O documento apresenta uma introdução sobre os princípios da neurolinguística para entender a mente humana. Aborda temas como a linguagem da mente, percepção, representação, consciente versus inconsciente, e como esses conceitos podem ajudar as pessoas a mudarem comportamentos indesejados e criarem uma vida mais plena.
2. Princípios de Neurolinguística para uma vida plena
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1. Parte I – Conhecendo a Mente
1.1. A linguagem da mente
Nossa mente possui uma forma particular de linguagem, que está associada com nossos instintos
mais primitivos (sobrevivência e reprodução). Logo, não pensamos o que queremos pensar, mas sim
aquilo que chama a atenção de nossos instintos, por representar algum perigo à nossa sobrevivência ou
alguma oportunidade para procriação.
Compreender essa linguagem é compreender como somos programados e conseqüentemente como
reprogramar nossa mente para que possamos reprimir comportamentos indesejados, que nos causam dor,
ou criar comportamentos valiosos que nos dão prazer e nos levam ao sucesso.
1.1.1. PNL ou CNA?
A PNL (Programação Neurolinguística) nasceu nos anos 70, na universidade da Califórnia nos
Estados Unidos através das observações que Richard Bandler e John Grinder fizeram do comportamento
de inúmeras pessoas tidas como “vencedoras”. Nessas observações, eles perceberam que existiam
“modelos” de linguagem e comportamento que eram comuns em pessoas que possuíam grande sucesso
naquilo que faziam. Ao mapear esses padrões e reproduzi-los, perceberam o grande potencial que existia
nessa técnica e passaram a aplicá-la no seu próprio trabalho e em outras pessoas, alcançando resultados
surpreendentes.
A PNL consiste, desta forma, em uma metodologia para aplicação de técnicas de
recondicionamento (programação) de nossa linguagem mental, que visem atenuar características
comportamentais consideradas negativas ou enfraquecedoras, pondo no lugar outras que nos levem ao
fortalecimento e ao sucesso.
Já o CNA (Condicionamento Neuro-Associativo), foi uma adaptação da PNL feita por Anthony
Robbins, que visou retirar da pessoa do “programador” a responsabilidade pela mudança e devolve-la a
pessoa que deseja e está executando a reprogramação. O intuito é eliminar a responsabilidade alheia e
fazer com que a mudança seja duradoura, pois ele percebeu que uma mudança induzida por outra pessoa
nos leva a considerar essa outra pessoa como responsável e não nós mesmos.
1.1.2. A Dobradinha Dor X Prazer
Nossa mente é fortemente orientada segundo dois princípios:
• Nos afastar da Dor
• Nos aproximar do Prazer
Tudo que pensamos, seja consciente ou inconscientemente, levam sempre esses dois princípios em
consideração e por isso, tudo aquilo que sentimos que nos causará dor, nós tendemos evitar
instintivamente, ao mesmo tempo em que buscamos incessantemente por oportunidades que nos levem a
sentir prazer.
Compreender essa relação nos garante um maior controle sobre nossas vidas, pois nos permite
entender e manipular a forma pela qual nos esforçamos para conseguir algo que desejamos, seja deixar
um hábito ou vício que nos incomoda e nos faz sofrer, seja efetuar mudanças que nos levem a níveis
superiores de vida, como passar a ter uma alimentação mais saudável e fazer exercícios físicos.
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1.2. Percepção
Consiste na capacidade de nossa mente de ler as informações provenientes dos nossos 5 sentidos e
registrá-las de forma a usá-las mais tarde no processo de tomada de decisão e de “representação” do
mundo ao nosso redor.
A percepção é algo extremamente seletivo que ocorre simultaneamente a nível consciente e
inconsciente em nossa mente. Isso quer dizer que nem tudo que registramos através de nossos sentidos, o
nosso cérebro irá tratar como informação relevante. Ele antes irá aplicar um conjunto de regras para tentar
descobrir se as informações que chegam são ou não relevantes ao ponto de demandarem tempo e
capacidade cerebral para serem processadas. A quantidade de informação que nosso cérebro recebe dos
nossos sentidos é tão grande, que se ele não as filtrasse, em pouquíssimo tempo nossa mente travaria,
assim como ocorre com um computador sobrecarregado por um programa muito complexo, ou seja,
perderíamos rapidamente a capacidade de responder em tempo real a todas as situações da vida e com
toda certeza iríamos ter grandes problemas, principalmente em situações de risco.
