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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO
  CONTEXTO BRASILEIRO: A PRODUÇÃO E A EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM
                          DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES


                              Lindenberg Araújo Aragão
                                l.aragão@superig.com.br
                          Universidade de Fortaleza - CE / Brasil

                       Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte
                                    forte@unifor.br
                         Universidade de Fortaleza – CE / Brasil

                              Oderlene Vieira de Oliveira
                                 oderlene@hotmail.com
                          Universidade de Fortaleza – CE / Brasil

Recebido em 18/02/2008
Aprovado em 13/05/2009
Disponibilizado em 01/08/2010
Avaliado pelo sistema double blind review

Revista Eletrônica de Administração
Editor: Luís Felipe Nascimento
ISSN 1413-2311 (versão on-line)
Editada pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Periodicidade: Quadrimestral

Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader.


1 Introdução
       A produção acadêmica em Administração no Brasil tem crescido continuamente nos
últimos vinte anos. Estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) revelam que 85% do total da produção científica nacional são realizados
pela pós-graduação. Um dos fatores que confirmam essa tendência é o aumento do número de
cursos de pós-graduação stricto sensu, que, segundo a Capes, cresceu 12% de 2004 para 2005,
registrando-se também que a maior parte dessa produção (65%) provém de pequeno número
de programas de pós-graduação.
       Junto com o crescimento, veio também a motivação para se investigar, por exemplo,
no campo da Administração, se os critérios metodológicos das pesquisas seguiam no mesmo
sentido do crescimento. Assim, foram realizados levantamentos da produção científica em


REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                              128
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
áreas como Recursos Humanos, Marketing, Administração da Informação e Organizações e
Estratégia.
       A temática Estratégia Empresarial é de certa forma recente no Brasil, levando-se em
conta a segunda fase de sua chegada ao país, que remonta às décadas de 1960 e 1970, época
em que o texto de Igor Ansoff Corporate Strategy, era divulgado (BERTERO;
VASCONCELOS; BINDER, 2003).
       Ao longo das últimas décadas, a área da Estratégia tem abordado temas importantes,
que se tornaram marcos em sua história, tais como planejamento estratégico, posicionamento
estratégico, inspirados em fundamentos da Organização Industrial, alianças e redes
estratégicas e, mais recentemente, estudos sobre recursos e competências das empresas que
integram a Teoria Baseada em Recursos.
       Embora o crescimento da produção acadêmica no campo da Administração tenha
incentivado a realização de balanços de sua produção, como é o caso da pesquisa de Bertero,
Vasconcelos e Binder (2003) na área de Estratégia nas Organizações (ESO), não se encontrou
até então uma pesquisa na área de Estratégia que investigasse a produção e a evolução dos
temas e respectivos critérios metodológicos. Para suprir essa lacuna, decidiu-se investigar a
seguinte questão: Qual a produção e a evolução do tema Visão Baseada em Recursos (VBR) e
Capacidades Dinâmicas no Brasil?
       O estudo objetivou conhecer o tema mediante análise de dez variáveis: 1) produção e
evolução da VBR e Capacidades Dinâmicas no Brasil; 2) temas pesquisados; 3) referencial
teórico; 4) foco dos estudos; 5) setores pesquisados; 6) natureza da análise; 7) natureza da
pesquisa; 8) tipos de pesquisa; 9) técnicas de coleta de dados; e 10) técnicas de análise de
dados. A metodologia utilizou uma pesquisa descritiva do tipo desk research e análise
quantitativa por meio de técnicas descritivas.
       Acredita-se que essa pesquisa descreve um referencial teórico que sofreu um boom nos
últimos anos na academia brasileira em Administração e que se encontra em
desenvolvimento, inclusive, quanto aos aspectos metodológicos mais sofisticados,
principalmente nas técnicas de análise multivaridadas, implicando uma maior maturidade do
tema e da área de Estratégia para a inserção dos estudos dos pesquisadores brasileiros na
competitividade dos veículos internacionais, principalmente anglo-saxões.
       Sendo os temas VBR e Capacidades Dinâmicas emergentes no campo da Estratégia
nas Organizações na academia internacional, entender como se deu na academia brasileira o
desenvolvimento desse campo teórico-empírico revela-se imprescindível, uma vez que se

REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene         129
                                                                Vieira de Oliveira


pode perceber o processo de aculturação e a essência do pensamento estratégico dos
pesquisadores nacionais na área por meio das dez variáveis de análise objeto do estudo.
       Além desta introdução, o texto apresenta quatro seções: a primeira expõe os principais
fundamentos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas, bem como aspectos da chegada e
evolução de cada uma dessas teorias no Brasil; a segunda apresenta a metodologia
empregada; a terceira discute os resultados e análises dos dados; e na última seção elabora-se
a conclusão.


2 Visão Baseada em Recursos e Capacidades Dinâmicas: introdução e evolução
       Há vários anos, pensadores do campo da Estratégia, como Andrews (1971) e Ansoff
(1977), vem procurando identificar estratégias que possibilitem às empresas desenvolverem e
manterem uma vantagem competitiva que lhes garanta alcançar e sustentar um desempenho
superior. Desde então, foram quatro décadas de pesquisas, que colocam o tema vantagem
competitiva como um dos mais estudados no âmbito da Administração Estratégica.
       Os pressupostos introduzidos pela perspectiva da Teoria dos Recursos tentam explicar
questões fundamentais sobre as fontes e manutenção da vantagem competitiva das empresas
(BANDEIRA-DE-MELLO; CUNHA, 2001). Nesse contexto, devem-se considerar ainda os
trabalhos seminais de Penrose (1959) e Collis (1991), que enxergam a empresa como um
conjunto de recursos, e de Wernerfelt (1984), que associa recursos a barreiras de entrada e às
posições de recursos, ou ainda aos quatro requisitos básicos para os recursos como fontes de
vantagem competitiva: 1) serem geradores de valor; 2) serem raros ou escassos; 3) serem
difíceis de imitar; e 4) serem difíceis de substituir (BARNEY, 1991), cunhado de modelo
VRIS, atualizado pelo modelo VRIO, em que a variável “S” (substitutibilidade) deu lugar à
variável “O” (organização), que avalia o gerenciamento eficaz dos recursos estratégicos
(BARNEY, 1995).
       Na busca por uma explicação plausível dos fatores que justifiquem desempenho
superior, duas teorias se destacam e apresentam pontos de vista divergentes. De um lado, os
defensores da Organização Industrial; do outro, os estudiosos da Teoria dos Recursos, mais
conhecida como Visão Baseada em Recursos (Resource-Based View – RBV).
       Segundo Vasconcelos e Cyrino (2000), os estudos sobre Organização Industrial
apoiam-se em primazia nos trabalhos de Edward Mason e Joe Bain conhecidos como análise
Structure-Conduct-Performance (SCP), e posteriormente nos trabalhos de Porter (1980,
1985). Nessa linha de pensamento, o desempenho (performance) das empresas seria

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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                              130
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
fundamentalmente determinado pela estrutura da indústria (structure) e pela estratégia
(conduct) adotada pelas empresas (CARNEIRO; CAVALCANTE; SILVA, 1999).
         A VBR é uma teoria que se desenvolveu a partir das ideias de Penrose (1959),
Wernerfet (1984) e Barney (1991), seguindo-se a esses Peteraf (1993) e, posteriormente,
Collis e Montgomery (1995), dentre outros. Ao contrário da perspectiva da Organização
Industrial, a VBR considera as características internas da organização como responsáveis pelo
desempenho superior em uma indústria, isto é, tem como proposição central que a fonte da
vantagem competitiva encontra-se primariamente nos recursos e competências desenvolvidos
e controlados pelas empresas, e apenas secundariamente na estrutura das indústrias em que se
posicionam (BARNEY, 1991; DIERICKX; COOL,1989; PETERAF, 1993; WERNERFELT,
1984).
         Já a abordagem das Capacidades Dinâmicas figura entre as teorias que se
desenvolveram adotando como base conceitual o campo das Ciências Sociais, que tratam dos
processos de mercado que envolvem capacidades caracterizadas pelo dinamismo, turbulência
ambiental acelerada e por processos de inovação e de renovação contínua. Assim,
diferentemente dos estudos da Teoria dos Recursos, na qual recursos e capacidades são
tratados como variáveis de estoque, como dados mais ou menos fixos, na abordagem das
Capacidades Dinâmicas, mais importante que o estoque de recursos é a capacidade de
acumular e combinar novos recursos em novas configurações, capazes de gerar fontes
adicionais de renda (VASCONCELOS; CYRINO, 2000).
         Embora a discussão conceitual e publicações internacionais sobre a VBR e
Capacidades Dinâmicas tenham se iniciado nos anos 1980, em debates e artigos que
começavam a questionar a ideia da vantagem competitiva externa à empresa (BARNEY,
1991; GRANT, 1991; PETERAF, 1993; WERNERFELT, 1984) e apresentavam a perspectiva
da RBV como a real fonte de sua manutenção, somente a partir da segunda metade dos anos
1990 essas abordagens passaram a ser estudadas e veiculadas nos principais periódicos e
eventos da academia brasileira, já que o primeiro registro de uma publicação em relação aos
dois temas somente veio a se verificar com o artigo teórico seminal de Carneiro, Cavalcânti e
Silva (1997), publicado em anais, confirmando-se a defasagem de quatorze anos desde a
publicação de Wernerfelt em abril de1984.
         Segundo Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), a literatura sobre “recursos e
capacitações” em publicações internacionais        apresentou uma tendência crescente,
principalmente a partir da publicação do artigo The core competencies of the corporation, de

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                                                                Vieira de Oliveira


Prahalad e Hamel (1989), enquanto no Brasil, ao contrário dessa tendência internacional, a
presença daqueles temas foi considerada rara e inexpressiva até o ano 2002 (ano final da
pesquisa citada), a julgar pela participação de 9,4%, dos artigos publicados no período
levantado.
       Alguns fatores apontados pelos autores do estudo justificariam a baixa participação
desses temas, destacando-se o fato de que no Brasil as temáticas mais usuais estavam voltadas
para três áreas: (i) Fundamentos Organizacionais; (ii) Fundamentos Econômicos e
Organização Industrial, por conta, principalmente, da grande influência dos trabalhos de
Michael Porter; e (iii) Planejamento Estratégico, que durante muito tempo liderou o ranking
de publicações em todo o mundo. Destacam, além disso, o fato de que a maioria das pessoas
que passaram a se ocupar de Estratégia provinha da área de organizações, sendo pouco afeitas
a teorias de outras áreas, notadamente economia e finanças. A justificativa dos autores é que a
concepção da perspectiva baseada em recursos organizacionais é de origem econômica, o que
pode ter contribuído para diminuir o interesse dos autores nacionais, dada a sua pouca
familiaridade com assuntos econômicos.

3 Metodologia da Pesquisa
       O estudo em que se baseia este artigo refere-se à análise de uma década da produção
científica na área de Estratégia, especificamente sobre os temas VBR e Capacidades
Dinâmicas no Brasil. A pesquisa foi projetada para ter início em 1997, tendo como principal
motivo a disponibilidade de material no portal eletrônico da Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad) a partir daquele ano, e por ser o primeiro
ano da publicação da Revista de Administração Contemporânea (RAC). Outra motivação
surgiu com a possibilidade de se levantar novamente dez anos de pesquisa em Estratégia,
dessa vez focando especificamente nos temas VBR e Capacidades Dinâmicas.
       O procedimento metodológico utilizado neste estudo foi do tipo desk research,
aplicado em artigos publicados em três dos principais periódicos de administração do Brasil
(Revista de Administração de Empresas – RAE, Revista de Administração da Universidade de
São Paulo – RAUSP e RAC) e nos anais do EnANPAD, 3Es e EMA no período de 1997 a
2006, que resultou na criação de uma base própria de dados de dois tipos: (i) a base eletrônica
de dados composta pelos artigos dos anais do EnANPAD, 3Es e EMA de 1997 a 2006, além
dos artigos publicados na RAC, totalizando 63 artigos; e (ii) a base de dados composta pelo
material impresso contido na RAE e na RAUSP, do mesmo período, num total de nove
artigos, totalizando 72 trabalhos selecionados.
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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                132
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
       O processo de escolha das linhas temáticas nos anais do EnANPAD e nos periódicos
levou em conta principalmente as áreas de maior afinidade com a Estratégia, respeitando-se o
ponto de vista de Barney, Wright e Ketchen Jr. (2001), segundo o qual a VBR compreende
seis campos: Administração de Recursos Humanos, Economia, Finanças, Empreendedorismo,
Marketing e Negócios Internacionais, tendo este estudo seguido nessa direção, excetuando
apenas Economia. Além dessas temáticas, também foram incluídas as áreas de Estratégia e de
Organizações, com as quais os temas VBR e Capacidades dinâmicas têm afinidade. Por
exemplo, nos EnANPADs pesquisaram-se as áreas pertencentes às atuais divisões: Gestão de
Pessoas e Relações de Trabalho, Finanças, Estratégia em Organizações, Estudos
Organizacionais e Marketing.
       Com o propósito de uma melhor sistematização, projetou-se o levantamento dos dados
em três fases: na primeira fase selecionaram-se os artigos que apresentavam no “título”, no
“resumo” ou nas “palavras-chave” as expressões: visão baseada em recursos, capacidades
dinâmicas, competências, capacitações, resource-based view, capabilities, dentre outras que
da mesma forma poderiam indicar que o texto tratasse dos temas da pesquisa.
       Na segunda fase, tratou-se da leitura integral dos artigos pré-selecionados na fase
inicial. Nessa fase, foram identificados e descartados oito artigos, quatro deles por não
utilizarem a VBR ou Capacidades Dinâmicas como base referencial na análise do ensaio ou
no estudo teórico-empírico, e os demais por terem sido publicados em anais de congresso e
em ano posterior em periódicos (considerou-se apenas uma publicação). A decisão de excluir
tais artigos fundamentou-se na possibilidade de que a permissão do registro de publicações
em duplicidade pudesse acarretar viés ao resultado, ou seja, poderia contribuir para mostrar
uma difusão diferente da que os temas pesquisados estivessem alcançando.
       Na terceira e última fase, os textos resultantes da pré-seleção, totalizando um censo de
72 artigos, foram lidos integralmente mais uma vez e submetidos aos critérios para análise
segundo um roteiro preestabelecido, conforme se apresenta no item 3.1.


