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207Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000
é examinado em detalhe, pondo a nu o substrato
pouco democrático dos procedimentos adotados.
No prefácio, Celestino Alves da Silva Jr. re-
sume bem a contribuição do livro de Maria Sylvia:
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o ciclo de debates A construção social das políticas
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ca de São Paulo, em que os autores abordam os
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te final de século e as mudanças socioculturais e
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preeminência das orientações neoliberais nos pro-
cessos de reforma do Estado e de ajuste econômi-
co implementados nos países do continente, bem
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nacionais sobre esses eventos.
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cas sociais e padrões de atuação do Estado nos
marcos do neoliberalismo” é o título do artigo em
que o filósofo Reginaldo Carmello Corrêa de
Moraes analisa argumentos com os quais determi-
nadas correntes do pensamento neoliberal pres-
crevem a mudança do papel do Estado na gestão
das políticas sociais e na provisão dos serviços edu-
cacionais. O professor da Universidade Estadual de
Campinas procura demonstrar que a doutrina neo-
liberal recupera antigas teses do liberalismo clássi-
co sobre as supostas vantagens do mercado em
relaçãoaoEstadocomoinstânciareguladoradavida
social, com base nas quais tenta sustentar prescri-
ções conservadoras sobre a necessidade de colo-
car limites ao campo da governabilidade demo-
crática mediante a restrição dos âmbitos de inci-
dência do voto popular.
O autor historia a evolução do pensamento
neoliberal na segunda metade do século XX e
sumariza suas três vertentes principais: a escola
austríaca, liderada por Friedrich von Hayek; a es-
cola de Chicago, conhecida pela obra de Milton
Friedman e pela teoria do capital humano de T. W.
Schultz; e a escola de Virgínia, cujo expoente é o
economista norte-americano James M. Buchanan.
Moraes elege esta última corrente para uma aná-
lise crítica mais aprofundada dos pressupostos e
argumentos elaborados pela chamada teoria da
Public Choice.
No intento de transportar a lógica operativa
do mercado aos bens públicos, as doutrinas neoli-
berais propõem que as políticas sociais compensa-
tórias de alívio da pobreza sejam orientadas pelas
diretrizes de focalização, descentralização e
privatização. Quando as políticas têm por objeto
serviços sociais públicos cuja oferta em nível básico
deva ser universal, como é o caso da educação,
essas teorias propõem que se busque conciliar pro-
visãopúblicaeproduçãoprivada,modeloquepode
contemplar ainda a participação do chamado ter-
ceiro setor. Na interpretação de Moraes, a ênfase
depositada nos processos de reforma educacional
em curso na América Latina e no Brasil para os
sistemas de avaliação das políticas públicas tem por
finalidade simular mecanismos mercantis, como a
lógica fornecedor-cliente.
Em “Espaço público e educação” o profes-
sor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Luiz Eduardo Wanderley volta ao tema da esfera
pública democrática para abordar a construção
social das políticas educacionais no Brasil. Apoiado
em Jürgen Habermas e Norberto Bobbio, o autor
salienta a historicidade do conceito de espaço pú-
blico, construído no jogo de distanciamento e
interpenetração das esferas pública e privada ao
longo da modernidade. O enunciado de um con-
208 Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000
junto de atributos ou critérios de publicidade (uni-
versalidade, visibilidade, controle social, represen-
tação de interesses coletivos, autonomia dos ato-
res, democratização dos fóruns de deliberação,
cultura pública) serve de baliza à apreciação crítica
do conceito de espaço público não-estatal conexo
ao modelo de administração gerencial proposto
pelo ex-ministro da reforma do Estado Luiz Carlos
Bresser Pereira.
