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Avaliação economica de recursos e danos ambientais ( variavel ecologica)
1. Parte II - A variável Ecológica no
Ambiente dos Negócios
Evanessa Lima
2. “Nós chegamos tardiamente à tremenda tarefa de
limpar nosso meio ambiente. Nós deveríamos ter
agido com um fervor semelhante, há pelo menos uma
década.”
Gerald R. Ford (1913 )
3. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A variável ecológica no ambiente dos negócios
De forma geral, os países começam a entender que as medidas de
proteção ambiental não foram inventadas para impedir o
desenvolvimento econômico.
Muitos países têm inserido, em seus estudos de desenvolvimento,
modelos de avaliação de impacto e custo/benefícios ambientais na
análise dos projetos econômicos, que têm resultado em novas
diretrizes, regulamentações e leis na formulação de suas políticas e
na execução de seus projetos de governo.
Tal iniciativa acarreta nova visão na gestão dos recursos naturais a
qual possibilita, ao mesmo tempo, eficácia e eficiência na atividade
econômica e mantém a diversidade e a estabilidade do meio
ambiente.
4. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A mola propulsora
O conceito de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, que atende às
necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as
futuras gerações atenderem às suas, é a nova palavra de ordem
desde que a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente da
Organização das Nações Unidas (ONU) publicou seu relatório, em
abril de 1987, sob a denominação de “Nosso futuro comum”, que
teve sua inspiração na 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o
Meio Ambiente realizada em 1972, em Estocolmo, na Suécia, onde
o Brasil rejeitou firmemente o propósito de adoção de padrões
internacionais para proteção ambiental.
5. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A mola propulsora
O relatório produzido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) não é
uma previsão de decadência, pobreza e dificuldades ambientais
cada vez maiores num mundo cada vez mais carente de recursos.
Deve ser entendido como a possibilidade do surgimento de uma
NOVA ERA DE CRESCIMENTO ECONÔMICO, que se apoie em
políticas que mantenham e expandam a base dos recursos
naturais.
6. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
A publicação deste documento com o aval da Organização das
Nações Unidas (ONU) teve grande mérito de fazer com que todas
as nações, desenvolvidas e subdesenvolvidas, passassem a encarar
o problema ecológico, ainda que de forma assistemática, como um
problema de capital importância tanto em nível interno, quanto em
nível externo.
7. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
Na América Latina, as prioridades dizem respeito às políticas de
desenvolvimento e à luta contra o subdesenvolvimento e suas
manifestações.
Tudo o que se relaciona com os recursos naturais e a qualidade do
meio ambiente é considerado como mero dado, epifenômeno da
realidade socioeconômica.
Esse erro de enfoque tem agravado os problemas ambientais no
Novo Mundo e comprometido seriamente o próprio processo de
desenvolvimento econômico e social.
8. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
Os problemas no Novo Mundo são essencialmente diferentes
daqueles que afligem os países da Europa e do mundo
desenvolvido em geral.
Nossos problemas estão basicamente ligados à pobreza, à
marginalidade, ao subdesenvolvimento, à corrupção, embora
outros possam aparecer como de maior importância,
especialmente por sua sofisticação ou pelo espaço que ocupam nos
meios de comunicação.
9. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
Entre os problemas ambientais mais comuns definidos
universalmente, o da poluição em sua expressão mais tradicional
ligada à industrialização, à mecanização da agricultura e ao
crescimento urbano – não é precisamente o mais dramático nos
países da América Latina, apesar de haver adquirido dimensões
apreciáveis, principalmente em países que mais avançaram no
processo de industrialização, como o Brasil ou a Argentina.
10. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
Diante desse quadro as possibilidades de ação dos países latino-
americanos devem-se voltar para três aspectos.
- Recuperação do meio ambiente degradado;
- Avaliação da degradação futura do meio ambiente, e
- Potencialização de recursos ambientais.
11. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
Tendo em vista os níveis pela degradação ambiental, é tarefa
prioritária a recuperação desses meios danificados, antes que se
transformem em processos irreversíveis. Entre esses, cabe
destacar:
- a degradação do solos em virtude de processos de erosão e
desertificação;
- a derrubada da floresta com todas as suas consequências;
- a poluição das águas continentais (rios, lagos, lençóis
subterrâneos);
- a poluição do solo como resultado do inadequado manejo dos
resíduos e do uso indiscriminado de fertilizantes, pesticidas e
herbicidas, e
- outras formas de poluição (atmosférica, marinha, sonora, nuclear,
etc).
12. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
A situação na América Latina
O segundo nível das preocupações não diz respeito ao dano
passado, mas à PRESERVAÇÃO de degradações futuras do meio
ambiente.
Trata-se sobretudo, de realizar todo o campo das avaliações do
impacto ambiental das ações humanas presentes nos projetos de
desenvolvimento nacionais, regionais e locais, a fim de conservar
os recursos ambientais existentes, por mais baixo que sejam.
O terceiro nível das preocupações deve ser constituído pela
UTILIZAÇÃO POSITIVA do meio ambiente no processo de
desenvolvimento. Trata-se da valorização de recursos que nunca
foram incorporados à atividade econômica, aqueles
tradicionalmente considerados inúteis.
13. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Evolução da política ambiental no Brasil
No Brasil, a gestão do meio ambiente caracteriza-se pela
desarticulação dos diferentes organismos envolvidos, pela falta de
coordenação e pela escassez de recursos financeiros e humanos
para gerenciamento das questões relativas ao meio ambiente.
Essa situação é o resultado de diferentes estratégias adotadas em
relação à questão ambiental no contexto do desenvolvimento
econômico do Brasil, como enfatiza Monteiro (1981) ao afirmar
que a economia brasileira, desde os tempos coloniais, caracterizou-
se historicamente por ciclos que enfatizam a exploração de
determinados recursos naturais.
14. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Evolução da política ambiental no Brasil
AS ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO ADOTADAS desde os anos
50 também assumem essas mesmas características, ao privilegiar o
crescimento econômico de curto prazo, mediante a modernização
maciça e acelerada dos meios de produção.
A industrialização, a implantação de grandes projetos de
infraestrutura e a exploração de recursos minerais e agropecuários
para fins de exportação fazem parte da estratégias que têm
produzido importantes impactos negativos no meio ambiente.
Isso tudo, aliado ao acelerado processo de urbanização que
ocorreu nas grandes cidades, causou profunda degradação do
ambiente urbano.
15. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Evolução da política ambiental no Brasil
Especificamente em relação à poluição industrial, Monosowski
afirma que, inspirada pela 1ª Conferência das Nações Unidas sobre
o meio ambiente, a CRIAÇÃO da Secretaria Especial de Meio
Ambiente inaugurou nova fase em nosso país, onde manifesta uma
vontade política no tratamento explícito da problemática
ambiental enquanto suporte à vida e não apenas fonte de recursos.
o modelo de desenvolvimento adotado no Brasil baseado em um
INDUSTRIALIZAÇÃO RÁPIDA E CONCENTRADA, criou suas primeiras
deseconomias de escala. Estas se manifestaram pelo agravamento
de certos problemas urbanos, em especial o crescimento da
poluição industrial, a falta de saneamento e os problemas de
abastecimento de água que afetam as populações das principais
cidades do país.
16. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Evolução da política ambiental no Brasil
Em consequência, esse período conhece também uma
sensibilização e uma organização do movimento social sobre as
questões ambientais, em razão da degradação das condições de
vida do meio urbano.
Privilegiaram-se, assim, um problemas (a poluição industrial), um
agente (a indústria) e uma responsabilidade de controle (Estado),
que afeta áreas limitadas, em especial as regiões metropolitanas.
Essa escolha está, sem dúvidas, ligada à existência de uma
concentração populacional importante, afetada pelo problemas e
dispondo de meios de pressão política.
17. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Como consequência, começou a ocorrer uma mudança no
ambiente dos negócios em que as organizações atuam, através de
regulamentações e discriminações que limitam sua possibilidade
de atuação e localização e que começaram a provocar
modificações em sua própria organização produtiva.
18. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Diante dos PROTESTOS CRESCENTES DA POPULAÇÃO contra os
riscos de desastres ecológicos ou da deterioração da qualidade de
vida, os governos locais e nacionais são pressionados a implantar
normas cada vez mais severas de proteção e conservação.
As portas do mercado e do lucro se abrem cada vez mais para as
empresas que não poluem, poluem menos ou deixam de poluir – e
não para as empresas que desprezam as questões ambientais na
tentativa de maximizar seu lucros e socializar o prejuízo.
19. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Tradicionalmente, as exigências referentes à proteção ambiental
eram consideradas um freio ao crescimento da produção, um
obstáculo jurídico legal e demandante de grandes investimentos de
difícil recuperação e, portanto, fator de aumento dos custos de
produção.
Começa a ficar patente que a despreocupação com os aspectos
ambientais pode traduzir-se no oposto: em aumento de custos, em
redução de lucros, perda de posição no mercado e, até, em
privação da liberdade ou cessação de atividades.
