam que 85% do total da produção científica nacional são realizados
pela pós-graduação. Um dos fatores que confirmam essa tendência é o aumento do número de
cursos de pós-graduação stricto sensu, que, segundo a Capes, cresceu 12% de 2004 para 2005,
registrando-se também que a maior parte dessa produção (65%) provém de pequeno número
de programas de pós-graduação.
Junto com o crescimento, veio também a motivação para se investigar, por exemplo,
no campo da Administração, se os critérios metodológicos das pesquisas seguiam no mesmo
sentido do crescimento. Assim, foram realizados levantamentos da produção científica em
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
2. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 128
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
áreas como Recursos Humanos, Marketing, Administração da Informação e Organizações e
Estratégia.
A temática Estratégia Empresarial é de certa forma recente no Brasil, levando-se em
conta a segunda fase de sua chegada ao país, que remonta às décadas de 1960 e 1970, época
em que o texto de Igor Ansoff Corporate Strategy, era divulgado (BERTERO;
VASCONCELOS; BINDER, 2003).
Ao longo das últimas décadas, a área da Estratégia tem abordado temas importantes,
que se tornaram marcos em sua história, tais como planejamento estratégico, posicionamento
estratégico, inspirados em fundamentos da Organização Industrial, alianças e redes
estratégicas e, mais recentemente, estudos sobre recursos e competências das empresas que
integram a Teoria Baseada em Recursos.
Embora o crescimento da produção acadêmica no campo da Administração tenha
incentivado a realização de balanços de sua produção, como é o caso da pesquisa de Bertero,
Vasconcelos e Binder (2003) na área de Estratégia nas Organizações (ESO), não se encontrou
até então uma pesquisa na área de Estratégia que investigasse a produção e a evolução dos
temas e respectivos critérios metodológicos. Para suprir essa lacuna, decidiu-se investigar a
seguinte questão: Qual a produção e a evolução do tema Visão Baseada em Recursos (VBR) e
Capacidades Dinâmicas no Brasil?
O estudo objetivou conhecer o tema mediante análise de dez variáveis: 1) produção e
evolução da VBR e Capacidades Dinâmicas no Brasil; 2) temas pesquisados; 3) referencial
teórico; 4) foco dos estudos; 5) setores pesquisados; 6) natureza da análise; 7) natureza da
pesquisa; 8) tipos de pesquisa; 9) técnicas de coleta de dados; e 10) técnicas de análise de
dados. A metodologia utilizou uma pesquisa descritiva do tipo desk research e análise
quantitativa por meio de técnicas descritivas.
Acredita-se que essa pesquisa descreve um referencial teórico que sofreu um boom nos
últimos anos na academia brasileira em Administração e que se encontra em
desenvolvimento, inclusive, quanto aos aspectos metodológicos mais sofisticados,
principalmente nas técnicas de análise multivaridadas, implicando uma maior maturidade do
tema e da área de Estratégia para a inserção dos estudos dos pesquisadores brasileiros na
competitividade dos veículos internacionais, principalmente anglo-saxões.
Sendo os temas VBR e Capacidades Dinâmicas emergentes no campo da Estratégia
nas Organizações na academia internacional, entender como se deu na academia brasileira o
desenvolvimento desse campo teórico-empírico revela-se imprescindível, uma vez que se
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
3. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 129
Vieira de Oliveira
pode perceber o processo de aculturação e a essência do pensamento estratégico dos
pesquisadores nacionais na área por meio das dez variáveis de análise objeto do estudo.
Além desta introdução, o texto apresenta quatro seções: a primeira expõe os principais
fundamentos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas, bem como aspectos da chegada e
evolução de cada uma dessas teorias no Brasil; a segunda apresenta a metodologia
empregada; a terceira discute os resultados e análises dos dados; e na última seção elabora-se
a conclusão.
2 Visão Baseada em Recursos e Capacidades Dinâmicas: introdução e evolução
Há vários anos, pensadores do campo da Estratégia, como Andrews (1971) e Ansoff
(1977), vem procurando identificar estratégias que possibilitem às empresas desenvolverem e
manterem uma vantagem competitiva que lhes garanta alcançar e sustentar um desempenho
superior. Desde então, foram quatro décadas de pesquisas, que colocam o tema vantagem
competitiva como um dos mais estudados no âmbito da Administração Estratégica.
Os pressupostos introduzidos pela perspectiva da Teoria dos Recursos tentam explicar
questões fundamentais sobre as fontes e manutenção da vantagem competitiva das empresas
(BANDEIRA-DE-MELLO; CUNHA, 2001). Nesse contexto, devem-se considerar ainda os
trabalhos seminais de Penrose (1959) e Collis (1991), que enxergam a empresa como um
conjunto de recursos, e de Wernerfelt (1984), que associa recursos a barreiras de entrada e às
posições de recursos, ou ainda aos quatro requisitos básicos para os recursos como fontes de
vantagem competitiva: 1) serem geradores de valor; 2) serem raros ou escassos; 3) serem
difíceis de imitar; e 4) serem difíceis de substituir (BARNEY, 1991), cunhado de modelo
VRIS, atualizado pelo modelo VRIO, em que a variável “S” (substitutibilidade) deu lugar à
variável “O” (organização), que avalia o gerenciamento eficaz dos recursos estratégicos
(BARNEY, 1995).
Na busca por uma explicação plausível dos fatores que justifiquem desempenho
superior, duas teorias se destacam e apresentam pontos de vista divergentes. De um lado, os
defensores da Organização Industrial; do outro, os estudiosos da Teoria dos Recursos, mais
conhecida como Visão Baseada em Recursos (Resource-Based View – RBV).
Segundo Vasconcelos e Cyrino (2000), os estudos sobre Organização Industrial
apoiam-se em primazia nos trabalhos de Edward Mason e Joe Bain conhecidos como análise
Structure-Conduct-Performance (SCP), e posteriormente nos trabalhos de Porter (1980,
1985). Nessa linha de pensamento, o desempenho (performance) das empresas seria
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
4. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 130
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
fundamentalmente determinado pela estrutura da indústria (structure) e pela estratégia
(conduct) adotada pelas empresas (CARNEIRO; CAVALCANTE; SILVA, 1999).
