1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO DE ALFABETIZAÇÃO, LEITURA E ESCRITA DO ESPÍRITO SANTO
PACTO NACIONAL PARA A ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA
FORMAÇÃO DE ORIENTADORES DE ESTUDO
UNIDADE 7 – ANO 1
ALFABETIZAÇÃO PARA TODOS:
DIFERENTES PERCURSOS, DIREITOS IGUAIS
Formadoras - 1º ano:
Elis Beatriz de Lima Falcão
Fabricia Pereira de Oliveira Dias
Maristela Gatti Piffer
20 de setembro de 2013 - matutino
3. PLANEJANDO O ENSINO PARA TODOS:
DIVERSIFICAÇÃO NO TRABALHO DOCENTE
Esse é o tema do Texto 2 da Unidade 7, de autoria
de Leal, Albuquerque e Cruz (2012). Nesse texto,
as autoras reafirmam que a heterogeneidade é um
fenômeno intrínseco à sala de aula, defendendo
a ideia de que no momento de planejar o
professor precisa considerar as diferentes
necessidades de aprendizagem das crianças,
tendo como princípio a GARANTIA DOS
DIREITOS DE APRENDIZAGEM A TODAS AS
CRIANÇAS.
5. Em pesquisas realizadas por Oliveira (2012), foi
constatado que ainda são privilegiadas, nas
práticas docentes, atividades que contribuem
para o avanço das crianças que estão em mais
“vantagem” no aprendizado, favorecendo
muito pouco a participação das crianças em
níveis iniciais de apropriação da leitura e da
escrita.
6. Essa constatação da pesquisadora ocorreu em
situações em que as atividades:
- eram individuais e coletivas com intervenções
pedagógicas limitadas;
- favoreciam participação ativa das crianças que
já tinham autonomia na escrita em detrimento
das demais, que apenas se restringiam à
atividades de cópias ou esperavam a resolução
coletiva, sem a necessária reflexão sobre a
natureza dos “erros”,
- não favoreciam a cooperação entre as crianças.
7. Essa abordagem, no entanto, não é a única
presente nas práticas alfabetizadoras, como
revelado em outros estudos. Coutinho-Monnier
(2009), por exemplo, observa práticas em que as
professoras procuravam atender as necessidades
de aprendizagem específicas das crianças, com
estratégias de ensino e de avaliação
diferenciadas, conduzindo nas atividades
coletivas e individuais mediações favoráveis à
aprendizagem de todas.
8. Silveira e Aires (2008), também verificam a
existência de estratégias produtivas para lidar
com os diferentes percursos de aprendizagem
em uma turma de 4º ano, com crianças que
ainda não dominavam o sistema de escrita,
realidade que ainda se faz presente nas
escolas e bastante questionável:
10. Defendendo que tanto a reprovação quanto a
progressão automática são prejudiciais para as
crianças, as autoras tomam como exemplo a ser
seguido a atitude da professora, que assumiu a
responsabilidade de promover aprendizagens,
instaurando as condições favoráveis de
aprendizagem, tais quais:
atividades de reflexão sobre o SEA;
estratégias variadas de participação das crianças,
inclusive nas práticas de produção de textos, com
formação de duplas mistas, na qual a criança
mais experiente na escrita realiza o registro,
conforme exemplo:
12. • No caso observado, ainda foi constatado que nas
atividades de produção de textos coletiva, a
participação das crianças “não alfabéticas” era
muito significativa no processo de planejamento e
organização das ideias.
• As estratégias de produção utilizadas pela
professora são importantes para promover a
participação de todas as crianças e podem
potencializar a aprendizagem de conhecimentos
fundamentais que abarcam outras dimensões da
alfabetização, para além dos conhecimentos sobre
o sistema de escrita, conforme direitos de
aprendizagem discutidos no estudo da Unidade V:
14. No caderno da Unidade 7 (p. 18-19),
encontramos um relato no qual a professora
Sheila Cristina da Silva Barros (2º ano)
procura, por meio do trabalho com sequência
didática, realizar atividades direcionadas à
reflexão sobre o SEA.