Com o rigor do sociólogo, distingue e
conceitua indivíduo, cidadão, sujeito e ator, antes
de ingressar propriamente na análise de alguns dos
atores sociais que participam do debate e inter-
vêm na reforma educacional brasileira, como o
Banco Mundial, o poder público federal, os meios
de comunicação de massa, as centrais sindicais, os
movimentos sociais (de luta por escola, das esco-
las comunitárias, dos trabalhadores rurais sem ter-
ra) e distintas expressões do chamado terceiro se-
tor (fundações empresariais, organizações não go-
vernamentais, redes pluriinstitucionais e fóruns
intersetoriais).
“Uma introdução ao estudo das organiza-
ções multilaterais no campo educacional”, da pes-
quisadora Fúlvia Rosemberg, constitui o terceiro
capítulo do livro. Embora a autora o defina de
modo despretensioso como um roteiro de aula
que sistematiza informações sobre os organismos
multilaterais, o artigo realiza não só uma revisão
bibliográfica inédita como também ensaia uma in-
cursão pelo terreno da sociologia das instituições
que oferece uma abordagem original ao polêmico
tema da influência dos bancos multilaterais na re-
forma educacional.
O texto faz uma descrição didática seguida
de uma análise dos organismos dos sistemas das
Nações Unidas e do Banco Mundial que não os
caracteriza como organizações monolíticas, mas
assinala sua rigidez institucional e processual, bem
como a simetria entre e a capacidade de financia-
mento dos estados membros e a posição relativa
que eles ocupam na hierarquia interna. Desses
organismos emanam agendas políticas tendencial-
mente homogêneas e conservadoras, mas que
comportam contradições e são relativamente per-
meáveis ao conflito, especialmente naqueles cam-
pos temáticos em que o perfil do pessoal técnico
rompe a uniformidade dominante nos escalões
superiores e comporta maior ecletismo teórico e/
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A sistematização dos principais achados da
literatura sobre os processos de eleição temática,
produção de consensos e tomada de decisões das
organizações intergovernamentais destaca, sobre-
tudo, as influências dos atores nacionais e das insti-
tuições científicas e intelectuais nos processos de
difusão da agenda de reformas de cunho neolibe-
ral. Esses argumentos corroboram a intenção ex-
plícita da autora de sensibilizar os pesquisadores
da área educacional sobre seu papel nas negocia-
ções relacionadas a programas financiados e/ou
orientados pelas instituições intergovernamentais,
superando as simplificações que freqüentam o dis-
curso de denúncia com relação à subordinação bra-
sileira às imposições dos bancos multilaterais de
desenvolvimento. Neste sentido, Rosemberg ali-
nha-se a outros analistas que reconhecem a co-
responsabilidade dos atores nacionais nas delibe-
rações relativas aos empréstimos contraídos junto
aos bancos multilaterais e à agenda da reforma
educacional, vislumbrando a possibilidade de re-
sistência e influência da sociedade civil pela media-
ção das instituições políticas democráticas e das
organizações não governamentais nacionais e in-
ternacionais.
“Resistência e submissão: a reforma educa-
cional na década de 90” é o título da contribuição
de Lisete Regina Gomes Arelaro, professora da
Universidade de São Paulo, que focaliza, sobretu-
do, os embates políticos em torno dos quais os
diferentes atores sociais incidiram no processo de
reforma da educação brasileira na década de 90,
tendo por pano de fundo os movimentos contra-
ditórios de reorganização da sociedade civil, de-
mocratização política e consolidação jurídica de
direitos sociais, de um lado, e o redimensionamen-
to das funções do Estado sob a égide do pensa-
mento neoliberal e os condicionamentos econô-
micos, de outro.
A autora indica três critérios para apreciar a
209Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000
efetividade das políticas públicas de educação dos
anos 90 – ampliação do acesso e da permanência
dos educandos no sistema, qualidade do ensino e
democratização da gestão –, e defende a tese de
que este último aspecto desenhou uma linha divi-
sória entre duas etapas distintas na reforma edu-
cativa: até 1994 teria prevalecido um estilo tole-
rante à pluralidade que comportou processos am-
plos de consulta e negociação com as organiza-
ções sociais mediante a participação em conselhos
ou comissões de gestão; na segunda metade da
década, teria-se disseminado um padrão autoritá-
rio de gestão legitimado por argumentos de cor-
reção técnica que paralisou os conselhos e comis-
sões consultivos e excluiu do campo decisório os
organismos civis e correntes políticas que divergiam
dos pressupostos ou resistiam às diretrizes da re-
forma.