1.3. Representação
Nós usamos nossos sentidos para perceber o mundo a nossa volta, mas sem a capacidade de juntar
todas as peças do quebra-cabeça, nós simplesmente não veríamos sentido algum em tudo que
percebemos. Para resolver esse problema, nossa mente possui a capacidade de “representar” ou construir
uma visão de realidade do mundo a partir das informações captadas e filtradas dos nossos sentidos.
Um dos fatores mais incríveis e importantes de serem entendidos no processo de representação, é
que ao montar as estruturas que representam nosso mundo, quem somos e o que sentimos, nossa mente
inconsciente não distingue aquilo que é real (chegou através dos nossos sentidos) ou aquilo que foi criado
a partir de nossas lembranças e imaginação. Trocando em miúdos, isso quer dizer que para nossa mente
inconsciente, não importa se realmente ouvimos uma música que gostamos muito, ou simplesmente
resgatamos da memória a lembrança dessa música. O fato é que nossa mente irá nos fazer sentir a emoção
associada a essa música, independentemente do caminho pelo qual ela chegou. É muito importante
entender esse princípio, pois é através dele que a Neurolinguística nos ajuda a mudar a forma com que
representamos nossa realidade, e conseqüentemente ganhamos o poder de definir, conscientemente,
aquilo que sentimos. Esse é o verdadeiro poder que nos é dado pelo conhecimento de nós mesmos e todos
aqueles que se dedicam a compreender a si mesmo e a utilizar esse conhecimento para seu próprio
crescimento, passa a ter uma grande ferramenta de sucesso em suas mãos.
1.4. Humano e Divino
Muito embora esse assunto seja controverso e muito discutido em todas as religiões, não podemos
deixar de perceber em nós mesmos, dois lados muito bem caracterizados. Podemos chamar de vários
nomes, porém a Bíblia nos mostra muito claramente de que se trata esses dois lados: Carne e Espírito.
Somos seres espirituais habitando num corpo carnal, e isso inevitavelmente apresenta certas
dificuldades e se não compreendermos tais dificuldades, seremos alvos fáceis para ataques nesses dois
lados, pois ambos precisam viver em harmonia e perfeita integração para que haja equilíbrio, por isso, são
exatamente nos momentos de desequilíbrio, que esses dois lados se manifestam de forma mais clara e
notada.
O psicólogo austríaco Carl Gustav Jung, criador da psicologia analítica, descreve esses dois lados
como sendo um “luminoso”, divino e o outro “sombrio”, e por se tratar de algo que é desprovido de luz e
que nos segue para onde quer que andemos, ele chamou esse lado de “sombra”.
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1.4.1. Consciente X Inconsciente
Todos nós já ouvimos falar e temos uma noção a respeito dessas duas partes da nossa mente,
porém nos escapa na maioria das vezes, o que elas representam exatamente.
Devemos entender nossa mente consciente como a porção que temos controle e percepção a todo
o momento, como se fosse a porção visível de uma grande pedra enterrada na areia. Sabemos que existe
uma parte da pedra que está enterrada, mas não podemos vê-la e nem temos noção do seu tamanho. Essa
parte oculta de nossos olhos, podemos chamar de inconsciente. Atualmente os pesquisadores acreditam
que a parte consciente responde apenas por 5% da nossa mente, ficando os outros 95% a cargo dos
processos inconscientes.
Percebemos assim, que a maior parte do que somos e pensamos está, na grande maioria das vezes, fora do
alcance de nossas percepções conscientes, o que faz com que não percebamos ou não tenhamos o controle
sobre a maior parte do que fazemos, sentimos ou somos.
1.4.2. A Sombra
Nada mas é que nossa essência mais sombria e animalesca, que representa nossas vontades e
desejos pelo prazer. É uma porção de nós que não possui moral ou qualquer valor mais elevado a não ser
a busca incessante pelo prazer, sem olhar as conseqüências. Porém não podemos deixar de perceber a
importância da sombra em nossas vidas, pois ela é a responsável pela força, vibração e paixão em tudo
que fazemos. Ela nos impulsiona e motiva a conquistar e vencer obstáculos em prol de atingirmos nossos
objetivos. Ela não é essencialmente má ou boa, por isso deve ser direcionada e cuidada, para que não
fique sem controle e nos leve a cometer atos impensados que venham a causar grandes danos para nós
mesmos e para aqueles que se encontram a nossa volta.