A VBR é uma teoria que se desenvolveu a partir das ideias de Penrose (1959),
Wernerfet (1984) e Barney (1991), seguindo-se a esses Peteraf (1993) e, posteriormente,
Collis e Montgomery (1995), dentre outros. Ao contrário da perspectiva da Organização
Industrial, a VBR considera as características internas da organização como responsáveis pelo
desempenho superior em uma indústria, isto é, tem como proposição central que a fonte da
vantagem competitiva encontra-se primariamente nos recursos e competências desenvolvidos
e controlados pelas empresas, e apenas secundariamente na estrutura das indústrias em que se
posicionam (BARNEY, 1991; DIERICKX; COOL,1989; PETERAF, 1993; WERNERFELT,
1984).
Já a abordagem das Capacidades Dinâmicas figura entre as teorias que se
desenvolveram adotando como base conceitual o campo das Ciências Sociais, que tratam dos
processos de mercado que envolvem capacidades caracterizadas pelo dinamismo, turbulência
ambiental acelerada e por processos de inovação e de renovação contínua. Assim,
diferentemente dos estudos da Teoria dos Recursos, na qual recursos e capacidades são
tratados como variáveis de estoque, como dados mais ou menos fixos, na abordagem das
Capacidades Dinâmicas, mais importante que o estoque de recursos é a capacidade de
acumular e combinar novos recursos em novas configurações, capazes de gerar fontes
adicionais de renda (VASCONCELOS; CYRINO, 2000).
Embora a discussão conceitual e publicações internacionais sobre a VBR e
Capacidades Dinâmicas tenham se iniciado nos anos 1980, em debates e artigos que
começavam a questionar a ideia da vantagem competitiva externa à empresa (BARNEY,
1991; GRANT, 1991; PETERAF, 1993; WERNERFELT, 1984) e apresentavam a perspectiva
da RBV como a real fonte de sua manutenção, somente a partir da segunda metade dos anos
1990 essas abordagens passaram a ser estudadas e veiculadas nos principais periódicos e
eventos da academia brasileira, já que o primeiro registro de uma publicação em relação aos
dois temas somente veio a se verificar com o artigo teórico seminal de Carneiro, Cavalcânti e
Silva (1997), publicado em anais, confirmando-se a defasagem de quatorze anos desde a
publicação de Wernerfelt em abril de1984.
Segundo Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), a literatura sobre “recursos e
capacitações” em publicações internacionais apresentou uma tendência crescente,
principalmente a partir da publicação do artigo The core competencies of the corporation, de
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
5. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 131
Vieira de Oliveira
Prahalad e Hamel (1989), enquanto no Brasil, ao contrário dessa tendência internacional, a
presença daqueles temas foi considerada rara e inexpressiva até o ano 2002 (ano final da
pesquisa citada), a julgar pela participação de 9,4%, dos artigos publicados no período
levantado.
Alguns fatores apontados pelos autores do estudo justificariam a baixa participação
desses temas, destacando-se o fato de que no Brasil as temáticas mais usuais estavam voltadas
para três áreas: (i) Fundamentos Organizacionais; (ii) Fundamentos Econômicos e
Organização Industrial, por conta, principalmente, da grande influência dos trabalhos de
Michael Porter; e (iii) Planejamento Estratégico, que durante muito tempo liderou o ranking
de publicações em todo o mundo. Destacam, além disso, o fato de que a maioria das pessoas
que passaram a se ocupar de Estratégia provinha da área de organizações, sendo pouco afeitas
a teorias de outras áreas, notadamente economia e finanças. A justificativa dos autores é que a
concepção da perspectiva baseada em recursos organizacionais é de origem econômica, o que
pode ter contribuído para diminuir o interesse dos autores nacionais, dada a sua pouca
familiaridade com assuntos econômicos.
3 Metodologia da Pesquisa
O estudo em que se baseia este artigo refere-se à análise de uma década da produção
científica na área de Estratégia, especificamente sobre os temas VBR e Capacidades
Dinâmicas no Brasil. A pesquisa foi projetada para ter início em 1997, tendo como principal
motivo a disponibilidade de material no portal eletrônico da Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad) a partir daquele ano, e por ser o primeiro
ano da publicação da Revista de Administração Contemporânea (RAC). Outra motivação
surgiu com a possibilidade de se levantar novamente dez anos de pesquisa em Estratégia,
dessa vez focando especificamente nos temas VBR e Capacidades Dinâmicas.
O procedimento metodológico utilizado neste estudo foi do tipo desk research,
aplicado em artigos publicados em três dos principais periódicos de administração do Brasil
(Revista de Administração de Empresas – RAE, Revista de Administração da Universidade de
São Paulo – RAUSP e RAC) e nos anais do EnANPAD, 3Es e EMA no período de 1997 a
2006, que resultou na criação de uma base própria de dados de dois tipos: (i) a base eletrônica
de dados composta pelos artigos dos anais do EnANPAD, 3Es e EMA de 1997 a 2006, além
dos artigos publicados na RAC, totalizando 63 artigos; e (ii) a base de dados composta pelo
material impresso contido na RAE e na RAUSP, do mesmo período, num total de nove
artigos, totalizando 72 trabalhos selecionados.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
6. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 132
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
O processo de escolha das linhas temáticas nos anais do EnANPAD e nos periódicos
levou em conta principalmente as áreas de maior afinidade com a Estratégia, respeitando-se o
ponto de vista de Barney, Wright e Ketchen Jr. (2001), segundo o qual a VBR compreende
seis campos: Administração de Recursos Humanos, Economia, Finanças, Empreendedorismo,
Marketing e Negócios Internacionais, tendo este estudo seguido nessa direção, excetuando
apenas Economia. Além dessas temáticas, também foram incluídas as áreas de Estratégia e de
Organizações, com as quais os temas VBR e Capacidades dinâmicas têm afinidade. Por
exemplo, nos EnANPADs pesquisaram-se as áreas pertencentes às atuais divisões: Gestão de
Pessoas e Relações de Trabalho, Finanças, Estratégia em Organizações, Estudos
Organizacionais e Marketing.
Com o propósito de uma melhor sistematização, projetou-se o levantamento dos dados
em três fases: na primeira fase selecionaram-se os artigos que apresentavam no “título”, no
“resumo” ou nas “palavras-chave” as expressões: visão baseada em recursos, capacidades
dinâmicas, competências, capacitações, resource-based view, capabilities, dentre outras que
da mesma forma poderiam indicar que o texto tratasse dos temas da pesquisa.