O artigo analisa as alterações introduzidas
na legislação a partir de 1996 e contesta o diag-
nóstico de que os problemas de acesso à educa-
ção no Brasil estejam sanados ou que os recursos
investidos sejam suficientes, embora seu emprego
seja ineficiente. Assinala o paradoxo existente en-
tre o discurso e as medidas de descentralização
financeira e administrativa e de alargamento da
autonomia das unidades escolares, e os impulsos
de centralização e controle implícitos no estabele-
cimento de parâmetros curriculares nacionais e na
adoção de sistemas padronizados de avaliação da
aprendizagem. O texto critica também o sentido
instrumental conferido à participação dos pais e da
comunidade na gestão escolar, concluindo em fa-
vor da construção participativa de um Plano Na-
cional de Educação de caráter inclusivo.
“Anos 90: novos eixos de discussão na polí-
tica educacional da América Latina” expõe a tese
da professora da Universidade de La Plata
Guillermina Tiramonti, de que a valorização da
autonomia escolar, as políticas de compensação de
desigualdades, a volta da preocupação com os va-
lores e a busca de estratégias de cooperação polí-
tica e social são medidas que compõem uma ope-
ração de engenharia social que visa administrar as
conseqüências negativas do engajamento subalter-
no dos países latino-americanos na economia
globalizada. Ressalvando que as singularidades his-
tóricas e culturais de cada um dos países conferem
aos respectivos sistemas educativos sentidos bas-
tante distintos, a autora interpreta que a reforma
modernizante em curso na região, organizada em
torno dos critérios de mercado, é incapaz de en-
frentar os problemas da segmentação social cres-
cente e das desigualdades educativas que lhe são
correspondentes.
O texto problematiza o sentido positivo atri-
buído à autonomia escolar, ponderando seus limi-
tes na promoção da qualidade e eqüidade dos sis-
temas de ensino e advertindo para o risco de que,
ao invés de promover a integração, implique au-
mento da segregação, operando uma privatização
das responsabilidades pela educação das novas ge-
rações que amplia as desigualdades de capital so-
cial e cultural ligadas à origem de classe das famílias.
Tiramonti admite que a maior autonomia possa fa-
vorecer a pertinência das escolas para o entorno
social e incorporá-las ao circuito de instituições que
articulam as demandas populares e promovem o
controledocidadãosobreosgovernos.Não poupa
críticas, porém, aos programas focalizados de com-
pensação das desigualdades educativas, por abor-
darem a diferença como carência, propondo as-
sistência a “necessitados”, quando o que está em
jogo são direitos de cidadãos.
A valorização da sociedade civil como co-
gestora das questões públicas é outro eixo do de-
bate enfrentado pelo artigo. Ele recorda que a so-
ciedade civil nunca esteve ausente da prestação e
gestão dos serviços educacionais e que a expansão
e democratização dos sistemas de ensino pela pro-
gressiva inclusão de novos segmentos sociais fo-
ram objeto de luta política, mas assinala que, dian-
te das exigências de integração social, foi a refe-
rência a um Estado nacional que conferiu à escola
um caráter universalista. Tanto a identificação que
as reformas educativas modernizantes promovem
entre sociedade civil e mercado quanto as propos-
tas que delegam às organizações sociais funções
de gestão dos serviços educativos são rejeitadas
pela autora, que opera com a hipótese de que a
210 Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000
sociedade civil constitua um terreno de articulação
democrática com o Estado, promovendo o reco-
nhecimento da diversidade e a reconstrução de
identidades coletivas, o sentimento de solidarie-
dade, o alargamento do campo de direitos e a in-
clusão social.
