O documento discute desafios no ensino da literatura e propostas para torná-lo mais efetivo. Atualmente, a literatura é ensinada de forma tradicional e descontextualizada, sem despertar interesse dos alunos. É necessário aproximar os textos literários da realidade dos estudantes e tornar o estudo mais significativo e prazeroso, para formar leitores críticos.
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
Pratica 7 artigo ufam
1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA: BUSCANDO
ALTERNATIVAS PARA DESPERTAR O INTERESSE DO DISCENTE PELO CONTEÚDO
LITERÁRIO
Natieny Santos de Amorim1
Resumo: A literatura pressupõe o estudo dos mais variados tipos de gêneros literários.
Proporcionar o interesse do aluno pelo conteúdo literário torna-se um grande desafio para
os docentes. Juntamente com o aprendizado de outras disciplinas, o estudo da literatura
deverá contribuir para a formação dos mais variados valores morais, políticos, sociais,etc.
Fortificar o ensino da literatura também significa inseri-la de forma significativa na
formação do professor. Atualmente, percebemos à predominância dos aparelhos
eletrônicos entre os jovens, desse modo, é necessário promover novas discussões a
respeito do fazer e ensinar literatura, bem como, redefinir a sua importância e o seu lugar
na educação.
Palavras-chave: educação – formação docente - literatura
Abstract: Abstract: The literature presupposes the study of various types of literary
genres. Provide student interest in the literary content becomes a major challenge for
teachers. Along with learning from other disciplines, the study of literature should
contribute to the formation of various moral, political, social, etc.. Strengthen the teaching
of literature also means inserting it in a significant way in teacher education. Currently, we
see the predominance of electronic devices among young people, thus it is necessary to
promote further discussion about doing and teaching literature, as well as redefine its
importance and its place in education.
Keywords: education - teacher training – literature
__________________________________________________________________________________
1. Acadêmica do curso de Letras – Língua e Literatura Portuguesa da Universidade Federal do
Amazonas.
2. Artigo apresentado na displina de Prática Curricular VII – O ensino da literatura. Ministrada pelo
professor Werner Vilaça.
2. A literatura contribui para satisfazer à necessidade do aluno, a mesma permite que o
docente se posicione criticamente perante à sociedade e o mundo que o cerca. A pessoa
que possui o hábito da leitura adquire senso crítico e consequentemente aprimora à
escrita. Desse modo, caracteriza-se como necessário que os alunos vejam a literatura
como algo bom, natural e até mesmo algo divertido.
Percebemos que a literatura, tanto nacional como estrangeira, não está sendo aplicada
de forma adequada em nossas salas de aula. Talvez porque para certos docentes a
literatura seja uma disciplina sem significado concreto, pois não apresenta finalidade
imediata. Ou seja, saber literário só é ensinado quando depende de algum objetivo,
exemplo: vestibulares, Processo Seletivo Contínuo (PSC) ou Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM). Sabemos que os professores não podem privar os alunos dos
conhecimentos literários, caracteriza-se como fundamental que os docentes estimulem os
alunos com a apresentação de textos e autores consagrados, desse modo, comentários e
interpretações podem contribuir para que os alunos desfrutem do saber literário.
Atualmente, os jovens possuem acesso a uma vasta quantidade de aparelhos
tecnológicos, muitas vezes, os mesmos utilizam tais aparelhos na sala de aula o que
contribui para aumentar a falta de interesse pelo conteúdo exposto no quadro, “brigar”
com tamanha concorrência se caracteriza como um dos maiores desafios enfrentados
pelo docente. Buscar novas alternativas de atrair atenção não é tarefa apenas do
professor, visto que ele, muitas vezes possui a responsabilidade de ministrar aulas em
classes diversas com os mais diversos tipos de alunos. Postulo aqui a responsabilidade ,
não apenas do professor, pois, também, cabe ao aluno diferenciar horas de lazer com
horas de aprendizagem.