15.
16. (Profª Sheila Cristina da Silva Barros, 2º ano, Escola Municipal Ubaldino Figueirôa – Jaboatão – PE)
17. Atividade
1. Em duplas, leiam o relato da professora e os
comentários desenvolvidos pelas autoras do
texto em estudo.
2. A partir da concepção de alfabetização que
defendemos, discutam sobre o relato e as
análises efetuadas, buscando fragilidades e
potencialidades.
20. 2. A leitura e a produção textual tem como foco a
forma, o gênero. As finalidades da leitura e as
condições de produção dos textos não têm
visibilidade no relato. Ausência de dimensão
discursiva: qual o lugar dos enunciados das crianças
nessa prática?
21. 3. Conhecimentos sobre o SEA tratados sem a
necessária articulação com o contexto discursivo.
Ênfase nos aspectos grafo fônicos com base na
classificação das crianças por níveis de escrita.
Escrita de frases e palavras aparentemente sem
motivação, interlocutor...
22. • O relato evidencia esforço da professora no sentido
de mediar o ensino de conhecimentos importantes
para o aprendizado da leitura e da escrita.
Entretanto, ao planejarmos as atividades não
podemos perder de vista que a alfabetização é uma
prática sociocultural que tem como principal
finalidade a formação da consciência crítica.
• A principal dimensão da educação é contribuir para
que as pessoas possam viver além das possibilidades
já existentes em suas vidas (BRITO, III Simpósio de
Alfabetização, NEPALES/UFES, 2013).
23. Planejar e avaliar a prática são, portanto,
atividades fundamentais para o alcance dessa
finalidade. No caderno da Unidade 7, temos
um exemplo de quadro de monitoramente de
atividades realizadas que têm como propósito
oferecer subsídios para o planejamento e para
autoavaliação. Analisemos esse quadro:
Quais atividades propostas se afastam do
trabalho de alfabetização que defendemos e
quais precisariam ser incluídas?
24.
25. O PAPEL DO DIAGNÓSTICO NO PLANEJAMENTO DE
ATIVIDADES QUE CONSIDEREM AS DIFERENTES
NECESSIDADES DE APRENDIZAGEM
Para planejar o processo de ensino, levando em
conta as diferentes aprendizagens na sala de
aula, é necessário investir no diagnóstico das
necessidades das crianças com atividades que
possibilitem ir além das relações entre o oral e o
escrito, como comumente ocorre nos
diagnósticos que se pautam nos níveis de
escrita.
26. Como já afirmamos, a produção de textos é a
dimensão da alfabetização que permite às
crianças colocarem em prática todos os
conhecimentos que já dominam sobre o
sistema de escrita. E é no processo de
produção que elas também evidenciam as suas
necessidades de aprendizagem.
Para mapear esses conhecimentos é
importante fazer uso de instrumentos de
registro que
permitem avaliar as
aprendizagens da turma como um todo e de
cada criança em particular, como o exemplo
que se segue.
33. REFERÊNCIAS
• LEAL, Telma Ferraz; ALBUQUERQUE, Eliana Borges
Correia de; CRUZ, Magna do Carmo Silva. In: BRASIL,
PACTO NACIONAL PARA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE
CERTA, UNIDADE 7, ANO 1, 2012.
• GONTIJO, Cláudia Maria Mendes; SCHWARTZ,
Cleonara Maria. Alfabetização: teoria e prática.
Curitiba: Sol, 2009.
Notas do Editor
Deixar que as orientadoras reflitam sobre as questões propostas, analisando se essa realidade é recorrente na rede de ensino onde atuam.
Refletir sobre o modo como Yago é caracterizado: não era alfabético, que reforça a tendência construtivista no processo de avaliação das escritas infantis, provocando a classificação das crianças por níveis de aprendizagem. O que isso representa? O que Yago efetivamente precisa aprender?