Na segunda fase, tratou-se da leitura integral dos artigos pré-selecionados na fase
inicial. Nessa fase, foram identificados e descartados oito artigos, quatro deles por não
utilizarem a VBR ou Capacidades Dinâmicas como base referencial na análise do ensaio ou
no estudo teórico-empírico, e os demais por terem sido publicados em anais de congresso e
em ano posterior em periódicos (considerou-se apenas uma publicação). A decisão de excluir
tais artigos fundamentou-se na possibilidade de que a permissão do registro de publicações
em duplicidade pudesse acarretar viés ao resultado, ou seja, poderia contribuir para mostrar
uma difusão diferente da que os temas pesquisados estivessem alcançando.
Na terceira e última fase, os textos resultantes da pré-seleção, totalizando um censo de
72 artigos, foram lidos integralmente mais uma vez e submetidos aos critérios para análise
segundo um roteiro preestabelecido, conforme se apresenta no item 3.1.
3.1 Abordagem Temática
O critério para a classificação dos artigos quanto à abordagem temática foi definido
segundo as diferentes correntes epistemológicas, teóricas e metodológicas que envolvem os
temas de Administração Estratégica e Organizacional inerentes às respectivas divisões
acadêmicas e áreas temáticas da Anpad, bem como segundo os conhecimentos dos autores de
artigos publicados em periódicos (RAE, RAUSP e RAC) sobre os referenciais teóricos
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
7. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 133
Vieira de Oliveira
alusivos aos temas VBR e Capacidades Dinâmicas, surgindo daí seis categorias temáticas que
representam os temas apresentados nos artigos pelos diversos autores: a) conteúdo e processo
estratégico; b) formulação, implementação e avaliação de estratégias; c) estratégia, ambiente e
competitividade; d) relações e impactos das estratégias; e) ambiente e fatores organizacionais
sobre desempenho de empresas e indústrias; e f) processo de internacionalização de empresas,
operações de empresas multinacionais e subsidiárias. Entretanto, dada a diversidade de
referenciais teóricos sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas, alguns artigos não se
enquadraram nas seis categorias iniciais, o que ensejou a criação de mais duas categorias: g)
alianças, parcerias, clusters, redes de cooperação e grupos estratégicos; e h) outros, na qual se
alocaram os artigos não enquadráveis nas categorias anteriores.
3.2 Referencial Teórico
Na produção acadêmica dos 72 artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas foi
utilizado um total de 2.671 referências, compreendendo veículos como artigos científicos,
periódicos nacionais e internacionais, livros, além de outras publicações de cunho
institucional. A análise levou em conta inicialmente os trinta autores mais citados,
independentemente da posição consignada como coautor, se primeira ou segunda. Em
seguida, levantaram-se as 39 principais obras mais citadas, com respectivos anos de
publicação.
3.3 Foco dos Estudos
Aqui a pesquisa teve o objetivo de, por meio dos 56 trabalhos teórico-empíricos,
investigar o teor das pesquisas realizadas à luz dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas.
3.4 Setor Pesquisado
Nesse ponto, o estudo procurou conhecer por quais setores do mercado os
pesquisadores tinham maior preferência em suas pesquisas. Para tanto, levantaram-se na base
de dados os principais setores pesquisados e respectivos contextos ambientais: local, regional,
nacional ou internacional.
3.5 Natureza da Análise e da Pesquisa
São inúmeras as variáveis disponíveis para a classificação da análise e da pesquisa.
Neste estudo, utilizou-se a classificação da Anpad (2007), que enquadra os artigos como
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
8. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 134
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Ensaio, Teórico-empírico ou Caso de Ensino. Em relação à natureza da pesquisa, os artigos
teórico-empíricos podem ser de três tipos: qualitativo, quantitativo ou qualitativo-quantitativo.
3.6 Tipos de Pesquisa e Técnicas de Coleta de Dados
Com relação à variável “tipo de pesquisa”, o estudo levou em conta a proposição de
Vergara (2004), que classifica em dois critérios básicos: a) quanto aos fins: exploratória,
descritiva, explicativa e metodológica; e b) quanto aos meios de investigação: pesquisa
documental e estudo de caso. Com relação aos estudos de caso, utilizou-se, ainda, a proposta
de Yin (2001) segundo a qual o estudo de caso pode ser único ou múltiplo. Quanto à de coleta
de dados, utilizaram-se os critérios de Gil (1999), que aponta as seguintes técnicas:
observação (simples, participante ou sistemática), entrevista (informal, focalizada, por pauta,
estruturada, semiestruturada e por telefone), questionário e formulário.
3.7 Técnicas de Análise de Dados
O passo seguinte à coleta de dados é a análise de dados, considerada uma das fases
mais importantes de uma pesquisa, porquanto é dela que surgem as respostas ao problema da
pesquisa. De acordo com Gil (1999), embora sejam dois processos conceitualmente distintos,
aparecem estreitamente relacionados. Para as técnicas qualitativas, utilizaram-se as
classificações de Vergara (2005). Para os critérios quantitativos, foram utilizadas as
classificações de Malhotra (2006), e Hair Jr. et al. (2005).
4 Resultados e Análises
Nesta seção são apresentados os resultados das análises realizadas nos 72 artigos
selecionados e publicados em anais e periódicos, sobre os temas VBR e Capacidades
Dinâmicas, no período de 1997 a 2006, de acordo com a sequência estabelecida no capítulo
anterior. Dos 4.548 artigos selecionados, 71% foram veiculados em anais do Anpad
(EnANPAD, 3Es e EMA) e 29% nas revistas RAE, RAUSP e RAC, verificando entre estas
um equilíbrio em termos de volume de produção.
A Tabela 1 apresenta a produção e evolução anual dos temas VBR e Capacidades
Dinâmicas em anais e periódicos. Nessa análise, é visível a concentração de artigos nos anais
do EnANPAD, com 67%. Em periódicos, destaca-se a participação da RAE, com 10% das
publicações.
Já em relação à produção geral, observa-se um lento crescimento nos cinco primeiros
anos, ou seja, entre 1997 e 2001, totalizando apenas treze trabalhos. Nos outros cinco anos
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
9. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 135
Vieira de Oliveira
(2002 a 2006) verificou-se uma tendência progressiva no crescimento das publicações, já que
nesse período foram publicados 59 trabalhos, representando um incremento de 354% em
relação ao período de 1997 a 2001.