3.1 Abordagem Temática
       O critério para a classificação dos artigos quanto à abordagem temática foi definido
segundo as diferentes correntes epistemológicas, teóricas e metodológicas que envolvem os
temas de Administração Estratégica e Organizacional inerentes às respectivas divisões
acadêmicas e áreas temáticas da Anpad, bem como segundo os conhecimentos dos autores de
artigos publicados em periódicos (RAE, RAUSP e RAC) sobre os referenciais teóricos

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Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene            133
                                                                Vieira de Oliveira


alusivos aos temas VBR e Capacidades Dinâmicas, surgindo daí seis categorias temáticas que
representam os temas apresentados nos artigos pelos diversos autores: a) conteúdo e processo
estratégico; b) formulação, implementação e avaliação de estratégias; c) estratégia, ambiente e
competitividade; d) relações e impactos das estratégias; e) ambiente e fatores organizacionais
sobre desempenho de empresas e indústrias; e f) processo de internacionalização de empresas,
operações de empresas multinacionais e subsidiárias. Entretanto, dada a diversidade de
referenciais teóricos sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas, alguns artigos não se
enquadraram nas seis categorias iniciais, o que ensejou a criação de mais duas categorias: g)
alianças, parcerias, clusters, redes de cooperação e grupos estratégicos; e h) outros, na qual se
alocaram os artigos não enquadráveis nas categorias anteriores.


3.2 Referencial Teórico
       Na produção acadêmica dos 72 artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas foi
utilizado um total de 2.671 referências, compreendendo veículos como artigos científicos,
periódicos nacionais e internacionais, livros, além de outras publicações de cunho
institucional. A análise levou em conta inicialmente os trinta autores mais citados,
independentemente da posição consignada como coautor, se primeira ou segunda. Em
seguida, levantaram-se as 39 principais obras mais citadas, com respectivos anos de
publicação.


3.3 Foco dos Estudos
       Aqui a pesquisa teve o objetivo de, por meio dos 56 trabalhos teórico-empíricos,
investigar o teor das pesquisas realizadas à luz dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas.


3.4 Setor Pesquisado
       Nesse ponto, o estudo procurou conhecer por quais setores do mercado os
pesquisadores tinham maior preferência em suas pesquisas. Para tanto, levantaram-se na base
de dados os principais setores pesquisados e respectivos contextos ambientais: local, regional,
nacional ou internacional.


3.5 Natureza da Análise e da Pesquisa
       São inúmeras as variáveis disponíveis para a classificação da análise e da pesquisa.
Neste estudo, utilizou-se a classificação da Anpad (2007), que enquadra os artigos como

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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                  134
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
Ensaio, Teórico-empírico ou Caso de Ensino. Em relação à natureza da pesquisa, os artigos
teórico-empíricos podem ser de três tipos: qualitativo, quantitativo ou qualitativo-quantitativo.
3.6 Tipos de Pesquisa e Técnicas de Coleta de Dados
       Com relação à variável “tipo de pesquisa”, o estudo levou em conta a proposição de
Vergara (2004), que classifica em dois critérios básicos: a) quanto aos fins: exploratória,
descritiva, explicativa e metodológica; e b) quanto aos meios de investigação: pesquisa
documental e estudo de caso. Com relação aos estudos de caso, utilizou-se, ainda, a proposta
de Yin (2001) segundo a qual o estudo de caso pode ser único ou múltiplo. Quanto à de coleta
de dados, utilizaram-se os critérios de Gil (1999), que aponta as seguintes técnicas:
observação (simples, participante ou sistemática), entrevista (informal, focalizada, por pauta,
estruturada, semiestruturada e por telefone), questionário e formulário.


3.7 Técnicas de Análise de Dados
       O passo seguinte à coleta de dados é a análise de dados, considerada uma das fases
mais importantes de uma pesquisa, porquanto é dela que surgem as respostas ao problema da
pesquisa. De acordo com Gil (1999), embora sejam dois processos conceitualmente distintos,
aparecem estreitamente relacionados. Para as técnicas qualitativas, utilizaram-se as
classificações de Vergara (2005). Para os critérios quantitativos, foram utilizadas as
classificações de Malhotra (2006), e Hair Jr. et al. (2005).


4 Resultados e Análises
       Nesta seção são apresentados os resultados das análises realizadas nos 72 artigos
selecionados e publicados em anais e periódicos, sobre os temas VBR e Capacidades
Dinâmicas, no período de 1997 a 2006, de acordo com a sequência estabelecida no capítulo
anterior. Dos 4.548 artigos selecionados, 71% foram veiculados em anais do Anpad
(EnANPAD, 3Es e EMA) e 29% nas revistas RAE, RAUSP e RAC, verificando entre estas
um equilíbrio em termos de volume de produção.
     A Tabela 1 apresenta a produção e evolução anual dos temas VBR e Capacidades
Dinâmicas em anais e periódicos. Nessa análise, é visível a concentração de artigos nos anais
do EnANPAD, com 67%. Em periódicos, destaca-se a participação da RAE, com 10% das
publicações.
     Já em relação à produção geral, observa-se um lento crescimento nos cinco primeiros
anos, ou seja, entre 1997 e 2001, totalizando apenas treze trabalhos. Nos outros cinco anos

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Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene                      135
                                                                 Vieira de Oliveira


(2002 a 2006) verificou-se uma tendência progressiva no crescimento das publicações, já que
nesse período foram publicados 59 trabalhos, representando um incremento de 354% em
relação ao período de 1997 a 2001.

Tabela 1 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas em anais e
                                                  periódicos
                                                     Anos                                    Distribuição
     Publicação
                       1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005                    2006 Quant. %
  EnANPAD                 1    0    1    2    5    3    7    5   11                      13    48       67
  3E's                    0    0    0    0    0    0    4    0    8                       0    12       16
  Ema                     0    0    0    0    0    0    0    1    0                       0      1        1
  RAE                     0    0    1    2    0    1    0    2    0                       1      7      10
  RAC                     0    0    0    0    0    2    0    0    0                       0      2        3
  RAUSP                   0    1    0    0    0    0    0    0    1                       0      2        3
  Total                   1    1    2    4    5    6   11    8   20                      14    72      100

                                         Fonte: Dados da pesquisa.


      Um aspecto interessante em relação à característica da produção diz respeito à autoria
dos trabalhos e sua origem institucional. A Tabela 2 registra os artigos a partir do primeiro
autor, quando este possui mais de um artigo publicado. Dos 72 trabalhos selecionados, 19
figuram nessa condição, o que corresponde a 26% do total. Quando se estende a participação
dos primeiros autores como segundo ou terceiro autor, o número aumenta para 24, ou seja,
33% do total.
      Com relação à localização dos principais grupos de pesquisa, verifica-se uma elevada
concentração sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas nas regiões Sul e Sudeste, sendo
a Unifor a principal referência sobre o tema na região Nordeste.


                        Tabela 2 – Artigos por origem – Autor X Instituição X Região
                                                                                   Número de
                                                                                     artigos
      Primeiro Autor                       Instituição                   Região                  Total
                                                                                  1°    2º ou 3°
                                                                                 autor autor
  Vasconcelos, F. C.             Fundação Getúlio Vargas (FGV)           Sudeste   4        1     5
  Hexsel, A. E.              Universidade do Vale do Rio dos Sinos (       Sul     3        1     4
                                             Unisinos)
  Forte, S. H. A. C.                 Universidade de Fortaleza         Nordeste        2       1       3
                                             ( Unifor)
  Pascucci, L. M.               Consórcio UEL/UEM/CSA/UEM                Sul           2       1       3
  Wilk, E. de O.            Universidade Federal do Rio Grande do Sul
                                             (UFRGS)                     Sul           2       1        3
  Bispo, C. M.              Pontifícia Universidade Católica do Paraná   Sul            2      0        2
  Fleury, M. T. L.                          FEA-USP                    Sudeste         2       0        2
  Meirelles, D. S.            Universidade Presbiteriana Mackenzie     Sudeste          2      0        2
  Total                                                                                19      5       24

                                         Fonte: Dados da pesquisa.
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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                             136
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES


     Durante o período levantado, distinguiram-se dois momentos que marcaram ou deram
impulso ao estudo sobre VBR e Capacidades Dinâmicas no país. O primeiro foi a publicação
de um dos trabalhos seminais escrito por Carneiro, Cavalcante e Silva (1999), publicado em
anais, que pela primeira vez mostra com profundidade à comunidade acadêmica e aos
administradores brasileiros os determinantes da vantagem competitiva sustentável, de acordo
com os pressupostos da VBR, em oposição ao que pregava a corrente SCP, preconizada pelas
idéias de Porter (1980, 1985). O segundo momento se deu com a publicação do trabalho de
Vasconcelos e Cyrino (2000) na RAE, apresentando as quatro vertentes que explicam as
fontes da vantagem competitiva.
     Com relação à classificação quanto à abordagem temática, apresenta-se a seguir o
resumo do que se produziu no período em anais e periódicos. Uma análise nesse sentido na
Tabela 3 evidencia que o tema mais abordado entre os autores tratou de competitividade, com
29%, ficando em segundo lugar o tema “fatores organizacionais sobre desempenho”, com
22%, seguido dos temas “alianças, redes, clusters, parcerias e grupos estratégicos” e
“conteúdo e processo estratégico”, ambos com 11%.
     A concentração de artigos sobre competitividade é compreensível, pelo fato de o tema
estar intrinsecamente ligado à VBR, cujos postulados oferecem explicações para obtenção de
resultados acima da média em uma indústria, o que de certa forma é o objetivo principal da
vantagem competitiva.
     Acredita-se que o tema “ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de
empresas e indústrias” está relacionado à preocupação dos autores com uma metodologia
quantitativa que valorize a aplicação de medidas de desempenho para aferição de resultados
das empresas.


           Tabela 3 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos por abordagem temática
                                                                                        Distribuição
                                          Temática
                                                                                       Quant. %
      Estratégia, ambiente e competitividade                                               21      29
      Ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de empresas e indústrias         16      22
      Outras                                                                                 9     12
      Alianças, redes, clusters, parcerias e grupos estratégicos                             8     11
      Conteúdo e processo estratégico                                                        8     11
      Formulação, implementação e avaliação de estratégia                                    4      6
      Relações e impacto das estratégias                                                     4      6
      Subsidiárias                                                                           2      3
      Total                                                                                72     100

                                        Fonte: Dados da pesquisa.
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Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene          137
                                                                Vieira de Oliveira



     Outras análises dignas de menção: a) a baixa presença de artigos sobre VBR e
Capacidades Dinâmicas na área temática Gestão Internacional, com apenas dois casos, é
justificável, por se tratar de campo de estudo ainda em fase de desenvolvimento, com
referencial teórico que privilegia aspectos econômicos e tendências macroeconômicas
nacionais e internacionais, entre outras teorias; e b) a tímida participação do tema
“formulação, implementação e avaliação estratégica”, com quatro artigos publicados no
período, não foi uma surpresa. Trata-se de tema ligado às práticas e teorias prescritivas muito
em voga nos anos 1970 e 1980, e, embora não se tenha ausentado de todo da área da
Estratégia, ao longo dos anos vem cedendo lugar a tantos outros temas, dentre eles as teorias
de posicionamento e, mais recentemente, a VBR.
     Em relação ao referencial teórico, os artigos foram levantados e classificados de duas
formas: classificação dos autores mais citados e classificação das obras mais citadas, com
suas respectivas datas de publicação. Os dados da Tabela 4 pouco acrescentam ao que já foi
dito em relação aos precursores da VBR, ou seja, Wernerfelt, Barney, Peteraf, Collins e
Montgomery, que deram vida a uma teoria que estava adormecida desde os escritos de
Penrose no final dos anos 1950, e que aos poucos foi sendo aprimorada com as contribuições
teóricas dos que vieram depois, pois, como se observa, esses autores figuram entre os doze
mais citados. Os trinta autores mais citados nos artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas,
independentemente de figurar como primeiro ou segundo autor, estão relacionados na Tabela
4.