Podemos entender a nossa Sombra como a porção mais carnal e humana em nós, porém não
podemos tratá-la como se fosse algo tão ruim que devêssemos extirpá-la, pois estaríamos causando nosso
próprio desequilíbrio, levando-nos a grande sofrimento.
Em suma, a Sombra deve ser compreendida, aceita e cuidada, para que dessa forma ela trabalhe a
nosso favor e não contra nós, pois uma vez rejeitada, ela se torna como um animal ferido e acuado,
perigoso e que espera o momento certo para atacar e destruir seu inimigo. Uma vez cuidada, alimentada e
direcionada, a Sombra é muito útil e importante em nossas vidas, pois ela nos concede a força e
determinação necessárias para que enfrentemos as dificuldades da vida e saiamos vitoriosos.
Quando estamos em equilíbrio, nossa Sombra permanece sob controle por parte de nosso lado
luminoso ou divino (nosso espírito) e dessa forma trabalha para o bem, segundo a direção e vontade de
Deus.
1.4.3. As Máscaras
Quando não damos a devida atenção a nossa Sombra, e muitas vezes ainda tentamos esconder suas
manifestações, que por tantas vezes se faz através de atos egoístas e recrimináveis, ela busca uma forma
de se expressar e assumir o controle. Nesse momento, se trava uma grande batalha dentro de nós entre
nossos lados humano e divino, luminoso e sombrio. Enquanto estamos nessa batalha, por vezes tentamos
esconder as manifestações de nossa Sombra, pois ela nos envergonha e nos torna pessoas recrimináveis
aos olhos alheios. Então, para esconder esse lado indesejado e sombrio, fazemos uso das “máscaras”, que
nada mais são do que fachadas ilusórias que construímos para esconder de todos, e muitas vezes de nós
mesmos, quem realmente somos e as vergonhas que temos. Essas máscaras se apresentam de acordo com
aquilo que tentamos esconder, por exemplo: Uma pessoa que se sente inadequada e incapaz, normalmente
tenta se mostrar aos outros como uma pessoa dedicada, ajudadora e sempre disposta a se doar para o bem
de outros.
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1.4.4. Autossabotagem
Este é o processo pelo qual nossa mente em desequilíbrio entra em conflito e luta contra si mesma.
Esse conceito parece um pouco confuso a princípio e até bastante ilógico, porém é fundamental nessa
etapa do estudo, que se entenda perfeitamente bem a dualidade de nossa mente através do lado divido e
carnal.
O próprio apóstolo Paulo, disse em sua carta aos Romanos:
“Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.”
Romanos 7:15
Nesse texto o apóstolo enfatiza a dualidade da carne e do espírito e a ação do pecado para induzir
a nossa carne a um estado no qual ela passa a lutar com o espírito pelo controle do nosso ser. Fica
evidente que essa batalha interna se processa em nossa mente e por não compreendermos seus
mecanismos, passamos a agir de forma antagônica a nossos desejos, fazendo o que achamos errado e não
conseguindo fazer o que achamos certo. A esse processo confuso e conflituoso é que chamamos
“autossabotagem”, pois sabotamos a nós mesmos na medida em que nossa mente consciente nos impele a
realizar algo que planejamos e queremos, ao mesmo tempo em que nossa mente inconsciente nos induz a
fazer algo totalmente contrário.
A grande força do processo de autossabotagem reside no fato de ser totalmente inconsciente, logo,
não o percebemos facilmente a menos que desenvolvamos a técnica necessária para vasculhar nosso
inconsciente e trazer a tona todo o conjunto de sentimentos antagônicos (nossos medos, desejos e
vergonhas) que estão aprisionados dentro de nós e do fundo de suas celas, gritam e perturbam a nossa paz
interior, nos induzindo a fazer coisas que não queremos e gerando dentro de nós uma grande sensação de
incapacidade e impotência diante de fatos que não entendemos e não conseguimos mudar. A
neurolinguística nos ajuda a compreender e acessar essas áreas obscuras de nossa mente, de forma que
possamos recuperar esses prisioneiros e fazê-los trabalhar para o bem de nós mesmos e não condená-los a
prisão perpétua ou a morte.