Tabela 1 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas em anais e
periódicos
Anos Distribuição
Publicação
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. %
EnANPAD 1 0 1 2 5 3 7 5 11 13 48 67
3E's 0 0 0 0 0 0 4 0 8 0 12 16
Ema 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
RAE 0 0 1 2 0 1 0 2 0 1 7 10
RAC 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 3
RAUSP 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 3
Total 1 1 2 4 5 6 11 8 20 14 72 100
Fonte: Dados da pesquisa.
Um aspecto interessante em relação à característica da produção diz respeito à autoria
dos trabalhos e sua origem institucional. A Tabela 2 registra os artigos a partir do primeiro
autor, quando este possui mais de um artigo publicado. Dos 72 trabalhos selecionados, 19
figuram nessa condição, o que corresponde a 26% do total. Quando se estende a participação
dos primeiros autores como segundo ou terceiro autor, o número aumenta para 24, ou seja,
33% do total.
Com relação à localização dos principais grupos de pesquisa, verifica-se uma elevada
concentração sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas nas regiões Sul e Sudeste, sendo
a Unifor a principal referência sobre o tema na região Nordeste.
Tabela 2 – Artigos por origem – Autor X Instituição X Região
Número de
artigos
Primeiro Autor Instituição Região Total
1° 2º ou 3°
autor autor
Vasconcelos, F. C. Fundação Getúlio Vargas (FGV) Sudeste 4 1 5
Hexsel, A. E. Universidade do Vale do Rio dos Sinos ( Sul 3 1 4
Unisinos)
Forte, S. H. A. C. Universidade de Fortaleza Nordeste 2 1 3
( Unifor)
Pascucci, L. M. Consórcio UEL/UEM/CSA/UEM Sul 2 1 3
Wilk, E. de O. Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS) Sul 2 1 3
Bispo, C. M. Pontifícia Universidade Católica do Paraná Sul 2 0 2
Fleury, M. T. L. FEA-USP Sudeste 2 0 2
Meirelles, D. S. Universidade Presbiteriana Mackenzie Sudeste 2 0 2
Total 19 5 24
Fonte: Dados da pesquisa.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
10. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 136
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Durante o período levantado, distinguiram-se dois momentos que marcaram ou deram
impulso ao estudo sobre VBR e Capacidades Dinâmicas no país. O primeiro foi a publicação
de um dos trabalhos seminais escrito por Carneiro, Cavalcante e Silva (1999), publicado em
anais, que pela primeira vez mostra com profundidade à comunidade acadêmica e aos
administradores brasileiros os determinantes da vantagem competitiva sustentável, de acordo
com os pressupostos da VBR, em oposição ao que pregava a corrente SCP, preconizada pelas
idéias de Porter (1980, 1985). O segundo momento se deu com a publicação do trabalho de
Vasconcelos e Cyrino (2000) na RAE, apresentando as quatro vertentes que explicam as
fontes da vantagem competitiva.
Com relação à classificação quanto à abordagem temática, apresenta-se a seguir o
resumo do que se produziu no período em anais e periódicos. Uma análise nesse sentido na
Tabela 3 evidencia que o tema mais abordado entre os autores tratou de competitividade, com
29%, ficando em segundo lugar o tema “fatores organizacionais sobre desempenho”, com
22%, seguido dos temas “alianças, redes, clusters, parcerias e grupos estratégicos” e
“conteúdo e processo estratégico”, ambos com 11%.
A concentração de artigos sobre competitividade é compreensível, pelo fato de o tema
estar intrinsecamente ligado à VBR, cujos postulados oferecem explicações para obtenção de
resultados acima da média em uma indústria, o que de certa forma é o objetivo principal da
vantagem competitiva.
Acredita-se que o tema “ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de
empresas e indústrias” está relacionado à preocupação dos autores com uma metodologia
quantitativa que valorize a aplicação de medidas de desempenho para aferição de resultados
das empresas.
Tabela 3 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos por abordagem temática
Distribuição
Temática
Quant. %
Estratégia, ambiente e competitividade 21 29
Ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de empresas e indústrias 16 22
Outras 9 12
Alianças, redes, clusters, parcerias e grupos estratégicos 8 11
Conteúdo e processo estratégico 8 11
Formulação, implementação e avaliação de estratégia 4 6
Relações e impacto das estratégias 4 6
Subsidiárias 2 3
Total 72 100
Fonte: Dados da pesquisa.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
11. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 137
Vieira de Oliveira
Outras análises dignas de menção: a) a baixa presença de artigos sobre VBR e
Capacidades Dinâmicas na área temática Gestão Internacional, com apenas dois casos, é
justificável, por se tratar de campo de estudo ainda em fase de desenvolvimento, com
referencial teórico que privilegia aspectos econômicos e tendências macroeconômicas
nacionais e internacionais, entre outras teorias; e b) a tímida participação do tema
“formulação, implementação e avaliação estratégica”, com quatro artigos publicados no
período, não foi uma surpresa. Trata-se de tema ligado às práticas e teorias prescritivas muito
em voga nos anos 1970 e 1980, e, embora não se tenha ausentado de todo da área da
Estratégia, ao longo dos anos vem cedendo lugar a tantos outros temas, dentre eles as teorias
de posicionamento e, mais recentemente, a VBR.
Em relação ao referencial teórico, os artigos foram levantados e classificados de duas
formas: classificação dos autores mais citados e classificação das obras mais citadas, com
suas respectivas datas de publicação. Os dados da Tabela 4 pouco acrescentam ao que já foi
dito em relação aos precursores da VBR, ou seja, Wernerfelt, Barney, Peteraf, Collins e
Montgomery, que deram vida a uma teoria que estava adormecida desde os escritos de
Penrose no final dos anos 1950, e que aos poucos foi sendo aprimorada com as contribuições
teóricas dos que vieram depois, pois, como se observa, esses autores figuram entre os doze
mais citados. Os trinta autores mais citados nos artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas,
independentemente de figurar como primeiro ou segundo autor, estão relacionados na Tabela
4.
Tabela 4 – Distribuição dos autores por quantidade de citações
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
12. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 138
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Item Autor Quant. Item Autor Quant.