Saímos da leitura dessa coletânea mais bem
instrumentalizados e mais convencidos da possibi-
lidade de formulação de um ideário pedagógico
autônomo que, diante das transformações históri-
cas em curso nos países do continente, não conti-
nueabordandoamudançaeducacionalcomoexer-
cício de engenharia social subordinado às exigên-
cias da esfera econômica, mas encare as reformas
educativas como criações culturais permeáveis ao
debate intelectual e à participação societária.
Maria Clara Di Pierro
Ação Educativa – assessoria, pesquisa e
informação
MONTEIRO LOBATO: UM BRASILEIRO SOB
MEDIDA
Marisa Lajolo
São Paulo: Moderna, 2000, 99 p.
Ao longo dos anos, a história da literatura
fixou uma imagem multiforme e um tanto contra-
ditória de Monteiro Lobato. De uma lado, afirma-
se o escritor inventivo, considerado o criador de
nossa literatura infantil; de outro, configura-se o
crítico de pintura que tripudiou sobre os quadros
inovadores da pintora modernista Anita Mafalti; ora
cita-se o fazendeiro que ridicularizou seus agrega-
dos na figura do Jeca Tatu, ora exalta-se o cidadão
progressista defensor do petróleo nacional. O novo
livro de Marisa Lajolo, Monteiro Lobato: um brasi-
leiro sob medida, vai além dessa imagem, mos-
trando que a carreira poliédrica do escritor foi fru-
to de uma visão de mundo arrojada e moderna,
sempre em perfeita sintonia com o seu momento
histórico.
O livro de Marisa começa como uma bio-
grafia sentimental e até convencional. Nos capítu-
los iniciais, a autora confessa as raízes infantis do
seu encanto pelo escritor, acompanha os primei-
ros passos de Lobato nos meios escolares, narra a
quase obrigatória passagem pelas arcadas da facul-
dade de Direito de São Paulo e a atividade de fa-
zendeiro-escritor nas terras herdadas do avô vis-
conde. Mas, aos poucos, vai se desvelando para o
leitor a personalidade rica e vigorosa de Lobato,
que passa de escritor para “escritor-editor de si
mesmo, e finalmente editor de obras alheias”, per-
correndo uma trajetória pontuada de “impasses,
hesitações e remorsos”.
Apesar dos momentos de dúvida, o perfil
do escritor-editor se afirma com todo seu vigor.
Em uma época em que a qualidade gráfica dos li-
vros era considerada fator irrelevante para os edi-
tores brasileiros, Lobato intui que a aparência do
produto era indispensável para atrair a atenção dos
leitores. Contrata artistas plásticos para moderni-
zar as capas e ilustrar os textos, assim imprimindo
uma feição artística na materialidade do livro. Faz
considerações sobre a importância da censura e
do escândalo como desencadeadores de venda de
um livro, ou ainda, discute a diversidade de interes-
ses entre escritor e editor. Essa concepção utilitária
da literatura é ousada para os anos 20, mas, como
diz Marisa Lajolo, está em sintonia com seu tempo,
pois então “o Brasil timidamente se moderniza, e
se moderniza numa direção capitalista”.