1.4.5. Negação
Nossa mente, assim como nosso corpo, possui mecanismos de defesa, que visam protegê-la de
ataques e situações potencialmente devastadoras. A negação é um desses mecanismos e funciona
impedindo que situações vividas por nós que ainda não conseguimos compreender ou que sejam
dolorosas demais para assimilarmos com rapidez causem danos irreparáveis em nossa psique.
Esse processo funciona analogamente ao mecanismo de proteção de aparelhos eletrônicos, nos
quais caso seja atingida uma voltagem muito alta ou uma temperatura acima dos limites suportáveis pelo
equipamento, o mesmo se desliga evitando assim um dano maior. Nossa mente funciona da mesma
forma, porém ao invés de se desligar totalmente, ela desliga apenas partes da percepção e da
representação da realidade, colocando uma ilusão criada por ela mesma no lugar de um fato real que ela
não consiga tratar. Com o passar do tempo, ela vai gradativamente deixando vir a tona e tratando as
informações traumáticas trazidas pelos sentidos até que toda a realidade seja compreendida e
internalizada. Como exemplo podemos analisar o caso da morte de um ente querido, pai, mãe, marido,
esposa, na qual a pessoa sobrevivente não consegue absorver o impacto da morte da pessoa que amava e
entra instantaneamente em negação. Esse processo faz com que ela não encare a realidade da perda da
pessoa amada e viva seus dias como se essa pessoa ainda estivesse viva, no máximo fazendo uma viagem
e que em breve irá retornar. Esse episódio não é nada incomum, mas tende com o tempo, dias e às vezes
semanas, se reverter naturalmente e a pessoa que estava em profunda negação retorna a realidade sozinha,
aceitando a morte da pessoa amada.
Infelizmente, existem situações mais graves onde esse mecanismo de defesa não funciona de
forma adequada e a pessoa entra em um processo de negação patológica, na qual ela constrói uma
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realidade paralela em sua mente, que pode ser total ou parcial e passa a viver segundo essa realidade,
mesmo que tal realidade aparente ser, para quem observa de fora, totalmente falsa e mentirosa. É
justamente nesse ponto em que somos capazes de ver nitidamente uma pessoa mentir a respeito de si
mesma ou de fatos ocorridos e perceber que ainda assim ela parece acreditar nas mentiras que conta. Na
verdade ela acredita estar falando a verdade, pois para ela, a ilusão criada por sua mente desequilibrada é
tão real que ela não consegue perceber sua falsidade, mesmo que alguém conte a ela.
1.5. O princípio da sintonia
Sintonia é o processo pelo qual um certo elemento que funciona como transmissor, emite uma
informação através de algum meio, que pode ser por exemplo, radiofreqüência como no caso de aparelhos
de TV e Rádio, e em algum lugar, ao seu alcance, existe um outro elemento que funciona como receptor,
que se encontra ajustado de forma a ter a capacidade de receber e entender a informação transmitida.
Vamos dar um exemplo prático através da transmissão de TV. Nesse tipo de transmissão, a
emissora de TV envia sua programação, uma novela, por exemplo, para seus equipamentos de
transmissão, que pegam os sinais captados pelas câmeras (áudio e vídeo) e os codifica para serem
transmitidos pelo ar, através das ondas de RF (Rádio Freqüência), que são ondas eletromagnéticas que se
propagam pelo espaço a velocidade da luz. Esse sinal é irradiado pelas enormes antenas que ficam nos
pontos mais altos da cidade, como o morro do Sumaré no Rio de Janeiro. O sinal emitido pelas antenas
carrega as informações de diversas emissoras, cada uma separada por uma faixa de freqüência que
chamamos de canal (canal 4 - rede Globo, canal 13 – rede Record, etc.). Ao chegar em nossas casas, esse
sinal entra pelas antenas dos aparelhos receptores de TV (nossas televisões) e precisam ser tratados para
que a informação de áudio e vídeo sejam retiradas do sinal emitido e apresentadas na tela e nos alto-
falantes do aparelho.
