O documento discute o conceito de ethos no discurso político. Aborda como o ethos é construído para causar boa impressão e confiança no público de forma não necessariamente sincera. Também explora como o ethos pode ser usado estratégicamente para apresentar ideias de forma a persuadir o público.
1. Uma estratégia do discurso político O Ethos UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE Publicidade e Propaganda 2010.2 Allison Norberto André Bilro Nayara Lana Pedro Wanderley Tássia Medeiros
4. Concepção de ethos* Retórica: arte de usar a linguagem para comunicar de forma eficaz e persuasiva
5. Características do ethos retórico Causar boa impressão pelo discurso Ganhar a confiança do auditório “Persuade-se pelo caráter [= ethos] quando o discurso tem uma natureza que confere ao orador a condição de digno de fé; pois as pessoas honestas nos inspiram uma grande e pronta confiança sobre as questões em geral, e inteira confiança sobre as que não comportam de nenhum modo certeza, deixando lugar à dúvida. Mas é preciso que essa confiança seja efeito do discurso, não uma previsão sobre o caráter do autor” (Aristóteles)
7. Características do ethos retórico O ethos como objeto secundário no discurso: deve ser apontado pelo público Ethos ≠ Atributos “reais” do locutor
8. Dificuldades Ligado à enunciação, mas o público forma sua própria imagem Tipos de discurso sem prévia de ethos Discursos com ethos pré-definido (não-discursivo) Remete ao não-esperado
9. Enfim, o que é ethos? É uma noção discursiva Processo de influência sobre o outro Comportamento avaliado socialmente Situação de comunicação precisa
10. Ethos no texto publicitário Canon lembra “canhão” “Full metal jacket” Cores da propaganda “Show whatyou’recapableof”
11. Ethos híbrido Mistura de elementos Não corresponde diretamente a uma realidade Há eficácia social
12. Uma estratégia do discurso político De onde vem os estudos sobre ethos? O que é o ethos? O que ele busca passar?
13. Uma estratégia do discurso político Enquanto construção da imagem de si A imagem de si concerne apenas a um indivíduo ou pode se dizer respeito a um grupo de indivíduos.
14. Ethos como imagem de si Filiação de Isócrates: ethos é um “dado preexistente no discurso” Filiação de Aristóteles: “O que importa é causar boa impressão independente da sinceridade” Exemplo na política brasileira Tiririca
15. Ethos como imagem de si Ethos pode ser mascarado. No discurso político, o ethos se constrói e de acordo com sua posição social, tem o poder de persuadir, porém, com facetas frágeis, “adoradas um dia, podem ser queimadas no dia seguinte.” (CHARAUDEAU, 2006, p.89). O que é falado e passado para a população pode ser totalmente diferente do que se é de fato. Exemplo na política brasileira Romário antes e depois das eleições
16. Congresso nacional Romário: um peixe fora d’água Lembra que quando o jogo não estava bom, quando não mandavam bola para abastecer o ataque e o baixinho ficava em campo meio dorminhoco? O pessoal do Kibeloco publicou uma seqüência de fotos do baixinho atuando em seu novo time, o dos deputados federais, no plenário do Congresso, participando de uma sessão da câmara. Uniformizado de terno e gravata, longe da praia e sem entender o jogo, a luta do peixe, em sua nova equipe, é manter-se acordado. Postado por Toinho de PassiraFontes: Kibeloco
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18. Ethos coletivo corresponde a uma visão Global e é construído pelas características de sua identidade (valores, éticas, hábitos, harmonia etc.)
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20. O ethos de “sério” O ethos de “virtude” O ethos de “competência” Os ethé de credibilidade
21. O ethos de “sério” É construído por índices corporais, mímicos, comportamentais e que demonstram grande energia e capacidade de trabalho Em seus discursos, deve-se passar seriedade: “Barre presidente. O sério. O sólido. O verdadeiro.” “Barre confiança.”
22. O ethos de “sério” É preciso saber se comportar para não passar a ideia de que brinca constantemente, e não se encontrar em atividade televisivas fúteis. Porém, é preciso ter cautela para a seriedade não passar o limite da austeridade Vídeo
23. O ethos de “virtude” É preciso que o político demonstre sinceridade, fidelidade e honestidade pessoal, deixando perceber certa força de convicção: “Não se pode continuar a fazer parte de um governo que aplica medidas contrárias às suas próprias ideias ” (Jean-Pierre Chevènement)
24. O ethos de “virtude” É preciso dizer o que se pensa, ser transparente, não participar de negócios escuros e mostrar que seu engajamento político não foi motivado por interesses pessoais. Se fazer acompanhar por uma atitude de respeito para com o cidadão: o político deve ser transparente, não deve valer de mentiras, deve ser direto.
25. O ethos de “competência” Exige de seu possuidor, ao mesmo tempo, saber e habilidade É preciso demonstrar experiência e conhecimento da vida política e agir de maneira eficaz “[...] No início dos anos 90, torna-se presidente da Fundação de Economia e Estatística, a mesma FEE onde havia iniciado a vida profissional como estagiária. Em 93, com a eleição de Alceu Collares para o governo do Rio Grande do Sul, assume a Secretaria Estadual de Minas, Energia e Comunicação, iniciando um trabalho que mais à frente seria reconhecido no Brasil inteiro [...]” Trecho retirado da biografia de dilmaroussef, feita para sua campanha
29. Caráter não-intencional do ato Argumento de inocência Argumento de ignorância Argumento das circunstâncias Argumento da responsabilidade coletiva
30. O ethos de credibilidade “Se constrói em uma interação entre identidade social e identidade discursiva,entre o que o sujeito quer parecer e o que ele é em seu ser psicológico e social”