Ao longo dos anos o papel da escola sempre foi de contribuir para a formação do aluno.
Perante o fato, a escola busca enriquecer o conhecimento literário no aluno por meio de
obras que esses consideram “chatas” e enfadonhas. Devemos compreender que a
literatura é uma aliada importante para o professor, sem ela o ensino não estará sendo
feito em sua totalidade. Como afirma Baktin quando fala que a literatura é um instrumento
motivador e desafiador, também postula que a mesma é capaz de transformar o indivíduo
num sujeito ativo e responsável pelo seu aprendizado e sabedor do contexto no qual está
inserido.
3. Definindo Literatura
Apresentando uma definição simples. Literatura caracteriza-se como forma de expressar
ideias que uma pessoa possui. Antenor Antônio Gonçalves Filho apresenta definição:
Penso que a literatura não é um componente
cultural endereçado na tarefa de designar o falso do
verdadeiro , e anunciar para nós a verdade ou a
falsidade de nossos atos. A literatura se situa no
plano da emoção, sua teoria compreende uma
estética da paixão, do artesanato do estranho,
daquilo que nos causa espanto e admiração. Mas
por ser cultura, muitas de nossas ideias úteis, nós
as recebemos da literatura – talvez em
consequência de não querer ser dona de nada, mas
apenas provocar uma reação de “cobrar” do homem
uma resposta àquilo que ele vem narrando ao longo
do tempo. ( Gonçalves Filho, 2002, p. 37)
Todos sabemos escrever. Porém, poucos dominam a escrita de modo claro, coeso e até
mesmo de forma atrativa. O ato de escrever caracteriza-se como algo comum, o que foge
ao fato é a escrita da poesia ou o fazer poético.
A escrita está presente em qualquer ambiente, ao passo que a literatura, apesar de
parecer algo mais restrito e complexo, também está presente no nosso cotidiano. Exemplo
disso é a literatura de cordel, com características próprias, era utilizada como canal de
informação. Em sua época, o cordel significou a voz do homem pouco abastado que não
tinha oportunidade no meio social. Atualmente, a literatura se apresenta rotulada. A escrita
tida como best-seller não apresenta subsídios para se tornar algo mais. A mesma é feita
para agradar um determinado tipo de público.
Por fim, literatura é arte ou parafraseando Nietzsche, serve para tudo e para nada, e
talvez, para uma sociedade que parece tomar conta de todos os nossos sentidos e
prazeres, para nada.
4. Como está acontecendo o ensino da literatura?
Ensinar literatura trata-se de uma questão que gera inúmeras discussões. Dentre as
várias estratégias para o ensino, temos aquela que propõe que os alunos façam a leitura
de livros para que haja o despertar da leitura, porém, o resultado esperado não é atingido,
já que para o discente a leitura não apresenta nenhum tipos de significado. Sobre a
questão do processo da significação da leitura postula os parâmetros curriculares
nacionais (PCN):
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um
trabalho ativo de construção do significado do
texto, a partir dos seus objetivos, do seu
conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de
tudo o que sabe sobre a língua: características do
gênero do sistema de escrita, etc. Não se trata
simplesmente de extrair informação da escrita,
decodificando-a letra por letra, palavra por
palavra. Trata-se de uma atividade que implica,
necessariamente, compreensão na qual os
sentidos começam a ser constituídos antes da
leitura propriamente dita. (PCN, 1997, p.41)
Através de diversos teóricos, nota-se a existência de diferentes modos e abordagens para
o ensino da literatura, na maioria deles existe a preocupação da busca pela criação de
novas técnicas para o ensino.
Nas escolas, temos a presença do ensino tradicional realizado com aulas expositivas,
fundamentadas em livros didáticos que apresentam os estilos de época partindo de uma
linguagem cronólogica, sem maior atenção ao texto literário, muitos desses livros
mostram pequenos trechos de obras de autores consagrados, porém, não existe reflexão
sobre o assunto. O estudo é feito para constar que o professor aplicou à aprendizagem da
literatura em sala de aula.