                     Tabela 4 – Distribuição dos autores por quantidade de citações




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  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
  Item                    Autor               Quant. Item                  Autor                  Quant.
      1   Barney, J.B.                          105     16 Reed, R. e DeFillippi, R. J.              16
      2   Porter, M. E.                          78     17 Marroney, J. T. e Panadian, J. R.         15
      3   Wernerfelt, B.                         62     18 Nelson, R. e Winter, S.                   14
      5   Teece, D.                              44     19 Heene, A. e Sanchez, R.                   11
      6   Grant, R. M                            41     20 Carneiro, J. M.T.                          9
      7   Peteraf, M. A.                         37     21 Vasconcelos, F. C. e Cyrino, A. B.         8
      8   Rumelt, R. P.                          36     22 Selznick, P.                               8
      9   Hamel, G e Prahalad, C. K              35     23 Poweel, T. C.                              7
     10   Penrose, E.                            34     24 Forte, S. H. A. C.                         6
     11   Collis, D. J. e Montgomery, C. A.      31     25 Vasconcelos, F. C. e Brito, L. A. L.       6
     12   Dierickx, I. e Cool, K.                27     26 Fleury, M. T. L e Fleury, A.               5
     13   Ghemawat, P.                           27     27 Fleury, M. T. L.                           5
     14   Amit, R. e Shoemaker, P. J. H          26     28 Rugman, A. e Verbeke, A.                   5
     15   Prahalad, C. K e Hamel, G.             25     29 Dosi, G.                                   4
     15   Foss, N.                               24     30 Proença, A.                                4
          Subtotal 1                            667         Subtotal 2                              123
                                               Total (1+2) = 790

                                          Fonte: Dados da pesquisa.


     Com um simples olhar na Tabela 4 percebe-se que a presença de autores estrangeiros é
maioria absoluta. Os brasileiros mais citados da lista (Carneiro e Vasconcelos e Cyrino)
figuram nos 20° e 21º lugares. Cabe destacar o autor Jay Barney, que figura em primeiro lugar
tanto na distribuição por citação, com 105 citações (Tabela 4), como na distribuição por obra,
com 95 (Tabela 5), mostrando ser o autor de maior importância teórica para os temas em
referência.
     Os dados da Tabela 5 mostram que das 39 publicações mais citadas, duas são da década
de 1950, uma da década de 1970, oito da década de 1980, quatorze da década de 1990 e
quatorze da presente década.




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Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene    139
                                                                Vieira de Oliveira




     Tabela 5 – Distribuição das 39 obras mais citadas, por quantidade de citações




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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                                        140
 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                      ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
 Item            Autor                                           Obra                                      Ano Quant.
 1      Wernerfelt, B.        A Resource of de Firm                                                        1984   45
 2      Barney, J. B.         Firm Resources and Sustained Advantage                                       1991   40
 3      Peteraff, M.          The Cornerstones of Competitive Advantage                                    1993   36
 4      Grant, R. M.          The Resource-Based Theory of Competitive Advantage: Implications
                              for Strategy Formulation                                                     1991    34
 5      Penrose, E.           The Theory of the Growth of the Firm                                         1959    34
 6      Prahalad e Hamel      The Core Competence of the Corporation                                       1989    32
 7      Dierickx e Cool       Asset Stock Accumulation and Sustainability of Competitive Advantage         1989    29
 8      Teece, Pisano e Shuen Dynamic Capabilities and Strategic Management                                1977    28
 9      Porter, M.            Competitive Strategy Techniques for Analyzing Industries and
                              Competitors                                                                  1980    27
 10     Amit e Shoemaker      Strategic Asssets and Organizational Rents                                   1993    22
 11     Collins e Montgomery Competing on Resources: Strategy in the 1990s                                 1995    20
 12     Barney, J. B.         Strategic Factor Markets: Expectation, Luck and Business Strategy            1986    19
 13     Rumelt, R. P.         Towards a Strategic Theory of the Firm                                       1984    19
 14     Porter, M.            Towards a Dynamic Theory of Strategy                                         1991    17
 15     Porter, M.            Competitive Advantage: Creating and Sustaining Competitive
                              Performance                                                                  1985    17
 16     Reed e Defillippi     Causal Ambiguity, Barriers to Imitat and Sustainable Competition             1990    16
 17     Barney, J. B.         Gaining and Sustaining Competitive Advantage                                 1996    15
 18     Mahoney e Panadian    The Resource-Based View Within the Conversation of Strategic
                              Management                                                                   1992    13
 19     Prahalad e Hamel      Competindo pelo Futuro                                                       1994    11
 20     Foss, N.              Resources, Firms and Strategies A Reader in the Resource-Based
                              Perspective                                                                  1997    11
 21     Rumelt, R. P.         How much does industry matter?                                               1991    11
 22     Ghemawat, P.          A Estratégia e o Cenário dos Negócios – Textos e Casos                       2000    10
 23     Barney, J. B.         Resource-Based Theories of Competitive Advantage a ten year
                              retrospective on the Resource-Based View                                     2001    10
 24     Carneiro et al.       Os Determinantes da Sustentabilidade da Vantagem Competitiva na
                              Resource-Based View                                                          1999     9
 25     Nelson e Winter       An Evolutionary Theory of Economic Change                                    1982     9
 26     Porter, M.            What is Strategy?                                                            1996     9
 27     Vasconcelos e Cyrino Vantagem Competitiva: Os Modelos Teóricos Atuais e a Convergência
                              Entre Estratégia e Teoria Organizacional                                     2000     8
 28     Barney, J. B.         Is the Resource-Based View a Useful Perspective for Strategic
                              Management Research? Yes                                                     2001     7
 29     Selznick              Leadership in Administration                                                 1957     8
 30     Rugman e Verbeke      Edith Penrose’s Contribuitions to the Resource-Based View of Strategic
                              Management                                                                   2002     5
 31     Helfat e Peteraf      The Dynamics Resource-Based View: Capabilities Lifecycicles                  2002     5
 32     Barney, J. B.         Gaining and Sustaining Competitive Advantage. (2nd Edition)                  2002     3
 33     Knudsen e Foss        The Resource-Based Tangle: Towards a Sustainable Explanation of
                              Competitive Advantage                                                        2000     2
 34     Grant                 The Resource-Based Theory of Competitive Advantage: Implications
                              for Strategy Formulation                                                     2001     1
 35     Silverman e Baun      Alliance-Based Competitive Dynamics                                          2002     1
 36     Hoopes, Madson e      Guest editor's introduction to the special issue: why is there a resource-
        Walker                based view? Toward a theory of competitive heteroneity                       2003     1
 37     Rumelt e Lippman      The payments perspective: microfoundations of resource analysis              2003     1
 38     Ray e Barney          Capabilities, business processes, and competitive advantage: choosing
                               the dependent variable in empirical tests of the resource-based-view        2004     1
 39     Sharma, V. e Erramilli Resource-based explanation of entry mode choice                             2004     1

                                              Fonte: Dados da pesquisa.




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Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene                         141
                                                                 Vieira de Oliveira


     Entretanto, das obras publicadas nesta década, as mais recentemente são duas de 2003 e
duas de 2004, ou seja, não foram encontrados registros de citações referentes aos anos 2005 e
2006. Com base nesses resultados, pode-se afirmar que o referencial teórico utilizado para
esta pesquisa apresenta uma defasagem de pelo menos dois anos.
     Os artigos foram distribuídos também quanto à natureza da análise e da pesquisa.
Quanto à natureza da análise, os teórico-empíricos totalizaram 78%, enquanto os ensaios
somaram 22% do total. Vale salientar que não foram registrados artigos no formato de caso de
ensino, conforme mostra a Tabela 6.

             Tabela 6 – Distribuição quantitativa anual dos artigos segundo a natureza da análise
                                                Anais/Periódicos                            Distribuição
       Natureza        1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. %
    Teórico-empírico      0       0     0       3     3      5      8     6     18     13        56   78
    Ensaio                0       1     2       1     2      1      3     2      3      1        16   22
    Caso de Ensino        0       0     0       0     0      0      0     0      0      0         0    0
    Total                 0       1     2       4     5      6     11     8     21     14        72 100

                                         Fonte: Dados da pesquisa


     Embora a elevada concentração dos estudos teórico-empíricos (78%) possa significar o
crescimento do número de cursos de pós-graduação, dos quais emana essa orientação, a
significativa proporção de ensaios (22%) mostra que a discussão conceitual tem crescido no
meio acadêmico, sugerindo uma evolução e amadurecimento dos autores sobre a teorização
dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas.
     Com relação à natureza da pesquisa, os resultados seguem na Tabela 7. Os artigos
qualitativos revelaram-se maioria, com 63% do total. A carência de estudos de cunho
quantitativo foi observada no estudo de Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), que analisa a
produção acadêmica em Estratégia Empresarial no período de 1991 a 2002. Deve-se ressaltar
como fator positivo a evolução do número de artigos de natureza quantitativa em estudos
teórico-empíricos, a partir de 2003.
     Nos últimos anos o estudo de caso tem sido uma abordagem amplamente utilizada nos
estudos sociais, principalmente por pesquisadores que realizam investigações de cunho
qualitativo.
     Muitos estudiosos questionam o uso exagerado do estudo de caso como técnica de
investigação, como, por exemplo, Gondim et al. (2005), que argúi não serem realizados com o
rigor metodológico necessário, sendo comum usar-se o estudo de caso mais por conveniência
de acesso à empresa, e menos pelo aspecto teórico ou empírico que o objeto de pesquisa possa

REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                                                    142
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
significar. Vários levantamentos de produção acadêmica no país têm demonstrado essa
realidade, como em Tonnelli, Caldas, Lacombe e Tinoco (2003), com 75%, e Caldas, Tonelli
e Lacombe (2002), com 90%.


            Tabela 7 – Distribuição quantitativa anual dos artigos segundo a natureza da pesquisa
                                                       Anais/Periódicos                   Distribuição
                Natureza




                                          1997
                                                 1998

                                                        1999

                                                               2000

                                                                      2001
                                                                             2002

                                                                                    2003
                                                                                           2004
                                                                                                  2005
                                                                                                         2006
                                                                                                                Quant.   %

      Teórico-empírica Quali                0      0      0      3      3      3      7      4      8      7       35     63
      Teórico-empírica Quanti               0      0      0      0      0      0      1      3  7 4                15     27
      Teórico-empírica Quali-Quanti         0      0      0      0      0      1      0      0  3 2                 6     10
      Total                                 0      0      0      3      3      4      8      7 18 13               56    100

                                            Fonte: Dados da pesquisa.




     Na Tabela 8, verifica-se que neste estudo os resultados não seguiram o mesmo padrão,
registrando 26 ocorrências entre 50 possíveis, o que corresponde a 53% dos trabalhos em
anais, embora tenha sido, ainda, o tipo de pesquisa mais utilizado nessa área.


                    Tabela 8 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por tipo de pesquisa
                                                        Anais/Periódicos                                             Distribuição
       Tipo
                        1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant.                                               %
 Estudo de caso            0    0    0    3    3    2    6    2    7    7    30                                                 54
 Exploratória              0    0    0    0    0    1    0    2    0    3      6                                                10
 Descritiva                0    0    0    0    0    0    0    1    4    0      5                                                 9
 Survey                    0    0    0    0    0    0    2    0    1    2      5                                                 9
 Não identificado          0    0    0    0    1    0    0    2    2    0      5                                                 9
 Metodológica              0    0    0    0    0    0    1    0    2    0      3                                                 5
 Explicativa               0    0    0    0    0    0    0    0    0    1      1                                                 2
 Documental                0    0    0    0    0    0    1    0    0    0      1                                                 2
 Total                     0    0    0    3    4    3   10    7   16   13    56                                                100

                                            Fonte: Dados da pesquisa.


     Em periódicos, repetiu-se o padrão; isto é, os estudos de caso foram a maioria, com
quatro ocorrências em seis tipos de pesquisa encontrados. È importante registrar também que
dos trinta artigos que utilizaram o estudo de caso como estratégia de investigação, 23 eram do
tipo único, enquanto os sete restantes eram do tipo múltiplo.
     Na análise dos tipos de pesquisa, das técnicas de coleta e de análise de dados utilizadas
nos artigos, o estudo enfrentou alguns percalços, dada a omissão de informações a respeito,
fato que dificultou a identificação da linha de investigação adotada, obrigando a que fossem


REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene                              143
                                                                Vieira de Oliveira


feitas inferências sobre o que foi informado. Quanto às técnicas de coleta de dados, as mais
utilizadas neste estudo estão relacionadas na Tabela 9.


              Tabela 9 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por técnica de coleta de dados
                                                         Anais/Periódicos                          Distribuição
         Técnica de Coleta




                                    1997

                                           1998

                                                  1999

                                                         2000

                                                                2001

                                                                       2002

                                                                              2003

                                                                                     2004

                                                                                            2005

                                                                                                   2006
                                                                                                   Quant. %

 Entrevista semiestruturada            0      0      0      1      3      2      7      2      7      8   30   53
 Questionário                          0      0      0      0      0      0      1      4      8      4   17   30
 Entrevista em profundidade            0      0      0      1      0      0      1      1      1      1    5   9
 Entrevista por telefone               0      0      0      0      0      0      0      0      1      0    1   2
 Observação simples                    0      0      0      0      0      0      0      0      0      1    1   2
 Observação participante               0      0      0      0      0      1      0      0      0      0    1   2
 Não identificado                      0      0      0      1      0      0      0      0      0      0    1   2
 Total                                 0      0      0      3      3      3      9      7    17     14    56 100

                                           Fonte: Dados da pesquisa.