Ora, mas chegam à mesma antena, os sinais provenientes de todas as emissoras de TV, como então eles
são separados? Isso ocorre através da SINTONIA, ou seja, quando selecionamos certo canal no controle
remoto, o aparelho de TV modifica seus circuitos internos, para passar a filtrar os sinais que entram na
freqüência exata do canal que queremos assistir. A esse processo de ajuste para captar somente a emissora
desejada é que chamamos de sintonia.
Esse conceito de sintonia pode ser ampliado para entendermos que absolutamente tudo no mundo
emite algo, e se algo é emitido, então existem elementos que estão preparados para receber aquilo que foi
emitido.
Nos relacionamentos humanos, por exemplo, existe um termo análogo a sintonia, que chamamos
de “afinidade”. Dizemos que uma pessoa possui afinidade com outra, quando elas operam na mesma
sintonia, ou seja, aquilo que uma emite é facilmente recebido pela outra pessoa e vice-versa.
1.5.1. Transmissão e Recepção
Entendido o princípio da sintonia, podemos aplicar esse conceito a mente humana. Podemos
entender nossa mente como um grande e poderoso transceptor (aparelho que transmite e recebe ao mesmo
tempo), ou seja, somos capazes de transmitir e receber um grande número de informações através de
vários meios ao mesmo tempo. Podemos usar nossos olhos para receber informações visuais e ao mesmo
tempo usar nossos gestos para transmiti-las. Podemos usar nossa voz para transmitir informações
auditivas e ao mesmo tempo nossos ouvidos para captá-las.
Independentemente de nossos órgãos físicos, nossa mente também possui uma grande capacidade
de transmitir e receber informações através de nossos pensamentos. Muito embora a ciência não tenha
pleno conhecimento desse potencial e não entenda todos os mistérios da mente humana, já é bastante
aceito que pensamentos possam receber alguma forma de indução e que podem também ser transmitidos e
dessa forma também induzir em outros algum tipo de influencia. Pode-se comparar nossa mente como um
aparelho de rádio ou TV, que através do pensamento irradia ondas de informação que podem de alguma
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maneira, provocar alguma interferência em outras mentes que podem estar sintonizadas naquele
momento.
1.5.2. Influência
Uma vez entendido que nossa mente funciona como um transceptor fica muito mais fácil
compreender certos mecanismos que por vezes somos capazes de observar em nós mesmos e nas pessoas
que nos cercam. Em muitas ocasiões percebemos que pessoas que chegam ou estão no mesmo ambiente
que nós, ao se expressarem, seja verbalmente ou não, nos passam uma sensação boa ou ruim. Acabamos
nos sentindo influenciados por essas pessoas, e sem que nos demos conta, pensamentos semelhantes aos
transmitidos por ela estão brotando em nossa mente. Talvez, na maioria das vezes, você perceba esse
fenômeno através de palavras proferidas e certas expressões corporais, porém se observarmos mais de
perto vamos perceber que existe sim, certa influência oculta e silenciosa na qual certas pessoas, mesmo
sem dizer uma palavra, já impregnam o ambiente com uma tamanha dose de negativismo ou alegria, que
nós, sem pestanejarmos, podemos fazer declarações do tipo: “Não gosto de estar perto dessa pessoa, ela
me passa algo ruim”, “Gosto quando fulano está por perto, ele tem uma energia boa.”.
Nossa mente recebe influências de outras mentes. Funcionamos como uma grande rede, em que
cada indivíduo é um nó de comunicação e ao receber certa informação, acaba por transmiti-la adiante,
muitas vezes sem perceber o que está fazendo.
Uma vez entendendo esse princípio, fica mais fácil nós compreendermos não somente nossa
responsabilidade dentro dessa imensa rede, como podemos escolher conscientemente como iremos tratar
aquilo que transmitimos e o que recebemos. Podemos nos tornar uma fonte de influência positiva,
transmitindo pensamentos de natureza positiva, ou uma fonte negativa, na medida em que transmitimos
pensamentos também dessa natureza.
Outro ponto fundamental para analisarmos é o fato de que ainda no campo do pensamento,
existem outras fontes de influência, que a própria bíblia nos relata e que devemos prestar muita atenção, o
mundo espiritual.
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é
fraca.”