Além disso, o ensino da literatura não é realizado de modo a priorizar a realidade do
aluno, não existe análise crítica dos autores estudados. Como cita o PCN, ao propor
5. ensinar a literatura buscando o prazer e o gostar pelo texto:
A questão do ensino da literatura ou da leitura
literária envolve, portanto, esse exercício de
reconhecimento das singularidades e das
propriedades compositivas que matizam um tipo
particular de escrita. Com isso, é possível afastar
uma série de equívocos que costumam estar
presentes na escola em relação aos textos literários,
ou seja, tratá-los como expedientes para servir ao
ensino das boas maneiras, dos hábitos de higiene,
dos deveres do cidadão, dos tópicos gramaticais,
das receitas desgastadas do “prazer do texto”, etc.
Postos de forma descontextualizada, tais
procedimentos pouco ou nada contribuem para a
formação de leitores capazes de reconhecer as
sutilezas, as particularidades, os sentidos, a
extensão e a profundidade das construções
literárias. (PCN, 1997, p.30)
Com base na citação acima, percebe-se que é necessário repensar à literatura, caso a
reflexão não aconteça, continuaremos a perpetuar um ensino errôneo por vezes
repetitivo. Sabemos que é papel da escola despertar o interesse no discente. Caso o
objetivo não seja alcançado, nunca iremos formar leitores que gostem de apreciar o texto
literário.
O Lugar da literatura na escola
A literatura está inserida na disciplina de língua portuguesa. Porém, na sala de aula, ela
tem sido utilizada de forma limitada e servindo como apoio aos estudos refrentes ao
campo da linguagem. Em muitos casos, os docentes associam o ensino literário ao
estudo da grámatica. Talvez seja este o motivo de tamanhã aversão por parte dos alunos
quando escutam o nome de autores célebres, entre eles: José de Alencar, Machado de
Assis, Luiz Vaz de Camões, etc. Osman lins, ao criticar o ensino da literatura, apresenta
preocupação com a forma como a mesma é abordada no âmbito escolar, o mesmo
postula que o método aplicado provoca repulsa nos alunos. Em muitas escolas o docente
6. repassa aos docentes a teoria, exemplo: escola romântica, suas caractéristicas, contexto
histórico, algum trecho de certa obra do périodo romântico, etc. Com isso, o estudo do
texto literário não é priorizado. Consequentemente, o aluno estuda para cumprir seus
deveres escolares.
Também é necessário que seja analisada como a literatura é aplicada. Muitos professores
apresentam o seguinte relato: “ O conteúdo programático é extenso, não há como
trabalhar de maneira completa com os alunos”. Desse modo, seria necessário a mudança
do sistema educacional, ou seja, poderíamos pensar na separação da disciplina de
língua portuguesa da literatura, algumas instituições de ensino já adotam o método
alcançando bons resultados. Deve-se respeitar a opinião dos professores quando afirmam
a necessidade da flexibilidade no ensino, de forma que o referido ensino priorize a matéria
de forma ampla e que exista a existência ligação entre a literatura com a realidade na qual
o discente se encontra inserido.
É possível constatar que muitos docentes tentam superar as limitações presentes nos
livros didáticos buscando outros materiais. Dessa forma, inúmeros docentes conseguem
despertar no aluno o gosto pelo literário.
Buscando soluções para o caos no ensino da literatura, percebe-se a necessicade
trabalhar com inúmeras obras, não apenas com o resumo da escola literária, desse modo,
haveria o maior esforço do aluno. Além disso, é fundamental é que se repense e reflita a
respeito do assunto abordado em sala de aula. Postula Renato Cordeiro Gomes:
Não se deve superestimar a abordagem através
dos estilos de época, que se transformou em
camisas de forças para se enquadrarem autores e
obras. Talvez se esteja caindo num novo erro.