     A entrevista semiestruturada foi a mais utilizada dentre as técnicas de coleta de dados,
com predominância absoluta nos dois tipos de veículo, registrando-se trinta ocorrências entre
56 possíveis, o que corresponde a 54% do total. Levando-se em conta as três modalidades de
entrevista ( semiestruturada, em profundidade e por telefone), esse grupo chega a representar
64% do total.
     A preferência dos autores pela técnica de entrevista neste estudo coincide com o que diz
a teoria, como em Gil (1999), que a considera importante devido à flexibilidade que oferece,
sendo fundamental para a investigação utilizada nos mais diversos campos das ciências
sociais. A utilização do questionário em segundo lugar, com 34%, pode estar ligada à
evolução da utilização de métodos quantitativos, que geralmente são mais adequados a esse
tipo de pesquisa, por trabalharem com grandes bases de dados. As principais técnicas
analíticas estão consignadas na Tabela 10.
     Com relação à utilização de técnicas analíticas, justificam-se os resultados encontrados,
que apresentaram uma preferência pelas abordagens qualitativas, uma vez que os tipos de
pesquisa também tiveram como maioria estudos qualitativos. Mais uma vez, ressalta-se como
fator positivo a evolução da utilização de técnicas quantitativas, principalmente as
multivariadas, equações estruturais e redes neurais.




REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                                         144
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
           Tabela 10 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por técnica de análise de dados
                                                            Anais/Periódicos                               Distribuição
          Técnica de Análise




                                    1997

                                            1998

                                                   1999

                                                          2000

                                                                 2001

                                                                        2002

                                                                               2003

                                                                                      2004

                                                                                             2005

                                                                                                    2006
                                                                                                           Quant.    %

       Análise documental              0       0      0      2      2      2      5      2      5      3       21     38
       Análise de conteúdo             0       0      0      0      1      2      1      1      2      2        9     16
       Análise multivariada            0       0      0      0      0      0      1      2      2      2        7     12
       Análise univariada              0       0      0      0      0      0      0      2      2      1        5         9
       Equações estruturais            0       0      0      0      0      0      0      0      2      2        4         7
       Triangulação de dados           0       0      0      0      0      0      0      0      2      2        4         7
       Outros                          0       0      0      0      0      0      1      0      1      1        3         5
       Mapas cognitivos                0       0      0      1      0      0      0      0      0      0        1         2
       Redes neurais                   0       0      0      0      0      0      0      0      1      0        1         2
       Não identificado                0       0      0      0      0      0      0      0      1      0        1         2
       Total                           0       0      0      3      3      4      8      7    18     13        56    100

                                           Fonte: Dados da pesquisa.


     Com relação ao setor pesquisado, dentre os artigos analisados em periódicos, as áreas
mais pesquisadas foram: setor de telecomunicações, com seis trabalhos, seguindo-se o setor
de IES e o setor vitivinícola, com quatro trabalhos cada. Também com quatro trabalhos estão
as pesquisas aplicadas em empresas de setores diversos, seguindo-se os demais. A relação
completa dos setores estudados está disposta na Tabela 11.
     Verificou-se, também, em que contexto ambiental esses estudos se desenvolveram. Os
resultados mostraram que a maioria dos trabalhos insere-se em âmbito local, com uma
frequência de 27 trabalhos, o que corresponde a 54% do total dos artigos publicados em anais.
Já os trabalhos de abrangência regional totalizaram 22%, seguidos dos trabalhos de
abrangência nacional, com 20%, ficando na última posição os trabalhos cujas pesquisas se
concentraram em âmbito internacional, com 4%. Em periódicos, dos seis trabalhos publicados
sobre os temas pesquisados, três eram de abrangência internacional, dois regionais e um local.
     A concentração das pesquisas em âmbito local demonstra uma delimitação restrita da
área de estudo e compromete os resultados em termos de contribuição para a área da
Administração Estratégica, na medida em que, ao se pesquisar a realidade de uma empresa,
como em estudos de caso simples, por exemplo, ou mesmo de determinados estudos que
investigam um setor em uma cidade qualquer, os resultados obtidos refletem apenas uma
realidade local, não sendo, portanto, generalizáveis para um segmento equivalente de outras
regiões do país.
     Adicionalmente ao estudo dos setores, procurou-se levantar também os assuntos
investigados à luz das teorias da VBR e Capacidades Dinâmicas no período. Para tanto,

REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene                                   145
                                                                 Vieira de Oliveira


procurou-se conhecer o conteúdo e objetivos dos 56 trabalhos teórico-empíricos realizados
por um variado número de autores, nos diferentes estabelecimentos e diversos setores (vide
Tabela 12), e publicados em anais e periódicos, resultando numa seleção de 22 subtemas que
representam o foco dos estudos.


                    Tabela 11 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por setor pesquisado
                                                           Anais/Periódicos                               Distribuição
             Setor
                                    1997

                                           1998

                                                  1999

                                                         2000

                                                                2001

                                                                       2002

                                                                              2003

                                                                                     2004

                                                                                            2005

                                                                                                   2006
                                                                                                          Quant. %
Telecomunicações                       0      0      0      0      0      1      1      1      2      1       6      11
Empresas – setores diversos            0      0      0      0      0      1      0      0      2      1       4       7
IES                                    0      0      0      0      0      0      0      1      2      1       4       7
Vitivinícola                           0      0      0      1      0      1      0      0      1      1       4       7
Indústria – setores diversos           0      0      0      0      0      0      1      1      2      0       4       7
Saúde                                  0      0      0      0      0      0      1      1      0      1       3       5
Cooperativismo                         0      0      0      0      0      0      0      0      1      1       2       4
ONG                                    0      0      0      0      0      0      0      0      0      2       2       4
PME                                    0      0      0      0      0      1      0      0      0      1       2       4
Software                               0      0      0      0      0      0      0      0      2      0       2       4
Bancário                               0      0      0      0      0      1      1      0      0      0       2       4
Call Center                            0      0      0      0      0      0      0      0      1      0       1       2
Café                                   0      0      0      1      0      0      0      0      0      0       1       2
Cerâmico                               0      0      0      0      0      0      0      1      0      0       1       2
Confecções                             0      0      0      0      0      0      0      0      1      0       1       2
Aéreo                                  0      0      0      0      0      0      1      0      0      0       1       2
Farmacêutico                           0      0      0      0      0      0      0      0      0      1       1       2
Frango de corte                        0      0      0      0      1      0      0      0      0      0       1       2
Governo Estadual                       0      0      0      0      0      0      1      0      0      0       1       2
Indústria automobilística              0      0      0      0      0      0      0      0      1      0       1       2
Indústria automotiva                   0      0      0      0      0      0      1      0      0      0       1       2
Indústria naval                        0      0      0      0      1      0      0      0      0      0       1       2
Indústria petrolífera                  0      0      0      0      0      0      1      0      0      0       1       2
Indústria petroquímica                 0      0      0      0      0      0      0      1      0      0       1       2
Indústria plástica                     0      0      0      1      0      0      0      0      0      0       1       2
Massas alimentícias                    0      0      0      0      0      0      1      0      0      0       1       2
Mineração                              0      0      0      0      0      0      0      0      0      1       1       2
Saneamento                             0      0      0      0      0      0      0      0      0      1       1       2
Supermercados                          0      0      0      0      0      0      0      0     1      0        1      2
Calçadista                             0      0      0      0      0      0      0      0     0      1        1      2
Varejo eletrônico                      0      0      0      0      1      0      0      0     0      0        1      2
Vestuário                              0      0      0      0      0      0      0      0     1      0        1      2
Total                                  0      0      0      3      3      5      9      6    17     13       56    100

                                             Fonte: Dados da pesquisa.




REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                                            146
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
     Em uma análise mais atenta da Tabela 12, pode-se observar que o subtema
“competência” é abordado nos itens 1, 6 e 11, que juntos somam 21% do total. Esse resultado
vem a corroborar parte da literatura do campo da Administração Estratégica, que aponta para
uma integração das Teorias da Organização Industrial e VBR, com uma abordagem dinâmica,
sistêmica, cognitiva e holística, visando à construção de uma nova teoria com base no
conceito de competência, denominada Teoria Baseada em Competências (HEEGNE;
SANCHEZ, 1997). Essa relação estreita entre a VBR e a Teoria Baseada em Competências,
que combina as duas perspectivas, teria ensejado a utilização do referencial teórico sobre
competência com essa frequência em suas diversas aplicações nos trabalhos sobre a VBR.
Destaque, também, para os subtemas sobre desempenho (itens 3, 8 e 10), em segundo lugar,
com cerca de 20% do total nas pesquisas desenvolvidas nas organizações. Tal fato justifica-se
pela tendência evolutiva das pesquisas de cunho quantitativo a partir de 2003, quando se
registrou apenas um trabalho de natureza quantitativa, saltando para quatorze trabalhos até
2006, último ano desse levantamento (vide Tabela 7).


            Tabela 12 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos por foco dos estudos
                                                                                       Distribuição
        Item                            Foco dos Estudos
                                                                                       Quant. %
            1 Recursos X Competências                                                        8    14
            2 Identificação de Recursos                                                      7    13
            3 Recursos X Desempenho                                                          7    13
            4 Recursos X Teoria do Posicionamento                                            5     9
            5 Recursos X Processo Estratégico                                                4     7
            6 Competências tecno-organizacionais X Desempenho Organizacional                 3     5
            7 Recursos X Clusters, Alianças e Grupos Estratégicos                            3     5
            8 Variância da Performance X Vantagem Competitiva                                3     5
            9 Recursos X Formulação de Estratégia                                            3     5
           10 Variância do Desempenho X Estrutura da Indústria                               1     2
           11 Construção de Competência em Redes Internacionais                              1     2
           12 Recursos X Criação de Valor                                                    1     2
           13 Recursos X Empreendedorismo                                                    1     2
           14 Recursos X Grau de Internacionalização                                         1     2
           15 Recursos X Fatores de Sucesso                                                  1     2
           16 Recursos X Formação de Estratégia                                              1     2
           17 Recursos X Gestão Ambiental                                                    1     2
           18 Recursos X Gestão da Diversidade Cultural                                      1     2
           19 Recursos X Rede de Relações                                                    1     2
           20 Recursos X Relacionamento Externo                                              1     2
           21 Rede de Cooperação X Capacidades Dinâmicas                                     1     2
           22 Rede de Recursos X Vantagem Competitiva                                        1     2
        Total                                                                               56 100

                                         Fonte: Dados da pesquisa.



REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene          147
                                                                Vieira de Oliveira


     Deve-se registrar, ainda, o subtema “identificação de recursos”, em segundo lugar, com
13% das publicações. Esse é um típico estudo básico sobre a teoria dos recursos, que
geralmente procura levantar e identificar quais recursos ou atributos estratégicos associados à
VBR são mais utilizados nas organizações, surgindo daí a explicação para essa classificação.
     O item 4 refere-se à teoria do posicionamento, com 9%. Esse resultado merece uma
dupla interpretação. Se por um lado, obteve o menor índice entre os quatro assuntos mais
pesquisados, por outro, fica-se com a idéia de que a profunda discussão conceitual entre a
Teoria do Posicionamento Estratégico e a VBR tem sido útil, como se confirmou nesta
pesquisa, porquanto permeou a contextualização de grande parte de todos os trabalhos.


5 Conclusão
     O objetivo de levantar a produção acadêmica dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas
no país, juntamente com sua evolução, revelou dois aspectos muito interessantes: a)
defasagem de quatorze anos em relação ao início das pesquisas no exterior; e b) os trabalhos
são em sua maioria teórico-empíricos, com abordagens qualitativas.
     Os resultados mostraram também que os estudos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas
no país assumem uma predominância de autores de língua inglesa, além de um referencial
teórico que carece de renovação, levando-se em conta que dentre os textos citados, dois foram
publicados em 2003 e dois em 2004, fato que configura uma defasagem de pelo menos dois
anos, em relação ao período pesquisado.
     A análise dos dados revelou baixa preocupação com a clareza do tipo de pesquisa
utilizado e detalhamento dos procedimentos de coleta e análise de dados. Metodologicamente,
não obstante haja uma tendência a análises em sua maioria qualitativas, com preferência pelo
uso de estudo de caso, observou-se um avanço considerável de estudos quantitativos, bem
como a evolução no grau de sofisticação das técnicas de análise de dados, que migraram para
técnicas modernas de análise (vide Tabela 10), configurando-se um quadro positivo para o
futuro das pesquisas em Estratégia, que, por sua natureza prática, necessitam de métodos ou
constructos que utilizem medidas de desempenho.
     Ressalte-se, também, como ponto positivo o caráter abrangente da pesquisa, que
investigou em 32 setores o conteúdo das pesquisas nas organizações. Entretanto, como ponto
passível de melhoria coloca-se o alto índice de estudos em âmbito local, portanto não
generalizáveis a outras regiões.



REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                               148
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES
     Como limitação do estudo, ressalta-se que a amostra restringiu-se aos artigos científicos
de Administração em cinco áreas temáticas do EnANPAD, outros eventos da academia como
3Es e EMA, além de três revistas de Administração, mas deixa de considerar outras áreas do
EnANPAD e outras revistas importantes na área, que poderiam acrescentar mais informações
ao que foi levantado.
     Como sugestão para pesquisas futuras, propõe-se estabelecer comparações com estudos
realizados em outros países, como, por exemplo, Argentina e Chile, que possam revelar como
ocorreu a evolução e produção acadêmica naquela importante região do continente sul-
americana.


                                     REFERÊNCIAS


ANPAD. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Eventos.
Disponível em: <www.anpad.org.br>. Acesso em: 10 abr. 2007.