Mateus 26:41
1.5.3. Ajustando o Dial
Uma vez que compreendemos que nossas mentes funcionam como aparelhos transceptores e que
temos uma sintonia, então percebemos facilmente a necessidade de ajustar essa sintonia para captarmos as
“estações” do pensamento que desejamos e nos seja mais conveniente. Tal sintonia depende de inúmeros
fatores, mas sobre tudo da nossa disciplina e de certos princípios, como os que o apóstolo Paulo nos
relata:
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que
é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor,
nisso pensai. “
Filipenses 4:8
“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra;”
Colossenses 3:2
É muito comum a maioria das pessoas acharem que não podem controlar seus pensamentos, que
os pensamentos surgem e vão embora aleatoriamente e que não possuem nenhum controle sobre esse
mecanismo. Isso é um grande engano. Na verdade temos total controle sobre nossos pensamentos
conscientes e um controle parcial sobre os inconscientes, porém na medida que aprendemos como a nossa
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mente inconsciente trabalha, podemos exercer um grau maior de controle sobre ela e pararmos de agir
como robôs programados por um técnico e assumir o controle da nossa própria programação mental.
O grande problema é que a maioria das pessoas foi condicionada a pensar errado e seus
pensamentos, na maioria das vezes, são negativos e enfraquecedores. Esse mau hábito, que nos foi
ensinado desde a mais tenra idade, tem nos derrotado muito mais que as lutas da vida e mais que as forças
espirituais da maldade. Isso é fácil de entender, se levarmos em conta o poder da sintonia. O apóstolo nos
adverte para ficarmos em sintonia mental com as coisas do alto, positivas, divinas. Ora, fica fácil entender
que quanto mais nos sintonizamos com coisas boas e positivas, mais recebemos influência dessas forças,
sendo que o mesmo acontece com as forças negativas. Ninguém gosta de sofrer e se sentir mal, certo?
Então devemos aprender a lição de como nos sentir bem, o tempo todo!
1.6. Interação Cérebro e Mente
Existe muita controvérsia sobre onde ocorre a manifestação da mente. Os céticos e materialistas
acreditam que a mente é oriunda das reações químicas que ocorrem no interior do cérebro, e cessando a
vida cerebral tais reações param e a mente se perde, com todo seu conhecimento, memórias, experiências,
etc.
Existe com tudo, outro grupo de pessoas que acredita que a mente existe independente do cérebro, seu
veículo físico de manifestação. Eu particularmente, não só por acreditar na existência do espírito e saber
que existe a vida após a morte do corpo físico, mas também por todas as experiências que tive ao longo da
minha vida, acredito na segunda hipótese e é baseado nessa crença que quero expor algo que julgo da
maior importância.
Somos seres espirituais vivendo um período envolvidos por um corpo físico. Esse corpo é o
veículo, ou invólucro que usamos para que nosso espírito tenha condições de interagir com a matéria do
mundo que nos cerca e conseqüentemente posamos experimentar as características oriundas desse mundo
material, como por exemplo, a fragilidade do corpo em relação a danos físicos e a necessidade de
alimentos. Acredito que tudo isso nos conceda uma preciosa oportunidade para aprendermos sobre a vida
para que quando estivermos desprovidos desse corpo corruptível, tenhamos alcançado um grau de
compreensão capaz de nos propiciar uma vida plena e feliz por toda a eternidade.
Sendo assim, entendo que é importante que compreendamos que nossa mente, que é espiritual, se
utiliza do corpo físico, mas especificamente do cérebro, para se manifestar nesse mundo. Assim como um
astronauta se utiliza da sua enorme e pesada roupa para poder caminhar no espaço sem sofrer os danos
que as condições inóspitas do espaço causariam ao corpo humano. O astronauta, por exemplo, só
consegue enxergar o espaço ao seu redor, através da viseira do seu capacete. Ora, se essa viseira for feita
de um material que não lhe permita enxergar todas as cores (faixas de freqüências visíveis das ondas
eletromagnéticas), mesmo que seus olhos possam vê-las ele não verá as cores que são bloqueadas pela
viseira. A mesma coisa podemos perceber sobre nossa mente. Se nosso cérebro possuir algum tipo de
limitação que não permita que nossa mente interaja com o meio físico, então, mesmo que nossa mente
possua a capacidade de tal percepção, ela não ocorrerá, pois nesse mundo estamos obrigados a perceber
tudo através do nosso cérebro.