1 Barney, J.B. 105 16 Reed, R. e DeFillippi, R. J. 16
2 Porter, M. E. 78 17 Marroney, J. T. e Panadian, J. R. 15
3 Wernerfelt, B. 62 18 Nelson, R. e Winter, S. 14
5 Teece, D. 44 19 Heene, A. e Sanchez, R. 11
6 Grant, R. M 41 20 Carneiro, J. M.T. 9
7 Peteraf, M. A. 37 21 Vasconcelos, F. C. e Cyrino, A. B. 8
8 Rumelt, R. P. 36 22 Selznick, P. 8
9 Hamel, G e Prahalad, C. K 35 23 Poweel, T. C. 7
10 Penrose, E. 34 24 Forte, S. H. A. C. 6
11 Collis, D. J. e Montgomery, C. A. 31 25 Vasconcelos, F. C. e Brito, L. A. L. 6
12 Dierickx, I. e Cool, K. 27 26 Fleury, M. T. L e Fleury, A. 5
13 Ghemawat, P. 27 27 Fleury, M. T. L. 5
14 Amit, R. e Shoemaker, P. J. H 26 28 Rugman, A. e Verbeke, A. 5
15 Prahalad, C. K e Hamel, G. 25 29 Dosi, G. 4
15 Foss, N. 24 30 Proença, A. 4
Subtotal 1 667 Subtotal 2 123
Total (1+2) = 790
Fonte: Dados da pesquisa.
Com um simples olhar na Tabela 4 percebe-se que a presença de autores estrangeiros é
maioria absoluta. Os brasileiros mais citados da lista (Carneiro e Vasconcelos e Cyrino)
figuram nos 20° e 21º lugares. Cabe destacar o autor Jay Barney, que figura em primeiro lugar
tanto na distribuição por citação, com 105 citações (Tabela 4), como na distribuição por obra,
com 95 (Tabela 5), mostrando ser o autor de maior importância teórica para os temas em
referência.
Os dados da Tabela 5 mostram que das 39 publicações mais citadas, duas são da década
de 1950, uma da década de 1970, oito da década de 1980, quatorze da década de 1990 e
quatorze da presente década.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
13. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 139
Vieira de Oliveira
Tabela 5 – Distribuição das 39 obras mais citadas, por quantidade de citações
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
14. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 140
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Item Autor Obra Ano Quant.
1 Wernerfelt, B. A Resource of de Firm 1984 45
2 Barney, J. B. Firm Resources and Sustained Advantage 1991 40
3 Peteraff, M. The Cornerstones of Competitive Advantage 1993 36
4 Grant, R. M. The Resource-Based Theory of Competitive Advantage: Implications
for Strategy Formulation 1991 34
5 Penrose, E. The Theory of the Growth of the Firm 1959 34
6 Prahalad e Hamel The Core Competence of the Corporation 1989 32
7 Dierickx e Cool Asset Stock Accumulation and Sustainability of Competitive Advantage 1989 29
8 Teece, Pisano e Shuen Dynamic Capabilities and Strategic Management 1977 28
9 Porter, M. Competitive Strategy Techniques for Analyzing Industries and
Competitors 1980 27
10 Amit e Shoemaker Strategic Asssets and Organizational Rents 1993 22
11 Collins e Montgomery Competing on Resources: Strategy in the 1990s 1995 20
12 Barney, J. B. Strategic Factor Markets: Expectation, Luck and Business Strategy 1986 19
13 Rumelt, R. P. Towards a Strategic Theory of the Firm 1984 19
14 Porter, M. Towards a Dynamic Theory of Strategy 1991 17
15 Porter, M. Competitive Advantage: Creating and Sustaining Competitive
Performance 1985 17
16 Reed e Defillippi Causal Ambiguity, Barriers to Imitat and Sustainable Competition 1990 16
17 Barney, J. B. Gaining and Sustaining Competitive Advantage 1996 15
18 Mahoney e Panadian The Resource-Based View Within the Conversation of Strategic
Management 1992 13
19 Prahalad e Hamel Competindo pelo Futuro 1994 11
20 Foss, N. Resources, Firms and Strategies A Reader in the Resource-Based
Perspective 1997 11
21 Rumelt, R. P. How much does industry matter? 1991 11
22 Ghemawat, P. A Estratégia e o Cenário dos Negócios – Textos e Casos 2000 10
23 Barney, J. B. Resource-Based Theories of Competitive Advantage a ten year
retrospective on the Resource-Based View 2001 10
24 Carneiro et al. Os Determinantes da Sustentabilidade da Vantagem Competitiva na
Resource-Based View 1999 9
25 Nelson e Winter An Evolutionary Theory of Economic Change 1982 9
26 Porter, M. What is Strategy? 1996 9
27 Vasconcelos e Cyrino Vantagem Competitiva: Os Modelos Teóricos Atuais e a Convergência
Entre Estratégia e Teoria Organizacional 2000 8
28 Barney, J. B. Is the Resource-Based View a Useful Perspective for Strategic
Management Research? Yes 2001 7
29 Selznick Leadership in Administration 1957 8
30 Rugman e Verbeke Edith Penrose’s Contribuitions to the Resource-Based View of Strategic
Management 2002 5
31 Helfat e Peteraf The Dynamics Resource-Based View: Capabilities Lifecycicles 2002 5
32 Barney, J. B. Gaining and Sustaining Competitive Advantage. (2nd Edition) 2002 3
33 Knudsen e Foss The Resource-Based Tangle: Towards a Sustainable Explanation of
Competitive Advantage 2000 2
34 Grant The Resource-Based Theory of Competitive Advantage: Implications
for Strategy Formulation 2001 1
35 Silverman e Baun Alliance-Based Competitive Dynamics 2002 1
36 Hoopes, Madson e Guest editor's introduction to the special issue: why is there a resource-
Walker based view? Toward a theory of competitive heteroneity 2003 1
37 Rumelt e Lippman The payments perspective: microfoundations of resource analysis 2003 1
38 Ray e Barney Capabilities, business processes, and competitive advantage: choosing
the dependent variable in empirical tests of the resource-based-view 2004 1
39 Sharma, V. e Erramilli Resource-based explanation of entry mode choice 2004 1
Fonte: Dados da pesquisa.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
15. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 141
Vieira de Oliveira
Entretanto, das obras publicadas nesta década, as mais recentemente são duas de 2003 e
duas de 2004, ou seja, não foram encontrados registros de citações referentes aos anos 2005 e
2006. Com base nesses resultados, pode-se afirmar que o referencial teórico utilizado para
esta pesquisa apresenta uma defasagem de pelo menos dois anos.
Os artigos foram distribuídos também quanto à natureza da análise e da pesquisa.
Quanto à natureza da análise, os teórico-empíricos totalizaram 78%, enquanto os ensaios
somaram 22% do total. Vale salientar que não foram registrados artigos no formato de caso de
ensino, conforme mostra a Tabela 6.