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23., 2003, Atibaia-SP. Anais... Atibaia: ANPAD 2003. 1 CD-ROM.


BANDEIRA-DE-MELLO, R.; CUNHA, C. J. C. A. A natureza e a dinâmica das capacidades
organizacionais no contexto brasileiro: uma agenda para pesquisas sobre a vantagem
competitiva nas empresas brasileiras. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO

REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene         149
                                                                Vieira de Oliveira

NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 21., 2001,
Campinas-SP. Anais... Campinas: ANPAD, 2001. 1 CD-ROM.

CALDAS, M. P.; TONELLI, M. J.; LACOMBE, B. M. B. Espelho, espelho meu: meta-estudo
da produção científica em recursos humanos nos EnANPADs da década de 90. In:
ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 22., 2002, Salvador-BA. Anais... Salvador. ANPAD, 2002.
1 CD-ROM.


CARNEIRO, J. M. T.; CAVALCÂNTI, M. A. F. D.; SILVA, J. F. Porter revisitado: análise
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NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnAPAD, 17., 1997, Rio
das Pedras-RJ. Anais... Rio das Pedras: ANPAD, 1997. 1 CD-ROM.


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EM ADMINISTRAÇÃO-ENAPAD, 19., 1999, Foz do Iguaçu-PR. Anais... Foz do Iguaçu:
ANPAD, 1999. 1 CD-ROM.


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REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO                            150
  CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ
                                       ANOS DE CONTRIBUIÇÕES

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REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010

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VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO CONTEXTO BRASILEIRO: A PRODUÇÃO E A EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES

  • 1. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO CONTEXTO BRASILEIRO: A PRODUÇÃO E A EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Lindenberg Araújo Aragão l.aragão@superig.com.br Universidade de Fortaleza - CE / Brasil Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte forte@unifor.br Universidade de Fortaleza – CE / Brasil Oderlene Vieira de Oliveira oderlene@hotmail.com Universidade de Fortaleza – CE / Brasil Recebido em 18/02/2008 Aprovado em 13/05/2009 Disponibilizado em 01/08/2010 Avaliado pelo sistema double blind review Revista Eletrônica de Administração Editor: Luís Felipe Nascimento ISSN 1413-2311 (versão on-line) Editada pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Periodicidade: Quadrimestral Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader. 1 Introdução A produção acadêmica em Administração no Brasil tem crescido continuamente nos últimos vinte anos. Estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) revelam que 85% do total da produção científica nacional são realizados pela pós-graduação. Um dos fatores que confirmam essa tendência é o aumento do número de cursos de pós-graduação stricto sensu, que, segundo a Capes, cresceu 12% de 2004 para 2005, registrando-se também que a maior parte dessa produção (65%) provém de pequeno número de programas de pós-graduação. Junto com o crescimento, veio também a motivação para se investigar, por exemplo, no campo da Administração, se os critérios metodológicos das pesquisas seguiam no mesmo sentido do crescimento. Assim, foram realizados levantamentos da produção científica em REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 2. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 128 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES áreas como Recursos Humanos, Marketing, Administração da Informação e Organizações e Estratégia. A temática Estratégia Empresarial é de certa forma recente no Brasil, levando-se em conta a segunda fase de sua chegada ao país, que remonta às décadas de 1960 e 1970, época em que o texto de Igor Ansoff Corporate Strategy, era divulgado (BERTERO; VASCONCELOS; BINDER, 2003). Ao longo das últimas décadas, a área da Estratégia tem abordado temas importantes, que se tornaram marcos em sua história, tais como planejamento estratégico, posicionamento estratégico, inspirados em fundamentos da Organização Industrial, alianças e redes estratégicas e, mais recentemente, estudos sobre recursos e competências das empresas que integram a Teoria Baseada em Recursos. Embora o crescimento da produção acadêmica no campo da Administração tenha incentivado a realização de balanços de sua produção, como é o caso da pesquisa de Bertero, Vasconcelos e Binder (2003) na área de Estratégia nas Organizações (ESO), não se encontrou até então uma pesquisa na área de Estratégia que investigasse a produção e a evolução dos temas e respectivos critérios metodológicos. Para suprir essa lacuna, decidiu-se investigar a seguinte questão: Qual a produção e a evolução do tema Visão Baseada em Recursos (VBR) e Capacidades Dinâmicas no Brasil? O estudo objetivou conhecer o tema mediante análise de dez variáveis: 1) produção e evolução da VBR e Capacidades Dinâmicas no Brasil; 2) temas pesquisados; 3) referencial teórico; 4) foco dos estudos; 5) setores pesquisados; 6) natureza da análise; 7) natureza da pesquisa; 8) tipos de pesquisa; 9) técnicas de coleta de dados; e 10) técnicas de análise de dados. A metodologia utilizou uma pesquisa descritiva do tipo desk research e análise quantitativa por meio de técnicas descritivas. Acredita-se que essa pesquisa descreve um referencial teórico que sofreu um boom nos últimos anos na academia brasileira em Administração e que se encontra em desenvolvimento, inclusive, quanto aos aspectos metodológicos mais sofisticados, principalmente nas técnicas de análise multivaridadas, implicando uma maior maturidade do tema e da área de Estratégia para a inserção dos estudos dos pesquisadores brasileiros na competitividade dos veículos internacionais, principalmente anglo-saxões. Sendo os temas VBR e Capacidades Dinâmicas emergentes no campo da Estratégia nas Organizações na academia internacional, entender como se deu na academia brasileira o desenvolvimento desse campo teórico-empírico revela-se imprescindível, uma vez que se REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 3. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 129 Vieira de Oliveira pode perceber o processo de aculturação e a essência do pensamento estratégico dos pesquisadores nacionais na área por meio das dez variáveis de análise objeto do estudo. Além desta introdução, o texto apresenta quatro seções: a primeira expõe os principais fundamentos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas, bem como aspectos da chegada e evolução de cada uma dessas teorias no Brasil; a segunda apresenta a metodologia empregada; a terceira discute os resultados e análises dos dados; e na última seção elabora-se a conclusão. 2 Visão Baseada em Recursos e Capacidades Dinâmicas: introdução e evolução Há vários anos, pensadores do campo da Estratégia, como Andrews (1971) e Ansoff (1977), vem procurando identificar estratégias que possibilitem às empresas desenvolverem e manterem uma vantagem competitiva que lhes garanta alcançar e sustentar um desempenho superior. Desde então, foram quatro décadas de pesquisas, que colocam o tema vantagem competitiva como um dos mais estudados no âmbito da Administração Estratégica. Os pressupostos introduzidos pela perspectiva da Teoria dos Recursos tentam explicar questões fundamentais sobre as fontes e manutenção da vantagem competitiva das empresas (BANDEIRA-DE-MELLO; CUNHA, 2001). Nesse contexto, devem-se considerar ainda os trabalhos seminais de Penrose (1959) e Collis (1991), que enxergam a empresa como um conjunto de recursos, e de Wernerfelt (1984), que associa recursos a barreiras de entrada e às posições de recursos, ou ainda aos quatro requisitos básicos para os recursos como fontes de vantagem competitiva: 1) serem geradores de valor; 2) serem raros ou escassos; 3) serem difíceis de imitar; e 4) serem difíceis de substituir (BARNEY, 1991), cunhado de modelo VRIS, atualizado pelo modelo VRIO, em que a variável “S” (substitutibilidade) deu lugar à variável “O” (organização), que avalia o gerenciamento eficaz dos recursos estratégicos (BARNEY, 1995). Na busca por uma explicação plausível dos fatores que justifiquem desempenho superior, duas teorias se destacam e apresentam pontos de vista divergentes. De um lado, os defensores da Organização Industrial; do outro, os estudiosos da Teoria dos Recursos, mais conhecida como Visão Baseada em Recursos (Resource-Based View – RBV). Segundo Vasconcelos e Cyrino (2000), os estudos sobre Organização Industrial apoiam-se em primazia nos trabalhos de Edward Mason e Joe Bain conhecidos como análise Structure-Conduct-Performance (SCP), e posteriormente nos trabalhos de Porter (1980, 1985). Nessa linha de pensamento, o desempenho (performance) das empresas seria REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 4. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 130 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES fundamentalmente determinado pela estrutura da indústria (structure) e pela estratégia (conduct) adotada pelas empresas (CARNEIRO; CAVALCANTE; SILVA, 1999). A VBR é uma teoria que se desenvolveu a partir das ideias de Penrose (1959), Wernerfet (1984) e Barney (1991), seguindo-se a esses Peteraf (1993) e, posteriormente, Collis e Montgomery (1995), dentre outros. Ao contrário da perspectiva da Organização Industrial, a VBR considera as características internas da organização como responsáveis pelo desempenho superior em uma indústria, isto é, tem como proposição central que a fonte da vantagem competitiva encontra-se primariamente nos recursos e competências desenvolvidos e controlados pelas empresas, e apenas secundariamente na estrutura das indústrias em que se posicionam (BARNEY, 1991; DIERICKX; COOL,1989; PETERAF, 1993; WERNERFELT, 1984). Já a abordagem das Capacidades Dinâmicas figura entre as teorias que se desenvolveram adotando como base conceitual o campo das Ciências Sociais, que tratam dos processos de mercado que envolvem capacidades caracterizadas pelo dinamismo, turbulência ambiental acelerada e por processos de inovação e de renovação contínua. Assim, diferentemente dos estudos da Teoria dos Recursos, na qual recursos e capacidades são tratados como variáveis de estoque, como dados mais ou menos fixos, na abordagem das Capacidades Dinâmicas, mais importante que o estoque de recursos é a capacidade de acumular e combinar novos recursos em novas configurações, capazes de gerar fontes adicionais de renda (VASCONCELOS; CYRINO, 2000). Embora a discussão conceitual e publicações internacionais sobre a VBR e Capacidades Dinâmicas tenham se iniciado nos anos 1980, em debates e artigos que começavam a questionar a ideia da vantagem competitiva externa à empresa (BARNEY, 1991; GRANT, 1991; PETERAF, 1993; WERNERFELT, 1984) e apresentavam a perspectiva da RBV como a real fonte de sua manutenção, somente a partir da segunda metade dos anos 1990 essas abordagens passaram a ser estudadas e veiculadas nos principais periódicos e eventos da academia brasileira, já que o primeiro registro de uma publicação em relação aos dois temas somente veio a se verificar com o artigo teórico seminal de Carneiro, Cavalcânti e Silva (1997), publicado em anais, confirmando-se a defasagem de quatorze anos desde a publicação de Wernerfelt em abril de1984. Segundo Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), a literatura sobre “recursos e capacitações” em publicações internacionais apresentou uma tendência crescente, principalmente a partir da publicação do artigo The core competencies of the corporation, de REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 5. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 131 Vieira de Oliveira Prahalad e Hamel (1989), enquanto no Brasil, ao contrário dessa tendência internacional, a presença daqueles temas foi considerada rara e inexpressiva até o ano 2002 (ano final da pesquisa citada), a julgar pela participação de 9,4%, dos artigos publicados no período levantado. Alguns fatores apontados pelos autores do estudo justificariam a baixa participação desses temas, destacando-se o fato de que no Brasil as temáticas mais usuais estavam voltadas para três áreas: (i) Fundamentos Organizacionais; (ii) Fundamentos Econômicos e Organização Industrial, por conta, principalmente, da grande influência dos trabalhos de Michael Porter; e (iii) Planejamento Estratégico, que durante muito tempo liderou o ranking de publicações em todo o mundo. Destacam, além disso, o fato de que a maioria das pessoas que passaram a se ocupar de Estratégia provinha da área de organizações, sendo pouco afeitas a teorias de outras áreas, notadamente economia e finanças. A justificativa dos autores é que a concepção da perspectiva baseada em recursos organizacionais é de origem econômica, o que pode ter contribuído para diminuir o interesse dos autores nacionais, dada a sua pouca familiaridade com assuntos econômicos. 3 Metodologia da Pesquisa O estudo em que se baseia este artigo refere-se à análise de uma década da produção científica na área de Estratégia, especificamente sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas no Brasil. A pesquisa foi projetada para ter início em 1997, tendo como principal motivo a disponibilidade de material no portal eletrônico da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad) a partir daquele ano, e por ser o primeiro ano da publicação da Revista de Administração Contemporânea (RAC). Outra motivação surgiu com a possibilidade de se levantar novamente dez anos de pesquisa em Estratégia, dessa vez focando especificamente nos temas VBR e Capacidades Dinâmicas. O procedimento metodológico utilizado neste estudo foi do tipo desk research, aplicado em artigos publicados em três dos principais periódicos de administração do Brasil (Revista de Administração de Empresas – RAE, Revista de Administração da Universidade de São Paulo – RAUSP e RAC) e nos anais do EnANPAD, 3Es e EMA no período de 1997 a 2006, que resultou na criação de uma base própria de dados de dois tipos: (i) a base eletrônica de dados composta pelos artigos dos anais do EnANPAD, 3Es e EMA de 1997 a 2006, além dos artigos publicados na RAC, totalizando 63 artigos; e (ii) a base de dados composta pelo material impresso contido na RAE e na RAUSP, do mesmo período, num total de nove artigos, totalizando 72 trabalhos selecionados. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 6. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 132 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES O processo de escolha das linhas temáticas nos anais do EnANPAD e nos periódicos levou em conta principalmente as áreas de maior afinidade com a Estratégia, respeitando-se o ponto de vista de Barney, Wright e Ketchen Jr. (2001), segundo o qual a VBR compreende seis campos: Administração de Recursos Humanos, Economia, Finanças, Empreendedorismo, Marketing e Negócios Internacionais, tendo este estudo seguido nessa direção, excetuando apenas Economia. Além dessas temáticas, também foram incluídas as áreas de Estratégia e de Organizações, com as quais os temas VBR e Capacidades dinâmicas têm afinidade. Por exemplo, nos EnANPADs pesquisaram-se as áreas pertencentes às atuais divisões: Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, Finanças, Estratégia em Organizações, Estudos Organizacionais e Marketing. Com o propósito de uma melhor sistematização, projetou-se o levantamento dos dados em três fases: na primeira fase selecionaram-se os artigos que apresentavam no “título”, no “resumo” ou nas “palavras-chave” as expressões: visão baseada em recursos, capacidades dinâmicas, competências, capacitações, resource-based view, capabilities, dentre outras que da mesma forma poderiam indicar que o texto tratasse dos temas da pesquisa. Na segunda fase, tratou-se da leitura integral dos artigos pré-selecionados na fase inicial. Nessa fase, foram identificados e descartados oito artigos, quatro deles por não utilizarem a VBR ou Capacidades Dinâmicas como base referencial na análise do ensaio ou no estudo teórico-empírico, e os demais por terem sido publicados em anais de congresso e em ano posterior em periódicos (considerou-se apenas uma publicação). A decisão de excluir tais artigos fundamentou-se na possibilidade de que a permissão do registro de publicações em duplicidade pudesse acarretar viés ao resultado, ou seja, poderia contribuir para mostrar uma difusão diferente da que os temas pesquisados estivessem alcançando. Na terceira e última fase, os textos resultantes da pré-seleção, totalizando um censo de 72 artigos, foram lidos integralmente mais uma vez e submetidos aos critérios para análise segundo um roteiro preestabelecido, conforme se apresenta no item 3.1. 3.1 Abordagem Temática O critério para a classificação dos artigos quanto à abordagem temática foi definido segundo as diferentes correntes epistemológicas, teóricas e metodológicas que envolvem os temas de Administração Estratégica e Organizacional inerentes às respectivas divisões acadêmicas e áreas temáticas da Anpad, bem como segundo os conhecimentos dos autores de artigos publicados em periódicos (RAE, RAUSP e RAC) sobre os referenciais teóricos REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 7. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 133 Vieira de Oliveira alusivos aos temas VBR e Capacidades Dinâmicas, surgindo daí seis categorias temáticas que representam os temas apresentados nos artigos pelos diversos autores: a) conteúdo e processo estratégico; b) formulação, implementação e avaliação de estratégias; c) estratégia, ambiente e competitividade; d) relações e impactos das estratégias; e) ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de empresas e indústrias; e f) processo de internacionalização de empresas, operações de empresas multinacionais e subsidiárias. Entretanto, dada a diversidade de referenciais teóricos sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas, alguns artigos não se enquadraram nas seis categorias iniciais, o que ensejou a criação de mais duas categorias: g) alianças, parcerias, clusters, redes de cooperação e grupos estratégicos; e h) outros, na qual se alocaram os artigos não enquadráveis nas categorias anteriores. 3.2 Referencial Teórico Na produção acadêmica dos 72 artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas foi utilizado um total de 2.671 referências, compreendendo veículos como artigos científicos, periódicos nacionais e internacionais, livros, além de outras publicações de cunho institucional. A análise levou em conta inicialmente os trinta autores mais citados, independentemente da posição consignada como coautor, se primeira ou segunda. Em seguida, levantaram-se as 39 principais obras mais citadas, com respectivos anos de publicação. 3.3 Foco dos Estudos Aqui a pesquisa teve o objetivo de, por meio dos 56 trabalhos teórico-empíricos, investigar o teor das pesquisas realizadas à luz dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas. 3.4 Setor Pesquisado Nesse ponto, o estudo procurou conhecer por quais setores do mercado os pesquisadores tinham maior preferência em suas pesquisas. Para tanto, levantaram-se na base de dados os principais setores pesquisados e respectivos contextos ambientais: local, regional, nacional ou internacional. 3.5 Natureza da Análise e da Pesquisa São inúmeras as variáveis disponíveis para a classificação da análise e da pesquisa. Neste estudo, utilizou-se a classificação da Anpad (2007), que enquadra os artigos como REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 8. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 134 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Ensaio, Teórico-empírico ou Caso de Ensino. Em relação à natureza da pesquisa, os artigos teórico-empíricos podem ser de três tipos: qualitativo, quantitativo ou qualitativo-quantitativo. 3.6 Tipos de Pesquisa e Técnicas de Coleta de Dados Com relação à variável “tipo de pesquisa”, o estudo levou em conta a proposição de Vergara (2004), que classifica em dois critérios básicos: a) quanto aos fins: exploratória, descritiva, explicativa e metodológica; e b) quanto aos meios de investigação: pesquisa documental e estudo de caso. Com relação aos estudos de caso, utilizou-se, ainda, a proposta de Yin (2001) segundo a qual o estudo de caso pode ser único ou múltiplo. Quanto à de coleta de dados, utilizaram-se os critérios de Gil (1999), que aponta as seguintes técnicas: observação (simples, participante ou sistemática), entrevista (informal, focalizada, por pauta, estruturada, semiestruturada e por telefone), questionário e formulário. 