Outro tema abordado na biografia, como
não poderia deixar de acontecer, são os livros in-
fantis, considerados pela autora como a mais bela
invenção de Lobato. Aqui, entretanto, a obra
lobatiana é vista sob um ângulo novo, pois Marisa
vai além das apreciações textuais e mostra que a
saga do Sítio do Picapau Amarelo foi um verdadei-
ro “projeto literário e pedagógico sob medida para
o Brasil”. Logo após publicar seu primeiro livro,
Narizinho arrebitado, o autor transfere a experiên-
cia de editor de literatura adulta para a realidade
mercadológica do livro infantil. Conhecedor do
papel fundamental da escola e do Estado na difu-
são da leitura, dá o primeiro impulso a sua obra
infantil distribuindo gratuitamente 500 exempla-
res de Narizinho arrebitado às escolas públicas

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Reformas educativas na América Latina

  • 1. 207Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000 é examinado em detalhe, pondo a nu o substrato pouco democrático dos procedimentos adotados. No prefácio, Celestino Alves da Silva Jr. re- sume bem a contribuição do livro de Maria Sylvia: “confrontar a escuridão, trazer luz ao debate e tra- zer à luz as forças em debate.” Em tempos de prevalência de “pensamento único”, que melhor qualificação para um trabalho científico? Dagmar Zibas Fundação Carlos Chagas O CENÁRIO EDUCACIONAL LATINO- AMERICANO NO LIMIAR DO SÉCULO XXI: REFORMAS EM DEBATE Nora Krawczyk, Maria Malta Campos e Sérgio Haddad (orgs.) Campinas:AutoresAssociados,2000,140p. A coletânea reúne textos preparados para o ciclo de debates A construção social das políticas educacionais no Brasil e na América Latina, reali- zado em 1999 pela Pontifícia Universidade Católi- ca de São Paulo, em que os autores abordam os nexos entre as reformas educativas em curso nes- te final de século e as mudanças socioculturais e políticas associadas à globalização econômica, à preeminência das orientações neoliberais nos pro- cessos de reforma do Estado e de ajuste econômi- co implementados nos países do continente, bem como a influência de organismos e bancos inter- nacionais sobre esses eventos. “A incomparável virtude do mercado: políti- cas sociais e padrões de atuação do Estado nos marcos do neoliberalismo” é o título do artigo em que o filósofo Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes analisa argumentos com os quais determi- nadas correntes do pensamento neoliberal pres- crevem a mudança do papel do Estado na gestão das políticas sociais e na provisão dos serviços edu- cacionais. O professor da Universidade Estadual de Campinas procura demonstrar que a doutrina neo- liberal recupera antigas teses do liberalismo clássi- co sobre as supostas vantagens do mercado em relaçãoaoEstadocomoinstânciareguladoradavida social, com base nas quais tenta sustentar prescri- ções conservadoras sobre a necessidade de colo- car limites ao campo da governabilidade demo- crática mediante a restrição dos âmbitos de inci- dência do voto popular. O autor historia a evolução do pensamento neoliberal na segunda metade do século XX e sumariza suas três vertentes principais: a escola austríaca, liderada por Friedrich von Hayek; a es- cola de Chicago, conhecida pela obra de Milton Friedman e pela teoria do capital humano de T. W. Schultz; e a escola de Virgínia, cujo expoente é o economista norte-americano James M. Buchanan. Moraes elege esta última corrente para uma aná- lise crítica mais aprofundada dos pressupostos e argumentos elaborados pela chamada teoria da Public Choice. No intento de transportar a lógica operativa do mercado aos bens públicos, as doutrinas neoli- berais propõem que as políticas sociais compensa- tórias de alívio da pobreza sejam orientadas pelas diretrizes de focalização, descentralização e privatização. Quando as políticas têm por objeto serviços sociais públicos cuja oferta em nível básico deva ser universal, como é o caso da educação, essas teorias propõem que se busque conciliar pro- visãopúblicaeproduçãoprivada,modeloquepode contemplar ainda a participação do chamado ter- ceiro setor. Na interpretação de Moraes, a ênfase depositada nos processos de reforma educacional em curso na América Latina e no Brasil para os sistemas de avaliação das políticas públicas tem por finalidade simular mecanismos mercantis, como a lógica fornecedor-cliente. Em “Espaço público e educação” o profes- sor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Luiz Eduardo Wanderley volta ao tema da esfera pública democrática para abordar a construção social das políticas educacionais no Brasil. Apoiado em Jürgen Habermas e Norberto Bobbio, o autor salienta a historicidade do conceito de espaço pú- blico, construído no jogo de distanciamento e interpenetração das esferas pública e privada ao longo da modernidade. O enunciado de um con-