Tabela 6 – Distribuição quantitativa anual dos artigos segundo a natureza da análise
Anais/Periódicos Distribuição
Natureza 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. %
Teórico-empírico 0 0 0 3 3 5 8 6 18 13 56 78
Ensaio 0 1 2 1 2 1 3 2 3 1 16 22
Caso de Ensino 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 0 1 2 4 5 6 11 8 21 14 72 100
Fonte: Dados da pesquisa
Embora a elevada concentração dos estudos teórico-empíricos (78%) possa significar o
crescimento do número de cursos de pós-graduação, dos quais emana essa orientação, a
significativa proporção de ensaios (22%) mostra que a discussão conceitual tem crescido no
meio acadêmico, sugerindo uma evolução e amadurecimento dos autores sobre a teorização
dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas.
Com relação à natureza da pesquisa, os resultados seguem na Tabela 7. Os artigos
qualitativos revelaram-se maioria, com 63% do total. A carência de estudos de cunho
quantitativo foi observada no estudo de Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), que analisa a
produção acadêmica em Estratégia Empresarial no período de 1991 a 2002. Deve-se ressaltar
como fator positivo a evolução do número de artigos de natureza quantitativa em estudos
teórico-empíricos, a partir de 2003.
Nos últimos anos o estudo de caso tem sido uma abordagem amplamente utilizada nos
estudos sociais, principalmente por pesquisadores que realizam investigações de cunho
qualitativo.
Muitos estudiosos questionam o uso exagerado do estudo de caso como técnica de
investigação, como, por exemplo, Gondim et al. (2005), que argúi não serem realizados com o
rigor metodológico necessário, sendo comum usar-se o estudo de caso mais por conveniência
de acesso à empresa, e menos pelo aspecto teórico ou empírico que o objeto de pesquisa possa
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
16. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 142
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
significar. Vários levantamentos de produção acadêmica no país têm demonstrado essa
realidade, como em Tonnelli, Caldas, Lacombe e Tinoco (2003), com 75%, e Caldas, Tonelli
e Lacombe (2002), com 90%.
Tabela 7 – Distribuição quantitativa anual dos artigos segundo a natureza da pesquisa
Anais/Periódicos Distribuição
Natureza
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Quant. %
Teórico-empírica Quali 0 0 0 3 3 3 7 4 8 7 35 63
Teórico-empírica Quanti 0 0 0 0 0 0 1 3 7 4 15 27
Teórico-empírica Quali-Quanti 0 0 0 0 0 1 0 0 3 2 6 10
Total 0 0 0 3 3 4 8 7 18 13 56 100
Fonte: Dados da pesquisa.
Na Tabela 8, verifica-se que neste estudo os resultados não seguiram o mesmo padrão,
registrando 26 ocorrências entre 50 possíveis, o que corresponde a 53% dos trabalhos em
anais, embora tenha sido, ainda, o tipo de pesquisa mais utilizado nessa área.
Tabela 8 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por tipo de pesquisa
Anais/Periódicos Distribuição
Tipo
1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. %
Estudo de caso 0 0 0 3 3 2 6 2 7 7 30 54
Exploratória 0 0 0 0 0 1 0 2 0 3 6 10
Descritiva 0 0 0 0 0 0 0 1 4 0 5 9
Survey 0 0 0 0 0 0 2 0 1 2 5 9
Não identificado 0 0 0 0 1 0 0 2 2 0 5 9
Metodológica 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 3 5
Explicativa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2
Documental 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
Total 0 0 0 3 4 3 10 7 16 13 56 100
Fonte: Dados da pesquisa.
Em periódicos, repetiu-se o padrão; isto é, os estudos de caso foram a maioria, com
quatro ocorrências em seis tipos de pesquisa encontrados. È importante registrar também que
dos trinta artigos que utilizaram o estudo de caso como estratégia de investigação, 23 eram do
tipo único, enquanto os sete restantes eram do tipo múltiplo.
Na análise dos tipos de pesquisa, das técnicas de coleta e de análise de dados utilizadas
nos artigos, o estudo enfrentou alguns percalços, dada a omissão de informações a respeito,
fato que dificultou a identificação da linha de investigação adotada, obrigando a que fossem
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
17. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 143
Vieira de Oliveira
feitas inferências sobre o que foi informado. Quanto às técnicas de coleta de dados, as mais
utilizadas neste estudo estão relacionadas na Tabela 9.
Tabela 9 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por técnica de coleta de dados
Anais/Periódicos Distribuição
Técnica de Coleta
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Quant. %
Entrevista semiestruturada 0 0 0 1 3 2 7 2 7 8 30 53
Questionário 0 0 0 0 0 0 1 4 8 4 17 30
Entrevista em profundidade 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 5 9
Entrevista por telefone 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2
Observação simples 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2
Observação participante 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2
Não identificado 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
Total 0 0 0 3 3 3 9 7 17 14 56 100
Fonte: Dados da pesquisa.
A entrevista semiestruturada foi a mais utilizada dentre as técnicas de coleta de dados,
com predominância absoluta nos dois tipos de veículo, registrando-se trinta ocorrências entre
56 possíveis, o que corresponde a 54% do total. Levando-se em conta as três modalidades de
entrevista ( semiestruturada, em profundidade e por telefone), esse grupo chega a representar
64% do total.
A preferência dos autores pela técnica de entrevista neste estudo coincide com o que diz
a teoria, como em Gil (1999), que a considera importante devido à flexibilidade que oferece,
sendo fundamental para a investigação utilizada nos mais diversos campos das ciências
sociais. A utilização do questionário em segundo lugar, com 34%, pode estar ligada à
evolução da utilização de métodos quantitativos, que geralmente são mais adequados a esse
tipo de pesquisa, por trabalharem com grandes bases de dados. As principais técnicas
analíticas estão consignadas na Tabela 10.
