1) O documento apresenta três figuras históricas portuguesas: o compositor Marcos Portugal, o jornalista e político Manuel de Brito Camacho, e o ator António Vilar.
2) Marcos Portugal foi um prolífico compositor que trabalhou para a corte portuguesa e teve sucesso na Itália, mudando-se posteriormente para o Brasil onde compôs o hino da independência.
3) Brito Camacho foi um jornalista e político republicano que fundou o jornal A Lucta e o part
1. VULTOS DA HISTÓRIA E DA CULTURA
Marcos Portugal (1762 - 1830)
O mais prolífico e internacional dos compositores portugueses, Marcos
Portugal nasce em Lisboa, a 24 de Março de 1762.
Ao serviço de D. Maria I e de D. João VI, cria obras sacras para as festividades
das capelas reais. Porém, ganha fama internacional sobretudo pela concepção de
óperas de registo cómico - óperas "bufas".
Marcos Portugal parte para Itália em 1792, onde estreia mais de 20 óperas,
algumas das quais lhe garantiram sucesso nas principais cidades europeias.
Regressado a Portugal no ano de 1800, torna-se mestre do Seminário da
Patriarcal e maestro do Real Teatro de S. Carlos, onde compõe algumas óperas
"sérias" protagonizadas, na sua grande maioria, por Angelica Catalani.
Na sequência da partida da corte para o Brasil, Marcos Portugal instala-se no Rio de
Janeiro, em 1811, assumindo as funções de mestre de Suas Altezas Reais. Em 1820
recebe a Comenda da Ordem de Cristo. Quando a corte portuguesa retorna não a
acompanha, mantendo-se ao serviço do seu aluno, o Imperador D. Pedro I do Brasil.
O compositor morre a 17 de Fevereiro de 1830, no Rio de Janeiro. É de sua autoria o
Hino da Independência do Brasil.
Brito Camacho (1862 – 1934)
Jornalista por vocação e político por convicção, Manuel de Brito Camacho,
ministro do fomento do governo provisório da 1.ª República, nasce em Monte de
2. Mesas, a 12 de Fevereiro de 1862, e faz os estudos secundários em Beja, antes de
ingressar no curso de Medicina, na Escola Médico-Cirúrgica, em Lisboa.
Em 1885 começa a frequentar os congressos do Partido Republicano e em
1906 funda o periódico A Lucta, primeiro órgão de propaganda da República. A sua
pena arguta e acerada, que coloca o bem público acima do privado e não se retrai
ante interesses partidários, é causa de algumas inimizades, à esquerda e à direita do
espectro político.
A sua tenacidade, o seu rigor e um patriotismo político sem mácula, porém,
tornam-no numa figura tutelar do Partido da União Republicana, que funda no ano de
1911.
Entre os anos de 1921 e 1923 desempenha o cargo de Alto Comissário da
República, em Moçambique. À sua acção ficam a dever-se importantes reformas nos
sistemas de educação e de saúde da ex-colónia.
Retirado da vida política, Brito Camacho consagra à sua terra natal parte da
obra literária que lhe entretém os últimos anos de vida. Morre em Lisboa, a 19 de
Setembro de 1934.
António Vilar (1912 – 1995)
O homem que emprestou o rosto a algumas das personagens mais
emblemáticas do panteão literário e cultural português – do impiedoso D. Pedro ao
mundano Camões – nasceu a 13 de Outubro de 1912, na cidade de Lisboa, e, antes
de se consagrar do lado de lá das câmaras, foi cantor de rádio, repórter d’ O Século,
empregado bancário e assistente de realização.
Não obstante pequenas participações no cinema, a sua iniciação, propriamente
dita, tem lugar no filme Feitiço do Império, numa actuação que não passou
despercebida. Dois anos mais tarde, António Vilar interpreta o seu primeiro papel de
galã, dando vida a Carlos Bonito, no incontornável O Pátio das Cantigas.
De sucesso em sucesso, Vilar consolida a sua carreira, ante a apreciação cada
vez mais acalorada dos críticos. Os papéis de Pedro, o Cru, em Inês de Castro, e de
3. Camões, no filme homónimo de Leitão de Barros estreado em 1946, abriram-lhe as
portas para o mundo.
Nos anos subsequentes, António Vilar trabalha na Argentina, em Itália, no
Brasil, nos Estados Unidos da América, em França e em Espanha, país onde se
instala, no final da década de 40, e onde protagoniza cerca de 40 filmes.
Agraciado por inúmeras, o actor dedica os últimos anos ao sonho de produzir
um filme sobre Fernão de Magalhães, aí investindo a sua fortuna pessoal. Gorado o
sonho de trazer ao grande ecrã os feitos do navegador, resta a réplica de uma nau,
doada, após a sua morte, ao espólio da Comissão Nacional dos Descobrimentos
Portugueses.
Dados Técnicos
Emissão: 2012 / 02 / 13
Selos:
€0,32 - 235 000
€0,68 - 185 000
€0,80 - 135 000
Design - Folk Design / Sofia Martins
Créditos
Selo €0,32 - Marcos António Portugal, pintado por Debret e aberto por Pradier.
Gravura da Autoria de Charles-Simon Pradier (1783-1847) baseada na pintura de Jean
-Baptiste Debret (1768-1848). A obra de Debret deverá datar de c.1820-182; Te Deum
laudamus Com toda a orquestra, música de Marcos Portugal, pormenor do manuscrito
original, Rio de Janeiro 1817. Fotos área de música da Biblioteca Nacional de
Portugal.
Selo €0,68 - Pormenor da primeira página do jornal A Lucta, de 5 de Outubro de 1910
(2.ª edição, arquivo Hemeroteca Municipal de Lisboa; Brito Camacho, foto col.
particular;
Selo €0,80 - António Vilar, em provável produção espanhola contracenando com
Carmen Dolores, em A Vizinha do Lado, de António Lopes Ribeiro, 1945, fotos col.
Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema.
4. Agradecimentos
Adriana Gesteiro, António Jorge Marques, Carmen Dolores, herdeiros de Manuela de
Brito Camacho. Biblioteca Nacional de Portugal, Cinemateca Portuguesa - Museu do
Cinema, Hemeroteca Municipal de Lisboa.
Papel: FSE 110 g/m2
Formato:
Selos: 30,6 x 40 mm
Picotagem: Cruz de Cristo 13 x 13
Impressão: Offset
Impressor: Joh. Enschedé
Folhas: Com 50 exemplares
Sobrescritos de 1º dia: C6
5. Obliterações e 1º dia:
Estação de Correios dos Restauradores - Lisboa
Estação de Correios do Município - Porto
Estação de Correios Zarco - Funchal
Estação de Correios Antero de Quental - Ponta Delgada
Bibliografia:
http://www.ctt.pt/femce/category.jspx?shopCode=LOJV&categoryCode=8150&showAll=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcos_Portugal