Com os estilos de época se está construindo uma
“grámatica” normativa da literatura para substituir
a gramática normativa da língua no ensino de
português e literatura (Gomes: 1976, p. 141).
O ensino da literatura é feito de forma tradicional. A abordagem principal se encontra
“presa” ao estudo dos estilos de época. É importante que tal abordagem seja realizada
juntamente com as obras para que exista um elo entre ambas.
Outro questinamento sobre o ensino da literatura, postula que as instituições escolares
priorizam o estudo de autores célebres. Muitos estudantes demonstram repulsa a tais
7. autores, visto que a leitura realizada na escola não é capaz de despertar interesse ou
também porque sejam obrigados a ler. A leitura dos clássicos deve ser aplicada conforme
a maior maturidade do estudande, talvez, essa seja uma proposta para solucionar a
problemática.
8. Considerações finais
Nessas considerações finais, gostaria de justificar a importância de dar ênfase ao ensino
da literatura na educação. O estudo realizado constatou a existência da dificuldade na
aplicação do texto literário. O artigo apresentou formas de solucionar a problemática. As
propostas enfatizam a necessidade de aproximar a literatura a realidade do discente, bem
como fazer com que o ensino se torne prazeroso e significativo.
Com o auxílio da disciplina de literatura conseguiremos atingir a plenitude do ensino,
capacitando jovens e transformando-os em cidadãos críticos e ativos na sociedade.
9. Referências
GOMES, Renato Cordeiro. A literatura no ensino de 1º e 2º graus. In: Cadernos da
PUC/RJ. Série Letras e Artes: Rio de Janeiro, 1976.
LÚCIA SILVIA LESSA, Vander; PAULINA LOPES DA SILVA, Francis. Literatura no Ensino
Médio: Uma Análise pedagógica. Disponível em:
http://www.ichs.ufop.br/conifes/anais/EDU/edu2305.htm Acesso em: 15 de setembro de
2013.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua
portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília (DF). 1997.
GONÇALVES FILHO, Antenor Antônio. Educação e Literatura. 2ªed.Dpea editora. 2002.
WOLFGANG, Luiz Carlos. A importância da leitura e o que é literatura. RECANTO DAS
LETRAS. 02 de março de 2008. Disponível em:
<http://www.recantodasletras.com.br/artigos/884193> . Acesso em: 19 de set. De 2013.
COSTA, Luciana Daniele. A importância da literatura na sala de aula. REVISTA
LITERATURA. <http://literatura.uol.com.br/literatura/figuras-linguagem/37/artigo225090-
1.asp> . Acesso em: 19 de set. De 2013.
10. Referências
GOMES, Renato Cordeiro. A literatura no ensino de 1º e 2º graus. In: Cadernos da
PUC/RJ. Série Letras e Artes: Rio de Janeiro, 1976.
LÚCIA SILVIA LESSA, Vander; PAULINA LOPES DA SILVA, Francis. Literatura no Ensino
Médio: Uma Análise pedagógica. Disponível em:
http://www.ichs.ufop.br/conifes/anais/EDU/edu2305.htm Acesso em: 15 de setembro de
2013.
Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua
portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília (DF). 1997.
GONÇALVES FILHO, Antenor Antônio. Educação e Literatura. 2ªed.Dpea editora. 2002.
WOLFGANG, Luiz Carlos. A importância da leitura e o que é literatura. RECANTO DAS
LETRAS. 02 de março de 2008. Disponível em:
<http://www.recantodasletras.com.br/artigos/884193> . Acesso em: 19 de set. De 2013.
COSTA, Luciana Daniele. A importância da literatura na sala de aula. REVISTA
LITERATURA. <http://literatura.uol.com.br/literatura/figuras-linguagem/37/artigo225090-
1.asp> . Acesso em: 19 de set. De 2013.