Com relação à utilização de técnicas analíticas, justificam-se os resultados encontrados,
que apresentaram uma preferência pelas abordagens qualitativas, uma vez que os tipos de
pesquisa também tiveram como maioria estudos qualitativos. Mais uma vez, ressalta-se como
fator positivo a evolução da utilização de técnicas quantitativas, principalmente as
multivariadas, equações estruturais e redes neurais.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
18. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 144
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Tabela 10 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por técnica de análise de dados
Anais/Periódicos Distribuição
Técnica de Análise
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Quant. %
Análise documental 0 0 0 2 2 2 5 2 5 3 21 38
Análise de conteúdo 0 0 0 0 1 2 1 1 2 2 9 16
Análise multivariada 0 0 0 0 0 0 1 2 2 2 7 12
Análise univariada 0 0 0 0 0 0 0 2 2 1 5 9
Equações estruturais 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 4 7
Triangulação de dados 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 4 7
Outros 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 3 5
Mapas cognitivos 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2
Redes neurais 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2
Não identificado 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2
Total 0 0 0 3 3 4 8 7 18 13 56 100
Fonte: Dados da pesquisa.
Com relação ao setor pesquisado, dentre os artigos analisados em periódicos, as áreas
mais pesquisadas foram: setor de telecomunicações, com seis trabalhos, seguindo-se o setor
de IES e o setor vitivinícola, com quatro trabalhos cada. Também com quatro trabalhos estão
as pesquisas aplicadas em empresas de setores diversos, seguindo-se os demais. A relação
completa dos setores estudados está disposta na Tabela 11.
Verificou-se, também, em que contexto ambiental esses estudos se desenvolveram. Os
resultados mostraram que a maioria dos trabalhos insere-se em âmbito local, com uma
frequência de 27 trabalhos, o que corresponde a 54% do total dos artigos publicados em anais.
Já os trabalhos de abrangência regional totalizaram 22%, seguidos dos trabalhos de
abrangência nacional, com 20%, ficando na última posição os trabalhos cujas pesquisas se
concentraram em âmbito internacional, com 4%. Em periódicos, dos seis trabalhos publicados
sobre os temas pesquisados, três eram de abrangência internacional, dois regionais e um local.
A concentração das pesquisas em âmbito local demonstra uma delimitação restrita da
área de estudo e compromete os resultados em termos de contribuição para a área da
Administração Estratégica, na medida em que, ao se pesquisar a realidade de uma empresa,
como em estudos de caso simples, por exemplo, ou mesmo de determinados estudos que
investigam um setor em uma cidade qualquer, os resultados obtidos refletem apenas uma
realidade local, não sendo, portanto, generalizáveis para um segmento equivalente de outras
regiões do país.
Adicionalmente ao estudo dos setores, procurou-se levantar também os assuntos
investigados à luz das teorias da VBR e Capacidades Dinâmicas no período. Para tanto,
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
20. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 146
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Em uma análise mais atenta da Tabela 12, pode-se observar que o subtema
“competência” é abordado nos itens 1, 6 e 11, que juntos somam 21% do total. Esse resultado
vem a corroborar parte da literatura do campo da Administração Estratégica, que aponta para
uma integração das Teorias da Organização Industrial e VBR, com uma abordagem dinâmica,
sistêmica, cognitiva e holística, visando à construção de uma nova teoria com base no
conceito de competência, denominada Teoria Baseada em Competências (HEEGNE;
SANCHEZ, 1997). Essa relação estreita entre a VBR e a Teoria Baseada em Competências,
que combina as duas perspectivas, teria ensejado a utilização do referencial teórico sobre
competência com essa frequência em suas diversas aplicações nos trabalhos sobre a VBR.
Destaque, também, para os subtemas sobre desempenho (itens 3, 8 e 10), em segundo lugar,
com cerca de 20% do total nas pesquisas desenvolvidas nas organizações. Tal fato justifica-se
pela tendência evolutiva das pesquisas de cunho quantitativo a partir de 2003, quando se
registrou apenas um trabalho de natureza quantitativa, saltando para quatorze trabalhos até
2006, último ano desse levantamento (vide Tabela 7).
Tabela 12 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos por foco dos estudos
Distribuição
Item Foco dos Estudos
Quant. %
1 Recursos X Competências 8 14
2 Identificação de Recursos 7 13
3 Recursos X Desempenho 7 13
4 Recursos X Teoria do Posicionamento 5 9
5 Recursos X Processo Estratégico 4 7
6 Competências tecno-organizacionais X Desempenho Organizacional 3 5
7 Recursos X Clusters, Alianças e Grupos Estratégicos 3 5
8 Variância da Performance X Vantagem Competitiva 3 5
9 Recursos X Formulação de Estratégia 3 5
10 Variância do Desempenho X Estrutura da Indústria 1 2
11 Construção de Competência em Redes Internacionais 1 2
12 Recursos X Criação de Valor 1 2
13 Recursos X Empreendedorismo 1 2
14 Recursos X Grau de Internacionalização 1 2
15 Recursos X Fatores de Sucesso 1 2
16 Recursos X Formação de Estratégia 1 2
17 Recursos X Gestão Ambiental 1 2
18 Recursos X Gestão da Diversidade Cultural 1 2
19 Recursos X Rede de Relações 1 2
20 Recursos X Relacionamento Externo 1 2
21 Rede de Cooperação X Capacidades Dinâmicas 1 2
22 Rede de Recursos X Vantagem Competitiva 1 2
Total 56 100
Fonte: Dados da pesquisa.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
21. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 147
Vieira de Oliveira
Deve-se registrar, ainda, o subtema “identificação de recursos”, em segundo lugar, com
13% das publicações. Esse é um típico estudo básico sobre a teoria dos recursos, que
geralmente procura levantar e identificar quais recursos ou atributos estratégicos associados à
VBR são mais utilizados nas organizações, surgindo daí a explicação para essa classificação.
O item 4 refere-se à teoria do posicionamento, com 9%. Esse resultado merece uma
dupla interpretação. Se por um lado, obteve o menor índice entre os quatro assuntos mais
pesquisados, por outro, fica-se com a idéia de que a profunda discussão conceitual entre a
Teoria do Posicionamento Estratégico e a VBR tem sido útil, como se confirmou nesta
pesquisa, porquanto permeou a contextualização de grande parte de todos os trabalhos.
5 Conclusão
O objetivo de levantar a produção acadêmica dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas
no país, juntamente com sua evolução, revelou dois aspectos muito interessantes: a)
defasagem de quatorze anos em relação ao início das pesquisas no exterior; e b) os trabalhos
são em sua maioria teórico-empíricos, com abordagens qualitativas.
Os resultados mostraram também que os estudos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas
no país assumem uma predominância de autores de língua inglesa, além de um referencial
teórico que carece de renovação, levando-se em conta que dentre os textos citados, dois foram
publicados em 2003 e dois em 2004, fato que configura uma defasagem de pelo menos dois
anos, em relação ao período pesquisado.