  • 2. 208 Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000 junto de atributos ou critérios de publicidade (uni- versalidade, visibilidade, controle social, represen- tação de interesses coletivos, autonomia dos ato- res, democratização dos fóruns de deliberação, cultura pública) serve de baliza à apreciação crítica do conceito de espaço público não-estatal conexo ao modelo de administração gerencial proposto pelo ex-ministro da reforma do Estado Luiz Carlos Bresser Pereira. Com o rigor do sociólogo, distingue e conceitua indivíduo, cidadão, sujeito e ator, antes de ingressar propriamente na análise de alguns dos atores sociais que participam do debate e inter- vêm na reforma educacional brasileira, como o Banco Mundial, o poder público federal, os meios de comunicação de massa, as centrais sindicais, os movimentos sociais (de luta por escola, das esco- las comunitárias, dos trabalhadores rurais sem ter- ra) e distintas expressões do chamado terceiro se- tor (fundações empresariais, organizações não go- vernamentais, redes pluriinstitucionais e fóruns intersetoriais). “Uma introdução ao estudo das organiza- ções multilaterais no campo educacional”, da pes- quisadora Fúlvia Rosemberg, constitui o terceiro capítulo do livro. Embora a autora o defina de modo despretensioso como um roteiro de aula que sistematiza informações sobre os organismos multilaterais, o artigo realiza não só uma revisão bibliográfica inédita como também ensaia uma in- cursão pelo terreno da sociologia das instituições que oferece uma abordagem original ao polêmico tema da influência dos bancos multilaterais na re- forma educacional. O texto faz uma descrição didática seguida de uma análise dos organismos dos sistemas das Nações Unidas e do Banco Mundial que não os caracteriza como organizações monolíticas, mas assinala sua rigidez institucional e processual, bem como a simetria entre e a capacidade de financia- mento dos estados membros e a posição relativa que eles ocupam na hierarquia interna. Desses organismos emanam agendas políticas tendencial- mente homogêneas e conservadoras, mas que comportam contradições e são relativamente per- meáveis ao conflito, especialmente naqueles cam- pos temáticos em que o perfil do pessoal técnico rompe a uniformidade dominante nos escalões superiores e comporta maior ecletismo teórico e/ ou político. A sistematização dos principais achados da literatura sobre os processos de eleição temática, produção de consensos e tomada de decisões das organizações intergovernamentais destaca, sobre- tudo, as influências dos atores nacionais e das insti- tuições científicas e intelectuais nos processos de difusão da agenda de reformas de cunho neolibe- ral. Esses argumentos corroboram a intenção ex- plícita da autora de sensibilizar os pesquisadores da área educacional sobre seu papel nas negocia- ções relacionadas a programas financiados e/ou orientados pelas instituições intergovernamentais, superando as simplificações que freqüentam o dis- curso de denúncia com relação à subordinação bra- sileira às imposições dos bancos multilaterais de desenvolvimento. Neste sentido, Rosemberg ali- nha-se a outros analistas que reconhecem a co- responsabilidade dos atores nacionais nas delibe- rações relativas aos empréstimos contraídos junto aos bancos multilaterais e à agenda da reforma educacional, vislumbrando a possibilidade de re- sistência e influência da sociedade civil pela media- ção das instituições políticas democráticas e das organizações não governamentais nacionais e in- ternacionais. “Resistência e submissão: a reforma educa- cional na década de 90” é o título da contribuição de Lisete Regina Gomes Arelaro, professora da Universidade de São Paulo, que focaliza, sobretu- do, os embates políticos em torno dos quais os diferentes atores sociais incidiram no processo de reforma da educação brasileira na década de 90, tendo por pano de fundo os movimentos contra- ditórios de reorganização da sociedade civil, de- mocratização política e consolidação jurídica de direitos sociais, de um lado, e o redimensionamen- to das funções do Estado sob a égide do pensa- mento neoliberal e os condicionamentos econô- micos, de outro. A autora indica três critérios para apreciar a