Meio ambiente e sua proteção estão se tornando oportunidades
para abrir mercados e prevenir contra restrições futuras quanto ao
acesso a mercados internacionais.
20. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
As primeiras indústrias surgiram em uma época em que os
problemas ambientais eram de pequena expressão, em virtude das
reduzidas escala de produção e das populações comparativamente
menores e pouco concentradas.
As exigências ambientais eram poucas e a fumaça das chaminés era
um símbolo de progresso, apregoada orgulhosamente na
propaganda de diversas indústrias.
21. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
O agravamento dos problemas ambientais alterou profundamente
este quadro, gerando um nível crescente de exigências.
A nova consciência ambiental, surgida no bojo das transformações
culturais que correram nas décadas de 60 e 70, ganhou dimensão e
situou a proteção do meio ambiente como um dos princípios mais
fundamentais do homem moderno.
Na nova cultura, a fumaça passou a ser vista como anomalia e não
mais como uma vantagem.
22. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Assim as respostas da indústria ao novo desafio ocorrem em três
fases, muitas vezes superpostas, dependendo do grau de
conscientização da questão ambiental dentro da empresa:
-Controle ambiental nas saídas;
- Integração do controle ambiental nas práticas e processos
industriais; e
-Integração do controle ambiental na gestão administrativa.
23. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
A primeira fase constitui-se na instalação de equipamentos de
controle da poluição nas saídas, como chaminés e redes de
esgotos, mantendo a estrutura produtiva existente.
A despeito de seu alto custo e da elevada eficiência dos
equipamentos instalados, esta solução nem sempre se mostra
eficaz, tendo seus benefícios sido frequentemente questionados
pelo público e pela própria indústria.
24. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Essa insatisfação conduziu a uma segunda geração de respostas,
em que o controle ambiental é integrado nas práticas e processos
produtivos, deixando de ser uma atividade de controle da poluição
e passando a ser uma função da produção.
O princípio básico passa ser o da PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO,
envolvendo a seleção das matérias primas, o desenvolvimento de
novos processos e produtos, o reaproveitamento da energia, a
reciclagem de resíduos e a integração com o meio ambiente.
25. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Mas, as preocupações com o meio ambiente não pararam de
crescer e acabaram atingindo o próprio mercado, redesenhando-o
com o estabelecimento de um verdadeiro MERCADO VERDE, que
torna os consumidores tão temíveis quanto os órgãos de meio
ambiente.
Surgido inicialmente nos países desenvolvidos, este mercado tem
origem em consumidores satisfeitos em suas necessidades
quantitativas, e que passam a preocupar-se com o conteúdo dos
produtos e a forma como são feitos, rejeitando os que lhes
pareçam mais agressivos ao meio ambiente – nem sempre com
fundamentação e muitas vezes na esteira de campanhas
idealizadas por empresas e setores concorrentes.
26. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Com isso, a proteção ao meio ambiente deixa de ser uma exigência
punida com multas e sanções e inscreve-se em um quadro de
AMEAÇAS E OPORTUNIDADES, em que as consequências passam a
poder significar posições na concorrência e a própria permanência
ou saída do mercado.
Neste quadro, afirma-se o conceito de excelência ambiental, que
avalia a indústria não só por seu desempenho produtivo e
econômico, mas também por sua performance em relação ao meio
ambiente.
27. Repercussões no ambiente industrial
Esta evolução levou algumas organizações a integrar o controle
ambiental em sua gestão administrativa, projetando-o nas mais
altas esferas de decisão. Atender ao presente e gerar respostas
setoriais e estanques passou a não ser suficiente; olhar o futuro,
horizontalizar a análise e planejar corporativamente passou a ser o
caminho natural.
A proteção ambiental deslocou-se uma vez mais, deixando de ser
uma função exclusiva de produção para torna-se também uma
função da administração.
Contemplada na estrutura organizacional, interferindo no
planejamento estratégico, passou a ser uma atividade importante
na organização da empresa, seja no desenvolvimento das
atividades de rotina, seja na discussão dos cenários alternativos e a
consequente análise de sua evolução, gerando políticas, metas e
planos de ação.
28. Avaliação Econômica de Recursos e Danos Ambientais
Repercussões no ambiente industrial
Assim a preocupação com o meio ambiente torna-se, enfim, um
valor da empresa, explicitado publicamente como um dos objetivos
principais a ser perseguido pelas organizações.
29. Objetivo
Entender a mudança no ambiente de negócios com a
inclusão da variável ecológica seu contexto global.