A análise dos dados revelou baixa preocupação com a clareza do tipo de pesquisa
utilizado e detalhamento dos procedimentos de coleta e análise de dados. Metodologicamente,
não obstante haja uma tendência a análises em sua maioria qualitativas, com preferência pelo
uso de estudo de caso, observou-se um avanço considerável de estudos quantitativos, bem
como a evolução no grau de sofisticação das técnicas de análise de dados, que migraram para
técnicas modernas de análise (vide Tabela 10), configurando-se um quadro positivo para o
futuro das pesquisas em Estratégia, que, por sua natureza prática, necessitam de métodos ou
constructos que utilizem medidas de desempenho.
Ressalte-se, também, como ponto positivo o caráter abrangente da pesquisa, que
investigou em 32 setores o conteúdo das pesquisas nas organizações. Entretanto, como ponto
passível de melhoria coloca-se o alto índice de estudos em âmbito local, portanto não
generalizáveis a outras regiões.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
22. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 148
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Como limitação do estudo, ressalta-se que a amostra restringiu-se aos artigos científicos
de Administração em cinco áreas temáticas do EnANPAD, outros eventos da academia como
3Es e EMA, além de três revistas de Administração, mas deixa de considerar outras áreas do
EnANPAD e outras revistas importantes na área, que poderiam acrescentar mais informações
ao que foi levantado.
Como sugestão para pesquisas futuras, propõe-se estabelecer comparações com estudos
realizados em outros países, como, por exemplo, Argentina e Chile, que possam revelar como
ocorreu a evolução e produção acadêmica naquela importante região do continente sul-
americana.
REFERÊNCIAS
ANPAD. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Eventos.
Disponível em: <www.anpad.org.br>. Acesso em: 10 abr. 2007.
ANDREWS, K. R. The concept of corporate strategy. Homewood, IL: Dow Irwin, 1971.
ANSOFF, H. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.
BARNEY, Jay. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of
Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991.
______. Looking insight for competitive advantage. Academy of Management Executive, v.
9, n. 4, p. 49-61, 1995.
______.; WRIGHT, M.; KETCHEN JR., D. J. The resource-based view of the firm: ten years
after 1991. Journal of Management, v. 27, n. 6, p. 625, 2001.
BERTERO, O. C.; VASCONCELOS, C. F; BINDER, P. M. Uma década de estratégia
empresarial: o que se produziu entre 1991 e 2002. In: ENCONTRO ANUAL DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD,
23., 2003, Atibaia-SP. Anais... Atibaia: ANPAD 2003. 1 CD-ROM.
BANDEIRA-DE-MELLO, R.; CUNHA, C. J. C. A. A natureza e a dinâmica das capacidades
organizacionais no contexto brasileiro: uma agenda para pesquisas sobre a vantagem
competitiva nas empresas brasileiras. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
23. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 149
Vieira de Oliveira
NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 21., 2001,
Campinas-SP. Anais... Campinas: ANPAD, 2001. 1 CD-ROM.
CALDAS, M. P.; TONELLI, M. J.; LACOMBE, B. M. B. Espelho, espelho meu: meta-estudo
da produção científica em recursos humanos nos EnANPADs da década de 90. In:
ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 22., 2002, Salvador-BA. Anais... Salvador. ANPAD, 2002.
1 CD-ROM.
CARNEIRO, J. M. T.; CAVALCÂNTI, M. A. F. D.; SILVA, J. F. Porter revisitado: análise
crítica da tipologia estratégica do mestre. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnAPAD, 17., 1997, Rio
das Pedras-RJ. Anais... Rio das Pedras: ANPAD, 1997. 1 CD-ROM.
______. Os determinantes da sustentabilidade da vantagem competitiva na visão resource-
based. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ADMINISTRAÇÃO-ENAPAD, 19., 1999, Foz do Iguaçu-PR. Anais... Foz do Iguaçu:
ANPAD, 1999. 1 CD-ROM.
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Produção
científica brasileira cresce com a pós-graduação. 2005. Disponível em:
<http.capes.gov.br/capes/portal/conteúdo/10/N01_14032006.htm>. Acesso em: 9 dez. 2006.
COLLIS, D. J.; MONTGOMERY, C. A. Competing on resources: strategy in the 1990s.
Harvard Business Review, jul./aug. p. 118-128, 1995.
DIERICKX, I.; COOL, K. Asset stock accumulation and sustentability of competitive
advantage. Management Science, v. 35, n. 12, p. 1505-1514, 1989.
GIL, Antônio Carlos. Pesquisa social, métodos e técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas,
1999.
GONDIM, S. M. G. et al. Da descrição do caso à construção da teoria ou da teoria à
exemplificação do caso? Uma das encruzilhadas da produção do conhecimento em
administração e áreas afins. Revista O&S, v. 12, n. 35, out./dez. 2005.
GRANT, R. M. The resource-based theory of competitive advantage: implications for strategy
formulation. California Management Review, v. 33, n. 3, p. 114-135, 1991.
HAIR, JR. J. F. et al. Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2005.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
24. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 150
CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
HEENE, A.; SANCHEZ, R. Competence-based strategic management. Chichester: John
Wiley & Sons, 1997.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing - uma orientação aplicada. Porto Alegre:
Bookman, 2006.
PENROSE, E. T. The theory of the growth of the firm. New York: John Wiley, 1959.
PETERAF, M. A. The cornerstones of competitive advantage: a resource-based view.
Strategic Management Journal, v.14, n. 3, p.179-191, 1993.
PORTER, M. E.Competitive strategy : techniques for analyzing industries and competitors.
New York: The Free Press, 1980.
______. Competitive advantage : creating and sustaining superior performance. New York:
The Free Press, 1985.
PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard
Business Review, v. 68, n. 3, p. 79-91, May./June 1990.
TONELLI, M. J. et al. Produção acadêmica em recursos humanos no Brás. RAE, v. 43, n. 1,
jan./mar. 2003.
VASCONCELOS, F.; CYRINO, A. Vantagem competitiva: os modelos teóricos atuais e a
convergência entre estratégia e teoria organizacional. RAE, v. 40, n. 4, out./dez. 2000.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas,
2004.
______. C. Métodos de pesquisa em administração, São Paulo: Atlas, 2005.
WERNERFELT, B. A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, v.
5, n. 2, p. 171-180, 1984.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010