  • 3. 209Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000 efetividade das políticas públicas de educação dos anos 90 – ampliação do acesso e da permanência dos educandos no sistema, qualidade do ensino e democratização da gestão –, e defende a tese de que este último aspecto desenhou uma linha divi- sória entre duas etapas distintas na reforma edu- cativa: até 1994 teria prevalecido um estilo tole- rante à pluralidade que comportou processos am- plos de consulta e negociação com as organiza- ções sociais mediante a participação em conselhos ou comissões de gestão; na segunda metade da década, teria-se disseminado um padrão autoritá- rio de gestão legitimado por argumentos de cor- reção técnica que paralisou os conselhos e comis- sões consultivos e excluiu do campo decisório os organismos civis e correntes políticas que divergiam dos pressupostos ou resistiam às diretrizes da re- forma. O artigo analisa as alterações introduzidas na legislação a partir de 1996 e contesta o diag- nóstico de que os problemas de acesso à educa- ção no Brasil estejam sanados ou que os recursos investidos sejam suficientes, embora seu emprego seja ineficiente. Assinala o paradoxo existente en- tre o discurso e as medidas de descentralização financeira e administrativa e de alargamento da autonomia das unidades escolares, e os impulsos de centralização e controle implícitos no estabele- cimento de parâmetros curriculares nacionais e na adoção de sistemas padronizados de avaliação da aprendizagem. O texto critica também o sentido instrumental conferido à participação dos pais e da comunidade na gestão escolar, concluindo em fa- vor da construção participativa de um Plano Na- cional de Educação de caráter inclusivo. “Anos 90: novos eixos de discussão na polí- tica educacional da América Latina” expõe a tese da professora da Universidade de La Plata Guillermina Tiramonti, de que a valorização da autonomia escolar, as políticas de compensação de desigualdades, a volta da preocupação com os va- lores e a busca de estratégias de cooperação polí- tica e social são medidas que compõem uma ope- ração de engenharia social que visa administrar as conseqüências negativas do engajamento subalter- no dos países latino-americanos na economia globalizada. Ressalvando que as singularidades his- tóricas e culturais de cada um dos países conferem aos respectivos sistemas educativos sentidos bas- tante distintos, a autora interpreta que a reforma modernizante em curso na região, organizada em torno dos critérios de mercado, é incapaz de en- frentar os problemas da segmentação social cres- cente e das desigualdades educativas que lhe são correspondentes. O texto problematiza o sentido positivo atri- buído à autonomia escolar, ponderando seus limi- tes na promoção da qualidade e eqüidade dos sis- temas de ensino e advertindo para o risco de que, ao invés de promover a integração, implique au- mento da segregação, operando uma privatização das responsabilidades pela educação das novas ge- rações que amplia as desigualdades de capital so- cial e cultural ligadas à origem de classe das famílias. Tiramonti admite que a maior autonomia possa fa- vorecer a pertinência das escolas para o entorno social e incorporá-las ao circuito de instituições que articulam as demandas populares e promovem o controledocidadãosobreosgovernos.Não poupa críticas, porém, aos programas focalizados de com- pensação das desigualdades educativas, por abor- darem a diferença como carência, propondo as- sistência a “necessitados”, quando o que está em jogo são direitos de cidadãos. A valorização da sociedade civil como co- gestora das questões públicas é outro eixo do de- bate enfrentado pelo artigo. Ele recorda que a so- ciedade civil nunca esteve ausente da prestação e gestão dos serviços educacionais e que a expansão e democratização dos sistemas de ensino pela pro- gressiva inclusão de novos segmentos sociais fo- ram objeto de luta política, mas assinala que, dian- te das exigências de integração social, foi a refe- rência a um Estado nacional que conferiu à escola um caráter universalista. Tanto a identificação que as reformas educativas modernizantes promovem entre sociedade civil e mercado quanto as propos- tas que delegam às organizações sociais funções de gestão dos serviços educativos são rejeitadas pela autora, que opera com a hipótese de que a