3.7 Técnicas de Análise de Dados O passo seguinte à coleta de dados é a análise de dados, considerada uma das fases mais importantes de uma pesquisa, porquanto é dela que surgem as respostas ao problema da pesquisa. De acordo com Gil (1999), embora sejam dois processos conceitualmente distintos, aparecem estreitamente relacionados. Para as técnicas qualitativas, utilizaram-se as classificações de Vergara (2005). Para os critérios quantitativos, foram utilizadas as classificações de Malhotra (2006), e Hair Jr. et al. (2005). 4 Resultados e Análises Nesta seção são apresentados os resultados das análises realizadas nos 72 artigos selecionados e publicados em anais e periódicos, sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas, no período de 1997 a 2006, de acordo com a sequência estabelecida no capítulo anterior. Dos 4.548 artigos selecionados, 71% foram veiculados em anais do Anpad (EnANPAD, 3Es e EMA) e 29% nas revistas RAE, RAUSP e RAC, verificando entre estas um equilíbrio em termos de volume de produção. A Tabela 1 apresenta a produção e evolução anual dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas em anais e periódicos. Nessa análise, é visível a concentração de artigos nos anais do EnANPAD, com 67%. Em periódicos, destaca-se a participação da RAE, com 10% das publicações. Já em relação à produção geral, observa-se um lento crescimento nos cinco primeiros anos, ou seja, entre 1997 e 2001, totalizando apenas treze trabalhos. Nos outros cinco anos REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 9. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 135 Vieira de Oliveira (2002 a 2006) verificou-se uma tendência progressiva no crescimento das publicações, já que nesse período foram publicados 59 trabalhos, representando um incremento de 354% em relação ao período de 1997 a 2001. Tabela 1 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas em anais e periódicos Anos Distribuição Publicação 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % EnANPAD 1 0 1 2 5 3 7 5 11 13 48 67 3E's 0 0 0 0 0 0 4 0 8 0 12 16 Ema 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 RAE 0 0 1 2 0 1 0 2 0 1 7 10 RAC 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 3 RAUSP 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 3 Total 1 1 2 4 5 6 11 8 20 14 72 100 Fonte: Dados da pesquisa. Um aspecto interessante em relação à característica da produção diz respeito à autoria dos trabalhos e sua origem institucional. A Tabela 2 registra os artigos a partir do primeiro autor, quando este possui mais de um artigo publicado. Dos 72 trabalhos selecionados, 19 figuram nessa condição, o que corresponde a 26% do total. Quando se estende a participação dos primeiros autores como segundo ou terceiro autor, o número aumenta para 24, ou seja, 33% do total. Com relação à localização dos principais grupos de pesquisa, verifica-se uma elevada concentração sobre os temas VBR e Capacidades Dinâmicas nas regiões Sul e Sudeste, sendo a Unifor a principal referência sobre o tema na região Nordeste. Tabela 2 – Artigos por origem – Autor X Instituição X Região Número de artigos Primeiro Autor Instituição Região Total 1° 2º ou 3° autor autor Vasconcelos, F. C. Fundação Getúlio Vargas (FGV) Sudeste 4 1 5 Hexsel, A. E. Universidade do Vale do Rio dos Sinos ( Sul 3 1 4 Unisinos) Forte, S. H. A. C. Universidade de Fortaleza Nordeste 2 1 3 ( Unifor) Pascucci, L. M. Consórcio UEL/UEM/CSA/UEM Sul 2 1 3 Wilk, E. de O. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Sul 2 1 3 Bispo, C. M. Pontifícia Universidade Católica do Paraná Sul 2 0 2 Fleury, M. T. L. FEA-USP Sudeste 2 0 2 Meirelles, D. S. Universidade Presbiteriana Mackenzie Sudeste 2 0 2 Total 19 5 24 Fonte: Dados da pesquisa. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 10. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 136 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Durante o período levantado, distinguiram-se dois momentos que marcaram ou deram impulso ao estudo sobre VBR e Capacidades Dinâmicas no país. O primeiro foi a publicação de um dos trabalhos seminais escrito por Carneiro, Cavalcante e Silva (1999), publicado em anais, que pela primeira vez mostra com profundidade à comunidade acadêmica e aos administradores brasileiros os determinantes da vantagem competitiva sustentável, de acordo com os pressupostos da VBR, em oposição ao que pregava a corrente SCP, preconizada pelas idéias de Porter (1980, 1985). O segundo momento se deu com a publicação do trabalho de Vasconcelos e Cyrino (2000) na RAE, apresentando as quatro vertentes que explicam as fontes da vantagem competitiva. Com relação à classificação quanto à abordagem temática, apresenta-se a seguir o resumo do que se produziu no período em anais e periódicos. Uma análise nesse sentido na Tabela 3 evidencia que o tema mais abordado entre os autores tratou de competitividade, com 29%, ficando em segundo lugar o tema “fatores organizacionais sobre desempenho”, com 22%, seguido dos temas “alianças, redes, clusters, parcerias e grupos estratégicos” e “conteúdo e processo estratégico”, ambos com 11%. A concentração de artigos sobre competitividade é compreensível, pelo fato de o tema estar intrinsecamente ligado à VBR, cujos postulados oferecem explicações para obtenção de resultados acima da média em uma indústria, o que de certa forma é o objetivo principal da vantagem competitiva. Acredita-se que o tema “ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de empresas e indústrias” está relacionado à preocupação dos autores com uma metodologia quantitativa que valorize a aplicação de medidas de desempenho para aferição de resultados das empresas. Tabela 3 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos por abordagem temática Distribuição Temática Quant. % Estratégia, ambiente e competitividade 21 29 Ambiente e fatores organizacionais sobre desempenho de empresas e indústrias 16 22 Outras 9 12 Alianças, redes, clusters, parcerias e grupos estratégicos 8 11 Conteúdo e processo estratégico 8 11 Formulação, implementação e avaliação de estratégia 4 6 Relações e impacto das estratégias 4 6 Subsidiárias 2 3 Total 72 100 Fonte: Dados da pesquisa. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 11. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 137 Vieira de Oliveira Outras análises dignas de menção: a) a baixa presença de artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas na área temática Gestão Internacional, com apenas dois casos, é justificável, por se tratar de campo de estudo ainda em fase de desenvolvimento, com referencial teórico que privilegia aspectos econômicos e tendências macroeconômicas nacionais e internacionais, entre outras teorias; e b) a tímida participação do tema “formulação, implementação e avaliação estratégica”, com quatro artigos publicados no período, não foi uma surpresa. Trata-se de tema ligado às práticas e teorias prescritivas muito em voga nos anos 1970 e 1980, e, embora não se tenha ausentado de todo da área da Estratégia, ao longo dos anos vem cedendo lugar a tantos outros temas, dentre eles as teorias de posicionamento e, mais recentemente, a VBR. Em relação ao referencial teórico, os artigos foram levantados e classificados de duas formas: classificação dos autores mais citados e classificação das obras mais citadas, com suas respectivas datas de publicação. Os dados da Tabela 4 pouco acrescentam ao que já foi dito em relação aos precursores da VBR, ou seja, Wernerfelt, Barney, Peteraf, Collins e Montgomery, que deram vida a uma teoria que estava adormecida desde os escritos de Penrose no final dos anos 1950, e que aos poucos foi sendo aprimorada com as contribuições teóricas dos que vieram depois, pois, como se observa, esses autores figuram entre os doze mais citados. Os trinta autores mais citados nos artigos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas, independentemente de figurar como primeiro ou segundo autor, estão relacionados na Tabela 4. Tabela 4 – Distribuição dos autores por quantidade de citações REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 12. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 138 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Item Autor Quant. Item Autor Quant. 1 Barney, J.B. 105 16 Reed, R. e DeFillippi, R. J. 16 2 Porter, M. E. 78 17 Marroney, J. T. e Panadian, J. R. 15 3 Wernerfelt, B. 62 18 Nelson, R. e Winter, S. 14 5 Teece, D. 44 19 Heene, A. e Sanchez, R. 11 6 Grant, R. M 41 20 Carneiro, J. M.T. 9 7 Peteraf, M. A. 37 21 Vasconcelos, F. C. e Cyrino, A. B. 8 8 Rumelt, R. P. 36 22 Selznick, P. 8 9 Hamel, G e Prahalad, C. K 35 23 Poweel, T. C. 7 10 Penrose, E. 34 24 Forte, S. H. A. C. 6 11 Collis, D. J. e Montgomery, C. A. 31 25 Vasconcelos, F. C. e Brito, L. A. L. 6 12 Dierickx, I. e Cool, K. 27 26 Fleury, M. T. L e Fleury, A. 5 13 Ghemawat, P. 27 27 Fleury, M. T. L. 5 14 Amit, R. e Shoemaker, P. J. H 26 28 Rugman, A. e Verbeke, A. 5 15 Prahalad, C. K e Hamel, G. 25 29 Dosi, G. 4 15 Foss, N. 24 30 Proença, A. 4 Subtotal 1 667 Subtotal 2 123 Total (1+2) = 790 Fonte: Dados da pesquisa. Com um simples olhar na Tabela 4 percebe-se que a presença de autores estrangeiros é maioria absoluta. Os brasileiros mais citados da lista (Carneiro e Vasconcelos e Cyrino) figuram nos 20° e 21º lugares. Cabe destacar o autor Jay Barney, que figura em primeiro lugar tanto na distribuição por citação, com 105 citações (Tabela 4), como na distribuição por obra, com 95 (Tabela 5), mostrando ser o autor de maior importância teórica para os temas em referência. Os dados da Tabela 5 mostram que das 39 publicações mais citadas, duas são da década de 1950, uma da década de 1970, oito da década de 1980, quatorze da década de 1990 e quatorze da presente década. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 13. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 139 Vieira de Oliveira Tabela 5 – Distribuição das 39 obras mais citadas, por quantidade de citações REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 14. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 140 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Item Autor Obra Ano Quant. 1 Wernerfelt, B. A Resource of de Firm 1984 45 2 Barney, J. B. Firm Resources and Sustained Advantage 1991 40 3 Peteraff, M. The Cornerstones of Competitive Advantage 1993 36 4 Grant, R. M. The Resource-Based Theory of Competitive Advantage: Implications for Strategy Formulation 1991 34 5 Penrose, E. The Theory of the Growth of the Firm 1959 34 6 Prahalad e Hamel The Core Competence of the Corporation 1989 32 7 Dierickx e Cool Asset Stock Accumulation and Sustainability of Competitive Advantage 1989 29 8 Teece, Pisano e Shuen Dynamic Capabilities and Strategic Management 1977 28 9 Porter, M. Competitive Strategy Techniques for Analyzing Industries and Competitors 1980 27 10 Amit e Shoemaker Strategic Asssets and Organizational Rents 1993 22 11 Collins e Montgomery Competing on Resources: Strategy in the 1990s 1995 20 12 Barney, J. B. Strategic Factor Markets: Expectation, Luck and Business Strategy 1986 19 13 Rumelt, R. P. Towards a Strategic Theory of the Firm 1984 19 14 Porter, M. Towards a Dynamic Theory of Strategy 1991 17 15 Porter, M. Competitive Advantage: Creating and Sustaining Competitive Performance 1985 17 16 Reed e Defillippi Causal Ambiguity, Barriers to Imitat and Sustainable Competition 1990 16 17 Barney, J. B. Gaining and Sustaining Competitive Advantage 1996 15 18 Mahoney e Panadian The Resource-Based View Within the Conversation of Strategic Management 1992 13 19 Prahalad e Hamel Competindo pelo Futuro 1994 11 20 Foss, N. Resources, Firms and Strategies A Reader in the Resource-Based Perspective 1997 11 21 Rumelt, R. P. How much does industry matter? 1991 11 22 Ghemawat, P. A Estratégia e o Cenário dos Negócios – Textos e Casos 2000 10 23 Barney, J. B. Resource-Based Theories of Competitive Advantage a ten year retrospective on the Resource-Based View 2001 10 24 Carneiro et al. Os Determinantes da Sustentabilidade da Vantagem Competitiva na Resource-Based View 1999 9 25 Nelson e Winter An Evolutionary Theory of Economic Change 1982 9 26 Porter, M. What is Strategy? 1996 9 27 Vasconcelos e Cyrino Vantagem Competitiva: Os Modelos Teóricos Atuais e a Convergência Entre Estratégia e Teoria Organizacional 2000 8 28 Barney, J. B. Is the Resource-Based View a Useful Perspective for Strategic Management Research? Yes 2001 7 29 Selznick Leadership in Administration 1957 8 30 Rugman e Verbeke Edith Penrose’s Contribuitions to the Resource-Based View of Strategic Management 2002 5 31 Helfat e Peteraf The Dynamics Resource-Based View: Capabilities Lifecycicles 2002 5 32 Barney, J. B. Gaining and Sustaining Competitive Advantage. (2nd Edition) 2002 3 33 Knudsen e Foss The Resource-Based Tangle: Towards a Sustainable Explanation of Competitive Advantage 2000 2 34 Grant The Resource-Based Theory of Competitive Advantage: Implications for Strategy Formulation 2001 1 35 Silverman e Baun Alliance-Based Competitive Dynamics 2002 1 36 Hoopes, Madson e Guest editor's introduction to the special issue: why is there a resource- Walker based view? Toward a theory of competitive heteroneity 2003 1 37 Rumelt e Lippman The payments perspective: microfoundations of resource analysis 2003 1 38 Ray e Barney Capabilities, business processes, and competitive advantage: choosing the dependent variable in empirical tests of the resource-based-view 2004 1 39 Sharma, V. e Erramilli Resource-based explanation of entry mode choice 2004 1 Fonte: Dados da pesquisa. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 15. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 141 Vieira de Oliveira Entretanto, das obras publicadas nesta década, as mais recentemente são duas de 2003 e duas de 2004, ou seja, não foram encontrados registros de citações referentes aos anos 2005 e 2006. Com base nesses resultados, pode-se afirmar que o referencial teórico utilizado para esta pesquisa apresenta uma defasagem de pelo menos dois anos. Os artigos foram distribuídos também quanto à natureza da análise e da pesquisa. Quanto à natureza da análise, os teórico-empíricos totalizaram 78%, enquanto os ensaios somaram 22% do total. Vale salientar que não foram registrados artigos no formato de caso de ensino, conforme mostra a Tabela 6. Tabela 6 – Distribuição quantitativa anual dos artigos segundo a natureza da análise Anais/Periódicos Distribuição Natureza 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % Teórico-empírico 0 0 0 3 3 5 8 6 18 13 56 78 Ensaio 0 1 2 1 2 1 3 2 3 1 16 22 Caso de Ensino 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 0 1 2 4 5 6 11 8 21 14 72 100 Fonte: Dados da pesquisa Embora a elevada concentração dos estudos teórico-empíricos (78%) possa significar o crescimento do número de cursos de pós-graduação, dos quais emana essa orientação, a significativa proporção de ensaios (22%) mostra que a discussão conceitual tem crescido no meio acadêmico, sugerindo uma evolução e amadurecimento dos autores sobre a teorização dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas. Com relação à natureza da pesquisa, os resultados seguem na Tabela 7. Os artigos qualitativos revelaram-se maioria, com 63% do total. A carência de estudos de cunho quantitativo foi observada no estudo de Bertero, Vasconcelos e Binder (2003), que analisa a produção acadêmica em Estratégia Empresarial no período de 1991 a 2002. Deve-se ressaltar como fator positivo a evolução do número de artigos de natureza quantitativa em estudos teórico-empíricos, a partir de 2003. Nos últimos anos o estudo de caso tem sido uma abordagem amplamente utilizada nos estudos sociais, principalmente por pesquisadores que realizam investigações de cunho qualitativo. Muitos estudiosos questionam o uso exagerado do estudo de caso como técnica de investigação, como, por exemplo, Gondim et al. (2005), que argúi não serem realizados com o rigor metodológico necessário, sendo comum usar-se o estudo de caso mais por conveniência de acesso à empresa, e menos pelo aspecto teórico ou empírico que o objeto de pesquisa possa REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 16. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 142 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES significar. Vários levantamentos de produção acadêmica no país têm demonstrado essa realidade, como em Tonnelli, Caldas, Lacombe e Tinoco (2003), com 75%, e Caldas, Tonelli e Lacombe (2002), com 90%. Tabela 7 – Distribuição quantitativa anual dos artigos segundo a natureza da pesquisa Anais/Periódicos Distribuição Natureza 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % Teórico-empírica Quali 0 0 0 3 3 3 7 4 8 7 35 63 Teórico-empírica Quanti 0 0 0 0 0 0 1 3 7 4 15 27 Teórico-empírica Quali-Quanti 0 0 0 0 0 1 0 0 3 2 6 10 Total 0 0 0 3 3 4 8 7 18 13 56 100 Fonte: Dados da pesquisa. Na Tabela 8, verifica-se que neste estudo os resultados não seguiram o mesmo padrão, registrando 26 ocorrências entre 50 possíveis, o que corresponde a 53% dos trabalhos em anais, embora tenha sido, ainda, o tipo de pesquisa mais utilizado nessa área. Tabela 8 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por tipo de pesquisa Anais/Periódicos Distribuição Tipo 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % Estudo de caso 0 0 0 3 3 2 6 2 7 7 30 54 Exploratória 0 0 0 0 0 1 0 2 0 3 6 10 Descritiva 0 0 0 0 0 0 0 1 4 0 5 9 Survey 0 0 0 0 0 0 2 0 1 2 5 9 Não identificado 0 0 0 0 1 0 0 2 2 0 5 9 Metodológica 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 3 5 Explicativa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 Documental 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 Total 0 0 0 3 4 3 10 7 16 13 56 100 Fonte: Dados da pesquisa. Em periódicos, repetiu-se o padrão; isto é, os estudos de caso foram a maioria, com quatro ocorrências em seis tipos de pesquisa encontrados. È importante registrar também que dos trinta artigos que utilizaram o estudo de caso como estratégia de investigação, 23 eram do tipo único, enquanto os sete restantes eram do tipo múltiplo. Na análise dos tipos de pesquisa, das técnicas de coleta e de análise de dados utilizadas nos artigos, o estudo enfrentou alguns percalços, dada a omissão de informações a respeito, fato que dificultou a identificação da linha de investigação adotada, obrigando a que fossem REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 17. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 143 Vieira de Oliveira feitas inferências sobre o que foi informado. Quanto às técnicas de coleta de dados, as mais utilizadas neste estudo estão relacionadas na Tabela 9. Tabela 9 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por técnica de coleta de dados Anais/Periódicos Distribuição Técnica de Coleta 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % Entrevista semiestruturada 0 0 0 1 3 2 7 2 7 8 30 53 Questionário 0 0 0 0 0 0 1 4 8 4 17 30 Entrevista em profundidade 0 0 0 1 0 0 1 1 1 1 5 9 Entrevista por telefone 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Observação simples 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 Observação participante 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 2 Não identificado 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 Total 0 0 0 3 3 3 9 7 17 14 56 100 Fonte: Dados da pesquisa. A entrevista semiestruturada foi a mais utilizada dentre as técnicas de coleta de dados, com predominância absoluta nos dois tipos de veículo, registrando-se trinta ocorrências entre 56 possíveis, o que corresponde a 54% do total. Levando-se em conta as três modalidades de entrevista ( semiestruturada, em profundidade e por telefone), esse grupo chega a representar 64% do total. A preferência dos autores pela técnica de entrevista neste estudo coincide com o que diz a teoria, como em Gil (1999), que a considera importante devido à flexibilidade que oferece, sendo fundamental para a investigação utilizada nos mais diversos campos das ciências sociais. A utilização do questionário em segundo lugar, com 34%, pode estar ligada à evolução da utilização de métodos quantitativos, que geralmente são mais adequados a esse tipo de pesquisa, por trabalharem com grandes bases de dados. As principais técnicas analíticas estão consignadas na Tabela 10. Com relação à utilização de técnicas analíticas, justificam-se os resultados encontrados, que apresentaram uma preferência pelas abordagens qualitativas, uma vez que os tipos de pesquisa também tiveram como maioria estudos qualitativos. Mais uma vez, ressalta-se como fator positivo a evolução da utilização de técnicas quantitativas, principalmente as multivariadas, equações estruturais e redes neurais. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 18. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 144 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Tabela 10 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por técnica de análise de dados Anais/Periódicos Distribuição Técnica de Análise 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % Análise documental 0 0 0 2 2 2 5 2 5 3 21 38 Análise de conteúdo 0 0 0 0 1 2 1 1 2 2 9 16 Análise multivariada 0 0 0 0 0 0 1 2 2 2 7 12 Análise univariada 0 0 0 0 0 0 0 2 2 1 5 9 Equações estruturais 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 4 7 Triangulação de dados 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 4 7 Outros 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1 3 5 Mapas cognitivos 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 Redes neurais 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Não identificado 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Total 0 0 0 3 3 4 8 7 18 13 56 100 Fonte: Dados da pesquisa. Com relação ao setor pesquisado, dentre os artigos analisados em periódicos, as áreas mais pesquisadas foram: setor de telecomunicações, com seis trabalhos, seguindo-se o setor de IES e o setor vitivinícola, com quatro trabalhos cada. Também com quatro trabalhos estão as pesquisas aplicadas em empresas de setores diversos, seguindo-se os demais. A relação completa dos setores estudados está disposta na Tabela 11. Verificou-se, também, em que contexto ambiental esses estudos se desenvolveram. Os resultados mostraram que a maioria dos trabalhos insere-se em âmbito local, com uma frequência de 27 trabalhos, o que corresponde a 54% do total dos artigos publicados em anais. Já os trabalhos de abrangência regional totalizaram 22%, seguidos dos trabalhos de abrangência nacional, com 20%, ficando na última posição os trabalhos cujas pesquisas se concentraram em âmbito internacional, com 4%. Em periódicos, dos seis trabalhos publicados sobre os temas pesquisados, três eram de abrangência internacional, dois regionais e um local. A concentração das pesquisas em âmbito local demonstra uma delimitação restrita da área de estudo e compromete os resultados em termos de contribuição para a área da Administração Estratégica, na medida em que, ao se pesquisar a realidade de uma empresa, como em estudos de caso simples, por exemplo, ou mesmo de determinados estudos que investigam um setor em uma cidade qualquer, os resultados obtidos refletem apenas uma realidade local, não sendo, portanto, generalizáveis para um segmento equivalente de outras regiões do país. Adicionalmente ao estudo dos setores, procurou-se levantar também os assuntos investigados à luz das teorias da VBR e Capacidades Dinâmicas no período. Para tanto, REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 19. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 145 Vieira de Oliveira procurou-se conhecer o conteúdo e objetivos dos 56 trabalhos teórico-empíricos realizados por um variado número de autores, nos diferentes estabelecimentos e diversos setores (vide Tabela 12), e publicados em anais e periódicos, resultando numa seleção de 22 subtemas que representam o foco dos estudos. Tabela 11 – Distribuição quantitativa anual dos artigos por setor pesquisado Anais/Periódicos Distribuição Setor 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Quant. % Telecomunicações 0 0 0 0 0 1 1 1 2 1 6 11 Empresas – setores diversos 0 0 0 0 0 1 0 0 2 1 4 7 IES 0 0 0 0 0 0 0 1 2 1 4 7 Vitivinícola 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 4 7 Indústria – setores diversos 0 0 0 0 0 0 1 1 2 0 4 7 Saúde 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 3 5 Cooperativismo 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 4 ONG 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 4 PME 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 4 Software 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 4 Bancário 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 2 4 Call Center 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Café 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 Cerâmico 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 2 Confecções 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Aéreo 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 Farmacêutico 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 Frango de corte 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 2 Governo Estadual 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 Indústria automobilística 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Indústria automotiva 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 Indústria naval 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 2 Indústria petrolífera 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 Indústria petroquímica 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 2 Indústria plástica 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 2 Massas alimentícias 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2 Mineração 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 Saneamento 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 Supermercados 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Calçadista 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 2 Varejo eletrônico 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 2 Vestuário 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 Total 0 0 0 3 3 5 9 6 17 13 56 100 Fonte: Dados da pesquisa. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 20. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 146 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Em uma análise mais atenta da Tabela 12, pode-se observar que o subtema “competência” é abordado nos itens 1, 6 e 11, que juntos somam 21% do total. Esse resultado vem a corroborar parte da literatura do campo da Administração Estratégica, que aponta para uma integração das Teorias da Organização Industrial e VBR, com uma abordagem dinâmica, sistêmica, cognitiva e holística, visando à construção de uma nova teoria com base no conceito de competência, denominada Teoria Baseada em Competências (HEEGNE; SANCHEZ, 1997). Essa relação estreita entre a VBR e a Teoria Baseada em Competências, que combina as duas perspectivas, teria ensejado a utilização do referencial teórico sobre competência com essa frequência em suas diversas aplicações nos trabalhos sobre a VBR. Destaque, também, para os subtemas sobre desempenho (itens 3, 8 e 10), em segundo lugar, com cerca de 20% do total nas pesquisas desenvolvidas nas organizações. Tal fato justifica-se pela tendência evolutiva das pesquisas de cunho quantitativo a partir de 2003, quando se registrou apenas um trabalho de natureza quantitativa, saltando para quatorze trabalhos até 2006, último ano desse levantamento (vide Tabela 7). Tabela 12 – Distribuição quantitativa e proporcional dos artigos por foco dos estudos Distribuição Item Foco dos Estudos Quant. % 1 Recursos X Competências 8 14 2 Identificação de Recursos 7 13 3 Recursos X Desempenho 7 13 4 Recursos X Teoria do Posicionamento 5 9 5 Recursos X Processo Estratégico 4 7 6 Competências tecno-organizacionais X Desempenho Organizacional 3 5 7 Recursos X Clusters, Alianças e Grupos Estratégicos 3 5 8 Variância da Performance X Vantagem Competitiva 3 5 9 Recursos X Formulação de Estratégia 3 5 10 Variância do Desempenho X Estrutura da Indústria 1 2 11 Construção de Competência em Redes Internacionais 1 2 12 Recursos X Criação de Valor 1 2 13 Recursos X Empreendedorismo 1 2 14 Recursos X Grau de Internacionalização 1 2 15 Recursos X Fatores de Sucesso 1 2 16 Recursos X Formação de Estratégia 1 2 17 Recursos X Gestão Ambiental 1 2 18 Recursos X Gestão da Diversidade Cultural 1 2 19 Recursos X Rede de Relações 1 2 20 Recursos X Relacionamento Externo 1 2 21 Rede de Cooperação X Capacidades Dinâmicas 1 2 22 Rede de Recursos X Vantagem Competitiva 1 2 Total 56 100 Fonte: Dados da pesquisa. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 21. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 147 Vieira de Oliveira Deve-se registrar, ainda, o subtema “identificação de recursos”, em segundo lugar, com 13% das publicações. Esse é um típico estudo básico sobre a teoria dos recursos, que geralmente procura levantar e identificar quais recursos ou atributos estratégicos associados à VBR são mais utilizados nas organizações, surgindo daí a explicação para essa classificação. O item 4 refere-se à teoria do posicionamento, com 9%. Esse resultado merece uma dupla interpretação. Se por um lado, obteve o menor índice entre os quatro assuntos mais pesquisados, por outro, fica-se com a idéia de que a profunda discussão conceitual entre a Teoria do Posicionamento Estratégico e a VBR tem sido útil, como se confirmou nesta pesquisa, porquanto permeou a contextualização de grande parte de todos os trabalhos. 5 Conclusão O objetivo de levantar a produção acadêmica dos temas VBR e Capacidades Dinâmicas no país, juntamente com sua evolução, revelou dois aspectos muito interessantes: a) defasagem de quatorze anos em relação ao início das pesquisas no exterior; e b) os trabalhos são em sua maioria teórico-empíricos, com abordagens qualitativas. Os resultados mostraram também que os estudos sobre VBR e Capacidades Dinâmicas no país assumem uma predominância de autores de língua inglesa, além de um referencial teórico que carece de renovação, levando-se em conta que dentre os textos citados, dois foram publicados em 2003 e dois em 2004, fato que configura uma defasagem de pelo menos dois anos, em relação ao período pesquisado. A análise dos dados revelou baixa preocupação com a clareza do tipo de pesquisa utilizado e detalhamento dos procedimentos de coleta e análise de dados. Metodologicamente, não obstante haja uma tendência a análises em sua maioria qualitativas, com preferência pelo uso de estudo de caso, observou-se um avanço considerável de estudos quantitativos, bem como a evolução no grau de sofisticação das técnicas de análise de dados, que migraram para técnicas modernas de análise (vide Tabela 10), configurando-se um quadro positivo para o futuro das pesquisas em Estratégia, que, por sua natureza prática, necessitam de métodos ou constructos que utilizem medidas de desempenho. Ressalte-se, também, como ponto positivo o caráter abrangente da pesquisa, que investigou em 32 setores o conteúdo das pesquisas nas organizações. Entretanto, como ponto passível de melhoria coloca-se o alto índice de estudos em âmbito local, portanto não generalizáveis a outras regiões. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 22. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 148 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES Como limitação do estudo, ressalta-se que a amostra restringiu-se aos artigos científicos de Administração em cinco áreas temáticas do EnANPAD, outros eventos da academia como 3Es e EMA, além de três revistas de Administração, mas deixa de considerar outras áreas do EnANPAD e outras revistas importantes na área, que poderiam acrescentar mais informações ao que foi levantado. Como sugestão para pesquisas futuras, propõe-se estabelecer comparações com estudos realizados em outros países, como, por exemplo, Argentina e Chile, que possam revelar como ocorreu a evolução e produção acadêmica naquela importante região do continente sul- americana. REFERÊNCIAS ANPAD. Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração. Eventos. Disponível em: <www.anpad.org.br>. Acesso em: 10 abr. 2007. ANDREWS, K. R. The concept of corporate strategy. Homewood, IL: Dow Irwin, 1971. ANSOFF, H. Estratégia empresarial. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. BARNEY, Jay. B. Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, v. 17, n. 1, p. 99-120, 1991. ______. Looking insight for competitive advantage. Academy of Management Executive, v. 9, n. 4, p. 49-61, 1995. ______.; WRIGHT, M.; KETCHEN JR., D. J. The resource-based view of the firm: ten years after 1991. Journal of Management, v. 27, n. 6, p. 625, 2001. BERTERO, O. C.; VASCONCELOS, C. F; BINDER, P. M. Uma década de estratégia empresarial: o que se produziu entre 1991 e 2002. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 23., 2003, Atibaia-SP. Anais... Atibaia: ANPAD 2003. 1 CD-ROM. BANDEIRA-DE-MELLO, R.; CUNHA, C. J. C. A. A natureza e a dinâmica das capacidades organizacionais no contexto brasileiro: uma agenda para pesquisas sobre a vantagem competitiva nas empresas brasileiras. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 23. Lindenberg Araújo Aragão, Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte & Oderlene 149 Vieira de Oliveira NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 21., 2001, Campinas-SP. Anais... Campinas: ANPAD, 2001. 1 CD-ROM. CALDAS, M. P.; TONELLI, M. J.; LACOMBE, B. M. B. Espelho, espelho meu: meta-estudo da produção científica em recursos humanos nos EnANPADs da década de 90. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnANPAD, 22., 2002, Salvador-BA. Anais... Salvador. ANPAD, 2002. 1 CD-ROM. CARNEIRO, J. M. T.; CAVALCÂNTI, M. A. F. D.; SILVA, J. F. Porter revisitado: análise crítica da tipologia estratégica do mestre. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-EnAPAD, 17., 1997, Rio das Pedras-RJ. Anais... Rio das Pedras: ANPAD, 1997. 1 CD-ROM. ______. Os determinantes da sustentabilidade da vantagem competitiva na visão resource- based. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-ENAPAD, 19., 1999, Foz do Iguaçu-PR. Anais... Foz do Iguaçu: ANPAD, 1999. 1 CD-ROM. CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Produção científica brasileira cresce com a pós-graduação. 2005. Disponível em: <http.capes.gov.br/capes/portal/conteúdo/10/N01_14032006.htm>. Acesso em: 9 dez. 2006. COLLIS, D. J.; MONTGOMERY, C. A. Competing on resources: strategy in the 1990s. Harvard Business Review, jul./aug. p. 118-128, 1995. DIERICKX, I.; COOL, K. Asset stock accumulation and sustentability of competitive advantage. Management Science, v. 35, n. 12, p. 1505-1514, 1989. GIL, Antônio Carlos. Pesquisa social, métodos e técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1999. GONDIM, S. M. G. et al. Da descrição do caso à construção da teoria ou da teoria à exemplificação do caso? Uma das encruzilhadas da produção do conhecimento em administração e áreas afins. Revista O&S, v. 12, n. 35, out./dez. 2005. GRANT, R. M. The resource-based theory of competitive advantage: implications for strategy formulation. California Management Review, v. 33, n. 3, p. 114-135, 1991. HAIR, JR. J. F. et al. Análise multivariada de dados. Porto Alegre: Bookman, 2005. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010
  • 24. VISÃO BASEADA EM RECURSOS E CAPACIDADES DINÂMICAS NO 150 CONTEXTO BRASILEIRO: PRODUÇÃO E EVOLUÇÃO ACADÊMICA EM DEZ ANOS DE CONTRIBUIÇÕES HEENE, A.; SANCHEZ, R. Competence-based strategic management. Chichester: John Wiley & Sons, 1997. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing - uma orientação aplicada. Porto Alegre: Bookman, 2006. PENROSE, E. T. The theory of the growth of the firm. New York: John Wiley, 1959. PETERAF, M. A. The cornerstones of competitive advantage: a resource-based view. Strategic Management Journal, v.14, n. 3, p.179-191, 1993. PORTER, M. E.Competitive strategy : techniques for analyzing industries and competitors. New York: The Free Press, 1980. ______. Competitive advantage : creating and sustaining superior performance. New York: The Free Press, 1985. PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard Business Review, v. 68, n. 3, p. 79-91, May./June 1990. TONELLI, M. J. et al. Produção acadêmica em recursos humanos no Brás. RAE, v. 43, n. 1, jan./mar. 2003. VASCONCELOS, F.; CYRINO, A. Vantagem competitiva: os modelos teóricos atuais e a convergência entre estratégia e teoria organizacional. RAE, v. 40, n. 4, out./dez. 2000. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2004. ______. C. Métodos de pesquisa em administração, São Paulo: Atlas, 2005. WERNERFELT, B. A resource-based view of the firm. Strategic Management Journal, v. 5, n. 2, p. 171-180, 1984. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. REAd – Edição 66 Vol 16 N° 2 maio/agosto 2010