Dessa maneira, pode-se entender que a razão pela qual certas pessoas, ao serem acometidas de
certas enfermidades, perdem a capacidade de interagir e/ou perceber o mundo ao seu redor da forma
correta, passando a manifestar comportamentos estranhos e por vezes até mesmo perigosos. Sem contar
casos mais graves de danos causados diretamente ao cérebro por conta de acidentes ou doenças
degenerativas como o mal de Alzheimer.
1.7. Cérebro Masculino X Feminino
Muito embora isso possa parecer mais uma daquelas comparações bobas de diferenças entre
homens e mulheres, já está comprovado cientificamente que existem sim diferenças fisiológicas entre o
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cérebro feminino e o masculino. Tais diferenças são provocadas pelo processo natural de diferenciação
sexual durante a fase gestacional e é comandado diretamente pela quantidade de hormônios masculinos
(testosterona) e feminino (progesterona) no sangue do feto, durante a formação cerebral.
Os cientistas já sabem que dependendo da dosagem de tais hormônios, o cérebro pode atingir uma
formação mais feminina ou mais masculina, dentro de certa escala de valores. Sendo assim, mesmo uma
mulher pode possuir um cérebro com características mais masculinas, se durante a fase gestacional ela foi
exposta a uma grande quantidade de testosterona, assim como um homem pode ter seu cérebro com
características femininas caso tenha sido exposto a grandes quantidades de progesterona. Cabe ressaltar
que até certo ponto, isso não tem nenhuma influência sobre a opção sexual do indivíduo, dizendo respeito
somente a como o cérebro é organizado com vistas a processar as informações do mundo e deixar fluir a
mente espiritual.
É importante compreender essas diferenças, para que possamos, não somente entender mais
facilmente as diferentes características entre os sexos, como por exemplo, a grande capacidade de
comunicação das mulheres em contraste com a capacidade de percepção espacial superior dos homens,
mas também entender que fatores físicos podem influenciar fortemente como nossa mente trabalha e
processa o mundo em que vivemos. Essa compreensão será de fundamental importância para aqueles que
desejam assumir o controle de sua mente e de seu potencial, passando de mero espectador da vida, sem
direito a mudar nada, estando fadado a navegar conforme a correnteza, a diretor do filme da sua própria
vida, podendo definir o rumo da história e se terá ou não um final feliz.
1.8. Caminhos neurais
Nossa mente é complexa, porém ela funciona através de mecanismos bastante simples e fáceis de
entender. Um dos principais e mais importante para entendermos e aprendermos a manipular é o
condicionamento que cria os caminhos neurais no nosso cérebro.
O princípio é o seguinte: Tudo aquilo que é repetido muitas vezes ou tem um grau de importância
muito grande, cria em nosso cérebro um canal de neurônios para que as informações possam fluir mais
facilmente. A partir daquilo que é resgatado da memória, somos capazes de decidir o que fazer.
Isso significa que se fazemos alguma coisa ou reagimos a algum evento de forma usual, estaremos
criando caminhos neurais bem definidos, e quanto mais repetirmos essa reação, mas ele se fortalecerá,
agregando mais e mais neurônios a esse caminho, podendo passar de uma simples trilha, até uma
verdadeira via expressa de alta velocidade. Porém, o contrário também ocorre, ou seja, se deixamos de
passar por aquele caminho, ele lentamente vai se enfraquecendo até o ponto de não mais existir e tornar
difícil chegar de um ponto a outro novamente.
Esse mecanismo funciona mais ou menos como aqueles recipientes de calda para sorvetes. Você
precisa abrir um buraco na tampa para que flua a calda do interior para o sorvete. Quando mais você usá-
la, mas perceberá a dificuldade de fazer fluir a calda se o buraco for pequeno e rapidamente irá aumentar
o diâmetro do buraco para que a calda flua com mais facilidade. Pois é exatamente isso que nosso cérebro
faz. Quando mais você necessita daquele caminho, mais ele entende que precisa aumentá-lo para que as
informações fluam mais rápidas e melhor.
É fundamental que entendamos que esse é o principal mecanismo do recondicionalmento através
da neurolinguística, pois é justamente enfraquecendo os caminhos neurais que nos levam a lembranças e
sentimentos enfraquecedores que conseguimos interromper os ciclos de comportamentos dolorosos e
possamos estabelecer novos caminhos neurais que nos levem aos comportamentos desejados e a mais
prazer.