  • 4. 210 Cadernos de Pesquisa, nº 111, dezembro/2000 sociedade civil constitua um terreno de articulação democrática com o Estado, promovendo o reco- nhecimento da diversidade e a reconstrução de identidades coletivas, o sentimento de solidarie- dade, o alargamento do campo de direitos e a in- clusão social. Saímos da leitura dessa coletânea mais bem instrumentalizados e mais convencidos da possibi- lidade de formulação de um ideário pedagógico autônomo que, diante das transformações históri- cas em curso nos países do continente, não conti- nueabordandoamudançaeducacionalcomoexer- cício de engenharia social subordinado às exigên- cias da esfera econômica, mas encare as reformas educativas como criações culturais permeáveis ao debate intelectual e à participação societária. Maria Clara Di Pierro Ação Educativa – assessoria, pesquisa e informação MONTEIRO LOBATO: UM BRASILEIRO SOB MEDIDA Marisa Lajolo São Paulo: Moderna, 2000, 99 p. Ao longo dos anos, a história da literatura fixou uma imagem multiforme e um tanto contra- ditória de Monteiro Lobato. De uma lado, afirma- se o escritor inventivo, considerado o criador de nossa literatura infantil; de outro, configura-se o crítico de pintura que tripudiou sobre os quadros inovadores da pintora modernista Anita Mafalti; ora cita-se o fazendeiro que ridicularizou seus agrega- dos na figura do Jeca Tatu, ora exalta-se o cidadão progressista defensor do petróleo nacional. O novo livro de Marisa Lajolo, Monteiro Lobato: um brasi- leiro sob medida, vai além dessa imagem, mos- trando que a carreira poliédrica do escritor foi fru- to de uma visão de mundo arrojada e moderna, sempre em perfeita sintonia com o seu momento histórico. O livro de Marisa começa como uma bio- grafia sentimental e até convencional. Nos capítu- los iniciais, a autora confessa as raízes infantis do seu encanto pelo escritor, acompanha os primei- ros passos de Lobato nos meios escolares, narra a quase obrigatória passagem pelas arcadas da facul- dade de Direito de São Paulo e a atividade de fa- zendeiro-escritor nas terras herdadas do avô vis- conde. Mas, aos poucos, vai se desvelando para o leitor a personalidade rica e vigorosa de Lobato, que passa de escritor para “escritor-editor de si mesmo, e finalmente editor de obras alheias”, per- correndo uma trajetória pontuada de “impasses, hesitações e remorsos”. Apesar dos momentos de dúvida, o perfil do escritor-editor se afirma com todo seu vigor. Em uma época em que a qualidade gráfica dos li- vros era considerada fator irrelevante para os edi- tores brasileiros, Lobato intui que a aparência do produto era indispensável para atrair a atenção dos leitores. Contrata artistas plásticos para moderni- zar as capas e ilustrar os textos, assim imprimindo uma feição artística na materialidade do livro. Faz considerações sobre a importância da censura e do escândalo como desencadeadores de venda de um livro, ou ainda, discute a diversidade de interes- ses entre escritor e editor. Essa concepção utilitária da literatura é ousada para os anos 20, mas, como diz Marisa Lajolo, está em sintonia com seu tempo, pois então “o Brasil timidamente se moderniza, e se moderniza numa direção capitalista”. Outro tema abordado na biografia, como não poderia deixar de acontecer, são os livros in- fantis, considerados pela autora como a mais bela invenção de Lobato. Aqui, entretanto, a obra lobatiana é vista sob um ângulo novo, pois Marisa vai além das apreciações textuais e mostra que a saga do Sítio do Picapau Amarelo foi um verdadei- ro “projeto literário e pedagógico sob medida para o Brasil”. Logo após publicar seu primeiro livro, Narizinho arrebitado, o autor transfere a experiên- cia de editor de literatura adulta para a realidade mercadológica do livro infantil. Conhecedor do papel fundamental da escola e do Estado na difu- são da leitura, dá o primeiro impulso a sua obra infantil distribuindo gratuitamente 500 exempla- res de Narizinho arrebitado às escolas públicas